tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post869017732659729882..comments2024-03-29T12:00:35.957+00:00Comments on Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 61/74 - P17106: Debates da nossa tertúlia (I): Nós e os desertores (24): o alferes "periquito" que escoltei até Buruntuma num domingo de agosto de 1964 e que nesse mesmo dia atravessou a fronteira e desapareceu... (Alcídio Marinho, ex-fur mil, CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65)Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/02855689880579087551noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-18275101325730628662017-03-05T14:17:30.351+00:002017-03-05T14:17:30.351+00:00Estas duas deserções de alferes milicianos, num er...Estas duas deserções de alferes milicianos, num ermo daqueles, (aquilo é um autêntico cú de Judas aos olhos de qualquer europeu piriquito), só pode ter uma explicação simples, demasiado simples, para não nos parecer absurdo.<br /><br />É que aquilo é mesmo um lugar nada convidativo, quer do lado de cá da fronteira ou do outro lado, Conacry, para dar passeios ou para fazer corta- matos ou maratonas.<br /><br />Qual seria o "menino" metropolitano de 20 anos saído de Coimbra, Lisboa ou uma qualquer cidade com liceu ou universidade, que se metia por aquele mato inóspito a dentro? <br /><br />Se ao menos tivesse sido 20 anos pastor ou contrabandista, mas estudante de capa e batina ou mesmo sem uma coisa nem outra?<br /><br />Para mim, e lá estou a meter-me novamente, (um dos meus hobys)só aceito uma explicação, eram simplesmente "estudantes do império" esses dois alferes, ou seja, estavam devidamente coordenados com os estudantes do império do PAIGC, ou mesmo do MPLA ou Frelimo, que se entendiam na perfeição em Lisboa e em Luanda e Lourenço Marques. (Só não se entenderam depois de Amílcar e Luís Cabral desaparecerem).<br /><br />Se de facto a maioria dos estudantes do império estiveram do lado do "colon", havia essa minoria que nem a PIDE nem os nossos comandantes sabiam distinguir muito bem.<br /><br />Ditinguiamos facilmente se fossem pretos, mas as outras várias cores (difusas) nem sempre eram perceptíveis, porque não ficavam corados.<br /><br />No Brasil, alguns luso-descendentes estão a mandar os filhos para a praia, nas vésperas de exames para ingresso à Universidade, para beneficiarem das cotas para "escurinhos". <br /><br />É uma explicação para a minha cabeça, a tal fuga nas barbas da PIDE, e de uma companhia metropolitana inteira, tudo mais ou menos à espera que o tempo corresse rápido.<br /><br />Cumprimentos<br /><br /> Antº Rosinhanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-8637938688616877322017-03-05T12:31:35.553+00:002017-03-05T12:31:35.553+00:00Salve, Camaradas!
Nomadizamos um ano em Buruntuma ...Salve, Camaradas!<br />Nomadizamos um ano em Buruntuma (Maio de 65 a Maio de 66), cumprido cerca de um ano de "intervenção" às ordens do Comando-chefe (general Arnaldo Shultz).<br />Precedera-nos um pelotão europeu comandado pelo alferes Vinhas, cuja unidade desconheço, que deixou marcas de desempenho e boas recordações no seio da população - metade mandinga e metade fula.<br />Contava-se duas deserções - a que conta o Alcides Marinho e outra, de um alferes de uma Companhia de Transportes, talvez anterior.<br />Buruntuma, como posto fronteiriço, tinha uma delegação da PIDE (quando éramos emboscados pedíamos-lhe o "visto" dos passaportes dos turras...) e um posto alfandegário, que eu e o furriel Simas escolhemos para residência, por ser o mais exposto...<br />Abraço e votos de saúde.<br />Manuel Luís LombaManuel Luís Lombanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-65408814320539548712017-03-05T06:15:20.046+00:002017-03-05T06:15:20.046+00:00Ó Alcídio, essa história é uma coisa do arco da ve...Ó Alcídio, essa história é uma coisa do arco da velho!... Um alferes "periquito" (ou "maçarico", como vocês ainda diziam na época...) que escolhe Buruntuma, no "cu de Judas", para desertar!...<br /><br />Há gente, provavelmente ainda viva, que pode confirmar a tua história que, de resto, me parece verosímil: na realidade, era mais fácil desertar em Buruntuma, povoação fronteiriça, do que em Bissau, Xime, Bambadinca, Bafatá ou Nova Lamego... Já havia PIDE, um agente da PIDE, em Buruntuma, desde pelo menos 1961...mas não havia "posto fronteiriço", com controlo de entradas e saídas... O próprio marco que lá estava foi o Jorge Ferreira que o lá pôs, entre novembro de 1961 e outubro de 1962...<br /><br />Mas não acredito que o oficial português tenha agido sozinho... Deve ter havido alguém a ajudá-lo a atrevessar a fronteira... Sabemos, pela exploração do Arquivo Amílcar Cabral, que havia em Buruntuma, simpatizantes pou militantes do PAIGC, em 1961, pelo menos o enfermeiro Cirilo e o professor Timóteo da Costa... O professor da escola primária, em 1961, era cabo-verdiano, segundo o testemunho do Jorge Ferreira... e a malta da tropa colaborou com ele, através de abertura de um "posto escolar militar", que era frequentado por p+raças metropolitanas (CCAV 252) e guineenses (3ª CCAÇ), o que permitiu a muitos deles tirarem a carta de condução!...<br /><br />Gostava de saber mais pormenores sobre este caso de deserção... O caso deve ter continuado a ser falado nesse ano (1964) e no seguinte (1965)... Quem lá esteve nessa altura, deve ter a sua versão da história..., mesmo sabemo que "quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto".<br /><br />Obrigado, Alcídio, por mais esta história em primeira mão!Tabanca Grande Luís Graçahttps://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com