tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post4475596762003365975..comments2024-03-28T08:44:02.415+00:00Comments on Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 63/74 - P16468: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (48): O filme das cartas de amor e guerra de António Lobo Antunes, realizado por Ivo M. FerreiraLuís Graçahttp://www.blogger.com/profile/02855689880579087551noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-49042465741893034182016-09-09T17:08:45.096+01:002016-09-09T17:08:45.096+01:00Luís, de cinema apenas sei sentar-me na plateia ou... Luís, de cinema apenas sei sentar-me na plateia ou no balcão aos sábado no Miramar ou Restauração em Luanda e acabou.<br /><br />Mas a minha impressão é que o filme representa boa parte do sentir que Lobo Antunes descreve nas suas cartas (que eu li muito do livro, antes de saber que se ia fazer um filme)<br /><br />Não tinha lido as entrevistas do realizador que em boa hora trazes, como sempre.<br /><br />Afinal até pareço um grande cinéfilo a fazer a crítica de um filme, carago! <br /><br />E,como digo, pena que a qualidade literária passe desapercebida (no cinema a leitura das cartas "esquece-se" mais do que nos clips).<br /><br />O filme está conforme e não estava à espera de ver um filme do tarzan na selva ou do Stalone no Vietnam.<br /><br />Sobre a insalubridade e pontes daquelas no ano de 2016? imagina Henrique Galvão nos anos 30, tu no Xime e eu no Cuando-Cubango nos anos 60 e 70, e Serpa Pinto no tempo de D Carlos na nascente do Zambeze até à foz.<br /><br />Também o Realizador Ivo Ferreira já está a ajudar a escrever a história da nossa geração.<br /><br /><br /><br /> Antº Rosinhanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-18377918956160767922016-09-09T13:08:20.623+01:002016-09-09T13:08:20.623+01:00Mais outro excerto para se perceber a opçºao pelo ...Mais outro excerto para se perceber a opçºao pelo "preto e branco":<br /><br /><br />ENTREVISTA A IVO M. FERREIRA<br />A propósito de 'Cartas da Guerra'<br />Agenda cultural de Lisboa, 9(9(2016<br /><br />http://www.agendalx.pt/artigo/entrevista-ivo-m-ferreira#.V9Kh_PkrIdU<br /><br /><br /><br />O olhar de Miguel Nunes é uma das coisas que mais impressiona ao longo do filme. Remete para o cinema clássico, para o olhar puro de um Gary Cooper em John Doe ou de um Henry Fonda nas Vinhas da Ira. Foi intencional? <br /><br />Uma coisa era certa, o protagonista tinha que ser bonito e ter olhos claros, tal como o António Lobo Antunes. Era uma das características que o distinguia dos outros, que o tornava especial, para além de ser um intelectual incrível. Realmente quis trabalhar esse lado de época, de um clássico intemporal. Também nesse sentido optei por filmar a preto e branco. Está relacionado com a nossa iconografia plástica da guerra. A documentação que temos é toda a preto e branco. Por outro lado, estava a narrar a história de alguém que é uma pessoa viva, conhecida e de alguma forma sentia-me prisioneiro dessa figura pública. O preto e branco foi como se colocasse um filtro. Quando comecei a filmar assumi que aquela era a minha história, o meu filme, independentemente de ser uma biografia.Tabanca Grande Luís Graçahttps://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-3229986162345358292016-09-09T13:04:04.400+01:002016-09-09T13:04:04.400+01:00Rosinha, o filme não é (nem pretende ser) uma vers...Rosinha, o filme não é (nem pretende ser) uma versão portuguesa, pobrezinha, do "África Minha"... Mas foi filmado em Angola, nas "terras do fim do mundo"... Um dos técnicos morreu de paludismo", ao que julgo saber.<br /><br />ASqui vão dois excertos de entrevista com o realizador:<br /><br />ENTREVISTA A IVO M. FERREIRA<br />A propósito de 'Cartas da Guerra'<br />Agenda cultural de Lisboa, 9(9(2016<br /><br />http://www.agendalx.pt/artigo/entrevista-ivo-m-ferreira#.V9Kh_PkrIdU<br /><br /><br />(...) O filme tem grandes meios de produção, algo pouco usual no cinema português. Foi fácil conseguir financiamentos para o filme?<br /><br />Há projetos que se conseguem fazer com pouco dinheiro. Este não era um deles. Isto porque não queria filmar sem ser em África. Era para mim algo categórico e importante porque o espaço influencia-me muito. Mas isso também fez com que o financiamento fosse mais difícil. Havia um risco grande de as coisas correrem mal, o que leva à desconfiança por parte dos investidores estrangeiros. Por outro lado, eu também não tinha nenhum trabalho feito anteriormente que pudesse ilustrar o que poderia ser feito. Por isso avançámos conscientes de que iríamos gastar todo o dinheiro que tínhamos na rodagem. Isto implicava penhorar os salários do realizador, produtor… Dois anos depois voltámos a tentar o financiamento fora, agora com um trabalho concreto, filmado e pode parecer exagerado, mas em poucas horas conseguimos financiar o filme com dinheiro estrangeiro.<br /><br />Como foi filmar em Angola?<br /><br />Foi fantástico, fortíssimo e horrível também. Filmamos no Cuando Cubango, uma zona que para os próprios angolanos é muito remota, chamam-lhes as terras do fim do mundo. Tínhamos que montar o décor, o que implicava um aquartelamento construído por nós. Queria que estivéssemos perto de uma aldeia, com um rio, uma planície e precisava de uma ponte destruída para uma das cenas do filme. Encontrámos a ponte, que estava de facto destruída. Isto implicava que para passarmos com o décor a tínhamos de reconstruir e foi literalmente o que fizemos, com a ajuda das aldeias à volta. Foi uma experiência fabulosa, apesar das doenças, dos crocodilos e do isolamento.Tabanca Grande Luís Graçahttps://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com