tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post4122146779206995083..comments2024-03-28T18:30:49.770+00:00Comments on Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 63/74 - P10763: As mulheres que, afinal, foram à guerra (19): O que fazer com a nossa correspondência, estimada em mais de 300 milhões de aerogramas e cartas, enviados e recebidos ao longo da guerra do ultramar ? (Manuel Joaquim / Luís Graça / Alice Carneiro)Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/02855689880579087551noreply@blogger.comBlogger11125tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-85749229878953104582012-12-06T12:12:43.109+00:002012-12-06T12:12:43.109+00:00Para mim o Aerograma,tinha uma grande vantagem em ...Para mim o Aerograma,tinha uma grande vantagem em relação á carta envelope normal.É que no aerograma havia maior possibilidade de enviar informações que o Estado(PIDE/DGS)considerava de teor político e assim os sensurava.Tinha que haver o cuidado de colar bem as margens.Assim os sensores tinham uma maior dificuldade em violar o aerograma e como eram aos milhares , havia que contar com a "burrísse perguiçosa"dos tais indeviduos.Este foi um conselho dado por um agente da DGS que na altura estava em Bissorã.(era um novato e ainda com as ideias pouco contaminadas).Aliás quando o tive de acompanhar a Bissau no pós Abril e sobre detenção tive mais uma vês a possibilidade de veridicar que o indeviduo politicamente era mesmo um pouco "inocente".Ou seja era mais um "recrutado"pelo objectivo monetário e não político.Eu senti na pele essa pressão de recrutamento um pouco antes do de Abril.Felizmente resisti conforme pude,pois que até ameaças de repatriamento da familia para a metrópole eu recebi.Como já disse eu tinha a mulher e filho comigo em Bissorã nos ultimos nove mêses da comissão.<br />Bom um abraço a todos e viva o "Aerograma"que até era de borla.<br />Henrique CerqueiraHenrique Cerqueiranoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-62048751400016566192012-12-06T10:23:01.017+00:002012-12-06T10:23:01.017+00:00C. Martins e Luís, pisei campos minados na Guiné, ...C. Martins e Luís, pisei campos minados na Guiné, inadvertidamente bem entendido.<br /><br />Nas circundâncias do aeroporto de Bissau e da estrada Vila Formosa-Buba.<br /><br />Não rebentei nenhuma, por acaso e eram várias.<br /><br />Estas eu ouvi rebentar com Buldozers posteriormente, talvez tenha pisado outros campos minados sem saber.<br /><br />De Angola, e Moçambique poucos entendem o abandono porque não passaram tantos anos como eu na Guiné, 13 anos.<br /><br />Como só agora me dedico à "literatura", talvez a palavra "tédio", possa ser ofensiva, porque houve muitos que morreram, mas atrevo-me a usar outros termos com "alergia" àquilo tudo, brancos, pretos, calor e mosquitos, isolamento e bebedeiras, se lermos Lobo Antunes.<br /><br />Mas isto escrevo eu, irresponsável desde "pequenino".<br /><br />CumprimentosAntº Roinhanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-55863565378819768152012-12-06T03:05:13.171+00:002012-12-06T03:05:13.171+00:00Eu devo ter sido (presunção minha) dos que menos g...Eu devo ter sido (presunção minha) dos que menos gastou em aerogramas.<br /><br />Não tinha "madrinhas de guerra" e era parco na escrita dos ditos,aliás escrevia vários todos seguidos que mandava quando o "rei fazia anos" um de cada vez, que coincidia com o aniversário de sua majestade,isto é quando havia "correio"..uma vez por mês ou mais.<br /><br />Mentia descaradamente à minha Mãe, aquilo era do melhor..ia à praia comia lagosta e outras iguarias coiso e tal...só que um dia cá na dita metrópole alguém se lembrou de dar notícias da guerra na Guiné e..e.." No sul da Guiné em Gadamael os terroristas atacaram o aquartelamento e blá...blá.. a nossa artilharia ripostou...blá....blá..neutralizando inimigo....<br />Gadamael ???...nossa artilharia ??<br />Ai que é o meu rico filho coitadinho.. o que é que aqueles malandros fizeram ao meu filho.<br />Cambada.. destruíram em minutos a as minhas mentiras piedosas à minha Mãe..foi então que gastei muito aerogramas para a tranquilizar, mas como de parva não tem nada,julgo que não consegui.<br /><br />Camarada Rosinha<br /><br />Com que então tédio...<br /><br />Que inveja.. nós lá por Gadamael não tínhamos tédio nenhum..enfim é a vida<br /><br />C.Martins Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-18329957942953215162012-12-06T00:19:01.704+00:002012-12-06T00:19:01.704+00:00Luís, tenho imagens na minha memória de ver quarté...Luís, tenho imagens na minha memória de ver quartéis em zonas enormes semi-despovoadas, e companhias dentro do arame farpado que nem para fora das casernas saíam para formaturas, exercícios físicos, e simples passeios ao longo da picada ou das tabancas.<br /><br />Lá sairiam para algumas patrulhas, tão entediantes como a pasmaceira da caserna.<br /><br />Como eu conhecia e detestava a farda e o quartel, tinha mesmo um asar com os capitães por causa de um desleixo meu que vou morrer com ele, compreendo o desespero daquela vida vazia.<br /><br />Em Angola foi esse o maior tormento, o tédio.<br /><br />Eu compreendo a quantidade de bate-estradas que se escreveram, e que não ficassem saudades a quem lá passou aqueles dois anos.<br /><br />Estava também aí, a má preparação dos nosso comandantes que não viam ou não se preocupavam em amenizar esse tal isolamento.<br /><br />Havia as sedes dos batalhões em cidades como Salazar, (Dalatando) ou Uige, não sei, onde pertenceria Camabatela por exemplo, em que ou por secções ou pelotões se poderia mudar de ambiente por fins de semana ou três ou quatro dias.<br /><br />Em Angola isso era fácil, mas sei que não funcionava.<br /><br />Fizemos a guerra à nossa maneira.Antº Rosinhanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-41955362380483657482012-12-06T00:19:01.370+00:002012-12-06T00:19:01.370+00:00Luís, tenho imagens na minha memória de ver quarté...Luís, tenho imagens na minha memória de ver quartéis em zonas enormes semi-despovoadas, e companhias dentro do arame farpado que nem para fora das casernas saíam para formaturas, exercícios físicos, e simples passeios ao longo da picada ou das tabancas.<br /><br />Lá sairiam para algumas patrulhas, tão entediantes como a pasmaceira da caserna.<br /><br />Como eu conhecia e detestava a farda e o quartel, tinha mesmo um asar com os capitães por causa de um desleixo meu que vou morrer com ele, compreendo o desespero daquela vida vazia.<br /><br />Em Angola foi esse o maior tormento, o tédio.<br /><br />Eu compreendo a quantidade de bate-estradas que se escreveram, e que não ficassem saudades a quem lá passou aqueles dois anos.<br /><br />Estava também aí, a má preparação dos nosso comandantes que não viam ou não se preocupavam em amenizar esse tal isolamento.<br /><br />Havia as sedes dos batalhões em cidades como Salazar, (Dalatando) ou Uige, não sei, onde pertenceria Camabatela por exemplo, em que ou por secções ou pelotões se poderia mudar de ambiente por fins de semana ou três ou quatro dias.<br /><br />Em Angola isso era fácil, mas sei que não funcionava.<br /><br />Fizemos a guerra à nossa maneira.Antº Rosinhanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-18749103159596657292012-12-05T21:16:00.698+00:002012-12-05T21:16:00.698+00:00Obrigado, Rosinha, vou transmitir essas tuas infor...Obrigado, Rosinha, vou transmitir essas tuas informações ao "caçúla" do meu cunhado... Já o desafiei a voltar a Angola! Qual quê, nem pensar!...Não tem a mais leve saudade desses tempos!...Luís Graçahttps://www.blogger.com/profile/02855689880579087551noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-77561921470025047492012-12-05T19:58:14.734+00:002012-12-05T19:58:14.734+00:00A foto de Camabatela de 1974, com asfalto, já tinh...A foto de Camabatela de 1974, com asfalto, já tinha a mesma disposição urbanística em 1961, mas sem asfalto.<br /><br />Quando a UPA iniciou o terrorismo no norte de Angola, também atingiu aquela zona.<br /><br />Apenas se chegava lá, indo de Luanda em viatura, de Abril a Outubro, no tempo seco.<br /><br />No tempo das chuvas, só para quem tivesse paciência e tempo indefinido.<br /><br />Em 1963, acampei com outros colegas e alguns "contratados indígenas" junto daquela igreja que se vê, sem protecção militar, tinha saído da tropa naquele ano em Janeiro.<br /><br />Era uma loucura, mas também já passei por tantas, mesmo na Guiné e no Rio de Janeiro que não adianta fugir, quando vier que venha.<br /><br />Mas quando estive em Cambatela, não me lembro que já houvesse quartel.<br /><br />Cumprimentos<br /><br />Antº RosinhaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-72600936516477995062012-12-05T19:50:21.109+00:002012-12-05T19:50:21.109+00:00Filomena, força!Filomena, força!Maria Alice Ferreira Carneirohttps://www.blogger.com/profile/12654959383869946081noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-45491457452467970202012-12-05T19:37:11.687+00:002012-12-05T19:37:11.687+00:00Queridos amigos
Talvez que esta ideia do Manuel J...Queridos amigos<br /><br />Talvez que esta ideia do Manuel Joaquim, me dê coragem para publicar as cartas que enviei a um afilhado e que ele também guardou religiosamente.<br />Acho-as tão insignificantes, que me tenho retraído de as publicar, contudo tenho material desse tempo muito interessante, como o aviso do Rádio Club Português a informar a mãe da mensagem de Natal, do referido militar,jornais de Companhia ou Batalhão e a última carta que ele escreveu à mãe a partir de Angola.<br />Até a mim me causa emoção a lembrança desse tempo, mas garanto-vos que á mistura há um voltar atrás no tempo que me leva à Juventude e como muito bem dizemos "recordar é viver"!<br /><br />Parabéns ao Manuel Joaquim por ter dado o "Pontapé de saída"<br />Um destes dias vão as minhas, ou pelo menos uma...<br /><br />Saudações amigas para todos os amigos do Blogue, com quem partilho as lembranças desse tempo.<br /><br />Felismina Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-63679165432596286462012-12-05T18:06:32.946+00:002012-12-05T18:06:32.946+00:00Camarada Manuel Joaquim. Gostei, manda mais e quan...Camarada Manuel Joaquim. Gostei, manda mais e quantas saudades sentimos ao recordar. No fundo embora estejamos menos jovens, foi o que vivemos e isso ninguém nos pode tirar. Abraços do<br />Veríssimo FerreiraAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-36643922517985681472012-12-05T14:42:39.157+00:002012-12-05T14:42:39.157+00:00No sítio Clube Filatélico de Portugal (CFP), há um...No sítio Clube Filatélico de Portugal (CFP), há um interessantíssimo artigo sobre de Eduardo e Luís Barreiros sobre o aerograma,o MNF e o SPM<br /> <br />Terça, 06 Outubro 2009 14:37<br /> <br /> <br />Guerra Colonial 1961-1974<br />Aerogramas Militares<br />O Movimento Nacional Feminino e o Serviço Postal Militar<br /> <br />Alguns excertos:<br /><br />(...) Cerca de um mês e meio após a formação do MNF [, em 28 de abril de 1961,] começaram as iniciativas desta instituição para a concessão de isenção de franquia postal, para os militares expedicionários e suas famílias, o que veio a ser concretizado com a publicação da Portaria 18 545, de 23 de Junho de 1961(Fig.4) assinada pelo Ministro das Comunicações e do Ultramar." (...)<br /><br />(...) Estabelecia a referida portaria, que ficavam isentos temporariamente do pagamento de porte e sobretaxa aérea, as cartas e bilhetes postais com correspondência de índole familiar, que fossem expedidos para qualquer ponto do território português, pelo pessoal dos três ramos das forças armadas ou das corporações militarizadas destacadas nas Províncias Ultramarinas, bem como, os expedidos do continente e ilhas adjacentes para aquele pessoal, pelos seus familiares e madrinhas de guerra. (...)<br /><br />(...) Com o acordo entre a Administração Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones (CTT), Correios, Telégrafos e Telefones do Ultramar (CTTU) e o Secretariado Geral da Defesa Nacional, foi por este distribuída a circular número 1956 / B, de 4 de Agosto de 1961, que regulamentava o uso dos aerogramas.<br /><br />Seriam impressos carta, constituídos por uma folha de papel, com o peso máximo de três gramas, dobrável em duas ou quatro partes, de modo que as dimensões resultantes da dobragem dos aerogramas não excedessem os limites máximos de 150 x 105 mm e mínimo de 100 x 70 mm.<br /><br />Na frente, reservada às indicações do destinatário, seriam impressas as seguintes inscrições:<br />- no ângulo superior direito doaerograma inscrição “CORREIO AÉREO / ISENTO DE PORTE E DE / SOBRETAXA AÉREA / Portaria nº. 18 545 de 23-6-61”<br />- em baixo, “É PROIBIDO INCLUIR QUALQUER OBJECTO OU DOCUMENTO O DEPÓSITO NO CORREIO É FEITO EM QUALQUER ESTAÇÃO DOS CTT ”. <br /><br />No verso, seriam impressas indicações referentes ao remetente. Neste espaço era obrigatório indicar, a seguir ao nome do militar, o seu posto e número. (..)<br /><br />(...) Para fazer face às despesas resultantes da emissão dos aerogramas, teve o MNF, a contribuição inicial de várias entidades patrocinadoras das quais se destacam: Banco de Angola, Estaleiros Navais de Viana do Castelo, José Manuel Bordalo, A Lusitânia, Companhia Portuguesa de Pesca, Manuel Rodrigues Lago, Sacor, Cidla, Companhia Colonial de Navegação, Sociedade Central de Cervejas, Banco Borges e Irmão e Sociedade Concessionária da Doca de Pesca. Algumas destas firmas, tiveram frases publicitárias impressas, logo nas primeiras emissões de aerogramas editados pela Orbis. Esta publicidade, repetiu-se nos aerogramas editados em Agosto de 1962, Janeiro de 1964, Setembro de 1965 e Julho de 1966. (...)<br /><br />(...) No Continente, a aquisição dos aerogramas era feita ao preço unitário de 20 centavos. Os aerogramas podiam ser vendidos ao público na sede do Movimento Nacional Feminino, Rua Presidente Arriaga nº 6, 1º em Lisboa, nas Delegações Distritais e Concelhias do MNF, nas Juntas de Freguesia, no Serviço Nacional de Informação (S N I), nos Postos de Turismo do aeroporto e das estações marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos e em todas as Juntas e Comissões Municipais do Turismo do País e também estavam disponíveis em muitos estabelecimentos comerciais que os vendiam, sem aumento de preço, sendo a contrapartida pela venda, saldada em aerogramas. Sabemos que, em alguns bairros mais carenciados, os aerogramas chegaram a ser distribuídos gratuitamente. (...)<br /><br />(Continua)Luís Graçahttps://www.blogger.com/profile/02855689880579087551noreply@blogger.com