sábado, 30 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 – P5729: Histórias do Eduardo Campos (7): CCAÇ 4540, 1972/74 - Somos um caso sério (Parte 7): Nhacra 2


1. O nosso camarada Eduardo Ferreira Campos, ex-1º Cabo Trms da CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74, enviou-nos a 7ª fracção da história da sua Companhia:

CCAÇ 4540 – 72/74
"SOMOS UM CASO SÉRIO"

PARTE 7

NHACRA 2


Em Nhacra, fomos encontrar os camaradas do Pelotão de Morteiros 4581/72 e os do 3º Pelotão AA da Batª AA 7040, além de dois pelotões de Milícias: o 329 aquartelado em Oco Grande e o 230 aquartelado em Bupe, ambos pertencendo à Companhia de Milícias de Nhacra e que ficaram adidos à CCAÇ 4540.

O IN não possuía dentro da ZA, pessoal suficiente em quadros e grupos que lhe permitisse desenvolver uma actividade dinâmica e poderosa, quer para flagelar e atacar o aquartelamento e o Centro Emissor de Nhacra, quer para emboscar as NT fora do aquartelamento.

No entanto, fomos informados que Nhacra e o Centro Emissor foram flagelados pelo IN duas vezes: a primeira ao tempo da CCAÇ 3326, em Maio de 1972, por um grupo equipado com armas automáticas e RPG-2 e 7, e a segunda em Agosto de 1972, utilizando também um canhão s/r. Em ambos os casos sem qualquer consequência material ou pessoal para as NT.

Sabíamos que o IN andava por ali perto e que atravessava, frequentemente, algumas linhas principais de infiltração, para o interior da nossa ZA a saber: de Choquemone, Infaide, Biambe, pela península de Unche para Iuncume, quando se dirigiam para Nhacra.

As principais prioridades da nossa Companhia eram: a garantia da segurança do Centro Emissor de Nhacra, o itinerário Bissau–Mansoa e, através de intensa actividade (patrulhamentos e reconhecimentos), evitar que o IN se aproximasse de forma a evitar que pudesse atacar a cidade/capital de Bissau, o Aeroporto de Bissalanca, os complexos miltares de Brá e da Sacor, bem como as instalações militares e civis do Cumeré.

Em onze meses de permanência em Nhacra, nunca tivemos contacto com IN, nem as instalações sofreram qualquer ataque.

Os aglomerados populacionais da ZA da nossa Companhia, distribuíam-se por dois regulados: o Regulado de Nhacra com as tabancas de Nhacra (Nhacra, Teda, Sal, Bupe, Sucuto, Incume, Sumo, Nhoma e Cholufe) e o Regulado do Cumeré com as tabancas do Cumeré, Com, Cuntanga, Quide, Birla, Caiana, Som Caramacó, Cola, Nague, Ocozinho, Rucuto e Oco Grande (reordenamento zincado).

A estrutura agrícola existente baseava-se numa economia básica de subsistência, cujos produtos, que ocupavam lugares especiais de relevo, eram o amendoim, o arroz, o milho, a mandioca, o feijão, a cana sacarina e pouco mais.Na pecuária existiam boas condições para a criação de gado, condicionante porém pelo ancestral costume tribal, que considerava o gado como um sinal exterior de respeito e riqueza e não com um factor económico.

Era evidente e manifesto o desagrado em abater, ou mesmo vender, qualquer cabeça de gado, fosse para alimentação ou para outros fins industriais. Em toda aquela zona predominava a etnia Balanta, coexistindo com algumas minorias étnicas que se estabeleceram em chão Balanta, vindas de outras regiões, escorraçadas pela insegurança que a guerra originava, principalmente Fulas, Mandingas e alguns Manjacos.

Os Balantas eram dotados de uma impressionante constituição física, trabalhadores, valentes, enérgicos e com grande força de vontade pela vida, ao que acrescentaria que eram bons agricultores, arrancando da terra os meios de subsistência de que necessitavam, alimentando-se à base de arroz, azeite de palma, milho e mandioca. Além disso, eram polígamos e condenavam o celibato. Extremamente supersticiosos, acreditavam na transfiguração da alma, atribuindo à feitiçaria as suas desgraças.

Praticavam o roubo, em especial de gado, com a consciência de um acto não criminoso, mas sim um admirável e enaltecedor sinal que revelava a perícia pessoal, bem com de toda a sua própria tribo. O gado bovino que possuíam destinavam-no às cerimónias de sacrifício, nomeadamente nos seus rituais de acompanhamentos fúnebres (choros).

Os Fulas de um modo geral eram hospitaleiros, considerando mesmo a hospitalidade como um dever sagrado.Apesar da influência que o Islamismo tinha entre eles, praticavam ainda o feiticismo e criavam gado, considerado este facto como um sinal de respeito e nobreza.

A acção psicológica desenvolvida pela NT na zona era bastante intensiva, apesar de se constatar em alguns núcleos, certa reserva em relação à mesma, quando não nula, com maior evidência nas tabancas de Sal e Bupe.

As populações tinham apoio médico/sanitário, transporte em viaturas militares, assistência educativa prestada por missões religiosas em várias escolas, um professor militar e vários elementos africanos que estavam adidos à Companhia, sendo também de salientar a assistência religiosa prestada por padres missionários aos domingos.


A Capela dentro do Aquartelamento de Nhacra. Eu (à esquerda) e o Charneca


No posto Rádio, "afogando" as nossas mágoas e saudades (da esquerda para a direita): Cristóvão, Saraiva e Eu


Amigos inesquecíveis (da esquerda para direita): Adriano, Cristóvão, Pinto, Eu e Charneca


Igreja, escola e campo de futebol em Nhacra


Mulher Balanta transportando lenha e as redes das lides da pesca do camarão e lenha


Armas de guerra artesanais em madeira, autênticas obras de arte, capturadas ao IN (serviam-lhes para instrução do seu pessoal), perto do Cumeré


A casa do Administrador em Nhacra

Um abraço Amigo,
Eduardo Campos
1º Cabo Telegrafista da CCaç 4540

Fotos: © Eduardo Campos (2009). Direitos reservados.
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Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

Guiné 63/74 - P5728: Convívios (181): 1.º Encontro da Tertúlia do Centro, aconteceu no dia 27 de Janeiro de 2010 em Monte Real



1. Quarta-Feira, dia 27 de Janeiro com repetição, para já, uma vez por mês, inaugurou-se a Tertúlia do Centro, concretizando-se o programado previsto para o repasto, que foi servido na Pensão Montanha, em Monte Real, tendo a concentração das tropas iniciado por volta das 12h00.


Feita chamada dos convivas que haviam marcado presença, todos responderam afirmativamente, sendo o pelotão constituído pelos seguintes convivas:

Álvaro Basto
Ana Maria e António Pimentel
António Martins Matos
António Graça de Abreu
Agostinho Gaspar
Américo Pratas
Artur Soares
Antonieta e Belarmino Sardinha
Carlos Neves
Daniel Vieira
Dulce e Luís Rainha
Eduardo Campos
Eduardo Magalhães Ribeiro
Gina e Fernando Marques
Giselda e Miguel Pessoa
Gustavo Santos
Joaquim Mexia Alves
Jorge Canhão
José Eduardo Oliveira e Esposa
José Belo
José Brás
José Carvalho
José Diniz
José Moreira
José Teixeira
Juvenal Amado
Lobo
Manuel Reis
Mendonça
Teresa e Carlos Marques
Vasco da Gama
Vasco Ferreira
Victor Caseiro


É sempre um caso sério descrever, por simples palavras, a animação, a alegria e a camaradagem que estas confraternizações proporcionam aos seus intervenientes.

Melhor que as palavras, porque como bem sempre ouvi dizer que uma fotografia vale mais que mil palavras, juntam-se algumas dos nossos fotógrafos de serviço: Miguel Pessoa, José Eduardo Oliveira (Jero) e Jorge Canhão.
A seguir transcrevem-se 3 mensagens recebidas, entretanto, dos nossos Camaradas Joaquim Mexia Alves, José Eduardo Oliveira (Jero) e Jorge Canhão.

1 - Mensagem do Joaquim Mexia Alves:

1º ENCONTRO DA TABANCA DO CENTRO

RELATÓRIO DA OPERAÇÃO “COZIDO À PORTUGUESA”



Manhã cedo, aí pelo raiar das 11.15, aterrou em Monte Real a Força Aérea, acompanhada da Enfermagem Especializada em saltos de pára-quedas, prontos para as primeiras instruções sobre a Operação “Cozido à Portuguesa”.

À sua espera, a minha pessoa, “graduada” em Comandante Improvisado, aguardava-os no Palace Hotel Monte Real, onde pernoitaram para o dia seguinte, pois a Operação revelava-se cansativa.Acertados os primeiros pormenores, rumámos para o ponto de encontro, onde esperaríamos pelo resto das forças, para depois prosseguirmos para o teatro de operações.

Qual não é o nosso espanto quando verificámos que numa dedicação total à operação, já alguns camarigos se tinham adiantado, quais batedores/picadores, (até lá estava um das “especiais”), e desbravando terreno, nos receberam com alegria incontida.

Entretanto o resto das forças foram chegando, tais como reforço para a Força Aérea, (que a operação era de vulto), transmissões, enfermeiros, operacionais e outras coisas mais, um homem de Astrolábio e Sextante, e também calculem bem, um enviado julgamos que da Nato, vindo expressamente da Lapónia para ver as forças a actuarem e com elas participar nesta Operação de grande envergadura.

Ansioso por entrar em combate, o pessoal olhava e questionava o Comandante Improvisado, que assobiando para o lado tentava disfarçar, dizendo que o inimigo ainda não estava pronto, que a Operação devia iniciar-se à hora marcada, que ainda faltavam algumas forças importantes para a Operação, e todo o género de desculpas esfarrapadas, que não conseguiam demover as forças presentes de avançar para o objectivo.



Assim decidiu o Comandante Improvisado rumar ao teatro de operações e questionar da possibilidade de se avançar desde logo para o terreno e fazer alguns exercícios degustativos mesmo antes de o inimigo estar pronto para o combate.

Tendo obtido luz verde, correu, (devagarinho que a idade conta), a chamar os operacionais, que muito ordeiramente, ao magote, se dirigiram para o terreno de combate.

Tranquilamente e em silêncio quase absoluto, como é apanágio dos Portugueses, (não se ouvia uma mosca, tal era o barulho), ocuparam as suas posições e cada um deu início aos primeiros exercícios, utilizando para tal uma broa divinal, um pão a sério, azeitonas de rija têmpera e um tinto de se lhe tirar a barretina!

Convém informar que, apoiando-se nas medidas em boa hora tomadas em Portugal de aceitar nas Forças Armadas as Senhoras deste país, algumas delas, convocadas pelo dever pátrio e também para controlarem os copos dos maridos, responderam sim à chamada, abrilhantando assim com graciosidade esta Operação que se poderia revestir de graves riscos para as nossas forças, causados por alguns possíveis excessos.

Chegada a hora aprazada, deu-se a conhecer o inimigo, que se apresentou bem ataviado, nas couves com sabor a campo, na cozedura certa, as batatas sabendo a batata e não a terra, uns nabos bem melhores do que este nabo que escreve, uns enchidos que se percebia nunca terem conhecido plástico de embalagem no vácuo e umas carnes suculentas, recheadas dos seus líquidos próprios e que se desfaziam na boca.

Nesse momento houve algum descontrolo, (perfeitamente aceitável dada a ansiedade de entrar em combate), e mesmo sem esperarem a voz de ataque, todos se atiraram ao inimigo com notável empenho e valentia.

“Dos fracos não reza a história”e ninguém se negava, (com risco da própria barriga), a ir lutando denodadamente tentando esgotar o inimigo, o que se afigurava tarefa assaz difícil, visto que o mesmo ia sendo reforçado em permanência pela Senhora Dona Preciosa e seu apoio logístico, incansáveis nessa missão.

O representante da Nato, (acreditamos que o fosse), vindo da Suécia, ia conversando e tentando inteirar-se deste tipo de combate tão usual no nosso país, e integrando-se totalmente nas forças presentes lutava também ele incansavelmente para chegar á vitória final.

Há derrotas que são vitórias, e humildemente temos que, dizendo a verdade, dar a conhecer a nossa derrota, a nossa capitulação, perante a qualidade e quantidade do inimigo.

De tal forma a batalha foi, que houve alguns que ainda levaram inimigo para casa a fim de prosseguirem o combate, depois de um merecido interregno.Começou então o rescaldo da Operação à volta de uns quantos bafejados pela sorte que ainda tiveram direito a arroz doce, mas não ficando os outros atrás, perante uma mesa ataviada de doces e frutas em qualidade e quantidade.

Começou então também a perceber-se pelo meio das conversas, o nome de um tal Luís Graça, havendo unanimidade no reconhecimento que só era possível agora convocar estas forças para tais Operações devido à sua brilhante ideia de ter fundado e liderar a Tabanca Grande, que é afinal o Quartel-general onde acabam por reportar todas estas forças já disseminadas em boa hora, pelo nosso Portugal.

O tal representante da Nato, (seria ou não?), embalado nesta união de forças e depois de já ter recebido uns vinhos Portugueses para o aquecerem nas longas noites da Lapónia, decidiu brindar o Comandante Improvisado com um “capacete” típico das terras mais a Norte da Suécia, bem como, um artefacto que imitava a “voz” das renas daquelas paragens, que servirão ou não, para fazer o “Cozido à Laponesa”.

Coube então a vez ao Comandante Improvisado de usar da palavra para ler um relatório circunstanciado, em verso, sobre a Tabanca do Centro escrito e trazido por quem veio das planícies alentejanas.

Pediu então que cada um colaborasse nos custos da Operação que se revelaram assustadoramente elevados, 8,50 € por cada combatente, e a Preciosa, (tratemo-la assim carinhosamente), num rasgo de generosidade ainda colocou à disposição das forças, duas garrafas de um líquido amarelado, que segundo diziam teria vindo da Escócia.

Depois desse momento o Comandante Improvisado continuou a falar para acertar agulhas sobre o combate já em momentos finais, e alertar as forças para a necessidade de se traçarem novas Operações, e sobretudo como aproveitar as sinergias, (estava a ver que não utilizava esta palavra!), geradas neste grupo, passando depois a palavra ao homem da água que se queixou amargamente que a picada para a fonte tinha muito mau piso e que precisava de materiais para arranjar a dita cuja.


Como “quem não chora não mama”, logo ali se lhe arranjaram creio que 155,00 €, o que não dando para alcatroar a picada, já dá para a desmatação.Aproveitando a deixa, outro homem da logística veio alertar as forças para a necessidade de ajudar de várias formas o povo irmão da Guiné, pelo que pedia a compreensão das forças presentes.

Estas intervenções levaram o Comandante Improvisado a dizer que, não colocando de lado essas ajudas, este grupo de combatentes reunidos na Tabanca do Centro se deveria preocupar em ajudar os ex-combatentes que nada têm e vivem em dificuldades, o que foi de um modo geral bem aceite, ficando cada um de dar o seu contributo em ideias para melhor se colocar em prática tal acção.

Perante o dever cumprido, e bem cumprido, e dada a ordem de desmobilização, o pessoal começou a retirar em boa ordem, não deixando nunca de gabar a qualidade e quantidade do inimigo que se apresentou a combate.

Outras Operações irão ser agendadas e em tempo será dado conhecimento aos denodados combatentes.
Monte Real, 29 de Janeiro de 2010

O Comandante Improvisado,
Joaquim Mexia Alves



2. Mensagem do José Eduardo Oliveira (Jero):

Camaradas,

Gostei muito do convívio e de conhecer alguns camaradas.

Não deu para falar com todos mas sinto que estou mais dentro do blogue depois desta tarde de Monte Real.

Seguem algumas fotos.

Abração,
JERO


3. Mensagem do Jorge Canhão:

Camaradas,

O encontro foi muito bom, mas apesar do cozido estar excelente o melhor, para mim, foi o convívio e, especialmente, ter conhecimento directo do que antigos combatentes, numa terra então desconhecida, estão a fazer por amor a um povo que em tempos foi o "deles".

Parabéns para a Tabanca Mãe pelo que tem andado a fazer pelos ex-Combatentes da Guiné, e por ser mãe de várias “tabanquinhas”.Parabéns para a Tabanca de Matosinhos pelo trabalho excelente que tem andado a fazer (há quem faça blá... blá... ), vocês fazem na prática o que outros tinham obrigação de fazer.

Parabéns para a Tabanca da Lapónia.

Parabéns para a Tabanca dos Melros.

Parabéns para a bebé.

Tabanca do Centro.

Abraços a todos,
Jorge Canhão


Fotos e legendas: © Miguel Pessoa, José Eduardo Oliveira (Jero) e Jorge Canhão (2009). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 - P5727: Estórias avulsas (25): A Fonte Pública de Mansambo (Carlos Marques dos Santos)



1. O nosso Camarada Carlos Marques dos Santos (ex-Fur Mil da CART 2339 - “Os Viriatos -, Fá e Mansambo, 1968/69), enviou-nos a seguinte mensagem:

Camaradas :

A propósito da questão das piscinas e das fontes onde o pessoal se banhava, recorri aos meus arquivos e aqui mando uma réplica ao anterior poste, que remetia para este tema.

Assim, ponto único: A minha fonte era mais povoada e com água (o que não aparece no anterior poste sobre o tema) e por isso tive que recorrer a alternativas.

A questão sobre a Piscina de Cufar é ilusória!!!

Eu demonstro por imagem, a transferência da Fonte Pública de Mansambo e da Piscina de Cufar, para um CONDOMÍNIO FECHADO EXCLUSIVO.

A minha Bolanha, algures na Guiné, sem esquecer a CHUVA, o banho em cima do Abrigo e o sabonete Lifebuoy.

Desgraçado do líquen.


Fonte Pública de Mansambo: Onde em 19 de Setembro de 1968 emboscada a partir da copa das árvores (2 mortos e 14 feridos graves e ligeiros).


Condomínio fechado (Bolanha pessoal).

Um abraço Amigo,
Carlos Marques dos Santos
Fur Mil da CART 2339

Fotos e legendas: © Carlos Marques dos Santos (2007). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

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Guiné 63/74 - P5726: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (10): A inauguração da capela, em 20 de Janeiro, na presença do embaixador de Portugal (Pepito)
















Guiné-Bissau > Regíão de Tombali > Guileje > 20 de Janeiro de 2010 > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Cerimónia de inauguraçáo da capela > Na 1ª foto, a contar de cima, a Júlia Neto (*),  ao lado do Primeiro Ministro da República da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, e do Carlos Schwarz da Silva (Pepito). 

Na 2º imagem, a "foto de família": ao centro o Bispo de Bafatá, Dom Pedro Zilli, ladeado pela Júlia (à sua esquerda) e pelo Pepito (à sua direita). Ao fundo, o crucifixo levado de Portugal, leva Júla Neto, oferta do Paulo Santiago (**). Presentes também, entre outras individualides, os Embaixadores da União Europeia, da Finlândia, de Cuba e de Portugal, bem como a presidente da ONG AD, Isabel Miranda, o Domingos Fonseca , o arqueólogo de Guileje (estes dois na ponta esquerda, no foto nº7), bem como a Isabel Levy Ribeiro, esposa do Pepito e membro do nosso blogue.

Na 3ª foto, o bispo de Bafatá   e a Júlia Neto. Na 4ª foto, o Embaixador de Portugal, António Ricoca Freire,  e o bispo de Bafatá. Na 5ª foto, vê-se de costas, à esquerda, um coronel do exército português, que está em missão de cooperação na Guiné-Bissau.

1. Texto e fotos enviadas ontem pelo nosso amigo Pepito, relativos à inauguração do Núcleo Museológico Memória de Guiledje, e em particular da capelinha, reconstruída de acordo com o modelo construido no tempo da CART 1613 (Guileje, 1967/68).

A Capela de Guiledje foi construída em 1967 ou 68 sob a iniciativa e orientação do Capitão José Neto que, nas suas memórias afirmou: “…se construiu a obra mais emblemática que deixamos em Guilege: a Capela.”.


Na sequência do abandono do Quartel, este foi bombardeado e a capela ficou destruída e coberta de terra. Domingos Fonseca, técnico da AD e arqueólogo de circunstância, acabou por descobrir as fundações da Capela e alguns dos seus elementos arquitectónicos (cruz celta, pequeno altar, lápide de entrada).

O respeito e profundo reconhecimento da AD para com o Capitão José Neto, levou-nos a considerar prioritária a sua recuperação, como forma de homenagear quem, em vida, tanto amou este pedaço de chão e tanto contribuiu para a sua reconstituição visual e fotográfica.

Com o apoio de vários ex-militares portugueses que por lá passaram ou que simplesmente simpatizaram com a iniciativa (Camilo, Paulo Santiago, natural de Águeda, etc.) (**), a Capela foi reconstruída, procurando-se ser o mais fiel possível à traça original.

No dia 20 de Janeiro de 2010, com a presença da esposa do Capitão José Neto, Senhora Júlia Neto, procedeu-se a uma importante cerimónia que contou com a participação do Senhor Bispo de Bafatá, D. Pedro Zilli, que oficiou algumas orações, o Embaixador de Portugal, Sr. António Riccoca Freire, a Presidenta da AD, Isabel Miranda e outros guineenses e portugueses presentes.

Se o Capitão José Neto estivesse vivo, temos a certeza que se juntaria a nós na alegria da Capela reconstruída.

Pepito

2. Comentário de L.G.:


 Falei com a Júlia, ontem, ao telefone. Chegou de Bissau no domingo passado.  Contou-me, com grande entusiasmo e alegria, a mgnífica recepção que teve por parte do Pepito, da AD, das autoridades guineenses, e das gentes de Iemberém, Guiledje e Quebo. Foi inclusive entrevistada por um órgão da comunicação social do país. Todos queriam saber da razão da sua presença, incluindo o "embaixador da Finlândia" que esteve em Guileje. Aqui participou, a convite da AD,  das cerimónias oficias de inauguração do Núcleo Museológico, incluindo a capela e a mesquita.  As festividades mobilizaram 3 mil a 4 mil pessoas, que vieram de todo o lado, incluindo de Varela. "Trouxeram vacas, porcos, tudo o que era necessário para a sua alimentação"... Ouviu gente, do tempo da CART 1613, a cantar canções do Minho, o Malhão (antigas lavadeiras), bem como a tocar gaita de beço, com músicas portuguesas (um milícia).

A Júlia Neto tem um CD com cerca de mil fotos (do Pepito e dela) que quer partilhar com o blogue e com os antigos camradas do marido, pertencentes à CART 1613 (contacto: Cunha, de Braga).  Prometi contactá-la para a semana. Vive em Queluz. Já pensa em voltar à Guiné-Bissau, com as suas filhas  e netos. Esteve com mílícias e habitantes de Guileje do tempo da CART 1613. Todos (incluindo a lavadeira) lhe falaram do seu marido, José Neto (1929-2007), com grande apreço e simpatia.  Os Homens Grandes de Quebo, incluindo o filho do Cherno Rachide, fizeram questão de estar com ela e de convidá-la para a inauguração da mesquita de Guiledje (texto e fotos que publicaremos oportunamente).

Fiquei também a saber que o nosso saudoso camarada José Neto esteve, em comissão, em Macau, de 1951 a 1960. Foi lá que conheceu a sua futura mulher, mais nova do que ele em cerca de 20 anos. A Júlia é filha de militar, que fez uma comissão na Guiné, em Bafatá. Em 1960, o José Neto foi destacado para Cabinda. Em 1967/68 esteve em Guileje. Em 1971, estava em Angola, tendo regressado para frequentar o Curso de Oficiais.  Reformou-se, como se sabe, como capitão. Não viveu, infelizmente, para partihar connosco, com a famiia, e com o Pepito, esse momento para o qual ele tanto contribuiu.

Quero apoveitar a ocasião para lembrar que cotinua aberta a campanha de angariação de fundos para a reconstrução da capela... Feita a inauguração, é preciso pagar contas, incluindo a manutenção.  (LG)

_________________

Nota de LG.:

(*) Vd  poste anterior desta série > 21 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5683: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (7): Seguir o exemplo do meu pai e do seu amor por essa terra (Maria Eugénia Neto)

(**) Ao Grupo dos Amigos da Capela de Guileje, de que fazem parte o Camilo e o Patrício Ribeiro, há agora que acrescentar o nome do Paulo Santiago, que é natural de Águeda, tal como o Patrício. Foi o Paulo que ofereceu o crucifixo que está na capela. O Patrício tinha a incumbência, por parte do Pepito, de arranjar um crucifixo. Em Águeda concheceu, através do blogue, o seu conterrâneo Paulo. O Paulo, que conhece todo o mundo, desenrascou logo o Patrício. O Patrício levou o crucifixo para Lisboa ainda a tempo de ser transportado pela Júlia Neto até Bissau... A história acabou de me ser contada há meia hora pelo Paulo, ao telefone... Ao Grupo dos Amigos da Capela de Guileje há também que acrescentar aqueles de nós que  estã a contribuir, com dinheiro, para as despesas de construção e manitenção do edifício. A recolah de fundos está a cargo do Manuel Reis, que foi Alf Mil Cav, da CCAV 8350 - Piratas de Guileje (Guileje, 1972/73).

Associado à capela e ao núcleo museológico de Guileje, fica também doravante o nome do Domingos Fonseca, engenheiro técnico agrícola, quadro da AD,  e o grande arqueólogo de Guileje. Em homenagem à sua dedicação e empenho, ele passa doravante a figurar na lista dos membros do nosso blogue.  Já em 2008, ele tinha um papel central no apoio logístico à visita, ao sul, dos participantes do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de Março de 2008). Bem-vindo, Domingos, à nossa Tabanca Grande ! (LG)

Guiné 63/74 - P5725: Parabéns a você (72): Luís Graça, ex-Fur Mil da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 - O Rei Luar (Migueis da Silva)

1. O nosso camarada Mário Migueis da Silva mandou-nos esta reedição de "O REI LUAR", de autoria de Sheik Pierre, editada pela Al Draba, Lda, a fim ser publicada hoje dia 29 de Janeiro de 2010, data em que o nosso querido Camarada Luís Graça comemora o seu 63.º aniversário.

A história, um tanto estranha, pode ser lida no seu original, bastando para tal clicar nas imagens, ou nas respectivas legendas.




"REI LUAR" de Sheik Pierre
Editora Al Draba, Lda.



Ao Luís Graça, mui digno, nobre e ilustre fundador do "Brrelogue" mais bonito do mundo, com as minhas felicitações nesta ditosa data do seu aniversário.
O autor,
Mário Migueis.
Esposende
29/01/2010.


ADVERTÊNCIA
Como todos sabemos, a 1.ª edição desta obra prima do Sheik Pierre data de 1607. Em 1623, a obra é, pela primeira vez, reeditada mas, tudo leva a crer que, já então, padeceu de numerosas mutilações, acrescentos e adaptações, uma vez que reproduziria não o texto original do Sheik, mas a peça tal e qual era representada, com as necessárias adaptações às exigências de ordem cénica.
É, pois, de crer que esta pérola literária do dealbar do século XVII tenha visto, até aos nossos dias e por força de alterações sistemáticas ao texto original, adulterada a imagem do próprio monarca, personagem central da obra. Aliás, conforme adiante se verá, este revela-se como uma figura pouco interventiva, ocultando a voz atrás de farta barba, quando, por outras e idóneas fontes, se sabe que era grande tagarela. Igualmente, consta em papiros dispersos na Torre do Tombo que o Rei Luar, em pessoa, nada tinha de tirano, conforme somos levados a supor pela obra em apreço. De qualquer forma, norteados pelos nossos princípios de rigor literário, que é o que aqui está em causa, estamos a reproduzir com toda a fidelidade a última peça levada à cena no nosso país pelo Grupo Cénico dos Tabanqueiros Cá do Sítio.
A Editora


Personagens:
LUAR - Luís Henriques - O Graça, rei de todas as tribos
MARQUÊS DE VINHAL - Ministro da Propaganda do Reino
VISCONDE VACAS DE CARVALHO - fidalgo tocador de alaúde
CONDE DE OLHÃO
ZÉDASSÉ, criado do Conde de Olhão
GUARDA DINOSSAURIANA do Regimento de Infantaria da Região Oeste
POVO ANÓNIMO


ACTO I - Scena I

Uns cortinados bolorentos em veludo de cor a gosto, numas varandas supostamente voltadas para uma praça (varandas do palácio real)
Estão escondidos atrás dos reposteiros o Conde de Olhão e o seu fiel criado Zédassé.

ZÉDASSÉ
Senhor Conde, porque é que lhe chamam Rei Luar?!...

CONDE DE OLHÃO
A mim?!...

ZÉDASSÉ
Não, a ele, ao mal-querido, ao rei.

CONDE DE OLHÃO
Ora essa, porque se lhe chamassem Rei-Sol era plágio!... És mesmo ignorante, Zédassé. Por esse andar, nunca mais passas de servo da gleba. Então, tu nunca ouviste falar do Luís XIV, da França, o que morava no Palácio de Versalhes, com aqueles jardins maravilhosos?!... Pois é, esse é que é o tal do astro rei. O nosso, esse é, por ora e por mal dos nossos pecados, o Luís Henriques - o Graça, mais conhecido nessas coisas das literaturas por Rei Luar.

ZÉDASSÉ
Ah!...


CONDE DE OLHÃO
Nunca foi flor que se cheirasse

ZÉDASSÉ
Quem, senhor Conde?!...

CONDE DE OLHÃO
Ele, o rei, o ditador, o nosso déspota de estimação. Já no tempo do Senhor dos Arganeis, há cem milhões de anos, os lourinhanosaurus falavam dos seus instintos absolutistas. Pelo menos, é o que consta nas pinturas rupestres das grutas de Altamira, que são mais antigas que as de Foz-Coa: "Le Brrelogue c'est moi".

ZÉDASSÉ
Que disse Bossa Senhoria?!... Num percebi nada, mas concordo com tudo, que esse malbado nunca me enganou.

CONDE DE OLHÃO
Nem a mim, meu bom Zédassé. Sociólogo, sociólogo... sociólogo, uma ova!... Este não dá ponto sem nó, quer lá saber da sociedade!... A componente política estuda ele, que é finório, mas não vai além disso, que não lhe interessa. Não passa de um político espertalhaço, explorando a ingenuidade e a boa fé deste povo dócil e iletrado. Tem aqui um campo fértil para as suas ideias absolutistas, pois claro. Absolutistas e centralistas, que não são só os do norte que estão a levar no corpo. E, por falar em levar no corpo... levar a malta sabe ele!... Quem o ouvir, a este falinhas-mansas, não vê a peça que ali está!... Quem vê reis, não vê corações, é verdade e é bem certo. "Dois povos, um só brrelogue!", de quem é que eu já ouvi isto, alguém me ajuda a recordar?!... Não era o outro que dizia "duas raças, um só povo"?!... Ou era outra coisa qualquer que ia dar ao mesmo?!... Está-se mesmo a ver para que é que este espertalhão logo se vai doutorar em Saúde Pública!... Pois claro, pois claro, foi para nos tratar da saúde a todos, estás a perceber, Zédassé?!...

ZÉDASSÉ
Estou, estou,... quer-se dizer!...

CONDE DE OLHÃO
Cala-te, estou a ouvir passos!... É ele, esconde-te,... esconde-te, bem escondido, ou as nossas cabeças vão parar ao cepo enquanto o diado esfrega um olho!


Scena II

Mesmas varandas, mas abarcando-se agora também a Praça do Povo. Ladeado pela sua guarda dinossauriana, já está em cena o rei, sentado no seu tronomóvel.
Duas tossidelas do rei, introdutoras do seu discurso à multudão de súbditos.


REI LUAR
Antes de mais, boa tarde a todos!

CORO (POVO)
Boa tarde, majestade, senhor dos nossos destinos!... Viva Sua Alteza Real!... Viva!...

Aplausos e Avés Césares. Segue-se a popular "Parabéns a Você", cantada pelo povo (coro), acompanhado ao alaúde pelo Visconde Vacas de Carvalho.

ZÉDASSÉ
Ui, quanto dragom!...

CONDE DE OLHÃO
Não são dragões, são dinossáurios.

ZÉDASSÉ
Dinossáurios?!...

CONDE DE OLHÃO
Sim, são três lourinhanosaurus antunesi, três brachiosaurus atalaiensis e um lourinhanosaurus luisani.

ZÉDASSÉ
Mas eu só conto seis dragões!!!...


CONDE DE OLHÃO
Não são dragões, são dinossáurios e, com o o rei, são sete.

ZÉDASSÉ
Atom o rei também é dragom?!...

CONDE DE OLHÃO
Dragão, dragão, não sei, mas dinossáurio é de certeza, que é aquilo que chamam aos da Lourinhã que estão agarrados ao tacho há mais de cinco milhões de anos.

ZÉDASSÉ
Ao tacho?!... Mas ele está é agarrado a um cacete, num é a um tacho!...

CONDE DE OLHÃO
Aquilo não é um cacete, é o ceptro, o brrelogue, o símbolo da autoridade soberana, do poder real. Quem tiver o brrelogue na mão, é senhor absoluto das tribos dos tabanqueiros, dos camaradas e camarigos, dos tertulianos e companheiros, e, até, das hostes dos colaboradores, amigos e simpatizantes, quer casados, quer solteiros.

ZÉDASSÉ
Ai, Senhor Conde, que exército, que força, que poderio!... Isto bai ser o cabo dos trabalhos! Só se lhe arrancarmos o cacete das mons!...

CONDE DE OLHÃO
Não é um cacete, é um brrelogue e ninguém consegue tirar-lhe o brrelogue da mão, porque o safado dorme com ele debaixo da almofada.

ZÉDASSÉ
Atom, aperta-se-lhe o gargueirilho!...


CONDE DE OLHÃO
Ai é, e o dentudo?...

ZÉDASSÉ
O dentudo, quem é esse?!...

CONDE DE OLHÃO
O lourinhanosaurus antunesi,... o que o rei traz à trela.

ZÉDASSÉ
Aquele ali, o dragom mais baixinho?... Dá-se-lhe remédio do escarabelho!...


Scena III

Entra em cena uma figura sinistra - O Marquês de Vinhal - envolta numa capa negra e com um chapéu de aba larga, à D'Artagnan, emplumado com uma rectriz de abutre coçada e quebrada a meio

MARQUÊS DE VINHAL
Põe-se remédio do escaravelho a quem?!... Quem é que dá remédio do escaravelho ao dragão, quem é?!... Só por cima do meu cadábre, seus aleivosos, cambada de conspiradores miseráveis!...

ZÉDASSÉ
Aleibosos?!... Aleibosos, quem?, seu...

CONDE DE OLHÃO
Schiiiiiiuuuuuu!... está calado, que é o Marquês de Vinhal, o ministro da Propaganda do Reino! Dizem que ainda é pior que o tirano!...

ZÉDASSÉ
Ai é, é!... Este conheço-o eu bem, que é lá da beira do Puarto. Foi ele que, aqui há anos, mandou o Camilo p'rá cadeia da Relaçom, onde lhe moeram os ossos bem moídinhos.

CONDE DE OLHÃO
Está calado, que tu não sabes nada. O cara de pau é inquisidor do Santo Ofício: escrito que não lhe cheira, vai direito p'rá fogueira!... Grandes malvados, temos que lhes acabar com a raça!

ZÉDASSÉ
Isso é bom de falar, Senhor Conde. O pior é que as nossas cabeças nas mãos deles num balem uma mealha!... Já me estou a imaginar de correntes nas canelas, a subir ao cadafalso!...


CONDE DE OLHÃO
Também eu, mas temos que pôr uns patins a estes tratantes!...

ZÉDASSÉ
Uns patins?!...

CONDE DE OLHÃO
Sim, uns patins e com rodas bem oleadas. Mas, o melhor, por agora, é guardarmos os trabucos no saco e optarmos pelo plano B. Nem é tarde nem é cedo, é hora de reunir as tribos armadas e marchar sobre Lisboa. Temos que os apear do Cavalo do Poder, como dizia o coiso. A estes e aos outros, não é só a estes!...

ZÉDASSÉ
Ui, senhor Conde, não me fale dos outros, que já me deu bolta à barriga!... Que se aborte lá a conspiração e o raio que a parta!... Bamos, mas é dar à sola, enquanto há tempo! Pode ser que o rei caia da cadeira, como o outro no tempo da outra.

CORO (POVO)
Credo, cruzes, canhoto!... Longa vida para o Rei!...

Perante a intempestiva saída de cena das personagens até então escondidas atrás das cortinas, baixa o pano e rufam as caixas e os tambores, com o coro a cantar a Grândola Vila Morena de trás para a frente e de pernas para o ar.

FIM

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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 29 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5724: Parabéns a você (71): Luís Graça, ex-Fur Mil da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Mensagens da Tertúlia III)