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segunda-feira, 23 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23286: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (25): Cacheu, restos que o império teceu... - II (e última) Parte


Foto nº 1 > Guiné > Bissau > Região de Cacheu >  Cacheu > O que resta do Monumento em homenagem do "V Centenário da Morte do Infante Dom Henrique [1460-1960]... Nas proximidades fica a antiga Casa Gouveia, agora comvertida em Memorial da Escravatuar e do Tráfico Negreiro.


Foto nº 2 > Guiné > Bissau > Região de Cacheu > Cacheu > "Este monumento ...em que a pedra não está a aguentar...como nós", escreve o Patrício com fina ironia...


Foto nº 3 > Guiné > Bissau > Região de Cacheu >  Cacheu > Forte de Cacheu (séc- XVIII) > Aspecto parcial, com alguns dos 16 canhões de bronze...


Foto nº 4 > Guiné > Bissau > Região de Cacheu >  Cacheu >  Forte de Cacheu (séc. XVIII): exterior e porto


Foto nº 5 > Guiné > Bissau > Região de Cacheu >  Chacheu > Memorial da Escravatura e do Tráfico Negreiro >  O museu foi inaugurado em 8 de julho de 2016... mas já apresenta sinais de degradação (manchas de salitre nas paredes interiores, por exemplo, visíveis nesta foto...) > O grande mentor deste projeto museológico foi o nosso amigo Pepito (1949-2014) que já não viveu para poder assistir á sua inauguração. É aqui lembrada por uma foto (da autoria de Luís Graça: Lisboa, Escola Nacional de Saúde Pública / Universidade de Lisboa, 2006...e tal como o retratado, a palmeira também já não existe...)... Na foto à sua direita, o antigo edifício da Casa Gouveia, em ruínas, que foi recuperado para nele ser instalado este museu. 

O projeto da construção deste memorial, dando continuidade ao projeto Percurso dos Quilombos, recebeu um financiamento da União Europeia e  resultou dos esforços e colaboração da ONGD guineense Ação para o Desenvolvimento (AD), da Associazione Interpreti Naturalistici (AIN), de Itália, da COAJOQ, Cooperativa Agropecuária de Jovens Quadros e a Fundação Mário Soares.

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Segunda (e última) parte de um conjunto de fotos que nos foram enviadas recentemente pelo nosso colaboador permanente Patrício Ribeiro (Bissau), sobre a cidade do Cacheu e os restos da presença portuguesa (*). Fotos tiradas no domingo, dia 15 de maio, no Cacheu onde esteve em trabalho.

Sobre o Mmeorial da Escravatura e do Tráfico Negreiro, em Cacheu, ver aqui um excerto de página da UCCLA:

 Guiné-Bissau, Cacheu > Inaugurado memorial de escravatura em Cacheu

A cidade de Cacheu (Membro Efetivo da UCCLA), no norte da Guiné-Bissau, conta, desde o dia 8 de julho, com um memorial dedicado à escravatura e tráfico negreiro, erguido num edifício em ruínas cujas obras de reabilitação foram custeadas pela União Europeia.

O memorial consiste num pavilhão multiusos, salas de formação, residência para investigadores e um museu que preserva alguns artefactos que marcavam o dia-a-dia dos escravos. A população de Cacheu contribuiu com os artefactos - colheres de cozinha, tachos, correntes, ferros que serviam para marcar os escravos depois de passados em lume, chicotes - que podem ser contemplados no museu.

A iniciativa é da organização guineense Acão para o Desenvolvimento (AD), com apoios de várias organizações locais e internacionais, nomeadamente a Fundação Mário Soares de Portugal que forneceu técnicos para a reabilitação arquitetónica do antigo edifício da Casa Gouveia hoje transformado no memorial.

O memorial foi apresentado como sendo um espaço que visa "valorizar a memória de uma realidade que marcou profundamente os países africanos e ainda hoje permanece com grande acuidade nas sociedades dilaceradas pelo tráfico negreiro".

A ideia da construção do memorial foi iniciada pela AD em 2010, no âmbito do projeto Percurso dos Quilombos, sempre contando com o apoio financeiro da União Europeia, dai que o representante desta comunidade na Guiné-Bissau, Vítor dos Santos, tenha enaltecido o trabalho realizado até aqui. "O memorial inicia hoje um longo caminho representando um elemento de união entre o presente e o passado e o futuro da comunidade em seu território bem como uma ligação com outros territórios (...) Estados Unidas, o Canada e o Brasil na perspetiva da compreensão da própria historia e da construção da memória histórica".

O ministro guineense da Cultura, Tomas Barbosa, disse que o memorial deve ser usado como um chamariz para os descendentes de escravos para que possam voltar à terra dos seus antepassados. (...)

Fonte: Excertos de UCLA - União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa > Guiné-Bissau, Cacheu > Inaugurado memorial de escravatura em Cacheu. Publicado em 09-07-2016 (com a devida vénia...)
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Nota do editor:

terça-feira, 26 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14664: Efemérides (189): Cinquenta anos do encerramento da Casa dos Estudantes do Império (CEI) (1944-1965)... Homenagem aos associados da CEI pela UCCLA (união das Cidades Capitais de Língua Portuguesa)... Exposição sobre a CEI na Câmara Municipal de Lisboa até 25 de junho


"Pela CEI [Casa dos Estudantes do Império] de Coimbra e Lisboa passaram Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Pedro Pires, Vasco Cabral, Mário Pinto de Andrade, Marcelino dos Santos, Luandino Vieira, Manuel Rui Monteiro, Rui Mingas, António Jacinto, Óscar Monteiro, João Craveirinha, Joaquim Chissano, Sérgio Vieira, Miguel Trovoada, Francisco José Tenreiro, Alda Lara,Pepetela… Uma constelação de intelectuais e de futuros líderes políticos"... Pela CEI, terão passado mais de 2200 estudantes  (Nuno Ferreira, Público, 16/6/2014).

1. Exposição “Casa dos Estudantes do Império. Farol de Liberdade”

Câmara Municipal de Lisboa

De 21 de maio a 25 de junho de 2015 | Das 10 às 13 e das 14 às 17 horas.

No âmbito da homenagem que a UCCLA [, União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa,] tem vindo a promover à Casa dos Estudantes do Império, terá lugar, dia 21 de maio, às 18 horas, a inauguração da exposição “Casa dos Estudantes do Império. Farol de Liberdade”, na Sala de Exposições da Câmara Municipal de Lisboa (Praça do Município), em Portugal.

A exposição é uma mostra documental, com fotografias, publicações periódicas, livros, documentos oficiais, etc, cedidos ou disponibilizados pelos associados e por algumas instituições que se associaram à exposição.

Entrada livre. [Fonte: Cortesia de UCCLA]


Cartaz da exposição "Casa dos Estudantes do Império (1944-1965)" (Cortesia de UCCLA)


2. Do sítio da UCCLA, com a devida vénia:

GRANDE HOMENAGEM AOS ASSOCIADOS DA CASA DOS ESTUDANTES DO IMPÉRIO

A UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa) tem vindo a homenagear a Casa dos Estudantes do Império (CEI), desde 28 de outubro de 2014. Esta homenagem corresponde, sem dúvida, a um desígnio comum dos povos de língua oficial portuguesa e não é possível conceber-se o futuro sem a preservação da memória que a todos respeita.

Atendendo a que este ano se assinala os 50 anos do encerramento da CEI, em Lisboa, os 30 anos de existência da UCCLA, e a passagem dos 40 anos do reconhecimento das independências dos países africanos de língua oficial portuguesa, diversas serão as iniciativas programadas para os próximos dias.

Programa:


- Dia 21 de maio, 18h00 - Inauguração da exposição “Casa dos Estudantes do Império. Farol de Liberdade”, nos Paços do Concelho (Praça do Município).

Trata-se de uma mostra documental, com fotografias, publicações periódicas, livros, documentos oficiais, etc, cedidos ou disponibilizados pelos associados e por algumas instituições que aderiram à exposição. A exposição estará patente ao público até ao dia 25 de junho, das 10 às 13 e das 14 às 17 horas, todos os dias;

- Dias 22, 23 e 25 de maio - Colóquio Internacional “Casa dos Estudantes do Império: histórias, memórias, legados”, na Fundação Calouste Gulbenkian (Av. de Berna, n.º 45A), em Lisboa.

O evento é organizado pela UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa), CES (Centro de Estudos Sociais - Laboratório Associado da Universidade de Coimbra), Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia), Camões - Instituto da Cooperação e da Língua Portuguesa e CML (Câmara Municipal de Lisboa).

3. Sobre a CEI (Casa dos Estudantes do Império) 

A Casa dos Estudantes do Império) (CEI) foi criada em 1944, pelo regime anterior, para responder ao reforço do convívio dos estudantes universitários das ex-colónias portuguesas, que não possuíam instituições de ensino superior e que tinham assim que continuar a frequência universitária em Portugal. Este objetivo integrou-se num outro, mais visto, de formação de eleitos que se admitiam virem a ser enquadradoras dos objetivos que o próprio regime colonial prosseguia.

Sob os ventos da descolonização, documentos da Segunda Guerra Mundial, e da aprovação da Carta das Nações Unidas que reconhecem o direito inalienável dos povos à autodeterminação e à independência, o mundo assistiu ao surgimento de novos países no continente africano, o primeiro dos quais foi o Gana, em 1957.

A partir dessa altura muitos dos associados da Casa dos Estudantes do Império são impulsionados para o aprofundamento dos estudos relativos à identidade dos territórios de que eram originários, frequentando debates, colóquios e promovendo edições próprias, com conteúdo diversificado, incluindo poemas, contos e outras formas de expressão cultural.

Em resultado desta ação, a Casa dos Estudantes do Império é encerrada por intervenção da PIDE em 1965. Em 2015 ocorrerá a passagem do 50.º aniversário desse encerramento que coincide com o 40.º aniversário das independências das ex-colónias portuguesas.

Foram associados da Casa dos Estudantes do Império, ou tiveram participação nela, personalidades incontornáveis da cultura e da política como Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Lúcio Lara, Fernando França Van Dúnem, Joaquim Chissano, Pascoal Mocumbi, Pedro Pires, Onésimo Silveira, Francisco José Tenreiro, Alda do Espírito Santo, Vasco Cabral, Pepetela, Alda Lara e tantos outros.

Decorridos, como se disse, cinquenta anos sob a extinção da Casa dos Estudantes do Império, a UCCLA entendeu dever dar um pontapé de saída para homenagear o conjunto desses jovens, tanto mais que Lisboa, que foi sede da Casa dos Estudantes do Império e Coimbra, onde existiu uma delegação, são associadas da UCCLA. No Porto houve também uma delegação durante alguns anos.

Esta homenagem corresponde, sem dúvida, a um desígnio comum dos povos de língua oficial portuguesa e não é possível conceber-se o futuro sem a preservação da memória que a todos respeita.

Enquanto Secretário-Geral da UCCLA agradeço à Comissão Organizadora, constituída para a preparação e execução do programa, aos patrocinadores, sem os quais não seria possível levá-lo a bom porto, às instituições públicas de todos os nossos países e às respetivas embaixadas acreditadas em Portugal, aos convidados que prontamente aceitaram participar nos inúmeros eventos que foram programados e, por fim, à comunicação social que, desde a primeira hora, acolheu de forma muito solidária a iniciativa, fazendo repercutir pela opinião pública.


Vitor Ramalho
Secretário-Geral da UCCLA 
[Cortesia do sítio da UCCLA]


4. Sobre a história da CEI (, "criada para perpetuar a dimensão imperial do Portugal do Estado Novo, (...) foi viveiro de dirigentes independentistas que chegaram ao poder nas ex-colónias"), vd reportagem de Nuno Ribeiro, Público, 16/6/2014 ("Cinquentenário do fecho da Casa dos Estudantes do Império vai ser assinalado a partir de Outubro"). 

Texto completo, aqui.

Vd. também entrevista, feita pela RTP África, programa "Grande DEntrevista", de 26/5/2014, ao são tomense e dirigente da CEI, Tomás Medeiros: "Casa dos Estudantes do Império: demos um tiro no dedo do colono" [Vd,. transcrição da enrtrevista aqui].

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Nota do editor: