tag:blogger.com,1999:blog-290874762024-03-18T22:56:32.744+00:00Luís Graça & Camaradas da GuinéBlogue coletivo, criado e editado por Luís Graça, com o objetivo de ajudar os antigos combatentes a reconstituir o puzzle da memória da guerra da Guiné (1961/74). Iniciado em 23 Abr 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência desta guerra. Como camaradas que fomos, tratamo-nos por tu, e gostamos de dizer: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/02855689880579087551noreply@blogger.comBlogger25268125tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-16729790208592268022024-03-18T22:17:00.001+00:002024-03-18T22:17:27.566+00:00Guiné 61/74 - P25285: Os 50 anos do 25 de Abril (3): "Geração D - Da Ditadura À Democracia", por Carlos Matos Gomes; Porto Editora, 2024 (1) (Mário Beja Santos)<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTdc8rT52D1HyAu36YS4WYqgtLgKevYN1Hl73A-JisyAwdcmYsPzO8jxBuEXkCmiYLUR1nYSMZgY8xxbH-8DPDq2UXFtI16YIPH-sqbDUKB2WWUR-77SeuMIGgxaN7co6-R-QUuFg1mXoNd6hkDz5UUKovZhhkCiKkhEeTnSgnQCadObe7HKvvqw/s1600/Gera%C3%A7%C3%A3o%20D.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="496" data-original-width="321" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTdc8rT52D1HyAu36YS4WYqgtLgKevYN1Hl73A-JisyAwdcmYsPzO8jxBuEXkCmiYLUR1nYSMZgY8xxbH-8DPDq2UXFtI16YIPH-sqbDUKB2WWUR-77SeuMIGgxaN7co6-R-QUuFg1mXoNd6hkDz5UUKovZhhkCiKkhEeTnSgnQCadObe7HKvvqw/s1600/Gera%C3%A7%C3%A3o%20D.jpg" /></a></div><div><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIhTsrd_QYSb1uPEUZYSimho4b6Y0zuxcYGlWwild0uz-WC_JPmRicedPqVK4h7xE0RBB1jNtMXdQWnr5sVyYAJfGZR4vz6eoEmmEJNoWVxWCYAZA6GUv9cTDlJ12qUSH0WJocGa_00ca5XS8hmImZRj0Cxqj39ReRARIfvicOVs0TGYlQ7lI/s198/Beja%20Santos-7.jpg" style="background-color: #f2ead3; clear: right; color: #e53319; float: right; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 12.87px; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="198" data-original-width="161" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIhTsrd_QYSb1uPEUZYSimho4b6Y0zuxcYGlWwild0uz-WC_JPmRicedPqVK4h7xE0RBB1jNtMXdQWnr5sVyYAJfGZR4vz6eoEmmEJNoWVxWCYAZA6GUv9cTDlJ12qUSH0WJocGa_00ca5XS8hmImZRj0Cxqj39ReRARIfvicOVs0TGYlQ7lI/s1600/Beja%20Santos-7.jpg" style="border: none; position: relative;" /></a>
<b><span style="font-size: large;">1.</span> Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, <a href="https://arquivo.pt/wayback/20150605213755/http://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial17_mapa_Bambadinca.html" style="color: #e53319; text-decoration-line: none;">Missirá, Finete e Bambadinca</a>, 1968/70), com data de 15 de Março de 2024:</b><br /><br /><b><i>
Queridos amigos, <br />
É uma agradável surpresa, Carlos de Matos Gomes é ele próprio, com infância, vida familiar, a decisão tomada de ser oficial do quadro permanente, a sua passagem por Angola, como combateu em Moçambique, faz um compasso de espera em Lisboa e oferece-se para a Guiné, aí contribuirá para o desempenho do MFA. E irá contar como se processou a sua participação no processo revolucionário. O leitor será subjugado do princípio ao fim, eviscera-se a instituição militar com os seus valores, a sua burocracia, contam-se histórias hilariantes, perdas humanas, e aquele jovem capitão pergunta-se seriamente o que estava a fazer ali. Perguntado sobre o que o movia, responderá: "Não tinha um pensamento crítico organizado, e isso não dizia nada. A tropa é a tropa, é a malta. É o que a gente tem de fazer, vamos a eles e tal, aquela conversa. A seguir à primeira comissão, quando não estava na guerra, estava na Escola Prática de Cavalaria a dar instrução. O que dizia aos jovens que andavam a tirar o curso de oficiais milicianos: 'Vamo-vos preparar para vocês não morrerem. Vão para lá, são obrigados a ir, é preciso é que não morram e voltem." Um livro primoroso, um abençoado complemento para tornar mais cristalino o romance Nó Cego, a indiscutível obra-prima absoluta da literatura da guerra colonial.<br />
<br />
Um abraço do <br />
Mário<br /></i></b><br />
<br /><b><span style="font-size: large;">
Porventura o testemunho mais eloquente sobre a guerra colonial e o depois,<br />
Palma de ouro para a literatura nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril (1)</span><br />
<br /><span style="font-size: medium;">
Mário Beja Santos</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQndB97XQi_GEQWBFvkU4yGZRUUaKKJPKU3QyMDVKBmB-o3Ua2ymZ3-EARk3MCHnPf8RUOovSAc7oDN1QtAjJMi474YTDwc2IYNTd4CpEQqz58-fpCMvcAPcBE9hpFwdWjBOodhyphenhyphenXP2g6QC6xcLlx1BJoo2t_0IT1QdnQGbgWZ00iLUPaI6VJiNw/s340/Carlos%20Matos%20Gomes.jpg" style="clear: right; display: block; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="340" data-original-width="283" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQndB97XQi_GEQWBFvkU4yGZRUUaKKJPKU3QyMDVKBmB-o3Ua2ymZ3-EARk3MCHnPf8RUOovSAc7oDN1QtAjJMi474YTDwc2IYNTd4CpEQqz58-fpCMvcAPcBE9hpFwdWjBOodhyphenhyphenXP2g6QC6xcLlx1BJoo2t_0IT1QdnQGbgWZ00iLUPaI6VJiNw/s320/Carlos%20Matos%20Gomes.jpg" /></a></div><span style="font-size: large;">C</span>arlos de Matos Gomes é o romancista Carlos Vale Ferraz, autor do romance mais influente de toda a literatura de guerra colonial. Agora muda de rosto, volta a ter perto de 20 anos, faz comissões em Angola, Moçambique e na Guiné, prepara muita gente para a guerra, pertenceu ao grupo mais ativo do MFA na Guiné. Posteriormente, envolveu-se no processo revolucionário, chegou a hora de fazer um balanço do que viveu e do que se lembra.<br />
<br />
Acaba de sair o seu livro de memórias <i>"Geração D, Da Ditadura à Democracia"</i>, agora é, sem margem para equívocos, Carlos de Matos Gomes, Porto Editora, 2024, um assombroso ecrã sobre as primícias da guerra, os seus bastidores, o funcionamento da hierarquia castrense, a burocracia, sobretudo o exame de consciência do que é que um oficial do quadro permanente ia assimilando nas matas e nos quartéis quanto ao tremendo equívoco que era procurar até ao desespero urdir uma ficção sobre a propaganda doutrinal do Estado Novo sobre uma “guerra justa” para aquele império com pés de barro. É esta a parte das memórias construídas com uma assombrosa arquitetura literária que aqui se procura, aos poucos, desvelar.<br />
<br />
Logo no arranque da obra, aquele jovem oficial é levado a pôr uma interrogação quem tem a espessura de um cataclismo moral, está no Tete:<br /><i>
“Num dia de maio de 1971, perguntei-me o que estava a fazer numa paisagem lunar, cinzenta e alaranjada, de rochas escaldantes, árvores de ramos secos, enquanto comia uma lata de conserva da ração de combate, sob uma temperatura superior a 40ºC, nas imediações dos morros de Cabora Bassa. Suava e afastava mosquitos. Não me queixava das condições da natureza. Prepara-me para a enfrentar e aos inimigos, mas chegara o momento das interrogações. Era um intruso. Que causas me haviam trazido até ali? Estar ali resultava da minha vontade e da minha liberdade, ou fora fruto de um conjunto de acasos, pelo que tanto podia estar naquele como noutro lugar ou situação, segundo o meu livre-arbítrio?”</i> <br />
<br />
E este jovem oficial que abriu o veio à consciência, apresenta-se:<br />
<i>“Tinha 24 anos, o posto de capitão comandante de uma companhia das tropas especiais, os Comandos, com o nome totémico de ‘Escorpiões’. Estava a terminar os dois anos de comissão. Chegara a Moçambique em 1969, como tenente, vindo do Centro de Instrução de Comandos de Angola, a casa-mãe daquelas tropas. Formara esta companhia em Montepuez com voluntários, havíamos combatido nas grandes operações do Norte em Cabo Delgado, no planalto dos Macondes. Os dirigentes da FRELIMO haviam decidido abrir a frente de guerra em Tete, e para ali viera eu enfrentá-los com os meus experientes, silenciosos e atentos comandos.”</i><br />
<br />
Está para ali acompanhado de duas equipas de pisteiros rodesianos, é costume fazerem operações conjuntas. Acompanha-o um desses seres humanos sujeito a duas causas:<br /><i>
“Perto de mim, um negro esfarrapado, descalço, magro, sem idade identificável, quase uma múmia de pele seca e escamada. O guia que a PIDE me tinha envergado para me levar ao acampamento dos guerrilheiros, vindos do Norte, que haviam atravessado o rio Zambeze. O negro, sentado sob os calcanhares, amarrado pela cintura a um soldado, comia em silêncio o que lhe tínhamos dado – mastigava lentamente, com a boca de lábios rebentados pela pancada no interrogatório de há dois dias, numa tenda, na povoação de Estima, na base dos morros do Songo, no quartel-general do Comando Operacional das Forças de Intervenção.<br />
Perguntei-me de novo o que fazia naquele fim do mundo, no interior de África, com um negro atado pela cintura a um soldado, transformando-o num moderno caçador de escravos e a mim num negreiro.<br /> Aquela não era a terra a que eu pertencia. Nada me ligava àquele negro, nem àquelas rochas, nem àquele sol abrasador, nem aos mosquitos que entravam pela boca, nem aos rodesianos brancos que mandavam os seus militares combater ao nosso lado, no lado de cá da nossa fronteira, para evitar que os guerrilheiros anti-apartheid realizassem ações do seu lado.<br />
Que causa me ligava àquele negro e aos homens que estavam sob o meu comando?”</i><br />
<br />
A PIDE insistia na existência de uma base naquela região, a missão era aniquilá-la. Depois de muito caminhar encontraram-se na orla de uma mata no fundo de um pequeno vale, não havia base nenhuma, escreve o autor, manda o soldado soltar o preso, houve quem perguntasse ao capitão se o guia devia ser abatido, o capitão disse que não. E disserta sobre o Exercício Alcora, um protocolo estabelecido entre a África do Sul, a Rodésia e Portugal, os brancos da África Austral sonhavam com a criação de um bloco branco. Depois do 25 de Abril, o autor teve a oportunidade de ler os relatórios secretos dos aliados rodesianos, pouco generosos para nós: que tínhamos pouca vontade de combater, que não perseguíamos rapidamente as forças da guerrilha.<br />
<br />
A graduação de memórias oscila entre o teatro de operações moçambicano e o curso que ele fez na Academia Militar, assim caminhamos para uma história brejeira, a da tropa de Lione, destacamento que distava poucos quilómetros em linha reta da fronteira com Maláui, vale a pena contar a história:<br /><i>
“A interpretação tática do comandante da companhia do Lione de não sair da quadrícula do seu aquartelamento, definida por uma ferrugenta rede de arame farpado pendurada em troncos apodrecidos, foi aceite como um facto pelo comando militar de Vila Cabral. Como tratar uma birra? O capitão miliciano comportava-se com a maior civilidade, revelava um espírito alegre, indiferença pela situação política, mandava vir revistas e jornais de Inglaterra e resumia o seu comportamento declarando que estava bem, na medida em que não podia estar pior. Se o punissem iria para outro local que seria, com elevada probabilidade, melhor do que o Lione.”</i> <br />
<br />
Carlos de Matos Gomes sai de Lione e vai em direção ao Malawi, cerca uma aldeia, quem lá vive não mostra temor, alguém se aproxima e se apresenta como polícia rural do Malawi. O capitão toma a decisão de pôr toda aquela gente numa coluna até Vila Cabral. Os comandos ficam petrificados quando dão conta do tremendo engano, aquela gente do Malawi após uma refeição oferecida foi reconduzida à sua terra-mãe. <br />
<br />
Procede com ironia quando nos fala no Dia da Raça, muda de agulha quando a narrativa se prende com o primeiro morto em combate:<br /><i>
“Embarcámos numa lancha de desembarque pequena da base de Metangula, que oficialmente albergava o Comando da Defesa Marítima dos portos do lago Niassa. Desembarcámos numa pequena praia com o percalço de a lancha ter ficado presa num tronco, o que nos obrigou a sair com água pelo peito e a lancha a fazer muito mais barulho com o esforço dos motores para se libertar. O assalto correu como correm os assaltos: um grupo cercou a base e outro entrou a disparar. Os guerrilheiros deviam esperar-nos e responderam. O Armando, um negro robusto, sereno e de poucas falas, era sipaio da administração e servia de intérprete entre nós e o Zé Palangué (guerreiro capturado). Foi atingido no peito e caiu à minha frente. Julgo que os guerrilheiros o quiseram visar. Pertencia à tribo dos ajaua, um dos grupos étnicos da região. O Zé Palangué podia ter fugido, mas manteve-se connosco, não sei por que razão. Integrou-se na comunidade de Meponda e no espírito português de cumprir regras segundo as conveniências, apesar de islamizado preferia as latas de conserva de chouriço em óleo de mendubi às de atum ou sardinhas. Iniciámos o difícil regresso pelos montes e vales das margens do lago, com o corpo do Armando para o entregarmos à família, com toda a dignidade. Eu tinha 20 anos e também cumpri a minha escala de trazer o Armando às costas, na maca improvisada com dois troncos e panos de tenda".</i></b><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD5SdBzVeLblX8mhyePQfOAD2Z5IlYDLJB4xK4R9seMUkkw_NWfM9ag65yP5fsVtOcAJnD6B9bR6glyWluFxDgw7BId0mn1VcUiS3tPoVcAuA-RazBLKLqrZjqKSICOu-UVrn9cqEAi_gHDFXQFdvq4-EEHJUGp8nHRTXj5ADHUSQxq41dsK-G4w/s1600/Cart%C3%A3o.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="363" data-original-width="624" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD5SdBzVeLblX8mhyePQfOAD2Z5IlYDLJB4xK4R9seMUkkw_NWfM9ag65yP5fsVtOcAJnD6B9bR6glyWluFxDgw7BId0mn1VcUiS3tPoVcAuA-RazBLKLqrZjqKSICOu-UVrn9cqEAi_gHDFXQFdvq4-EEHJUGp8nHRTXj5ADHUSQxq41dsK-G4w/s1600/Cart%C3%A3o.jpg" /></a></div><b>
(continua)</b><br />
____________<br />
<br />
<b>Nota do editor<br />
<br />
Último poste da série de 16 DE MARÇO DE 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25279-os-50-anos-do-23-de.html">Guiné 61/74 - P25279: Os 50 anos do 25 de Abril (2): O meu primo Luís Sacadura, furriel miliciano, natural de Alcobaça, hoje a viver nos EUA, estava lá, no RI 5, Caldas da Rainha, no 16 de marco de 1974, e mandou-me fotos dos acontecimentos (Juvenal Amado)</a></b>Carlos Vinhalhttp://www.blogger.com/profile/02513603707400841996noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-2086977446929264782024-03-18T18:48:00.007+00:002024-03-18T21:01:10.341+00:00Guiné 61/74 - P25284: A 23ª hora: Memórias do consulado do Gen Inf Bettencourt Rodrigues, Governador-geral e Com-chefe do CTIG (21 de setembro de 1973-26 de abril de 1974) - Parte XI: Nhala, 23 de abril, a última visita a um quartel no mato (António Murta, ex-alf mil, 2ª C/BCAÇ 4513, Nhala, 1973/74)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxZ14JXwjpBM7TMIKB2-qfWpCJjCwlNGUcGeFw2kMqy_3VMtlYzlUbORD8hS4gPKkGxlMiF8ak_qfsRfxsEMIEsC3n7nVvbiPJrwCiCLqDKKRNpweQklMYpF_WVHEvM816y9UcncmoYYMEztEC5_WmeRLwQb8Y5mRKojQm2UIiK-IpcNhyEHeH/s1423/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(6).JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="949" data-original-width="1423" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxZ14JXwjpBM7TMIKB2-qfWpCJjCwlNGUcGeFw2kMqy_3VMtlYzlUbORD8hS4gPKkGxlMiF8ak_qfsRfxsEMIEsC3n7nVvbiPJrwCiCLqDKKRNpweQklMYpF_WVHEvM816y9UcncmoYYMEztEC5_WmeRLwQb8Y5mRKojQm2UIiK-IpcNhyEHeH/w640-h426/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(6).JPG" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: georgia;"><span style="text-align: start;">Foto 4 > Guiné > Região de Tombali > Sector S2 (Aldeia Fomosa) > Nhala > 2ª C/BCAÇ 4513 (Nhala, 1973/74) > 23 de Abril d</span>e 1974 > Já no centro do aquartelamento o general dialoga com o cmdt de Nhala; de costas, o coronel Hugo da Silva, Chefe do Estado-Maior.</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: georgia;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5oAuZhXjQGdhflF5TzwdkvHp2jADh8DxiXEGoaHV_jw6aVpJOAoXBXT5w9yCSGpeTfsEIUGfitlIpFqXp-18DT5Y2r0grHuS98JbL0ciYEXYxKdbHHPsK5MwAKJVl8JqMOv7eLYK8y4yfSkJwylz_NNLr-Fe6taruzj1_NJ5e_jR9G7t9b9rt/s944/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(10)_v2.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="649" data-original-width="944" height="440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5oAuZhXjQGdhflF5TzwdkvHp2jADh8DxiXEGoaHV_jw6aVpJOAoXBXT5w9yCSGpeTfsEIUGfitlIpFqXp-18DT5Y2r0grHuS98JbL0ciYEXYxKdbHHPsK5MwAKJVl8JqMOv7eLYK8y4yfSkJwylz_NNLr-Fe6taruzj1_NJ5e_jR9G7t9b9rt/w640-h440/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(10)_v2.JPG" width="640" /></a></div><br />Foto 8 > Guiné > Região de Tombali > Sector S2 (Aldeia Fomosa) > Nhala > 2ª C/BCAÇ 4513 (Nhala, 1973/74) > 23 de Abril de 1974 > Diálogo à porta do cmdt de companhia, com a presença de um "homem grande" que deve ser um “notável” da tabanca, mas de que não me recordo.</span></div><span style="font-family: georgia;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0wG9pYXQ8uT6qTtczPvEga41FCQA2l1T0dDpkvzRIc01_Mqrr0dEsHgldLuwBcROjpCIQtKYHuJvhTtcCZGMK34UWx4X45AEoBp65b5L2ti3lWq_0o-w0sVmHYYRmsfKzIBUvgj5puSqD78FezS4TWdkfT5BKItyYtsGOVUEhVVgXH7jHwNw6/s1368/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(18)_v2.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="957" data-original-width="1368" height="448" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0wG9pYXQ8uT6qTtczPvEga41FCQA2l1T0dDpkvzRIc01_Mqrr0dEsHgldLuwBcROjpCIQtKYHuJvhTtcCZGMK34UWx4X45AEoBp65b5L2ti3lWq_0o-w0sVmHYYRmsfKzIBUvgj5puSqD78FezS4TWdkfT5BKItyYtsGOVUEhVVgXH7jHwNw6/w640-h448/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(18)_v2.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /></span><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Foto 11 > Guiné > Região de Tombali > Sector S2 (Aldeia Fomosa) > Nhala > 2ª C/BCAÇ 4513 (Nhala, 1973/74) > 23 de Abril de 1974 > As visitas preparam-se para partir; oo volante do jipe, o cmdt do Batalhão, ten cor Carlos Ramalheira e, ainda a subir, à esquerda, o cmdt de Operações, capitão Cerveira; de cigarro, à direita, o coronel Hugo da Silva; no jipe de trás o resto da comitiva, apenas se reconhecendo ao volante o major Dias Marques; a comitiva dirigiu-se a Aldeia Formosa, onde o general almoçou regressanmdo logo a seguir a Bissau.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Fotos (e legendas): © António Murta (2015). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b>1. Terá sido mesmo a última visita que o Com-Chefe, gen Bettencourt Rodrtigues, fez a guarnições no mato: referimo-no à sua ida ao Sector S2, e nomeadamente a Aldeia Formosa e Nhala. Chegou de manhã, visitou a frente de trabalhos da estrada Aldeia Formosa-Buba, e regressou a Bissau depois do almoço.</b></span><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span><div><span style="font-family: georgia;">O nosso camarada António Murta, ex-alf mil, 2ª C/BCAÇ 4513 (Nhala, 1973/74) tem uma reportagem completa sobre a visita a Nhala (*). Selecionámos 11 das suas 18 fotos, para esta série de "A 23ª hora" (**)</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><b><span style="font-family: georgia;">2. Excertos do poste de </span><span style="font-family: georgia;">1 de dezembro de 2015 > </span><a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2015/12/guine-6374-p15432-caderno-de-memorias.html" rel="nofollow" style="font-family: georgia;">Guiné 63/74 - P15432: Caderno de Memórias de A. Murta, ex-Alf Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513 (31) (1): Dia 23 de Abril de 1974, visita do General Bettencourt Rodrigues a Nhala</a> (*)</b></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b>(i) Apontamento: O general Bettencourt Rodrigues.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span><div><span style="font-family: georgia;">O General Bettencourt Rodrigues foi um militar brilhante e teve uma carreira longa e preenchida de altos cargos, ensombrada apenas por um final inesperado e sem glória, quem sabe, por preferir manter-se coeso com os seus ideais a aderir ao Movimento das Forças Armadas que acabara de depor o governo de Lisboa. </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Por via deste desfecho, nunca saberemos que impacto teria a sua acção na administração da Guiné e no evoluir da guerra que, naquela época e nalguns sectores, atingia estádios decisivos e preocupantes, mormente no meu Sector S-2, (com informações ainda muito secretas mas alarmantes sobre os planos do PAIGC), como mais tarde darei conta.(...)</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /><br /><b> (ii) História da Unidade do BCAÇ 4513:</b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i>(...) "23Abr74 – Pelas 08h00 chegou a Aldeia Formosa Sua Excelência o General e Comandante-Chefe, acompanhado pelo seu Chefe do Estado Maior Cor Hugo da Silva, Comandante do BENG ten cor Maia e Costa, e ajudante de campo, a fim de visitarem a frente de trabalhos da estrada Aldeia Formosa - Buba. </i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i>Depois de serem prestadas as honras do estilo, Sua Excelência percorreu demoradamente o aquartelamento, apreciando as obras em curso. Depois de um briefing no Gabinete de Operações, e acompanhado pelo Comandante e 2º Comandante do Batalhão e restante comitiva deslocou-se à frente de estrada e ao aquartelamento de Nhala.</i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i>Na frente de trabalhos reuniu-se com o pessoal de Engenharia, a qual felicitou pelo trabalho desenvolvido. Após esta visita regressou a Aldeia Formosa, onde almoçou, seguindo depois do mesmo para Bissai. (...)."</i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b>(iii) Das minhas memórias desse dia:</b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br />(...) 23 de Abril de 1974, terça-feira: A visita do General.<br /><br />A visita do General Bettencourt Rodrigues a Aldeia Formosa e a Nhala foi, provavelmente, a última que fez na Guiné na qualidade de Comandante-Chefe. </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Pareceu-me uma pessoa muito acessível, afável e atenta aos problemas que lhe eram colocados. Mas foi a impressão de um contacto muito breve.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br />Nas imagens que mostrarei a seguir, “reportagem” que não é de todo exaustiva, pode notar-se uma certa ausência de tropa em Nhala, pela mesma razão da ocorrida aquando da visita da Cilinha, mas que não referi no relato que dela fiz. Essa ausência deve-se ao que a História da Unidade do BCAÇ 4513 expressa sem rodeios:<br /><br /><i>“(...) 23Abr74 – (...). Em virtude da visita de Sua Excelência o Comandante-Chefe, foi montado na estrada Aldeia Formosa-Buba um dispositivo especial de segurança, com forças da 1.ª CCAÇ, 2.ª CCAÇ, 3.ª CCAÇ/4513, CART 6250”.(...)</i><br /><br />Como última nota referente a este dia, diz ainda o seguinte a História da Unidade:</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i>“Pelas 22h30 Gr IN destruiu um pontão da estrada alcatroada Buba-Nhala, em região XITOLE 2 G 7-39”.</i><br /><br />Mas o senhor General já não ouviria o grande estouro, recatado em Bissau para onde regressou após ter almoçado em Aldeia Formosa. (...)</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS-kDCDWJlu6DPlnZpb4j5sN3IToBZoZEgu8XH3PBJwEcIy5dukcwJBAlx9BYtxtXVnSm20tfn_B4GQR0aopdhF_cW7D6n-6fdUamK5m-bwgpssqZ2aRkuVOCLj9UDsEKByqiOmYcSUfDnmCClT7BncbzK3dGj3n39K8g7ZDSI1NM1yvdvYVEv/s1010/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(2)_v2.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="697" data-original-width="1010" height="442" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS-kDCDWJlu6DPlnZpb4j5sN3IToBZoZEgu8XH3PBJwEcIy5dukcwJBAlx9BYtxtXVnSm20tfn_B4GQR0aopdhF_cW7D6n-6fdUamK5m-bwgpssqZ2aRkuVOCLj9UDsEKByqiOmYcSUfDnmCClT7BncbzK3dGj3n39K8g7ZDSI1NM1yvdvYVEv/w640-h442/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(2)_v2.JPG" width="640" /></a></div><br />Foto 1 > Guiné > Região de Tombali > Sector S2 (Aldeia Fomosa) > Nhala > 2ª NC/BCAÇ 4513 (Nhala, 1973/74) > 23 de Abril de 1974 > Chegada do gen Bettencourt Rodrigues às imediações do aquartelamento, descendo a base recente da estrada nova; na frente do jeep, preparando-se para descer, o comandante do BCAÇ 4513, ten cor Carlos Alberto Ramalheira.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidcjb1EV0jFLYzquAUcXQ4jNcD0ERnw2QFnLbHpJUlTcbMvoHQKuFkE0dg6cypT0VPE1RdttTpQth6DhjfcNCBBPVBT8O5rlUbjySKqXUsxEsFHyBKt_EyDc-fR7ySfUc5b9MyG9v7GEqIPU0We9dXtX58ya1JjmrBeW5QFTK-0MAZFQrSiC5g/s1776/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(3)_v2.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1169" data-original-width="1776" height="422" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidcjb1EV0jFLYzquAUcXQ4jNcD0ERnw2QFnLbHpJUlTcbMvoHQKuFkE0dg6cypT0VPE1RdttTpQth6DhjfcNCBBPVBT8O5rlUbjySKqXUsxEsFHyBKt_EyDc-fR7ySfUc5b9MyG9v7GEqIPU0We9dXtX58ya1JjmrBeW5QFTK-0MAZFQrSiC5g/w640-h422/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(3)_v2.JPG" width="640" /></a></div><br />Foto 2 > Guiné > Região de Tombali > Sector S2 (Aldeia Fomosa) > Nhala > 2ª C/BCAÇ 4513 (Nhala, 1973/74) > 23 de Abril de 1974 > Depois das honras militares o general cumprimenta o cmdt de Nhala, Cap Braga da Cruz, da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513. Atrás de si, o Oficial de Dia, Alf Mil Campos Pereira.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhubYiVXAr0axuzz4LwUrVy67DbeYrKe58x2pPU8SXTqM0m5Rp5O1CPZNHz5vuxrRjzPlUsaR1fr1TPaVu4dbcuVBofLu4EbDlFlemltCh3Pofvy9Tm4Prf8JNTXamTjlQm7wevq2fkz1q2ILxUDxsMAb8xhsfqF6PZ3o_GjziGbPINxakI7CZ2/s1066/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(4)_v2.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="744" data-original-width="1066" height="446" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhubYiVXAr0axuzz4LwUrVy67DbeYrKe58x2pPU8SXTqM0m5Rp5O1CPZNHz5vuxrRjzPlUsaR1fr1TPaVu4dbcuVBofLu4EbDlFlemltCh3Pofvy9Tm4Prf8JNTXamTjlQm7wevq2fkz1q2ILxUDxsMAb8xhsfqF6PZ3o_GjziGbPINxakI7CZ2/w640-h446/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(4)_v2.JPG" width="640" /></a></div><br />Foto 3 > Guiné > Região de Tombali > Sector S2 (Aldeia Fomosa) > Nhala > 2ª C/BCAÇ 4513 (Nhala, 1973/74) > 23 de Abril de 1974 > A comitiva dirige-se para o aquartelamento. À esquerda da imagem o coronel Hugo da Silva, Chefe do Estado-Maior, cumprimenta o Oficial de Dia. Em primeiro plano, de Kalashnikov, o tenente Ajudante de Campo. E guarda-costas, pareceu-me.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzAwNDHvObnN6W1VkgIBRAj7qkXm_iACfEj2mkZfd18t6buxCfaFgo1mj5HZQHejsoCn8Z24gcem_Yeo_qxH_Ei2Rjk0BaCFwR-fs-xCFGr51QEZjPgKe2TICVyKlsaMw-QDdfjC7rwWBsSJKoeNojadSEUGCF9C5VXF65L4cNoTSd-cnlh7Ks/s1137/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(7)_v2.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="952" data-original-width="1137" height="536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzAwNDHvObnN6W1VkgIBRAj7qkXm_iACfEj2mkZfd18t6buxCfaFgo1mj5HZQHejsoCn8Z24gcem_Yeo_qxH_Ei2Rjk0BaCFwR-fs-xCFGr51QEZjPgKe2TICVyKlsaMw-QDdfjC7rwWBsSJKoeNojadSEUGCF9C5VXF65L4cNoTSd-cnlh7Ks/w640-h536/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(7)_v2.JPG" width="640" /></a></div><br />Foto 5 </span> > Guiné > Região de Tombali > Sector S2 (Aldeia Fomosa) > Nhala > 2ª C/BCAÇ 4513 <span style="text-align: start;">(Nhala, 1973/74) ></span> 23 de Abril de 1974 ><span style="text-align: left;"> O tenente guarda-costas (que ostenta o crachá dos cmds na boinma, e está equipado com uma Kalash), aproveita para ler uma carta chegada da Metrópole, quero crer. Porquê? Porque o envelope é debruado pelo tracejado característico do correio aéreo.</span></span></div><span style="font-family: georgia;">~</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGkVa6eNK4MmFWeZYoH027CLsYdbVW1AtVXcAXZftPkz7flqyVfMpbuA3e1nIvZiMuLQ0a0KBaSDT21d-wrjCZKatqbjp0bN6kTgHtFWwROt89Hc_URbUSEpI68zfzri-se0W6tfa-xcD0ukNXWYl06mVx5B5BC3E-YMfJs0CXe2kpeZEk6twC/s1738/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(8)_v2.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1738" height="442" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGkVa6eNK4MmFWeZYoH027CLsYdbVW1AtVXcAXZftPkz7flqyVfMpbuA3e1nIvZiMuLQ0a0KBaSDT21d-wrjCZKatqbjp0bN6kTgHtFWwROt89Hc_URbUSEpI68zfzri-se0W6tfa-xcD0ukNXWYl06mVx5B5BC3E-YMfJs0CXe2kpeZEk6twC/w640-h442/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(8)_v2.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /></span><div><span style="font-family: georgia;">Foto 6 <span style="text-align: center;"> > Guiné > Região de Tombali > Sector S2 (Aldeia Fomosa) > Nhala > 2ª C/BCAÇ 4513 <span style="text-align: start;">(Nhala, 1973/74) ></span>23 de Abril de 1974 > </span>Por uma mania que ainda uso quando calha, fechei num círculo visitantes e anfitriões. De bigode, fitando-me, o mjor Dias Marques, que percebeu a maldade (inocente, diga-se), parece pensar: "Lá está este gajo outra vez com as suas maluqueiras"...</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQXNl17jrdBpPNz7RP1eJplSycteMoF1rafytmqXG4G69XimaeQfjglr7p1JL0JY0LcjblvZ2WtEYlfa2FObZEfs8uz6X3E_M52dPZEY6h4-lYpMy1O9NZa7B3LjXikuqysyfKQ_r-IeVLHaqn_yqV9Spl2_pSls_tIoBddCnHCBRkgP_FtF5J/s960/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(9)_v2.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="608" data-original-width="960" height="406" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQXNl17jrdBpPNz7RP1eJplSycteMoF1rafytmqXG4G69XimaeQfjglr7p1JL0JY0LcjblvZ2WtEYlfa2FObZEfs8uz6X3E_M52dPZEY6h4-lYpMy1O9NZa7B3LjXikuqysyfKQ_r-IeVLHaqn_yqV9Spl2_pSls_tIoBddCnHCBRkgP_FtF5J/w640-h406/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(9)_v2.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br />Foto 7 <span style="text-align: center;"> > Guiné > Região de Tombali > Sector S2 (Aldeia Fomosa) > Nhala > 2ª C/BCAÇ 4513 <span style="text-align: start;">(Nhala, 1973/74) ></span> 23 de Abril de 1974 > </span>Após inspecção ao depósito de géneros (com cão a sair), da responsabilidade do fur mil vagomestre Sebastião Oliveira.</span></div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs0Dd3Ax2-19ZE0qhMNkkXDJUK81XoigtKmY_6bmCHqLQSD5ti2-pkSs5ovSU1k97KZS5h3CI9S6zbbTVPYlQboesen1cjJNt_or4KeKcOwMP3fajs9bmSHRy_m_tyCiRNQyu7Dtfb8_KsMNyraq8sxhaMfVanKrx_X8EVkCPKA-Rms2Th6R3j/s1309/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(14)_v2.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="928" data-original-width="1309" height="454" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs0Dd3Ax2-19ZE0qhMNkkXDJUK81XoigtKmY_6bmCHqLQSD5ti2-pkSs5ovSU1k97KZS5h3CI9S6zbbTVPYlQboesen1cjJNt_or4KeKcOwMP3fajs9bmSHRy_m_tyCiRNQyu7Dtfb8_KsMNyraq8sxhaMfVanKrx_X8EVkCPKA-Rms2Th6R3j/w640-h454/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(14)_v2.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2TTfz0fcygJLNZcc7SYC1rCTSSIVe2Q4tDwxOkvbz_2Mk776YYIFhXWQlwfv4L32XcrFyrXR3MufSpJnjnnrItVwuqqqPtR-XDZEGBSgtel_pBLB3zwtIN5zrJwpO1_ViHzWX7CWAJmQz_k-Gc-LdlWfCM2MnMoaoWL0nZS_1sAb-xUikdURF/s1387/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(17)_v2.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="962" data-original-width="1387" height="444" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2TTfz0fcygJLNZcc7SYC1rCTSSIVe2Q4tDwxOkvbz_2Mk776YYIFhXWQlwfv4L32XcrFyrXR3MufSpJnjnnrItVwuqqqPtR-XDZEGBSgtel_pBLB3zwtIN5zrJwpO1_ViHzWX7CWAJmQz_k-Gc-LdlWfCM2MnMoaoWL0nZS_1sAb-xUikdURF/w640-h444/Guine_Antonio_Murta_Nhala_%201974-04-23_%20Gen%20B%20Rodrigues%20(17)_v2.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br />Fotos 9/10 <span style="text-align: center;"> > Guiné > Região de Tombali > Sector S2 (Aldeia Fomosa) > Nhala > 2ª C/BCAÇ 4513 <span style="text-align: start;">(Nhala, 1973/74) ></span> 23 de Abril de 1974 ></span> Outro homem grande chega-se à conversa, enquanto começam a aparecer as mulheres da tabanca com ar decidido, começa o ajuntamento popular movido pela curiosidade e pelo tributo de honra ao homem grande da tropa, <i>manga de ronco;</i> j</span><span style="font-family: georgia;">á não vai haver hipótese de reunir no gabinete; tudo irá a “despacho” ali à porta.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><i><span style="font-family: georgia;"> (Seleção, revisão / fixação de texto, edição parcial e renumerção das fotos: LG)</span></i></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">_______________</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br />Notas do editor: <br /><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">(*) Vd. poste de 1 de dezembro de 2015 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2015/12/guine-6374-p15432-caderno-de-memorias.html" rel="nofollow">Guiné 63/74 - P15432: Caderno de Memórias de A. Murta, ex-Alf Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513 (31) (1): Dia 23 de Abril de 1974, visita do General Bettencourt Rodrigues a Nhala</a></span></div><div><span style="font-family: georgia;">(**) Último poste da série > 8 de março de 2024 > </span><a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25249-23-hora-memorias-do.html" style="font-family: georgia;">Guiné 61/74 - P25249: A 23ª hora: Memórias do consulado do Gen Inf Bettencourt Rodrigues, Governador-geral e Com-chefe do CTIG (21 de setembro de 1973-26 de abril de 1974) - Parte X: as directivas do último trimestre de 1973</a></div><div><span style="font-family: georgia;"><br />Vd poste anterior: 7 de março de 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25245-23-hora-memorias-do.html">Guiné 61/74 - P25245: A 23ª hora: Memórias do consulado do Gen Inf Bettencourt Rodrigues, Governador-geral e Com-chefe do CTIG (21 de setembro de 1973-26 de abril de 1974) - Parte IX: O adeus a Aldeia Formosa, onde também tinha um sobrinho, madeirense [Fernando Costa (1951-2018), ex-fur mil trms, e músico, CCS/BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa, março de 1973/ setembro de 1974)]</a></span><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span><br /></div></div></div></div>Tabanca Grande Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-744755806140777802024-03-18T17:39:00.012+00:002024-03-18T17:45:11.892+00:00Guiné 61/74 – P25283: Efemérides (431): 51º Aniversário de instruendos que passaram pelo CIOE, em Penude, Lamego (José Saúde) <p><b></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijjROc8GcFKHWJbwIRKzRGgV8yvl0zPyly8TMnTUT3qAgEh74PKAPRjz0lBCcoYlvDu5EQHt6dHT0pMCX-hFdTzJJm5oU-fyGb2-nD4ftuJ6LJMQ7u2mf4-DZFztMRQcHR-DrgoQP6xWQtYYmX6i-ziv8w9dwVzieWjOqUZdwVsLcNRRUWx9_x6g/s200/ze%20Saude%20civil.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="200" data-original-width="160" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijjROc8GcFKHWJbwIRKzRGgV8yvl0zPyly8TMnTUT3qAgEh74PKAPRjz0lBCcoYlvDu5EQHt6dHT0pMCX-hFdTzJJm5oU-fyGb2-nD4ftuJ6LJMQ7u2mf4-DZFztMRQcHR-DrgoQP6xWQtYYmX6i-ziv8w9dwVzieWjOqUZdwVsLcNRRUWx9_x6g/w320-h400/ze%20Saude%20civil.JPG" width="320" /></a></b></div><b><span face=""Trebuchet MS",sans-serif" style="color: blue; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></b><p></p><p><b><span face=""Trebuchet MS",sans-serif" style="color: blue; mso-bidi-font-family: Arial;">1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur
Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos
a seguinte mensagem.</span></b></p><span style="font-family: trebuchet;"><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">13º Convívio de camaradas do 1º Curso/Turno de 1973, de Penudo/Lamego</span></b></div><br />Um tempo, sem tempo, que ainda ousa reunir camaradas de armas e seus familiares<br /><br />Não obstante os agrestes e eventuais contratempos que porventura nos surgem pelo caminho, existe, porém, a certeza que quando o “comandante” Alberto Grácio toca o reunir as tropas, 1º Curso/Turno de 1973 de Operações Especiais/Ranger em Penude/Lamego, nós antigos militares e combatentes da antiga guerra colonial que se espalhou por Angola, Moçambique e Guiné, respondemos, com prontidão e, num tom fortemente unissonante, respondemos: SIM, presente!<br /><br />Desta feita, o evento, o 13º, teve lugar em Palmela e por lá apareceram muitos camaradas, sendo que alguns deles se fizeram acompanhar por familiares. Foi, no fundo, trazer às nossas reminiscências o que fora a dureza de uma especialidade que nos acompanhou ao longo das nossas vivências militares, assim como o palco de guerra por onde andámos. <br /><br />Ali falou-se de tudo um pouco. Dos bons e dos maus momentos pelos quais passámos. Éramos jovens e essa postura militar, sendo então obrigatória, foi-nos mais enriquecida pela passagem pelos Rangers, que nos deu novas “armas” para enfrentarmos as mais díspares situações que nos surgiram pela frente nos campos onde as batalhas naturalmente proliferavam.<br /><br />Mas o mundo no qual hoje vivemos, a guerra, aquela em que os vossos avós e pais foram obrigados em participar, são agora guardados em baús onde essas memórias foram paulatinamente corroídas com o evoluir das épocas passadas, ainda que elas não sejam assim tão distantes no tempo. Todavia, existe uma nuvem negra que tenta escamotear a realidade pela qual infalivelmente passámos. <br /><br />Atualmente o pouco que resta a este povo português, que parece esquecido do recente conflito armado em terras de além-mar, sejam relatos escritos em livros que avivam as memórias dos ainda interessados numa valorização dos seus conhecimentos pessoais.<br /><br />Catarina Gomes, jornalista/escritora, trouxe a público um livro chamado “Pai, tiveste medo? Uma obra que cita, precisamente o camarada Gomes, já falecido, pertencente ao nosso Curso, 1º de 1973, que prestou serviço militar em Angola, como alferes. Paz à tua alma, camarada. Ah, houve um momento em que se fez silêncio pela tua inesperada partida. Ficou o simplório gesto dos companheiros com os quais partilhaste as dificuldades, físicas e mentais, no sopé da Serra das Meadas. Nós, os teus camaradas, já septuagenários, que, por ora, continuam a fazer peso à terra, prosseguirão essa divina missão em rever os presentes e, singelamente, recordar os ausentes, isto é, aqueles que um dia partiram para o infalível caminho rumo a outros nimbos, mas com outras dimensões, sendo estas deveras cruéis.<br /><br />Amigos de sempre e para sempre, lembremo-nos que as vidas, sendo demasiado curtas, serão, contudo, elevadas com celebridade enquanto as nossas vozes solfejem o condão de estarmos vivos. Para trás ficaram memórias, de todo inesquecíveis, numa guerra que nos foram demasiado cruéis, quer em Angola, Moçambique ou Guiné, onde muitos destes camaradas presentes no evento por lá militaram. <br /><br />Que venha o próximo Convívio, este a Norte! <br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEihNEgRTfzCTxT9ziqIrThGC5R1BQ7OlCw0-8EyjtWt1Io4nu9dBvkgmgbZ9Uu1Ym0W1-qT_SQQnEvnIdvQNS57RGEJulX34-2mEGRC3j1ZUntDd9gqTm-9KgBZ18uhD2d40zUPsXo9rOdQoFlbObtS3RkKcTT_83O08PywPst8VDBnL_sfKeSDHA"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEihNEgRTfzCTxT9ziqIrThGC5R1BQ7OlCw0-8EyjtWt1Io4nu9dBvkgmgbZ9Uu1Ym0W1-qT_SQQnEvnIdvQNS57RGEJulX34-2mEGRC3j1ZUntDd9gqTm-9KgBZ18uhD2d40zUPsXo9rOdQoFlbObtS3RkKcTT_83O08PywPst8VDBnL_sfKeSDHA=w640-h364" /></a><br /><br />Eu, Zé Saúde, com o meu companheiro por terras de Gabu, Guiné, Rui Álvares, onde comandamos, em simultâneo, o mesmo grupo de intervenção<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg4Li9_qpr42SYu4K97kNxDmId5E-dKspjfHLN0XtHrGi48Q9ZNtcGoOX89-WYdIofO99XDdhyXLnD0jMxJ3NafTZILfJnPuFJuQ3QF5swzxvhxkPqLkyYDfofAksl8pr7gg2bD4TcjYMW9RZ2OUrYRCoD-QNEgfIOpNFmKovKHBSgxE_PHxbbnaA"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg4Li9_qpr42SYu4K97kNxDmId5E-dKspjfHLN0XtHrGi48Q9ZNtcGoOX89-WYdIofO99XDdhyXLnD0jMxJ3NafTZILfJnPuFJuQ3QF5swzxvhxkPqLkyYDfofAksl8pr7gg2bD4TcjYMW9RZ2OUrYRCoD-QNEgfIOpNFmKovKHBSgxE_PHxbbnaA=w640-h521" /></a><br /><br />Alberto Grácio, o “Comandante” em pleno campo de “batalha” e a preparar as “armas” para um “assalto à mão” a uma mesa recheada de “rações de combate”. Grácio, um antigo combatente na Guiné <br /><br /> <br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg7S8z0cNQ365aIK8WcD3J5OO8Hkrw0zNHcGHNbhplGVSV7cADiO0IEaYhOsPGhlftvnODrz-S7AuVL2p5EXceg-lRZQ6DWT1kKAwbM8PuZxSAWsPDtRBJX_9VJsKhb5w2KSp8sUwk46EPggbwq6jdAntgxCo8qh3wQeA4IbKwjPeZosmZg9L0EkA"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg7S8z0cNQ365aIK8WcD3J5OO8Hkrw0zNHcGHNbhplGVSV7cADiO0IEaYhOsPGhlftvnODrz-S7AuVL2p5EXceg-lRZQ6DWT1kKAwbM8PuZxSAWsPDtRBJX_9VJsKhb5w2KSp8sUwk46EPggbwq6jdAntgxCo8qh3wQeA4IbKwjPeZosmZg9L0EkA=w640-h539" /></a><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiawtujyQWs4ke9v-EjKiCD8pqxRRLYca_n-4hck9rIaRPtkwc7ZSNoOyhLB4De_8uL7HAQpWkTnSUqPP1t-uB7jJ9duYGk61OJMIKeDt-OrQuMtiN9Advs35EbehBdPK_i5C79Fq3CpEIJa-IBalCPzOPNOl9gcji67oD06F8y_8ph5jhRjXfJUw"><img height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiawtujyQWs4ke9v-EjKiCD8pqxRRLYca_n-4hck9rIaRPtkwc7ZSNoOyhLB4De_8uL7HAQpWkTnSUqPP1t-uB7jJ9duYGk61OJMIKeDt-OrQuMtiN9Advs35EbehBdPK_i5C79Fq3CpEIJa-IBalCPzOPNOl9gcji67oD06F8y_8ph5jhRjXfJUw=w507-h640" width="507" /></a><br /><br /><br />Catarina Gomes, jornalista/escritora, esteve presente e deu a conhecer um dos seus livros:<br /><br />Pai, tiveste medo?<br /><br />Os convivas <br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg09vHt9MBSwhd1nnaG0USFLVxL94l085u-nZiGND6Vj168b98X6SHWbo0o9R_Y265CwpHunGpzG-IxrZypEWXcEjS3ceRcUXtdt_ir57RE6TLHt3T7ulJfEyWeZ3z0Q8xhrTLWiESB3nH0zvFDli6XzIZt-IOcp5sQC517W5jPrk8Y0B54jvXRoA"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg09vHt9MBSwhd1nnaG0USFLVxL94l085u-nZiGND6Vj168b98X6SHWbo0o9R_Y265CwpHunGpzG-IxrZypEWXcEjS3ceRcUXtdt_ir57RE6TLHt3T7ulJfEyWeZ3z0Q8xhrTLWiESB3nH0zvFDli6XzIZt-IOcp5sQC517W5jPrk8Y0B54jvXRoA=w640-h426" /></a> <br /><br />Uma outra parte da sala <br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEirR5KqZge2xJuK3tHa-bEyplI8d5a03AUfQclrb7nvbNDiyVPB7XuLo_bCf_ZWuy9Hh73nWNNSZCkfY82TPzcsTtD6gcsT0WxjB-KrQA5b_UuqTElmhqEy-zGz-5IDxYpIMdb5zRmC_olephGR3l0sxb8_gS7yGizW9c_E-h6Qn9ruO98r1HPsXw"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEirR5KqZge2xJuK3tHa-bEyplI8d5a03AUfQclrb7nvbNDiyVPB7XuLo_bCf_ZWuy9Hh73nWNNSZCkfY82TPzcsTtD6gcsT0WxjB-KrQA5b_UuqTElmhqEy-zGz-5IDxYpIMdb5zRmC_olephGR3l0sxb8_gS7yGizW9c_E-h6Qn9ruO98r1HPsXw=w640-h499" /></a><br /><br />Catarina Gomes a partir o bolo do nosso 13º Convívio </span><div><span><span style="font-family: trebuchet;"><br /><span style="font-size: medium;">Abraços camaradas e um até breve.</span><br /><span style="font-size: medium;">José Saúde</span><br /><span style="font-size: medium;">Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523</span><br /><span style="font-size: medium;">___________</span></span>
</span><p class="MsoNoSpacing"><span face=""Trebuchet MS",sans-serif" style="mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: medium;">Nota de M.R.:<span style="background: rgb(242, 234, 211);"><o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span face=""Trebuchet MS",sans-serif" style="color: #333333; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="font-size: medium;">Vd. últimos postes desta série em:</span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span face=""Trebuchet MS",sans-serif" style="mso-fareast-language: PT; text-transform: uppercase;">26 DE FEVEREIRO DE 2024 > </span><a name="8706222619658997077"></a><b><span face=""Trebuchet MS",sans-serif" style="mso-fareast-language: PT;"><a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/02/guine-6174-p25214-efemerides-430-o.html"><span style="color: #cc4411;">Guiné 61/74 - P25214: Efemérides (430): O "making
of" do livro de Spínola, "Portugal e o Futuro", publicado há 50
anos (revelações do biógrafo, Luís Nuno Rodrigues)</span></a><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 13.5pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Trebuchet MS",sans-serif" style="color: #333333; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p></div>Eduardo J.M. Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/11788153894877896960noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-47978231071394655402024-03-18T08:33:00.005+00:002024-03-18T09:59:12.263+00:00Guiné 61/74 - P25282: Manuscrito(s) (Luís Graça) (247): Quando os ventos sopravam em Assuão...<span style="font-family: georgia; font-size: medium;"> <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-cu5zJUEfrt_M3n2manW-KLLHy1qGtizaacMyCuU_BREGnRDkGL-ZtcmXXMEOZ_tF9Ctd5K98SVYA_rncnErTX2Tv7VC4Fxrpjegw8MwCybJX5b1FbSuIIGExBF_L82kOwJfbsajQKkZZwPMvaUOMC-xCQkGBA2rqUukVzEzB8A2D2xtJt2ql/s2268/Ramsis,_Aswan_Governorate,_Egypt_-_panoramio.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1701" data-original-width="2268" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-cu5zJUEfrt_M3n2manW-KLLHy1qGtizaacMyCuU_BREGnRDkGL-ZtcmXXMEOZ_tF9Ctd5K98SVYA_rncnErTX2Tv7VC4Fxrpjegw8MwCybJX5b1FbSuIIGExBF_L82kOwJfbsajQKkZZwPMvaUOMC-xCQkGBA2rqUukVzEzB8A2D2xtJt2ql/w640-h480/Ramsis,_Aswan_Governorate,_Egypt_-_panoramio.jpg" width="640" /></a></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><b><div style="text-align: center;"><b>Egito > Assuão > Templos de Abu-Simbel > Cortesia de <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Abul-Simbel" rel="nofollow">Wikipedia</a> e </b><a href="https://web.archive.org/web/20161013233830/http://www.panoramio.com/photo/27079522" rel="nofollow"><b>Panoramio (foto)</b></a></div></b><a href="https://web.archive.org/web/20161013233830/http://www.panoramio.com/photo/27079522" rel="nofollow"><br /></a></span><div> </div><div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b><span style="font-size: large;">Quando os ventos sopravam em Assuão era verão</span></b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: large;"><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: large;"><b><i>por Luís Graça</i><br /></b></span><br /></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Aqui o verão era fértil,<br />O verão era fútil,<br />O verão era fértil em coisas fúteis.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Fértil no Vale do Nilo, fútil em Abu Simbel.<br /><br />Era no Verão que se comia melancia ao quilo,<br />E, enquanto amadureciam as tâmaras,<br />Vendia-se a inultura geral a granel </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Em folhas de falso papiro:</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><i>... "Welcome, sejam bem vindos a Assuão!"</i><br /><br />Senhores e senhoras do Norte, </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Em agosto resiste-se melhor </b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>À melancolia do entardecer em África,<br />Bem como ao medo das câmaras escuras da morte,<br />Na linha do horizonte, abaixo do Trópico de Câncer.<br /><br />Em Abu Simbel, o verão era ostentação.<br />Tu preferias os óstracos<br />Onde o operário de Deir el-Medina<br />Falava da sua condição,<br />De produtor, de artesão,<br />De construtor de túmulos,</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>De escultor de esfinges, <br />De guardador de segredos,<br />De malandro e de grevista,<br />De salteador e de ladrão,<br />De violador de medos<br />E de barqueiro Caronte.<br /><br />Tu sempre achaste que esta estação não rimava com poesia.<br />Mas tu não eras o Ramsés Segundo<br />Nem conhecias o caminho irreversível para a imortalidade.<br /><br />Aqui o verão era fértil em coisas fúteis<br />Como o escriba acocorado<br />Perante o espectáculo risível do mundo globalizado.<br /><br /><i>..."Na terra prometida do pão e do mel,<br />Tenham cuidado, meus senhores, com os vegetais,<br />Bebam águas minerais, encapsuladas, <br />Levem dimicina e ultralevure<br />Por causa dos desarranjos intestinais</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i>E das sete pragas do Egito!</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i><br />... "E o vírus do Nilo, senhor barqueiro ? É mortal ?"</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i><br />... "Descanse, my lady, que o barco tem escolta policial."</i><br /><br />Na Ilha Elefantina nâo havia manicure,<br />Havia apenas pessoas inúteis<br />Que adoravam subir aos píncaros do verão.<br />De camelo.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><i>... "Sobretudo não tome uísque com gelo",</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i><br /></i>Podia ler-se numa tabuleta à beira do lago Nasser.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><i>... "Meus senhores, estamos em África, be careful"</i><br /><br />Aqui o verão era, por excelência, o paraíso </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Com o ocre como pano de fundo.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>E sob os carris de ferro das dunas</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>O barco, bêbedo, do poeta Rimbaud.<br />O verão era uma casa de adobe e uma esteira no chão<br />E os altos muros do deserto<br />Estrangulando o fio de água da vida.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><i>... "Ah, o nascer e o pôr do sol, </i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><b>Não esquecer de pagar tributo ao deus-sol".</b></i></span></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br />Porque o verão no Egipto era a rosa do mundo.<br />O misticismo. A demência. </span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Os calores </span></b></div><div><span style="font-size: medium;"><b><span style="font-family: georgia;">De Santa Teresa d’Ávila e</span><span style="font-family: georgia;">m trabalho de múltiplos orgasmos.</span></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>No Vale dos Reis. E das Rainhas. E dos Nobres.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br />..<i>. "Esqueçam, por favor, a mastabas dos pobres!</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i><br />... "Ah! Não vêm nos roteiros turísticos ?</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i><br /></i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i>... "I'm sorry"!</i><br /><br />O verão era o sexo distendido.<br />O músculo relaxado. A alma em carne viva.<br />A praia. O creme Nívea. O postal ilustrado.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>O repelente para os mosquitos,<br />A alegre promiscuidade dos cinco sentidos.<br />O carrossel do Cairo em três dimensões.<br />O teu gin tónico com limão.<br />A carne em decomposição. O desastre humanitário.<br />Mais, ao fundo do mapa, a Núbia, o Sudão.<br />Os dóceis núbios. As volúpteis núbias.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>A mutilação genital feminina das futa-fulas da Guiné.<br />A tragédia de Darfur.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Tudo trivialidades.<br /><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>... E ainda a louca montanha russa. O bazar.<br />A dança do ventre dançada por travestis, canastrões.<br />A mesquita de alabastro.<br />O mítico mar vermelho.<br />A Sagrada Família. Jesus, Maria e José.<br />O burrinho puxando a nora.<br />A felicidade a preço de saldo.<br />O exotismo com molho de bechamel.<br />O oásis no deserto. <br />Todos os estereótipos do mundo.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><i>... "E, por favor, tirem uma fotografia digital,<br />Da varanda do hotel Marriott."</i><br /><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Bem gostarias de apresentar uma reclamação,<br />Por escrito, ao senhor vizir:</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><i>... "Eu estive em Abu Simbel<br />E experimentei as dificuldades da comunicação humana."</i><br /><br />O verão era o Vale do Nilo, <br />Um gigantesco falo que penetrava, fundo,<br />A terra árida e seca da Mãe África.<br />Gretada, a terra, a carne.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br />.<i>.. "White women, carne branca.<br />I Egiptian man, fertility man.<br />Portugal ? Good, Luís Figo!"</i><br /><br />Do alto da mesquita de Najaf,<br />Mais acima no mapa do corpo humano,<br />Dizia o guia, o teu guia:</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i>... "Alá é Grande!,,,<br />Mas o meu o coração sangra de dor<br />Pelos meus irmãos, xiitas, sunitas, ismaelitas.</i><br /><br /></b></span></div><div><span style="font-size: medium;"><b><span style="font-family: georgia;">Do alto das pirâmides de Sacara<br />Havia um imã que te notificava<br />Por carta registada com aviso de recepção:</span></b></span></div><div><span style="font-size: medium;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /><i>... "Que a vida eterna te chama<br />E exige a mortificação, a mumificação!"</i><br /><br />Recebeste por fi</span><span style="font-family: georgia;">m n</span><span style="font-family: georgia;">otícias de Lisboa</span></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Onde a fertilidade da futilidade<br />Era então um problema de saúde pública.<br />Um osso duro de roer.<br />Tão duro como o granito de Assuão<br />Donde soprava o vento que modelava o rosto das esfinges.<br /><br />De Lisboa ao Cairo erguia-se o templo do futuro<br />Com paragem técnica em Luxor<br />Para consultar os arquitectos da eternidade.<br />A antiga Tebas, a cidade das cem portas,<br />Era já um pequeno burgo.<br />E o teu guia, egípcio, brasileiro, muçulmano,<br />Dizia que tinha o coração a sangrar.<br />Marcos chorava pelos seus irmãos<br />De Najaf, no Iraque,<br />E confidenciava-te:</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><i>... "Eu nunca poderia trabalhar<br />Para os meus inimigos e vizinhos de Israel.<br />Por muito dinheiro que me pagassem."</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i><br /></i>Marcos não tinha preço.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Incorruptivel como o corpo dos faraós.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>E recusava-se a atravessar o Mar Vermelho. </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><b>... "Não matarás!, sentenciava Moisés".</b></i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Que tivessem santa paciência.<br />Os pobres. Os diabos. Os pobres diabos.<br />Os santos. Os turistas. Os contribuintes.<br />Os camponeses. Os escribas. Os escravos,<br />Os guias turísticos. Os romancistas policiais.<br />Os arqueólogos. Os caçadores de tesouros.<br />As esposas dos ricos homens de negócios das arábias.<br />Os sacerdotes do templo de Kom-Omb<br />Que eram carecas.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><i>... "E sobretudo os pobres,<br />Porque deles ainda há de ser o reino da terra!"</i><br /><br />Pobre planeta, sem rei nem roque.<br />E com tantos súbditos e tão poucos sábios.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br />...<i> "E não se esqueçam de pôr a escrita em dia.<br />Pesem a alma. Meçam as bolsas.<br />Leiam o Livro dos Mortos<br />Ou A Morte no Nilo,<br />Que o barco vai zarpar!"...</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><b><br /></b></i></span></div><div><span style="font-size: medium;"><b><span style="font-family: georgia;">E o Habibo, de mão e</span><span style="font-family: georgia;">stendida:</span></b></span></div><div><span style="font-size: medium;"><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><b>... "Um oiro, um euro, amigo.<br />Para o Habibo.<br />E para o camelo do Habibo,</b></i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i>Que tem sede e fome.<br />Óscar, de seu nome."</i><br /><br />E o Estado que já não garantia ser mais Estado no futuro,<br />E muito menos o Estado-Providência.<br />E pagar o leitinho às criancinhas.<br />E o funeral aos velhinhos.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>E a baixa por doença ou acidente </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Aos construtores, descartáveis, de piràmides,<br />E nem sequer já a múmia ao faraó.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><i>..."Deixem isso às madraças<br />E à caridade em tempo de Ramadão".</i><br /><br />Restava-te a Alta Autoridade do Nilo<br />Que regulava os influxos e os defluxos dos deuses.<br />E a exploração do trabalho infantil<br />Nas escolas-fábricas de tapeçarias em Memphis.<br /><br />Na verdade, o verão era apenas uma estação.<br />De comboio.<br />Do comboio de via estreita<br />Que ia do nascer ao morrer,</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Duna acima duna abaixo.<br />E quem dizia estação dizia cais. </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>De chegar. De apodrecer.<br />Como esta falua do Nilo à beira Tejo<br />Que era o rio que passava à tua porta antes de ser desviado</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Para ir regar as palmeiras do Éden.<br /><br />Sexta-feira, treze.<br />De Agosto. De azar,<br />Quer quisessem ou não, a indústria do lazer</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Iria ser o principal foco de infecção<br />Naquele pico de verão.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><i>... "Tenham cuidado com o cão<br />E com a maldição<br />Do Faraó Tutankamon."</i><br /><br />Morrera a indústria dos metais pesados,</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Como acabara por decreto o tráfico de escravos</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Que alimentava o Novo e o Velho Mundo.<br />Pois que vivesse, agora, a indústria do lazer.<br />Leve. Ecológica. </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i>... "De terceira vaga.<br />Com homologação. Com certificação.<br />Com acreditação. Com exemplos de boas práticas.<br />Com análises de custo/benefício."</i><br /><br />Graças ao lóbi da qualidade<br />O mundo iria bem melhor sem escravos nem metais pesados.<br /><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i>... "Que a vida era dura,<br />E o que a gente faz para ganhá-la", dizia o Marcos.</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br />Como o búfalo que pastava nas margens do Nilo.<br />Como qualquer búfalo domesticado<br />Depois de trabalhar o dia inteiro<br />Para o seu suserano,<br />O camponês egípcio.<br />Que por sua vez alimentava o Faraó </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>E as suas esposas e concubinas,<br />O seu exército, a sua polícia núbia e os seus esbirros,<br />E a legião de escribas acocorados<br />Que tinham o monopólio da escrita. E do saber.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Ah!, sem esquecer os engenheiros da barragem de Assuão.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br />Na época, as partes pudendas, a zona púbica,<br />A coisa pia, do Portugal contemporâneo,<br />Iria ser matéria de alto relevo na televisão.<br />Dizia o Eça, o escriba ainda de pé,<br />Em missão de reportagem na inauguração do Canal do Suez.<br /><br /><i>... "Já não tens rei, ó portuguès,<br />Nem o tique aristocrático do beija-mão.<br />Nem o Conde de Burnay.<br />Nem faraó. Nem deuses. Agora é que é,<br />A república é quem mais ordena.<br />Senão popular, pelo menos populista.<br />A coisa pia mais fino no Portugal pequenino<br />Mas demo...crático."</i><br /><br />Imaginavas.<br />Sem imagem nem voz.<br />Porque estavas em férias num cruzeiro do Nilo,<br />A observar o elegante voo da garça real.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><i>... "Onde estará o pelicano ?<br />E a cegonha preta ? E a abetarda ? E o jagudi da Guiné ?<br />E os filhos ilegítimos do povo ?"</i><br /><br />No barco não apanhavas a RTP, felizmente de todos nós.<br />Nem sabias se o Porto perdera na supertaça<br />E o Obikwelo ganhara a medalha de prata dos 100 metros<br />Nas Olimpíadas de Atenas.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><i>... "Turco, grego, tunisino ?<br />Espanhol, italiano, palestino ?"...</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i><br /></i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><b>... "Ah!, não, ah!, sim, português !</b></i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><b><br /></b></i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i>... "Ah!, Portugal, Luís Figo! Compra, amigo."</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i><br />... "Quanto, quanto ? Dez nove oito sete seis cinco...<br />Quatro três dois, um!"</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i><br />... "É só um oiro, um euro, amigo.<br />Que o Habibo tem fome e sede mais o camelo."</i><br /><br />Maria do Patrocínio, tua avó materna.<br />Lembrar-te-ás dela, a 'ti Patxina ?!<br />Patxina, de alcunha, </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Por economia de letras do alfabeto.<br />Morrera cega,<br />Sem hieroglifos gravados na estela,<br />'Ti Patxina, apalpando os netos, o cabelo, a cara.<br />E não a mumificaram<br />Nem muito menos a operaram às cataratas<br />Que no seu tempo<br />As obras de misericórdia<br />Eram sete espirituais e sete corporais.<br />Como no Egipto dos faraós.<br />Como as sete pragas do Egipto.<br />Como naquela triste aldeia núbia<br />Que era uma espécie de reserva dos últimos núbios<br />Com crocodilos de plástico<br />E pretos garanhões de olhos verdes.<br />E onde havia uma velhota,<br />Cega como a ti' Patxina,<br />Que vendia bugigangas pró turista.<br /><br />De Assuão a Luxor, tu gostarias de ter escrito<br />Um poema sobre os teus estados de alma.<br />Tão contraditórios que se anulavam.<br />A verdade é que encontraste aqui<br />Um povo afável.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><i>... "Mas que te adiantava o pedigree, ó Habibo,<br />E os cinco milénios de civilização.</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i>E Ramsés Segundo e Nefertiti,<br />E o templo de Edfu,</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i> E a barragem de Assuão,</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i>E o museu do Cairo...<br />Se nada mudara, pobre de ti,</i></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><i>Na tua condição de burro carrejão ?"</i><br /><br />Soprava o vento dessecante.<br />Estavas em Assuão.<br />Nos píncaros do verão.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>E nem sequer havia um gin tónico, refrescante.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /><br />Egipto, em cruzeiro pelo Nilo, 22-28 de agosto de 2004. </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Revisto em 16 de março de 2024.</b></span></div><div><br /></div></div></div></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">______________</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Nota do editor:</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Último poste da série > 10 de março de 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25255-manuscritos-luis.html" rel="nofollow">Guiné 61/74 - P25260: Manuscrito(s) (Luís Graça) (246): Provérbios populares sobre a doença, a medicina, a saúde, a vida e a morte: o que podemos aprender com eles? - Parte V: 3. Da medicina mágico-religiosa do templo de Epidauro aos atuais médicos de família</a></span>Tabanca Grande Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-12279511123731423862024-03-17T20:01:00.008+00:002024-03-17T22:08:41.769+00:00Guiné 61/74 - P25281: Convívios (985): 55.º Almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, Algés, 14 de março de 2024 - II (e última) Parte<p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"> </span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw5QzOyTnKoldYg81HEqhJGaJk-37_SfDh_4Ycw8oY4nguWy-XUejocHD9VLHr4654O9lys14ZMQJ0WpFB8CeZMDU2sbi8kAiCL5eeqzxiRDB7k_pefU7CLDXpo4D4-BaDzPggIQglsvRjbOLbrtVqKubwCDH47eCLw8vQMV2LOB8Z9ToZHldz/s939/Tabanca_da_Linha_14mar2024_ResendeeJesus_DSC_0474_v10.JPG" style="font-family: georgia; font-size: large; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="580" data-original-width="939" height="396" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw5QzOyTnKoldYg81HEqhJGaJk-37_SfDh_4Ycw8oY4nguWy-XUejocHD9VLHr4654O9lys14ZMQJ0WpFB8CeZMDU2sbi8kAiCL5eeqzxiRDB7k_pefU7CLDXpo4D4-BaDzPggIQglsvRjbOLbrtVqKubwCDH47eCLw8vQMV2LOB8Z9ToZHldz/w640-h396/Tabanca_da_Linha_14mar2024_ResendeeJesus_DSC_0474_v10.JPG" width="640" /></a></p><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Manuel%20Resende" rel="nofollow">Manuel Resende </a> (São Domingos de Rana) e José Jesus (Trajouce), ou melhor, régulo e adjunto... (O Manuel Resende não precisa de apresbetações: tem mais de 140 referêrncias no nosso blogue.)</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3YLajo7svZqxxkhZD0l30k35x2OYR100XNNditFAsFYlS64uW1w3nz6-HqEC69ib0LKzkzUWUNJySIcKK-unxKC34aCpXW-KiFLa0Rhiyxx-NuE_W3IZEAHL1zIqGAvxMNPI70EAjKq0A69O-4MpSljFJ-Uo9AMNp8fwjOU6DMjsRhtz94GEK/s643/Tabanca_da_Linha_14mar2024_Carlos_Silverio_DSC_0473_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="576" data-original-width="643" height="574" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3YLajo7svZqxxkhZD0l30k35x2OYR100XNNditFAsFYlS64uW1w3nz6-HqEC69ib0LKzkzUWUNJySIcKK-unxKC34aCpXW-KiFLa0Rhiyxx-NuE_W3IZEAHL1zIqGAvxMNPI70EAjKq0A69O-4MpSljFJ-Uo9AMNp8fwjOU6DMjsRhtz94GEK/w640-h574/Tabanca_da_Linha_14mar2024_Carlos_Silverio_DSC_0473_v10.JPG" width="640" /></a></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div style="text-align: center;"><a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Carlos%20Silv%C3%A9rio">Carlos Silvério</a> (Ribamar, Lourinhã) (É também membro da Tabanca Grande): O o <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2018/12/guine-6174-p19305-tabanca-grande-472.html">nosso grã-tabanqueiro nº 783</a> foi fur mil at cav, CCAV 3378 (Olossato e Brá, 1971/73).</div></span><p></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha6p1EUb0NcAjemec2DVRPRGahvu8eeepSgbZdubdckmLZyT0fdlnqKzjERPtpoAARXveHg6tWXk3Tk6KF9HVn-XeZTpnPSTySruE6vV-RwUdg8f_FDxAFRrvmhsrykgVk5TYSswqIldC6KekfmLx503lZ2JT4lAxBdKEIjcJLe-BMsEIPhkgX/s3121/Tabanca_dfa_limha_14marco2024_;ManuelLeit5ao_233_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="3121" data-original-width="2739" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha6p1EUb0NcAjemec2DVRPRGahvu8eeepSgbZdubdckmLZyT0fdlnqKzjERPtpoAARXveHg6tWXk3Tk6KF9HVn-XeZTpnPSTySruE6vV-RwUdg8f_FDxAFRrvmhsrykgVk5TYSswqIldC6KekfmLx503lZ2JT4lAxBdKEIjcJLe-BMsEIPhkgX/w562-h640/Tabanca_dfa_limha_14marco2024_;ManuelLeit5ao_233_v10.JPG" width="562" /></span></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;">Manuel Leitão (o "Mafra"): O<a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Manuel%20Calhandra%20Leit%C3%A3o" rel="nofollow"> Manuel Calhandra Leião </a>foi 1º cabo, Pel Mort 1028 (Enxalé, 1965/67), e sentar-se à sombra do nosso poilão, sob o nº 867.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0yhpHwc20Tq1E6R1Vaa9EcltLfI7sOSB7gNIChxv_TbZCe5uHIzfbzU2LjwbU4oHE8prdd90hg_1TloyskT76plfnYCw7KT5MwIkTJu5LlyAq5sNA_qDNtPwroqTHQuvDCaY9zHXPWBKalVeKu5HTQETSaCMOEtZ_LRoJGHRUdPIbSGbW9_TO/s606/Tabanca_da_Linha_55convivio_14mar2024_PedroLeitao_DSC_0448_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="606" data-original-width="584" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0yhpHwc20Tq1E6R1Vaa9EcltLfI7sOSB7gNIChxv_TbZCe5uHIzfbzU2LjwbU4oHE8prdd90hg_1TloyskT76plfnYCw7KT5MwIkTJu5LlyAq5sNA_qDNtPwroqTHQuvDCaY9zHXPWBKalVeKu5HTQETSaCMOEtZ_LRoJGHRUdPIbSGbW9_TO/w616-h640/Tabanca_da_Linha_55convivio_14mar2024_PedroLeitao_DSC_0448_v10.JPG" width="616" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br />Pedro Leitão, filho do "Mafra"</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCRhzv3yvesdDPIDdMV1McninYusbPqGZGyHWgvCDn91gLORh2hN6Bg6W2TdI5Ye10j9wOPOu1lqBL07JTjChm6KcjeWe8Y7BksYWL22h4QCHYzClhfjo1z0xbr8-L67v9E6KsPYz8TbLWyqyWaxJAVFWYTKVBmSJ7Sf61aimzTwerEHXvTLTG/s679/Tabanca_da_linha_14marco2024_DSC_0436_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="517" data-original-width="679" height="488" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCRhzv3yvesdDPIDdMV1McninYusbPqGZGyHWgvCDn91gLORh2hN6Bg6W2TdI5Ye10j9wOPOu1lqBL07JTjChm6KcjeWe8Y7BksYWL22h4QCHYzClhfjo1z0xbr8-L67v9E6KsPYz8TbLWyqyWaxJAVFWYTKVBmSJ7Sf61aimzTwerEHXvTLTG/w640-h488/Tabanca_da_linha_14marco2024_DSC_0436_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;">Joasquim Peixeira (Loures). outro "pira" na Tabanca da Linha</div><div style="text-align: center;"><br /></div></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBq5SmwHWJgPtQUv8Ms1UOHOBX6o4_QoekMQ1F-OB4kBfkpUoYYVUnAYmqTwMxe1YbMmaqDhLnJFHSny3P1nisXNjCYydgOWoh3vSeELch0u23CEtDFdpbNvLODFfp9vHqQoosBVFJKWq1mTnfOmrvs-infip7xp-W9k_A8XEM9L3Ls8LMcX9H/s813/Tabanca_da_Linha_14marco2024_DSC_0466_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="748" data-original-width="813" height="588" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBq5SmwHWJgPtQUv8Ms1UOHOBX6o4_QoekMQ1F-OB4kBfkpUoYYVUnAYmqTwMxe1YbMmaqDhLnJFHSny3P1nisXNjCYydgOWoh3vSeELch0u23CEtDFdpbNvLODFfp9vHqQoosBVFJKWq1mTnfOmrvs-infip7xp-W9k_A8XEM9L3Ls8LMcX9H/w640-h588/Tabanca_da_Linha_14marco2024_DSC_0466_v10.JPG" width="640" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div style="text-align: center;">Heroíno Cabral (Lisboa)</div></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho1vb6W8ZDAy1ZK_ij2o7Qp0bhGY1wpPSo7nHTRyYq6xai2kTV8TnoNXh8m6v_PHJnrHSzAzyeJJTD80D1jCdNglYXTYXy_p27MeN4SbVjWD5FrUbZ-XDZ9CFEkqZ2L1suvx4n7Zb-IrYrJdZQv0EIOCABsm3u4ObyJQameU4m2SHAO5SaXAxk/s1420/Tabanca_da_Linha_14marco2024_Cardos_Cardoso_160_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="1420" data-original-width="1336" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho1vb6W8ZDAy1ZK_ij2o7Qp0bhGY1wpPSo7nHTRyYq6xai2kTV8TnoNXh8m6v_PHJnrHSzAzyeJJTD80D1jCdNglYXTYXy_p27MeN4SbVjWD5FrUbZ-XDZ9CFEkqZ2L1suvx4n7Zb-IrYrJdZQv0EIOCABsm3u4ObyJQameU4m2SHAO5SaXAxk/w602-h640/Tabanca_da_Linha_14marco2024_Cardos_Cardoso_160_v10.JPG" width="602" /></span></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Carlos Raposo (Carcavelos) ("cara nova" na Tabanca da Linha)</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGcdSH-91LUMiiKP1bAcDTSnpnSMvduaE4QQ9AuoQsgXfeXp7ooexdsk6O-8UZSV7jC6Lar03ieGf7nzjR3jijRj8mTKZMRUewPlQD0cLb5Qr1A-sOXEbB2_yi4fHEKgYAxExCzL-ZyJHmf6fmSJj0XAsq76pzmP1qj5WgAzvDkDEPXyL2lzDT/s646/Tabanca_dfa_Linha_14mar2024_Antonio_Pina_DSC_0458_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="590" data-original-width="646" height="584" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGcdSH-91LUMiiKP1bAcDTSnpnSMvduaE4QQ9AuoQsgXfeXp7ooexdsk6O-8UZSV7jC6Lar03ieGf7nzjR3jijRj8mTKZMRUewPlQD0cLb5Qr1A-sOXEbB2_yi4fHEKgYAxExCzL-ZyJHmf6fmSJj0XAsq76pzmP1qj5WgAzvDkDEPXyL2lzDT/w640-h584/Tabanca_dfa_Linha_14mar2024_Antonio_Pina_DSC_0458_v10.JPG" width="640" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">António Pina (São João da Talha)</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPhSyNI39FyuUXrk9dvH2a9TcouuJt3LtIQEY9XTZgQCI4r5e5122RxvJCl0oh4UMlYRluytMK9ykIJie6HYCBLCnveq2bBL4cEGNcdjgGf0bFVdd2jt-Im3nR85UZJVUxQ-_S2aR78hMnv-La3xZ-lhlmnkNYN3o_y3DmMPLwP0X3qLTL82wH/s907/Tabanca_da_Linha_14mar2024_Antonio_Varanda_DSC_0455_V10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="696" data-original-width="907" height="492" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPhSyNI39FyuUXrk9dvH2a9TcouuJt3LtIQEY9XTZgQCI4r5e5122RxvJCl0oh4UMlYRluytMK9ykIJie6HYCBLCnveq2bBL4cEGNcdjgGf0bFVdd2jt-Im3nR85UZJVUxQ-_S2aR78hMnv-La3xZ-lhlmnkNYN3o_y3DmMPLwP0X3qLTL82wH/w640-h492/Tabanca_da_Linha_14mar2024_Antonio_Varanda_DSC_0455_V10.JPG" width="640" /></a></div><br />António Varanda (Lisboa)</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7xyQ0gm1e5M0ehFpwuC6f9VGaZpr0_l5QyGI01_UfuKTrx1MB15EPfXMLtRzOOHe-EnyommwAXEm-elPGL-NN0X88JF3LX3wV1ChdWVG0LeiiBjBUI8SGVVCVSgoCTRrAlFmgTo7u-H0PlId4e_E_a785YIsxujkr_YTs-khPrJYsH-6-z0Xb/s941/Tabanca%20da%20Linha_Convivio_24mar2024_DSC_471_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="613" data-original-width="941" height="416" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7xyQ0gm1e5M0ehFpwuC6f9VGaZpr0_l5QyGI01_UfuKTrx1MB15EPfXMLtRzOOHe-EnyommwAXEm-elPGL-NN0X88JF3LX3wV1ChdWVG0LeiiBjBUI8SGVVCVSgoCTRrAlFmgTo7u-H0PlId4e_E_a785YIsxujkr_YTs-khPrJYsH-6-z0Xb/w640-h416/Tabanca%20da%20Linha_Convivio_24mar2024_DSC_471_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Orlando%20Pinela" rel="nofollow">Orlando Pinela</a> (Caxias) e <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Carlos%20Alberto%20de%20Jesus%20Pinto" rel="nofollow">Carlos Alberto Pinto </a>(Amadora): dois velhos membros da Tabanca Grande</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7sKS9atwhxzMYaujYOKemvqrXDVFDzxilmIWO6t_d0mbH_AIMzruZF_xtgNPx43ItCtQ-3RcUXIfm5nb2ylCm0McARYoEcQuJwTrbi-XHuQEAKy_GnSBAI2ZXc1NOrmQZtn59b5LV2sG7esd0UtpqBIGJiLFOYCTvijhZIhrQP3Y9dsUfSo7S/s758/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_423_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="479" data-original-width="758" height="404" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7sKS9atwhxzMYaujYOKemvqrXDVFDzxilmIWO6t_d0mbH_AIMzruZF_xtgNPx43ItCtQ-3RcUXIfm5nb2ylCm0McARYoEcQuJwTrbi-XHuQEAKy_GnSBAI2ZXc1NOrmQZtn59b5LV2sG7esd0UtpqBIGJiLFOYCTvijhZIhrQP3Y9dsUfSo7S/w640-h404/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_423_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Luís Marinho, "pira" (vive na Moita), e o Carlos Ferrand (Lisboa)</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_523JSSg57zuGZcanlcCaPwcNy71JQ6N1RRRUaTxIcgn8WPlgbV9ozEi0dsyxWNhnBQ6VQoU03eCLJhzsOik44TA44viFMHVgq0FMbR-WuqYrUO05nfGa6OBnS4tlrfoKW2c9_2-d1gytEdU_BtHddBIvDIizD3XpS9_unO5W55YX3GNRejSQ/s984/Tabanca_da_Linha_14marco2024_DSC_0442_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="707" data-original-width="984" height="460" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_523JSSg57zuGZcanlcCaPwcNy71JQ6N1RRRUaTxIcgn8WPlgbV9ozEi0dsyxWNhnBQ6VQoU03eCLJhzsOik44TA44viFMHVgq0FMbR-WuqYrUO05nfGa6OBnS4tlrfoKW2c9_2-d1gytEdU_BtHddBIvDIizD3XpS9_unO5W55YX3GNRejSQ/w640-h460/Tabanca_da_Linha_14marco2024_DSC_0442_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div style="text-align: center;">Afonso Barroso (Oeiras)</div></span><div> <br /><br /><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhNLsBHT0g1CRxaafpcTrNjWFUQHdhqjn9a6Ev9cf4saCSJBrxmPGHCnQFT26SQm5Jjp9ppokJ2UI6yRG-ZerPe51HXeKvBBVlNj9LjJePgvf9UpxJhYmm-95DdN9yeYb8QRvyIDuNbi-JxkVO31iPSme7Xeh8reHgO8uHFo8LSmlwCKKZiPC6/s655/Tabanca_da_Linha_14marco2024_DSC_0417_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="521" data-original-width="655" height="510" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhNLsBHT0g1CRxaafpcTrNjWFUQHdhqjn9a6Ev9cf4saCSJBrxmPGHCnQFT26SQm5Jjp9ppokJ2UI6yRG-ZerPe51HXeKvBBVlNj9LjJePgvf9UpxJhYmm-95DdN9yeYb8QRvyIDuNbi-JxkVO31iPSme7Xeh8reHgO8uHFo8LSmlwCKKZiPC6/w640-h510/Tabanca_da_Linha_14marco2024_DSC_0417_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: center;">José Trindade, "cara nova"... (vive em São João da Talha)</div></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRwWsdOnbt5MJ65lmPUkZeKWs8eJSehi6iqJEXqJlo_VpQF0tWHS4Zfop6kSEM_QIoZ7EilZKV1dD28qTBA_0Vwu2GzsNuqaJg_QRdN3x7gF2uLN38gDTyPRZ4w1_aaSA_TDuUFMjF33txVk1xd09kj9XKa5nJL3pLWKdaj7zgYUWFI8fknfYc/s525/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_437_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="340" data-original-width="525" height="414" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRwWsdOnbt5MJ65lmPUkZeKWs8eJSehi6iqJEXqJlo_VpQF0tWHS4Zfop6kSEM_QIoZ7EilZKV1dD28qTBA_0Vwu2GzsNuqaJg_QRdN3x7gF2uLN38gDTyPRZ4w1_aaSA_TDuUFMjF33txVk1xd09kj9XKa5nJL3pLWKdaj7zgYUWFI8fknfYc/w640-h414/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_437_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">João Rosa (Lisboa)</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Oeiras > Algés > Restuarahnte Caravela de Ouro > 14 de março de 2024 > 55º convívio da Magnífica Tabanca da Linha</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Fotos (e legendas): © Manuel Resende (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]</span><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>1. Mais uma edição dos convívios da Tabanca da Linha. Foi o nº 55. Quando chegar aos 100, o Manuel Resende, jura que se reforma... Já marcou o 56º, para 23 de maio de 2024,,, Quinta feira, pois claro. E no sítio do c0stume, o Restaurante Caravela de Ouro, em Algés,,, </b></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Para saber mais o nosso leitor pdoe consultar <a href="https://www.facebook.com/groups/1541868166066935/" rel="nofollow">a página do Facebook de A Magnífica Tabanca da Linha </a>(grupo privado já com 155 membros)... </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Com este convívio, o 55º, realizado no passado dia 14 de março (*), entraram mais seis "piras" ou "caras novas": Carl0s Raposo, João Crisóstom0, Joaquim Peixeira (apelido bem alentejano, e não Teixeira), José Trindade, Luís Marinho, Manuel Leitáo (ma tropa conhecido como o "Mafra"). </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Parabéns ao Manel e ao seu ajudante, o Zé Jesus, que, pelo quer vimos, tem jeito e está aprovado para o cargo de "tesoureiro". Parabéns a todos os "magníficos" que, de Setúbal à Lourinhã e de Lisboa a Sintra, quiseram aproveitar mais duas/três horas do seu tempo de vida para um são e alegre convívio entre antigos combatentes. Parabéns também às nossas companheiras que alegraram as nossas mesas... Sem esquecer os mais jovens que nos acompanharam, o Pedro Leitão, filho do Manuel Leitáo, e a Cristina, filha do João Crisóstomo...</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O <b>Victor Carvalho</b> (que vive em Linda-A-Velha, mas é natural de Peniche) aceitou o nosso convite patra integrar a Tabanca Grande. Já partilhou algumas fotos do seu álbum. Foi fur mil enf, CCAÇ 2658 / BCAL 2905 (Teixeira Pinto, Bachile, Nhamate, Galomaro, Paunca, Mareué, Brá, 1970/71).</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: x-large;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: x-large;">_______________</span></div><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Nota do editor:</span></p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">(*) Último poste da série > 16 de março de 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25277-convivios-984-55.html" rel="nofollow">Guiné 61/74 - P25277: Convívios (984): 55.º Almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, Algés, 14 de março de 2024 - Parte I</a></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div>Tabanca Grande Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-67893236965841754042024-03-17T12:37:00.003+00:002024-03-17T12:37:35.828+00:00Guiné 61/74 - P25280: Contos do ser e não ser: Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 / BCAÇ 1887 (9): "Maruja"<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzMPw4lhvqr0mKgWOApEz6xo1wIbFM-_-Dl4idAy7VnU401FdkxltIrzxXAbXj5Ho_KWoCgQa_S_oE5oUzeDCimGx4m9WclGvL25xwiZxIWEnQ681b3RBCxJ4BAnA3Z2kVCommV-Mbd9ZN2P1W3WsiQwpgtXFiK1k-ytbRLNVx-_CtxRqrAY3L5A/s1600/Ad%C3%A3o%20Cruz-4.jpg" style="color: #e53319; display: block; padding: 1em 0px; text-align: center; text-decoration-line: none;"><img alt="" border="0" data-original-height="227" data-original-width="176" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzMPw4lhvqr0mKgWOApEz6xo1wIbFM-_-Dl4idAy7VnU401FdkxltIrzxXAbXj5Ho_KWoCgQa_S_oE5oUzeDCimGx4m9WclGvL25xwiZxIWEnQ681b3RBCxJ4BAnA3Z2kVCommV-Mbd9ZN2P1W3WsiQwpgtXFiK1k-ytbRLNVx-_CtxRqrAY3L5A/w310-h400/Ad%C3%A3o%20Cruz-4.jpg" style="border: none; position: relative;" width="310" /></a></div><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: medium;">Adão Pinho Cruz<br />Ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547<br />Autor do livro "Contos do Ser e Não Ser"</span></b></div><br />
<br /><b><span style="font-size: large;">
Maruja</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF78UZNbizXGii5OGnMD9iLqT4rs-4Wj2rNdCL1nuBPhI5w2bozGfsU6W6B3FcOZvRAgpkTjSq7_HiqlqwYpGFfScQvNZMZUf5L12yWdU8uN8FuIQHVO3c98uDzUzHMJZIikyI9eHmVSmLS7He-h3lX6fMHapitO71JX1WDWzDpTzz-eDeqBRnUA/s482/Contos%20do%20Ser%20e%20n%C3%A3o%20Ser.jpg" style="clear: right; display: block; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="482" data-original-width="322" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF78UZNbizXGii5OGnMD9iLqT4rs-4Wj2rNdCL1nuBPhI5w2bozGfsU6W6B3FcOZvRAgpkTjSq7_HiqlqwYpGFfScQvNZMZUf5L12yWdU8uN8FuIQHVO3c98uDzUzHMJZIikyI9eHmVSmLS7He-h3lX6fMHapitO71JX1WDWzDpTzz-eDeqBRnUA/s320/Contos%20do%20Ser%20e%20n%C3%A3o%20Ser.jpg" /></a></div><span style="font-size: large;">
F</span>urioso, João entrou na livraria e só lá dentro se deu
conta de que era uma livraria gay, de literatura erótica.
Não tinha disposição para nada, muito menos para
aquilo. Deu duas voltas à sala, cumprimentou e saiu.
Madrid estava fria como o seu coração e sentia uma
lagrimeta no canto dos olhos. Atirou-se para a cadeira
de uma esplanada em frente e pediu uma fabada
asturiana.<br />
<br />
Maruja tinha dezoito anos e era linda como um cravo.
João encontrara-a na Candeia, um conhecido cabaret do
Porto. Ali cantava e dançava, sempre acompanhada pela
mãe.<br />
<br />
João prendeu-se de tal modo nos seus olhos negros e
na luz do seu sorriso que, durante uma semana, ali
passou as noites até de madrugada. Terminada a semana
do contrato, mãe e filha passaram para o Casino de
Espinho, onde iriam trabalhar mais uns dias. João
contou e recontou os trocos, pediu algum emprestado,
marimbou-se para a faculdade e não falhou uma noite
em Espinho até que a Maruja lhe disse que ia embora
para Madrid.<br />
<br />
Não seria fácil João encontrá-la por lá, na grande
cidade, mas que tentasse, se um dia se resolvesse a lá ir.
Não tinha morada certa, mas vivia a maior parte do
tempo no Monasterio de Las Descalzas e, por vezes,
cantava e dançava no Pasapoga.<br />
<br />
Desde Portugal, João viajou na mesma cabine do
comboio com uma prostituta. Em Ciudad Rodrigo, já alta madrugada, um padre fez-lhes companhia. Quem eram, quem não eram, João era estudante de medicina
no Porto e ia a Madrid à procura do amor, o padre ia a
Salamanca colaborar nas exéquias de um velho
professor, e a prostituta, de Coimbra, ia cumprir mais
uma temporada numa casa de alterne junto à Plaza
Mayor.<br />
<br />
Depois de Salamanca, João adormeceu e acordou em
Madrid ao romper de uma manhã seca e fria. Ficou um
tanto atemorizado com o silêncio das ruas e com a
presença de muitos soldados nos telhados das casas,
armados de metralhadora. O cheiro a Guerra Civil ainda
não se desvanecera por completo. As camionetas a
gasogénio subiam ronceiramente a Gran Via e um ou
outro transeunte perguntava se tinha café para vender.<br />
<br />
João martelou com força por duas ou três vezes o
grande batente de ferro do enorme portão do Monasterio
e, quando a esperança já parecia esfumar-se, um
pequeno postigo lateral encastoado no portão emoldurou
uma cara do outro mundo: uma freira muito feia, com ar
de demónio, boca torcida e olhos fulminantes.<br />
<br />
<i>- ¿Qué quiere, usted?<br />
- Quiero hablar con Maruja, quedé con ella.<br />
- Maruja no está ni podría estar. Maruja, ¿Que
Maruja, señor?<br />
- La bailarina.</i><br />
<br />
A portinhola bateu com estrondo, quase lhe
esmurrando o nariz. João ainda carregou por mais duas
vezes no batente, com toda a fúria e revolta, mas um
silêncio pesado cobriu como uma avalancha negra toda
a fachada do enorme edifício.<br />
<br />
A fabada não parecia estar má, mas, apesar de nada
ter comido desde a véspera, a tristeza dificilmente
permitia que ela passasse da boca para baixo.<br />
<br />
Esperou pelo cair da noite, gelado por dentro e por
fora, passou junto ao Pasapoga e perguntou ao porteiro a
que horas atuava a Maruja.<br />
<br />
- <i>Maruja, ¿Qué Maruja, señor?</i><br />
<br />
Ainda hoje, ao fim de tantos anos, quando João passa
pelo <i>Monasterio</i>, levanta os olhos para a grande fachada
e vê Maruja vestida de branco a voar de janela em
janela.</b><br />
____________<br />
<br />
<b>Nota do editor<br />
<br />
Último post da série de 10 DE MARÇO DE 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25258-contos-do-ser-e-nao.html">Guiné 61/74 - P25258: Contos do ser e não ser: Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 / BCAÇ 1887 (8): "Ele há coisas...!"</a></b>Carlos Vinhalhttp://www.blogger.com/profile/02513603707400841996noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-84457733677507534902024-03-16T20:31:00.013+00:002024-03-18T22:02:06.179+00:00Guiné 61/74 - P25279: Os 50 anos do 25 de Abril (2): O meu primo Luís Sacadura, furriel miliciano, natural de Alcobaça, hoje a viver nos EUA, estava lá, no RI 5, Caldas da Rainha, no 16 de marco de 1974, e mandou-me fotos dos acontecimentos (Juvenal Amado)<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7ft3n2_8wrxcMvUzAjWsAyEwes-JvRn7SC9gwV3crswT1EnBBC6_5g2JMG1vuXczm9ECHquCv5umIskG5ry6DMold3EEN1CnoTopPxTjUrY0iqLQpXT39A-I5QSpwQm-2rkkrchIX1G-NVPrmC2BA-hV7qPSvqc1PChg_3W2UVxRjWL0ralST/s970/16mar1974_Luis_Sacadura_5%20posto%20com%20refor%C3%A7o_v2.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7ft3n2_8wrxcMvUzAjWsAyEwes-JvRn7SC9gwV3crswT1EnBBC6_5g2JMG1vuXczm9ECHquCv5umIskG5ry6DMold3EEN1CnoTopPxTjUrY0iqLQpXT39A-I5QSpwQm-2rkkrchIX1G-NVPrmC2BA-hV7qPSvqc1PChg_3W2UVxRjWL0ralST/w640-h472/16mar1974_Luis_Sacadura_5%20posto%20com%20refor%C3%A7o_v2.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Foto nº 1 > Caldas da Rainha > RI 5 > 16 de março de 1974 > Posto com Reforço.</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDuFM_fu3BVz-dNGxDuJJmEtiiyHTdmh2cfghCEXD7UiwxDaelRPX9z2py_JunVP0Eep6rxABXG5Jfyx10JmD2alD8a3stRQ-JMiJKhhI_k3n8Oc_6n-beUEkIZftOYcjlglOJu_nocAwtpnvAU2HF392cVBKPWlNUB_zBJUAIQLmdPS4SW7i8/s583/16marco1974_Luis_Sacadura_10%20Capit%C3%A3o%20Varela%20um%20dos%20comandantes%20da%20revolta_v4.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="419" data-original-width="583" height="460" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDuFM_fu3BVz-dNGxDuJJmEtiiyHTdmh2cfghCEXD7UiwxDaelRPX9z2py_JunVP0Eep6rxABXG5Jfyx10JmD2alD8a3stRQ-JMiJKhhI_k3n8Oc_6n-beUEkIZftOYcjlglOJu_nocAwtpnvAU2HF392cVBKPWlNUB_zBJUAIQLmdPS4SW7i8/w640-h460/16marco1974_Luis_Sacadura_10%20Capit%C3%A3o%20Varela%20um%20dos%20comandantes%20da%20revolta_v4.jpg" width="640" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Foto nº 2 > Caldas da Rainha > RI 5 > 16 de março de 1974 > Capitão Virgílio Varela, um dos comandantes da revolta</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4Sc8-4KrfHo8kwb3eUjtXxrRq_M90B76akIPHfm9f7N4sDZwp0UqUVH2u4sjiuJtvjszyv6G75RTxPd4IUTqxzX5JxZZdr9FwlI2URBlvOj75zdLEqNTLQNSl1XDtha9Vv1U5YHV0sC1AChKajnrxvBdSrNe9vlSlpOFeyz_R_xcqU62rYNsq/s984/16marco19745_Luis_Sacdura_4%20Preparados%20para%20defender%20o%20quartel_v2.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4Sc8-4KrfHo8kwb3eUjtXxrRq_M90B76akIPHfm9f7N4sDZwp0UqUVH2u4sjiuJtvjszyv6G75RTxPd4IUTqxzX5JxZZdr9FwlI2URBlvOj75zdLEqNTLQNSl1XDtha9Vv1U5YHV0sC1AChKajnrxvBdSrNe9vlSlpOFeyz_R_xcqU62rYNsq/w640-h410/16marco19745_Luis_Sacdura_4%20Preparados%20para%20defender%20o%20quartel_v2.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;">Foto nº 3 > Caldas da Rainha > RI 5 > 16 de março de 1974 > Preparados para defender o quartel</span></div><span style="font-family: georgia;"><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOej6TGoRpo_JQphma_EHATSG9rm6jja6zFy9_V2OVSEHU0tPCA7MvkNNn1EZzNiRXYsR6KKiRKBMutdFlC0aCFi4UoE4ndApa4s5ppQp_tF1mXSa2sYY5Yr6hk5nLv7x2RymW2sB6dss3K32IxNK0mvFOH2b-Q_RZtWRR0j3MRtVQvpYChfjQ/s976/16marco1974_Luis_Sacadura_9%20Oficiais%20revoltosos_v2.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOej6TGoRpo_JQphma_EHATSG9rm6jja6zFy9_V2OVSEHU0tPCA7MvkNNn1EZzNiRXYsR6KKiRKBMutdFlC0aCFi4UoE4ndApa4s5ppQp_tF1mXSa2sYY5Yr6hk5nLv7x2RymW2sB6dss3K32IxNK0mvFOH2b-Q_RZtWRR0j3MRtVQvpYChfjQ/w640-h428/16marco1974_Luis_Sacadura_9%20Oficiais%20revoltosos_v2.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Foto nº 4 > Caldas da Rainha > RI 5 > 16 de março de 1974 > Oficiais revoltosos</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgfb3m11VnIuiL5Z4BGFGCLNN1ZLqCJcrwnalk09MrllWHEx4NtdukyLj0GWPTwd8EtZblse9sy4KjRr3GOJg2Bah_JMM76za0lAioEu49kj9e8QF6nFFKELBHr8wngE5auB0eH8-JN9tmeIVTwJjIvnbrakmvlBDrlye7IPwFul68Y1Kvkq6B/s594/16marco1974_Luis_Sacadura_8_portya_dramass_v4.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="429" data-original-width="594" height="462" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgfb3m11VnIuiL5Z4BGFGCLNN1ZLqCJcrwnalk09MrllWHEx4NtdukyLj0GWPTwd8EtZblse9sy4KjRr3GOJg2Bah_JMM76za0lAioEu49kj9e8QF6nFFKELBHr8wngE5auB0eH8-JN9tmeIVTwJjIvnbrakmvlBDrlye7IPwFul68Y1Kvkq6B/w640-h462/16marco1974_Luis_Sacadura_8_portya_dramass_v4.jpg" width="640" /></a></div><br />Foto nº 5 > Caldas da Rainha > RI 5 > 16 de março de 1974 > Junto à porta de armas: tempo de incerteza (i)</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt6jqaAMeu9WC9MKLuFbD5By4i7SqnGCZ7OMZeyGLuMH3uVnMtWEa99rF07NUH3jA-ZZlkvX9zbX48AOc_1NOpzmgX_KArsl4J9iBpNFVYLpSWkVHVpesKY6LWDbFIrsIGgrb6OI3O2n4XVO5pIeb_7H_9qb8ObHP0yCut4O4kLh3_jvTyFkdH/s822/16marco1974_Luis_Sacadura_6_porta_darmads_v2.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt6jqaAMeu9WC9MKLuFbD5By4i7SqnGCZ7OMZeyGLuMH3uVnMtWEa99rF07NUH3jA-ZZlkvX9zbX48AOc_1NOpzmgX_KArsl4J9iBpNFVYLpSWkVHVpesKY6LWDbFIrsIGgrb6OI3O2n4XVO5pIeb_7H_9qb8ObHP0yCut4O4kLh3_jvTyFkdH/w640-h526/16marco1974_Luis_Sacadura_6_porta_darmads_v2.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;">Foto nº 6 > Caldas da Rainha > RI 5 > 16 de março de 1974 > </span>Junto à porta de armas: tempo de incerteza (ii)</div></span><span style="font-family: georgia;"><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfpv0cs98Hbl6YT1yw8pBIvsIxEiNlcNYxDUuKsHujHBA-NLUE-29_fZCMfqfqT13VLy_M7QloayGf7ZyE2eQT9CKEdnlVaTyHmjal7MtC0UEFBp_ouosTkqhE_sqzRIVzG2T4Bg9B-uSBqyIUQjgyqHYNGLv80KIEck9ZpseLAbtd5mO3EJ57/s589/16marco1974_Luis_Sacadura_7%20Tempo%20de%20incerteza_v2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="384" data-original-width="589" height="418" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfpv0cs98Hbl6YT1yw8pBIvsIxEiNlcNYxDUuKsHujHBA-NLUE-29_fZCMfqfqT13VLy_M7QloayGf7ZyE2eQT9CKEdnlVaTyHmjal7MtC0UEFBp_ouosTkqhE_sqzRIVzG2T4Bg9B-uSBqyIUQjgyqHYNGLv80KIEck9ZpseLAbtd5mO3EJ57/w640-h418/16marco1974_Luis_Sacadura_7%20Tempo%20de%20incerteza_v2.jpg" width="640" /></a></div><br />Foto nº 7 > Caldas da Rainha > RI 5 > 16 de março de 1974 > </span>Junto à porta de armas: tempo de incerteza (iii)</div></span><span style="font-family: georgia;"><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiMyerlYWGm3c4jIOupq_V8YkYfwytvn-_L8OpOdlvTBc591lFqogno6K70HRfnIz0oFo0ro1kPElE8YEaFiy7qKxd3rxznvfvs13iQFDm-PJMc9PF6l5AA4tt_8GV-lpxCu5Ow4mnZ75h6Hsf-YGOS8wjOnnUmL0ggesBVDLc5Q00cWHwDinT/w640-h410/16marco1974_Luis_Sacdura_1%20O%20quartel%20das%20Caldas%20j%C3%A1%20cercado_v2.jpg" /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Foto nº 8 > Caldas da Rainha > RI 5 > 16 de março de 1974 > O quartel já cercado pelas forças governamentais</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI704_-4PVqLjTZSBx0qGsNbRQmLpGNAWWG5oNQBiX2DQ1zFsnOdtDjMhuEdot7YZKf87Ee4P5JfHX1r9f3Bb9KqZImhhDa79l4bC1ZNUHMIk_jI1Wps4uySJEYfNMQIdcyaJxAROgpfrt_1h3ANPiO7flLQMmOSjE7B_cKDTp7th2QjzDREY2/s675/16marco1974_lUIS_Sacadura_2%20Jeep%20com%20parlamentar%20governamental%20que%20ser%C3%A1%20o%20Brigadeiro%20Pedro%20Serrano_v2.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI704_-4PVqLjTZSBx0qGsNbRQmLpGNAWWG5oNQBiX2DQ1zFsnOdtDjMhuEdot7YZKf87Ee4P5JfHX1r9f3Bb9KqZImhhDa79l4bC1ZNUHMIk_jI1Wps4uySJEYfNMQIdcyaJxAROgpfrt_1h3ANPiO7flLQMmOSjE7B_cKDTp7th2QjzDREY2/w640-h502/16marco1974_lUIS_Sacadura_2%20Jeep%20com%20parlamentar%20governamental%20que%20ser%C3%A1%20o%20Brigadeiro%20Pedro%20Serrano_v2.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Foto nº 9 > Caldas da Rainha > RI 5 > 16 de março de 1974 > Jipe com parlamentar governamental, o brigadeiro Pedro Serrano</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGJ0pCEEMxGJRcC7tM8FslsEONsZaxtri907SiU3dlXBlFmUokgWF3J4HW9ce0eNt2r4hzSTQe3dmqgW4X4c4LhnbjxIQpkkZrgS4cYdihd6uO-kyVdFFvQZ2hjiQKMxT7axLihbL1UuvMyPQIRs5PNzmRcMDN8fUNZuXxg_sIOyDFePWcrxef/s906/16marco1974_Luis_Sacadura_Pelo%20aspecto%20j%C3%A1%20se%20estava%20no%20capitulo%20das%20amea%C3%A7as._v5.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="633" data-original-width="906" height="448" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGJ0pCEEMxGJRcC7tM8FslsEONsZaxtri907SiU3dlXBlFmUokgWF3J4HW9ce0eNt2r4hzSTQe3dmqgW4X4c4LhnbjxIQpkkZrgS4cYdihd6uO-kyVdFFvQZ2hjiQKMxT7axLihbL1UuvMyPQIRs5PNzmRcMDN8fUNZuXxg_sIOyDFePWcrxef/w640-h448/16marco1974_Luis_Sacadura_Pelo%20aspecto%20j%C3%A1%20se%20estava%20no%20capitulo%20das%20amea%C3%A7as._v5.jpg" width="640" /></a></div></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Foto nº 10 > Caldas da Rainha > RI 5 > 16 de março de 1974 > Pelo aspecto do brigadeiro, já se estava no capitulo das ameaças. (A imagem original tem um defeito de revelação ou de exposição, que procurámos corrigir.)</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9l6PEYSrRGpr0XTiSYIKwl9AUQqG97xroUMdnfTNxOtX-B8cRQV1XPkoX9AzhLTsDE0Aq_XO74UlIIgVAqbeQlZX4UevcccIT-4hXMYEVgi0iVhbXtc2jCeOan0XaEbGtJyRvYTdoVDr2R3bkvCqN6MooFnz0aPzx223HtVvcfyS5VAqWA4H6/s984/16marco1974_Luis_Sacadura_12%20Servi%C3%A7o%20audio%20visuais%201.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9l6PEYSrRGpr0XTiSYIKwl9AUQqG97xroUMdnfTNxOtX-B8cRQV1XPkoX9AzhLTsDE0Aq_XO74UlIIgVAqbeQlZX4UevcccIT-4hXMYEVgi0iVhbXtc2jCeOan0XaEbGtJyRvYTdoVDr2R3bkvCqN6MooFnz0aPzx223HtVvcfyS5VAqWA4H6/w640-h444/16marco1974_Luis_Sacadura_12%20Servi%C3%A7o%20audio%20visuais%201.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Foto nº 11 > Caldas da Rainha > RI 5 > 16 de março de 1974 > Serviço audiovisuais</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihcR75WIjaQgsjFWN2M8SSF9o2zKsGVA0mvXNrBK7h59YjIHQlsKhYdjDOKZeLD2QX8AHXwFs3MBUhAPIgPPW_THUKyrVLuO-eYVX5Ut-VAtFYOXj65tugFML0qjNy-cWzU0j75ltqoQBlsQO52kY02ZikkEaXnYD2LeUsesbPLhyphenhyphenuG3Q5i7uu/s903/16marco1974_Luis_Sacadura_11%20Lu%C3%ADs%20Sacadura%20que%20me%20enviou%20as%20fotos_v2.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihcR75WIjaQgsjFWN2M8SSF9o2zKsGVA0mvXNrBK7h59YjIHQlsKhYdjDOKZeLD2QX8AHXwFs3MBUhAPIgPPW_THUKyrVLuO-eYVX5Ut-VAtFYOXj65tugFML0qjNy-cWzU0j75ltqoQBlsQO52kY02ZikkEaXnYD2LeUsesbPLhyphenhyphenuG3Q5i7uu/w640-h430/16marco1974_Luis_Sacadura_11%20Lu%C3%ADs%20Sacadura%20que%20me%20enviou%20as%20fotos_v2.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Foto nº 12 > Caldas da Rainha > RI 5 > 16 de março de 1974 > Furriel mil Luís Sacadura, meu primo que me enviou as fotos dos EUA.</div><br />Fotos (e legendas): © Luís Sacadura / Juvenal Amado (2011). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar : Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]<br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b>1. Reproduzimos aqui a mensagem de Juvenal Amado (ex-1.º cabo cond auto-rodas, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1972/74), com data de 28 de maio de 2011, publicada no poste P8359, de 1 de junho de 2011 (*):</b><br /></span><div><span style="font-family: georgia;"> </span></div><div><div style="text-align: center;"><i><b><span style="font-family: georgia;">O 16 DE MARÇO DE 1974 EM FOTOS</span></b></i></div><i><span style="font-family: georgia;"><br />O meu Batalhão estava no Cumeré já a aguardar embarque quando se deu o levantamento das Caldas da Rainha.</span></i></div><div><i><span style="font-family: georgia;"><br />Foi com natural apreensão que essas notícias chegaram até nós, pois, já com 27 meses de comissão, os nossos receios viram eventuais atrasos no nosso embarque resultante da situação que se vivia na Metrópole.</span></i></div><div><i><span style="font-family: georgia;"><br />Ainda foi alvitrado no gozo, por alguém, que quando desembarcássemos nos seria distribuída novamente as G3 e ainda acabávamos na Serra da Estrela.<br /><br />Quanto a mim juntava a essas preocupações o facto de o meu primo direito Luís Sacadura, que era furriel miliciano, e o Caetano, que era alferes miliciano, os dois de Alcobaça, estarem nessa altura a cumprir serviço militar no referido quartel e que decerto se teriam envolvido nos acontecimentos, de que resultaram à volta de 200 prisioneiros.<br /><br />O meu primo já estava em liberdade quando desembarquei em 4 de Abril de 1974, mas o Caetano só o vi depois do 25 de Abril quando foi solto.<br /><br />Hoje quem lê sobre os acontecimentos os nomes de militares ligados à Guiné, são prova de que o facto terem sido lá combatentes, assumiu um peso muito grande tanto neste levantamento como no 25 de Abril, que levaria por diante o derrube do regime.<br /><br />Por último, as fotos foram-me enviadas dos EUA pelo o meu primo com a devida autorização para as publicar (...)</span></i></div><div><b><span style="font-family: georgia;"><br /></span></b></div><div><b><span style="font-family: georgia;">2. Comentário do editor LG (*):</span></b></div><span style="font-family: georgia;"><br />(i) Recebemos do Juvenal Amado a seguinte mensagem, com data de 27 de maio de 2011:</span><div><i><span style="font-family: georgia;"><br /></span></i></div><div><span style="font-family: georgia;"><i>"Carlos: Recebi fotos do 16 de Março 1974 a quando do levantamento das Caldas da Rainha. As mesmas foram-me enviadas por um primo meu a morar nos USA que participou na referida tentativa.<br /><br />"Não sendo assunto directamente associado com a Guiné, venho então saber se ao blogue interessa o assunto. Fico a aguardar a tua opinião e se ela for um sim escreverei alguma coisa para acompanhar as fotos." (...)</i><br /><br />(ii) A nossa resposta dos editores só podia ser sim, sem quaisquer reservas... Independentemente da "leitura" dos acontecimentos, e da contextualização do 16 de Março de 1974, seria no mínimo uma "pena" que estas fotos, tiradas pelo Luís Sacadura, de grande interesse documental, e até de boa qualidade estética (traduzindo o momento de grande tensão dramática que foi esse dia), fossem um dia parar a um "caixote do lixo" americano...<br /><br />Obrigado, Luís ("God Save You!"), obrigado, Juvenal... Tudo o que diz respeito à nossa Pátria e à nossa História, nos interessa, embora com particular enfoque na guerra da Guiné (1961/74)... Mas onde começa e acaba a "guerra da Guiné"? Para nós, que ainda estamos vivos, e cultivamos a arte e o prazer da memória, ela ainda não acabou de todo... </span></div><div><span style="font-family: georgia;"> </span></div><div><span style="font-family: georgia;">(iii) Cinquenta anos depois do 16 de março de 1974, e do 25 de Abril, todas estas fotos são preciosas (**). O 16 de Março não teve um grande fotógrafo à altura como o Alfredo Cunha (que fez na madrugado do 25 de Abril fez a reportagem da sua vida)... </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">São fotos, amadoras, que merecem ser republicadas. Aliás, temos escassas referências no blogue ao "16 de Março" e a imprensa da época, devido à censura, não pôde dar informação detalhada sobre o ocorrido...</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Três dias depois os leitores do "Diário de Lisboa", como eu (na época), ficaram a saber, por uma pequena notícia da SEIT (antigo SNI) que tinham sido presos 33 oficiais (e não 200, como dizia alguma imprensa estrangeira) "implicados na insubordinação verificada no Regimento de Infantaria nº 5"... (Repare-se que nem a <a href="https://arquivos.rtp.pt/conteudos/20-anos-da-revolta-das-caldas/" rel="nofollow">RTP Arquivos</a> tem imagens do cerco ao RI 5)...</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b>3. O historiador e biógrafo de Spínola, Luís Nuno Rodrigues, escreveu: </b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i>"No rescaldo do episódio, cerca de duas centenas de militares são presas, entre ele os membros do MFA mais próximos do general António de Spínoala, como Almeida Bruno, Manuel Monge, Casanova Ferreira, Armando Ramos e Virgílio Varela" (...). </i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">E mais adianta: </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i>"O '16 de Março' tinha sido, por conseguinte, uma tentativa algo atabalhoada da 'ala spinolista' do MFA de fazer despoletar um movimento para o derrube do regime e para a entrega do poder ao general. </i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i>"A acção fora em grande parte motivada pela tomada de posição de algins oficiais do CIOE de Lamego (que acabariam por não sair do quartel), pelas atitudes de dois antigos oficiais de Spínola na Guiné (Leuschner Fernandes e Carlos Azeredo) e pelo impeto dos oficiais oriundos de milicianos do RI5 das Caldas da Rainha". (Fonte</i>: Excertos de "Spínola: biografia", Lisboa: A Esfera dos Livros, 2010, pág. 236).</span></div><div><br /></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimqiG7aZeolXkBiJOjehpuuUwg_rQYxfG0KLhKi7GE61Cg1AScSTSzwxqf3RpT7z9UZtMcdUNFHcEBolWWXDsNgP1GV5FNW-wwzk66Y6Y3CVmCUdDx4C-T4lw9hVkkaDt5Jp9xkoy0TyBNLRGKEU7JIp0IKmf48vx2u1Nkiph83Fh4da9Oks_4/s1094/Diario_Lisboa_16marco1974_nota19marcopag1.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="841" data-original-width="1094" height="492" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimqiG7aZeolXkBiJOjehpuuUwg_rQYxfG0KLhKi7GE61Cg1AScSTSzwxqf3RpT7z9UZtMcdUNFHcEBolWWXDsNgP1GV5FNW-wwzk66Y6Y3CVmCUdDx4C-T4lw9hVkkaDt5Jp9xkoy0TyBNLRGKEU7JIp0IKmf48vx2u1Nkiph83Fh4da9Oks_4/w640-h492/Diario_Lisboa_16marco1974_nota19marcopag1.png" width="640" /></a></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8nLKaRHd0aDgXbp9QiFFFvN_Jx1FG5sdJjXkG1me9KEFYuo9N4hUXJIIYkOvZNI1olqmDZZpzkY7Rir7xZu8K196rm2eiFJGdqffwNJK3Uee3ebOWbJEhiM9A3zQBdknnYgY5N1QlG1apbY0r-7ZPnUwtLezdnufpY8J2rKZ15dSSZuRW0bWH/s2796/Diario_Lisboa_16marco1974_cabecalho_dia19.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="494" data-original-width="2796" height="114" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8nLKaRHd0aDgXbp9QiFFFvN_Jx1FG5sdJjXkG1me9KEFYuo9N4hUXJIIYkOvZNI1olqmDZZpzkY7Rir7xZu8K196rm2eiFJGdqffwNJK3Uee3ebOWbJEhiM9A3zQBdknnYgY5N1QlG1apbY0r-7ZPnUwtLezdnufpY8J2rKZ15dSSZuRW0bWH/w640-h114/Diario_Lisboa_16marco1974_cabecalho_dia19.png" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><i>Diário de Lisboa</i>, edição de terça feira, 19 de março de 1974, pág, 1</span></div><div>____________</div><div><br /></div><div>Notas do editor:</div><div><br /></div><div><div>(*) Vd. poste de 1 de junho de 2011 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2011/06/guine-6374-p8359-rebeliao-das-caldas-da.html">Guiné 63/74 - P8359: A rebelião das Caldas da Rainha, em 16 de Março de 1974, lembrada pelas fotos de Luís Sacadura</a><br /><br />(**) Último poste da série > 15 de março dfe 2024 > <a href="#">Guiné 61/74 - P25275: Os 50 anos do 25 de Abril (1): Nos 50 Anos de Abril... O Meu Herói de Abril - Cap. Salgueiro Maia (António Ináci</a><a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25275-50-anos-do-25-de.html" rel="nofollow">o Correia Nogueira)</a><span style="text-align: center;"> </span></div></div></div></div>Tabanca Grande Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-14503490443949096382024-03-16T14:41:00.002+00:002024-03-16T14:42:16.163+00:00Guiné 61/74 - P25278: Os nossos seres, saberes e lazeres (619): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (146): Com que satisfação regressei à Princesa do Alentejo, uma incompreensível ausência de décadas (6) (Mário Beja Santos)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHgU2sXE1RBj2eLgXmgk4EjMQOkEf9o2fO-bpr6A6EIoP8tGYpdIaM3fpatKIpY2B_nT_9TlTXVQrToPYTjEwssYtYEXTUFwWBP0znN1okCdNPA9JNb0pz9SFiN0ywse-EMjbU7rAjLyZza5KT7uyYhzXzsdq97Mxxa2un3t8l9Fx3iJcpN-I/s1600/Beja%20Santos-8.jpg" style="clear: right; color: #e53319; display: block; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; padding: 1em 0px; text-align: center; text-decoration-line: none;"><img alt="" border="0" data-original-height="198" data-original-width="162" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHgU2sXE1RBj2eLgXmgk4EjMQOkEf9o2fO-bpr6A6EIoP8tGYpdIaM3fpatKIpY2B_nT_9TlTXVQrToPYTjEwssYtYEXTUFwWBP0znN1okCdNPA9JNb0pz9SFiN0ywse-EMjbU7rAjLyZza5KT7uyYhzXzsdq97Mxxa2un3t8l9Fx3iJcpN-I/s1600/Beja%20Santos-8.jpg" style="border: none; position: relative;" /></a><b><span style="font-size: large;">1.</span> Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 20 de Novembro de 2023:</b><br />
<br /><b><i>
Queridos amigos, <br />
Folheio uma obra de Túlio Espanca sobre a cidade de Évora e fica-me o ressaibo de indisfarçada amargura de amanhã partir de regresso a casa sem visitar o antigo quartel dos Dragões de Évora, o Palácio de D. Manuel (ou o que dele resta), passear-me no Aqueduto da Água da Prata, ver o mirante da Casa Cordovil e algumas igrejas que são tesouros, como a Igreja de S. Francisco. Fica para a próxima. Deu-me enorme prazer sair do Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida e ver outros empreendimentos da Fundação como a coleção de carruagens e o Páteo de S. Miguel e o Paço dos Condes de Basto, visitas que a todos se recomenda quando vierem à princesa do Alentejo, estou pronto a regressar, e sem demora.<br />
<br />
Um abraço do<br />
Mário</i></b><br /><br />
<br /><b><span style="font-size: large;">
Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (146):<br />
Com que satisfação regressei à Princesa do Alentejo, uma incompreensível ausência de décadas (6)<br /></span></b>
<br /><b><span style="font-size: medium;">
Mário Beja Santos</span></b><br />
<br /><b><span style="font-size: large;">
O</span>s fotógrafos de smartphone, com os quais alinho, têm o dever de ir eliminando imagens da câmara para que não chegue o pesadelo da lentidão da máquina. Estava a proceder a essa filtragem quando fiquei um tanto embasbacado quando descobri que não tinha incluído este magnífico presépio, imagem captada no Museu Nacional de Évora, no episódio apropriado, correspondente à dita visita. Por o achar muito belo, entendi que o leitor perdoaria o dislate e podia ver com agrado um vistoso presépio de que nos podemos orgulhar ter uma vastíssima coleção de obras únicas que não se confinam aos trabalhos portentosos de Machado Castro, dispomos de peças de rara sensibilidade por museus e templos religiosos e até casas particulares. Aqui fica o registo.<br />
</b><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9f_i3pFhiD8SwpMGo6ql576p6qcX9w9u3KcAqMTSeKBGUNEnptTD4RkRSc32ppEjENJfIL1r01qBEs6lwAXasnLsDfdSTsA6IlYKAUCaHcbHSCFn70SEZT2MuX1H9VOZfe5k4EW_ZiAL5dirNaNTaXkmQz7AKHijsGAv9iLwfcKz9_X60mTej8w/s1600/mbs1.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="624" data-original-width="468" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9f_i3pFhiD8SwpMGo6ql576p6qcX9w9u3KcAqMTSeKBGUNEnptTD4RkRSc32ppEjENJfIL1r01qBEs6lwAXasnLsDfdSTsA6IlYKAUCaHcbHSCFn70SEZT2MuX1H9VOZfe5k4EW_ZiAL5dirNaNTaXkmQz7AKHijsGAv9iLwfcKz9_X60mTej8w/s1600/mbs1.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><b>Presépio esplendoroso, de uma espantosa riqueza figurativa na sua organização</b></div>
<div style="text-align: center;"><br /></div><b>
Visitado que foi o Centro de Arte e Cultura, havia que visitar um outro tesouro da Fundação Eugénio de Almeida, a coleção de carruagens, assente no antigo celeiro do Cabido da Sé de Évora. O edifício foi adquirido em 1959 por Vasco Eugénio de Almeida com o objetivo de integrar o conjunto edificado do pátio de S. Miguel. Abriu ao público em 1998 e foi alvo de requalificação entre 2008 e 2011, temos aqui uma coleção de carruagens que reúne os atrelados e utilitários de viagem que estiveram ao serviço da Casa Eugénio de Almeida entre a segunda metade do século XIX e os primeiros anos do século XX. A exposição não deixa de mencionar que com os primeiros anos do século XX as carruagens entraram progressivamente em desuso. A família Eugénio de Almeida começou a ter carros a partir de 1907, houve que adaptar as cocheiras do Parque de Santa Gertrudes. Décadas depois, quando as carruagens não passavam de relíquias, vieram expeditas por caminho de ferro até Évora. Mas veio o racionamento da Segunda Guerra Mundial, as velhas carruagens não tardaram a ser resgatadas e postas ao serviço, até que terminou a guerra. São estas as carruagens de família e outras peças adquiridas em leilões, caso da cadeirinha que podemos ver com imensa satisfação.</b><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJBCI-uONF0Ra-DBMmytJH-Y4HlLoYjOwQr2ikRCBZARf5zWpok5d5IVC6hrbbRkGTl2WX7B2Hcd8kvKGaQ97HsOCZQFw7dIA6tpoBKQyjH-2A11vW_4WB29LN2Py1RO8rid6bebCtl1KqAzL0OtbVW5dxEzQrgXJc1RVL2Kp86w5gnPSGjWds2A/s624/mbs2.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="624" data-original-width="468" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJBCI-uONF0Ra-DBMmytJH-Y4HlLoYjOwQr2ikRCBZARf5zWpok5d5IVC6hrbbRkGTl2WX7B2Hcd8kvKGaQ97HsOCZQFw7dIA6tpoBKQyjH-2A11vW_4WB29LN2Py1RO8rid6bebCtl1KqAzL0OtbVW5dxEzQrgXJc1RVL2Kp86w5gnPSGjWds2A/s16000/mbs2.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5Os8HCobecthyOAN_jIv-Lqadd0WFBifTjoF2fc9u878jJZ55iTky6dXHYY3ZopRr7fVR-c5sYYkl82YmarEMwU5Ky96XY2jItF0tveJS0mATQyfc1m97dwLHOTmyhaSbRmrDBXiIqxMleGxY4TJzwABv1NKEEqHu1GCwZ-yfkwE6SEV5egGwOA/s624/mbs3.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="624" data-original-width="468" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5Os8HCobecthyOAN_jIv-Lqadd0WFBifTjoF2fc9u878jJZ55iTky6dXHYY3ZopRr7fVR-c5sYYkl82YmarEMwU5Ky96XY2jItF0tveJS0mATQyfc1m97dwLHOTmyhaSbRmrDBXiIqxMleGxY4TJzwABv1NKEEqHu1GCwZ-yfkwE6SEV5egGwOA/s16000/mbs3.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCr_Gzko_w8ahnUEoA9w-EsJGbuDoS0zjXBUTZt9XGpvcDQk2v2K5SbZVwiN-TwymD5TdZ0aeRP7C7YcA_lx4ArbZdV20ZAGhMtXRaBkXF-cLKnoA5Zx-ouS3tG9m6Q4xZ_WgNzcGER5zcSED1AvT57YBGELIN8nXS-Pt3BXcdW_NvIwXuNQPLOQ/s625/mbs4.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="625" data-original-width="469" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCr_Gzko_w8ahnUEoA9w-EsJGbuDoS0zjXBUTZt9XGpvcDQk2v2K5SbZVwiN-TwymD5TdZ0aeRP7C7YcA_lx4ArbZdV20ZAGhMtXRaBkXF-cLKnoA5Zx-ouS3tG9m6Q4xZ_WgNzcGER5zcSED1AvT57YBGELIN8nXS-Pt3BXcdW_NvIwXuNQPLOQ/s16000/mbs4.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><b>Imagens recolhidas na coleção de carruagens</b></div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgItoStl8DesuoSAKBgLziokGrTPoxL_kgp3d2KwlOCio6LDT2l7EEmiXiqZaNFGnDtIHqpgM5GEqco3PAvtDAxXHQh-a7Ck_CX86ev9vXWeeBi095gXHY4VoaeuHKQ8aTvOwBD2zzw7SazRohHyOJwDcP67Mu6B_88Sk0cjAVdCEz6xR6oHlrtwQ/s1600/mbs5.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="624" data-original-width="468" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgItoStl8DesuoSAKBgLziokGrTPoxL_kgp3d2KwlOCio6LDT2l7EEmiXiqZaNFGnDtIHqpgM5GEqco3PAvtDAxXHQh-a7Ck_CX86ev9vXWeeBi095gXHY4VoaeuHKQ8aTvOwBD2zzw7SazRohHyOJwDcP67Mu6B_88Sk0cjAVdCEz6xR6oHlrtwQ/s1600/mbs5.jpg" /></a></div><b>
Já muito se passeou e o palato pede uma açorda com muito coentro e uns cubos bem olorosos de carne de porco. É nesse ínterim que se percorrem as arcadas da Praça do Giraldo e dá-se conta que numa intervenção foi encontrado um fresco e ali ficou mantido em estado de boa conservação para nos recordarmos de outras eras em que seguramente estas arcadas, já de si garbosas, possuíam frescos.<br />
<br />
É a última deambulação do dia, a visita ao Palácio dos Condes de Basto ou Paço de São Miguel, a sorte favorece os audazes, esta tarde o Paço é visitável, coisa que raramente acontece. Diz o guia de Évora que a origem deste palácio remonta, pelo menos, ao período muçulmano. Conheceu-se sucessivas modificações, não falta no seu interior o estilo manuelino e mudéjar. Assenta sobre troços da muralha medieval (e romana) e tem uma aparência exterior fortificada. A elegâncias das reformas manuelinas traduz-se nas janelas geminadas e nos arcos ultrapassados de um dos corpos principais, o conjunto é discreto e funde-se com a malha urbana da cidade. Só penetrando no páteo é que se começa a vislumbrar a extensão do palácio. O corpo adjacente situado a poente é mais moderno, teve obras entre 1570 e 1573. É aqui que encontramos três salas ornamentadas por programas fresquistas. Deve-se a Vasco Eugénio de Almeida, no século XX, a profunda intervenção de conservação e restauro de todo o complexo de edifícios do Páteo de São Miguel. O Paço está classificado desde 1922 como Monumento Nacional.</b><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlqePNVbD26pC_2NSuwATao-Fl5nu58E7NTOG7hOoeJ2DBWdleoZqN7dLPvKtVzciqZuLrnK1qNM7g6-1US9B3-A_N-vdPRsnMx9Carht2Ht8io9IVIH8OYki0_8dM7MX0OpmtFbx5Kel-chdVeGXyqFbjhA3_1xJD__4GiRjNZzqdGpGw4f3F7A/s1600/mbs6.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="624" data-original-width="468" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlqePNVbD26pC_2NSuwATao-Fl5nu58E7NTOG7hOoeJ2DBWdleoZqN7dLPvKtVzciqZuLrnK1qNM7g6-1US9B3-A_N-vdPRsnMx9Carht2Ht8io9IVIH8OYki0_8dM7MX0OpmtFbx5Kel-chdVeGXyqFbjhA3_1xJD__4GiRjNZzqdGpGw4f3F7A/s1600/mbs6.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX3z5uH3HIcC9p9YY4vQi3kwJFxYz_jSHlvNXI7RD86BsWAQcwh_0Q8eFMF8Z622yosdZp3TAoJCE6V2jn_eDyAAXOpMv3WYFkjp1XGz-LAmIuVZequ3ZUAMWIM7-BHzDD_po4nuHnQvITYqwKsG8BDZlQf59iDpclsKF7aJbMyUKlQnHzH-aiOg/s1600/mbs7.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="468" data-original-width="624" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX3z5uH3HIcC9p9YY4vQi3kwJFxYz_jSHlvNXI7RD86BsWAQcwh_0Q8eFMF8Z622yosdZp3TAoJCE6V2jn_eDyAAXOpMv3WYFkjp1XGz-LAmIuVZequ3ZUAMWIM7-BHzDD_po4nuHnQvITYqwKsG8BDZlQf59iDpclsKF7aJbMyUKlQnHzH-aiOg/s1600/mbs7.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdjaatcRUZ-LJJHIloKqJZrgaV7KQSmy0fEKz5iDOqpIN0yvMGECOUKD5wvGGR2Llsh1H0WbkWX817_bZJsy4csIPyU_lk5Fk1YyX7GVJF_Iit0-JIbHmkMFcGGIu2NAjbWShr3VREB0PuBk8mn9BKEaPXPue-LoTEsdLNqC6lsZSKczPXXpE2HQ/s1600/mbs8.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="468" data-original-width="624" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdjaatcRUZ-LJJHIloKqJZrgaV7KQSmy0fEKz5iDOqpIN0yvMGECOUKD5wvGGR2Llsh1H0WbkWX817_bZJsy4csIPyU_lk5Fk1YyX7GVJF_Iit0-JIbHmkMFcGGIu2NAjbWShr3VREB0PuBk8mn9BKEaPXPue-LoTEsdLNqC6lsZSKczPXXpE2HQ/s1600/mbs8.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxriwfsxrbbURvYgg3FFUAlU_EzTUTvBqqKXM1HzOPsoZggM2iksunvwAph_59JLyupl6sLvT8H5WwUIdg1mlkkdoYBzffUQPRt6CUQVukqwzY_dGqXPOwabLiEO_ls7dbUucvqXwHFnIGK7kR-NEuJnDTAvGTXEcEt9-tJEPHHqAUhbgzCXENvA/s1600/mbs9.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="624" data-original-width="468" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxriwfsxrbbURvYgg3FFUAlU_EzTUTvBqqKXM1HzOPsoZggM2iksunvwAph_59JLyupl6sLvT8H5WwUIdg1mlkkdoYBzffUQPRt6CUQVukqwzY_dGqXPOwabLiEO_ls7dbUucvqXwHFnIGK7kR-NEuJnDTAvGTXEcEt9-tJEPHHqAUhbgzCXENvA/s1600/mbs9.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsPDwYhqsp3xVLWMwjj-p7oBNri6RcyEHxVtip0HeoGpb03Cq2XHGw2KzMTOAS3p5ospE91FEE4mSEO4hEzYU9SNEo-sdITxPl7fY9gM13oVHCje7QMGGsyIS5MvY4CP5s-oD3umUHQylg3sSz0KXQgLLSHyjHwdpMDPc4RsixcGrxQ_EyTq2HSw/s1600/mbs10.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="468" data-original-width="624" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsPDwYhqsp3xVLWMwjj-p7oBNri6RcyEHxVtip0HeoGpb03Cq2XHGw2KzMTOAS3p5ospE91FEE4mSEO4hEzYU9SNEo-sdITxPl7fY9gM13oVHCje7QMGGsyIS5MvY4CP5s-oD3umUHQylg3sSz0KXQgLLSHyjHwdpMDPc4RsixcGrxQ_EyTq2HSw/s1600/mbs10.jpg" /></a></div><b>
A Sala Oval é coberta por uma abóbada artesoada preenchida por uma copa de árvores cujos ramos e vegetação se encontram entrançados; entre estes ramos brincam crianças colhendo frutos, num ambiente de fortuna e prazer, rodeados das oitos ninfas segundo as Metamorfoses de Ovídio. A Sala da Tomada de La Goleta é coberta por 22 painéis com frescos cuja temática é a abundância.<br />
</b><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUFXHiw2W_Wbztj8ztsHe-tfm8YvwJm_rvNxDqV3UfTsDrmxwX_IvpAAmqcr6RJ4L4AsT4_z36gVKD_FpSTc-2yjxduwtIz8kQclbX2qOhpAzkQXjXZK43QNZl1neQ05m5sYMlYOD7SF1PyqXued4CMvu2PVenK_5zNLyXRiktbeTjwKX4R4v4nw/s1600/mbs11.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="468" data-original-width="624" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUFXHiw2W_Wbztj8ztsHe-tfm8YvwJm_rvNxDqV3UfTsDrmxwX_IvpAAmqcr6RJ4L4AsT4_z36gVKD_FpSTc-2yjxduwtIz8kQclbX2qOhpAzkQXjXZK43QNZl1neQ05m5sYMlYOD7SF1PyqXued4CMvu2PVenK_5zNLyXRiktbeTjwKX4R4v4nw/s1600/mbs11.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><b>Sala de bilhar</b></div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN6vgSkR_pDbYnQKwBlM_zgX8ibidePEbIXbC25e3AMNhp_H22iz6y2CF-7_dKVWK8odeFNsvcQmZpMAmiqq47qTBp2rcoTnGErr7Jwhk4O9XRQ9bO0dClsU9NcJ4wnQcQjw-epoT3E1vJmreWqk_uxdWuVgyF52h1jzxNr5J3KcDbVT06o7ehCg/s1600/mbs12.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="469" data-original-width="625" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN6vgSkR_pDbYnQKwBlM_zgX8ibidePEbIXbC25e3AMNhp_H22iz6y2CF-7_dKVWK8odeFNsvcQmZpMAmiqq47qTBp2rcoTnGErr7Jwhk4O9XRQ9bO0dClsU9NcJ4wnQcQjw-epoT3E1vJmreWqk_uxdWuVgyF52h1jzxNr5J3KcDbVT06o7ehCg/s1600/mbs12.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><b>Um encantador sinal da arte mudéjar.</b></div>
<br /><b>
Aviso o leitor que vamos prolongar esta visita. Enquanto por aqui se deambulava, uma amável cicerone indicou uma sala onde se podia ver como era o Páteo de São Miguel antes das obras, fica-se de boca aberta com o estado de degradação, de completo abandono em que se encontravam grande parte das instalações adjacentes ao Paço. Houve a preocupação de ler Túlio Espanca antes de vir a Évora. Ele refere a importância da cidade na História de Portugal, refere mesmo a arquitetura civil manuelina e não esquece o Paço dos Condes de Basto. Este importante divulgador cultural refere a sua história e fala do edifício do seu interior desta maneira:<br /><i>
“Edifício de grande caráter e acentuada diversidade arquitetónica, assenta na torre e muralha mediévicas, em cujo flanco oriental rompe a hoje obstruída Porta da Traição e no maior bloco se ergue o imponente pavilhão de telhados de quatro águas, rasgado por janelas minadas, de arcos de ferradura, de ladrilho e delicada capitelação de pedra regional. No interior, disposto em majestosas salas, subsistem curiosas pinturas murais do estilo renascentista e outras maneiristas, de temática mitológica ou histórica.”</i><br />
<br />
Vamos a seguir concluir a visita a tão impressionante conjunto de edifícios.<br />
<br />
(continua)</b><br />
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<b>Nota do editor<br />
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Último post da série de 10 DE MARÇO DE 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25257-os-nossos-seres.html">Guiné 61/74 - P25257: Os nossos seres, saberes e lazeres (618): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (145): Com que satisfação regressei à Princesa do Alentejo, uma incompreensível ausência de décadas (5) (Mário Beja Santos)</a></b>Carlos Vinhalhttp://www.blogger.com/profile/02513603707400841996noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-27471864714182219242024-03-16T00:05:00.039+00:002024-03-16T14:00:47.437+00:00Guiné 61/74 - P25277: Convívios (984): 55.º Almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, Algés, 14 de março de 2024 - Parte I<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp5CxRmieh1yh__-3K3kH4MOX8F29uuXRSUFTpFDtQF1cgbzMFW1wQ89ryNH8V2ykKI_NeeDRLEQvsAoNyZQLZuej2rQWm7LCyzA4_lvco8OTFCpNoWoZj0rXUV9WkXcESw1sJFnbzl4XTJERAbw-QM-gPazxDrt0Gi2bhaCI8fVra9qdaorMp/s829/Tabanca_daLinha_14mar2024_Joao_Crisostomo_Cristina_DSC_0422_v3.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="501" data-original-width="829" height="386" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp5CxRmieh1yh__-3K3kH4MOX8F29uuXRSUFTpFDtQF1cgbzMFW1wQ89ryNH8V2ykKI_NeeDRLEQvsAoNyZQLZuej2rQWm7LCyzA4_lvco8OTFCpNoWoZj0rXUV9WkXcESw1sJFnbzl4XTJERAbw-QM-gPazxDrt0Gi2bhaCI8fVra9qdaorMp/w640-h386/Tabanca_daLinha_14mar2024_Joao_Crisostomo_Cristina_DSC_0422_v3.JPG" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia;">Lisboa > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 14 de março de 2024 > 55.º convívio da Magnífica Tabanca da Linha > O João Crisóstomo (Nova Iorque) e filha Cristina (que presentemente vive e trabalha em Lisboa)</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc-0doWdFwB_wIfwmv44a-R1oqkanGyj1-P4SZv5D7FcKljsigQc8kP53thl_Uo85zwt-4_G7cWVW-7vUrZYKut8oa0mcToOprrN92HDtyUL_0tu0FnEYS-PIE9dhjUVNs9J8Ybl8FghohCMe4rAe_6u88DAOOg9KWAx4MWgxi4Vnzpvs212u9/s1304/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_433_v2.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="869" data-original-width="1304" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc-0doWdFwB_wIfwmv44a-R1oqkanGyj1-P4SZv5D7FcKljsigQc8kP53thl_Uo85zwt-4_G7cWVW-7vUrZYKut8oa0mcToOprrN92HDtyUL_0tu0FnEYS-PIE9dhjUVNs9J8Ybl8FghohCMe4rAe_6u88DAOOg9KWAx4MWgxi4Vnzpvs212u9/w640-h426/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_433_v2.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /><div style="text-align: left;">Lisboa > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 14 de março de 2024 > 55.º convívio da Magnífica Tabanca da Linha > Lado direito da mesa em U: logo em primeiro plano, três "magníficos" e "históricos" da Tabanca da Linha: o António Fernandes Marques (Cascais) o Luís Moreira e a Irene (Mem-Martins)</div></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRQx6brvrg99d5fnp_z7wdclEh6lop3faken5HbOgWlWv5f3ngCa0f85R2VbwZ0CwslYERza_RmTmyucBNHWjA5bHGbBZnm2ZbY8WtreITmjf7_3D4r0LVbJ8p5G3sHVgJAGqIAAP3TRic7z0EyH9cHe3XpiC4Vnd9I_rho3jEcIQmGMo54PRK/s1272/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_434_v2.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="841" data-original-width="1272" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRQx6brvrg99d5fnp_z7wdclEh6lop3faken5HbOgWlWv5f3ngCa0f85R2VbwZ0CwslYERza_RmTmyucBNHWjA5bHGbBZnm2ZbY8WtreITmjf7_3D4r0LVbJ8p5G3sHVgJAGqIAAP3TRic7z0EyH9cHe3XpiC4Vnd9I_rho3jEcIQmGMo54PRK/w640-h424/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_434_v2.JPG" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: left;">Lisboa > Algés > Restaurante Caravela de Ouro > 14 de março de 2024 > 55.º convívio da Magnífica Tabanca da Linha > O lado esquerdo da mesa em U: logo em primeiro plano, o Carlos Silvério (Lourinhã).</div></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG2Srj0F00ZahMbafofWAmmev7mtYyAQFIOFSMXU23XbaENAWrSSSPPdFbeatFQV1JX9vYJVihJyur149uWo7F5cxZhoznU_GNQH7yIKY682_1RDftX4d3Xe37Wm1xh7RUFC9qeQdg5W3qirL6IelzWLEOjZ-s4HkWJmTOxNBbn2aZRda8iW0L/s993/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_445_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="636" data-original-width="993" height="410" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG2Srj0F00ZahMbafofWAmmev7mtYyAQFIOFSMXU23XbaENAWrSSSPPdFbeatFQV1JX9vYJVihJyur149uWo7F5cxZhoznU_GNQH7yIKY682_1RDftX4d3Xe37Wm1xh7RUFC9qeQdg5W3qirL6IelzWLEOjZ-s4HkWJmTOxNBbn2aZRda8iW0L/w640-h410/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_445_v10.JPG" width="640" /></a></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;">Luís Cardoso Moreira e Irene (Mem-Martins)</div><div style="text-align: center;"><br /></div></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnTZHiQh4NpvXiJqbTBBY3U8ORuifwuIvR9dlpYzCkmxuShdNPzGUo3FCv_Yqi2fZ3-Blol6MLgAZTMotdfQ7dqgHy08TRSeTPcd3yMoaxg-xxhkZgyRC8I78djKWlhX7Oo1Mzt_jXZTlC3kLOn2M78dkbnVwt7mw8jEuY8NOBNJ8icxQ6NLsa/s870/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_469_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="563" data-original-width="870" height="414" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnTZHiQh4NpvXiJqbTBBY3U8ORuifwuIvR9dlpYzCkmxuShdNPzGUo3FCv_Yqi2fZ3-Blol6MLgAZTMotdfQ7dqgHy08TRSeTPcd3yMoaxg-xxhkZgyRC8I78djKWlhX7Oo1Mzt_jXZTlC3kLOn2M78dkbnVwt7mw8jEuY8NOBNJ8icxQ6NLsa/w640-h414/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_469_v10.JPG" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: center;">Virgínio Briote e Irene (Lisboa)</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhylj8DNQd-4Gp8ZR1CPb-72nceFsSMBzuMzsRIaqUJiC1Er27pPHRLrYgt11Dcm3Abu84q161GPcPFCt3T6a67Gj2gFIoYEZIz6KghwF0WeOyg5XtUbBFOmA8QKVMoYbyKIrs_n6p3VFEYC0sISmb1Ea-tDMgK9iKdCa04Grci-p23sdzs-KEf/s1072/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_449_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="690" data-original-width="1072" height="412" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhylj8DNQd-4Gp8ZR1CPb-72nceFsSMBzuMzsRIaqUJiC1Er27pPHRLrYgt11Dcm3Abu84q161GPcPFCt3T6a67Gj2gFIoYEZIz6KghwF0WeOyg5XtUbBFOmA8QKVMoYbyKIrs_n6p3VFEYC0sISmb1Ea-tDMgK9iKdCa04Grci-p23sdzs-KEf/w640-h412/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_449_v10.JPG" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: center;">Luís Graça e Alice (Lourinhã)</div><div style="text-align: center;"><br /></div></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLoB2t3S8705gebQzk0bO4r3nIJBw6RCqNB6_wH7LFuqg68K7G0rimj7Himi_HHYsffYTJv_mJbJBOTGUtv4z25uSEJMbObIrOgsXyKRuFQ8UtqA_PzhERjRSJmf-z6aCNI53DVmDVBot0wiUB8c6O4IFcuDQCIO4u5fGHKhQazYU43XqoauJK/s888/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_0477_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="679" data-original-width="888" height="490" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLoB2t3S8705gebQzk0bO4r3nIJBw6RCqNB6_wH7LFuqg68K7G0rimj7Himi_HHYsffYTJv_mJbJBOTGUtv4z25uSEJMbObIrOgsXyKRuFQ8UtqA_PzhERjRSJmf-z6aCNI53DVmDVBot0wiUB8c6O4IFcuDQCIO4u5fGHKhQazYU43XqoauJK/w640-h490/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_0477_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /></span><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;">O João Crisóstomo (Nova Iorque), o José Colaço e o António Pina, ambos de São João da Talha. </span></div></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg26UEBOHj64zJVXoWDyvHPzzOGAZ_uVbfYhB5AYt3DVSmR6UkXzUgkQBCRudAGO8FwyEHyYaZ9pRtl4GsOHXa15seUkUtmVBI0cdWyL98XiK5OVud_VZAeHz8UwievutnnBtxcTKrg1j6oFPeBATHxzA4mIwkr1y21KAbIeMsvcBHgvGACZ20S/s538/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_430_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="464" data-original-width="538" height="552" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg26UEBOHj64zJVXoWDyvHPzzOGAZ_uVbfYhB5AYt3DVSmR6UkXzUgkQBCRudAGO8FwyEHyYaZ9pRtl4GsOHXa15seUkUtmVBI0cdWyL98XiK5OVud_VZAeHz8UwievutnnBtxcTKrg1j6oFPeBATHxzA4mIwkr1y21KAbIeMsvcBHgvGACZ20S/w640-h552/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_430_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /><span>António Graça de Abreu (São Pedro do Estoril), outro "histórico" e "magnífico" da Tabanca da Linha</span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXGz9Y59N9yq_Ib_WZCpxKO7CSO1LtrK1ZuBCUQYJNfohgA49dH6gK5Xexuxnd5ZRMBi3DJzsEh6FzIAL4zQOrDAm-cO_s0XHAdPAy8RILxe05YlYbuM4aF5GlpDs1miFOtA7P0-oPqj9NpKggl8nQITy4JwpB_oKqF-9ZmkYtmuqaUlAnfZpr/s585/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_451_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="528" data-original-width="585" height="578" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXGz9Y59N9yq_Ib_WZCpxKO7CSO1LtrK1ZuBCUQYJNfohgA49dH6gK5Xexuxnd5ZRMBi3DJzsEh6FzIAL4zQOrDAm-cO_s0XHAdPAy8RILxe05YlYbuM4aF5GlpDs1miFOtA7P0-oPqj9NpKggl8nQITy4JwpB_oKqF-9ZmkYtmuqaUlAnfZpr/w640-h578/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_451_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /><span>Hélder Valério Sousa (Setúbal)</span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjooG_8t_ZwWz5C4-AVMTSQ2Rzb0fHKkU7SfaNe3cXTd-Qm4lTFIOwDdMJ5yUvhcKdL2hT44X1BPd8rFv5CqyASa9xM7hJrTUQBCY-T3R84gGTOjU1o47fX93Uss3O0uV41fFDSHf_OOXuYHQ_cPIsgLd1iNU5iRiKDBEfJu7E-VA6ImqvCSJdm/s821/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_454_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="655" data-original-width="821" height="510" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjooG_8t_ZwWz5C4-AVMTSQ2Rzb0fHKkU7SfaNe3cXTd-Qm4lTFIOwDdMJ5yUvhcKdL2hT44X1BPd8rFv5CqyASa9xM7hJrTUQBCY-T3R84gGTOjU1o47fX93Uss3O0uV41fFDSHf_OOXuYHQ_cPIsgLd1iNU5iRiKDBEfJu7E-VA6ImqvCSJdm/w640-h510/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_454_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /><span>João Pereira da Costa (Lisboa): foi recentemente operado às cataratas...</span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQo5XSFaKeTCg3DV54OJMWX8giCtSFu3uWsM2E9NCeDAP5kq_lU-DuqmZNF9bAA4SNy-Y0VRkb3xU_4sXdFeYPZKl-OMI1ltdIXnv5F_h4vgeaaAfuWpfEmUY4ITUVLQItTxEWPrXCxA6rvkufb9VYB2rzVh8veuXZxErAlwJJZi4rRrxDo2nw/s844/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_450_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="670" data-original-width="844" height="508" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQo5XSFaKeTCg3DV54OJMWX8giCtSFu3uWsM2E9NCeDAP5kq_lU-DuqmZNF9bAA4SNy-Y0VRkb3xU_4sXdFeYPZKl-OMI1ltdIXnv5F_h4vgeaaAfuWpfEmUY4ITUVLQItTxEWPrXCxA6rvkufb9VYB2rzVh8veuXZxErAlwJJZi4rRrxDo2nw/w640-h508/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_450_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /><span>Fernando Serrano (Linda-A-Velha)</span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjelOlhkN54j088-mK2bnmCjIkcc5TulcN6hJkooJ82ryvLL_JTiSQ3kejGc3o-xXAOL5-2K0lV0mdQeQ85GvRbPJuL9-okhV2FSA8YDa0U4DAJrhbKh0mJWcRw_zrgkmX0Zle2KruyPT1DCcDG6saLCmQUVoybphmjZxzVro9tWteZJNL6dcUY/s915/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_441_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="724" data-original-width="915" height="506" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjelOlhkN54j088-mK2bnmCjIkcc5TulcN6hJkooJ82ryvLL_JTiSQ3kejGc3o-xXAOL5-2K0lV0mdQeQ85GvRbPJuL9-okhV2FSA8YDa0U4DAJrhbKh0mJWcRw_zrgkmX0Zle2KruyPT1DCcDG6saLCmQUVoybphmjZxzVro9tWteZJNL6dcUY/w640-h506/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_441_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /><span>Victor Carvalho (Linda-A-Velha)</span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaXpPGpgK5Tn_iXUUM18pomiteIXOIxsWRfKNWF8bcLNPnluih3dJQqIJT2rW6hA1co7DB4i_FJRbxVMnAtzejjEiKbhVncMZXmeBOjKuomAtmQTfryqj8-EX8YS16QO_pQLsEFhDTNouDbKRd9iOWKpikSke4BDvh61Lj2SZaqfXzUKONabbu/s832/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_464_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="832" height="538" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaXpPGpgK5Tn_iXUUM18pomiteIXOIxsWRfKNWF8bcLNPnluih3dJQqIJT2rW6hA1co7DB4i_FJRbxVMnAtzejjEiKbhVncMZXmeBOjKuomAtmQTfryqj8-EX8YS16QO_pQLsEFhDTNouDbKRd9iOWKpikSke4BDvh61Lj2SZaqfXzUKONabbu/w640-h538/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_464_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /><span>Constantino Ferreira d'Alva (Linda-A-Velha)</span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhh2Zw-jmP5tlegldPLHYWrApAQoth2pbpkAcc0dxWYjRjyn-25YdBzmwpF61bfoXbRTy-wuH_Pt9rz_xaePMf8iSawiKhmqQKhyxqi31smORWjaOVxJIaHleVb-Y4PVQGXaqk2jG-5FT07Fryfw8Ak5v2bUZWPOdCdb3bYcaQFtuxJYv8y5We/s808/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_457_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="719" data-original-width="808" height="570" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhh2Zw-jmP5tlegldPLHYWrApAQoth2pbpkAcc0dxWYjRjyn-25YdBzmwpF61bfoXbRTy-wuH_Pt9rz_xaePMf8iSawiKhmqQKhyxqi31smORWjaOVxJIaHleVb-Y4PVQGXaqk2jG-5FT07Fryfw8Ak5v2bUZWPOdCdb3bYcaQFtuxJYv8y5We/w640-h570/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_457_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /><span>António F. Marques (Cascais)</span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijR-aWlus7rIDPgR91BIWNQ59eLe2LgJlhOv7oo1yLgmyHbwaj1QPZru-YGuxAX6U118ZlSS-kOaR3KOtCgAz3MA2ta6_Ki54AbAE2wUYEfmcLWDAu39pv_lqk5r9Q4Iwhp6ZGO6_zVY-7E4LQ5W_EDQydQK78Q-xdNvY0MqXg2tZXz9Jvt9Ae/s695/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_0456_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="695" data-original-width="684" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijR-aWlus7rIDPgR91BIWNQ59eLe2LgJlhOv7oo1yLgmyHbwaj1QPZru-YGuxAX6U118ZlSS-kOaR3KOtCgAz3MA2ta6_Ki54AbAE2wUYEfmcLWDAu39pv_lqk5r9Q4Iwhp6ZGO6_zVY-7E4LQ5W_EDQydQK78Q-xdNvY0MqXg2tZXz9Jvt9Ae/w630-h640/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_0456_v10.JPG" width="630" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /><span>António Casquilho Alves (Lisboa)</span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFShN_AfMzs1J5mxxiErV6WY0uYHM71gYy2RFJQuBTxQYCzDD85dNC4de6lnT5cEPDXvzcgzOHdgvgo3z56BT97z-Wnmr0M8Z_Vxii3qAHbrDCzYmJjkORFlBR36XEdwulE0NKfvbU1z52jCk6I8ELRe7gUepAATxNhSBpupHaJ54un6-ljO4v/s808/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_0443_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="723" data-original-width="808" height="572" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFShN_AfMzs1J5mxxiErV6WY0uYHM71gYy2RFJQuBTxQYCzDD85dNC4de6lnT5cEPDXvzcgzOHdgvgo3z56BT97z-Wnmr0M8Z_Vxii3qAHbrDCzYmJjkORFlBR36XEdwulE0NKfvbU1z52jCk6I8ELRe7gUepAATxNhSBpupHaJ54un6-ljO4v/w640-h572/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_0443_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /><span>Daniel Gonçalves (Carcavelos)</span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilDIHdkz8hvWosbdRdVtAp2FdG7qQPzFx6trIbOiEsC5Yo0C1OqbXPqK2a2puY1pv9B48rXMkHqh1DbhZrjZ5Hii5OkVJ9wbih6_M2xalrjGcgA_s5ZJwZ8Zki8H5N1Q_A7N_g5l17mrTQz9xadVOiqUk38MEvc_KtMsRjRUFCv3vIHazNb8mo/s879/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_460_v10.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="684" data-original-width="879" height="498" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilDIHdkz8hvWosbdRdVtAp2FdG7qQPzFx6trIbOiEsC5Yo0C1OqbXPqK2a2puY1pv9B48rXMkHqh1DbhZrjZ5Hii5OkVJ9wbih6_M2xalrjGcgA_s5ZJwZ8Zki8H5N1Q_A7N_g5l17mrTQz9xadVOiqUk38MEvc_KtMsRjRUFCv3vIHazNb8mo/w640-h498/Tabanca_da_Linha_14mar2024_DSC_460_v10.JPG" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia;"><br /><span>João Crisóstomo (Nova Iorque)</span></span></div><span style="font-family: georgia;"><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: left;">Fotos: © Manuel Resende (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]</div></span><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><br /></div><span style="font-family: georgia;"><b>1. Quinta feira, 14 de março de 2024, às 21;44. o régulo (e administrador da página do Facebook) da Magnífica Tabanca da Linha, Manuel Resende, já estava a postar as fotos que tinha tirado à tarde, e comentado, com bom humor, que os "magníficos" desta vez foram 36 (três dúzias), alguns outros não puderam vir por esta ou aquela razão... Voltaremos a encontrarmo-nos em 23 de maio, no 56.º almoço-convívio:</b></span><div><div><span style="font-family: georgia;"><i><br />(...) Caros Magníficos, como estava previsto, realizou-se hoje mais um convívio do nosso grupo "A Magnífica Tabanca da Linha", com a presença de 36 valentes que apostam sempre na linha da frente. </i></span><div><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i>Podia ter sido um pouco mais concorrido, mas as famigeradas maleitas atacaram alguns. Vamos em frente, porque estes convívios dão força ao nosso espírito. </i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i>O nosso "homenageado" João Crisóstomo ficou feliz com as presenças de muitos conhecidos de há quase 60 anos.</i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i><br />Bom, o próximo será a 23 de Maio, já reservei a sala do 2.º piso no restaurante para nós.</i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i><br />Para ver as fotos de hoje, <a href="https://photos.google.com/share/AF1QipMVwhg7w_kgmc3uvQ4McCuS8G41LqhMQKOHESxp1gqZMPOrqq3o12AWIkSP6dvXUA?key=NE1VWUswVHc3eHlPeHJUdVdaTVBLeGk5YzJzdFpn" rel="nofollow">clicar no link</a>. (...)</i></span></div></div><div><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b>2. Desta vez o nosso almoço foi servido na sala de jantar do r/c do restaurante Caravela de Ouro. Costuma ser no 2.º andar, em salão amplo, privativo, com vista magnífica para o Tejo... quando o número o justifica.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Não vamos repetir aqui as fotos do Manuel Resende, disponíveis na página do Facebook da Tabanca da Linha. Sabemos que ele teve seis "piras" (caras novas) mas não listou os seus nomes... </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Para já deixamos aqui algumas caras mais conhecidas, de camaradas que são membros também da Tabanca Grande, a mãe de todas as tabancas. As fotos foram editadas por nós, eliminando o fundo... Esperamos que o fotógrafo, e os próprios, não levem a mal esta "brincadeitra"... Num segundo poste publicaremos mais "caras", umas mais conhecidas do que outras... Nestas fotos, tiradas à mesa há sempre "poluição estética" a mais: copos, garrafas, talheres, guardanapos, pratos com comida...</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">O João Crisóstomo, à despedida, manifestou a sua alegria por este convívio entre camaradas e "irmãos"... "Ganhei o dia!", disse-nos ele. E para mais tinha a companhia da sua querida filha Cristina que tirou pelo menos duas horas à sua agenda sobrecarregada para estar com o pai e os seus velhos camaradas... </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">A Cristina, filha de mãe minhota, nasceu no Brasil, veio novinha para Portugal e só depois foi viver para Nova Iorque em meados dos anos 70, se não erro... Fala impecavelmente o português, o que é um motivo de orgulho para todos nós... (Vive no Chiado, queixa-se de estar ainda um bocado isolada...).</span></div><div><span style="font-family: georgia;">____________</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Nota do editor:</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><span style="font-family: georgia;">Último poste da série > 14 de março 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25273-convivios-983-xxxi.html">Guiné 61/74 - P25273: Convívios (983): XXXI Convívio do pessoal da CCAÇ 2381 - "Os Maiorais" - a levar a efeito no próximo dia 13 de Abril de 2024, em Fátima, com concentração na Rotunda dos Peregrinos (José Teixeira / Eduardo Moutinho Santos)</a></span></div>Tabanca Grande Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-59476245680623014132024-03-15T17:38:00.003+00:002024-03-15T17:49:04.415+00:00Guiné 61/74 - P25276: Notas de leitura (1676): O Santuário Perdido: A Força Aérea na Guerra da Guiné, 1961-1974 - Volume II: Perto do abismo até ao impasse (1966-1972), por Matthew M. Hurley e José Augusto Matos, 2023 (16) (Mário Beja Santos)<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg85jRZALRpOyTlLtrycB6OsxibcE0YYD1woKMDB7uF0A_glKc2GqP2c-rZmvdfM3u2bQFiCpbyH1e_kKcIPAzZ2pwLA51H6aGvTgpV72UaPk7lKD2UI5k1lmjjflPJi00rX1CKyjmIglWFKu4SqAVCH8HU9qJ6CpZVpR761a_dvVP1UbgGNz4T5w/s1600/Sanctuary%20Lost.jpg" style="color: #e53319; display: block; padding: 1em 0px; text-align: center; text-decoration-line: none;"><img alt="" border="0" data-original-height="496" data-original-width="349" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg85jRZALRpOyTlLtrycB6OsxibcE0YYD1woKMDB7uF0A_glKc2GqP2c-rZmvdfM3u2bQFiCpbyH1e_kKcIPAzZ2pwLA51H6aGvTgpV72UaPk7lKD2UI5k1lmjjflPJi00rX1CKyjmIglWFKu4SqAVCH8HU9qJ6CpZVpR761a_dvVP1UbgGNz4T5w/s1600/Sanctuary%20Lost.jpg" style="border: none; position: relative;" /></a></div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIhTsrd_QYSb1uPEUZYSimho4b6Y0zuxcYGlWwild0uz-WC_JPmRicedPqVK4h7xE0RBB1jNtMXdQWnr5sVyYAJfGZR4vz6eoEmmEJNoWVxWCYAZA6GUv9cTDlJ12qUSH0WJocGa_00ca5XS8hmImZRj0Cxqj39ReRARIfvicOVs0TGYlQ7lI/s198/Beja%20Santos-7.jpg" style="clear: right; color: #e53319; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="198" data-original-width="161" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIhTsrd_QYSb1uPEUZYSimho4b6Y0zuxcYGlWwild0uz-WC_JPmRicedPqVK4h7xE0RBB1jNtMXdQWnr5sVyYAJfGZR4vz6eoEmmEJNoWVxWCYAZA6GUv9cTDlJ12qUSH0WJocGa_00ca5XS8hmImZRj0Cxqj39ReRARIfvicOVs0TGYlQ7lI/s1600/Beja%20Santos-7.jpg" style="border: none; position: relative;" /></a><b><span style="font-size: large;">1.</span> Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, <a href="https://arquivo.pt/wayback/20150605213755/http://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial17_mapa_Bambadinca.html" style="color: #e53319; text-decoration-line: none;">Missirá, Finete e Bambadinca</a>, 1968/70), com data de 6 de Março de 2024:</b><br />
<br /><b><i>
Queridos amigos, <br />
Prossegue a narrativa alusiva ao esforço dos altos-comandos na Guiné para assegurar que o teatro de operações estivesse efetivamente protegido por eficazes sistemas de defesa antiaérea; sob o comando de Spínola e com o Coronel Diogo Neto no comando da Zona Aérea procuraram-se aeronaves mais potentes e até adequar os Fiat com melhores mísseis, como é sabido as negociações para adquirir aviões Mirage ainda decorriam em abril de 1974; a par de todas estas diligências, aqui se revelam as operações, mormente na Península do Quitafine, para aniquilar os sistemas antiaéreos do PAIGC, este recebe um novo canhão em 1970 e, entretanto, em sucessivas operações, vão sendo demolidos os sistemas defensivos, com a particularidade de renascerem como cogumelos. <br />
<br />
Um abraço do <br />
Mário</i></b><br /><br />
<br />
<b><span style="font-size: large;">O Santuário Perdido: A Força Aérea na Guerra da Guiné, 1961-1974<br />Volume II: Perto do abismo até ao impasse (1966-1972), por Matthew M. Hurley e José Augusto Matos, 2023 (16)</span></b><br /><br /><b><span style="font-size: medium;">Mário Beja Santos<br /></span><br />
<span style="font-size: large;">D</span>este segundo volume d’<i>O Santuário Perdido</i>, por ora só tem edição inglesa, dá-se a referência a todos os interessados na sua aquisição: Helion & Company Limited, email: <a href="mailto:info@helion.co.uk" style="color: #e53319; text-decoration-line: none;">info@helion.co.uk</a>; website: <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/www.helion.co.uk" style="color: #e53319; text-decoration-line: none;">www.helion.co.uk</a>; blogue: <a href="http://blog.helion.co.uk/" style="color: #e53319; text-decoration-line: none;">http://blog.helion.co.uk/</a>.</b><br /><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6lUmU7kwtA56iJ0TjdMnvLXmpteLHFX5WsXdWbQyIinzyv1wSCcxsJhSwO1hmQvHndks-G-AtvL5HgjL-mS4WNh8QwsBljiggN9_5ztXeLp1ARtsXNOMFjsXWaDOGZQ_1x84N_BJRuQebu6xqGpl7ENamMCgwCEo8xCbaVAW2WIMpQOqf2gyUhA/s1600/Jos%C3%A9%20Augusto%20e%20Matthew%20Huley.jpg" style="color: #e53319; display: block; padding: 1em 0px; text-align: center; text-decoration-line: none;"><img alt="" border="0" data-original-height="255" data-original-width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6lUmU7kwtA56iJ0TjdMnvLXmpteLHFX5WsXdWbQyIinzyv1wSCcxsJhSwO1hmQvHndks-G-AtvL5HgjL-mS4WNh8QwsBljiggN9_5ztXeLp1ARtsXNOMFjsXWaDOGZQ_1x84N_BJRuQebu6xqGpl7ENamMCgwCEo8xCbaVAW2WIMpQOqf2gyUhA/s1600/Jos%C3%A9%20Augusto%20e%20Matthew%20Huley.jpg" style="border: none; position: relative;" /></a><br />
<b><span style="font-size: large;">Capítulo 4: “A pedra angular”</span></b><br />
<br /><b><span style="font-size: large;">
P</span>rocedeu-se no texto anterior a um histórico das intrusões no espaço aéreo guineense e as preocupações e medidas tomadas nomeadamente por Schulz e Spínola para proteger o aeroporto de Bissalanca e outros lugares críticos. Em 1970, Spínola apelou de um modo um tanto dramático para que houvesse aumento dos dispositivos antiaéreos, reconhecia-se a necessidade de um total de seis pelotões, que deviam ser distribuídos pelo Teatro de Operações. Nenhum reforço esteve disponível até, pelo menos, 1971, e o Comandante-chefe não escondeu a frustração de só dispor de um pelotão mal equipado. Para reforçar o sistema de defesa aéreo da Guiné, a FAP recomendou a aquisição de equipamentos portáteis, mísseis terra-ar guiados por infravermelho, os FIM-43 “Redeye”, de origem norte-americana. Este míssil estava ao serviço das forças norte-americanas desde 1967, tinham sido projetados para proteger as tropas da linha da frente de aeronaves táticas hostis, embora se tenham revelado apenas marginalmente eficazes contra jatos rápidos. Mas não se ignoravam as restrições de armas por parte dos Estados Unidos. O embargo norte-americano deu-se logo em 1964 com os F-86, demorou anos até chegar ao Fiat, em 1968, esta era uma aeronave de apoio tático, havia, portanto, que preencher a lacuna para dissuadir jatos de ataque.<br />
<br />
Portugal tinha recebido 440 “Sidewinder” no início da década de 1960, especificamente para equipar os F-86. Em maio de 1969, Spínola concordou na necessidade de aumentar o armamento dos Fiat com Sidewinders, com a intenção de melhorar o seu potencial de combate. No entanto, os testes efetuados revelaram que o Fiat estava em clara desvantagem comparativamente ao desempenho de prováveis inimigos, nomeadamente o MiG-17. Durante os mesmos testes os mísseis Sidewinder revelaram-se ineficazes contra alvos a baixa e média altitude, o que fora provado nos combates ar-ar no Vietname.
Em consequência, em abril de 1970, o chefe das operações da Força Aérea, Coronel António da Silva Cardoso, revelou-se contra novas tentativas para armar os Fiat com mísseis, o que gerou grande discussão na Força Aérea e no Ministério da Defesa. Em janeiro de 1970, a solução para colmatar as deficiências quanto ao combate aéreo na Guiné residia na aquisição de um novo caça. Na sua avaliação anual da situação, Spínola solicitou um mínimo de 16 aviões Mirage, projeto que exigia anos de negociações internacionais, formação de pilotos e melhorias de infraestruturas.<br />
<br />
Mesmo um caça como o Mirage, reconhecia-se, seria inútil como intercetador sem aviso adequado de que havia um ataque. Embora dois radares de vigilância aérea AN/TPS-1D tivessem sido fornecidos a Bissalanca a partir de 1964, eles operavam com limitações e até paralisação. Eram reconhecidamente obsoletos e com problemas de manutenção, tudo agravado pelas dificuldades na obtenção de peças sobressalentes. Como resultado, um dos radares foi canibalizado para manter o outro em atividade. Dois conjuntos AN/TPS-1D foram posteriormente enviados para a Guiné, mas ambos acabaram inoperantes ou canibalizados. Além disso, mesmo em condições de bom funcionamento, o radar AN/TPS-1D dava apenas aviso entre quatro a sete minutos de um intruso a voar a 3 mil pés e 450 nós, a interceção chegaria tarde e a más horas. Esta era a situação em 1970, altura em que a Zona Aérea solicitou quatro conjuntos adicionais para implantar noutros lugares da província. A Zona Aérea procurava melhorar a proteção física das suas instalações. Em 18 de fevereiro de 1968, um grupo de guerrilha procurou ameaçar com um ataque aéreo Bissalanca; o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea ordenou que se fizesse um estudo urgente para proteger as aeronaves contra possíveis intrusões aéreas. Dispersar os meios de defesa antiaérea era virtualmente impossível devido ao número de superfícies de estacionamento disponíveis; reconhecida essa impossibilidade, foi recomendada a construção de abrigos e plataformas em Bissalanca, que seriam complementados pelos radares de vigilância que tinham sido solicitados, bem assim como os aviões de combate que o Governo de Lisboa estava a procurar negociar. Em abril de 1970, uma missão conjunta do Exército e da Força Aérea renovou essas exigências de um Centro de Alerta Aéreo e Centro de Operações Antiaéreas na Base Aérea N.º 12. Estas melhorias recomendadas implicavam despesas muito além do orçamento da Força Aérea. Apesar de todas estas recomendações e repetidos apelos, não se deu satisfação ao provimento de adequados sistemas de defesa aérea.<br />
<br />
Com Spínola continuaram as operações para procurar destruir as defesas aéreas do PAIGC. Em setembro de 1969, um reconhecimento aéreo revelou uma nova ZPU-4 em Cassebeche, o que mostrava que a guerrilha procurava reconstituir as suas defesas aéreas na Península do Quitafine. Três formações de Fiat visitaram aquele lugar em três dias consecutivos, de 24 a 26 de setembro, daí resultou a destruição do sistema antiaéreo da quádrupla. Mas o PAIGC continuou a comprometer os seus meios de defesa aérea em Cassebeche, e em 20 de janeiro de 1970, uma formação de Fiat relatou ter tornado ineficaz uma ZPU-4 e incendiado uma DShK. Seguiu-se a Operação Cravo Azul, lançada imediatamente, quatro Fiat partiram de Bissalanca com carga máxima e destruíram a ZPU-4 e duas DShK. O reconhecimento pós-ataque revelou que não havia sinais de atividade da guerrilha em Cassebeche. A tripulação portuguesa anunciou a Operação Cravo Azul como uma conclusão bem-sucedida dos 27 meses da “Batalha do Quitafine”.<br />
<br />
Apesar de todo este otimismo, os pilotos dos Fiat relataram nove incidentes subsequentes com disparos de sistemas antiaéreos até ao final de 1970, incluindo sete na região do Quitafine ou ao longo da fronteira próxima com a República da Guiné. Além disso, houve o fogo das armas contra aeronaves leves e helicópteros, pelo menos em quatro ocasiões. Neste ano surgiu um novo tormento para os aviadores portugueses, o PAIGC começava a utilizar uma outra arma antiaérea, o canhão M1939 de 37 mm, também de fabrico soviético, duplamente mais potente que as armas anteriores. A sua presença foi revelada pela primeira vez em 12 de maio por pilotos de Fiat que patrulhavam a fronteira sudeste, observaram detonações antiaéreas enquanto voavam a uma altitude supostamente segura. Uma subsequente operação de reconhecimento confirmou a presença de quatro canhões antiaéreos de 37 mm, duas ZPU-4 e quatro antiaéreas DShK, nas proximidades de Guileje, armamento que presumivelmente utilizava a base transfronteiriça do PAIGC em Kandiafara.<br />
<br />
Procedeu-se ao planeamento operacional, a Diamante Azul, que ocorreu em 13 de maio; duas vagas de quatro Fiat atingiram as armas montadas com 600 quilos de bombas específicas, na primeira vaga, e cargas de profundidade de 750 libras convertidas em bombas de demolição, na segunda vaga. Num reconhecimento posterior, revelou-se que as armas do PAIGC, ou o que delas restava, tinham regressado a Kandiafara. Em finais de junho de 1970, um Fiat identificou canhões antiaéreos de 37 mm em Sare Morso, junto da fronteira com a República da Guiné, a 14 km a nordeste de Guileje, o que levou à Operação Pérola Azul. 24 missões de Fiat atingiram o local na primeira semana de julho, com aparente sucesso, já que não houve mais avistamentos de armas antiaéreas de 37 mm ou da atividade do PAIGC até maio de 1972.</b><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6SVY2UGZTe9A7KK-I1dzFzvL7xPNEfd1XGUYTAMlzByGERqSijTFig06jA_s5_4_3q6nAMCq5iQ5fWctWD3ZmHfEiPyXF_0SA5vI2ymnVQLFVsUmikqUHJU7y-J1jbwWGlmpqTpKx6wqLVK5cDcJH-0HN0jqLwXwjGP8BUgts6tcvydOZ-xVTZw/s1600/OGMA.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="371" data-original-width="661" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6SVY2UGZTe9A7KK-I1dzFzvL7xPNEfd1XGUYTAMlzByGERqSijTFig06jA_s5_4_3q6nAMCq5iQ5fWctWD3ZmHfEiPyXF_0SA5vI2ymnVQLFVsUmikqUHJU7y-J1jbwWGlmpqTpKx6wqLVK5cDcJH-0HN0jqLwXwjGP8BUgts6tcvydOZ-xVTZw/s1600/OGMA.jpg" /></a></div><b>
As Oficinas Gerais de Material Aeronáutico testaram os mísseis Sidewiner em Fiat, mas a combinação provou-se ineficaz (imagem das OGMA)</b><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsuFgLPZJ3S8EvWCD5Rno7BO_n6XxprxhyphenhyphenYonkwQznYyXFQLlAbxBqLovrmw9Ey9uY3fi3bUPdHxrvLmU7YhwAijmh-WDpOpJ_8fzf0cbm1Q_jm9MH2oMIFgdVwQeX4beTkEAT4iyBtm4msaoMhsJLRjyxhFOXhin_07tXscxucRaoEyjGfVOHVA/s1600/Soldado.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="643" data-original-width="408" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsuFgLPZJ3S8EvWCD5Rno7BO_n6XxprxhyphenhyphenYonkwQznYyXFQLlAbxBqLovrmw9Ey9uY3fi3bUPdHxrvLmU7YhwAijmh-WDpOpJ_8fzf0cbm1Q_jm9MH2oMIFgdVwQeX4beTkEAT4iyBtm4msaoMhsJLRjyxhFOXhin_07tXscxucRaoEyjGfVOHVA/s1600/Soldado.jpg" /></a></div><b>
Soldado norte-americano manipulando um Redeye durante um exercício em 1963. O Governo português procurou desesperadamente obter este sistema, a despeito do embargo norte-americano (Arquivos Nacionais dos EUA)</b><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP3YbbUyuzIk8Pwrbx_2UfB37trbAK0ay_WgFG5oA_SPWF-a8WXAcTSGamMBPMxJ7z8_dVUSVi-onO2w372i7_6tj55ehxDcwp9KZL28vpxMMEURsk5EwdGS2WjiRo7HkULRCYn08xZy9JBSfgVAO8jx0pg0V4tCZHDacAa5jrEibwCQaeGakrSw/s1600/Opera%C3%A7%C3%B5es.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="449" data-original-width="661" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP3YbbUyuzIk8Pwrbx_2UfB37trbAK0ay_WgFG5oA_SPWF-a8WXAcTSGamMBPMxJ7z8_dVUSVi-onO2w372i7_6tj55ehxDcwp9KZL28vpxMMEURsk5EwdGS2WjiRo7HkULRCYn08xZy9JBSfgVAO8jx0pg0V4tCZHDacAa5jrEibwCQaeGakrSw/s1600/Opera%C3%A7%C3%B5es.jpg" /></a></div><b>
Operações contra os sistemas de defesa antiaérea do PAIGC entre setembro de 1968 e julho de 1970 (Matthew M. Hurley)<br />
</b><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLNqOWmZHwd47YLRS7ZK9vyV5aFINqJ0dHyMdrTXsbL_2EskNviLiFh5Gw1emV2t1d5BeyTx8gTLvqAl9Y7H1Lz14XbtEvm7jh64HrjMyl89HHXLTAEb_pYXdw5UGEwr1yrYYhW5LSCKro0aPhnm1FTnzvN9zZZiCeBhcpe6zvzdBz3grPCGFwCg/s1600/Canh%C3%A3o.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="422" data-original-width="643" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLNqOWmZHwd47YLRS7ZK9vyV5aFINqJ0dHyMdrTXsbL_2EskNviLiFh5Gw1emV2t1d5BeyTx8gTLvqAl9Y7H1Lz14XbtEvm7jh64HrjMyl89HHXLTAEb_pYXdw5UGEwr1yrYYhW5LSCKro0aPhnm1FTnzvN9zZZiCeBhcpe6zvzdBz3grPCGFwCg/s1600/Canh%C3%A3o.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><b>Um canhão M1939 de 37 mm usado pelo PAIGC no Sul da Guiné (Casa Comum/Fundação Mário Soares)</b></div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOwRnEX-8fqYxuhsNeMpdLy29V67OptHzkSWaChYwZYh7ayIwRnpAPWwMxLOr6pbaGhk_t1qz7Gg1jUw9KCl-wSd8y9RNLz3I4emlTS635Jy5EutfigJEmymj15GLy_Y7u9SP2Ury375WOfRjytbQhXLUJUAwOPce-iAQPZn_DgqhEnRJK2NEHRw/s1600/Relat%C3%B3rio.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="393" data-original-width="643" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOwRnEX-8fqYxuhsNeMpdLy29V67OptHzkSWaChYwZYh7ayIwRnpAPWwMxLOr6pbaGhk_t1qz7Gg1jUw9KCl-wSd8y9RNLz3I4emlTS635Jy5EutfigJEmymj15GLy_Y7u9SP2Ury375WOfRjytbQhXLUJUAwOPce-iAQPZn_DgqhEnRJK2NEHRw/s1600/Relat%C3%B3rio.jpg" /></a></div><b>
Relatório da atividade da defesa aérea entre 1965 e 1972 (Matthey M. Hurley baseado em documentação militar do tempo)</b><br />
<br /><b>
(continua)</b><br />
____________<br />
<br />
<b>Notas do editor:<br />
<br />
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<br />
Último poste da série de 11 DE MARÇO DE 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25263-notas-de-leitura-1675.html">Guiné 61/74 - P25263: Notas de leitura (1675): Capitães/MFA – A conspiração na Guiné (Mário Beja Santos)</a></b>Carlos Vinhalhttp://www.blogger.com/profile/02513603707400841996noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-20279495552356996892024-03-15T12:48:00.006+00:002024-03-18T22:02:14.278+00:00Guiné 61/74 - P25275: Os 50 anos do 25 de Abril (1): Nos 50 Anos de Abril... O Meu Herói de Abril: Cap Salgueiro Maia (António Inácio Correia Nogueira)<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg66UaAqlJsym4mcKlLllpdTqlOWSjfIpmfGuf1Wq0EsEu0SwvZq-cPLpTeBLaEGdPQOACin0RVZqvZ-TBy0qvpq4sIsBi5vTU_SIcppdgAZ39ewH1u55KXZT526azgIvSDcvNLIAcfYTKnd6bt7cz0FYX_xOHKfnWIAGhxFdNQoOe-x-zub0iv/s386/PortugaLSalgueiro_Maia_wikipedia.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="386" data-original-width="281" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg66UaAqlJsym4mcKlLllpdTqlOWSjfIpmfGuf1Wq0EsEu0SwvZq-cPLpTeBLaEGdPQOACin0RVZqvZ-TBy0qvpq4sIsBi5vTU_SIcppdgAZ39ewH1u55KXZT526azgIvSDcvNLIAcfYTKnd6bt7cz0FYX_xOHKfnWIAGhxFdNQoOe-x-zub0iv/w466-h640/PortugaLSalgueiro_Maia_wikipedia.jpg" width="466" /></a></div><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: medium;">Salgueiro Maia - A partir de foto do Afredo Cunha (1974). </span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: medium;">Wikipédia (com a devida vénia...) </span></b></div><div><br /></div><div><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKe9p-krRFB0gJc8QzARAKcKugsXYsB1LhTTxVNjh0ofZ6dX86y-y3mIUxKgt_EzAUsJSTiQsTWPskDREWRZ9gpFV1FvsgWzdI3aiag-mCZvs_DtgEa6-qk2-zokHIXq7C8pVBV50THKow-5aA6okhJIyg6xIpFVORtJGi8QI-Um7TkXDjO2Eovg/s258/Ant%C3%B3nio%20In%C3%A1cio.jpg" style="clear: right; display: block; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="258" data-original-width="197" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKe9p-krRFB0gJc8QzARAKcKugsXYsB1LhTTxVNjh0ofZ6dX86y-y3mIUxKgt_EzAUsJSTiQsTWPskDREWRZ9gpFV1FvsgWzdI3aiag-mCZvs_DtgEa6-qk2-zokHIXq7C8pVBV50THKow-5aA6okhJIyg6xIpFVORtJGi8QI-Um7TkXDjO2Eovg/s200/Ant%C3%B3nio%20In%C3%A1cio.jpg" /></a></div><b><span style="font-size: large;">1.</span> Mensagem do nosso camarada António Inácio Correia Nogueira, Doutor em Ciências Sociais, especialidade em Sociologia, ex-Alf Mil da CCAÇ 16 (CTIG, 1971) e ex-Cap Mil, CMDT da CCAV 3487 / BCAV 3871 (RMA, 1972/74), com data de 14 de Março de 2024:<br />
<br />
Caros camaradas<br />
Grato vos fico pelo gesto que tiveram p´ra comigo.<sup>[1]</sup><br />
Como agradecimento ofereço-vos esta despretensiosa poesia que acabo de produzir.<br />
<br />
Abraço amigo<br />
António Inácio Correia Nogueira</b><br /><br /><br /><br />
<br /><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;"><u>TESTEMUNHOS</u></span></b></div><div style="text-align: center;"><span style="font-weight: 700;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<span style="font-weight: bold;"><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">Nos 50 Anos de Abril… O Meu Herói de Abril</span></div></span><div style="text-align: center;"><br /></div><b><i><span style="font-size: medium;">
P´la noite dentro, serena e de vagaroso espaço,<br />
Trouxeste as G3, as Chaimites e os velhos tanques d´aço,<br />
E muitos jovens estremunhados, mas de rosto novo; e Santarém deixaste.<br />
Ó Maia tu nunca quebraste!<br />
<br />
E ao som do rom-rom da coluna militar,<br />
Numa mão agarraste a G3 e na outra a liberdade, e puseste-te a andar;<br />
Nas sacudidelas da estrada sonhaste com a guerra em Guidage, na mártir picada,<br />
P´ la tormenta do combate esburacada,<br />
Da sua terra vermelha, salpicada de sangue, que trilhaste,<br />
Nos senhores da Guerra, perversos, que encontraste.<br />
Ó Maia tu nunca quebraste!<br />
<br />
Chegou a hora, olhas o despontar da imaginada madrugada,<br />
O casario lisboeta, as colinas e o mar dos Descobrimentos de espuma prateada;<br />
Tudo já te parecia novo, libertado,<br />
Enquanto os ditadores dormiam, o sono na tirania, sossegados.<br />
Paraste, sem medo; puseste firme a bota na calçada e, logo a vitória vislumbraste.<br />
Ó Maia tu nunca quebraste!<br />
<br />
A Capital do Império, a Praça,<br />
De repente ela é tua; o concebível revés, de repente é graça!<br />
Sobes ao Carmo, o sangue da picada que lembraste, está de cravos vermelhos festejada,<br />
O povo clama, arrebatado, liberdade, liberdade, liberdade!...<br />
Embriagado, lança o mito o “povo unido jamais será vencido”.<br />
<br />
As armas, lá longe no calor do capim, calaram,<br />
Os soldados de além-mar regressaram.<br />
O povo é todo teu,<br />
Ai, quem diria, o ditador pereceu.<br />
Porque tu, Maia, nunca quebraste!...<br />
Fizeste tudo para além do que baste.<br />
<br />
Tu és o herói, a essência, o corpo maior,<br />
O âmago das coisas boas de Abril,<br />
Da liberdade celebrada,<br />
Há 50 anos.<br />
Tu és um Salgueiro que não desfalece, não desalenta.<br />
Eterno serás,<br />
Porque não voltaste atrás.</span><br /></i></b>
<br /><b><span style="font-size: large;">
Ó Maia, sabes, o meu herói de Abril és tu!... Sempre.</span></b><br />
____________<br />
<br />
<b>Nota do editor:<br />
<br />
[1] - Vd. Post de 7 DE MARÇO DE 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25247-o-nosso-livro-de.html">Guiné 61/74 - P25247: O nosso livro de visitas (221): O nosso camarada António Inácio Correia Nogueira pôs à disposição da tertúlia a Tese que apresentou à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Ciências Sociais, especialidade em Sociologia</a></b>Carlos Vinhalhttp://www.blogger.com/profile/02513603707400841996noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-15218277270779698812024-03-15T00:05:00.020+00:002024-03-15T12:55:34.902+00:00Guiné 61/74 - P25274: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Lançamento do livro em 2010 - Parte III: Intervenção do cor inf ref e escritor Manuel Bernardo<div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG6zCopiEHH8fGQqY11KT435NATMVWrxo85xRi7a95i0breh2KFKc4M8W2Ttl7RWN8xWhNXkH2XyuVMDyhzmeQmsp8-rTnmP4ha9_h45rGHFY_Z-LCuV7cZd2c5TDViZG6ostGfkt20REs9tAGA1OW2294UXLq2cnTWWmFO32G493vujVBfqPj/w537-h640/Guine_Amadu_Djalo_Comandos_bafata_v10.png" width="537" /></span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><br /><div style="text-align: center;">O 1º cabo 'cmd' Amadu Bailo Djaló, em meados de 1966. Foto do autor.</div></span></span><div><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" height="501" src="http://1.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8i2tajlEiI/AAAAAAAAaeQ/k_c67705E3A/w640-h501/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_20.jpg" width="640" /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="text-align: center;">Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > </span><span>Sessão de lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010) > </span> Amadu, 70 anos, de fato completo, gravata, e as suas condecorações, autografando o seu livro... A seu lado, a filha e o neto... Pareceu-me estar feliz, apesar do peso da idade e da doença crónica... Disse-lhe, em tom de brincadeira: "Aamdu, agora é que vais ser famoso e rico"... (Infelizmente, os direitos de autor não o fizeram rico, apesar da generosidade da Associação de Comandos, seu editor, e do livro ter esgotado; famoso, também não, mas tornou-se um camarada guineense muito popular e estimado por todos nós; a morte levá-lo-ia consigo cinco anos depois; fez questão de ser inumado na sua terra natal.)</span><div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" height="442" src="http://3.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8i36oUa69I/AAAAAAAAaeo/94-4Tb1daww/w640-h442/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_VB_Carlos_Santos_67.jpg" width="640" /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Lisboa > Museu >Militar > 15 de Abril de 2010 > Apesar de ter perdido ainda recentemente a sua mãe, o Virgínio Briote estava feliz pelo Amadu e pela concretização de um projecto onde ele investiu muito do seu tempo, talento, camaradagem e generosidade. Esteve sempre atento ao Amadú, segredando-lhe ao ouvido algumas dicas... A felicidade do nosso querido amigo, camarada e coeditor (hoje jubilado, mas sempre leal e solidário com a nossa equipa) seria completo se o Amadu tivesse aproveitado a ocasião, como era a sua intenção, para a estender a mão aos inimigos de ontem, num gesto histórico de reconciliação, que teria grande simbolismo. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Mas o Amadu não se sentiu muito confortável nem em condições de saúde para dizer as palavras que estavam no seu coração e na sua cabeça (e que estão no seu livro).</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Na foto, à direita, o nosso camarada Carlos Santos, que veio de Coimbra (recorde-se que foi fur mil da CCAÇ 2700, Saltinho, 1970/72, infelizmente já falecido entretanto). </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">A malta do nosso blogue esteve presente em força, querendo com isso testemunhar o seu apreço e carinho ao Amadu.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8sTghaOofI/AAAAAAAAaiA/t7BPdE-1bg4/s1600/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_21.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" height="480" src="http://2.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8sTghaOofI/AAAAAAAAaiA/t7BPdE-1bg4/w640-h480/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_21.jpg" width="640" wt="true" /></span></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></span></div><div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > </span><span style="font-family: georgia;">Sessão de lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010) > O Virgínio Briote "adiantando serviço" ao Amadú que não teve mãos a medir em matéria de pedidos de autógrafos... A seu lado, inclinado, apenas com a careca visível, o nosso amigo Rui Alexandrinho Ferrera, tratado afectuosamente como Ruizinho. Recorde-se que foi que o </span><a href="http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Rui%20A.%20Ferreira" style="font-family: georgia;">Rui A. Ferreira</a><span style="font-family: georgia;"> (1943-2023), nascido em Angola, cumpriu duas comissões de serviço na Guiné, primeiro como alf mil na CCAÇ 1420, Fulacunda, 1965/67, e depois como cap mil na CCAÇ 18, Aldeia Formosa, 1970/72.</span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8sT2RgEa3I/AAAAAAAAaiQ/y753KJEbf4E/s1600/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_75.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" height="480" src="http://3.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8sT2RgEa3I/AAAAAAAAaiQ/y753KJEbf4E/w640-h480/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_75.jpg" width="640" wt="true" /></span></a></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span style="text-align: center;">Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > </span></span>Sessão de lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010) > <span style="text-align: center;">Sessão de autógrafos > Na foto, à esquerda e de perfil o nosso camarada </span><a href="http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Ant%C3%B3nio%20Santos" style="text-align: center;">António Santos</a><span style="text-align: center;">.</span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="text-align: center;">Fotos (e legendas): © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].</span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>1. O lançamento do livro do Amadu Bailo Djaló, "Guineense, Comando, Português: I Volume: Comandos Africanos, 1964 - 1974" (Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, il.) foi um acontecimento cultural, social e militar, juntando no Museu Militar alguns conhecidas personalidades e sobretudo muitos amigos e camaradas, incluindo guineenses, e membros da nossa Tabanca Grande (alguns, infelizmente, já falecidos: o José Eduardo Oliveira, o Coutinho e Lima, o José Manuel Matos Dinis, o Rui A. Ferreira).</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Estamos a recordar alguns dos melhores momentos desse evento, a que o nosso blogue dedicou, na altura, nada mais mais nada menos do que cinco postes, e nomeadamente as intervenções dos três oradores: depois do jornalista, escritor e analista político Nuno Rogeiro e do cor 'cmd' Raul Folques, que foi cmdt do Amadu Djaló, em 1973, no Batalhão de Comandos da Guiné (*), terminamos com a intervenção do cor inf ref e escritor Manuel Bernardo: </span></div></div><div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8i4ciqncII/AAAAAAAAae4/VTCDa659QKM/s1600/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_50.jpg"><img border="0" height="438" src="http://4.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8i4ciqncII/AAAAAAAAae4/VTCDa659QKM/w640-h438/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_50.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br />Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > Sessão de lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010) > O cor inf ref Manuel Bernardo lendo a sua intervenção</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><b><br /></b></i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: large;"><i><b><br /></b></i></span></div><div style="text-align: center;"><img border="0" height="640" src="http://1.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/TN0Zs9AAVGI/AAAAAAAAeFo/6_4vU3hIx2k/w444-h640/Guine_Amadu_Djalo_capaLivro.jpg" width="444" /></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><br /></i></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Capa do livro</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: large;"><i><b><br /></b></i></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: large;"><i><b>Intervenção do cor inf ref e escritor Manuel Bernardo</b></i></span></div><div><br /></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><b>Cumprimentos</b><br /><br />- Dr. Lobo do Amaral<br />- Cor. “Cmd” Raul Folques<br />- Dr. Nuno Rogeiro<br />- O autor Amadú Djaló<br />- Cmd Virgínio Briote<br />- Todos os presentes…<br /><br />Não tenho os dotes oratórios dos camaradas e amigos que me antecederam e muito menos dos do professor e ilustre comentador da SIC, que é o Dr. Nuno Rogeiro, pelo que vou limitar-me a ler um texto que elaborei para esta ocasião.</i><br /><br /><div style="text-align: left;"><i><span style="font-size: medium;">Agradeço o amável e honroso convite que me foi formulado pelo Presidente da Associação de Comandos, Dr. Lobo do Amaral, com quem já colaborara na edição de um outro livro sobre o 25 de Novembro e também incluído nesta colecção Mama Sume, da Associação de Comandos.</span></i></div></span><div><span style="font-family: georgia;"><i><br /><span style="font-size: medium;">Para quem não me conhece e não compreende a minha presença neste acto solene de apresentação do livro do Alferes graduado Amadú Djaló, adiantarei que me envolvi com a Guiné e com os guineenses, quando fui solicitado por um grande amigo e camarada do meu Curso de Infantaria, o Coronel José Pais, pouco tempo antes de falecer, para que eu denunciasse os crimes contra a humanidade praticados na Guiné, no pós-independência, contra os seus militares, e outros, que incluía os designados “comandos africanos”.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Apesar de nunca me ter deslocado a este território, fiz questão de cumprir a promessa feita.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Assim, nesse sentido, em 2007 publiquei o livro Guerra Paz e Fuzilamento dos Guerreiros; Guiné 1970-1980, onde, além dos 53 “comandos africanos”, na grande maioria oficiais e sargentos, identifiquei 182 elementos, que igualmente foram fuzilados clandestinamente pelas autoridades guineenses, depois de serem detidos, sem ser oficialmente formulada qualquer acusação.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Nesta cerca de duas centenas de vítimas estão incluídos 34 militares do Exército, 14 fuzileiros especiais e 14 milícias, além de vários régulos e cipaios.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Quero lembrar aos presentes que os nomes daqueles 53 “comandos” africanos mandados fuzilar clandestinamente pelo PAIGC, se encontram desde Novembro do ano passado inscritos nas paredes do Memorial dos Combatentes do Ultramar, no Forte do Bom Sucesso, em Belém, depois de uma porfiada campanha nesse sentido feita pela Associação de Comandos.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Pena foi que nesse acto não tivessem tomado a posição de esclarecer as pessoas, e nomeadamente os combatentes, dessa vergonhosa afronta e dos crimes praticados e consubstanciados nesse tipo de actuação.</span><br /><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">Questões prévias</span></b></div><br /><span style="font-size: medium;">Antes de me debruçar sobre este livro do Amadú Djaló, permitam-me que, aproveitando estar junto de tantos militares e amigos, tente esclarecer dois assuntos, que foram referidos em livros publicados recentemente.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">O primeiro tem a ver com a crítica feita pelo meu amigo Cor Brandão Ferreira, no seu último livro (Em Nome da Pátria) em relação à maneira como deviam ter sido solucionadas as guerras subversivas que enfrentávamos em Angola, Guiné e Moçambique. Ele não concorda com o princípio, que eu defendo, de que “a solução para este tipo de guerra deve ser política, através de negociações para a paz, e de preferência em posição de força.”</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Julgo que, genericamente, o princípio deverá ser este. Recordo ter sido o utilizado pelo General De Gaulle, na Argélia… E lembrava igualmente ter ocorrido, em 1972, a última oportunidade perdida pelo anterior regime de iniciar um processo negocial na Guiné, como foi proposto a Lisboa pelo então General António de Spínola, na sequência de um encontro com o Presidente do Senegal, Leopold Senghor.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">O segundo diz respeito a uma referência errada à minha actuação antes e pós 25 de Abril, em relação ao falecido Marechal Spínola, feita pelo Professor Luís Nuno Rodrigues, na biografia deste oficial, publicada recentemente e lançado na semana passada, em Lisboa.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Afirma o referido autor, com base na transcrição de um livro meu (Memórias da Revolução; Portugal 1974-1975) em relação a um passo significativo para a reintegração de Spínola na sociedade portuguesa, o seguinte:</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">“(…) Os “fiéis” de sempre voltam a cerrar fileiras em torno do Velho. Em 1977, um grupo de oficiais, entre os quais Manuel Monge. Manuel Amaro Bernardo e Caçorino Dias, solicitaram ao CEME, General Rocha Vieira, que resolvesse a sua situação remuneratória (…). Meses depois, a 27-2-1978, Spínola foi finalmente reintegrado nas FA (…).”</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Daquilo que conheço apenas o Manuel Monge poderá ser considerado um “fiel de sempre”, pois o Caçorino Dias apenas o terá conhecido em 1973, numa visita à Guiné, a propósito da contestação desencadeada ao Congresso de Combatentes e eu nunca o tinha visto, contactado ou trabalhado com ele até essa altura (1977). Apenas tive ocasião de lhe falar pela primeira vez, quando pedi uma entrevista, em 1993, para um trabalho universitário, depois publicado no livro Marcello e Spínola; a Ruptura (…)”.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">E dos cinco oficiais, onde eu me incluo e que tomaram essa atitude de solidariedade castrense, os dois não transcritos do meu texto – os então Major José Pais e Capitão Ribeiro da Fonseca –, poder-se-iam considerar muito mais ligados ao Marechal desde os tempos da Guiné, onde prestaram serviço e comandaram companhias em operações.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Lembro ainda que imediatamente antes dessa afirmação, no livro Memórias da Revolução (…), eu frisava que apenas tinha conhecido António de Spínola depois de ele regressar do exílio, pós-11 de Março de 1975.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Mas eu já estou habituado que façam más transcrições dos meus livros, como aconteceu, com o Dr. Almeida Santos, para o seu Quase Memórias. Mas terão sempre que me ouvir em relação aos erros cometidos…, pois estou no meu direito de tentar restabelecer a verdade dos factos.</span><br /><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">Um grande “comando” guineense</span></b></div><br /><span style="font-size: medium;">Entrando na análise desta obra, começaria por dizer que o seu autor foi um militar perseverante e distinto, que percorreu as funções das três classes atribuídas aos combatentes: praça (soldado e cabo), sargento e oficial, ao longo dos 11 anos que durou a guerra na Guiné.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Amadú Djaló, com o Curso de Comandos, que frequentou em 1964, seria transformado de um jovem comerciante independente, na vida civil, num grande combatente.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Para tudo na vida é preciso ter sorte e ele teve-a com os militares que foram seus instrutores e, depois, com o Alferes Maurício Saraiva, comandante do seu grupo (Os Fantasmas) e que foi considerado como um dos melhores combatentes da Guerra do Ultramar.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">A este propósito lembro que os instrutores e monitores deste Curso de Comandos foram militares muito valentes, quer na Guiné, quer nos outros teatros de operações.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Quatro deles viriam a ser galardoados com a mais alta condecoração, a Ordem Militar da Torre Espada, do Valor Lealdade e Mérito, em 1969/70: Tenente Jaime Abreu Cardoso, 2.º Sargento Ferreira Gaspar, 2.º Sargento Marcelino da Mata e Capitão Maurício Saraiva. Dos restantes, sete seriam condecorados com a Cruz de Guerra (alguns com mais que uma).</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Aliás, durante a guerra da Guiné, e por feitos praticados em operações foram condecorados com a Torre Espada mais quatro oficiais dos comandos: Major Almeida Bruno, Capitão Ribeiro da Fonseca, e os guineenses Cherne Sissé e João Bacar Jaló. </span></i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><br /></i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i> Pena foi que o último comandante do Batalhão de Comandos Africanos da Guiné, o Coronel Raul Folques (aqui presente e também na capa deste livro), que já se distinguira em Angola e condecorado com uma terceira Cruz de Guerra em 1973, não tivesse merecido da hierarquia militar a ambicionada Torre Espada.</i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i><br /><span style="font-size: medium;">Quanto ao conteúdo da obra poder-se-á dizer que se trata de uma história triste, contada na primeira pessoa ao logo destas 300 páginas, como tristes e dramáticas serão todas as histórias de guerra.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Nela se descrevem as acções onde as nossas tropas sofrem feridos e mortes de camaradas, que com eles conviviam no dia-a-dia. Essas são marcas que ficarão para sempre na nossa memória. O autor fez bem em salientar, em anexo, os nomes de todos eles.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Na fase inicial de combate, no Grupo Fantasmas do então Alferes Maurício Saraiva já se nota, muitas vezes, uma mistura dos guerrilheiros com as populações, por conivência ou ameaças sobre elas, o que dificulta a actuação, sem os designados danos colaterais.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">No entanto, o bom senso e a experiência do Amadú foram factores importantes para o bom andamento das operações. A sua actividade nos “comandos” manteve-se após a saída deste oficial, com a sua integração no Grupo Centuriões do Alferes Luís Rainha.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Após a intensa actividade operacional entre 1964 e 1966, nesses grupos de “comandos”, Amadú sentiu a necessidade de descansar para “recarregar as baterias”, voltando à sua condição de condutor. Assim, durante três anos passou pela CCS/QG e por vários batalhões: o BCav 757, o BCaç 1877, o BCav 1905 e BCaç 2856, que estiveram sediados em Bafatá.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Com a ordem de regressar aos “comandos” em 1969, com vista à formação da 1.ª CCmds Af., Amadú, tal como os seus antigos camaradas Braima Bá e Tomás Camará, regressou às lides operacionais, agora (1970) sob a liderança do Tenente João Bacar Jaló, um figura mítica e muito considerada pelas gentes da Guiné.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Mas, antes, ainda teve que frequentar um curso acelerado com o então Capitão “Comando” Barbosa Henriques, um militar que, depois do 25 de Abril, prestaria serviço comigo no Tribunal Militar.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Recordo a manifestação sentida dos “comandos” guineenses residentes na área da grande Lisboa, com os seus trajes típicos maometanos, no dia do seu funeral, há alguns anos, no cemitério do Alto de S. João. Despediram-se do seu amigo com o habitual grito “Mama Sume”</span><br /><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">Grandes operações nos países vizinhos</span></b></div><br /><span style="font-size: medium;">Além das mais variadas operações feitas em todo o território e nomeadamente nas matas de Morés ou da Cobaiana, saliento as duas efectuadas em território estrangeiro.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">A Mar Verde, na Guiné-Conacri, em Novembro de 1970, em que previamente surgiram dúvidas nos elementos da 1.ª CCmds Af. sobre a sua participação naquelas condições e onde actuaram juntamente com elementos dissidentes daquele país.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Os principais objectivos acabariam por não ser conseguidos, devido a falhas dos serviços de informações em relação à localização dos aviões e do presidente Sékou Turé, mas ocorreu o notável feito da libertação de 26 portugueses, que o PAIGC mantinha em prisões na capital do país.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Nesta operação a companhia de Comandos teve uma baixa de peso, pois o Tenente Januário Lopes desertou e entregou-se com o seu grupo de 24 homens. Esta não é porém a versão de Marcelino da Mata, com acção de comando importante à frente do seu grupo, após a morte do alferes na fase inicial, e que diz terem-nos deixado para trás por falta de coragem em os ir lá buscar na retirada.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">O facto é que nas declarações à comissão da ONU, dias depois, Januário afirmou ter de facto desertado e acabaria por ser fuzilado com os seus homens no mês seguinte.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Amadú aquando dos preparativos para esta operação afirma no livro:</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">“(…) A nós, o PAIGC não nos poupava. Que me lembre não me recordo ver alguns dos nossos matar os feridos. Nem deixávamos nenhum ferido do PAIGC na terra de ninguém. Se estivesse ferido, pedíamos a evacuação para o Hospital Militar. Certamente que alguns de nós, brancos ou negros não se comportavam assim tão dignamente, mas não eram a maioria. E se fossemos apanhados pela tropa do Sékou Turé, de certeza que não haveria nenhum sobrevivente. (…)</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">A segunda, a operação Ametista Real, foi realizada em Maio de 1973, à base de Cumbamori, no Senegal, em que seria empenhado todo o Batalhão de Comandos Africano, sob o comando do então Major Almeida Bruno.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">O objectivo, desta vez, foi conseguido, pois levou à destruição dos depósitos de armas e munições e numerosas baixas no PAIGC, tal como seria parado, pouco tempo depois, o cerco a Guidaje, que já durava havia três semanas.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">O Batalhão de Comandos também sofreu bastantes baixas e a retirada do Senegal para o território da Guiné foi deveras penosa e feita com grandes dificuldades. Seria mais uma vez a grande experiência do Amadú e o apoio eficiente dado pelos aviões da Força Aérea a resolver a situação no final da operação. O autor descreve o sucedido, nas pag. 253 e 254:</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">“(…) Continuámos a retirar em direcção à fronteira. Não podíamos forçar muito, porque o Jamanca (tenente e comandante da companhia) só podia andar com o apoio de alguém e o Capitão Folques, com a perna ferida também tinha muita dificuldade em andar e estávamos ainda longe de Guidage.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">“Pedimos apoio à aviação, mas recusaram. Que estavam a a voar muito alto e era difícil localizarem-nos. (…) Perguntei ao soldado que transportava o morteiro se tinha alguma granada de fumo. (…) O Capitão Folques transmitiu para os aviões (…). Disparei com o morteiro para sinalizar o local a partir do qual os aviões podiam bombardear.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">“Uma grande bola branca de fumo já tinham visto dos aviões, ouvimo-los dizer. A partir deste momento, o Capitão Folques disse sueste do fumo, a sul, a sudoeste e a oeste, arrasar tudo, tudo! (…) Essa granada de fumo ajudou-nos muito. (…)</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">“Chegámos junto do arame farpado de Guidage entre as 18 e as 19H00, mortos de sede e fome. Em Guidage não havia nada para comer. Nem medicamentos. (…)</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Como se vê, foram tempos dramáticos e de grande sofrimento os passados nessa altura… E pelas transcrições feitas julgo que ficarão de algum modo elucidados sobre o conteúdo desta obra.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Antes de terminar apenas quero fazer duas pequenas observações.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">A primeira em relação ao editor, por na contra-capa não ter colocado outra fotografia do autor, em que no fundo estivessem nomes de guineenses (talvez os fuzilados e colocados recentemente no Memorial do Bom Sucesso) e não os que se encontram nessa foto.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">A segunda por o autor não fazer qualquer referência à actuação do Marcelino da Mata naquelas grandes operações, atrás referidas, onde ele teve desempenho brilhante e relevante.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Lembro ainda o facto de ele ter sido o militar mais condecorado do Exército Português em toda a Guerra do Ultramar. Mas o Amadú Djaló, na pág. 243 do livro, esclarece a sua atitude em relação a este oficial:</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">“O ambiente entre nós nem sempre foi o melhor. Havia rivalidades étnicas que se cruzavam com os problemas que ocorriam em qualquer unidade militar. “</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">A terminar, quero elogiar o autor por esta significativa e importante obra hoje foi aqui lançada e que acabou por ser publicada mercê da sua persistência de vários anos.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">De assinalar igualmente o trabalho meritório do “Comando” Virgínio Briote, que contribuiu bastante para a execução deste projecto, tal como na sua eficiente divulgação.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Elogio igualmente o editor, Dr. Lobo do Amaral, Presidente da Associação de Comandos, por numa altura de crise geral e editorial, nomeadamente em relação aos livros de ensaio ou memórias, se ter abalançado na sua publicação.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Muitas felicidades para os três, para o Coronel Raul Folques e para o Dr. Nuno Rogeiro, assim como para todos os presentes.</span><br /><br /><span style="font-size: medium;">Muito Obrigado!</span><br /><span style="font-size: medium;">Manuel Bernardo</span><br /><span style="font-size: medium;">Lisboa, 15-04-2010</span></i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">____________</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Nota do editor:</span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br />(*) Último poste da série > 13 de março de 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25266-recordando-o-amadu.html" rel="nofollow">Guiné 61/74 - P25268: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Lançamento do livro em 2010 - Parte II: vídeo (8' 43'') da intervenção do cor 'cmd' ref Raul Folques</a></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Poste anterior: 12 de março de 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25265-recordando-o-amadu.html">Guiné 61/74 - P25265: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Lançamento do livro em 2010 - Parte I: texto da intervenção do Nuno Rogeiro</a></span></div></div></div>Tabanca Grande Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-15819613064836067712024-03-14T19:58:00.001+00:002024-03-14T19:58:26.788+00:00Guiné 61/74 - P25273: Convívios (983): XXXI Convívio do pessoal da CCAÇ 2381 - "Os Maiorais" - a levar a efeito no próximo dia 13 de Abril de 2024, em Fátima, com concentração na Rotunda dos Peregrinos (José Teixeira / Eduardo Moutinho Santos)<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4Dt34jkp0YIJ_GfUM-4FjE4QOkeNe3cxQsKp1lVloFTYgcDg58qZgAqK6VZ0yn9RgnstDKRNwcmfMBlJZtV5HM3xH9bCvLf_fQBfRlOv7_Gq7FfERFrgOF7KLqpFnLhiKDGEetcAyIYO3h-CO4CSlTS1zrTn7SkczFcar3QNXmjOnLopplBh7fQ/s198/CCA%C3%87%202381.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="198" data-original-width="191" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4Dt34jkp0YIJ_GfUM-4FjE4QOkeNe3cxQsKp1lVloFTYgcDg58qZgAqK6VZ0yn9RgnstDKRNwcmfMBlJZtV5HM3xH9bCvLf_fQBfRlOv7_Gq7FfERFrgOF7KLqpFnLhiKDGEetcAyIYO3h-CO4CSlTS1zrTn7SkczFcar3QNXmjOnLopplBh7fQ/s320/CCA%C3%87%202381.jpg" /></a><br />
</div><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: x-large;">CCAÇ 2381 - OS MAIORAIS</span></b></div><br />
<div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">GUINÉ, 1968/70</span></b></div><br />
<div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">XXXI CONVÍVIO</span></b></div><br /><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">FÁTIMA - DIA 13 DE ABRIL DE 2024</span></b></div><b>
<br />
<span style="font-size: medium;">
Caro irmão “Maioral “</span><br />
<br /><span style="font-size: large;">
E</span>stamos a comemorar o 54.º aniversário do nosso regresso da Guiné.<br />
Foi no dia 9 de abril de 1970 que chegámos. Lembras-te daquela manhã gloriosa?<br />
Infelizmente não regressámos todos. Houve três camaradas que partiram antes do tempo.<br />
Muitos já partiram de vez. Paz à sua alma.<br />
Alguns desligaram-se completamente desta família de "Os Maiorais". Até hoje não deram sinal de vida. Esperemos que estejam de boa saúde.<br />
Outros, o estado de saúde impede-os de vir ao nosso encontro. Doi o coração, corroído de saudades.<br />
Nós vamos resistindo.<br />
<br />
Agora é tempo de conviver no tempo que nos resta. Toca a reunir.<br />
Desta vez será em Fátima, como combinamos no convívio do ano que passou.<br />
<br />
<br /><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: medium;"><u>XXXI CONVÍVIO “OS MAIORAIS” DE EMPADA</u></span></b></div>
<br />
Data: 13 de abril de 2024 (sábado) <br />
Local: Fátima<br />
SDIVINE – FÁTIMA HOTEL<br />
Rotunda dos Peregrinos, 101<br />
Fátima<br />
Telef. 249 532 163<br />
<br />
Local de Encontro: ROTUNDA DOS PEREGRINOS (A partir das 10 h.)<br />
FÁTIMA<br />
Custo do almoço 24€/pessoa<br />
<br />
TRAZ OUTRO MAIORAL CONTIGO <br />
<br />
Escreve ou telefona a confirmar a tua presença, para:<br />
J.Teixeira - Telm: 966 238 626 - Mail: <a href="mailto:jteixei@msn.com">jteixei@msn.com</a><br />
<br />
Nota: O ALMOÇO É SERVIDO EM REGIME DE SELF SERVICE<br />
<br /><span style="background-color: #fcff01;">
Agradecemos que confirmes, via telefone ou mail, a presença no convívio até ao dia 6 de Abril.<br /></span>
<br />
Se não puderes estar presente, telefona a gritar: <u>Não posso ir, mas estou vivo e de boa saúde.</u><br />
<br />
Aguardando as tuas notícias, aceita um fraternal abraço dos camaradas<br />
<br />
<i>José Teixeira<br />
Eduardo Moutinho Santos (capitão)</i></b><br />
____________<br />
<br />
<b>Nota do editor<br />
<br />
Último post da série de 11 DE MARÇO DE 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25262-convivios-982-55.html">Guiné 61/74 - P25262: Convívios (982): 55º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha: Algés, quinta feira, 14 de março de 2024 ... Uma das novidades é a presença pela primeira vez dos "nova-iorquinos" João Crisóstomo e a filha Cristina</a></b>Carlos Vinhalhttp://www.blogger.com/profile/02513603707400841996noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-42262781501733074862024-03-14T14:20:00.000+00:002024-03-14T14:20:16.378+00:00Guiné 61/74 - P25272: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (34): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Capítulo III - Baixas sofridas, Punições, Louvores e Condecorações - Abril a Outubro de 1970<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3wVsUcWolryTSIxohifs0mbDeYgqfDcUd2Hbl9I_LeGatMBBSta1S7_5uTdB9PAAYVWDkLDU-SYpKDym-XWX0IujfqzZ2G08cLPD15Gjj03KYl2BJFXPDRbv6PKiA_FbLpF_EH7sDukEpkLVtHBIPU5ktY1igNgdZ8rTKSy05mfrRVluSaXv9IA/s1600/1970-04-04.05.Digitalizar0001b.jpg" style="color: #e53319; display: block; padding: 1em 0px; text-align: center; text-decoration-line: none;"><img alt="" border="0" data-original-height="373" data-original-width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3wVsUcWolryTSIxohifs0mbDeYgqfDcUd2Hbl9I_LeGatMBBSta1S7_5uTdB9PAAYVWDkLDU-SYpKDym-XWX0IujfqzZ2G08cLPD15Gjj03KYl2BJFXPDRbv6PKiA_FbLpF_EH7sDukEpkLVtHBIPU5ktY1igNgdZ8rTKSy05mfrRVluSaXv9IA/s1600/1970-04-04.05.Digitalizar0001b.jpg" style="border: none; position: relative;" /></a></div><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyWiiEoT1eyzBWf8NaQOtaHkwWw_ezsM6Oe4GSmYHDEpXp-uDwK7N5katkYPvqMzq3JvPFKqAr091nu8Xgeo9kPJUEsm4IWEHVl8DBxBNkuJr2SIQy1ZRitgb7e7sMy9ytRpZ502ZQl7p_2ddWysDZkw3UYVpUS087P0kyu8LhBr6QX6E0coeBoA/s1600/Jo%C3%A3o%20Moreira-2.jpg" style="clear: right; color: #e53319; display: block; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; padding: 1em 0px; text-align: center; text-decoration-line: none;"><img alt="" border="0" data-original-height="198" data-original-width="160" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyWiiEoT1eyzBWf8NaQOtaHkwWw_ezsM6Oe4GSmYHDEpXp-uDwK7N5katkYPvqMzq3JvPFKqAr091nu8Xgeo9kPJUEsm4IWEHVl8DBxBNkuJr2SIQy1ZRitgb7e7sMy9ytRpZ502ZQl7p_2ddWysDZkw3UYVpUS087P0kyu8LhBr6QX6E0coeBoA/s1600/Jo%C3%A3o%20Moreira-2.jpg" style="border: none; position: relative;" /></a><b><span style="font-size: x-large;">"A MINHA IDA À GUERRA"</span><br /><br /><span style="font-size: large;">34 - HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: CAPÍTULO III - BAIXAS SOFRIDAS, PUNIÇÕES, LOUVORES E CONDECORAÇÕES</span><span style="font-size: medium;"><br /></span><br /><span style="font-size: large;">João Moreira</span></b><br /><br /><b><span style="font-size: large;">MÊSES DE ABRIL A OUTUBRO DE 1970</span></b><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTTHuRP_GmgA2JYWE75rdUIx83FoPkUBWIg9EWQyThqP1gF5q9W90Belhv00IiIdSfqHkKzHSeU1lxCgPZQTka8WjlkctdZLS1USk16jLKLN4sKZ6nagqF9TXJRH7uSxOwCaYOLJ3dS7rlN0ZxaVhsdSvGaCtgHH3cAqoo82jGTIAd8iD7blpiXw/s1600/H.U.III-01.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="962" data-original-width="680" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTTHuRP_GmgA2JYWE75rdUIx83FoPkUBWIg9EWQyThqP1gF5q9W90Belhv00IiIdSfqHkKzHSeU1lxCgPZQTka8WjlkctdZLS1USk16jLKLN4sKZ6nagqF9TXJRH7uSxOwCaYOLJ3dS7rlN0ZxaVhsdSvGaCtgHH3cAqoo82jGTIAd8iD7blpiXw/s1600/H.U.III-01.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaf8OdDYTvFK5hZhQGLYJujfx6lCpuIATw1vJXwyxW6ntUs3JHzsPAVfng6h2mK-oGrMixSQo6aoOaAaWPcq4Wn6T3ekXah9gwXl33t_Cmecf5Cdvt4kBFF1mNhgzjcTeAKksyxECpVB_BVprsD-mPQcwQDyk2XbajKrt090inklbV6BYlINUcew/s1600/H.U.III-02.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="962" data-original-width="680" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaf8OdDYTvFK5hZhQGLYJujfx6lCpuIATw1vJXwyxW6ntUs3JHzsPAVfng6h2mK-oGrMixSQo6aoOaAaWPcq4Wn6T3ekXah9gwXl33t_Cmecf5Cdvt4kBFF1mNhgzjcTeAKksyxECpVB_BVprsD-mPQcwQDyk2XbajKrt090inklbV6BYlINUcew/s1600/H.U.III-02.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWSAHB6WeyFjE7tzdelkwL6Qva0ElgNp4ZxvOg29f8qkPXwGPUZVyyy7KSFjmJxwU7P78mXqiexb1ph6INr7-ZYmZLfnjN9Xvc9ZcPh64WAo1kHfX-SsQHoTUPaqH1qvGEDXgqMRSmPrDzL9jthnoPDk2ul0oAXIutfr24q1VLyP0RrEqdwbPxXA/s1600/H.U.III-03.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="962" data-original-width="680" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWSAHB6WeyFjE7tzdelkwL6Qva0ElgNp4ZxvOg29f8qkPXwGPUZVyyy7KSFjmJxwU7P78mXqiexb1ph6INr7-ZYmZLfnjN9Xvc9ZcPh64WAo1kHfX-SsQHoTUPaqH1qvGEDXgqMRSmPrDzL9jthnoPDk2ul0oAXIutfr24q1VLyP0RrEqdwbPxXA/s1600/H.U.III-03.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzDRxI1wy-CM6oCIbE8hFaegNsPlZGRxiI9NItdhStLK61uhsErjd-Y2YW6PLV5zkEWu0WZH7KGD1jU6AyrWUWb2XL093w9EGlPVEWwUhmQMFr96nPKjXbGNJ33mS7sKg5EQ1ep5-lIEVfL1QulK_KDoUL4AnvlOYjIX41zAdoQ7y-gr8wFx6Wdg/s1600/H.U.III-04.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="962" data-original-width="680" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzDRxI1wy-CM6oCIbE8hFaegNsPlZGRxiI9NItdhStLK61uhsErjd-Y2YW6PLV5zkEWu0WZH7KGD1jU6AyrWUWb2XL093w9EGlPVEWwUhmQMFr96nPKjXbGNJ33mS7sKg5EQ1ep5-lIEVfL1QulK_KDoUL4AnvlOYjIX41zAdoQ7y-gr8wFx6Wdg/s1600/H.U.III-04.jpg" /></a></div>
<b>(continua)</b><br >
____________<br >
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<b>Nota do editor<br >
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Último post da série de 7 DE MARÇO DE 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25246-minha-ida-guerra-joao.html">Guiné 61/74 - P25246: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (33): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Louvor concedido à COMPANHIA</a></b>Carlos Vinhalhttp://www.blogger.com/profile/02513603707400841996noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-70598311397618823092024-03-14T13:47:00.001+00:002024-03-14T13:47:21.136+00:00Guiné 61/74 - P25271: Ser solidário (265): Bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau (Renato Brito)<b><span style="font-size: large;">1.</span><span style="font-size: medium;"> Mensagem com data de 21 de Dezembro de 2023, enviada ao nosso Blogue por Renato Brito, voluntário, que na Guiné-Bissau integra um projecto de construção de uma escola na aldeia de Sincha Alfa:</span></b><br /><br /><b>
Bom dia Carlos Vinhal,<br />
Agradecendo o contributo em divulgar a aventura de tentar construir uma escola na Guiné-Bissau, envio-lhe mais um bilhete-postal que apresenta a data de mais um mercado para venda objectos em segunda-mão.<br />
Grande parte dos objectos para venda foram oferecidos por crianças de duas escolas primárias (Alessandro Manzoni em Bolzano e Giovanni XXIII em Sinigo) quando em dezembro do ano passado fui falar com eles a pedir ajuda para construir uma escola na Guiné-Bissau. Pedia a doação de um objecto e ofereceram um saco cheio de presentes.[1]<br />
<br />1 - Também, continuando o objectivo de dar a conhecer as maravilhas deste país, desta feita nesta “cartolina” falo sobre o mar da Guiné-Bissau.<br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5i2XZ3KGqxGXT0AKx9TtIqcJRrFnMoJybCpS8JB6KRFNayP3FFb5p9AcyhT4Ugk03bXdf4spqhWPgI89ClPBrV8OBgbehZMwtzT_ffnTL3udUYsPH2T1SR4larj8nWBnHMvsQ-Yjv0ySwjKcMV7F1UQr8LLkxMLlrwblDgIGAlAYUJ-F-z3JZMg/s680/Cartolina%2007_1.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="484" data-original-width="680" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5i2XZ3KGqxGXT0AKx9TtIqcJRrFnMoJybCpS8JB6KRFNayP3FFb5p9AcyhT4Ugk03bXdf4spqhWPgI89ClPBrV8OBgbehZMwtzT_ffnTL3udUYsPH2T1SR4larj8nWBnHMvsQ-Yjv0ySwjKcMV7F1UQr8LLkxMLlrwblDgIGAlAYUJ-F-z3JZMg/s600/Cartolina%2007_1.jpg" width="600" /></a></div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf3t1dxKnJV2XzHkqMElHLiZNIdyf9ijvThpnPfNGf6KhRZr10N7EP5mDYg2Vmr29TaYu35IMRYVHyqB9aEdXUQILwRF1SW4hAhzothMPvkYMHCK089Rh-FQeVKDPwVnjk4-d6XTonujt96ekgkf-Z3oDUJc3xPB0rOLMWP528VUun4_HtxbX6Jg/s945/Cartolina%2007_2.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="661" data-original-width="945" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf3t1dxKnJV2XzHkqMElHLiZNIdyf9ijvThpnPfNGf6KhRZr10N7EP5mDYg2Vmr29TaYu35IMRYVHyqB9aEdXUQILwRF1SW4hAhzothMPvkYMHCK089Rh-FQeVKDPwVnjk4-d6XTonujt96ekgkf-Z3oDUJc3xPB0rOLMWP528VUun4_HtxbX6Jg/s600/Cartolina%2007_2.jpg" width="600" /></a></div><div style="text-align: center;"><b>(Clicar na imagem para ampliar e facilitar a leitura)</b></div>
<br />2 - O Documentário “Neram N'Dok” que apresenta o processo de gestão participativa de uma área marinha protegida nas Ilhas Urok, no Arquipélago dos Bijagós é muito bonito de se ver.
Está disponível neste site com legendas em português: <a href="https://vimeo.com/130528214">https://vimeo.com/130528214</a><br />
<br />3 - Ainda a referência a um publicação, disponível neste site para consulta e download:<br />
Guia dos mamíferos do Parque Nacional de Cantanhez, <a href="https://www.researchgate.net/publication/322490831_GUIA_DOS_MAMIFEROS_DO_PARQUE_NACIONAL_DE_CANTANHEZ">https://www.researchgate.net/publication/322490831_GUIA_DOS_MAMIFEROS_DO_PARQUE_NACIONAL_DE_CANTANHEZ</a><br />
<br />
Muito grato pelo seu contributo em divulgar este projecto.<br />
Cumprimentos,<br />
Renato Brito</b>
<br />
____________<br >
<br >
<b>Notas do editor:<br >
<br >
[1] - Vd. post de 22 DE DEZEMBRO DE 2023 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2023/12/guine-6174-p24989-boas-festas-202324-9.html">Guiné 61/74 - P24989: Boas Festas 2023/24 (10): Renato Brito, voluntário que integra um projecto de construção de uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau</a><br >
<br >
Último post da série de 9 DE MARÇO DE 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25256-ser-solidario-264.html">Guiné 61/74 - P25256: Ser solidário (264): Relatório da viagem a Suzana em Fevereiro de 2024 (Manuel Rei Vilar Presidente da Associação Anghilau)</a></b>Carlos Vinhalhttp://www.blogger.com/profile/02513603707400841996noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-62373800077221615572024-03-14T08:14:00.021+00:002024-03-14T18:26:02.839+00:00Guiné 61/74 - P25270: Memórias cruzadas: Referência ao António Lobato (1938-2024) em mensagem de 'Nino' Vieira para Aristides Pereira, em 1963 (voltariam a encontrar-se 36 anos depois, em Bissau)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcPZw4tT8Jtm7qfCVE1kP_dNZwOYRGz7bnumzT_h7MF0QTPTnlXQJzcEg0P3mB5K2MaqVc0sJnK4In785pNfvpNOl-JTrL30Pn7eoqguN0D9RkAkjoM7Fy415mzrOI_iL3vjRXGCLArTba6c2F-s4L2YoQ6SsnOZdOEfIq9dXw40ZfdCIVkCYR/s341/Guine_Anyonio_Lobato_FAP_v11.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="341" data-original-width="278" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcPZw4tT8Jtm7qfCVE1kP_dNZwOYRGz7bnumzT_h7MF0QTPTnlXQJzcEg0P3mB5K2MaqVc0sJnK4In785pNfvpNOl-JTrL30Pn7eoqguN0D9RkAkjoM7Fy415mzrOI_iL3vjRXGCLArTba6c2F-s4L2YoQ6SsnOZdOEfIq9dXw40ZfdCIVkCYR/w522-h640/Guine_Anyonio_Lobato_FAP_v11.jpg" width="522" /></a></div><br /><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;">António Lobato (1938-2024), maj pil av ref: no cativeiro (maio de 1963 / novembro de 1970) sempre recusou a liberdade em troca da denúncia, aos microfones da rádio, da guerra colonial. Mas em carta à mulher, datada de Kindia, 22/5/65, escreveu: (...) "Houve momentos de fraqueza em que quse me arrependi de ter recusado essa <i>liberdade,</i> hoje porém agradeço a Deus o ter-me dado a força necessária para resistir" (pág. 125).</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b>1. Releia-se a notável descrição do encontro do António Lobato com o já então mítico 'Nino' Vieira, escassos dias a seguir à sua captura: vd. páginas de "Liberdade ou evasão: o mais longo cativeiro de guerra", 1ª ed. Amadora, Erasmos Editora, 1995, pp. 62/64).</b></span></div><div><br /></div><div><span style="font-family: georgia;"><i>(...) " Diz então, como quem se gaba dos poderes absolutos que detém, que poderia reenviar-me para Bissau ou que poderia até matar-me, mas que não irá fazê-lo pelo facto de há quinze dias atrás, ter recebido ordens de Amílcar Cabral, para fazer prisioneiros e dirigi-los a Conacri" (...) (pág. 63). (vd. no ponto 2 um excerto mais completo.)</i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">'Nino' Vieira em mensagem posterior a Aristides Pereira, que a seguir se transcreve, faz referència a este encontro (no seu "quartel-general" em Darsalame):</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><i><span style="font-family: georgia;">(...) "</span><span style="font-family: georgia;">Recebi a vossa carta com o n/ cama</span><span style="font-family: georgia;">rada Seni, no qual tomei conheci</span><span style="font-family: georgia;">mento de que o tal piloto [António Lobato] </span><span style="font-family: georgia;">mudou da ideia que tinha </span><span style="font-family: georgia;">quando [se] encontrava em n/ poder cá </span><span style="font-family: georgia;">dentro."... </span></i></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Segundo o tratamento arquivístico desta correspondència, pela Fundaçáo Mário Soares, isto queria d</span><span style="font-family: georgia;">izer: "Recusa do piloto [António Lobato] de prestar uma declaração contra a guerra colonial"... </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b>É a única referència ao António Lobato que encontrámos até agora no Arquivo Amílcar Cabral. (*)</b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"> Lemos no "Observador", </span><span style="font-family: georgia;">num trabalho da jornalista Tânia Pereirinha, </span><a href="https://observador.pt/especiais/voar-escrever-e-abracar-os-antigos-carcereiros-o-resto-da-vida-do-piloto-antonio-lobato-depois-de-7-anos-e-meio-em-cativeiro/" rel="nofollow" style="font-family: georgia;"> que o Lobato e o 'Nino' voltariam a encontrar-se mais tarde, em Bissau, em 1999</a><span style="font-family: georgia;">, trinta e seis depois:</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i><br /></i></span></div><span style="font-family: georgia;"><i>(...) "Foi por isso mesmo que, em 1999, quando o então Presidente guineense Nino Vieira o convidou para almoçar, António Lobato não pensou duas vezes. Ao longo de um par de horas, conversaram e recordaram os tempos em que um tinha estado à guarda do outro. Dias depois, quando fez check-out do Hotel 24 de Setembro, a funcionar no local onde décadas antes tinha sido a messe dos oficiais portugueses em Bissau, o piloto descobriu que a sua estadia já tinha sido paga — nada menos do que pelo primeiro Presidente da República da Guiné Bissau.<br /><br />“Depois, quando perdeu o mandato, fugiu da Guiné e veio para Portugal, os jornalistas perguntaram-lhe se tinha cá alguém conhecido e ele respondeu: ‘Tenho um amigo, o Lobato!’”, continua a recordar. “Isto não cabe na cabeça de ninguém, mas para ele eu era um amigo, um conhecido.” (...)</i></span><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2x6DwC3rXCc5-t8Ixq-x-rYm3ywjMUPSFNrqZN2zeDClA1zNvCLn7Mu10LrjEN3J3w09-C1z6TkHnU4v1kZbhX021KuPVWyihNeglrlZAmhlPZWjnMM5CsPvV8G2h_mZZHjT9nrseMC8YqN4WoBxnVPf0oWhbATMua-fbmwfdjWtNwq-Edxdx/s1237/Guine_Arquivo_Amilcar_Cabral_Antonio_Lobato_Nino_Vieira_p_1_1.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="872" data-original-width="1237" height="452" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2x6DwC3rXCc5-t8Ixq-x-rYm3ywjMUPSFNrqZN2zeDClA1zNvCLn7Mu10LrjEN3J3w09-C1z6TkHnU4v1kZbhX021KuPVWyihNeglrlZAmhlPZWjnMM5CsPvV8G2h_mZZHjT9nrseMC8YqN4WoBxnVPf0oWhbATMua-fbmwfdjWtNwq-Edxdx/w640-h452/Guine_Arquivo_Amilcar_Cabral_Antonio_Lobato_Nino_Vieira_p_1_1.png" width="640" /></a></div><br /><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Camarada Aristides: </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Recebi a vossa carta com o n/ cama-</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>rada Seni, no qual tomei conheci-</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>mento de que o tal piloto [António Lobato] </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>mudou da ideia que tinha</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>quando [se] encontrava em n/ poder cá </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>dentro.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Junto segue com o Djaló</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>a camarada Ernestina</b></span><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> [Titina] </b><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> Silá e</b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>mais dois empregados, um da Casa</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Gouveia e o outro da S.C. U. </b></span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b> [Sociedade Comercial Ultramarina].</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Seguem mais três rapazes, que</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>devem apresentar os seus nomes, </b></span><b style="font-family: georgia; font-size: large;">[os] </b><b style="font-family: georgia; font-size: large;">dos</b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><br /></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyLto_Bl8q1DVrgvcUqbeiMRzxLK28cGuhQeMOionU65lkrGr_At5r-bsp8Zlk55wtnom_LWtUrzF_ceT7AiHwgyYaZJ6GJM1Q5oNx8IuFniWYJNtyYFDd6aF-gMH-D0wkvthqSpUWUyVHW7T6PzZev955Lz9qsCJkT5MFSNw9Fh1Jb4IMN5Tr/s1230/Gune_Arquivo_Amilcar_Cabral_Antonio_Lobato_Nino_Vieira_p2_1.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="931" data-original-width="1230" height="484" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyLto_Bl8q1DVrgvcUqbeiMRzxLK28cGuhQeMOionU65lkrGr_At5r-bsp8Zlk55wtnom_LWtUrzF_ceT7AiHwgyYaZJ6GJM1Q5oNx8IuFniWYJNtyYFDd6aF-gMH-D0wkvthqSpUWUyVHW7T6PzZev955Lz9qsCJkT5MFSNw9Fh1Jb4IMN5Tr/w640-h484/Gune_Arquivo_Amilcar_Cabral_Antonio_Lobato_Nino_Vieira_p2_1.png" width="640" /></a></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><b>seus pais, e mais </b></span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b> [h]abilitações que </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>têm, Todos eles têm</b></span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b> [-se] dedicado muito </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>bem no Partido. Um deles estva já</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b> [h] á 9 meses no mato juntamente </b></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>connosco.</b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Como sabes,aqui encontra-</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>-se também nalús e sossos, mas</b></span></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> [na sua maior] parte não têm instru-</b></div><div><span><b style="font-family: georgia; font-size: large;">ções necerssárias. </b></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Junto segue nomes de camaradas Jugaré Natchuta,</b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Quecife Nina, Sebastião Monteiro, </b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Silvina Vaz da Costa, António</b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Araújo ou Insemba Juboté, Jaime</b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Nandia, filho da Jubana.</b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc1qVq0iZMEq5ECYG8x_zu-U4CneuTUPwa3TWejYOiwaUTuhFJFKq-hkXhVYPJDHaOkoqjfZcwX_isZh9vL1Cu0fVmNbbEXMfJyjPRwC0CWIlQUh2HYwjthhU_9c94lFwo8fIi5bEmVI6QwbN_8LAND6SB5g54vPCOuSq15CvjAmHCi0rOraUM/s1230/Guine_Arquivo_Amilcar_Cabral_Antonio_Lobaro_Nino_Vieira_p2_2.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="942" data-original-width="1230" height="490" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc1qVq0iZMEq5ECYG8x_zu-U4CneuTUPwa3TWejYOiwaUTuhFJFKq-hkXhVYPJDHaOkoqjfZcwX_isZh9vL1Cu0fVmNbbEXMfJyjPRwC0CWIlQUh2HYwjthhU_9c94lFwo8fIi5bEmVI6QwbN_8LAND6SB5g54vPCOuSq15CvjAmHCi0rOraUM/w640-h490/Guine_Arquivo_Amilcar_Cabral_Antonio_Lobaro_Nino_Vieira_p2_2.png" width="640" /></a></div><br /><b>Agradeço fazer voltar Djaló ou o</b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>seu companheiro</b></span></span><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> [o]</b><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> mais depressa </b></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>possível porque estamos com falta</b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>de munições.</b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Tenho a participar do ataque </b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>feito a Calaque </b></span></span><b style="font-family: georgia; font-size: large;">[na]</b><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> </b><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> área de Cacine,</b></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>sob o comando do camarada </b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Corona. Um grupo dos nossos </b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>militantes teve um recontro </b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>com as forças portuguesas onde </b></span></span></div><div><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>conseguiram </b></span></span><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> [a]bater 17 soldados e</b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;">um ferido. Esse recontro foi</b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;">no dia 13 às 19h30. Caíram</b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;"><br /></b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;"><br /></b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;"><br /></b></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTfzxdLq6TxmiUPjrggXrWVMi5xpBse2DW7o5lbTMzouPeA_u0YWLGUZ2oOil5dE3HSUQbAFOG5BTYO7DC-CE4AWUVmfYO3Pq8VxGVCzeXdL3uzylwgQpAFoUqTjmPTpHXcPdjq2c_MD9fwoskgdQVgwDn-So0aCktsSQbEQHcTUrWGH6OHYut/s1237/Guine_Arquivo_Amilcar_Cabral_Antonio_Lobato_Nino_Vieira_p2_2.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="940" data-original-width="1237" height="486" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTfzxdLq6TxmiUPjrggXrWVMi5xpBse2DW7o5lbTMzouPeA_u0YWLGUZ2oOil5dE3HSUQbAFOG5BTYO7DC-CE4AWUVmfYO3Pq8VxGVCzeXdL3uzylwgQpAFoUqTjmPTpHXcPdjq2c_MD9fwoskgdQVgwDn-So0aCktsSQbEQHcTUrWGH6OHYut/w640-h486/Guine_Arquivo_Amilcar_Cabral_Antonio_Lobato_Nino_Vieira_p2_2.png" width="640" /></a></div><br /><b style="font-family: georgia; font-size: large;"><br /></b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;">do nosso lado os camaradas Iembaná </b><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> [?]</b><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> </b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;">Fuam de Cassumba en Nhina;</b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;">Tunqué Nhaberama</b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;">e Tunga Naquedama que fica-</b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;">ram feridos.</b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;"><br /></b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;">Agradeço aumentarmos </b><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> [sic]</b><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> </b><b style="font-family: georgia; font-size: large;">mais materiais</b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;">para poder manter a nossa posição</b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;">defensiva em toda a área.</b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;"><br /></b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>O que precisamos mais é de metra-</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>lhadoras ligeiras e pesadas. Mesmo</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>que mais 20, temos homens suficientes</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>para pegarem nelas. Do camarada</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Marga </b></span><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> [nome de guerra de 'Nino' Vieira]</b><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> </b><b style="font-family: georgia; font-size: large;">.</b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;"><br /></b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;"><br /></b></div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHgyzfM2brjY15_CBfOAbMdjdz8dEaa6i7Ottw1-RLDUvyQxMQxT8ez0NS86eQFyNVIWxEU3jBaevSAyFFNrVqAxRmniC4za-m0C96BBsVpsD89ztD2JZh2hcCHx2-UkOiTOTXtOLWUy07o4AedQCUdVzQgETZrhu0IHl9LCbRCLM_yz1TkTW1/s1216/Guine_Amilcar_Cabral_Antonio_Lobato_Nino_Vieira_p3_1.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1198" data-original-width="1216" height="630" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHgyzfM2brjY15_CBfOAbMdjdz8dEaa6i7Ottw1-RLDUvyQxMQxT8ez0NS86eQFyNVIWxEU3jBaevSAyFFNrVqAxRmniC4za-m0C96BBsVpsD89ztD2JZh2hcCHx2-UkOiTOTXtOLWUy07o4AedQCUdVzQgETZrhu0IHl9LCbRCLM_yz1TkTW1/w640-h630/Guine_Amilcar_Cabral_Antonio_Lobato_Nino_Vieira_p3_1.png" width="640" /></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b> [Nomes propostos por 'Nino' Vieira, para;]</b><b> </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Estado (sic) de segurança: </b></span><b style="font-family: georgia; font-size: large;">Ingaré Natchuta,</b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Sebastião Monteiro,</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Quecife Naina,</b></span></div><div><br /></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Bolsas de estudo:</b></span></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></b></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Orlando Paulo Trindade,</span></b></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">António Tambó Nhanque,</span></b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Jaime Nandaim, filho de I</b><b>embaná </b><b> [?],</b></span></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="font-weight: 400;"><b>Ernestina</b></span><b> [Titina] </b><b> Silá,</b></span></b></div><div><b><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Gilda Silá,</span></b></b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Silvina Vaz da Costa,</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Celestina Marques Vieira, minha irmã"]</b><b> </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Cooperativas:</b></span></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>António Araújo </b><b>ou Insemba Juboté,</b></span></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Mamadu Camará,</span></b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Cristiano Vieira.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0XFWr3PbPfYZMH-jLOZPRqsU2mYrJWtCBBnB6vbmN7Jf1fSvsNSvjW5jNbbOX0xXfCGeAxjAURopaB1zj9BIAOrKcWtiwCuEwGMSX6SMJPCqlNpNY_KNHmsuk4XaSHiThic7ZYXX1luCOHVq97IlbXJ3mjyIdfF6b-iiUjodMMviHGEvE7o73/s1216/Guine_Amilcar_Cabral_Antonio_Lobato_Nino_Vieira_p4_1.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="429" data-original-width="1216" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0XFWr3PbPfYZMH-jLOZPRqsU2mYrJWtCBBnB6vbmN7Jf1fSvsNSvjW5jNbbOX0xXfCGeAxjAURopaB1zj9BIAOrKcWtiwCuEwGMSX6SMJPCqlNpNY_KNHmsuk4XaSHiThic7ZYXX1luCOHVq97IlbXJ3mjyIdfF6b-iiUjodMMviHGEvE7o73/w640-h226/Guine_Amilcar_Cabral_Antonio_Lobato_Nino_Vieira_p4_1.png" width="640" /></a></div><br /><b><br /></b></span></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;"><br /></b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;">Agradeço mandar-nos oferecer </b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>capas e relógios e películas.</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Marga</b></span><br /><br /><span style="font-family: georgia;"><i>(Seleção, revisão / fixação de texto / negritos / parènteses retos: LG)</i></span></div><div><br /></div><div><span style="font-family: georgia;">Fonte: Casa Comum | Instituição:<a href="http://casacomum.org/cc/parceiros?inst=1">Fundação Mário Soares</a> | Pasta: 04613.065.057 | Assunto: Recusa do piloto [António Lobato] de prestar uma declaração contra a guerra colonial na Guiné. Participa que seguem com o camarada Djalo e Ernestina Silá, dois empregados da Casa Gouveia, um empregado da Sociedade Comercial Ultramarina e três rapazes. Nalús. Falta de munições. Comunica o ataque em Calaque (Cacine) sob o comando de Corona (Ansumane Sanha II). Segurança. Bolsas de estudo. | Remetente: Marga (Nino Vieira) | Destinatário: Aristides Pereira | Data: s.d. | Observações: Doc. incluído no dossier intitulado Correspondência 1963-1964 (dos Responsáveis da Zona Sul e Leste) | .Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral | Tipo Documental: Correspondencia |</span></div><span style="font-family: georgia;"><br />Citação (s.d.), Sem Título, Fundação Mário Soares / DAC - Documentos Amílcar Cabral, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_39139 (2024-3-14)</span><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDXgjZywJeOD8FRpzyvhhpjCK1sVSJ8GvG2rqGrt117x2818kyNFG_3JANIXCY5q6MgaloiT-FHXd1nTWTP7qp5KapLbCuTqoQNsyJnV6Ize633L7nBHBBVjdiUuKvuHhT2HkGAihASPVNwAhQJZ3VsLxpOgX9CQjU0ji7lG1rPQ5k6nltwvRd/s2821/Guine_Arquivo_Amilcar_CabraL_Nino_Vieira_c1970_v2.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1811" data-original-width="2821" height="410" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDXgjZywJeOD8FRpzyvhhpjCK1sVSJ8GvG2rqGrt117x2818kyNFG_3JANIXCY5q6MgaloiT-FHXd1nTWTP7qp5KapLbCuTqoQNsyJnV6Ize633L7nBHBBVjdiUuKvuHhT2HkGAihASPVNwAhQJZ3VsLxpOgX9CQjU0ji7lG1rPQ5k6nltwvRd/w640-h410/Guine_Arquivo_Amilcar_CabraL_Nino_Vieira_c1970_v2.png" width="640" /></a></div><div><br /></div><span style="font-family: georgia;">Guiné > s//l> s/d c. José Araújo e Nino Vieira, membros do Conselho Superior da Luta [José Araújo estava encarregue de acompanhar a delegação da UIE c- dezembro de 1970 / janeiro de 1971].<br /><br />Citação: Mikko Pyhälä (1970-1971), "José Araújo e Nino Vieira", Fundação Mário Soares / Mikko Pyhälä, Disponível HTTP: http://www.casacomum.org/cc/visualizador?pasta=11025.008.026 (2024-3-14) (com a devidfa vénia...)</span><div><span style="font-family: georgia;"> </span></div><div><br /></div><div><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b>2. Vale a pena reproduzir a descrição mais completa o Lobato faz deste encontro como 0 'Nino' (excertos das pp. 62/64, da 1ª edição, com a devida vénia):</b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">(...) Uma vez do <b>outro lado [do rio Cumbijã ?]</b> encetamos uma marcha de cerca de duas horas, através de uma zona pantanosa, enterrados na
lama até meia perna. Paramos numa área a que chamam Dar-es-Salam </span><span style="font-family: georgia;"> </span><span style="font-family: georgia;">[<b>Darsalame</b>]</span><span style="font-family: georgia;"> </span><span style="font-family: georgia;">, onde se
encontra o acampamento do comandante da guerrilha da zona Sul, Nino Vieira.</span></div><div>
<p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: georgia;">Sentado no
tronco seco de uma árvore,<b> o jovem chefe guerrilheiro,</b> vestido de caqui verde
escuro, pés nus e espartilhados por sandálias de plástico, braços ornamentados
com grossos anéis de madeira e couro, um pedaço de couro pendurado ao pescoço
com uma tira de cabedal, mais parece a estátua inerte de um deus negro expulso
do Olimpo, do que <b>o temível<i> turra</i> a quem todos obedecem, porque é “imune
às balas do tuga”. <o:p></o:p></b></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: georgia;">À minha
chegada, o chefe levanta-se e olha-me de frente durante alguns instantes, sem
pestanejar e sente-se de novo. Só então
a sua voz quase feminina se faz ouvir: “senta”, diz ele. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: georgia;">Embora
esteja farto de saber o motivo por que ali me encontro, convidam a fazer o meu
próprio relato dos acontecimentos. Quando termino pergunta-me o que pretendo ao
que eu respondo, voltar para casa<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: georgia;">Diz então, como quem se gaba dos poderes absolutos que detém, que poderia reenviar-me para Bissau ou que poderia até matar-me, mas que não irá fazê-lo pelo facto de há quinze dias atrás, <b>ter recebido ordens de Amílcar Cabral, para fazer prisioneiros e dirigi-los a Conacri,</b></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: georgia;">A seguir, questiona-me
sobre a minha família e fica a saber que sou casado há seis meses e que a minha
mulher está em Bissau. Tira, então, do bolso da camisa um pedaço de papel e uma
esferográfica. Estende-mos e diz que se quiser posso escrever uma carta à minha
mulher que ele garanta sua entrega. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: georgia;">Não acredito
nas suas palavras, mas como não tenho nada a perder, escrevo meia dúzia de
linhas e de devolvo lhe o papel que ele repõe cuidadosamente no bolso <b>(sete anos e meio mais tarde, venho a saber que a carta
foi entregue à minha mulher em Bissau,</b> por um guerrilheiro que aí se deslocou
durante a noite).<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: georgia;">Passo <b>três dias
no acampamento de Nino Vieira</b>, sem que alguém se atreve a molestar-me ou mesmo
dirigir-me palavras insultuosas, como aconteceu nos dias anteriores.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: georgia;">O próprio
Chefe. apesar da sua frieza no trato, esforça-se por demonstrar uma certa
amabilidade, embora a carapaça endurecida por um embrear diário com a morte, frustre as suas intenções de cordialidade. </span></span><span style="font-family: georgia;">Ambos reconhecemos
que existe entre <b>uma espécie de
comunicação primária que denuncia a existência de um respeito mútuo.</b></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: georgia;">(…) Neste <b><i>quartel-general</i>
(um acampamento idêntico ao da ilha do Como)</b> há uma movimentação constante de
grupos de guerrilheiros que vão e vêm. É impossível determinar os efetivos
reais desta força, sempre em movimento. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: georgia;">Ao contrário
das noites silenciosas dos outros acampamentos, por onde passei, aqui, a atividade noturna parece ser mais
intensa que a diurna. Dorme-se pouco, fala-se também a voz, não se veem
fogueiras. O pouco que há para comer, aparece quente. (…)<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><i style="font-family: georgia;">(Seleção, revisão / fixação de texto / negritos e itálicos: LG)</i></p></div><div><div><span style="font-family: georgia;">_______________</span></div><span style="font-family: georgia;"><br />Nota do editor:</span><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Último poste da série > 28 de fevereiro de 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/02/guine-6174-p25222-memorias-cruzadas-op.html">Guiné 61/74 - P25222: Memórias cruzadas: A Op Safira Solitária (em que o PAIGC sofre um dos maiores reveses da guerra, no Morés) e o delirante comunicado, em francês, do Amílcar Cabral em que fala de uma derrota amarga dos colonialistas portugueses, incluindo a morte de 102 militares e o suicidio do... comandante da operação, que foi o major comando Almeida Bruno</a></span></div></div>Tabanca Grande Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-21122627103399522062024-03-13T20:32:00.010+00:002024-03-13T20:43:34.771+00:00Guiné 61/74 - P25269: Historiografia da presença portuguesa em África (414): A Guiné na Exposição do Mundo Português, 1940, Lisboa (Mário Beja Santos)<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEN8EflGvTcp-UADGn46mqMqoe_rkExz7EzZwM5wXc3bRZYQ6rLSFB_ZpySetEO-BM8WbH1Zqhxwy21riwcvMaXQ8WoSWh6h71fIJf4HP4wgpQ7KzHBca0Y0VOjjzsUaW47iw-w5uXSmDRJ_FN9mEGFsQmYkmq4DBVmrssBvJn4IOEXjcxTbiI5w/s1600/Exposi%C3%A7%C3%A3o.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="482" data-original-width="329" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEN8EflGvTcp-UADGn46mqMqoe_rkExz7EzZwM5wXc3bRZYQ6rLSFB_ZpySetEO-BM8WbH1Zqhxwy21riwcvMaXQ8WoSWh6h71fIJf4HP4wgpQ7KzHBca0Y0VOjjzsUaW47iw-w5uXSmDRJ_FN9mEGFsQmYkmq4DBVmrssBvJn4IOEXjcxTbiI5w/s1600/Exposi%C3%A7%C3%A3o.jpg" /></a></div><b>
Capa do livro sobre a secção colonial da Exposição do Mundo Português, mostra uma cena de Macau, pintura de Fausto Sampaio</b><br />
<br /><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIhTsrd_QYSb1uPEUZYSimho4b6Y0zuxcYGlWwild0uz-WC_JPmRicedPqVK4h7xE0RBB1jNtMXdQWnr5sVyYAJfGZR4vz6eoEmmEJNoWVxWCYAZA6GUv9cTDlJ12qUSH0WJocGa_00ca5XS8hmImZRj0Cxqj39ReRARIfvicOVs0TGYlQ7lI/s198/Beja%20Santos-7.jpg" style="background-color: #f2ead3; clear: right; color: #e53319; float: right; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 12.87px; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="198" data-original-width="161" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIhTsrd_QYSb1uPEUZYSimho4b6Y0zuxcYGlWwild0uz-WC_JPmRicedPqVK4h7xE0RBB1jNtMXdQWnr5sVyYAJfGZR4vz6eoEmmEJNoWVxWCYAZA6GUv9cTDlJ12qUSH0WJocGa_00ca5XS8hmImZRj0Cxqj39ReRARIfvicOVs0TGYlQ7lI/s1600/Beja%20Santos-7.jpg" style="border: none; position: relative;" /></a>
<b>1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, <a href="https://arquivo.pt/wayback/20150605213755/http://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial17_mapa_Bambadinca.html" style="color: #e53319; text-decoration-line: none;">Missirá, Finete e Bambadinca</a>, 1968/70), com data de 4 de Setembro de 2023:</b><br /><br /><b><i>
Queridos amigos, <br />
Dei comigo a pensar que nos faltavam imagens e texto sobre a presença guineense na Exposição do Mundo Português. A dedicada bibliotecária da Sociedade de Geografia de Lisboa trouxe-me algumas preciosidades dignas dos mais exigentes bibliófilos, dou-vos conta do que até agora apareceu. Alguém um dia terá que se dedicar a este trabalho de arrumar as peças dos eventos imperiais e delas subtrair o que tange à Guiné. Os desenhos de Eduardo Malta são exímios, são estes que aqui se publicam e no álbum não há mais; quanto à secção colonial, é uma obra essencialmente divulgativa, a generalidade das informações prestadas são do amplo conhecimento dos leitores, seria redundante dar mais do mesmo. Mas o trabalho de procura vai continuar. <br />
<br />
Um abraço do <br />
Mário
</i></b><br /><br />
<br /><b><span style="font-size: large;">
A Guiné na Exposição do Mundo Português, 1940<br /></span>
<br /><span style="font-size: medium;">
Mário Beja Santos</span><br />
<br /><span style="font-size: large;">
U</span>m dia destes dei comigo a pensar se o assunto da presença guineense nas grandes exposições do Estado Novo era um assunto esgotado. Creio que sobre a I Exposição Colonial Portuguesa, que decorreu no Porto em 1934, se esgotara o assunto quanto às referências bibliográficas mais significativas e ao uso das principais imagens; o mesmo ocorre dizer da Exposição Colonial Industrial que se realizou na área do Parque Eduardo VIII, em 1937. E dei comigo a pensar que era escassa e difusa a informação sobre a presença guineense em 1940; e há imagens de bustos de guineenses no Jardim Botânico Tropical, onde decorreram eventos da Exposição do Mundo Português. Mas havia que preencher lacunas. Graças à preciosa colaboração da Dr.ª Helena Grego, prestimosa eficientíssima bibliotecária na Sociedade de Geografia, pus-lhe o assunto e logo foi buscar o material alusivo à secção colonial.<br />
<br />
Temos primeiro o livro que o visitante podia adquirir, alusivo às parcelas do império. Encontrei alguns dados curiosos, se bem que a generalidade das fontes seja do conhecimento do leitor, são obras já aqui referidas. Dá-se informação geográfica, ou seja, fala-se da situação e superfície, da orografia e considero bem observado o que se diz sobre a geologia: <i>“O solo da parte plana da Guiné é formado exclusivamente por aluviões argilosos, misturados de sedimentos arenáceos derivados de fortes arrastamentos das terras altas do Futa Djalon, pela fusão das geleiras glaciares formando caudalosas correntes, como se depreende ainda hoje dos estuários dos principais rios e da localização do arquipélago dos Bijagós. Os aluviões argilosos constituem nos lugares baixos as bolanhas e lalas conforme são temporariamente ou permanentemente alagados. O óxido de ferro é abundante, dando às terras da Guiné uma característica cor avermelhada.”</i> Depois na referência hidrográfica (território retalhado por uma rede de braços de mar), faz-se uma observação sobre o clima: <i>“É equatorial oceânico. As condições meteorológicas e as terras baixas não dando fácil escoante às águas das chuvas, dão à Guiné as características de um clima insalubre, porém, os braços de mar e os ventos oceânicos modificam estas condições, beneficiando o clima.”</i><br />
<br />
Dão-se informações que o leitor já conhece: capital em Bolama, a colónia dividida em dois concelhos e sete circunscrições, os concelhos de Bolama e Bissau e as circunscrições de Cacheu, Farim, Mansoa, Bafatá, Gabu, Buba e Bijagós. No tocante à informação económica, escreve-se que a Guiné está incluída no domínio vegetal do Sudão e os seus terrenos baixos e húmidos e de aluvião favorecem uma vegetação luxuriante e de grande porte. Eram assim as vias fluviais da época: as portas principais abertas à navegação de longo curso eram Bissau, Bolama, Bubaque e Cacheu; os portes de navegação de cabotagem ficavam em Bafatá e Farim. Quanto à indústria da época, havia a Sociedade Industrial Ultramarina que explorava uma fábrica de cerâmica, uma fábrica de gelo e de energia elétrica que abastecia Bissau. Mista, de comércio e indústria, era a Companhia Agrícola e Fabril da Guiné, concessionário em Bijagós com sede em Bubaque e explorando palmeiras. Depois os autores espraiam-se sobre a informação etnológica e etnográfica, guardei a seguinte informação: <i>“Por quatro veias correu o sangue a alimentar o corpo das famílias a que pertencem os povos da Guiné Portuguesa. Pela Etiópia, do Iémen, pelo Alto Nilo (Egito), pelo deserto do litoral, líbico, e pelo Atlântico.”</i> E depois espraia-se ao detalhe sobre a etnologia e a etnografia, considero matéria já aqui largamente tratada.</b><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguhaBTdRIpU1Ye2pzAturUsWiTdadLWJksCDFoqKkeXPCmLXXoxGdSUSLbpDv9RxcS6zXEest7rRFqE7-NQPOH9AaZal3Ajnfb3lWIwD8mCBNgrVVbcRUIv5WwWB3CyolDcHa8E14VzUY7umAuxlbMfJVALHkFN2A1FEK2AnH2SgokjR9ZjRKiVQ/s1600/Capit%C3%A3o%20HG.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="643" data-original-width="453" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguhaBTdRIpU1Ye2pzAturUsWiTdadLWJksCDFoqKkeXPCmLXXoxGdSUSLbpDv9RxcS6zXEest7rRFqE7-NQPOH9AaZal3Ajnfb3lWIwD8mCBNgrVVbcRUIv5WwWB3CyolDcHa8E14VzUY7umAuxlbMfJVALHkFN2A1FEK2AnH2SgokjR9ZjRKiVQ/s1600/Capit%C3%A3o%20HG.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><b>Capitão Henrique Galvão pintado por Fausto Sampaio, ele foi o grande arquiteto da secção colonial</b></div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzENvoBgrTLpTfVoUzuaqTbzm-O2_bn6a4cEhQgH7-OG81OkYEf2pgBzCRzqTxJVipS8mLrBBQzok_BIfknGHmvgDaQfsN_cN-CCMkZEROzvERYaq6rz9oZtje9hxtnKD9SBQy9Jxfq6tmHpAG0FRshWAnRWMA9tOTAyndr7t_dqVqx37NbG0pYA/s1600/Imagem%201.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="643" data-original-width="417" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzENvoBgrTLpTfVoUzuaqTbzm-O2_bn6a4cEhQgH7-OG81OkYEf2pgBzCRzqTxJVipS8mLrBBQzok_BIfknGHmvgDaQfsN_cN-CCMkZEROzvERYaq6rz9oZtje9hxtnKD9SBQy9Jxfq6tmHpAG0FRshWAnRWMA9tOTAyndr7t_dqVqx37NbG0pYA/s1600/Imagem%201.jpg" /></a></div><b>
Uma das muitas imagens referentes à Guiné nesta obra, aqui vemos um Felupe, os responsáveis pela publicação socorreram-se dos arquivos da Agência Geral das Colónias </b><br />
<br /><b>
Este álbum comemorativo é hoje uma preciosidade, andam os bibliófilos à caça e pagam bom dinheiro por o ter. Os desenhos são de Eduardo Malta, de facto um artista plástico que tinha um lápis invulgar, não tanto se dirá do que pintava. Reservou à Guiné estes desenhos, estou em crer que não tínhamos qualquer um deles e vêm enriquecer o nosso acervo de imagens, porventura o mais rico que existe em Portugal sobre a história da Guiné e a guerra colonial. Não dou por concluída a pesquisa sobre estes tempos de 1940, mas a paciência e a insistência são as armas do negócio, é provável que haja mais elementos. Deliciem-se com os desenhos do Eduardo Malta.</b><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXtBV9ap0fEcMEARFWWJpEecJK6iuG0SkrEwv7xo8NohcKk1edMqwCGO0KbzzqsX4R6kXad6Xr5U9mh5FcMT7SfvRsQm7aqkP695kugP7QBKO57YSbugXiSal7rCIQ0D2fa7DNL6coCVGkROWHTZxwFn9w9z2vaCEHTw8PXcTBwjWrCrQpsSjBcQ/s1600/%C3%81lbum.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="643" data-original-width="482" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXtBV9ap0fEcMEARFWWJpEecJK6iuG0SkrEwv7xo8NohcKk1edMqwCGO0KbzzqsX4R6kXad6Xr5U9mh5FcMT7SfvRsQm7aqkP695kugP7QBKO57YSbugXiSal7rCIQ0D2fa7DNL6coCVGkROWHTZxwFn9w9z2vaCEHTw8PXcTBwjWrCrQpsSjBcQ/s1600/%C3%81lbum.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg04ol5Ac8Y3q5lOgCPLE1n3SAvh6R1fvw34iFxjPjd5bv2N6-Dq7vyLL5o_nNmsqx0D1rwELj5RKnb8c11uhxMGTgVhuf-NAokHLWRLBpPYA08U1AnH4D9RQ8Vmy-l3nzJQGr7jrkt_KdXmPh809TZNLJsmI_lfDdDVI7HMewaECDhbua1NwSesQ/s1600/Maritime.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="643" data-original-width="413" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg04ol5Ac8Y3q5lOgCPLE1n3SAvh6R1fvw34iFxjPjd5bv2N6-Dq7vyLL5o_nNmsqx0D1rwELj5RKnb8c11uhxMGTgVhuf-NAokHLWRLBpPYA08U1AnH4D9RQ8Vmy-l3nzJQGr7jrkt_KdXmPh809TZNLJsmI_lfDdDVI7HMewaECDhbua1NwSesQ/s1600/Maritime.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><b>Maritime – Bijagós, desenho de Eduardo Malta</b></div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtR1AWnHVQTAWSKUxOZIVB_RBNQJbhnjjb7MUfbNjUFRGzEYkm-NTHHqxxe-4hBc4nZFWyfjtIsbMmMGvgonqX8Iy9bsOhyphenhyphenW5Ej7psyM5-H-faUk4zafbe7cmJ1KyhW5ltvWq9Q7Qif165GJ50aguDzzCpdMrClkmlN8xvQgt3QyEcbV5l_s57Kg/s1600/Mansata.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="643" data-original-width="447" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtR1AWnHVQTAWSKUxOZIVB_RBNQJbhnjjb7MUfbNjUFRGzEYkm-NTHHqxxe-4hBc4nZFWyfjtIsbMmMGvgonqX8Iy9bsOhyphenhyphenW5Ej7psyM5-H-faUk4zafbe7cmJ1KyhW5ltvWq9Q7Qif165GJ50aguDzzCpdMrClkmlN8xvQgt3QyEcbV5l_s57Kg/s1600/Mansata.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><b>Mansata Bande (Fula) e Jenabá Mantânhadjalo (Mandinga) – Guiné, desenho de Eduardo Malta</b></div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIGY557bTFEpMG2zJaXgCwUNMz13EZCWvqPijvhV3EGr6-H5KV-tjSYAKE8MGf0ffPoUNmnHU_FJSRw7QcmotHyk8H95f6qvK4oGOyj3_Y480ZgUQIPXkOPUVY6Q71Al-TCr6kkqdyLruj-Twzjm27u1xWVWlEZWfjCJeytgG54N8AsMvSdNsV8g/s1600/Braima.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="643" data-original-width="452" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIGY557bTFEpMG2zJaXgCwUNMz13EZCWvqPijvhV3EGr6-H5KV-tjSYAKE8MGf0ffPoUNmnHU_FJSRw7QcmotHyk8H95f6qvK4oGOyj3_Y480ZgUQIPXkOPUVY6Q71Al-TCr6kkqdyLruj-Twzjm27u1xWVWlEZWfjCJeytgG54N8AsMvSdNsV8g/s1600/Braima.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><b>Braima Sanhá (chefe Fula), alferes de 2ª linha – Guiné, desenho de Eduardo Malta</b></div>
____________<br />
<br /><b>
Nota do editor<br />
<br />
Último post da série de 9 DE MARÇO DE 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25252-historiografia-da.html">Guiné 61/74 - P25252: Historiografia da presença portuguesa em África (413): O luso-colonialismo nunca existiu: para África, só desterrado ou com "carta de chamada" (António Rosinha / Valdemar Queiroz)</a></b>Carlos Vinhalhttp://www.blogger.com/profile/02513603707400841996noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-4564886663241859072024-03-13T12:27:00.006+00:002024-03-14T21:45:40.588+00:00Guiné 61/74 - P25268: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Lançamento do livro em 2010 - Parte II: vídeo (8' 43'') da intervenção do cor 'cmd' ref Raul Folques<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6iGE5fNe19-5f3HTw0kc4MDggVssV1XRREF0MibAmZwKKsqEr4VeLWoGrh62TYD5ayGyACjL9VncZ2WpRzrhGkX2ngt9b3gnkKo25x3IZO_SpJZ57RtBGE-wi8iI0qIUzmH0t8Me3sBNisbdPQ7LK12sxnMZ6LYmbCkiDmFZtQEGuYNDlZe1E/s331/Guine_Amadu_Dajalo_Museu_Militar_03_Cor_Folques_Rui_Alex.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="223" data-original-width="331" height="432" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6iGE5fNe19-5f3HTw0kc4MDggVssV1XRREF0MibAmZwKKsqEr4VeLWoGrh62TYD5ayGyACjL9VncZ2WpRzrhGkX2ngt9b3gnkKo25x3IZO_SpJZ57RtBGE-wi8iI0qIUzmH0t8Me3sBNisbdPQ7LK12sxnMZ6LYmbCkiDmFZtQEGuYNDlZe1E/w640-h432/Guine_Amadu_Dajalo_Museu_Militar_03_Cor_Folques_Rui_Alex.jpg" width="640" /></span></a></div><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span>Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > </span><span style="text-align: left;">Sessão de lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010) > Raul Folques e <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Rui%20A.%20Ferreira" rel="nofollow">Rui A. Ferreira</a> (Sá da Bandeira / Lubango, 1943- Viseu, 2022)</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwXMEfhNpikWagWT4X9kARQ0zdnHJm0R9HMnsLukUb3-zJxx2f24d7fOfrvLj66XKpPvFDZQqoqgQBjYQlB0JbEPZh7izCL5I20MqxVjiBeRm_cts6hkUy_ZfLf1Mdr-zaqT7GphGjfgc70HAfDF6Rdk_7d6pOjccxKI5xf974x-5VAYJS9MOa/s340/Guine_Amadu_Djalo_Museu_Militar_09_2010_sessao_v2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="194" data-original-width="340" height="366" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwXMEfhNpikWagWT4X9kARQ0zdnHJm0R9HMnsLukUb3-zJxx2f24d7fOfrvLj66XKpPvFDZQqoqgQBjYQlB0JbEPZh7izCL5I20MqxVjiBeRm_cts6hkUy_ZfLf1Mdr-zaqT7GphGjfgc70HAfDF6Rdk_7d6pOjccxKI5xf974x-5VAYJS9MOa/w640-h366/Guine_Amadu_Djalo_Museu_Militar_09_2010_sessao_v2.jpg" width="640" /></a></div><br /></span></span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="text-align: center;">Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > </span>Sessão de lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010) > Intervenção do cor 'comd' ref, Raul Folques<br /></span><p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEBuWZ7VwBYA_mIMEdwdxM43ur5zAPqGLMBU1XlOAYeNCDOMi7Mqg3q79Gyy-MnhktVuFeYmiyLUD9dUIdaHlNSY3HPBnnbfwoIum1xYsWfenWibb6-7mOWBHAuu6wSgMVPNf2puXsgurrvPG4EKKxqDge4auQJne8orpY-X3YhVyn9fw6e4S7/s375/Guine_Amadu_Djalo_2010_Museu_Militar_010_salacheia.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="270" data-original-width="375" height="460" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEBuWZ7VwBYA_mIMEdwdxM43ur5zAPqGLMBU1XlOAYeNCDOMi7Mqg3q79Gyy-MnhktVuFeYmiyLUD9dUIdaHlNSY3HPBnnbfwoIum1xYsWfenWibb6-7mOWBHAuu6wSgMVPNf2puXsgurrvPG4EKKxqDge4auQJne8orpY-X3YhVyn9fw6e4S7/w640-h460/Guine_Amadu_Djalo_2010_Museu_Militar_010_salacheia.jpg" width="640" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><p style="text-align: center;"><span>Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > </span><span style="text-align: left;">Sessão de lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010) > O nosso editor, Luís Graça, à esquerda, gravando em vídeo a intervenção do cor 'comd' ref, Raul Folques</span></p></span><p></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Foos (e legendas): © Virgínio Briote (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].</span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><p style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8zWufJjm3I/AAAAAAAAak4/ZaUo2tj4RpI/s1600/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_Alpoim_Galvao_69.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" height="435" src="http://3.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8zWufJjm3I/AAAAAAAAak4/ZaUo2tj4RpI/w640-h435/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_Alpoim_Galvao_69.jpg" width="640" /></span></a></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span>Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > </span><span style="text-align: left;">Sessão de lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010) > Em primeioro plano, os</span><span style="text-align: justify;">s nossos camaradas, membros do nosso blogue, João Parreira (de costas) e Mário Dias, ex-comandos do CTIG (1964/64),contempporâneos do Amadu Djalõ; </span><span style="text-align: justify;">em segundo plano, entre os dois, </span><span style="text-align: justify;"> comandante Alpoim Calvão (1937-2014).</span></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"> Foto (e legenda): © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].</span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/sShVs3xjFao&hl=pt_PT&fs=1&" />
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<embed allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" height="385" src="http://www.youtube.com/v/sShVs3xjFao&hl=pt_PT&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" width="480"></embed></object></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium; text-align: left;">Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > Lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010). Intervenção do cor 'cmd' Raúl Folques, cmdt do Batalhão de Comandos da Guiné entre 28jul73 e 30abri74. <br /><br /> Vídeo (8' 43''): © Luís Graça (2010). Alojado em <a href="http://www.youtube.com/watch?v=sShVs3xjFao">You Tube > Nhabijoes</a> (conta do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)</span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium; text-align: left;"><br /></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"> <img border="0" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/TN0Zs9AAVGI/AAAAAAAAeFo/6_4vU3hIx2k/w277-h400/Guine_Amadu_Djalo_capaLivro.jpg" width="277" /></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; text-align: left;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span><span style="font-family: georgia;">Capa do livro "Guineense, Comando, Português: I Volume: Comandos Africanos, 1964 - 1974" (Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, il., edição esgotada) </span><span style="font-family: georgia;"><br /><br /><br /><br /></span></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; text-align: left;"><span style="font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG6zCopiEHH8fGQqY11KT435NATMVWrxo85xRi7a95i0breh2KFKc4M8W2Ttl7RWN8xWhNXkH2XyuVMDyhzmeQmsp8-rTnmP4ha9_h45rGHFY_Z-LCuV7cZd2c5TDViZG6ostGfkt20REs9tAGA1OW2294UXLq2cnTWWmFO32G493vujVBfqPj/s449/Guine_Amadu_Djalo_Comandos_bafata_v10.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="449" data-original-width="377" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG6zCopiEHH8fGQqY11KT435NATMVWrxo85xRi7a95i0breh2KFKc4M8W2Ttl7RWN8xWhNXkH2XyuVMDyhzmeQmsp8-rTnmP4ha9_h45rGHFY_Z-LCuV7cZd2c5TDViZG6ostGfkt20REs9tAGA1OW2294UXLq2cnTWWmFO32G493vujVBfqPj/w538-h640/Guine_Amadu_Djalo_Comandos_bafata_v10.png" width="538" /></a></span></span></div><span style="font-family: georgia; text-align: left;"><span style="font-size: medium;"><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">O autor por volta de meados de 1966.</div></span></span><p></p><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></b><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>1. O lançamento do livro do Amadu Bailo Djaló, "Guineense, Comando, Português: I Volume: Comandos Africanos, 1964 - 1974" (Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, il.) foi um acontecimento cultural, social e militar, juntando mo Museu Militar alguns conhecidas personalidades e sobretudo muitos amigos e camaradas, incluindo guineenses, e membros da nossa Tabanca Grande (alguns, infelizmente, já falecidos: o JERO (José Eduardo Oliveira), o Coutinho e Lima, o José Manuel Matos Dinis, o Rui A. Ferreira...</b><br /><br /></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Estamos recordar alguns dos melhores momentos desse evento, a que o nosso blogue dedicou, na altura, nada mais mais nada menos do que cinco postes, e nomeadamente as intervenções dos três oradores: deppois do jornalista, escritor e analista político Nuno Rogeiro (*), segue-se o cor 'cmd' Raul Folques, que foi cmdt do Amadu Djaló, em 1973, no Batalhão de Comandos da Guiné. Infelizmenete não temos o texto em formato doc, apenas em vídeo.</span><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; text-align: left;"><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"></span></span></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium; text-align: left;"><br /></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; text-align: justify;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8sTp5ALiiI/AAAAAAAAaiI/sQWWDqTMAMQ/s1600/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_73.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" height="480" src="http://4.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8sTp5ALiiI/AAAAAAAAaiI/sQWWDqTMAMQ/w640-h480/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_73.jpg" width="640" wt="true" /></span></a></span></p><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span>Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > </span>Sessão de lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010) ></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"> Um guineense, Bamba, antigo dirigente do partido <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Resistance_of_Guinea-Bissau-Bafat%C3%A1_Movement">Resistência da Guiné-Bissau / Movimento Bafatá</a>, e antigo ministro da Saúde Pública (Partido criado em 1986 como Movimento Bafatá, na sequência da execução de antigos dirigentes do PAIGC como Carlos Correia e Viriato Pã; nas primeiras eleições multipartidárias, realizadas em 1994, o RGB-MB conquistou 19 dos 100 lugares da Assembleia Nacional; em 1999, tornou-se o 2º maior partido da Guiné-Bissau com 29 lugares dos 102 lugares da Assembleia Nacional). Na altura, em 2010, devia viver em Lisboa. ~</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Na foto, Bamba cumprimenta a <a href="http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Giselda%20Antunes%20(Srgt%20Enf%20P%C3%A1ra-quedista)">Giselda</a>, ladeada pela Alice e pelo <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Miguel%20Pessoa" rel="nofollow">Miguel Pessoa</a>. O Bamba era amigo pessoal do <a href="http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Agostinho%20Gaspar">Agostinho Gaspar</a>, nosso tabanqueiro e membro da Tabanca do Centro.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8sUA0dDiLI/AAAAAAAAaiY/rlV6xh7FRJY/s1600/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_Branquinho_Coutinho_30.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" height="445" src="http://4.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8sUA0dDiLI/AAAAAAAAaiY/rlV6xh7FRJY/w640-h445/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_Branquinho_Coutinho_30.jpg" width="640" wt="true" /></span></a></span></div><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium; text-align: left;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span>Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 ></span><span style="text-align: left;">Sessão de lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010) ></span> Os nosos 'tabanqueiros' <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Alberto%20Branquinho" rel="nofollow">Alberto Branquinho</a> e o <a href="http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Coutinho%20e%20Lima">Coutinho e Lima</a> (1936-2022), </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8sUJvO_T-I/AAAAAAAAaig/B_hkPGCDljE/s1600/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_MGoncalves_RFerreira_026.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" height="451" src="http://3.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8sUJvO_T-I/AAAAAAAAaig/B_hkPGCDljE/w640-h451/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_MGoncalves_RFerreira_026.jpg" width="640" wt="true" /></span></a></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><div class="separator" style="clear: both;"><span>Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > </span>Sessão de lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010) >O Rui Alexandrino Ferreira, ten cor inf ref, ex-cap mil da CCAÇ 18 (1970/72), membro do nosso blogue, veio expressamente de Viseu, para assistir ao lançameno do livro do Amadú. Em contrapartida, teve a agradável surpresa de encontrar ali, por acaso, o Manuel Gonçalves, ex-alf mil mec Auto da CCS / BCAÇ 3852, do batalhão que estava então sediado em Aldeia Formosa (1971/73). O <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Manuel%20Gon%C3%A7alves" rel="nofollow">Manuel Gonçalves,</a> companheiro actual da minha amiga Tuxa, estava em vias de se tornar membro da nossa Tabanca Grande. Um dos soldados do seu pelotão era o Silvério Lobo, membro da nossa Tabanca Grande e da Tabanca de Matosinhos. Os dois já se voltaram a encontrar.</div><div><span><br /></span></div></span><span style="text-align: center;">Fotos (e legendas): © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].</span><br /><br />_________________</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Nota do editor:<br /><br />(*) Último poste da série > 12 de março de 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25265-recordando-o-amadu.html" rel="nofollow">Guiné 61/74 - P25265: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Lançamento do livro em 2010 - Parte I: texto da intervenção do Nuno Rogeiro</a></span></div></div></div>Tabanca Grande Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-22263928617652474312024-03-13T00:16:00.090+00:002024-03-14T18:29:45.057+00:00Guiné 61/74 - P25267: 20.º aniversário do nosso blogue: Alguns dos nossos melhores postes de sempre (3): "Liberdade ou evasão: o mais longo cativeiro da guerra", de António Lobato (1938-2023) (excertos do livro e notas de leitura de Mário Beja Santos)<p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"> <img border="0" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-oLwjhypETV4/XiWarAnH81I/AAAAAAABhb8/LRP1vkTdaEU4pA7sWhaxSTa9EfSQkpzKwCLcBGAsYHQ/w426-h640/Ant%25C3%25B3nio%2BLobato.jpg" width="426" /></span></p><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">António Lobato (1938-2024), maj pil av ref (*): </span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É bem evidente a marca da catanada na região frontal, que lhe foi desferida em 22 de maio de 1963, na ilha do Como, por um habitante local.</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizgLtfab8IRC-30bzbSeWQbBSW-Fi0xBr_8ilI5kE0fW6WhULigrwB38n6l5ZbRHmZZWkAnUlSED3hjKm-2U1CSdG4Q8sd7f-IWizcOe8MhgIXgflbIXHgsTzD5Ifew08PPusWX4j-Nc81NuyoPFOvcSor4i6LasGooi6s5iBYJ7VJfgxZ8lc5/s722/RTP_Arquivos_Antonio_Lobato_fotograma_1996.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="519" data-original-width="722" height="460" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizgLtfab8IRC-30bzbSeWQbBSW-Fi0xBr_8ilI5kE0fW6WhULigrwB38n6l5ZbRHmZZWkAnUlSED3hjKm-2U1CSdG4Q8sd7f-IWizcOe8MhgIXgflbIXHgsTzD5Ifew08PPusWX4j-Nc81NuyoPFOvcSor4i6LasGooi6s5iBYJ7VJfgxZ8lc5/w640-h460/RTP_Arquivos_Antonio_Lobato_fotograma_1996.png" width="640" /></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div style="text-align: center;">O António Lobato entrevistado em 1996, num programa da RTP1, "Operação Mar Verde - Parte l", Série "Enviado Especial", apresentado pelo jornalista José Manuel Barata-Feyo, em 7 de julho de 1997. <a href="https://arquivos.rtp.pt/conteudos/operacao-mar-verde-parte-i/" rel="nofollow">Fotograma capturado e editado, com a devida vénia à RTP Arquivos</a>. (Vídeo: 17' 38'').</div></span><div> <p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>I. é uma pequena homenagem do nosso blogue ao camarada maj pil av ref António Lobato (Melgaço, 1938 - Lisboa, 2024) (**). Reunimos aqui alguns excertos do seu livro "Liberdade ou Evasão: o mais longo cativeiro da guerra", que teve pelo menos 5 edições (entre 1995 e 2014). A maior parte dos nossos leitores nunca o leu. </b></span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: large;">O nosso crítico literário, Mário Beja Santos, recenbseou aqui a 2ª (1996) e a 5ª edição (2014). Reunimos, entretanto, o essencial das suas notas de leitura: </span><span style="font-family: georgia; font-size: large;"><a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2020/01/guine-6174-p20534-notas-de-leitura-1253.html" rel="nofollow">P20534,</a> <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2020/01/guine-6174-p20555-notas-de-leitura-1255.html" rel="nofollow">P20555</a>, <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2020/01/guine-6174-p20577-notas-de-leitura-1257.html" rel="nofollow">P20577</a> (com a devida vénia...)</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i>(Seleção, revisão / fixação de texto, negritos e itálicos: LG)</i></span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><div style="text-align: center;"><img border="0" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-6EoL3QtlCTY/XhN-NyjbR1I/AAAAAAABhQc/K7wv6ABrMJYCrWgSq04Cn-oGCRAI1KPmwCLcBGAsYHQ/w449-h640/Liberdade%2Bou%2BEvas%25C3%25A3o1.jpg" width="449" /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Capa da primeira ediçáo (1995, Erasmios, Amadora)</span></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">´</div><div style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-6xjC5J9DkH0/XhN-N_erSvI/AAAAAAABhQY/OSxLeUjvG6kerQLZ7ZomMsHtKwFG3mfjQCLcBGAsYHQ/s1600/Liberdade%2Bou%2BEvas%25C3%25A3o2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" data-original-height="454" data-original-width="313" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-6xjC5J9DkH0/XhN-N_erSvI/AAAAAAABhQY/OSxLeUjvG6kerQLZ7ZomMsHtKwFG3mfjQCLcBGAsYHQ/w441-h640/Liberdade%2Bou%2BEvas%25C3%25A3o2.jpg" width="441" /></span></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Capa da quinta ediçáo (2014, DG, Linda-A-Velha)</span></div><p><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><br /></span></span></b></p><p><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span>1. A narrativa do major pil av António Lobato melhora de edição para edição, estou consciente que este aprimoramento vem da reflexão a que ele tem procedido, o que dá um caráter mais intimista à história do seu cativeiro. E, no entanto, somos agarrados sem qualquer possibilidade de despegar a nossa atenção tão avassaladora, veja-se logo aquela aterragem que lhe salva a vida em condições excecionais:</span><span> </span><i> </i></span></b></p><p><i><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">"O ponto de contacto com o solo confirma-me a justeza do planeamento, mas surge um imprevisto que do ar foi impossível de detectar - o terreno não é totalmente liso; sulcos profundos, espaçados metro a metro, cortam-no de lés a lés. É uma bolanha, terreno preparado para a cultura do arroz. </span></i></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><b>"Ao intradorso das asas do T-6 estão suspensas duas metralhadoras Browning,</b> saliências que, ao entrar nos sulcos da bolanha, oferecem uma forte resistência ao deslizar do avião no solo. Atendendo a que este tipo de aterragem é feito com o trem recolhido, o entrar das metralhadoras num dos sulcos teve o efeito de arrancar instantaneamente as asas à aeronave. Fico sentado dentro de um charuto que rebola agora dentro de si mesmo, ao longo do terreno"</i><span>.</span></span></p><div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">E assim vai começar o cativeiro, o mais longo cativeiro da guerra. <b>Um relato superior, de um homem que soube superar a adversidade,</b> que procurou fugir, mas que teve que esperar pela Operação Mar Verde para ser restituída a liberdade. (...)<br /> <br /><span><b><br /></b></span><b><span>2. (...) </span>No prólogo das diferentes edições do seu livro, dá-nos uma síntese dos acontecimentos e da situação que viveu, nestes termos precisos:</b><br /><i><br /></i><i>“Em 1963, no céu português da Guiné, dois aviões da Força Aérea colidem na sequência de uma missão de ataque ao solo e após um deles ter sido atingido por projécteis inimigos.</i><br /><i><br /></i><i>"Um dos aparelhos despenha-se em plena selva e o piloto morre; o outro, aterra de emergência numa bolanha e<b> o piloto, depois de agredido à catanada pela população local é capturado por guerrilheiros do PAIGC </b>e conduzido à vizinha República da Guiné Conacri. Aí, é-lhe facultado optar entre e deserção e a cadeia.</i><br /><i><br /></i><i>"Optando pela fidelidade aos princípios do seu povo, é <b>encarcerado na temível Maison de Force de Kindia</b>, com o rótulo de <b>criminoso de guerra.</b></i><br /><i><br /></i><i>"Durante sete anos e meio é submetido a<b> maus-tratos, subnutrição, isolamento e contínuas ameaças de morte </b>pelos agentes de um governo pró-soviético chefiado por um dos maiores tiranos da África Ocidental – Sékou Touré.</i><br /><i><br /></i><i><b>"Tenta três vezes a evasão</b>, mas só na última consegue respirar, durante uma semana, o ar fresco da liberdade. Percorre cerca de noventa quilómetros em plena selva, atravessando a cadeia montanhosa do Futa Djalon em direção à Guiné Portuguesa. Ao sexto dia, é recapturado e reconduzido à prisão de onde partira.</i><br /><i><br /></i><i>"Ao cabo de mês e meio de total isolamento, é <b>transferido de prisão e libertado, tempos depois, durante a Operação Mar Verde</b>, chefiada pelo Comandante Alpoim Calvão.</i><br /><i><br /></i><i>"É por instâncias de familiares e amigos, por dever de cidadania e para comemorar os vinte e cinco anos do regresso à liberdade que hoje se propõe condensar em curtas páginas, não apenas os horrores, mas sobretudo algumas das vias possíveis de sobrevivência no meio hostil e o consequente enriquecimento da pessoa humana, quando, perante situações-limite, consegue vencer-se a si próprio”. (...)</i><br /><br />Não se irá aqui cotejar as inúmeras alterações introduzidas de edição para edição. O que se pretende relevar é <b>a melhoria substancial da qualidade literária e a introdução de um processo intimista, em edição recente</b>, António Lobato revela as estratégias de que se socorreu para que a tremenda solidão da clausura não o destruísse, pelo menos moral e psicologicamente.<br /><br />Fala-nos da sua<b> juventude em Paderne</b>, como se alistou jovem na Força Aérea, depois temos o curso de pilotagem em S. Jacinto, a fase básica na Base Aérea n.º 1 em Sintra, em 22 de maio de 1958, um acidente quase que o ia matando, após dois meses de imobilização, e ao fim de cerca de oito meses de treino intensivo, ei-lo pronto para voar mais alto. Tem 21 anos e é-lhe confiada a tarefa e a responsabilidade de ensinar outros a voar. E, como ele escreve, em 1960 rebenta a guerra colonial.<br /><br /> A Força Aérea não possui na Guiné qualquer tipo de estrutura. <b>Em julho de 1961, em companhia de um outro camarada, seguirá para a Guiné em missão de soberania. </b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Em 19 de setembro de 1961 descola pela primeira vez da pista de Bissalanca aos comandos de um T-6. Descreve com incisão e economia todos estes acontecimentos, casa-se, regressa à Guiné com a mulher e <b>em 21 de maio de 1963 parte em missão para a Ilha do Como,</b> um acidente obriga-o a uma aterragem de emergência, aterra no Tombali, é ferido e levado por guerrilheiros do PAIGC para território da Guiné Conacri.<br /><br />Não é despiciendo observar como naquela região do Tombali há população afeta ao PAIGC e os guerrilheiros movimentam-se com certo à-vontade. A guerrilha tinha capturado um barco da Sociedade Comercial Ultramarina, de nome Bandim, transportará Lobato para o cativeiro. </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>É bem tratado em Sansalé, tem feridas graves na cabeça e num braço. </b>Seguem no Bandim até Boké. Segue-se um prolongado interrogatório. É interrogado, pretendem saber qual o regime político em Portugal, o que ele sabe da situação colonial, Lobato remete-se ao silêncio, depois de ter dado os seus dados militares, depois de uma longa viagem entra na <b>Maison de Force de Kindia</b>. <i> </i><br /><i><br /></i><i>(...) “Entramos num hexágono aberto para o céu, com duas portas em cada um dos seis lados. Encaminham-me para a direita e indicam-me uma dessas portas, em ferro maciço, com o número 7 ao centro, encimada por uma grelha, feita em varão de diâmetro não inferior a 3 centímetros. </i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><br /></i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i>"Entro e a pesada porta fecha-se atrás de mim com aquele ruído sinistro das portas de todas as prisões do mundo. Dou quatro passos e chego ao fim do espaço de que posso dispor. </i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><br /></i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i>"Do lado direito, fazendo corpo com a parede e até dois terços de comprimento, ergue-se, até à altura de sessenta centímetros, um bloco maciço de cimento armado sobre o qual assenta um velho colchão de pano cheio de palha. Depreendo que é a minha cama. </i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><br /></i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i>"Não sei bem porquê, mas sinto um forte cansaço. Sinto-me deprimido como antes nunca me tinha sentido. Apetece-me chorar. Atiro-me para cima da palhaça e não consigo conter os soluços que me sufocam. Choro tudo o que tenho a chorar e adormeço no cume da infelicidade”</i>. (...)</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /><b>Segue-se a descrição do dia-a-dia, ele é o prisioneiro da cela n.º 7,</b> falam-nos do currículo de Sékou Touré e como ele mantém o seu regime de terror; vamos saber como é a sua cela, a degradação a que vai ser sujeito, o início da sua luta para se manter corajoso. </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A condição física começa a dar sinais de ruína, como ele próprio comenta: <i> </i><br /><i><br /></i><i>(...) “Porque não como uma boa parte das magras refeições, sinto que vou perdendo, lenta mas seguramente, toda a pujança da juventude; porque não me é fornecido qualquer tipo de medicamento, começa a ter fortes ataques de paludismo; porque a alimentação é pobre demais, a cárie dentária torna-se num flagelo; porque permaneço imóvel horas sem fim, começo a ter problemas de bexiga, a urinar pus e a sentir dores de barriga e cólicas insuportáveis. </i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><br /></i></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i>"Os ataques de paludismo surgem a uma cadência semanal e manifestam-se por acessos de frio, que me obrigam a bater os dentes durante horas, seguidos de vagas de calor, que me deixam exausto e banhado em suor. As dores de dentes, por vezes são tão intensas que me perturbam a visão e provocam vómitos e tonturas próximas do desmaio. A degradação do meu estado físico, se, por um lado, é dolorosa e me perturba a mente, por outro, prende-me o pensamento ao corpo e não me deixa grandes hipóteses de fuga em busca de recordações bem mais amargas que as dores da carne”</i>. (...)<br /><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></b></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>3. (...) Descreve primorosamente a luta para se manter racional, para ir resistindo a um corpo que perde tonicidade, ocupa a mente e um dia vem até ao pátio, o recluso pode conviver.</b><br /><br />Começam as peripécias, com todos os riscos: escreve à família, dá a sua localização, várias vezes procura a evasão, sempre sem sucesso. A liberdade irá chegar a 22 de novembro de 1970, no decurso da Operação Mar Verde. </span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>O seu regresso deixa-o atordoado, não pode falar do seu cativeiro,</b> vai à televisão contar umas patranhas. E volta ao seu mundo dos aviões. E terminará o dia numa conferência citando o personalista cristão Emmanuel Mounier: <br /></span><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><br /></i></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i>"Falta uma dimensão ao homem que não conheceu a prisão"</i>.<br /><br />Não se entende como esta obra não encontrou um editor comercial, é um testemunho único. Vamos agora à edição de 2014, o agora Major Lobato remexeu na obra, deu-lhe outra palpitação sem renegar o escopo inicial. Esta edição catapulta o testemunho de Lobato para o patamar das grandes obras da literatura da guerra da Guiné.<br /><br /><br /><b><span>4. E</span>stamos a seguir de perto a edição de 1995, mais tarde tomar-se-á em conta as edições introduzidas na 5.ª edição, de janeiro de 2014, ver-se-á como o testemunho do Sargento Lobato ganhou em vibração literária, em intimismo, em vigor sobre a reflexão de um cativeiro. Ele é o preso da cela n.º 7, em Kindia, Guiné Conacri. </b></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Procura aperceber-se de <b>quem são os outros presos</b>, vai-se cronometrando com as rotinas, o dia que começa com várias portas de ferro a ranger nos gonzos, as latrinas fétidas removidas das celas, Lobato tem dois baldes, um deles serve de sanita, o outro contém água para beber, para se lavar e para substituir o papel higiénico. </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Põe a mente a funcionar, é preciso resistir à loucura ou ao embrutecimento. Os sentidos afinam-se, a sua capacidade de sobreviver também. O almoço é constituído por quatro bananas cozidas. Pesquisa à volta, põe os sentidos a funcionar, passa por um estado de dormência.<br /><i><br /></i><i>(...) “A minha cabeça está dorida e muito sensível. O simples toque dos dedos nos cabelos parece fazê-los enterrar-se, como espinhos, pelo crânio dentro. Este voltar do meu interesse para o corpo diz-me que continuo consciente da realidade vulgar, mas alerta-me também para outra realidade, muito mais real: é que bastou um simples avivar de sentimentos, provocado por um olhar para o firmamento, para desfazer a ilusão em que sempre tenho vivido de que o corpo sou Eu”. (...)</i><br /><br />Põe os ouvidos à escuta, adapta-se às rotinas da prisão, às orações dos muçulmanos, toma consciência de que perde tónus, surgiu a cárie dentária, há <b>momentos de grande desânimo:</b><br /><i><br /></i><i>(...) “Há cerca de três meses que oscilo entre o ser e o nada. Ou enlouqueço, ou me anulo, ou faço qualquer coisa para sobreviver até onde for fisicamente possível. Este estado caótico dentro de mim chegou ao limite do suportável. Isto que agora me tritura a alma, deve chamar-se desespero”</i>. (...)<br /><br /><b>Dá luta aos percevejos, vai descobrindo a resiliência</b>, tudo faz para se manter lúcido, doseia a plena atenção com o entorpecimento:<br /><i><br /></i><i>(...) “Quando o coração já não é mais que uma chaga e nem sequer reage aos golpes do punhal da lembrança; quando já não posso mais porque o cérebro, extenuado, se recusa a pensar por mais tempo e a evocar ou a lembrar-se; então a besta reclama, atiro-me para cima do catre e adormeço profundamente. </i></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i><br /></i></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i>"Ao acordar, tudo renasce, recomeço a evocar, a lembrar-me, de novo a sofrer mas com resignação. Consolo-me com a vitória de ter enfrentado a dor, de a ter vencido, de não lhe ter fugido e de ter ganho qualquer coisa de muito preciso que me ajuda a crescer”</i>. (...) <br /><br /><b>Depois de um ano de isolamento, é-lhe facultada uma hora de recreio todos os dias</b>, pode agora observar seres humanos e aperceber-se melhor de tudo quanto se passa dentro da prisão. Encontra leprosos, tuberculosos, sifilíticos, gente que vai morrer. </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Então encontra alguém que se chama <b>Chambord Lambert Joseph Alexandre Raymond </b>e que lhe abre espaço para escrever para o exterior. Em 28 de novembro de 1964, da sua cela vedada com cimento e ferro, sai um código e o relatório da missão do dia 22 de maio de 1963, junta informações sobre a prisão em que se encontra, dedica alguma poesia a pessoas que ama profundamente, é de uma extrema beleza a <b>mensagem que manda à mulher:</b><br /><i><br /></i><i>(...) “Durante toda esta ausência que tanto nos faz sofrer, neste abismo de miséria que submerge, nas horas que tudo me abandona, a fé inclusive, é sempre a tua imagem que me ajuda a flutuar, que me impede do naufrágio irreparável”. (....)</i><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Encontra outro<b> soldado português capturado, António Lauro, de Sernancelhe.</b> Recebe propostas do PAIGC para denunciar a guerra colonial e partir para o exílio, tudo recusa. <b>Aparecem dois graduados portugueses, Rosa e Vaz</b>. Rosa é alferes miliciano e foi capturado em Bissássema, virá a escrever o seu testemunho, cuja recensão existe no blogue. O testemunho de Lobato vai falar das tentativas de fuga e os seus insucessos, na última andará uma semana a monte.<br /><br />E <b>em 22 de novembro de 1970, acontece a liberdade. Durante a Operação Mar Verde, </b>um grupo assalta a prisão e liberta os 23 cidadãos portugueses, prisioneiros de guerra. Atravessam Conacri e embarcam num vaso da Armada, Lobato é <b>apresentado a Alpoim Calvão</b>, este está inquieto, teme que os aviões MIG, que não tinham sido destruídos, possam vir no alcance dos navios da Armada. Mas nada acontece, o contingente regressa até à ilha de Soga, daqui Lobato é transportado para Bissalanca.<br /><br /><b>Em 26 de novembro, todos os prisioneiros de guerra aterram na Portela e vão no autocarro para o Forte de Catalazete</b>, estão oito dias consecutivos trancados numa sala com luz artificial e guardados por dois inspetores da DGS. </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Lobato interroga-se se saiu de uma prisão para entrar noutra. Ao fim de oito dias, aparece um coronel da Força Aérea com a missão de propor a liberdade desde que se comprometa a guardar segredo sobre o que sabe do desembarque em Conacri e ir à televisão contar uma evasão fictícia. Lobato está estarrecido, tem que aceitar.<br /><br /><b>Finalmente vai encontrar-se com a família, segue com a mulher e os pais para Melgaço, onde é recebido apoteoticamente</b>. </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Passam-se meses sem que a Força Aérea o convoque, Lobato escreve uma carta a Marcello Caetano, é então chamado a Lisboa onde o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea o recebe com gritaria e ameaças. </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>O importante é que Lobato volta aos aviões, termina o seu relato falando de uma conferência que fez na Academia da Força Aérea </b>e onde referiu que o choque que o indivíduo sofre quando é brutalmente retirado do seu ambiente habitual e colocado em condições precárias de sobrevivência coloca-o frente a frente consigo como se de duas pessoas distintas se tratasse. </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span>É uma luta transfigurante, tão intensa como a dialética interior à procura de uma fresta que mantenha o homem no limiar da razão. Lobato conseguiu fundir numa união racional aquilo que prevalece do homem social com o indivíduo.<br /><i><br /></i><i>(...) “A partir do instante em que há passagem do ponto crítico com luz à reconciliação, acede-se a um estado de paz interior, a uma lucidez parente próxima da clarividência, a um racionalismo em que nada existe de insignificante. O que ainda resta da emotividade, reflete-se apenas em esporádicas euforias provenientes de um sentir, revelador da aquisição de qualquer coisa nova que nos sobredimensiona e que Mounier (filósofo francês, criador do personalismo cristão) exprime melhor do que ninguém:</i></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><i><br />- ‘Falta uma dimensão ao homem que não conheceu a prisão’.” (...)</i><br /><br /><b>5. Na última parte iremos abordar as adições que acabam por valorizar este testemunho e tornar o depoimento de Lobato uma das memórias mais impressivas de toda a guerra colonial que os portugueses viveram entre 1961 e 1975.</b><br /><br />António Lobato mexe e remexe no seu poderoso testemunho, de edição para edição:</span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><br /></span></span></div><div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;"><span> (....) </span></span><span style="font-family: georgia;">Verificam-se aprimoramentos que, é o meu pensar, tornam este documento imorredoiro na história da literatura da guerra da Guiné, pegam-se em duas descrições, uma a fulgurante aterragem depois do acidente aéreo no regresso da Ilha do Como, é de uma vivacidade impressionante, incluindo não só os gestos necessários à pilotagem mais adequada às circunstâncias como o texto faz fé ao estado de alma de quem vai procurar sobreviver; o segundo texto é uma narrativa de cativeiro, releva o macabro da sordidez do presídio, o macabro e o nauseabundo de toda aquela escravidão a que estavam submetidos os adversários de Sékou Touré.</span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><br /></span><b>6. (...) Temos agora uma narrativa ainda mais vigorosa e em muitos pontos ganhou intimismo, espelhando os altos e baixos de um cativo que descobre força anímica para acreditar em si próprio e tentar escapar ao degredo.</b><span><br /><br /><b>A primeira descrição relaciona-se com o acidente aéreo,</b> tem mais detalhe, dinâmica, a clara perceção do risco, a mestria da operação para aterrar em condições excecionalmente hostis:<div><br /><i>(...) “O meu avião continua a vibrar como que sacudido por uma peneira gigante, devido ao desequilíbrio provocado pelo hélice todo torcido. Nestes casos, o procedimento para evitar o descontrolo total é parar o motor e saltar em paraquedas, ou então tentar uma aterragem de emergência sem motor.</i></div><div><i><br /></i><i>"Num relance de olhos para o exterior, vejo uma clareira no meio da mata onde me parece que sou capaz de meter o avião. </i><i>Como o motor está parado, sei que tenho de guardar uma velocidade tal que me permita manter o avião a voar como um planador e fazer uma avaliação muito correta de aproximação ao início da clareira, tão baixa quanto possível, mas sem bater nas árvores que a circundam.</i><div><i><br /></i><i>"A quem não está familiarizado com os assuntos de aerodinâmica e pensa que a um avião com o motor parado só resta cair, devo esclarecer que, enquanto houver altitude suficiente para descer e manter uma velocidade de planeio, este voa normalmente até chegar ao solo.</i><br /><br /><i>"Perante a rapidez de decisão que a situação exige, o afluxo de adrenalina é tal que todas as faculdades passam a ter uma acuidade várias vezes superior ao normal. </i><i>Todas as mnemónicas aprendidas há cinco anos atrás, ainda na fase da formação, para fixar procedimentos de emergência, afluem à memória com um rigor e uma fidelidade alucinantes.</i></div><div><i><br /></i><i>"Nos escassos segundos que me separam do contacto com o solo, enquanto vigio e controlo com a cabeça, com as mãos e com os pés, não só o valor sagrado daquela velocidade mínima que ainda permite voar, mas também a altitude, a direção e as manobras de glissagem, perigosas mas necessárias para encaixar o avião no início da exígua clareira, vou simultaneamente executando os restantes procedimentos que contribuem para o sucesso de uma aterragem de emergência, tais como: apertar cintos, abrir cabine, desligar combustível, mistura e magnetos, desligar bateria e assumir uma atitude de corpo e alma bem encostados à cadeira.</i><br /><br /><i>"O ponto de contato com o solo confirma-me a justeza do planeamento, mas surge um imprevisto que do ar foi impossível detetar – o terreno não é totalmente liso; sulcos profundos, espaçados metro a metro, cortam-no de lés a lés. É uma bolanha.</i><div><br /></div><div><i>"Ao intradorso das asas do T6 estão suspensas duas metralhadoras Browning, saliências que, ao entrar nos sulcos da bolanha, oferecem uma forte resistência ao deslizar do avião no solo.</i></div><div><i><br /></i><i>"Atendendo a que este tipo de aterragem é feito com o trem recolhido, o entrar das metralhadoras num dos sulcos teve o efeito de arrancar instantaneamente as asas à aeronave. </i><i>Fico sentado dentro de um charuto que rebola agora sobre si mesmo, ao longo do terreno”</i>.(...)</div><div><br />E é com esta chave explicativa, em pleno clímax, que <b>Lobato sai incólume e vai ser capturado,</b> ao princípio ainda acredita que quem com ele vem dialogar o ajudará a percorrer as duas dezenas de quilómetros para chegar a Catió, é brutalmente ferido, o calvário vai começar.<br /><br /></div><div><b>Lobato já está na cela n.º 7 na Maison de Force de Kindia, Guiné Conacri.</b><br /><br />Vai-nos contar o início do dia nessa cadeia de segurança onde jazem inimigos de Sékou Touré:</div><div><br /><i>(...) “Não resisto à curiosidade de ver o que se passa no exterior e penduro-me nas barras de reforço da porta para elevar a cabeça a uma altura que me faculte uns metros de horizonte.</i><br /><i>O que vejo aterroriza-me! O pátio é hexagonal, um espaço a céu aberto para onde se abrem quatro portas de ferro, totalmente opacas, bem mais baixas que a minha e sem grades a encimá-las, vai-se enchendo de negros de todas as idades, descalços e quase nus, manifestamente subalimentados, que saem por aquelas portas como rebanhos escorraçados por uma fera invisível que os persegue.</i></div><div><i><br /></i><i>"No centro do pátio, chicote em riste e porta de carrasco, um guarda sem expressão facial, tão ameaçador quanto esquelético, orienta para o grande portão de saída aquela enxurrada de negros totalmente desprotegidos, distribuindo chicotadas à direita e à esquerda, vociferando insultos apenas intercalados por nojentas cuspidelas num chão de cimento muito irregular.</i><br /><br /><i>"Junto ao portão de saída para o exterior, alinhadas ao lado de cada uma das ombreiras, duas colunas de homens armados. Nos pés trazem sandálias de plástico coloridas pela terra avermelhada dos caminhos que percorrem. Vestem calças engelhadas, de um caqui esverdeado, e uma camisa sem mangas, do mesmo tipo de tecido. </i><i>À medida que os prisioneiros saem para as GMC que os esperam à porta, vão sendo contados pelos soldados.</i></div><div><i><br /></i><i>"Terminada a tarefa do embarque para trabalhos forçados, os grandes portões fecham-se e tem início outra tarefa, atribuída aos inaptos para o trabalho no exterior e àqueles que alguma vez tentaram a fuga.</i></div><div><i><br /></i><i>"De cada uma daquelas quatro portas opacas, ainda abertas, saem agora pequenos grupos que se movem com alguma dificuldade. Uns são leprosos a que já faltam partes do corpo, sobretudo das mãos e dos pés; outros tossem convulsivamente e expelem escarros amarelos para aquele chão meio desfeito; outros, ainda, apoiam-se às paredes para não tombar e arrastam-se com dificuldade em direção a uma outra porta que entretanto se abriu e dá acesso a uma área de recreio.</i></div><div><i><br /></i><i>"Os menos afetados por doença ou caducidade sustentam nos braços metades de bidões de duzentos litros que transbordam de fezes e outros dejetos. Acompanhados por um guarda, saem pela porta principal. Minutos depois, oiço-os nas traseiras da minha cela a despejar os imundos recipientes.</i><br /><i><br /></i><i>"Todos os dias, após esta operação, o mau cheiro engrossa como se de coisa sólida se tratasse e põe a prisão a transbordar de nojo. </i><i>O trágico amanhecer não fica por aqui. O encetar de uma terceira operação obriga-me a descer do meu posto de vigia, mas ainda bem que isso acontece, porque já tenho os braços dormentes de estar tanto tempo suspenso.</i></div><div><br /><i>"O guarda começa a abrir as portas das sete celas que também dão para o pátio hexagonal. Dois negros estropiados retiram do interior de cada cela um balde de zinco que a seguir despejam num bidão colocado para o efeito num dos ângulos do pátio.</i><div><i><br /></i><i>"Também eu tenho aqui dois baldes, sendo um deles substituto da sanita e outro servindo de contentor de água para todos os fins, isto é, para beber, para lavar e para substituir o papel higiénico que por estas paragens é desconhecido”</i>. (...)<br /><br /><b>A transcrição destes dois textos é um convite para que se releia António Lobato,</b> um jovem sargento piloto-aviador capturado no Tombali, em maio de 1963 e libertado durante a <i>“Operação Mar Verde”</i>, em novembro de 1970.<div><br />Foi considerado herói nacional e voltou ao ativo até ter passado à reserva em 1981. Exerceu outros cargos, posteriormente.</div><div><br />É <b>um dos mais impressionantes documentos de vida em cativeiro, </b>senão mesmo o mais impressionante de todos. De leitura obrigatória.</div><div>____________</div></div></div></div></div></span><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Notas do editor:</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">(*) Vd. poste 10 de março de 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25259-in-memoriam-50.html">Guiné 61/74 - P25259: In Memoriam (50): António Lobato, maj pil av, ref (Melgaço, 1938 - Lisboa, 2024), autor de "Liberdade e Evasão: o Mais Longo Cativeiro": Falta uma dimensão ao homem que não conheceu a prisão, escreveu ele, citando o filósofo Emmanuel Mounier. A sua vida foi também ela uma luta contra o esquecimento e a ingratidão. Repousa, finalmente, em paz, em Rio de Mouro.</a></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">(**) Último poste da série > 8 de março de 2024 > </span><a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25250-20-aniversario-do.html" rel="nofollow"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Guiné 61/74 - P25250: 20.º aniversário do nosso blogue: Alguns dos nossos melhores postes de sempre (2): Rosa Serra, história de vida de uma enfermeira paraquedista</span><br /></a><br /></div><span style="font-family: georgia;"></span></div></div></div>Tabanca Grande Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-58875564222236561722024-03-12T18:54:00.001+00:002024-03-12T18:55:49.302+00:00Guiné 61/74 - P25266: Agenda cultural (850): Síntese da apresentação do livro "MARGENS - VIVÊNCIAS DE GUERRA", da autoria de Paulo Cordeiro Salgado, ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2721 (Olossato e Nhacra, 1970/72), que esteve a cargo do Coronel António Rosado da Luz (Paulo Salgado)<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjam-ZqUbW2u3zEQ_KcfTrYczMKReBovIaENqZX6zVirmwcj83gzLhZOCBHTWWKM4_AwXMQDZgowjww40OGJffC8MfcZSSHNApIK_e4lPsbCZrnvMeoF4Qx9_O8veG1X1dmWANVI4MbjTH4gJKHpU_OFwd-ZjvaDF6NLg5ereIdOxVs-Uabd9k3_g/s1600/IMG-20240309-WA0020.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="315" data-original-width="643" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjam-ZqUbW2u3zEQ_KcfTrYczMKReBovIaENqZX6zVirmwcj83gzLhZOCBHTWWKM4_AwXMQDZgowjww40OGJffC8MfcZSSHNApIK_e4lPsbCZrnvMeoF4Qx9_O8veG1X1dmWANVI4MbjTH4gJKHpU_OFwd-ZjvaDF6NLg5ereIdOxVs-Uabd9k3_g/s1600/IMG-20240309-WA0020.jpg" /></a></div>
<br /><a href="https://1.bp.blogspot.com/-3d771EquZiQ/TdGP_3DixbI/AAAAAAAAgHs/TxXeGG_nFPo/s1600/Guine_Paulo+Salgado-2.jpg" style="clear: right; color: #e53319; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-decoration-line: none;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-3d771EquZiQ/TdGP_3DixbI/AAAAAAAAgHs/TxXeGG_nFPo/s1600/Guine_Paulo+Salgado-2.jpg" style="border: none; position: relative;" /></a><b><span style="font-size: large;">1.</span> Mensagem do nosso camarada Paulo Salgado (ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72), autor do livro, <i>"Margens - Vivências De Uma Guerra</i>, com data de 10 de Março de 2024:</b><br />
<br /><b><i>
Caro Luís Graça e Coeditores<br />
Seria interessante que o comentário a este livro MARGENS – VIVÊNCIAS DE UMA GUERRA, cuja apresentação foi feita pelo capitão de Abril, Coronel António Rosado da Luz, fosse elaborado por um dos nossos editores que saberiam escolher os trechos para o Blogue.<br />Sei, ainda, que o Mário Beja Santos, sempre presente nestas andanças, e carregado dos seus valores, fará uma abordagem à sua maneira.<br />
<br />
Transcrevo parte desta apresentação, que me pareceu relevante para o nosso Blogue. De um grande capitão de Abril, cidadão interventivo e activo. Já agora: Este livro é dedicado aos capitães de Abril. No cinquentenário do 25 de Abril.<br />
<br />
Paulo Salgado</i></b><br /><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMYRRM5_JHXzjc54UGnJYUN3NQhuUXCTmp7Z3cYpY8Xug16moSHxUnrY75uSCRZz0SnPNrEX5IDOzCYuisdCE2i2OFRBK-POgWWR9HMz2zCK9Tp2vxSgOkj14uLz6O41e2q0sWJWmJtFngbwQBVpT2blfGB6xM5M92r28X2gGQRu23EqCPA3q2Qg/s1600/Margens.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="605" data-original-width="401" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMYRRM5_JHXzjc54UGnJYUN3NQhuUXCTmp7Z3cYpY8Xug16moSHxUnrY75uSCRZz0SnPNrEX5IDOzCYuisdCE2i2OFRBK-POgWWR9HMz2zCK9Tp2vxSgOkj14uLz6O41e2q0sWJWmJtFngbwQBVpT2blfGB6xM5M92r28X2gGQRu23EqCPA3q2Qg/s1600/Margens.jpg" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;"><i>"Margens – Vivências de Guerra"</i><br />
Autor - Paulo Cordeiro Salgado<br />
<br />
Apresentação pelo capitão de Abril<br />
Coronel António Rosado da Luz</span></b></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJz3G7bR8a959XPFjRD6-qo8KWKFycg9jjB4KVtxuliWiUVf3FNsKrIzMCTYRb_7hFVvNgl-06G4Q5DUOxB-9bPj80GxjCAlfDxw2iORY3arAXo_fGTmM5bdvofb225J7LYK91pYqp3DCzpJcK-YPnNqKG2dKbjALS57QfWbeobn0oZ2wJVTvykg/s643/Imagem%20WhatsApp%202024-03-10%20%C3%A0s%2012.30.25_fac195b9.jpg" style="clear: left; display: block; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="643" data-original-width="482" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJz3G7bR8a959XPFjRD6-qo8KWKFycg9jjB4KVtxuliWiUVf3FNsKrIzMCTYRb_7hFVvNgl-06G4Q5DUOxB-9bPj80GxjCAlfDxw2iORY3arAXo_fGTmM5bdvofb225J7LYK91pYqp3DCzpJcK-YPnNqKG2dKbjALS57QfWbeobn0oZ2wJVTvykg/s320/Imagem%20WhatsApp%202024-03-10%20%C3%A0s%2012.30.25_fac195b9.jpg" /></a></div><i><b>"Foi a primeira vez que me convidaram para APRESENTAR UM LIVRO.<br />Seguindo a “palavra de ordem” fundamental de “um tropa”,… lá tive que me “desenrascar” …<br />
<br />
Nos tempos presentes, por opção, por força das circunstâncias e também por prazer e autorrealização pessoal, a atividade que ocupa 90% do meu tempo é ler.<br />
Ler, estudar, investigar e escrever. E, ler este livro, deu-me imenso prazer por três razões, que me fazem ficar imensamente grato, quer ao Mário Tomé que sugeriu, quer ao Paulo Cordeiro Salgado que aceitou, terem-me proporcionado o imenso prazer de ler, em primeira mão, este livro.<br />
<br />
A primeira dessas razões foi a de me terem dado oportunidade para me “desviar” dos temas quase obsessivos que ocupam a minha mente, permitindo-me regressar, por algum tempo, àquilo que posso denominar de “leitura lúdica”.</b></i><br />
<br /><b><i>
A segunda, pelo facto dos vários “planos”, logo anunciados no “preâmbulo” do livro, em que o autor decidiu “dar forma” ao tema central desta sua obra, me terem ajudado a refrescar a minha própria abordagem dos tais temas obsessivos que me ocupam a mente.<br />
<br />
A terceira e mais importante razão para lhes estar grato é o imenso prazer… e até alguma emoção, …que são proporcionados pela leitura deste livro. O autor escreve, não só com arte, aquela arte de domínio da palavra que nos encanta ler, como escreve com alma, pois consegue pôr – e transmitir - emoção naquilo que escreve.</i></b><br />
<br /><i><b>
Mas este não é APENAS, ou, SOBRETUDO, não é um livro de memórias.<br />É um livro onde as emoções e as reflexões em torno dos dramas e das violências da GUERRA, da VIDA e da MORTE, se espraiam pelo AMOR, pela AMIZADE e pela SOLIDARIEDADE, mas também pela HISTÓRIA, pela POLÍTICA e por essa entidade mítica que nos condiciona, que nos abriga e que “somos”, que é PORTUGAL.<br />
<br />
Embora não seja essa a forma como o livro está estruturado, podemos dividir o OBJETIVO do AUTOR em três “tempos”.</b></i><br />
<br /><b><i>
O primeiro “tempo” decorre nos dois primeiros anos da década de setenta. O autor deste livro, Paulo Cordeiro Salgado, que era na altura o Alferes miliciano mais antigo de uma companhia sediada no Olossato, a 27 quilómetros da fronteira com o Senegal e situada numa das zonas de guerra mais acesa, do Teatro de Operações da Guiné-Bissau, vê-se de repente, investido nas funções Comandante dessa Companhia, por morte, em combate, do Capitão que a comandava. Até à chegada de um novo Capitão que irá comandar a Companhia (que aqui está hoje presente entre nós) é ele, jovem de vinte e poucos anos, sem qualquer formação ou experiência para tal, que vai passar a ser O SENHOR, quase absoluto, de vida e de morte, sobre uma enorme área geográfica e sobre centenas ou milhares de seres humanos que nela vivem, ou são obrigados a isso.</i></b><br />
<br /><i><b>
A missão que lhe impõem é fazer a guerra. Fora mobilizado para ir para aquela guerra pela força de uma Lei, feita por um regime ditatorial, com o qual ele não concordava, para ir combater numa guerra, com a qual ele discordava totalmente. E ali estava agora ele, para matar ou morrer, pessoas que ele naturalmente respeitava como seus irmãos e contra as quais ele não tinha quaisquer motivos para tal. E, a grande maioria das cerca de duas centenas de militares que ele agora comandava, estavam na mesmíssima situação.</b></i><br />
<br /><b><i>
Mas há neste livro um segundo “tempo”. <br />
<br />
Vinte anos após o fim da sua comissão, a intensidade dos dramas nela vividos pelo Paulo Cordeiro Salgado colaram-se-lhe de tal maneira à pele que ele não conseguiu mais reprimir a necessidade de “ajustar contas com o passado” e regressou à Guiné. Mas desta vez regressou para fazer o oposto da guerra. Regressou como cooperante.<br />
Regressou, não só pela necessidade de se reconciliar consigo próprio, fazendo a sua catarse, como por ter ficado a amar, para sempre, aqueles povos, aquelas paisagens, aquela África.<br />
<br />
Como eu compreendo o autor.</i></b><br />
<br /><b><i>
Finalmente, o terceiro “tempo” passa-se, 54 anos depois da sua primeira chegada às matas, às bolanhas e aos enormes rios da Guiné que alargam e encolhem duas vezes por dia. Passa-se nos nossos dias. E é nesse terceiro “tempo” deste livro, que se entende com toda a clareza o OBJETIVO do autor, pois é nele que Paulo Salgado, com os pés assentes no presente, resolve olhar para o passado, para o presente e para o futuro, escrevendo este livro.<br />
<br />
É agora, 54 anos depois, que ele volta a olhar para os dramas dos “tempos da guerra”, daquela guerra onde ele combateu e, duas décadas depois, para os “tempos da reconciliação”, da reconciliação consigo próprio, com África e com os povos, que ele combateu, mas amou desde o primeiro momento.<br /></i></b>
<br /><i><b>
E é aí que as reflexões que o autor vai fazendo ao longo do livro ganham um “outro patamar” de interesse. É aí que este livro deixa de ser um “livro de memórias” virado para o passado, para ter uma atualidade dramática.<br />
É que, nesta segunda década do século XXI a que alguns homens desse tempo conseguimos chegar, não só a guerra volta a ser, infelizmente, o tema central do futuro das nossas vidas, como as esperanças de Liberdade e de Democracia, de Fraternidade, de Solidariedade e de Igualdade, quer dos nossos povos irmãos, quer do mundo em geral, começam todos a ser postos em causa.</b></i><br />
<br /><b><i>
E é aí, que as reflexões que o autor vai hoje fazendo, ao olhar para as suas vivências de há 54 e 34 anos, ganham um terceiro e mais importante patamar de interesse.</i><br />
<br /><i>
É que este livro é publicado no ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril».</i><br />
<br />
António Rosado da Luz<br />
10.03.2024 </b><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAxop1ghy_C-NxWCY4GqTuvIG2QsbwPxXkrHMNiOMRwrXRJOso16d4V0rHYAcRHlAu8uaYrZJVp-6SpT8l2wxXHPikrh619YE_1Of7bsYmLChF2z5d68Zp0hqZACXdNEgw80e9bTGGrwH9KOsHHpYBWzauROz6nA2toPXa2SYBWrYgjlk7RF4gdw/s1600/IMG-20240309-WA0005.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="407" data-original-width="643" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAxop1ghy_C-NxWCY4GqTuvIG2QsbwPxXkrHMNiOMRwrXRJOso16d4V0rHYAcRHlAu8uaYrZJVp-6SpT8l2wxXHPikrh619YE_1Of7bsYmLChF2z5d68Zp0hqZACXdNEgw80e9bTGGrwH9KOsHHpYBWzauROz6nA2toPXa2SYBWrYgjlk7RF4gdw/s1600/IMG-20240309-WA0005.jpg" /></a></div>
____________<br />
<br /><b>
Nota do editor<br />
<br />
Vd. post de 21 DE FEVEREIRO DE 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/02/guine-6174-p25195-agenda-cultural-849.html">Guiné 61/74 - P25195: Agenda cultural (849): Lançamento do livro "MARGENS - VIVÊNCIAS DE GUERRA", da autoria de Paulo Cordeiro Salgado, ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2721 (Guiné, 1970/72), dia 8 de Março de 2024, pelas 17h30, na sede da Associação 25 de Abril, Rua da Misericórdia, 95, Lisboa. Apresentação a cargo do Coronel António Rosado da Luz (Paulo Salgado)</a></b>Carlos Vinhalhttp://www.blogger.com/profile/02513603707400841996noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-62586296847917176922024-03-12T03:04:00.024+00:002024-03-12T19:03:07.018+00:00Guiné 61/74 - P25265: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Lançamento do livro em 2010 - Parte I: texto da intervenção do Nuno Rogeiro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS4JEYOLim7uts3WiSqnXNFX6Sd5tiaUuLwzfQvD1JTS_G-NcJ-7fMqoh0VC1mDexZgEL8yp2UHKFT8F4o2s3agt9i8llcbK51jRMaZOPQP9XigwXz4SpLgxODVCkW6Qhf6OtUXDKNUhu_YPXwlNjjnl0qc2sox2fBKSskl6tQ7qxarB84xAd7/s400/Guine_Amadu_Djalo_2010_Museu_Militar_15_Amadu_agradece_Vb.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="271" data-original-width="400" height="434" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS4JEYOLim7uts3WiSqnXNFX6Sd5tiaUuLwzfQvD1JTS_G-NcJ-7fMqoh0VC1mDexZgEL8yp2UHKFT8F4o2s3agt9i8llcbK51jRMaZOPQP9XigwXz4SpLgxODVCkW6Qhf6OtUXDKNUhu_YPXwlNjjnl0qc2sox2fBKSskl6tQ7qxarB84xAd7/w640-h434/Guine_Amadu_Djalo_2010_Museu_Militar_15_Amadu_agradece_Vb.jpg" width="640" /></span></a></div><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="text-align: center;">Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > </span>Sessão de lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010) > A sessão foi presidida pelo presidente da Associação de Comandos, Dr. José Lobo do Amaral.</span></p><p><span style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A apresentação do livro do Amadu Djaló (o segundo da mesa, a contar da esquerda para a direita), esteve a cargo de três oradores: o cor 'cmd' ref Raul Folques (o último comandante do Batalhão de Comandos da Guiné), o cor inf ref e escritor Manuel Bernardo (o último da ponta, do lado direito) e ainda o jornalista e analista político Nuno Rogeiro (o primeiro da ponta, do lado esquerdo). Vamos relembrá-las aqui, às três intervenções, começando pela do Nuno Rogeiro.</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsoY9bvZowl8Y4HjPD8WbAU0dcnYqFznAp0nvADNpP87jpknWOBCDSf3s40pqlJQc73Z8Mtz0e4XlDZkI7EHJEm3gSu1D7LXdRKvN8r3_FyMT3pfWp-LRcxu4a8eVpfdDSe_W7ptyK_w_d7MN9XBoakcBOasXCcKDCJ50952w2jOpnS94Mprcn/s400/Guine_Amadu_Djalo_2010_Museu_Militar_14_NRogeiro_Vb.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="302" data-original-width="400" height="484" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsoY9bvZowl8Y4HjPD8WbAU0dcnYqFznAp0nvADNpP87jpknWOBCDSf3s40pqlJQc73Z8Mtz0e4XlDZkI7EHJEm3gSu1D7LXdRKvN8r3_FyMT3pfWp-LRcxu4a8eVpfdDSe_W7ptyK_w_d7MN9XBoakcBOasXCcKDCJ50952w2jOpnS94Mprcn/w640-h484/Guine_Amadu_Djalo_2010_Museu_Militar_14_NRogeiro_Vb.jpg" width="640" /></span></a></div><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="text-align: center;">Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 >Sessão de </span> lançamento do livro do Amadú Bailo Djaló, "Comando, Guineense, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010). > <span style="text-align: center;">A brilhante intervenção do Nuno Rogeiro, que se reproduz a seguir.</span></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Fotos (e legendas): © Virgínio Briote (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].</span></div> <div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" height="478" src="http://2.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8i4R3uIXcI/AAAAAAAAaew/c1cY5vm2Bzw/w640-h478/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_38.jpg" width="640" /></span></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > Sessão de lançamento do livro "Guineense, Comando, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010) > Aspecto geral da assistência, que encheu a ala central das famosas caves manuelinas... Na primeira fila, do lado direito, reconhecemos a dra. Maria Irene, esposa do Virgínio Briote bem como o comandante Alpoím Calvão, além do representante do Chefe do Estado-Maior do Exército. A meio, na outra ala, a filha e o neto do Amadu Djaló.</span></div><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/S8i3g4sJ9JI/AAAAAAAAaeg/i0kIS_0-Y-g/w640-h437/Lisboa_Museu_Militar_Livro_Amadu_57.jpg" /></span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /><span style="text-align: center;">Lisboa > Museu Militar > 15 de Abril de 2010 > </span><span style="text-align: center;">Sessão de lançamento do livro "Guineense, Comando, Português" (edição da Associação dos Comandos, Lisboa, 2010).</span><span style="text-align: center;"> </span><span style="text-align: center;">O Autor, </span><a href="http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Amadu%20Djal%C3%B3" style="text-align: center;">Amadu Bailo Djaló</a><span style="text-align: center;">, membro da nossa Tabanca Grande, e o presidente da Associação de Comandos, Dr. José Lobo do Amaral... Nas suas palavras de abertura, este último fez questão de, em nome da associação, agradecer "ao sócio comando Virgínio António Moreira da Silva Briote a disponibilidade, competência e dedicação com que acompanhou esta Memória, sem a qual não teria sido possível esta edição"... </span></span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium; text-align: center;">No final, também nos agradeceu a divulgação do evento, dada pelo nosso blogue, e manifestou o seu regozijo pela entusiasmo com que foi recebida o 1º volume das memórias do Amadu bem como pelo pluralismo das abordagens dos oradores.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: large;">Fotos (e legendas): © Luis Graça (2010). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].</span></p><p><span style="text-align: center;"><br /></span></p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; text-align: center;"> <img border="0" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/_pMkPOXBWOec/TN0Zs9AAVGI/AAAAAAAAeFo/6_4vU3hIx2k/w277-h400/Guine_Amadu_Djalo_capaLivro.jpg" style="font-family: georgia;" width="277" /></div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span><span style="font-family: georgia;">Capa do livro "Guineense, Comando, Português: I Volume: Comandos Africanos, 1964 - 1974" (Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, il., edição esgotada) </span><span style="font-family: georgia;"><br /><br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmTk3uR8pHBMO_OSrfRI0kAuGpHHzJ9BaMeeGKEh6dqocBA6vYCHgnaVeWYQx29IlRaIaMoJVepwnsxAWiCevj_x3HPReeSP3vYIvqoFKZRdGEYsRzj-_aH8Dus9x-y5gSOgNjQL-k5gW1_3Gba7xH5PKH5E8gHuAJdYwSYxEm2HGhrqKllg/s506/Guine_Amadu_Djalo_Comandos_bafata_v2.png"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmTk3uR8pHBMO_OSrfRI0kAuGpHHzJ9BaMeeGKEh6dqocBA6vYCHgnaVeWYQx29IlRaIaMoJVepwnsxAWiCevj_x3HPReeSP3vYIvqoFKZRdGEYsRzj-_aH8Dus9x-y5gSOgNjQL-k5gW1_3Gba7xH5PKH5E8gHuAJdYwSYxEm2HGhrqKllg/w315-h400/Guine_Amadu_Djalo_Comandos_bafata_v2.png" width="315" /></a></div><br /><div style="text-align: center;">O autor, em Bafatá, sua terra natal, por volta de meados de 1966.</div></span><div style="font-family: "Times New Roman"; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;">(Foto reproduzida no livro, na pág. 149)</span></div><span style="font-family: georgia;"><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="font-size: medium;"></span></span></div></span><div><span style="font-family: georgia;"><div style="font-size: medium;"><br /></div></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b>1. Foi um dia grande para o nosso Amadu Djaló, o da apresentação do seu livro, no Museu Militar, em Lisboa, no 15 de Abril de 2010. Mas também para o seu amigo, camarada e editor literário, Virgínio Briote.</b></span></div><div><br /></div><div><b>Vamos recordar os melhores momentos desse evento, a que o nosso blogue dedicou nada mais nada menos do que cinco postes. </b></div><div><span style="font-family: georgia;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b>O livro do Amadu Bailo Djaló, "Guineense, Comando, Português: I Volume: Comandos Africanos, 1964 - 1974" (Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, il.) foi um acontecimento cultural, social e militar, juntando alguns conhecidas personalidades e sobretudo muitos amigos e camaradas, incluindo guineenses, e membros da nossa Tabanca Grande (alguns, infelizmente, já falecidos).</b></span><br /></div><div><br /></div><div><b>Vamos relembrar aqui as intervenções dos três oradores (Nuno Rogeiro, Raul Folques, Manuel Bernardes), começando pela do jornalista, escritor e analista político Nuno Rogeir0 que consideramos a mais original e estimulante nota de leitura do livro, do autor e da sua história de vida.</b></div><div style="font-family: "Times New Roman";"><br /></div><div style="font-family: "Times New Roman";"><br /></div></span></span><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: large;"><b>NO FIM DAS GUERRAS</b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: large;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: large;"><i><b>por Nuno Rogeiro</b></i></span></div><span style="font-family: georgia;"><span><br /><br /><span style="font-size: medium;">A guerra e as suas entranhas, em terras próximas ou estranhas, sempre fascinaram, revoltaram e mobilizaram o homem.<br /><br />Anarquistas e conservadores, aristocratas e operários, fascistas e antifascistas, descamisados e oficiais de monóculo, sobreviventes das trincheiras e gaseados, soldados de assalto e feridos de morte, poetas e prosadores, pintores e pensadores, muitos investiram as mais nobres energias na reflexão sobre o campo de batalha.<br /><br />Este pode ser visto como uma simples planície da técnica, da era da espada ou da era de Urânio. Ou ser antes olhado, de forma que se diria “existencialista”, como um vale de lágrimas e revelações, onde se morre e se nasce, mas sobretudo onde habitam homens e mulheres comuns. E onde residem, soberbas ou incógnitas, evidentes ou traiçoeiras, contínuas ou explosivas, a violência e a morte.<br /><br />Tivemos grandes obras sobre este continente trágico, onde vemos já não como um espelho baço, mas face a face. Como “As Tempestades Aço” de Jünger, como “O Fogo”, de Henri Barbusse, como E.E. Cummings em “O Enorme Quarto”, ou o “Entre Parêntesis” de David Jones, como o “Ronge Maille Vainqueur”, de Lucien Descaves, qualquer livro sobre guerra perturba, alerta, impede a normalidade. E pode despertar, para lá do desespero, a esperança.<br /><br /><b>É o caso do livro que nos traz aqui. Relato de guerra, seco e sem adornos desnecessários, este volume de Amadu Djaló, escrito em português escorreito e de lei, é tanto uma história de morte como de vida. De tempo de matar e de proteger. De tempo de golpes de mão, executados com precisão e destemor, e de lágrimas por uma criança perdida, em Darsalame Baio, na margem, literalmente na margem: à beira do rio Burontoni, à beira de sentença salomónica.</b><br /><br />Relato de vida militar, da obediência <i>perinde ac cadaver</i>, também é uma fiel e lúcida exposição das dúvidas dos combatentes, quando confrontados já não com a obediência, a lealdade e a técnica, mas com os juízos políticos, a diplomacia e as relações internacionais.<br /><br /><b>Este clima de homens divididos encontra-se na breve descrição do prelúdio à operação “Mar Verde”: resgatar companheiros presos fazia parte da missão, mas o que dizer de levar a cabo um acto de guerra em território estrangeiro?</b><br /><br />Estaríamos perante uma violação da soberania alheia, mesmo se de estado hostil, ou antes diante de uma espécie de auto-defesa legítima? Seria “regime change”, ou contra-ataque a quem nos agredia, ou oferecia bases a quem nos ofendesse?<br /><br /><b>“Obedientes como cadáveres”, como diria Inácio de Loyola. Mas pode um cadáver reflectir, se a alma, prestes a partir, ainda o habitar?</b><br /><br />Relato de guerra, este volume, o primeiro de memória, é antes de mais um admirável retrato, de história oral e testemunhos vivos, sobre a humanidade, os seus encontros e desencontros, amores e desamores.<br /><br />É a história dos condutores sem carta, dos oficiais à estalada em frente de soldados envergonhados, dos civis ambulantes que levavam o cinema às tabancas, de um ataque de abelhas que abatem um homem rijo, de romances ao luar, de misérias na estrada. Um relato de delicadeza e pudor.<br /><br /><b>Pudor na descrição do que hoje diríamos violência sexual, violência racial, violência animal. O autor, homem bom e reservado, é também bom e reservado, na visualização da desumanidade: o oficial que diz que “preto é como a tartaruga” não é “racista”, mas apenas “um branco mau”.</b><br /><br />Este é também um livro sobre o terrível abandono, sobre a inutilidade, sobre o esquecimento. Sobre o absurdo.<br /><br />Cito, talvez imprecisamente e sem consultar o original, um poema de um dos nossos grandes vates, António Manuel Couto Viana:<br /><br /></span><div><span style="font-size: medium;"><i>“A minha Pátria alçou o braço<br />Pátria pacífica e pequena<br />Baixou-o logo de cansaço<br />Foi Pena<br /><br />“Cedo arrasou a altiva torre<br />Que ergueram todos<br />De mãos dadas<br />Agora sei como se morre<br />Por nada”</i><br /><br /><b>Esta obra, relato de guerra e do pós-guerra, relato da paz e da pós-paz, é também o mapa deste desencanto, dos combates declarados inúteis, dos combatentes declarados redundantes, dos feridos declarados descartáveis, dos órfãos e viúvas declarados dispensáveis, dos mortos declarados inexistentes, por regulamento ou decreto.</b><br /><br /><b>Mas é também uma história, se bem que só esboçada, de reconciliações e de abraços. Abraços e reconciliações às vezes traídos.</b><br /><br />O autor encontra-se, a seguir ao 25 de Abril de 1974, com o cabo-verdiano Antero Alfama, quadro do vencedor político, o PAIGC. Os compromissos feitos pelo último são de transição generosa, de integração de todos os guineenses, sem vinganças ou retaliações, sem tribunais especiais ou valas comuns, sem julgamentos secretos e tiros na nuca, sem o “N’kré vivé”, o processo de choques eléctricos, sem asfixia colectiva, em antigos depósitos de munições. Promessas rasgadas pelo processo “revolucionário” em curso em Bissau, mas sobretudo pela iluminação sanguinolenta de algumas vanguardas.<br /><br />Não vale hoje a pena, se calhar, chorar mais sobre as vidas derramadas, nesse intervalo onde Portugal, independentemente de credos, doutrinas, regimes e pessoas, não fez tudo o que devia, para proteger os que combateram em seu nome.<br /><br />Não valerá a pena chorar mais sobre o “incidente”, que levou à execução de centenas de comandos, milicianos, civis, em Farim, Cumeré, Portogole, Mansabá, a partir de 1974.<br /><br />Não valerá mais a pena chorar sobre a aplicação do artigo 86 da Lei de Justiça Militar do novo partido no poder. Não valerá mais a pena chorar sobre aqueles que preferiram ficar na Guiné, a sua terra, em vez de fugir ou de pedir colocação nas instâncias burocráticas de Lisboa.<br /><br />Não valerá mais a pena chorar por aqueles que aguardavam por oportunidades para continuar a servir a Guiné, ou para serem julgados por crimes de guerra, com todas as garantias e recurso à verdade.<br /><br /><b>Não valerá mais a pena chorar por este processo. Mas será uma vergonha não o lembrar. Será uma vergonha ter vergonha de o lembrar.</b><br /><br />Este livro é também, na tradição dos grandes relatos de combatentes, de tropas de escol ou de guerrilhas, de milícias ou de regimentos fardados a rigor, de irregulares ou de exércitos convencionais, este é também um relato sobre sonhos e premonições, sobre lendas e o outro mundo, sobre conchas mágicas e aparições.<br /><br />É o caso de João Bacar Jaló, que fecha os olhos, e sabe o que vai acontecer nesse dia.<br /><br />Nessa zona da mente onde desembarcamos do sono para o sonho, fazem-se também episódios onde imaginamos a morte, às tantas de tal, sem falta.<br /><br />E lá está ela, pontual no encontro, no fim da picada. Ela, a velha ceifeira, que vem buscar os últimos guerreiros.<br /><br /><b>É também este um relato sobre acções militares das forças especiais, numa guerra que hoje se chamaria “de baixa intensidade”, mas que teve picos próximos de confrontos convencionais, com emprego de todos os meios, da aviação à artilharia, dos meios navais ribeirinhos à ofensiva em linha contra quartéis e bases.</b><br /><br />É, no plano técnico, um bom relato, se bem que parcial e provisório, de incidentes localizados do “nevoeiro da guerra”, com descrições exactas de tácticas e princípios, doutrinas de contra-insurreição e aquilo que a prática, e as lições aprendidas, fazem aos manuais.<br /><br />É a história da missão, talvez impossível, de ganhar corações e espíritos, num conflito subversivo, às vezes de armas combinadas, com os Harvard e os Alouette a zunir sobre as cabeças dos infantes, às vezes continuação de acções de polícia, de missões de assuntos civis, de operações psicológicas.<br /><br />Às vezes, muitas vezes, demasiadas vezes, com “vítimas colaterais”, de um lado e de outro. Como diz o autor, no confronto verbal com o comandante guerrilheiro Pedro Nazi, logo a seguir ao cessar-fogo: “Porque se nas zonas libertadas vocês apresentam mil órfãos, nós também vos mostramos órfãos aqui na zona. O chicote da guerra é comprido, muito comprido” (p.205).<br /><br /><b>Neste sentido, o livro cumpre também o preenchimento da lacuna sobre relatos pessoais, ou de grupo, sobre pormenores operacionais na África Lusófona, do ponto de vista das forças armadas portuguesas e do seu inimigo.</b><br /><br />Essa lacuna, que se foi preenchendo, nas últimas décadas, com documentos e relatórios de estado-maior, com romances de base realista, com fragmentos e com monografias, tem ainda muito poucas contribuições dos militares africanos, de um e de outro lado da barricada.<br /><br />Não seria impensada a criação de uma instituição, no seio da parte da CPLP que directamente viveu as guerras africanas, que pudesse, mais activamente, colmatar a brecha.<br /><br />Oio, Canjambari, Cunacó, Antuane, Cameconde, Bedanda…Nestas páginas pode-se também deambular pela Guiné desconhecida, uma terra onde as famílias, as raízes, os clãs e os laços ultrapassam fronteiras, e se espraiam para além dos estados definidos pelas regras das administrações europeias, ou dos orgulhos nacionais pós-europeus.<br /><br />Este é assim, ainda, num tempo que preza os relatos de viagem e as descobertas das partidas do mundo, uma espécie de introdução à Guiné, à querida Guiné de todos os portugueses, tenham ou não deixado o seu melhor naquela terra.<br /><br /><b>À querida Guiné que – penso poder falar em nome de todos os presentes – continuamos a querer soberana, desenvolvida, feliz e capaz de repartir riqueza pelos seus filhos.</b><br /><br />À querida Guiné que, acima de golpes de estado e revoluções, pronunciamentos e discursos com má pronúncia, sublevações e homicídios, narcotráfico e cleptocracia, ameaças estrangeiras e cancros internos, tem suficientes filhos, talentos e energias para erguer um futuro diferente. Um futuro melhor.<br /><br /><b>Porque este é também um livro para o futuro. Uma espécie de filho do autor, e dos que o ajudaram ao parto intelectual. Um manifesto que lembra, como no desfiladeiro das Termópilas:</b><br /><br /><i>“Estrangeiro, vai dizer a Atenas<br />Que morremos aqui para cumprir a sua Lei”.</i><br /><br />Mas que, para além dessa lápide de sacrifício, afirma ainda, de forma límpida, o principio do amor entre os homens. Da possibilidade de recomeçar, mesmo na mais negra das noites. Da disposição firme de dar a mão a antigos inimigos, de erguer torres em conjunto, de obter a absolvição, e de absolver. Ou, como fizeram os bispos polacos, em 18 de Novembro de 1965, duas décadas apenas depois da grande carnificina, na carta pastoral aos irmãos alemães:<br /><br /><i>“Vimos perdoar, mas sobretudo pedir para ser perdoados”.</i><br /><br /><b>No fim das guerras, na lembrança interior, no armistício sem amnésia, na paz dos bravos, na reparação dos males, na humildade de reconhecer o que se fez, o que se sofreu, o que se poderia ter feito, na disponibilidade para afirmar os seus valores e reconhecer os dos outros, desta forma se fazem os futuros pactos de não agressão, os irmãos e os aliados.</b><br /><br />E assim se alcança, talvez por milagre, a eternidade.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><i><span style="font-size: medium;">(Revisão / fixação de texto, negritos e itálicos: LG) (Com a devida vénia ao autor e ao nosso coeditor Virgínio Briote, que nos facultou o texto.)</span></i></div><div><span style="font-size: medium;">___________</span></div></span></span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br />Nota do editor:</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Último poste da série > 6 de março de 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25243-recordando-o-amadu.html" rel="nofollow">Guiné 61/74 - P25243: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Anexos: V. Listagem das principais atividades nos Gr Cmds "Fantasmas" e "Centuriões" e ainda na 1ª CCmds Africanos</a></span></div>Tabanca Grande Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-13203123515607080052024-03-12T00:30:00.012+00:002024-03-12T00:30:00.127+00:00Guiné 61/74 - P25264: Parabéns a você (2253): SAj Ref da GNR Manuel Luís Rodrigues de Sousa, ex-Soldado At Inf da 2.ª CCAÇ / BCAÇ 4512/72 (Jumbembém, 1972/74)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhXDfTx8Au2_vJhvHoleILb993DluTTJxoVomtqcHL9jnAXAUKfTxcRObCb_JTFKQKTcDC7A3kUmL989V8YGER8dOvxO_xo2kCXy8BvBbQypA5ThsjLNt0mDhrY6D30YrM1f-mD175rf3cChbcvSOSS69sl61_6z05UQUbLQLEHbS3gljV4o3TSQ/s680/0312_MLRSousa.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="416" data-original-width="680" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhXDfTx8Au2_vJhvHoleILb993DluTTJxoVomtqcHL9jnAXAUKfTxcRObCb_JTFKQKTcDC7A3kUmL989V8YGER8dOvxO_xo2kCXy8BvBbQypA5ThsjLNt0mDhrY6D30YrM1f-mD175rf3cChbcvSOSS69sl61_6z05UQUbLQLEHbS3gljV4o3TSQ/s16000/0312_MLRSousa.jpg" /></a></div>
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Nota do editor<br />
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Último poste da série de 8 DE MARÇO DE 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25248-parabens-voce-2252.html">Guiné 61/74 - P25248: Parabéns a você (2252): Cor Art Ref DFA António Marques Lopes, ex-Alf Mil da CART 1690 / BART 1914 (Geba, Banjara e Cantacunda, 1967/69)</a>Carlos Vinhalhttp://www.blogger.com/profile/02513603707400841996noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-50901963200131189842024-03-11T21:34:00.002+00:002024-03-11T21:34:50.597+00:00Guiné 61/74 - P25263: Notas de leitura (1675): Capitães/MFA – A conspiração na Guiné (Mário Beja Santos)<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLWrHHqkAFWsEgMVZEo2PbeFvT2RsWPlyPqbCzVltnJSR9TXcpm6dTCQvL6EnvNivtXY_6row7yuPjuWB70RVeg38i6a05m0_4vJzKs1_cbRzO5xOccrVHxKgZDLA05a-fvwoIT_bOTY7kQ27A8gaUdRgiFkd65xYDsWHWxRJTMFyUZyR1-Vx-yw/s1600/O%20Plourinho.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="496" data-original-width="321" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLWrHHqkAFWsEgMVZEo2PbeFvT2RsWPlyPqbCzVltnJSR9TXcpm6dTCQvL6EnvNivtXY_6row7yuPjuWB70RVeg38i6a05m0_4vJzKs1_cbRzO5xOccrVHxKgZDLA05a-fvwoIT_bOTY7kQ27A8gaUdRgiFkd65xYDsWHWxRJTMFyUZyR1-Vx-yw/s1600/O%20Plourinho.jpg" /></a></div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIhTsrd_QYSb1uPEUZYSimho4b6Y0zuxcYGlWwild0uz-WC_JPmRicedPqVK4h7xE0RBB1jNtMXdQWnr5sVyYAJfGZR4vz6eoEmmEJNoWVxWCYAZA6GUv9cTDlJ12qUSH0WJocGa_00ca5XS8hmImZRj0Cxqj39ReRARIfvicOVs0TGYlQ7lI/s198/Beja%20Santos-7.jpg" style="background-color: #f2ead3; clear: right; color: #e53319; float: right; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 12.87px; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="198" data-original-width="161" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIhTsrd_QYSb1uPEUZYSimho4b6Y0zuxcYGlWwild0uz-WC_JPmRicedPqVK4h7xE0RBB1jNtMXdQWnr5sVyYAJfGZR4vz6eoEmmEJNoWVxWCYAZA6GUv9cTDlJ12qUSH0WJocGa_00ca5XS8hmImZRj0Cxqj39ReRARIfvicOVs0TGYlQ7lI/s1600/Beja%20Santos-7.jpg" style="border: none; position: relative;" /></a><b><span style="font-size: large;">1.</span> Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, <a href="https://arquivo.pt/wayback/20150605213755/http://www.ensp.unl.pt/luis.graca/guine_guerracolonial17_mapa_Bambadinca.html" style="color: #e53319; text-decoration-line: none;">Missirá, Finete e Bambadinca</a>, 1968/70), com data de 8 de Setembro de 2022:</b><br />
<br /><b><i>
Queridos amigos, <br />
O tema está longe de ser novo, já foi pelo menos abordado o longo depoimento de Carlos Matos Gomes e Jorge Golias, aqui reproduzidos</i>.<sup>[1]</sup><i> <br />
O Coronel Duran Clemente elenca as sucessivas etapas da constituição do núcleo dinamizador e como ele evoluiu até agregar as unidades fundamentais sediadas em Bissau, dos três ramos das Forças Armadas. Não se reproduzem aqui os textos de Moisés Cayetano Rosado sobre Salgueiro Maia pois igualmente já se fez recensão do livro que o investigador dedicou ao capitão de abril; as considerações de Mário Moitinho Pádua sobre o colonialismo português também já apareceram numa recensão dedicada ao seu livro. <br />
<br />
Um abraço do <br />
Mário</i></b><br /><br />
<br /><b><span style="font-size: large;">
Capitães/MFA – A conspiração na Guiné</span><br />
<br /><span style="font-size: medium;">
Mário Beja Santos</span><br />
<br /><span style="font-size: large;">
O</span> boletim n.º 86 deste ano da revista “O Pelourinho”, da Deputação de Badajoz é dedicada ao estudo de conflitos coloniais. O seu diretor, Moisés Cayetano Rosado convidou vários intervenientes portugueses, como Duran Clemente, Mário Moutinho Pádua ou Luís Farinha, além de ele próprio ter dedicado um texto à consciencialização do Capitão Salgueiro Maia, a quem dedicou um trabalho que já está traduzido em português.<br />
<br />
Duran Clemente, hoje Coronel reformado, tece uma apreciação sobre a conspiração na Guiné que acaba por completar e confirmar depoimentos de Carlos de Matos Gomes e Jorge Sales Golias, aqui já apresentados no blogue.<br />
<br />
Tudo terá começado com a reação e repúdio dos oficiais do quadro permanente ao Congresso dos Combatentes do Ultramar. Escreve textualmente o autor:<br />
<i>“Almeida Bruno, Dias de Lima, Manuel Monge, Otelo Saraiva de Carvalho e outros, puseram ocorrente o general Spínola do descontentamento que apoderou dos oficiais em geral. Tratava-se de um congresso que mais não era do que uma encenação do governo com aproveitamento de antigos oficiais milicianos. Este descontentamento chegou a Lisboa, chegou também a Ramalho Eanes, Hugo dos Santos e a Vasco Lourenço, que encabeçavam na metrópole um vasto movimento de protesto. 400 assinaturas de oficiais do quadro permanente assinaram em Bissau”</i>. <br />
Enviou-se mesmo um telegrama para o Porto a partir de Bissau em que os subscritores diziam taxativamente que se consideravam totalmente alheios às conclusões do congresso. Duran Clemente chegara a Bissau a 28 de julho de 1973. Começaram as reuniões no Agrupamento de Transmissões, presentes Jorge Golias, Duran Clemente, Matos Gomes, Jorge Alves, José Manuel Barroso, este capitão miliciano. Debruçaram-se sobre um documento que Duran Clemente tinha feito à hierarquia militar e distribuído no Congresso de Oposição Democrática em Aveiro. Com consentimento dos presentes criou-se um núcleo dinamizador, assumiu-se como prioridade editar um documento destinado a todos os oficiais, no sentido de os sensibilizar para o que se estava a passar. É nesta fase em que se procura endereços de todos os oficiais em serviço na metrópole ou nas colónias que é publicado o <a href="https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/decreto-lei/353-1973-421424">Decreto-Lei n.º 353/73</a>, que facultava a entrada de oficiais do Quadro Especial de Oficiais no quadro permanente através de curso intensivo na Academia Militar. <br />
<br />
Iniciava-se uma fase de grande protesto, fora um tremor de terra que pôs este núcleo em ação e os oficiais começaram a reunir na sala de jogos do Clube Militar, efetuaram-se 4 reuniões no espaço de 8 dias, 3 delas no Agrupamento de Transmissões. Elaborou-se uma carta protesto assinada por 46 capitães a que se juntaram ainda as de 4 subalternos. Na metrópole, começara a haver reuniões de capitães; em setembro, foi eleita a 1.ª Comissão Coordenadora do Movimento de Capitães da Guiné. Houve informação da reunião de Évora, que se realizou em 9 de setembro, onde se encontraram mais de 130 oficiais do quadro permanente. Em Bissau entendeu-se dar conhecimento ao Comandante Militar da existência de reuniões. O Brigadeiro Alberto Banazol deu a devida autorização para se reunirem na Biblioteca do Quartel General. Banazol mostrou-se cordial e convidou-os para um jantar volante em sua casa, jantar que teve um final conturbado por ter havido intervenções acaloradas, chamava-se à atenção dos altos comandos que se estava a deixar resvalar para um caso semelhante ao da Índia. O oficial general mostrou-se evasivo e acabou por ser vítima de si próprio, em 25 de abril não quis mostrar que estava do lado dos capitães e até do seu irmão, o Tenente-Coronel Luís Ataíde Banazol.<br />
<br />
Entrara-se numa atmosfera conspirativa, procurava-se angariar o maior número possível de adeptos. A Marinha aderiu em força, a Força Aérea destacou sempre em Jorge Alves e Faria Paulino e depois Sobral Bastos e o paraquedista Albano Pinela. No mês de outubro, Duran Clemente efetuou uma reunião com 14 oficiais pilotos-aviadores do quadro permanente, acompanhado de Faria Paulino. Constituiu-se igualmente o Movimento de Oficiais Milicianos, os seus principais mentores eram os alferes Barros Moura e Celso Cruzeiro, e o Capitão Miliciano José Manuel Barroso. Há a reunião de Óbidos em 24 de novembro de 1973, punham-se 3 hipóteses, a conquista do poder para uma Junta Militar criar no país as condições que possibilitem uma verdadeira expressão nacional, dar oportunidade ao governo de legitimar perante a nação perante eleições livres precedidas de um referendo sobre a política ultramarina, utilizar reivindicações exclusivamente militares como forma de alcançar o prestígio do exército e depressão sobre o governo. <br />
<br />
E escreve Duran Clemente:<br />
<i>“A decisão de que na Guiné também optaríamos pela tomada do poder pelas armas já estava tomada há muito; daríamos, no entanto, a possibilidade à hierarquia militar para se pronunciar. Quem não estivesse connosco seria devolvido a Lisboa. No caso de insucesso das operações pelo Movimento em Portugal a nossa estratégia era a tomada do poder na mesma. Para isso, tínhamos de ter o completo domínio do comando em todos os setores e ramos das nossas Forças Armadas, instaladas no teatro de operações da Guiné. Iriamos ter.”</i> <br />
Houve alguns momentos de aflição, houve que travar a ansiedade do Tenente-Coronel Banazol que queria tomar o poder ocupando o Palácio do Governo.<br />
<br />
E assim se chegou ao 25 de Abril. Tanto o Comandante-Chefe como o Comandante-Militar não aderiram ao Movimento. A Companhia de Polícia Militar tomou pacificamente as instalações do Comando-Chefe, Bettencourt Rodrigues seguiu uns dias depois por avião para Lisboa. O MFA colocou o Almirante Almeida Brandão como Comandante-Chefe interino e o Major Mateus da Silva como representante da Junta de Salvação Nacional, até 7 de maio, data em que chegou o Tenente-Coronel Carlos Fabião graduado em Brigadeiro, vinha ocupar as funções de Governador da colónia.<br />
<br />
O depoimento de Duran Clemente traz um anexo com a síntese das reuniões havidas em agosto de 1973.</b><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgttkp_htiw7u644kuL2qBK2zHJNvMcgtRyFAFcSP_N58bOt1cBy7ojQWcQn84_CmEpwPncrsbUlo1x3wEbgKq5DEfOF5MOXbW8qk9hv5ko7YEJ0FFpRsjQl357O3fK9T-AJbOQKWQkvbryg-vKDlhhoukqIsthAwJx38BRk0T-JWYKclocCSLuMA/s1600/Manuel%20Dur%C3%A3o%20Clemente.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="472" data-original-width="407" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgttkp_htiw7u644kuL2qBK2zHJNvMcgtRyFAFcSP_N58bOt1cBy7ojQWcQn84_CmEpwPncrsbUlo1x3wEbgKq5DEfOF5MOXbW8qk9hv5ko7YEJ0FFpRsjQl357O3fK9T-AJbOQKWQkvbryg-vKDlhhoukqIsthAwJx38BRk0T-JWYKclocCSLuMA/s1600/Manuel%20Dur%C3%A3o%20Clemente.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;"><b>Manuel Duran Clemente</b></div>
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAQ39rqDBe4KPA0BJhTDX6UijJft9cSmXVv7GTc-FgC7KAf_gQQRKYE3CC4WxuAhZVe2Xq53-_nTkgaRpGMGuEjg5BwvlxIMNP2eQQ6X-z_-8aAdkiBOxtcUiYQONztw2YPdcPrWjAqxpyaoie4Od7sEQbBUKA4G4VzBXcK4zKz7D8rtdTNyZw-Q/s1600/Salgueiro%20Maia.jpg" style="display: block; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="605" data-original-width="421" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAQ39rqDBe4KPA0BJhTDX6UijJft9cSmXVv7GTc-FgC7KAf_gQQRKYE3CC4WxuAhZVe2Xq53-_nTkgaRpGMGuEjg5BwvlxIMNP2eQQ6X-z_-8aAdkiBOxtcUiYQONztw2YPdcPrWjAqxpyaoie4Od7sEQbBUKA4G4VzBXcK4zKz7D8rtdTNyZw-Q/s1600/Salgueiro%20Maia.jpg" /></a></div>
____________<br />
<br />
Notas do editor:<br />
<br /><b>
[1] - Vd. post de 21 DE FEVEREIRO DE 2014 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2014/02/guine-6374-p12751-notas-de-leitura-566.html">Guiné 63/74 - P12751: Notas de leitura (566): A descolonização da Guiné: Depoimentos de protagonistas - Parte 4 de 4 (Mário Beja Santos)</a><br />
<br />
Último post da série de 9 DE MARÇO DE 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25254-notas-de-leitura-1674.html">Guiné 61/74 - P25254: Notas de leitura (1674): O Santuário Perdido: A Força Aérea na Guerra da Guiné, 1961-1974 - Volume II: Perto do abismo até ao impasse (1966-1972), por Matthew M. Hurley e José Augusto Matos, 2023 (15) (Mário Beja Santos)</a></b>Carlos Vinhalhttp://www.blogger.com/profile/02513603707400841996noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-57441600166091830522024-03-11T15:34:00.004+00:002024-03-11T15:40:10.635+00:00Guiné 61/74 - P25262: Convívios (982): 55º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha: Algés, quinta feira, 14 de março de 2024 ... Uma das novidades é a presença pela primeira vez dos "nova-iorquinos" João Crisóstomo e a filha Cristina<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuqBgaDie7xoC86qL88mgsMD_MWM_zESJVlWF7TCJqzzc7sjE4Fo9L-BY-9VhPs1586Hh3Xs63AetHf7YCCcIjd-Ez2vUcRtS1AHXosW8rTlRjRZTIqztnfZFo24PvbBOLwWAvsAlul2bUBpgX4T0LjzrE0LtP9vMQ3essLyu0QzIK2EmHIYhB/s1284/Tabanca%20da%20Linha_Convivio_24mar2024_v2.jpg"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuqBgaDie7xoC86qL88mgsMD_MWM_zESJVlWF7TCJqzzc7sjE4Fo9L-BY-9VhPs1586Hh3Xs63AetHf7YCCcIjd-Ez2vUcRtS1AHXosW8rTlRjRZTIqztnfZFo24PvbBOLwWAvsAlul2bUBpgX4T0LjzrE0LtP9vMQ3essLyu0QzIK2EmHIYhB/w480-h640/Tabanca%20da%20Linha_Convivio_24mar2024_v2.jpg" /></span></a></div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;"><br />Lista (ainda provisória) dos inscritos para o 55º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, no próximo dia 14 de março de 2024, quinta-feira, em Alges (*) </span></span><div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></span></div><div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">Acrescente-se que o camarada Manuel Lietão e o filho Pedro vêm de Mafra. E a filha do João Crisóstomo está a viver e a trabalhar em Lisboa... Enfim, também o nosso régulo Manuel Resende diz que <i>o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca da </i></span></span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i>Linha... é Magnífica. </i></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Inscrições ainda se aceitam até à véspera...</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Manuel Resende ></b></span><b style="font-family: georgia; font-size: large;">Tel - 919 458 210</b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">manuel.resende8@gmail.com<br />magnificatabancadalinha2@gmail.com</span><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;"><br /><br /><br /><div style="text-align: center;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-1-XLr-K9B4s/YTEwQFDGUlI/AAAAAAABhi8/FATMJaTNht4-YnqbQ4HHCd6WV8lymBKfACLcBGAsYHQ/w400-h371/Lourinha_Porto_Barcas_Joao_Crisostomo_1jul2017_LG_P1400942%2B-%2BBone_Timor_Leste.JPG" /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"> <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Jo%C3%A3o%20Cris%C3%B3stomo">João Crisóstomo,</a> </span><span style="text-align: left;">membro da nossa Tabanca Grande, com cerca de 220 referências no blogue, luso-americano, a viver em Queens, Nova Iorque, ativista social, <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Tabanca%20da%20Di%C3%A1spora%20Lus%C3%B3fona">régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona</a>, ex-alf mil inf, CCAÇ CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), recentemente galoardo com o prémio Tágides 2023 (Categoria "Portugal no Mundo")</span></div><div><span style="font-family: georgia; text-align: left;"><b><br /></b></span></div></span><span style="font-family: georgia;"><br /><br /><b>1. Mensagem do João Crisóstomo, feito recentemente também membro da Tabanca da Linha, e que vai participar (pela primeira vez) no próximo 55º almoço-convívio (mensagem <a href="https://www.facebook.com/groups/1541868166066935/posts/3610342495886148/" rel="nofollow">publicada em 28 de fevereiro último na página do Facebook da Magnífica Tabanca da Linha</a>):<br /></b> <br />Data - domingo, 18/02/2024, 06:52<br /> <br />Caros Luís Graca, Manuel Resende e todos os meus camaradas/irmãos reunidos neste encontro de 22 de Fevereiro (**).<br /><br />Tenho-vos inveja! Porque têm hoje uma possibilidade que a mim me é negada: a de poder dar um apertado abraço a indivíduos que nem conheço, mas que uma mesma experiência, já longínqua mas sempre presente, nos fez irmãos.<br /><br /> Aproveitem bem esses momentos, que esperançosamente se hão de repetir, mas que serão sempre diferentes. As razões e motivos destes encontros,... esses são sempre os mesmos e não preciso estar a ensinar a quem os conhece igual ou melhor do que eu. Aproveite-nos bem, é tudo quanto vos desejo. <br /><br />Permito-me sugerir que no vosso "minuto de silêncio", que acredito fazem pelos camaradas que já nos deixaram, incluam aqueles que "ainda estamos por cá", especialmente os da zona abrangida pela Tabanca da Linha, que por qualquer razão, como distância física, saúde e outras considerações gostariam de estar presentes, mas não o podem fazer. Amizade é solidariedade também.<br /><br />Vou a Portugal brevemente. Se algum de vocês me quiser dar a satisfação de um abraço… sei que será, pelo menos para mim momento de emoção grande pois, como à saudade, o tempo e distâncias a fazem maior.<br /><br />No caso de estar aí algum dos nossos camaradas José Belo, José Teixeira, José Braz, Miguel Rocha, António Carvalho, José Ferreira da Silva e João Carlos Silva, que celebram este mês “MAIS UM”,…. as minhas saudações e votos de saúde, bem estar e tudo o mais que desejem. Sei que a alguns destes já enviei uma mensagem no blogue, mas abraços destes nunca são demais. <br /><br />Entretanto, mesmo virtual, a todos um abraço grande, como grande é a amizade que a todos nos une.</span></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br />João Crisóstomo <br />Nova Iorque<br /><br />______________</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Notas do editor:</span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br />(*) Último poste da série > 9 de março de 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25255-convivios-981-55.html">Guiné 61/74 - P25255: Convívios (981): 55º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha: Algés, quinta feira, 14 de março de 2024</a></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">(**) 24 de fevereiro de 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/02/guine-6174-p25206-convivios-979-54.html" rel="nofollow">Guiné 61/74 - P25206: Convívios (979): 54.º almoço-convívio da Tabanca da Linha, levado a efeito no dia 22 de Fevereiro, em Algés... Palmas, isso sim, para o magnífico régulo, o Manuel Resende, que com o seu ar discreto mas sempre com grande eficiência "monta e desmonta este bivaque" - II (e última ) Parte</a></span></div></div></div></div>Tabanca Grande Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29087476.post-24625978250855648902024-03-11T01:24:00.192+00:002024-03-12T08:49:25.054+00:00Guiné 61/74 - P25261: Contos com mural ao fundo (Luís Graça) (21): O pão que o diabo amassou<p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: large;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-G7z35l_A0DE/VUuVvkWmfAI/AAAAAAABZp4/r-Hv_FEHRDE/s1600/Guine_Ponte_Caium_cristina2_1.jpg" style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia;"><img border="0" height="534" src="http://3.bp.blogspot.com/-G7z35l_A0DE/VUuVvkWmfAI/AAAAAAABZp4/r-Hv_FEHRDE/s640/Guine_Ponte_Caium_cristina2_1.jpg" width="640" /></span></a></span></p><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Setor de Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > Destacamento da Ponte de Caium, guarnecido pelo 3º grupo de combate, "Os fantasmas do leste". Na foto, o sold Cristina, municiador do morteiro 81, que as circunstâncias obrigaram a tornar-se padeiro... Como muitos outros, espalhados pelos duzentos e tal aquartelamenntos e destacamentos da Guiné..."A necessidade faz o órgão"... Mas esta história que aqui se conta não tem nada a ver diretamente com ele..., apesar de ter descoberto na ponte Caium a sua vocação e ter continuado a ser padeiro pela vida fora.</span></div><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium; text-align: left;"><br />Foto: © Jacinto Cristina (2010). Todos Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]</span></span></p><p style="text-align: center;"><br /></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: large;"><b><span>Contos com mural ao fundo (21) > </span><span> O pão que o diabo amassou </span></b></span></p><span style="font-family: georgia;"><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div><span><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;"><i>por Luís Graça</i></span></b></div><b style="font-size: large;"><br /><br /></b></span></span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>− </b><span><span><b><span>“Duque de Palmela”, imaginem!, foi a alcunha que me puseram na tropa.</span></b></span></span></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><span><br /></span></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><span>Muitos militares tinham como alcunhas os nomes das terras donde provinham. Assim era mais rápido distinguir os Silva, os Santos, os Ferreiras, os Carvalhos, etc. , em cada pelotão ou companhia. E sempre era mais fácil do que fixar o número mecanográfico, que na realidade ninguém sabia de cor, nem o próprio… Andava-se com ele ao pescoço numa medalha metálica, picotada:</span></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>− Em caso de um tipo lerpar, cortavam uma metade e entregavam-na ao cangalheiro..., não fosse mais tarde haver troca de urnas </b><b>− esclareceu o meu interlocutor.</b><b><br /><br /><span>Santos era o seu nome, um antigo 1º cabo atrador de infantaria, que se emocionava uando falava da Guiné: dos camaradas que lá ficaram, uma boa meia dúzia; dos que regressaram e que ele nunca mais voltou a ver: "da fome e da sede que raparam"; dos “embrulhanços”, das emboscadas no mato, das minas nas colunas logísticas, dos ataques e flagelações aos aquartelamentos, destacamentos e tabancas… </span></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><span><br /></span></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><span>Emocionava-se ao falar do pão que amassou e cozeu em fornos, quase sempre improvisados… E, claro, das “beijudas”… E ainda da sorte que, afinal, só teve na guerra, ao trocar a G3 pela amassadeira e a </span></b><b><span>pá de padeiro...</span></b><b><br /><br /><span>Ainda se emocionava, enfim, quando falava da sua infância e adolescência, marcadas pela pobreza e pela orfandade.</span><br /><br /><span>− Camarada, comi o pão que o diabo amassou!... Pode escrever aí!</span><br /><br /><span>Nasceu nas faldas da serra da Arrábida, perto da Quinta do Anjo, no concelho de Palmela. O pai, J. Santos, era de origem beirã, nascido "lá para as bandas da Serra da Estrela", em Gouveia. Fixou-se por ali, com a família, no início dos anos 30. Era pastor, quando, no período da II Guerra Mundial, foi chamado a cumprir o serviço militar obrigatório. Mobilizado pelo RI 11, em Setúbal, esteve como expedicionário, na ilha do Sal, em Cabo Verde. </span></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><span><br /></span></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>− </b><span><span><span><b>Rapou fome e sede, apanhou o escorbuto por falta de fruta e legumes frescos, e nunca mais ficou bom dos pulmões. Regressou em 1943, casou em 1944, e teve o seu primeiro filho em 1945, que fui eu. </b></span></span><br /><span><b><span><br /></span><span>Filho e neto de pastores, o J. Santos pastor continuou a ser, em regime de "parceria pecuária": tinha um rebanho de ovelhas que não era seu, era do patrão, um fabricante de queijo de Azeitão, um dos fundadores da cooperativa local nos anos 40.</span><br /><br /><span>No final do ano tinha direito a algumas crias que podia vender, mais tarde, como borregos, machos, em especial na altura da Páscoa, em que havia maior procura. O seu salário-base era uma miséria. Nunca conseguiu chegar a ter um rebanho seu.</span><br /><br /><span>Analfabeto, descobrirá, por si mesmo, a importância que era saber ler, escrever e contar. Em Cabo Verde, tinha que pedir ao seu 1º cabo, um rapaz do seu distrito, para lhe ler as cartas que recebia da namorada e dar-lhe a resposta na volta do correio (que só era de tantos em tantos meses, quando o barco lá passava).</span></b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b><span><br /></span></b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b><span>De regresso à terra, casou e jurou a si mesmo que os seus filhos, se os tivesse e fossem machos, teriam que ir à escola, custasse o que custasse. Só teve rapazes e todos fizeram a 4ª classe, ou andavam na escola quando ele morreu, cedo, aos 38 anos... De uma pneumia, mal curada. </span></b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b><span><br /></span></b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b>− Nunca ficou bom da</b><b><span> 'doença dos pulmões' que trouxera da ilha do Sal, dizia-nos a nossa mãe.</span></b></span><br /></span></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span><span><b>Deixou viúva e 4 filhos menores. Estamos em 1958, o ano do ciclone político chamado general Humberto Delgado. Salazar continuaria sentado na cadeira do poder, mas o país nunca mais voltaria a ser o mesmo: no final dos anos 50 tinha começado a grande debandada rural…(Um em cada dois portuguesees ainda vivia na sua aldeia.)<br /><br />O “Duque de Palmela”, o M. Santos, era o mais velho dos quatro irmãos. Tinha 13 anos. A mãe, viúva, ficou desamparada. Pouco ou nada tinha de seu. Vivia num casebre, com cobertura de colmo (como nase tabancas da Guiné!), paredes meias com o rebanho, numa propriedade do patrão e, por esmola, lá continuou a viver com um pequeno pedaço de horta que lhe dava uma mancheia de batatas e couves…<br /><br />Naquele tempo não havia Segurança Social. A não ser para uma minoria privilegiada de trabalhadores da indústria e serviços, cobertos pelas caixas de previdência, criadas no âmbito do sistema corporativo do Estado Novo. </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b>Os portugueses estavam então divididos em três categorias sociais, conforme o rendimento: pensionistas, porcionistas e… indigentes. Só estes, uma espécie de párias, tinham direito a internamento hospitalar gratuito nos hospitais públicos que de resto se contavam pelos dedos </b></span></span><b>(Hospitais Civis de Lisboa e poucos mais...). </b></span></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></b></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Hospital queria dizer, até então, local onde se acolhiam doentes pobres. Só os pobres iam para os hospitais para serem tratados e, em muitos casos, morrer. Os ricos tratavam-se e morriam... em casa.</span></b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br />O “Duque de Palmela” pegou numa sacola de serapilheira e aos treze anos, “homem já feito”, não teve outro remédio senão o de estender a mão à caridade dos ricos e remediados, metendo-se ao caminho para arranjar o sustento da família.<br /><br />− Não tenho vergonha de o contar aos meus netos que hoje vestem roupas de marca, e têm, cada um, o seu belo carro: uma rapariga que ainda anda na universidade e um rapaz, que já ajuda o pai, na administração da Panificadora, depois de tirar o curso de gestão hoteleira ou coisa parecida.<br /><br />Bateu casais e aldeias nas faldas da serra, desde Azeitão e Quinta do Anjo até à vila de Palmela, "estendendo a mão à caridade". Ao fim do dia sempre havia algum pão, queijo, chouriço, toucinho, etc., para fazer o caldo, e meia dúzia de tostões, para além da fruta e legumes que ia surripiando, aqui e acolá, à beira dos caminhos.<br /><br />− Roubar para matar a fome não é </b></span></span><b style="font-family: georgia; font-size: large;">crime, camarada... Os meus netos, uma vez, espantados, perguntaram-me se eu tinha passado fome… E eu respondi-lhes: ‘Não, meus queridos, eu, a vossa avó e os vossos tios não morremos de fome, graças a Deus… mas passámos muitas necessidades’… O que é diferente.</b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br />E, em jeito de conclusão, acrescentou:<br /><br />− A roupa que tínhamos no corpo, aos mais novos, que ainda andavam na escola, valeu-nos a distribuição do pão, queijo e leite da Cáritas, para além do vestuário e do calçado em 2ª mão. Mas eu, aos 13 anos, fiquei conhecido como o “pé descalço”, porque as únicas botas que tinha, no tempo do meu pai, deixaram-me de servir…<br /><br />− Camarada Santos, quantas histórias iguais à tua (vamos lá tratarmo-nos por tu como camaradas que fomos, pode ser ?!) não poderiam contar muitos de nós que passámos pela Guiné ? Éramos um país de pobreza envergonhada! – interrompi eu.<br /><br />− Diz bem, ou dizes bem, camarada: pobreza envergonhada!... Nos primeiros dias e semanas, custa muito um gajo estender a mão à caridade dos outros.. E eu já não era uma criança inocente… Corava de vergonha e baixava os olhos quando eram raparigas ou jovens mulheres que me vinham abrir a porta…<br /><br />Depois a mãe pô-lo a trabalhar, por volta dos 14 anos. Teve vários ofícios. Andou a trabalhar à jorna no campo, na debulha do trigo, e foi aprendiz de moleiro. Só não quis ser pastor como o pai. Na altura cultivava-se muito cereal por aquelas bandas, e não faltavam também moinhos de vento.<br /><br />Até que por volta dos 16 anos arranjou trabalho como ajudante de forneiro numa panificadora, num dos concelhos vizinhos. Comprou uma “pasteleira” em segunda mão, ia e vinha todos os dias de bicicleta, fizesse sol ou chuva… Cerca de 20 e tal quilómetros, ida e volta.<br /><br />Ainda se cozia o pão a lenha, nessa época, só mais tarde vieram os fornos a eletricidade e depois a gás. A ver os colegas a amassar, a estender a massa, a cortar e a enfornar, depressa aprendeu o ofício de padeiro. De resto, a sua mãe também fazia pão em casa, com sobras da farinha do moleiro ou da Cáritas. Foi com ela que aprendeu mais alguns pequenos segredos da arte de padeiro.<br /><br />Aos vinte anos foi chamado para a tropa. Pela primeira vez, saiu da região: a viagem que tinha feito mais longe fora até Setúbal. Lisboa ficava na outra margem do rio Tejo, e ele nunca tinha andado de barco. Mais longe era ainda o Porto, aonde se chegava de comboio.<br /><br />Deram-lhe a especialidade de atirador de infantaria, foi mobilizado para a Guiné, formou companhia no Campo Militar de Santa Margarida. E numa madrugada fria de inícios do ano de 1966 chegou de comboio ao Cais da Rocha Conde de Óbidos para embarcar, com a sua companhia, independente.<br /><br />Na instrução da especialidade, o M. Santos foi o primeiro classificado em quase tudo. Ninguém o batia na carreira de tiro, com a G3, nem os oficiais do quadro permanente que vinham da Academia Militar, e que tinham muito mais treino. </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>Nas provas físicas, era o campeão. Fazia uma marcha de 30 quilómetros, quase a brincar, deixando a “concorrência” a grande distância. Baixo, entroncado, com um boa caixa de ar, era o típico militar português, de origem rural, capaz de sobreviver a muitas provações e até desaires.</b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>Vaticinava o segundo comandante da companhia, que tinha feito o “curso de operações especiais” em Lamego, ao mesmo tempo que evocava o exemplo do "Palmela" (mais tarde, já na Guiné, "Duque de Palmela"):<br /><br />− Na hora do combate, debaixo de fogo inimigo, o “Palmela” será o primeiro a reagir, de pé, sem medo, o peito feito às balas… Nos ataques ao quartel, será o primeiro a saltar para as valas e a varrer o inimigo na orla da mata, ou junto ao arame farpado… À bazucada ou com tudo o que tiver à mão!...<br /><br />− E assim foi – confirmou o “Duque de Palmela” −, na primeira emboscada que tivemos, logo numa das primeiras colunas logísticas, uma vez que fomos buscar mantimentos a Buba, eu fui o único que fiz fogo de pé, a varrer o capim… Valeu-me o capitão, a meu lado, que me obrigou a amochar os cornos… </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">− Ah!, valente</span></b><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">!...</span></b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>− </b><span><span><b>E no primeiro ataque a um dos nossos destacamentos, fui eu e o capitão que manobrámos o morteiro 81, o capitão punha as granadas, descavilhadas, e eu aguentava o tubo com o ombro… No meio daquela confusão toda, não tínhamos o tripé, só o prato.</b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b><br /></b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b>Ainda chegou a ser "aliciado" para os comandos:</b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b><br />− Chumbaram-me nos psicotécnicos, não sei porquê. Com números e letras é que nunca fui bom na tropa. Tirei a 4ª classe à rasquinha, não tenho vergonha de o dizer.<br /><br />− E para os paraquedistas ? – atrevi-me eu a sugerir.<br /><br />− Para os paraquedistas, nem pensar. Nunca me deu bem com as alturas! – explicou ele.<br /><br />Ainda em Santa Margarida foi abordado por um oficial, português, com brilhante currículo em África, um dos heróis de Angola em 1961. O Santos disse-me o nome, mas por razões óbvias não o vou aqui citar. Andava ele, mais um cabo miliciano, e um primeiro sargento, a recrutar futuros voluntários para a Rodésia, a África do Sul e até para o Vietname.<br /><br />− 'No caso de regressares com vida e saúde, como esperamos, finda a tua comissão na Guiné, tens aqui o meu contacto. Podemos fazer um pré-contrato. Se quiseres, assinas já, sem compromisso’… Esperamos por ti! − disseram-me eles, à despedida.<br /><br />Para o “Duque de Palmela” era a sua independência económica, " o prémio da lotaria" que nunca lhe calhara, porque também "nunca tivera dinheiro para jogar”!, exclamou ele, com um brilhozinho nos olhos.<br /><br />Sobretudo, no Vietname, um 1º cabo de infantaria era capaz de ganhar tanto ou mais do que um capitão na Guiné, garantia-lhe um dos engajadores.<br /><br />Começou a fazer contas por alto, e a ficar baralhado com os números. A cabeça nunca mais teve sossego. O risco era “um gajo lerpar e ficar por lá”. Mas isso também podia acontecer na Guiné, logo aos primeiros tiros. Era só preciso “confiar na estrelinha da sorte” e “rezar, todas noites, ao anjo da guarda", conforme a mãe lhe recomendara.<br /><br />Confessou-me que nessa altura nunca ou raramente pensava na morte.<br /><br />− Quando um gajo tem 20 ou 21 anos, não pensa sequer na morte. Tem a vida toda à frente dele. </b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>− É verdade... </b><span><span><b>E nem sequer é capaz também de imaginar o sofrimento daqueles que o amam… e que estão longe, à espera de uma carta ou de um aerograma!<br /><br />Por outro lado, quando embarcou em Lisboa, com destino à Guiné, os seus sentimentos eram muitos diferentes de boa parte dos seus camaradas:<br /><br />− Para alguns deles</b></span></span><b> era como ir para a forca! Outros iam com cara de enterro. </b></span><b style="font-family: georgia; font-size: large;">Havia até quem chorasse baba e ranho. Havia-os já casados e já com filhos… Eu até compreendia, Mas, para mim, não!... Solteiro, sem compromissos...</b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> </b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;">E explicou-se melhor: </b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;"><br /></b></div><div><b style="font-family: georgia; font-size: large;">−</b><b style="font-family: georgia; font-size: large;"> N</b><b style="font-family: georgia; font-size: large;">ão vou dizer que fiz uma festa a bordo, longe disso... Mas não conseguia esconder que estava algo excitado com a ideia de ir para a a guerra, a milhares de quilómetros de casa.</b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br />− Excitado ?!... Mas também com saudades, não ?!...<br /><br />− Claro, tive saudades da minha mãe e irmãos, ficaram cá dois para ajudá-la. O outro, a seguir a mim, já tinha cavado para França, a salto, e mandava-nos algum dinheiro.<br /><br />E depois fez-me uma confidência:<br /><br />− Nunca contei isto a ninguém, muito menos à família. Eu parecia um puto a quem deram um brinquedo, neste caso a G3. Mal comparado, era como o cão de caça, um perdigueiro, excitado pela algazarra dos homens e animais, antes dos caçadores e das matilhas largarem para a caça…<br /><br />−És ou foste caçador ?<br /><br />− Tenho poucos vícios, mas este é um deles…<br /><br />− Em suma, convenceram-te que eras um bom soldado e um grande português!<br /><br />− E era, sem peneiras! Oxalá todos fossem como eu, ontem e ainda hoje! A vida foi-me madrasta até aos vinte e tal anos, mas depois compensou-me. </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">− ... Compensou-te ?!</span></b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>− Sim, p</b><span><span><b>osso bem dizê-lo: passei um terço da minha vida, até aos vinte e tal anos, a viver mal e porcamente, </b></span></span><b> a comer o pão que o diabo amassou… E os outros dois terços a viver menos mal, graças a Deus. Claro, a trabalhar 12 horas e mais por dia na Panificadora…</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br />A sua ideia fixa era ganhar dinheiro, "manga de patacão", para depois montar o seu negócio quando voltasse:<br /><br />− Estava a apontar lá para os 30 anos… Nessa altura, arrumava a farda, a espingarda automática, as cartucheiras e as botas… Juntava o pé-de-meia de soldado da fortuna e regressava à terra, casava-me, constituía família, tornava-me um gajo decente, comprava um carro… Abria um café com fabrico próprio de pastelaria, em Palmela ou nas terras próximas…<br /><br />Está grato a duas pessoas que lhe tiraram da cabeça “essa maldita ideia de ir para a África do Sul ou para o Vietname”. </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>Estava a ser uma obsessão. Nos primeiros tempos de Guiné, não se coibiu de partilhar o “segredo” com alguns dos seus camaradas mais próximos. Não sabe bem porquê, nem exatamente quando, começou a convencer-se de que poderia ficar “rico” se enveredasse pela vida de “mercenário” ou “legionário”. Impacientava-se, ainda tinha quase dois anos pela frente até acabar o raio da comissão na Guiné. </b></span><br /><span><b><br /></b></span><span><b>Chegou a mesmo a arquitetar um plano para “desertar”, fugindo para a Guiné-Conacri. Afinal, a fronteira era ali tão perto. Bastava, numa noite de luar, ir à tabanca, e não voltar ao quartel, despedir-se da sua “beijuda” e, por volta das 3 da madrugada, rezar ao seu anjo da guarda e… zarpar!<br /><br />Começou a estudar os trilhos que levavam à fronteira, em Aldeia Formosa, e que eram conhecidos dos gilas, os comerciantes ambulantes. O problema é que não tinha nenhum mapa do país vizinho. E depois havia a língua, as comunicações, os transportes, os papéis, o risco de ser apanhado pelo PAIGC ou pelas autoridades da Guiné-Conacri… </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>− </b><b>E, claro, encostado a um poilão para me limparem o sebo, como fizeram a alguns desgraçados depois da independência!</b></span><br /><span><b><br /></b></span><span><b>Por outro lado, interrogava-se ele, como é que voltaria a contactar o grupo dos engajadores, que de resto eram portugueses e militares do exército português?!... Que história é que ele lhes iria contar ? … </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>A par disso, ele sabia que a estadia na Guiné, em zona de guerra, era fundamental para fazer currículo, "ganhar calo", e se poder depois alistar num exército estrangeiro… E, por certo, eles não iriam querer um “desertor" no seu lote...</b></span><br /><span><b><br />O seu sonho começou a cair por terra, como um castelo de cartas, à medida que se avolumavam as dificuldades para pôr em prática os seus planos de fuga… Começou a ter problemas de “consciência” e a “dormir mal”: desertar era, afinal, virar as costas aos seus camaradas de armas, alguns dos quais eram já seus amigos do peito. </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>E, depois, se fosse apanhado, pelo lado português, tinha a vida estragada, apanhava uma porrada, uns bons anos em presídio militar… Até o poderiam fuzilar, alguém lhe tinha dito que, numa situação de guerra, podiam levar um desertor a um tribunal marcial, condená-lo à morte e fuzilá-lo, sem apelo nem agravo…<br /><br />Enfim, a coisa estava a tornar-se feia…</b></span><span><br /></span><span><b><br /></b></span><span><b>Na altura tinha várias madrinhas de guerra, mas havia uma com quem simpatizava mais. Era alentejana, “ali de Santiago do Cacém”.<br /><br />− Olhe, acabaria por ser a minha senhora… Casámo-nos passado um ano e tal, depois do meu regresso da Guiné. Foi ela quem me tirou da cabeça essa “ideia maluca” de ir para a África do Sul ou para o Vietname... Também me falavam da Legião Estrangeira’mas os sacanas dos franceses pagavam pior que os sul-africanos e os americanos...<br /><br />E a outra pessoa a quem ele ficou “grato para o resto da vida”, foi o capitão, o seu comandante de companhia.</b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>− Um pai, um amigo!,,,</b><b><br /><br />Era miliciano, teria pelo menos dez ou doze anos a mais do que a maioria dos graduados da companhia, os alferes e os furriéis. Nunca confessou a ninguém o que pensava daquela guerra, mas estava lá porque fora “obrigado como a grande maioria do pessoal”… </b></span><br /><span><b><br /></b></span><span><b>Aceitou a missão de comandar aqueles 160 homens e jurou, perante eles, todos formados na parada do Campo Militar de Santa Margarida, na véspera de partirem de comnboio, para o embarque no Cais da Rocha Conde de Óbidos, fazer tudo para os trazer de volta, "sãos e salvos", de regresso a casa e às suas famílias…<br /><br />Sabia-se pouco sobre ele e a sua vida, se era casado, se tinha filhos, o que fazia na vida civil… Não era pessoa de muitas falas… Mas a verdade é que nunca se deixou intimidar quer pelo inimigo quer pelos superiores hierárquicos. Soube sempre defender, tanto quanto possível, os interesses e os bem-estar dos seus homens, pese embora a companhia ter feito uma boa parte da comissão às ordens do batalhão de Aldeia Formosa.<br /><br />− E lá, fomos carne para canhão!... O primeiro ano foi duro… E tivemos os primeiros mortos… Depois ficámos em quadrícula, espalhados por alguns destacamentos e a ajudar a reforçar a autodefesa de algumas tabancas fulas da região do Forreá.<br /><br />O capitão acabou por saber do “segredo de Polichinelo” do “Duque de Palmela”… Às tantas só faltava publicar na “ordem de serviço” um requerimento dele a pedir a autorização para se alistar nas tropas do Tio Sam…<br /><br />Como o capitão o achava “temerário”, para não dizer "maluco" ou "prematuramente apanhado do clima”, na melhor ocasião retirou-o do 1º pelotão, com o acordo expresso do respetivo alferes com quem, de resto, o nosso 1º cabo Santos, o “Duque de Palmela”, não fazia “farinha”…<br /><br />− ‘Antes que o gajo faça alguma maluqueira e nos estrague a vida a todos’... – terá dito, na altura, o capitão.<br /><br />Sabendo da sua profissão na vida civil, pôs o “Duque de Palmela” na padaria. Para qualquer outro no seu lugar, seria um prémio, uma promoção, um alívio. Mas, não, para o nosso homem, foi uma tremenda desconsideração, quase uma despromoção… </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>− </b><span><span><b>Padeiro era básico, tal como o cozinheiro… Nessa noite apanhei uma 'cadela de todo o tamanho'…</b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>− Básico ?!... O pãozinho de todos os dias é que não podia faltar, ó Santos!</b><span><span><b><br /><br />− … Foi isso que acabou por me convencer... E no dia aprazado já lá estou eu, no meu posto, bem ataviado, a substituir o padeiro da companhia que, vim a saber mais tarde, tinha sido transferido para Bissau… </b></span><br /><span><b><br /></b></span><span><b>De facto, o rapaz, que o Santos foi substituir, fora pai, e logo de dois gémeos. Alguém meteu uma cunha à Cilinha, a patroa do Movimento Nacional Feminino. E o rapaz lá foi para o “bem bom” do quartel de Santa Luzia, em Bissau. Apesar de continuar a exercer a sua especialidade, que era a de fazer pão para a tropa... </b></span><br /> </span></span><div><div class="msocomtxt" id="_com_1" language="JavaScript"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><!--[if !supportAnnotations]--></span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><!--[endif]--></span></div></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>O “Duque de Palmela” não se deu mal com a “nova vida”, a de padeiro ... Deixou de fazer colunas, operações e serviço de guarda, etc., mas tinha que trabalhar de noite para ter pão fresco todas as manhãs para cerca de bocas, entre militares e civis, incluindo o chefe de posto e a família...</b></span><br /></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>E a verdade é que a malta se habituou ao pão fresco todas as manhãs. E isso também ajudou a levantar o moral da tropa. </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>O "casqueiro" era, reconhecidamente, um parte importante da ração a que cada homem tinha direito. Cabia nos 24 escudos e 50 centavos que eram atribuídos a cada militar, do soldado básico ao general, para efeitos de alimentação. Quem era arranchado, recebia em géneros, quem era desarranchado recebia em espécie, sendo no caso dos africanos, muçulmanos ou animistas, que não comiam a comida dos brancos, um importante complemento do salário: dava para comprar um saco de arroz de 100 kg ou mais.<br /><br />− Comia-se mal e porcamente. Faltavam as batatas. E os frescos só os havia quando, uma vez por outra, vinha uma avioneta de Bissau. Massa com cavala era o prato do dia. O vinho era pouco e 'batizado'. Que não faltasse, ao menos, o pão nosso de cada dia…<br /><br />O Zé Soldado era "pãozeiro", como qualquer bom português de origem rural. O padeiro, por sua vez, em conjunto com o vagomestre, responsável pelos géneros, tinha que saber gerir muito bem o “stock” de farinha (e fermento…), sobretudo no tempo das chuvas em que as picadas no sul da Guiné se tornavam autênticos rios. O abastecimento era então irregular e incerto. </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>− Em Buba, quando lá estivemos, apesar de tudo, tínhamos a lancha da marinha a abastecer-nos.</b><span><b><br /></b><br /><span><b>Na realidade, ficavam isolados muitos aquartelamentos, destacamentos e tabancas. As colunas tornavam-se um pesadelo, às vezes chegava-se a andar um quilómetro por hora (!) e praticamente não se fazia mais nada do que tentar assegurar, a todo o custo, no final do tempo seco e no início do tempo das chuvas, a autossuficiência da tropa em matéria de abastecimentos (munições, comes & bebes, outros géneros de primeira necessidade,</b></span><b> etc.). </b></span></span></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></b></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A farinha e a cerveja era dois géneros alimentares de “primeiríssima necessidade”… Ainda bem que a atividade operacional ficava mais reduzida, sobretudo de julho a setembro, meses de maior pluviosidiade, tanto para as NT como para o PAIGC. Em boa verdade, a guerra parava...</span></b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br />O nosso homem tinha, nesse aspeto, um bom entendimento com o vagomestre e com o capitão. E nunca houve, até ao primeiro ano, falta de farinha para fazer o pão.<br /><br />− No novo 'posto', eu tinha durante o dia tempo e vagar para ir passear à tabanca, fazer a 'psico', e, ao lusco-fusco, ir caçar galinhas do mato e lebres, na orla da bolanha. Arranjei uma espingarda de caça e ganhei um vício que não tinha…</b></span><br /><span><b><br /></b></span><span><b>− A caça ?!...<br /><br />− Sim, a caça... Dava para fazer o gosto ao dedo e sempre se arranjava carne para o petisco. Matei a malvada a muita gente, incluindo alferes e furriéis… Uma vez por outra convidava o capitão, mas ele nunca aceitava… Acho que não se queria misturar com os subordinados, o que eu hoje entendo... </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>− </b><span><span><b>Não queria dar confiança aos subordinados, compreende-se... </b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>− </b><span><span><b>Por outro lado, ele não gostava nada que eu saísse fora do arame farpado, mas lá ia fechando os olhos… E eu também não era mau cozinheiro, diga-se em abono da verdade… Uma vez por outro fazia-lhe uns miminhos, como um cabritinho assado para a messe. </b></span></span></span><b style="font-family: georgia; font-size: large;">Ou um leitão, iguaria que era mais difícil de arranjar, só indo roubá-la aos 'turras'...</b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b><br /></b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>A coroa de glória do “Duque de Palmela” foi quando a companhia, a dois grupos de combate, ficou com as calças na mão, mum medonho ataque a um dos seus destacamentos, lá para os lados de Aldeia Formosa, já na segunda parte da comissão, em inícios de 1967, em plena época das chuvas.<br /><br />− Os gajos atacaram-nos, às tantas da noite, e usaram metralhadoras pesadas 12.7, com balas incendiárias. Acordei sobressaltado. Em pouco tempo, a tabanca, fula, com as palhotas muito juntas umas às outras, foi pasto das chamas. Nunca tinha visto um incêndio como aquele, a não ser quando se deitava fogo ao capim, no tempo seco. Valeram-nos as valas onde o pessoal se entrincheirou e resistiu até de madrugada. Eu, mais o capitão que teve o azar de lá estar nessa semana, agarrámo-nos com unhas e dentes ao morteiro 81. A companhia tinha apenas uma secção de morteiros. E dessa vez estava colocada, em reforço, noutro destacamento, não muito longe do nosso. Mas tínhamos, aqui, um morteiro 81. Foi o que nos valeu. Apoio de artilharia não havia.<br /><br />O nosso padeiro conta que ia ficando com as mãos queimadas se não fora as luvas que apareceram no espaldão, "por milagre".<br /><br />− Granadas não faltavam, graças a Deus. E foi a nossa sorte. Os gajos retiraram com mortos e feridos, a avaliar pelos rastos de sangue que deixaram nos abrigos individuais junto ao arame farpado. Até mioleira lá deixaram!... Por minha conta, devo ter mandado alguns para o inferno. Em contrapartida, tivemos dois mortos e vários feridos graves. </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>E só por milagre, é que a população se safou. Teve apenas alguns feridos ligeiros. Mas a tabanca ficou praticamente calcinada. </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>− </b><b>E com ela perdemos também os nossos haveres e os improvisados abrigos onde tínhamos os géneros alimentícios, bem como as outras palhotas que tinham sido cedidas à tropa. Ficámos só com a roupa que trazíamos no pêlo.</b></span><br /><span><b><br /></b></span><span><b>A descrição não poderia ser mais pormenorizada:</b></span><br /><span><b><br /></b></span><span><b>− </b><b>A tabanca estava sobrelotada. Era pressuposto ficarmos ali temporariamente em reforço do sistema de autodefesa. Havia suspeitas, fundadas, de colaboração com o inimigo, por parte de alguns elementos da população, 'puta-fulas', e que por isso estavam de debaixo de olho do comandante do pelotão de milícias e do régulo.<br /><br />− 'Puta-fulas' ?!... Queres dizer futa-fulas... Os fulas eram leais à nossa tropa…<br /><br />− Nem todos, junto à fronteira, eram mais permeáveis à propaganda e às ameaças do PAIGC – respondeu-me o M. Santos.<br /><br />− Quer então dizer que, dessa vez, vocês ficaram de tanga…<br /><br />− Ficámos de calções e chanatas. Só com a G3 na mão, e as cartucheiras à cintura… Alguns ficaram só em cuecas!... A malta dormia prtaicamente nua, por causa do calor... A minha mala ardeu. Houve malta que perdeu tudo, tinham trazido os parcos pertences com eles, convencidos que iam passar ali umas ricas e merecidas férias… O tanas!... </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">− Medonho, hã?!</span></b></div><div><b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>− </b><span><span><b>O mais grave é que ficámos sem comes e bebes, incluindo as rações de combate. Lá se aproveitou uma ou outra maldita lata de cavalas ou de conservas de pêssego da África do Sul… Claro que a população também pilhou o que não ardeu... Nestas situações, os seres humanos são todos iguais, sejam brancos ou pretos: há sempre uns tantos que tiram partido da desgraça dos outros...<br /><br />De Bissau vieram, de helicóptero, trazer alguns reabastecimentos mais urgentes: caixas de munições, por exemplo. A coluna só chegou ao fim do segundo ou terceiro dia. E trazia alguns sacos de farinha. Mas como fazer pão se até o pequeno forno do destacamento, em adobe, também tinha sido destruído?<br /><br />− Com bidões cortados ao meio, na vertical, improvisei um forno e fiz o milagre dos pães, para meia centena de homens esfomeados… mais a as milicias e a população. Tive um louvor do Schulz, e outro do comandante do batalhão, sob proposta do meu capitão. Mandei ampliar e emoldurar o louvor do general Schulz. Está no escritório. Ou estava, agora já passei a pasta ao meu filho mais velho. Reformei-me da Panificadora.<br /><br />A padaria a que o “Duque de Palmela" se refere, foi a que ele criou, depois do seu regresso da Guiné em finais de 1967, e que ajudou a crescer, nos últimos 50 anos, "com mais algumas dezenas de colaboradores" (sic).<br /><br />Com a construção e a inauguração da Ponte Salazar, unindo finalmente as duas margens do Tejo, entre Lisboa e Almada, o distrito de Setúbal conheceu um enorme surto de desenvolvimento, em termos urbanísticos, industriais, económicos e demográficos.</b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b><br /></b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b> </b></span><span><b>Com algum dinheiro que poupou em África e um pequeno empréstimo bancário e mais uma ajuda de um dos irmãos que fora 'a salto' para França, fugindo à tropa, e que agora estava lá bem, perto de Paris, o “Duque de Palmela" comprou a quota de um seu antigo patrão, que se reformara, e que fazia parte de uma cooperativa de panificação num dos concelhos vizinhos. Essa Panificadora deu muitas voltas, depois do 25 de Abril, passou a sociedade anónima, até que o M. Santos se tornou o acionista principal, com o filho e com o irmão que estava em França.</b></span><br /><span><b><br />Hoje é uma empresa de referência, no seu ramo, faturando "manga de patacão" , e tendo uma razoável rede de clientes, incluindo superfícies comerciais, em todo o distrito de Setúbal. O “Duque de Palmela”, outrora o “pé descalço”, o 1º cabo que queria "ser mercenário e ir para o Vietname", tem hoje motivo de orgulho no legado que deixa aos filhos e netos.<br /><br />− É sobretudo um exemplo de vida, tenho pena que o meu velhote já não esteja cá, há muito, para ainda poder ver a obra do filho. Ou dos filhos, há um irmão meu que também é sócio, minoritário.... O meu velhote e minha pobre mãe que ficou viúva tão cedo...<br /><br />Enxuga uma lágrima furtiva… Pediu-me uns minutos para ir a casa, uma bela vivenda ali ao lado das instalações fabris da Panificadora, para ir buscar uma foto que tinha com o general Schulz e mostrar-me o louvor, emoldurado.<br /><br />− Não conheci o Spínola, o meu comandante foi o Schulz. Só tenho a dizer bem dele. Visitou-nos por duas vezes. Esta é a foto dele comigo, eu a enfornar o pão. E chegou a levar do meu pão para o palácio do Governador, em Bissau. Em troca deixou-me uma caixa de cerveja “para os padeiros e cozinheiros”...<br /><br />Infelizmente, o “Duque de Palmela” tinha enviuvado há dois ou três anos e lamentava não poder partilhar, com a “duquesa” (como ele, carinhosamente, tratava a sua alentejana de Santiago do Cacém), a alegria que fora a “transferência de poderes” para o filho, seu sucessor, e agora o maior acionista da Panificadora e seu administrador.<br /><br />− Afinal, é a ela que eu devo tudo ou quase tudo. A ela e ao meu capitão. Foi, na Guiné, um pai para mim. Fiquei-lhe grato para o resto da vida. Vim a descobrir, entretanto, que trabalhava nas Alfândegas de Lisboa, há uns dez anos atrás, quando ele se reformou. Nessa altura, fiz-lhe uma grande homenagem. Fizemos aqui o convívio anual da companhia. Foi memorável. Faltaram muitos mas mesmo assim consegui juntar uns sessenta camaradas. Com as mulheres, filhos e netos, éramos quase um centena de convivas. Fiz questão de ser eu a oferecer o almoço. Arranjei uma empresa de “catering” e o borreguinho assado foi feito cá nos fornos da Panificadora. Por coincidência, comemorávamos também nesse ano os 40 anos do regresso da Guiné.<br /><br />E acrescenta, com alguma euforia:<br /><br />− Foi um dia de alegria, um dos maiores da minha vida. Esse convívio ficou na memória da malta toda. E quem não veio, ficou com pena… Infelizmente, o capitão morreria uns tempos depois, ainda a minha mulher era viva.</b></span><br /><span><b><br /></b></span><span><b>Falando do seu sucesso empresarial, disse-me em tom de confidência:<br /><br />− Tive sorte nos negócios, não vou dizer que não. Mas fui sempre um homem decidido e determinado. Umas "furão" ... Tinha pouco a perder e tudo a ganhar. Se fosse alferes ou furriel, com estudos, teria arranjado um reles emprego, num banco, num escritório, nas finanças, nas caixas de previdência, aqui ou em Setúbal. Hoje sou patrão, ajudei a criar cinquenta postos de trabalho, são outras tantas famílias que dependem do bom andamento da empresa. Não tenho luxos, tirando a caça, que é a minha amante (mais cara que uma amante!), continuo a ser um gajo simples…</b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b><br /></b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b>−</b><b> Pelo que vejo e pelo que me contam...</b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b><br /></b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b>− </b><b> O que é queres que eu te diga mais, camarada ?!... Põe aí, no teu canhenho, que sei dar valor ao dinheiro e ao trabalho, e sou amigo do meu amigo, camarada do meu camarada!<br /><br />Curiosamente, eu conhecera este homem, não na Guiné, mas por ocasião de um estudo europeu sobre condições de trabalho e absentismo por doença, nos anos 90.</b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b><br /></b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b> A Panificadora tinha então ganho um prémio de segurança no trabalho, e poderia ser um potencial estudo de caso de “boas práticas”… Conheci o pai e o filho através do médico do trabalho que tinha uma avença com a empresa e que fora meu aluno. Conversa puxa conversa, acabei por saber que o "patrão velho" tinha estado na Guiné, antes de mim, mas não longe dos sítios por onde passei e penei…<br /><br />Já nessa altura eu gostava de dizer que o mundo é pequeno e que um dia voltaria a tropeçar na guerra da Guiné. Também eu, como muita gente, precisava de exorcizar os fantasmas do passado.<br /><br />− Chegou a hora do repouso do guerreiro, camarada! – disse-lhe eu, da última vez que estivera com ele, já depois de enviuvar.<br /><br />− Esse é um dos problemas da malta da nossa geração… Muitos nunca tiraram férias, passaram a vida a trabalhar e a poupar, não gozaram a vida… Falo por mim… Como saber que estamos a chegar ao fim da picada ? Ainda gostava de lá ir, à Guiné, antes de me dar uma macacoa, mas não sei se tenho força nas canetas…<br /><br />− Mas já agora diz-me porquê e para quê voltar à Guiné?!... Se a pergunta, claro, não te ofender… – pedi-lhe eu. <br /><br />Pesou a pergunta antes de responder:<br /><br />− Porquê ?... O criminoso gosta sempre de voltar ao local do crime – respondeu-me com um misto de bonomia e malícia. </b></span><br /><span><b><br /></b></span><span><b>− E para quê, já agora ? </b><b>– voltei a insistir.</b><b><br /><br />− Olha, sempre ouvi falar do Saltinho e dos rápidos do Corubal, até se dizia que era a parte mais bonita da Guiné… Andei por lá perto, mas nunca lá fui, nunca vi sequer o rio Corubal. O rio Grande de Buba, o Geba também, mas não o raio do Corubal... Era um dos sítios da Guiné que gostava de visitar… E, depois, se conseguir fazer alguma coisa por aquela gente, tanto melhor.<br /><br />Demos um grande abraço de despedida… e eu prometi a mim mesmo escrever a história de vida deste homem… </b></span><br /><span><b><br /></b></span><span><b>Soube depois, pelo médico do trabalho meu conhecido, que o Santos acabara por concretizar o seu sonho de voltar à agora Guiné-Bissau e ainda encontrara gente do seu tempo, nas tabancas por onde andara… </b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b><br /></b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b>E, ao que parece, deixou, a uma ONGD, a operar na zona, uma "nota preta" para ajudar a construir uma pequena escola na antiga tabanca onde estivera destacado, e que ardera em 1967. Julgo que quis fazer as pazes com o passado, tal como alguns de nós.<br /><br />Faltou-me na altura, por lapso ou talvez por pudor, perguntar-lhe a origem da alcunha “Duque de Palmela”… Não tive lata ou faltou-me o tempo, se bem que ele nunca tivesse rejeitado, bem pelo contrário, a alcunha que lhe puseram na tropa e na guerra. </b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>Vim a a saber, afinal, que era seu hábito estender a mão, muitas vezes, aos amigos dos seus amigos, quando se apresentava, dizendo com graça: 'O Duque de Palmela, para o servir!'... Inclusive tratava a esposa por “duquesa… de Santiago do Cacém”. Tinha sentido de humor.</b></span><br /><span><b><br /></b></span><span><b>Um antigo camarada, furriel, da sua companhia, explicou-me, ao telefone, a origem da alcunha:<br /><br />− Em Santa Margarida, no IAO, já toda a gente o tratava por “Palmela”… Acho que não havia mais ninguém daquelas bandas… Ao que parece, no barco, quando fomos para a Guiné, é que apareceu o “Duque”… Ele gostava de jogar às cartas, para passar o tempo, como boa parte dos militares embarcados. Mas não tinha sorte ao jogo… ‘Só me saem duques’, queixava-se sempre que perdia… </b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b>− </b><b>Afinal, foi um camarada com azar ao jogo e sorte aos amores e aos negócios </b></span></span><b style="font-family: georgia; font-size: large;">− </b><b style="font-family: georgia; font-size: large;">conclui eu.</b></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>− </b><span><span><b>Quando chegou a Bissau, já toda a malta o tratava por “Duque de Palmela”… E acho que é também uma justa homenagem, visto o filme ao contrário, da frente para trás…</b></span><br /><span><b><br />− E, olha, é uma figura ilustre da nossa história, o 1º Duque de Palmela, político, militar e diplomata, um patriota do tempo do liberalismo − acrescentei eu. − Não nasceu em Palmela, mas para o caso pouco importa. No tempo da nossa monarquia constitucional davam-se títulos nobiliárquicos honoríficos por razões nem sempre nobres... aos amigos e correligionários. Homenageavam-se homens e terras. Dizia o povo, com sarcasmo: "Foge, cão, que te fazem barão!... Mas para onde se me fazem visconde?!"... </b></span><br /><span><b><br /></b></span><span><b>Aqui para o leitor, que ninguém nos ouve: não me admirava nada que num próximo 10 de Junho a gente ainda vá a tempo de ver, na televisão, o nosso ex- camarada M. Santos a receber a Comenda da Ordem do Mérito... </b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b><br /></b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span><b>Não seria nada de mais justo, de resto, ver um antigo "pé descalço" (que não tinha vergonha do seu passado!), um ex-combatente da Guiné, um antigo padeiro e agora um industrial de panificação de sucesso a ser tratado pelos "grandes do Reino" como comendador, depois de ter comido o pão que o diabo amassou. </b></span><br /><span><b><br /></b></span><span><b>Afinal, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, as honrarias e as mercês...</b></span></span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><b><br /></b></span><span><b>© Luís Graça (2019). Revisto em 10 de março de 2024.</b></span></span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br />___________</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Nota do editor:<br /><br /> Último poste da série > 3 de março de 2024 > <a href="https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/03/guine-6174-p25231-contos-com-mural-ao.html">Guiné 61/74 - P25231: Contos com mural ao fundo (Luís Graça) (20): A abetarda que não é mais desastrada...</a></span></div></div>Tabanca Grande Luís Graçahttp://www.blogger.com/profile/06648868058767002743noreply@blogger.com15