tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post6274104710351332595..comments2024-03-28T08:44:02.415+00:00Comments on Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 63/74 - P6569: Notas de leitura (120): A Guerra de África, 1961-1974, Volume I, por José Freire Antunes (1) (Mário Beja Santos)Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/02855689880579087551noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-55228310576571973892010-06-11T15:08:32.855+01:002010-06-11T15:08:32.855+01:00Uma guerra militarmente perdida significa, um exér...Uma guerra militarmente perdida significa, um exército (neste caso colonialista, fascista, ou heróicos continuadores, transmissores de um passado épico,de um Império multiracial ou pluricontinental, todo e qualquer rótulo tonto ou inteligente que nos quiserem colocar), significa um exército que foi derrotado no terreno pelo outro beligerante.<br />Militarmente derrotado, repito.<br />Apenas isto. <br />Não fomos derrotados nas terras da Guiné. Em termos militares éramos mais fortes do que os guerrilheiros do PAIGC. Em Abril de 1974, 90% da população guineense vivia junto ou próximo dos aquartelamentos ou destacamentos NT. E havia 225 aquartelamentos ou destacamentos com tropa portuguesa ou africana, ao nosso lado, espalhada por toda a Guiné. Quantos possuía o PAIGC?<br />Perdemos militarmente a guerra?<br />Não insultem os 40.000 portugueses (eu fui um deles, 72/74!) que aguentaram no terreno e se comportaram como dignos soldados, homens do que de melhor, ao longo de nove séculos, a grei lusitana produziu.<br />Mas então a guerra não estava perdida? Claro que sim. Em termos políticos, desde o primeiro dia.<br />Não em termos militares. Sempre fomos mais fortes do que os valoroso combatentes do PAIGC..<br /><br />Abraço,<br /><br />António Graça de Abreu<br /><br /> Tantonio graça de abreunoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-1457031183670087202010-06-10T18:56:54.454+01:002010-06-10T18:56:54.454+01:00Meu caro António G. de Abreu
Parece até que esta...Meu caro António G. de Abreu<br /><br /> Parece até que estamos os dois sempre às "turras" um ao outro!<br /> Não, poderemos ter opiniões diferentes, ou nem tanto.Sirva a imagem do copo meio de água:um vê-o meio cheio e o outro diz que está meio vazio.<br /> Neste caso,"é chover no molhado" estarmos a discutir os «ses», quando muito servirá aos estrategos militares para a criação de cenários de guerra.<br /><br /> Outra coisa é a difusão da ideia de que " a guerra não estava militarmente perdida", que foi lançada (e mantida)pela hierarquia militar,sendo entendida por muitos como um "lavar as mãos como Pilatos",opinião que não tenho.<br /> Mas, se não estava «militarmente» perdida, querem dizer que «politicamente» o estava? Se a guerra estava perdida «politicamente»,que andavam os chefes militares a fazer? A encher a "pança",sacrificando milhares de jovens deste país,enganando o governo com promessas de vitória?<br /><br />A "brigada do reumático" tinha credibilidade? Entre as próprias forças militares tinha muito pouca, e no Governo de M. Caetano?<br />Como é que se pode combater com soldados desmotivados e ganhar uma guerra?<br /><br /> Então, uma guerra «politicamente» perdida pode ser "ganha" militarmente?<br /> Pode,mas é inaceitável;o IN é que se vai aproveitar dela.<br /> O que é que sustenta uma vitória militar se o beneficiário político<br />já não é capaz de usufruir dos resultados dela? É um balão furado!<br />Por isso é que,na estratégia política,é preferível a derrota política à derrota militar. Tem sempre custos muito menores para os cidadãos.<br /> E foi isto que o regime de Salazar e Caetano não quis perceber. Os cidadãos estavam no fim das prioridades. Tão no fim que até se esqueceram do seu número, cada vez menor para se poderem prencher os corpos militares necessários.E optou-se,claramente,pela derrota militar.Como na Índia.Só que ,agora, saiu-lhe "o tiro pela culatra".As Forças Armadas (o seu corpo vivo) arrepiaram caminho.<br /> <br /> À tua pergunta final, sobre o último parágrafo,"Foi ou não foi assim?"respondo que concordo contigo.Só com uma ressalva:<br /> Para mim, a guerra não estava militarmente,nem politicamente, perdida.Para mim a guerra estava perdida,há alguns anos já ( na Guiné ). E estava perdida porque , como dizes, estávamos fartos dela.Bem fartos!<br /> Além disso,contesto o uso desta afirmação com o sentido de que as independências das colónias poderiam ter sido sustidas( é a mensagem subliminar), ou negociadas doutra forma, porque as nossas forças armadas tinham capacidade para suportar, militarmente, essa intenção.<br /> E a minha opinião, cada vez mais alicerçada, é que não tinham mesmo. Nem sequer para (politicamente) ocupar o território, com estacionamento fixo. <br /> «Militarmente» é para discussão de índole militar. Foram os políticos que acabaram com as guerras em África,pois,mas foram os militares que derrubaram o regime e "armados em políticos ou para-políticos" contribuiram muito(muito, muito)para isso.Não venham dizer que não tiveram nada, ou tiveram muito pouco , a ver com isso.Porque não é verdade.<br /><br /> Olha, António,obrigado pelo estímulo intelectual.Obrigas-me a pensar! <br /><br /> Um abraçoManuel Joaquimnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-28180695835314905042010-06-10T15:24:39.265+01:002010-06-10T15:24:39.265+01:00Eu não queria entrar mais nesta oxidante, ferrugen...Eu não queria entrar mais nesta oxidante, ferrugenta discussão, mas não resisto.<br /><br />1-Os aviões e os pilotos do PAIGC.<br /><br />Os guerrilheiros controlavam, segundo a sua propaganda e a dos seus apaniguados<br />"2/3 do território". E tinham, ou iriam ter, pilotos e aviões. Onde seriam os seus aeroportos, as suas pistas de aviação? Em Madina do Boé, no Morés, na Caboiana?<br />Não. Seriam (uso o tempo condicional) na Guiné Conacry.<br />Não vamos ser ingénuos.<br />O uso da aviação pelo PAIGC, provavelmente com aviões e (maus)pilotos da Guiné iria provocar a internacionalização total da guerra. Portugal preparava-se para comprar Mirage franceses, capazes de bombardear fora das fronteiras da Guiné Portuguesa.<br />Não vale a pena analisar os "ses" e todos os "condicionais".<br />A fase final do conflito foi o que foi, sem derrotas militares nos aquartelamentos de fronteira (ai Guileje!)nem red eyes, etc.<br /><br />2-Respigo a opinião de insuspeita pessoa:<br /><br />Diz Aristides Pereira em entrevista ao nosso amigo Leopoldo Amado, em 1998, transcrita pelo coronel Manuel Amaro Bernardo no seu interessantíssimo (sobretudo pelos muitos dados que nos fornece) Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerrilheiros, Guiné, 1970 – 1980, Lisboa, Ed. Prefácio, 2007:<br /><br />Leopoldo Amado: “Por altura do 25 de Abril de 1974, o PAIGC tinha uma capacidade militar maior que as tropas coloniais?<br />Aristides Pereira: Maior, não diria, na medida em que estavam bem apetrechadas, tinham uma logística mais bem montada que a nossa, para além de um número superior de efectivos do que nós. A verdade é que no fim o soldado português já estava mal; estava farto daquilo.”<br /><br />Meus caros amigos e companheiros da Guiné. A guerra não estava militarmente perdida. Estávamos era fartos da guerra, de um conflito que não tinha solução militar. A solução era, sempre foi, política. Daí o 25 de Abril, um movimento militar com um objectivo de natureza política, derrubar o regime e acabar com as guerras em África.<br /><br />Foi ou não foi assim?<br /><br />A 10 de Junho de 2010, Viva Camões, Viva Portugal!...<br /><br />Abraço,<br />António Graça de Abreuantonio graça de abreunoreply@blogger.com