tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post2694103009673047127..comments2024-03-18T20:21:24.815+00:00Comments on Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 61/74 - P22663: "Diário de Guerra, de Cristóvão de Aguiar" (texto cedido pelo escritor ao José Martins para publicação no blogue) - XI (e última) Parte: Leiria, 27/1/1970: "Faz hoje exactamente três anos que cheguei da guerra e o relógio psíquico interior acusou a efeméride e quis condignamente celebrá-la".Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/02855689880579087551noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-50518474391712327442021-10-28T11:49:31.678+01:002021-10-28T11:49:31.678+01:00Fernando, as entradas do "Diário" nem se...Fernando, as entradas do "Diário" nem sempre vêm completas... Estamos a seguir o texto que o autor nos mandou em tempos, em 2008. A seleção que ele fez tem a ver, direta ou indiretamemte, com o tempo de tropa e de guerra e o seu difícil regresso à vida "normal" como civil. Tentou acabar o curso, em Coimbra, com exames também em Lisboa (por eemplo, 28 de fevereiro de 1969). Se cotejarmos o livro "Relação de Bordo (1964-1988)" (Porto, Campo das Letras, 1999, 425 pp.), verficamos que há uma referência (tardia) à crise académica de abril de 1969, em Coimbra, e ao prof doutor Paulo Quintela, que o Aguiar muito presava:<br /><br />Essa entrada está completa (Vd. o que publicámos, neste poste, e que corresponde na íntegra à entrada no livro, pp.85/86)... Voltamos a reproduzir a referência à crise académica e à figura (altamente respeitada pelo autor) do Prof Doutor Paulo Quintela destaque a negrito, LG):<br /><br />(...) "Estou aqui há mais de uma semana. Saiu o <b>Doutor Quintela</b> e vim eu para o seu lugar. Ficou combinado em Coimbra. Ele costuma dizer que vem limpar a isca. Não me queixo do fígado, mas a função que exerce está alterada. Deve ser dos nervos. <br /><br />"Estou todo alterado. Enquanto aqui esteve o <b>Doutor Paulo Quintela</b>, enviei-lhe todos os comunicados da <b>crise académica</b> produzidos durante a sua ausência. Sem remetente, que nunca se sabe. Rebentou em <b>17 de Abril</b>, dia em que se inaugurou o edifício das Matemáticas. Houve greve geral aos exames, que foi um êxito, o que abalou o regime primaveril de Marcelo. <br /><br />(...)"O resto do tempo, que é quase todo, ouço as asneiras dos africanistas em férias. Vieram tratar da figadeira e encontram-se aqui na Pensão da Ponte. E entro em ebulição, porque não posso ficar calado. Suspiram por Salazar e ainda têm esperança num milagre que o reponha no poder. Quem há meses lhe sucedeu na Presidência do Conselho é ainda demasiado liberal para tal gente habituada a lidar com pretos, como se fossem animais de estimação. Bem lhes conheço a crónica." (...)<br /><br />Não sei se o Cristóvão de Aguiar estava em Coimbra nesse dia, 17 de abril de 1969. Ele andava em exames, alguns tinham que ser feitos em Lisboa, e andava à procura de empregpo como professor para poder sustentar a família, mulher e dois filhos. Seria colocado, nos finais de setembro de 1969 como professor provisório do nono grupo da Escola Industrial e Comercial de Leiria, tendo-se apresentado no dia 1 de outubro. Aí encontrou "nas mesmas condições gente de Coimbra"...<br /><br />De resto, em 1969, só há meia dúzia de entradas, no seu diário... Tabanca Grande Luís Graçahttps://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-5825876420900509732021-10-27T18:07:32.761+01:002021-10-27T18:07:32.761+01:001 - Faço minhas as palavras de Eduardo Estrela, qu...1 - Faço minhas as palavras de Eduardo Estrela, que não conheço. Onde é que assino?<br /><br />2 - Acho estranho que Cristóvão de Aguiar chame "Dr. Quintela", apenas, ao prof. Paulo Quintela, catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e fundador do TEUC, Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra. Só posso atribuir este chamamento ao facto de Cristóvão de Aguiar não ter participado na crise académica de 1969, quando Paulo Quintela mereceu o respeito e a admiração dos estudantes da mesma universidade, por ter sido um dos poucos professores que se puseram do seu lado durante a referida crise, a par do professor Orlando de Carvalho e mais dois ou três. O professor Paulo Quintela chegou mesmo a ser alvo de uma ameaça de bomba por parte da PIDE.<br /><br />3 - A capa do livro "Braço Tatuado" mostra em primeiro plano três ou quatro viaturas, aparentemente paradas no meio de uma picada e com alguns militares a bordo, juntamente com uma bolsa de enfermagem e outra carga diversa: sacos de campanha, colchões de espuma (?), etc. Os militares parecem estar completamente descontraídos, como se o local em que se encontram não lhes oferecesse qualquer perigo. No canto superior direito da imagem, porém, desfocados e em último plano, veem-se alguns militares cuja atitude me suscita uma certa perplexidade. O que estarão aqueles militares ali a fazer, aparentemente virados para o chão da picada? Estarão a tentar levantar ou desativar alguma mina anticarro, ou estarão a fazer outra coisa? É que se estiverem a mexer numa mina, então estão a dar mostras de uma enorme irresponsabilidade. Se por azar a mina explodir, irão não sei quantas pessoas de uma vez só para os anjinhos sem necessidade nenhuma.Fernando Ribeirohttps://www.blogger.com/profile/06216015556641622454noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-19328831794603290212021-10-27T14:36:57.830+01:002021-10-27T14:36:57.830+01:00Alguém no seu perfeito e normal juízo acredita que...Alguém no seu perfeito e normal juízo acredita que um homem vindo do mundo duma guerra não transporta durante muito tempo todas as vivências e tormentos da mesma?<br />A vida de cada um nós, quer o aceitemos ou não, deu uma total cambalhota a partir do momento em que nos obrigaram a participar numa monstruosidade.<br />Houve heróis que se distinguiram por feitos em combate, durante a luta armada.<br />Cristóvão Aguiar é um herói que a luta pela vida e pela solidariedade distinguiu.<br />Mais uma vez!. Bem haja quem possibilitou a leitura da sua forma de enfrentar o mundo.<br />Eduardo EstrelaEduardo Estrelanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-1129568665136298052021-10-27T11:53:09.629+01:002021-10-27T11:53:09.629+01:00Por pudor e "idelogia defensiva" (, próp...Por pudor e "idelogia defensiva" (, própria dos combatentes), escamoteamos, escondemos, esquecemos ou até negamos o sofrimento psíquico... É muito mais fácil falar do "sofrimento físico"... Até para falar destas "coisas" é preciso ter talento para a escrita... Quem é que a público dizer que precisa ou precisou de "ajuda médica ou psicológica" ?Tabanca Grande Luís Graçahttps://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com