tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post4703228594403715200..comments2024-03-28T08:44:02.415+00:00Comments on Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 61/74 - P17215: (De) Caras (62): A lavadeira Miriam e o furriel Mamadu... Comentários: da misogenia ao levirato, da tragédia da infertilidade feminina ao sexo em tempo de guerra...Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/02855689880579087551noreply@blogger.comBlogger14125tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-26915186874387467742017-04-07T20:10:33.971+01:002017-04-07T20:10:33.971+01:00Este comentário foi removido pelo autor.almahttps://www.blogger.com/profile/10394777514194050439noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-77049848501028477262017-04-07T19:35:51.228+01:002017-04-07T19:35:51.228+01:00"Uma boa dúzia e meia de militares terá tido ..."Uma boa dúzia e meia de militares terá tido a oportunidade de ouvir, à entrada da sala de jantar da messe de oficiais de Bissau, no início dos anos setenta,um grupo de senhoras brancas que, com voz elevada para serem ouvidas, comentavam criticamente o facto de um oficial dos comandos africanos se ter feito acompanhar no local por 3 senhoras africanas."<br /><br />O Rui Santos Lima terá sido, deduzo eu, um dos militares que assistiu a essa cena do grupo de senhoras brancas, na messe de oficiais em Bissau, o famoso "Biafra", protestando em voz alta contra a presença de senhoras africanas que acompanhavam um oficial dos comandos... Trata-se, portanto, de ex-camarada nosso, que terá estado no TO da Guiné no início dos anos 70... <br /><br />Rui, obrigado, pelo seu contributo para a compreensão de um fenómeno complexo, que não tem leituras lineares... Racismo, misogenia, homofobia, etnocentrismo, etc. não são atitudes sociais fáceis de analisar e muito menos de prevenir e combater. <br /><br />Não gosto de pôr chavões nos povos: é uma armadilha fazer comparações do género: "Os portugueses são mais racistas do que os alemães ?"... De que portugueses e alemães estamos a falar ? Em que época ? <br /><br />Q Por outro lado, o termo "racismo" é hoje um conceito que tem de ser revisto, já que "raça" não é mais um "conceito", de base científica, é um termo de senso comum que usamos com falta de rigor... Não há raças humanas, sim indivíduos com diferentes "fenótipos"...<br /><br />As apreciações que fazemos sobre estes temas têm muito a ver com as nossas vivências, experiências, idiossincrasias... Falemos antes de factos, histórias, cenas... que se passaram connosco, e evitemos o risco das generalizações, sempre abusivas, a menos que tenham por detrás estudos sérios no domínio da sociologia, antropologia, psicologia social, etc. <br /><br />Há sempre uma tendência para fazermos "ciência espontãnea" e falarmos "de cátedra", a partir dos nossos próprios preconceitos, perceções, valores, sentimentos, experiências limitadas, etc. Cada um tem os seus óculos, uns de ver ao perto, poutros de ver ao longe...<br /><br />Um alfabravro, LG<br /><br />Tabanca Grande Luís Graçahttps://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-68350091690379114822017-04-07T19:20:32.363+01:002017-04-07T19:20:32.363+01:00Este comentário foi removido pelo autor.almahttps://www.blogger.com/profile/10394777514194050439noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-22580191741767808012017-04-07T15:49:16.089+01:002017-04-07T15:49:16.089+01:00Diz o Juvenal: Fazíamos às bajudas o que nunca nos...Diz o Juvenal: Fazíamos às bajudas o que nunca nos passava pela a ideia fazer cá a uma branca. <br />Digo eu amigo Juvenal, fala por ti. Prezo-me de, apesar do meu racismo latente, segundo o que estou a ler, nunca ter maltratado nenhum compatriota guineense, mulher, homem ou criança, porque sempre os achei semelhantes a mim. Ainda hoje recordo com ternura a minha lavadeira, a Binta, uma lindíssima bajuda mandinga. Tento imaginá-la, se ainda for viva, já com os seus sessentas e alguns anos. <br />Tanto quanto sei, o pessoal da minha Companhia nunca criou problemas à população de Mansabá, onde estivemos 22 meses e 1 semana, que aquando da saída dos dois últimos pelotões para Bissau, veio para a rua em peso para se despedir de nós. <br />Lembro aqui o maior embaixador da CART 2732 junto da tabanca, o Soldado Alfredo, que ocupava os seus tempos livres convivendo com a população, e falava crioulo como poucos brancos.<br />Já agora, aqui fica a minha opinião de que quem tratava mal os guineenses, trataria mal os portugueses de Portugal, se sobre estes tivesse alguma posição de superioridade relativa. Quanto a maltratar mulheres, é ver a quantidade delas já mortas este ano pelos portugueses "civilizados", ou consultar as estatísticas dos transactos. Vergonhoso.<br />Carlos Vinhal<br />Leça da Palmeira<br />Carlos Vinhalhttps://www.blogger.com/profile/02513603707400841996noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-26547368201383016192017-04-07T15:43:51.198+01:002017-04-07T15:43:51.198+01:00Caro ex-Alferes Cabral.
Pilares do lusotropicalis...Caro ex-Alferes Cabral.<br /><br />Pilares do lusotropicalismo actualizados em politicamente correcto?<br />Os valores de ontem e os de hoje?<br /><br />A ter sido o comando de um destacamento na Beira ou Trás-os-Montes seriam outras as regras sócio-morais?<br /><br />Rui Santos LimaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-27410454989902761272017-04-07T15:05:31.032+01:002017-04-07T15:05:31.032+01:00Avante,homens sábios nas entrelinhas.
Porque os ad...Avante,homens sábios nas entrelinhas.<br />Porque os adjetivos lá vieram e,muitos.<br />Mas racistas nós?<br />Uma boa dúzia e meia de militares terá tido a oportunidade de ouvir, à entrada da sala de jantar da messe de oficiais de Bissau, no início dos anos setenta,um grupo de senhoras brancas que ,com voz elevada para serem ouvidas, comentavam criticamente o facto de um oficial dos comandos africanos se ter feito acompanhar no local por 3 senhoras africanas.<br />Racismo social? Mais social que rácico?<br /><br />Adjetivos.Adjetivos.Entrelinhas.Entrelinhas.<br />Teriam estas exaltadas mulheres brancas também "mama firmada"?<br /><br />Depois de tantos anos olvidei o detalhe!<br /><br />Rui Santos LimaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-79932774003100137182017-04-07T14:57:43.141+01:002017-04-07T14:57:43.141+01:00Penso que o escritor faz um retrato daquela época ...Penso que o escritor faz um retrato daquela época <br />O Mário descreve numa ficção um tempo em que a maioria hera assim. Uns mais e outros menos, todos fomos um pouco racistas embora pensássemos que não. Fazíamos às bajudas o que nunca nos passava pela a ideia fazer cá a uma branca. <br /><br />Lembro-me do meu camarada Carlos Filipe ter levado um valente estalo após ter-se insurgido contra os abusos praticados nas lavandeiras há porta do quartel.<br /><br />Numa ficção o escritor veste uma pele, que pode ser boa ou má tendo em conta o ditames de cada época. Quem não leu já um livro ou uma estória em que o escritor, assume uma personagem que é o contrário daquilo que é ou sente? <br />Criticar o que o livro diz nunca pode ser uma critica a quem o escreve, uma vez que este se limita a um relato ficcional e não deve ser julgado à luz do que a sociedade pensa hoje.<br /><br />Mas é bom haver da parte dos camaradas este discurso anti racista num tempo em que o racismo cresce no seio das nossas sociedades. Leio vezes sem conta discursos, que expressam nas redes sociais as suas deformações cívicas e falta de cidadania. <br /><br />Um abraço para todos<br /> Juvenal Amadohttps://www.blogger.com/profile/08971775182863900123noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-62291480080176796182017-04-07T14:51:39.440+01:002017-04-07T14:51:39.440+01:00Mário Fitas, escreve e bem ficção, sobre factos pa...Mário Fitas, escreve e bem ficção, sobre factos passados há mais de 50 anos.Os valores de ontem, não são os de hoje..Relatar esse tempo, não se compadece, com " o políticamente correcto"...Abraço J.Cabralalmahttps://www.blogger.com/profile/10394777514194050439noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-392465189749523272017-04-07T14:03:15.171+01:002017-04-07T14:03:15.171+01:00Hnerique, tu, que tiveste a tua companheira, branc...Hnerique, tu, que tiveste a tua companheira, branca, contigo, alguns meses, na Guiné, mais o teu filho, e ao mesmo tempo conviveste com camaradas do recrutamento local, guineenses. de várias étnias, que compunham a tua CCAÇ 13, és um homem "sábio" para nos ajudar a ler nas entrelinhas... Um abraço. LGTabanca Grande Luís Graçahttps://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-21139989378328648432017-04-07T12:37:41.393+01:002017-04-07T12:37:41.393+01:00Na primeira publicação não comentei pelo simples f...Na primeira publicação não comentei pelo simples facto de ter receio de ser injusto na minha apreciação em relação a certas frases do texto que induzem hoje em dia a palavras "chavões"racistas.<br />No entanto eu lendo com mais atenção verifico que é errado pensar nesses moldes,isto porque no meu humilde entender existem vários factores na época que deita por terra essas ideias de racismo. Conforme o Luís lembra e muito bem <br /> " para um detalhe (a árvore) pode levar facilmente à perda da visão de conjunto (a floresta)."<br />Estes factos embora aqui no texto um pouco "romanceados" existiram com muita frequência e com maior incidência com militares graduados ( creio eu que seria mais atractivo para as mulheres e familiares),tal como os metropolitanos escolhiam muitas vezes as suas namoradas baseado nos interesses materiais.Acho que se entende não?<br />Depois eu quero uma vez mais lembrar aqui que uns dias antes de embarcar para a Guiné nós tivemos uma espécie de "Workshop como hoje se diz"em que foi passado umas projecções em que mostravam as coisas belas da Guiné e seus habitantes em que usavam e abusavam de fotos das mulheres belas e negras de peito firme.E claro que essas imagens tiveram grande influência no imaginário de todos nós. Por tal era muito natural que nos primeiros meses de Guiné sempre que víamos uma rapariga de seios empinados e totalmente expostos a nossa imaginação funcionava a mil á hora. E depois eu acredito mesmo que muitos dos nossos camaradas se apaixonassem de verdade pelas suas lavadeiras assim como existiram mulheres Guineenses que de igual modo se apaixonaram pelos militares.<br />Hoje em dia é muito mais fácil sermos críticos em relação a certos comportamentos que os militares tiveram nas colónias durante o período de comissão militar...Mas caros Camaradas foram tantos e tantos os factores que nessa altura nos influenciavam.A nossa própria formação não era aquela que hoje em dia é proporcionada, que apelidar de racismo certas frases do texto é mesmo " detalhar (a árvore) e esquecer o resto da floresta.<br />Concluindo : Mário Fitas eu gostei do teu texto e não acredito que o "furriel Mamadu"seja racista.<br />Um abraço a todos <br />Henrique Cerqueira<br /> Henrique Cerqueiranoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-89550011660423867272017-04-07T11:18:46.237+01:002017-04-07T11:18:46.237+01:00Estas situações não eram tão invulgares quanto iss...Estas situações não eram tão invulgares quanto isso: as propostas "ousadas" de algumas mulheres, como a Miriam, e os "problemas de consciência" (para não dizer os "temores"...) dos "assediados"...Mas, é óbvio, que isto não era a "regra", era a "exceção"... As mulheres na Guiné estavam, então, numa dupla situação de "inferioridade", económica e social... Vale a pena reproduzir e reler este excerto... As barreiras entre os "tugas" e as mulheres guineenses eram muitas, a começar pelas relações assimétricas de poder, a língua, a cultura, o estatuto, a religião...<br /><br />– Furiel!... tu é Mamadu, home balente, bó na bai na mato e cá tem medo, Miriam gosta de furiel. Eu sabo tu é branco, a mim preto! Miriam quer fazer cumbersa giro com furiel Mamadu!<br /><br />Vagabundo poderia esperar tudo menos isto! Grande morteirada! Havia normas e conceitos que, como graduado responsável, tinha de respeitar. Além do mais, Miriam, para todos os efeitos, era mulher do sargento da milícia e tudo traria problemas que teriam reflexos em toda a CCAÇ 763.Tabanca Grande Luís Graçahttps://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-48771827500680338022017-04-07T10:16:26.938+01:002017-04-07T10:16:26.938+01:00È bom lembrar aqui, mais uma vez, como nasceu este...È bom lembrar aqui, mais uma vez, como nasceu este livro, agora em segunda versão... O autor explica-nos na introdução, que reproduzimos. (O livro tem uma 1ª versão impressa; Putos, gandulos e guerra / Mário Vicente, ed. de autor, 2000, 174 p.):<br /><br />Não era imaginável, quando em Setembro de 1997, ao sair da imponente St. Romboudskathedraal em Mechelen (Malines), que nessa noite, ao entrar no Hotel Molenhof em Erpe-Mer, se processaria mais uma transmutação na vivência deste errático ornitófilo, criador de passeriformes, (inseparáveis) Love Birds.<br /><br />Efectivamente, quando o sono se foi, e instintivamente a mão pegou na pena rabiscando o papel timbrado do hotel, as palavras brotaram do pensamento nascente, consubstanciando o escrito: “Recordar Vivendo”.<br /><br />Ficou descrita, nesse pequeno e atormentado texto, a promessa de escrever até que as mãos doessem e a mente não atraiçoasse.<br /><br />Sem dormir, fazendo uma directa, até à bela e antiquíssima Bruges, finalizando em Knokke no Mar do Norte. Foi pois, viajando com três simpáticos jovens, “doentes” ornitófilos também, que entre a narração de anedotas, aventuras e desventuras deste já velho alentejano (maltês), germinou a ideia semente de juntar as velhas folhas, agendas e outros escritos, à já um pouco esclerosada memória. Assim nasceu a hipótese deste livro. Sem qualquer pretensão literária, será simplesmente uma conversa quase íntima, viajando pelo passado. Tentando nestas mal alinhavadas palavras, descrever o sinuoso percurso de um rapaz da planície que se vê envolvido na interrogativa vivência e análise das profanas e espirituais coisas.<br />Durante dezoito anos, dos seis aos vinte e quatro, na metamorfoseante transfiguração, trilhando a trilogia de puto, gandulo e guerreiro, ele vai entrar na observação directa deste mundo cão, enjaulado no canil da vida.<br /><br />Na sua aldeia da planície, por terras deste velho Portugal, enterrado na lama das bolanhas e pântanos, embrenhado nas matas e capim da Guiné.<br /><br />Assim nasceu “ Putos, Gandulos e Guerra”.<br /><br /><br />Mário VicenteTabanca Grande Luís Graçahttps://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-69772490623538455722017-04-07T09:58:34.144+01:002017-04-07T09:58:34.144+01:00Para se evitar leituras apressadas e moralistas do...Para se evitar leituras apressadas e moralistas do capº X ("Miriam") do livro (inédito) "Do Alentejo à Guiné: putos, gandulos e guerra", 2ª versão, 2010, 99 pp.), da autoria de Mário Vicente, convém esclarecer o seguinte:<br /><br />(i) o Furriel "Vagabundo" e depois "Mamadu" é um "alter ego" do autor;<br />(ii) embora com um fundo autiográfico, o livro tem de ser visto como um romance, ou uma história de vida romanceada;<br />(iii) como em todas as obras literárias, a excessiva atenção do leitor para um detalhe (a árvore) pode levar facilmente à perda da visão de conjunto (a floresta).<br /><br />Esta história (e a sua personagem principal) é um "puzzle", feito com as "peças" de cada de nós... Saibamos lê-la e analisá-la sem "preconceitos"... E, para já, sublinhe-se o talento literário do autor. "Mário Vicente" é o nome literário de Mário Fitas, o nosso querido grã-tabanqueiro de longa data.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /> 5 DE ABRIL DE 2017<br />Guiné 61/74 - P17209: Pré-publicação: O livro de Mário Vicente [Mário Fitas], "Do Alentejo à Guiné: putos, gandulos e guerra", 2ª versão, 2010, 99 pp.) - XIX Parte: Cap X - Miriam quer fazer cumbersa giro com furiel Mamadu<br /><br />https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2017/04/guine-6174-p17209-pre-publicacao-o.htmlTabanca Grande Luís Graçahttps://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-42560302242186545712017-04-07T07:25:05.806+01:002017-04-07T07:25:05.806+01:00"Apesar de ser branco" custa-me a aceita...<br />"Apesar de ser branco" custa-me a aceitar o subjacente racismo de muitos dos jovens militares das áfricas guerreiras.<br />Frustrados nos seus recalcamentos de regras e costumes caseiros feitos, encontravam na negra a terra prometida.<br />Pobrezinho,muito pobrezinho.<br /><br />Rui Santos LimaAnonymousnoreply@blogger.com