quinta-feira, 6 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25612: Os 50 anos do 25 de Abril (26): A exposição, na Gare Marítima de Alcântara, sobre os antecendentes e a origem (com enfoque na guerrra colonial) e os protagonistas do 25 de Abril de 1974... Para ver até 26 de junho - Parte I: Os bodes expiatórios do regime

 


Lisboa > Administração do Porto de Lisboa >  Gare Marítima de Alcàntara  (um belo edifício da arquitetura estado-novista, inaugurado em 1943, da autoria do arquiteto Pardal Monteiro, decorado com painéis a fresco de Almada Negreiros) > Fachada do edifício com os cartazes da Exposição "MFA 25A - O Movimento das Forças Armadas e o 25 de Abril". Horário: de quarta feira a domingo, das 14h00 às 20h00, de 14 de abril a 26 de junho de 2024.


1. Já aqui demos o devido destaque à exposição 'O MFA e o 25 de Abril', que  é uma iniciativa da Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril, de curadoria partilhada com a Associação 25 de Abril e em parceria com o Porto de Lisboa (*).

"Esta exposição pretende ilustrar o papel do Movimento das Forças Armadas (MFA) no derrube da ditadura e na construção da Democracia, através do recurso a materiais iconográficos, audiovisuais e sonoros. Será dinamizada através de visitas guiadas, conferências, debates e espetáculos, e complementada por um dossiê multimédia." (Fonte: Comissão Comemorativa 50 anosdo 25 de Abril).


Só há dias, em 26 de maio último, um domingo à tarde,  consegui lá dar um salto. Fiz bastantes fotos (cerca de 150). A exposição está bem orgsnizada por blocos temáticos, mas é muito extensa. Hora e meia foi o tempo que eu gastei. Julgo que para o grande público tem excesso de informação e cronologias (fitas do tempo) muito detalhadas. (Tem um erro fctual imperdoável: dar Madina do Boé como local onde o PAIGC proclamou a independência unilateral da Guiné-Bissau, em 24 de setembro de 1973.)

Os blocos temáticos são os seguintes: 

0. Memorial aos presos políticos; 1. A queda dos impérios colonais; 2. A guerra colonial; 3. Os militares, os bodes expiatórios do regime; 4.A conspiração; 5. O dia 25 de Abril; e 6. O legado do MFA.

O curador desta exposição, da parte da A25A, é o comandante, capitão-de-mar-e-guerra ref, Pedro Lauret, um dos "históricos" do nosso blogue: recorde-se que ele foi combatente no TO da Guiné, na qualidade de imediato da LFG Orion, de 1971 a 1973; tem 36 referências no nosso blogue; e foi um dos participantes do I Encontro Nacional da Tabanca Grande, na Ameira, Montemor-o-Novo, em 14 de outubro de 2006.

É uma exposição a não perder, sobre os antecedentes (próximos e afastados). a origem e os protagonistas do 25 de Abril: 

"Os oficiais do MFA tinham capacidade de comando, coragem, determinação e conhecimento operacional para que, no dia 25 de Abril, às três da manhã, de cerca de 30 unidades diferentes, de Norte a Sul do Pais, em simultàneo, saíssem  forças rumo aos seus objetivos, numa operação - Operação Viragem Histórica -  extraordinariamente bem concebida, planeada, conduzida e executada" (Fonte: excerto da folha de sala).

Faltam menos de 3 semanas para encerrar (**). Hoje reproduzimos alguns dos painéis do Bloco 3 (Os militares, os bodes expiatórios do regime) bem como do Bloco 2 (A guerra colonial), e nomeadamente imagens do armamento, das NT e do IN,  que está exposto em vitrinas.


Bloco 3 - Os militares, os bodes expiatórios do regime








Bloco 2 - A Guerra Colonial: armamento do IN e das NT









 Imagens colhidas e editadas por LG (2024), com a devida vénia...

______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 29  de abril de DE 2024 > Guiné 61/74 - P25457: Os 50 anos do 25 de Abril (15): Exposição na Gare Marítima de Alcântara, Porto de Lisboa, até 26 de junho próximo, de 4ª feira a domingo, entre as 14h00 e as 20h00: "O Movimento das Forças Armadas e o 25 de Abril": curador, Pedro Lauret, Capitão-de-Mar-e-Guerra Ref


(**) Último poste da série > 3 de junho de  2024 > Guiné 61/74 - P25598: Os 50 anos do 25 de Abril (25): Hoje, na RTP1, às 21:01, o 8º (e penúltimo) episódio da série documental, "A Conspiração", do realizador António-Pedro Vasconcelos (1939-2024)

Guiné 61/74 - P25611: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (46): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: População recuperada ao PAIGC



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


POPULAÇÃO RECUPERADA AO PAIGC

Em Janeiro de 1971, no programa de rádio da Emissora Oficial da Guiné, deram a informação que as nossas Forças Armadas tinham capturado/recuperado mais ou menos 1200 pessoas que estavam debaixo do controle do PAIGC.

Como a minha CCAV 2721 trouxe muita população nos golpes de mão e emboscadas que fez, tive a curiosidade de fazer a contabilidade.
Verificada a história da CCAV 2721 contei 143 (cento e quarenta e três) elementos da população, entre homens, mulheres, jovens e crianças.
Além destes também recuperamos 3 guerrilheiros.
Todos juntos perfazem 146 elementos, ou seja, 12 por cento do total.

Para uma companhia de "periquitos", recuperar 146 elementos em apenas 8 meses é "MANGA DE RONCO".

_____________

Nota do editor

Último post da série de 30 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25585: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (45): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Há indivíduos com sorte, mesmo na guerra

Guiné 61/74 - P25610: Para Bom Observador, Meia Palavra Basta (2): o que há em comum na estátua de Nicolau Lobato, herói nacional timorense, inaugurada em 2014, e a estátua aos combatentes do ultramar da freguesia de Atalaia, inaugurada um ano antes ?

 



Timor-Leste > Dili > Aeroporto Internacional > Estátua de Nicolau Lobato (1946-1978), 1º ministro (de 28 de novembro a 7 de dezembro de 1975) e 2º presidente da República Democrática de Timor Leste (1977/78).  Ao tempo da admimistração portuguesa, o o Nicolau Lobato foi seminarista, e depois, como serviço militar obrigatório,  fur mil, vagomestre, do exército português, CCAÇ 15 (Caicoli, 1966/68).(*)


Fonte: Wikimedia Commons (com a devida vénia...).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2024)



Lourinhã >  Atalaia> 16 de junho de 2013 > Inauguração do monumento aos combatentes da 
freguesia de Atalaia > Vista parcial do monumento  (**)

Foto (e legenda): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados [Edição:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Mais um desafio, no âmbito da série  "Para Bom Observador, Meia Palavra Basta" (***)...  

Qual é a relação entre as duas imagens, a estátua, em bronze,  de Nicolau Lobato, herói nacional de Timor-Leste, inaugurada em 2014, e a estátua, também em bronze, inaugurada em 13 de junho de 2013, na Atalaia, Lourinhã, de homenagem aos combatentes daquela freguesia que passaram, durante a guerra do ultramar / guerra colonial, por 5 diferentes teatros de operações (Angola, Guiné, Índia, Moçambique e Timor) ?

Vários camaradas nossos, naturais do concelho da Lourinhã, fizeram a sua comissão de serviço militar em Timor, ao tempo da guerra do ultramar / guerra colonial. 

__________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 4 de junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25602: Viagem a Timor: maio/julho de 2016 (Rui Chamusco, ASTIL) - VI (e última) Parte: Regresso a Lisboa, via Singapura e Londres... E que Deus seja louvado!

Guiné 61/74 - P25609: Elementos para a História do Pel Caç Nat 51 (1966/74) - Parte II: Cacine, Catió, Cufar, Bedanda (c. 1970) (Armindo Batata)


Guiné > Região de Tombali > Cacine > c. dez 1969/jan 70 > Fotoº 53 > O pessoal do Pel Caç Nat 51 e 67 em trânsito por Cacine, tendo chegado de LDM vindo de Gadamael. A "avenida das palmeiras" que ia desembocar ao cais fluvial: "A ponte cais ao fundo e a messe (ou bar?) de sargentos à direita. A messe, bar e alojamentos dos oficiais era do lado opsto, donde tirei a fotografia. O acesso à ponte cais era uma agradável avenida ladeada de palmeiras."



Guiné > Região de Tombali > Cacine > c. dez 1969/jan 70  > Fotoº s/n > O ex-alf mil Armindo Batata, cmdt  Pel Caç Nat 51,  em trânsito para Catió e Cufar,  tendo chegado de LDM vindo de Gadamael Porto: aqui junto a uma AML Daimler da escolta.


Guiné > Região de Tombali > Cacine > c. dez 1969/jan 70  > Fotoº s/n > O ex-alf mil Armindo Batata, cmdt  Pel Caç Nat 51,  em trânsito para Catió e Cufar,  tendo chegado de LDM vindo de Gadamael Porto: aqui junto a uma AML Daimler da escolta, com a LDM à esquerda. Ao fundo, o Cantanhez, na margem direita do rio Cacine. (Frente a Cacine fica  hoje o porto fluvial e a aldeia piscatória de 
Cananima  que não existia nesse tempo,)


Guiné > Região de Tombali > Cacine > c. dez 1969/jan 70  > Fotoº nº 52 > O porto fluvial na margem esquerda do rio Cacine: "praia a jusante da ponte cais onde desembarcámos das LDM, durante a noite, vindos de Gadamael Porto".


Guiné > Região de Tombali > Cacine > c. dez 1969/jan 70  > Fotoº nº 50 > O NRP Alvor LFP, Lancha de Fiscalização Pequn) que escoltou o comboio fluvial com os Pel Caç Nat 51 e 67 até Catió.



Guiné > Região de Tombali > Catió > s/d (c. dez 1969/jan 70)  > Fotoº 72 > O pessoal do Pel Caç Nat 51 e 67 em trânsito pro Catió, a caminho de Cufar


Guiné > Região de Tombali > Cufar  (?) > s/d (c. 1970)  > Foto nº 78 >  Pel Caç Nat 51


Guiné > Região de Tombali > Cufar  (?) > s/d (c. 1970)  > Foto nº 59 >  Pel Caç Nat 51


Guiné > Região de Tombali > Cufar  (?) > s/d (c. 1970)  > Foto nº 79 >  Pel Caç Nat 51


Guiné > Região de Tombali > Cufar  (?) > s/d (c. 1970)  > Foto nº 61 >  Pel Caç Nat 51


Guiné > Região de Tombali > Cufar  (?) > s/d (c. 1970)  > Foto nº 81 >  Pel Caç Nat 51


Guiné > Região de Tombali > Cufar  (?) > s/d (c. 1970)  > Foto nº 58 >  Pel Caç Nat 51: o alf mil Armindo Batata, à esquerd, de óculos


Guiné > Região de Tombali > Cufar > Pel Caç Nat 51 >  s/d (c.1970)  > Fotoº 69 > A pista de Cufar


Guiné > Região de Tombali > s/l > Pel Caç Nat 51 >  s/d (c.1970)  > Foto nº 80

Vista aérea (detalhe) > O José Vermelho (nosso grão-tabanqueiro nº 471, fur mil, CCAÇ 3520 - Cacine, CCAÇ 6 - Bedanda, CIM - Bolama, 1972/74) diz que esta parece-lhe ser uma vista aérea de Bedanda:

(i) na parte inferior da foto, a edificação mais comprida era o refeitório das praças;

(ii) o meio, estão duas árvores paralelas, mais altas, que faziam um género de "portal de entrada" para esta parte das instalações;

(iii) junto dessas duas árvores, está outra edificação comprida, onde eram os quartos, a messe e bar de oficiais e messe de sargentos;

(iv) a edificação pequena que está junta, era o bar de sargentos;

(v) os furrieis, cabos e soldados metropolitanos, dormiam nos abrigos;

(vi) para cima e um pouco à esquerda das mesmas árvores há dois edificios: o de telhado mais escuro era a enfermaria e o outro era a secretaria;

(vii) a picada que se vê sair para a direita levava ao destacamento (pelotão) e ao "porto" junto ao rio.



O João Martins (ex-alf mil art .PCT, Bedanda, 1968/1969), diz que também que lhe parece ser Berdanda a  foto nº 80: "Reconheço a localização dos obuses, a casa habitada pelo capitão de que tenho uma fotografia nas minhas memórias, com muitos cartuchos do canhão s/r  IN, a residência do chefe do posto, os abrigos em V que não vi em mais lado nenhum na Guiné". 


Fotos (e legendas): © Armindo Batata (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e egendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação de algumas das melhores das mais de 8 dezenas de fotos do álbum do Armindo Batata, ex- alf mil at art, cmdt  Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/1970).


Estas fotos (numeradas de 1 a 81) não tinham legendas, mas estavam distribuídas por 4 grupos: (i) Guileje (jan 69/jan70), (ii) Cacine (dez 69 / jan 70); (iii) Cufar (jan / dez 70) e (iv) Outros locais (como Catió, Bendanda...).

Guileje e Cufar foram, pois, as duas localidades onde o fotógrafo passou mais tempo.

2. Legendagem posterior do Armindo Batata, com data de 12 de outubro de 2012, 22:50 (**):

(...) Os Pel Caç Nat 51 e 67, este de comando do alf mil Esteves, passaram por Cacine em dezembro 1969/janeiro 1970, em trânsito para Cufar [Fotos s/n, e nºs 50, 52, 53] . 


O Pel Caç Nat 67 tinha guarnecido o destacamento do Mejo até à evacuação desta posição em janeiro de 1969.

O deslocamento de Guileje para Cufar teve um primeiro troço em coluna de Guileje para Gadamael Porto. Prosseguiu em LDM para Cacine onde aguardámos a formação de um comboio fluvial. Chegámos a Cacine já a noite tinha caído. Desembarcámos na praia  a jusante da ponte cais, com 1 ou 2 AML Daimler  a fazerem a segurança e iluminados por viaturas.

Os militares nativos "espalharam-se" com as famílias e haveres pelas tabancas de acordo com as respectivas etnias. Nessa noite dormi num quarto com aspeto de quarto, que até tinha mesa de cabeceira e, paredes meias, uma casa de banho que, para meu grande espanto, tinha um autoclismo, daqueles de puxar uma corrente; que maravilha tecnológica!.

Ficámos uns dias, não me lembro quantos, mas deu para eu ir a Cameconde, numa das colunas que se efectuavam diariamente (?). Tenho de Cameconde a imagem de uma fortaleza em betão, daquelas fortalezas dos livros da escola, a que só faltavam as ameias. Quem por lá andou me corrija por favor esta imagem, se for caso disso.

Deu também para umas passeatas no rio Cacine. Mas só na praia-mar, quando era um rio azul digno de um qualquer cartaz turístico daqueles locais chamados de sonho. Depois vinha a baixa-mar e o cartaz turístico ficava cinzento. E naquele tempo era quase sempre baixa-mar.

Num fim de tarde, as marés a isso obrigaram, embarcámos nas LDM e ficámos fundeados a meio do rio Cacine em companhia do NRP Alvor, que nos iria comboiar até Catió. O 2º tenente RN, comandante do NRP Alvor , convidou-nos, a mim e ao alferes Esteves, para bordo e entre umas (muitas) cervejas e não menos ostras, passámos a noite. A hospitalidade habitual da Marinha.

As embarcações suspenderam o ferro com o nascer do sol (exigências da maré) e lá seguimos para Catió. No último troço da viagem, já o rio era mais estreito, portanto já não era o Cacine, fomos acompanhados por T6 no ar e fuzileiros em zebros a vasculharem o rio, já que tinha havido, recentemente, um qualquer "conflito" entre uma embarcação e uma mina. Nada se passou, e o fogo de reconhecimento para as margens, a partir das LDM, não teve resposta.

Não houve incidente algum portanto, mas a viagem foi um bocado complicada, em termos logísticos. Um pelotão de nativos integra as famílias dos militares, os seus haveres e animais domésticos. Família, haveres e animais domésticos que afinal eram o triplo ou quádruplo do inicialmente inventariado. Nos animais domésticos estão incluídos os porcos dos não islamizados, que terão que viajar separados dos islamizados. E a aguardente de cana. E o ... e a mulher do ... e o "alferes desculpa mas não pode ser". Em coluna auto lá se arranjaram, mas em LDM não foi fácil. Valeu a paciência dos furrieis, um deles de nome Neves e do 2º sargento (que era de Bissau).

Catió tinha uma estação de correios com telefone para a metrópole, um restaurante daqueles em que se come e no fim se pede a conta e se paga. E pessoas brancas sem serem militares. Um espanto! 
[Foto nº 72].

O plano inicial era os dois pelotões, o 51 e o 67,  deslocarem-se por estrada de Catió para Cufar. Esse percurso já não era utilizado há bastante tempo (meses?) e foi considerado de risco muito elevado. Não me lembro dos argumentos avançados, mas acabámos por ir para Cufar por rio (LDM com desembarque em Impugueda no rio Cumbijã ou sintex/zebro com desembarque em Cantone, não tenho a certeza, pode ser que alguém de mais fresca memória se lembre). (...)


 

Guiné > Mapa geral da província ( 1961) > Escala 1/500 mil > Posição relativa das guarnições fronteiriças, de Quebo a Cameconde, a guarnição militar portuguesa mais a sul, na península de Quitafine, e na estrada fronteiriça Quebo-Cacine... 


Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013)

___________

Notas do editor:

(*) Poste anterior da série > 5 de junho 2024 >  Guiné 61/74 - P25604: Elementos para a História do Pel Caç Nat 51 (1966/74) - Parte I: Guileje, ao tempo da CART 2410 (jan 69/jan 70) (Armindo Batata)

(**) Vd. poste de 8 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10634: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex-comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (10): "Outros locais": Catió, Bedanda, Cufar...

Guiné 61/74 - P25608: Parabéns a você (2279): Belarmino Sardinha, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista do STM (Mansoa, Bolama, Aldeia Formosa e Bissau (1972/74)

_____________

Nota do editor

Último post da série de 5 de junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25603: Parabéns a você (2278): João Moreira, ex-Fur Mil Inf da CCAV 2721 (Olossato e Nhacra, 1970/72)

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25607: Convívios (1001): Rescaldo do XXXI Encontro da Rapaziada, e familiares, da CART 11/CART 2479, levado a efeito no passado dia 1 de Junho na Tornada, Caldas da Rainha (Valdemar Queiroz, ex-Fur Mil Art)

1. Mensagem do nosso camarada Valdemar Queiroz, ex-Fur Mil Art da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70) com data de 3 de Junho de 2024 com o rescaldo do convívio da malta da CART 2479/CART 11:

Boa tarde, Luís,

No passado dia 01 de Junho realizou-se na Tornada (Caldas da Rainha) o 31.º Encontro da rapaziada e familiares da CART 11 (ex-CART 2479). 

Eu por razões de saúde e com muita pena não fui. É uma chatice.

Não apareceu muita gente, por já haver poucos, alguns terem falecido, doenças ou dificuldades financeiras para deslocações. Mas, por informação do Abílio Duarte, foi um dia bem passado em que não faltaram conversas do que se passou na Guiné há 55 anos. À última hora faltou o Macias que sempre haveria alguma conversa sobre caça no Alentejo.

Para o ano vai ser na zona do Porto, provavelmente aparecerá mais gente.

Abraço, saúde da boa para todos e que se vão repetindo estes Encontros.
Valdemar Queiroz


A Ementa apresenta os emblemas usados pela Companhia antes CART 2479 e depois CART 11 em intervenção com soldados fulas.
Na foto vemos em primeiro plano uma garrafa de bioxene do bom, os mesmos e o ex-condutor Costa, e em frente junto à parede o ex-condutor e ex-alf mil Martins e esposa 
Na foto vemos os ex-fur mil Pinto, Silva, Duarte, Pais, Canatário e Cunha em pé

 
_____________

Nota do editor

Útimo post da série de 28 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25574: Convívios (1000): Grande Encontro de Rapazes de Mampatá na Quinta Senhora da Graça, Santa Marta de Penaguião (António Carvalho, ex-Fru Mil Enf.º)

Guiné 61/74 - P25606: Historiografia da presença portuguesa em África (426): João Vicente Sant’Ana Barreto, o primeiro historiador da Guiné portuguesa (5) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 31 de Dezembro de 2023:

Queridos amigos,
Depois de nos dar a sequência dos acontecimentos por si considerados mais relevantes do que se passou na Guiné no século XVIII e em boa parte no século XIX, e de nos ter facultado a lista dos governadores de Cabo Verde e da Guiné até 1879, João Barreto espraia-se pelo papel desempenhado pela região no tráfico de escravos, tem a vincada preocupação de mostrar como este mercado negreiro era antiquíssimo e tolerado em vários continentes, a que a Europa não escapava, e dá-nos conta que tal comércio poucos benefícios mercantis trouxe à economia local e a Portugal, aponta o dedo à principal potência traficcante, a Inglaterra, e ao comércio praticado em larga escala por Espanha, França e Holanda, e apresenta os dados estatisticos conhecidos. Como aqui já se abordou no blogue, a historiografia referente ao tráfico negreiro no império português tem evoluído muito, é credor de novos olhares e apreciações modificadas. E assim entramos no Governo autónomo da Guiné, João Barreto revela-se incansável a falar das questões do Forreá e das sublevações que irão ultrapassar o século XIX, recordará que Bissau estará permanentemente causticada por ataques dos Papéis até 1915.

Um abraço do
Mário



João Vicente Sant’Ana Barreto, o primeiro historiador da Guiné portuguesa (5)

Mário Beja Santos

Data de 1938 a "História da Guiné, 1418-1918", com prefácio do Coronel Leite Magalhães, antigo Governador da Guiné. Barreto foi médico do quadro e durante 12 anos fez serviço na Guiné, fizeram dele cidadão honorário bolamense. Médico, com interesses na Antropologia e obras publicadas sobre doenças tropicais, como adiante se falará.

Concluída a sua apreciação sobre os acontecimentos dominantes do século XVIII, e após nos ter dado a relação dos governadores de Cabo Verde e Guiné até à constituição do Governo autónomo da Guiné, João Barreto aborda o tráfico de escravos na região. Começa por observar que este tráfico, bem como o fenómeno da escravatura, existiu desde os tempos mais remotos da humanidade, os povos islâmicos intensificaram este tráfico, sobretudo na Costa Oriental de África; no Norte de África, os escravos necessários para os trabalhos dos conquistadores árabes provinham uma parte dos povos subjugados e presos de guerra e, outra parte, dos indígenas de raça negra que as caravanas iam comprar na Senegâmbia; os escravos pretos também eram vendidos a comerciante europeus, principalmente italianos, Veneza era um desses expoentes mercantis. O autor observa que as possessões portuguesas de África quase nenhum benefício tiveram deste comércio e dá os seguintes esclarecimentos: “Portugal não produzia os artigos de que os negreiros se utilizavam nas suas transações com os povos africanos: panos de algodão, bugigangas, contas, espelhos, ferro, etc. Era a Inglaterra que tinha por assim dizer o monopólio do fabrico destes artigos, eram os ingleses que maior proveito tiravam do comércio dos negros, sem falar do tráfico que faziam diretamente por conta própria.”

Abordando os escravos saídos da Guiné, e usando os dados do cronista Zurara, João Barreto conclui que nos primeiros oito anos (1441 e 1448) a média dos cativos importados em Portugal não foi além de 116 indivíduos por ano. “Escasseiam elementos de informação sobre as navegações à Costa da Guiné depois do ano de 1448. Sabemos que os indígenas do Senegal se mostravam refratários em entrar em relações com os nossos navegadores e só depois das viagens de Cadamosto e Diogo Gomes, em 1456, é que se resolveram a comerciar com os brancos. A partir de 1461, a exploração da região compreendida entre o Senegal e a Serra Leoa foi entregue aos moradores de Santiago. O número e o valor atribuído aos escravos importados deveriam ser registados no livro do almoxarifado da Ribeira Grande. Estes livros, porém, foram destruídos, escapando apenas os apontamentos relativos aos anos de 1513, 1514 e 1515. Foram enviados para Portugal e Espanha e uma boa parte ficou ao serviço dos cabo-verdianos e uma outra parte foi vendida aos mercadores espanhóis. Pode dizer-se que a escravatura moderna com todas as suas crueldades começou com o século XVI, quando os espanhóis resolveram colonizar as Antilhas, que Colombo acabara de descobrir.”

E, mais adiante, “Podemos concluir que durante o século XVI a média de escravos resgatados na zona da Guiné não foi além de 1500 por ano. Durante a dominação castelhana, o tráfico de escravos tomou considerável incremento. D. Francisco de Moura, antigo Governador de Cabo Verde, calculava em 1622 que só em barcos espanhóis contrabandistas seriam transportados cerca de 3 mil negros na roda do ano. Portugal era dos países que menos lucrava com todo esse tráfico feito de contrabando. A economia e as finanças de Cabo Verde chegaram ao nível mais baixo precisamente numa época que a escravatura atingiu o seu apogeu. Na segunda metade do século XVII, os ingleses encontravam-se instalados nos rios de Gâmbia e Serra Leoa. Nesta última colónia aproveitaram-se das guerras tribais para adquirir serviçais por preços ridículos, visto que os vencidos preferiam entregar-se gratuitamente aos negreiros a serem devorados pelos vencedores antropófagos. Por seu lado, os holandeses, tendo-se apoderados da ilha de Gorêa desde 1617, ficaram com o exclusivo do tráfico da região continental vizinha. E os franceses estabeleciam desde 1635 a Companhia da África Ocidental que, sob diversos nomes e direções, passou a exercer o comércio de escravos em notável escala desde o Cabo Branco até à Serra Leoa. Esta Companhia não só fazia da escravatura o objeto principal da sua atividade, mas até tinha um contrato com o seu Governo para o fornecimento de indígenas às Antilhas francesas e para as tripulações dos navios.”

Neste contexto, Barreto suaviza o papel dos portugueses no tráfico, dá como demonstrado como muito antes da Restauração de 1640 este comércio era liderado por estrangeiros e a atividade nos nossos portos era tão reduzida que os direitos aduaneiros não chegavam para cobrir as modestas despesas da Capitania de Cacheu. Ainda houve um contrato feito pela Nova Espanha com a Companhia de Cacheu e Cabo Verde para o fornecimento de 5 mil serviçais por ano, isto na última década do século XVII, mas a Companhia não pôde satisfazer completamente o serviço, tais e tantas as dificuldades levantadas pelas autoridades eclesiásticas. Nos princípios do século XVIII, segundo a estimativa do gerente da Companhia Francesa do Senegal, não se podiam exportar de Bissau mais de 400 escravos por ano.

Barreto enfatiza o papel primordial que Inglaterra teve neste mercado negreiro, como se processou depois a abolição do tráfico em Portugal, e remata dizendo “Se a escravatura foi um mal, condenável sobretudo nos seus abusos, Portugal teve nele um quinhão pequeno em relação a outros povos coloniais, seja pelo número de cativos de que se utilizou, seja pelos benefícios materiais que auferiu, seja pela forma benévola e paternal com que tratou os seus escravos.” Como aqui já se fez referência, a historiografia portuguesa sobre a escravatura tem tido enormes avanços. Basta lembrar o historiador Arlindo Caldeira e o seu livro "Escravos e Traficantes no Império Português", obra de referência.

E assim chegamos ao Governo autónomo da Guiné, Carta de Lei de 18 de março de 1879, assinam Fontes Pereira de Melo, Serpa Pimentel e Tomaz Ribeiro, determinando: que o território da Guiné Portuguesa formasse uma província independente de qualquer outra; que o seu governo tivesse sede na ilha de Bolama; e estipula vencimentos. Era o Governo autorizado a organizar um batalhão de artilharia e a fazer a aquisição de alguns barcos a vapor, e devia providenciar no sentido de estabelecer comunicações diretas entre a metrópole a nova província ultramarina. Criava-se a organização dos serviços públicos, o governador tinha como auxiliares o Conselho do Governo, a Junta Geral da Província, o Conselho da Província e a Junta de Fazenda Pública. A província da Guiné foi dividida em quatro concelhos: Bolama, Bissau, Cacheu e Buba; foi transferido de Cabo Verde para a Guiné o Batalhão de Caçadores n.º1 que pouco tempo depois provocava um movimento de insubordinação contra o Governador Agostinho Coelho.

E, seguidamente, Barreto centra a sua atenção num sem-número de operações militares e dá-nos conta dos graves acontecimentos do regulado do Forreá.


Trata-se da única fotografia que se conhece do médico João Barreto, imagem que me foi amavelmente concedida pelo historiador Valentino Viegas aquando do lançamento o opúsculo que lhe dedicou o seu neto Aires Barreto
Edifício do Museu da Escravatura e do Tráfico Negreiro em Cacheu, na Guiné-Bissau
Brasão de Fernão Gomes. Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas, de António Godinho, c. de 1516-1528
Comércio transatlântico de escravos (BBC)
Planta da Praça de S. José de Bissau em 1796
Imagem da fortaleza de Cacheu, 2005
Capa do livro de Arlindo Caldeira, Esfera dos Livros, 2013

(continua)
_____________

Nota do editor

Último post da série de 29 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25580: Historiografia da presença portuguesa em África (425): João Vicente Sant’Ana Barreto, o primeiro historiador da Guiné portuguesa (4) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P25605: Para Bom Observador, Meia Palavra Basta (1): Cunhete, em madeira, de granadas de morteirete 60mm, Guileje, c. 1969/70

 


Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 > c. jan 69/jan 70 > Foto nº 13 do álbum do Armindo Batata >  Um dos guineenses do Pelotão cozendo a bianda em fogão a petróleo. Detalhe: cunhete,  em madeira,  de granadas de morteirete 60 mm,  m/968 (FBP), c/ Acessórios... A servir de móvel, improvisado (*).?

Foto: © Armindo Batata / AD - Acção para o Desenvolvimento (2007). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Para Bom Observador, Meia Palavra Basta... A nova série, ao servir de passatempo para o verão que aí vem...E começamos com  esta curiosa foto do Armindo Batata: em Guileje, tal como noutros "resorts" turístico-militares do nosso tempo, improvisava-se, desenrascava-se, sobrevivia-se... Tudo se aproveitava, nada se deitava fora. Nomeadamente caixotes e cunhetes de munições, em madeira... Havia falta de mobiliário: cadeiras, bancos, mesas, secretárias, cacifos, estrados, etc.

Vendo a foto, pergunta-se: qual era a proveniência das granadas de morteirete 60 mm ?... Onde se fabricavam  ? 

 Era uma das nossas melhores armas no mato, em resposta a uma emboscada do IN: versátil, fácil de transportar, fácil de usar, eficiente, segura (contrariamente ao dilagrama), e terrivelmente eficaz, com um bom apontador... Nm precisava de prato: a ponta da bota, o joelho, o chão (desde que fosse duro)... bastavam para apoiar o cano!... E depois, era só metê-las, às "ameixas", no sítio certo...

____________

Nota do editor:

(*) Vd. poste de 5 de junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25604: História do Pel Caç Nat 51 (1966/74) - Parte I: Guileje, ao tempo da CART 2410 (jan 69/jan 70) (Armindo Batata)

Guiné 61/74 - P25604: Elementos para a História do Pel Caç Nat 51 (1966/74) - Parte I: Guileje, ao tempo da CART 2410 (jan 69/jan 70) (Armindo Batata)

 

Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 > c.  jan 69/jan 70 > Foto nº  15 > O alf mil ar art Armindo Batata, à esquerda, de óculos...Sentados, estão "outros dois alferes, da companhia", possivelmente da CART 2410, a que o pelotão esta adido, e cujo comandante era entáo o cap inf Barbosa Henriques (1938-2007), que eu e o Jorge Cabral conhecemos em Fá Mandinga, setor de Bambadinca,  como instrutor da 1ª companhia de comandos africanos, no final de 1969, princípios de 1970.


Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 > c.  jan 69/jan 70 > Foto nº  12 >  "Eu, a direita, um dos cabos do Pel Caç Nat 51 e o 2º sargento (que era de Bissau, casado com uma enfermeira a trabalhar também em Bissau, não estando desarranchado, como as praças)".


Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 > c.  jan 69/jan 70 > Foto nº  13 >


Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 > c.  jan 69/jan 70 > Foto nº  14 >

Legenda das fotos nºs 12, 13 e 14: "Tão aprazível local era a entrada e o teto do abrigo do Pel Caç Nat 51 (dos cabos, sargentos e por vezes também meu). Este abrigo situava-se no lado oeste do aquartelamento (lado do Mejo) junto ao paiol e debaixo de um grande mangueiro.   Habitualmente os cabos tomavam as refeições neste local, os sargentos na respectiva messe ou também aqui e o alferes tomava as refeições, juntamente com os restantes oficiais, na messe."

As fotos documentam as "refeições em Guileje", de acordo com a anotação que vem no ficheiro cedido ao Núcleo Museológico Memória de Guiledje, refeições essas que eram tomadas no abrigo ou no espaço reservado ao Pel Caç Nat 51. O pelotão tinha um fogareiro a petróleo que possivelmente só servia para aquecer a comida ou confecionar refeições ligeiras. No essencial, a confeção das refeições deveria estar a cargo da cozinha da unidade de quadrícula de Guileje (primeiro, a CCAÇ 2316 e, depois, a CART 2410).

O pessoal africano do pelotão era desarranchado, como acontecia com a generalidade das subunidades compostas por tropas do recrutamento local. As fotos não trazem legenda, pelo que não nos é possível identificar os militares que aqui aparecem, com exceção do alf mil Batata (foto nº 12, fardado, com galões de alferes, e de óculos). O pessoal metropolitano (especialistas e graduados) era, por sua vez, de rendição individual.



Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 > c.  jan 69/jan 70 > Foto nº  s/n > Edifício do comando > Entre portas, de óculos. está o alf mil Armindo Batata. "De costas, t-shirt branca, calças de camuflado e quico [ao centro], creio ser o cap inf Barbosa Henriques [da CART 2410]", segundo a explicação dada pelo Armindo Batata.  (O Barbosa Henriques também foi o último comandante da CCAÇ 2316 / BCAÇ 2835, jan / 68 - dez 69,  subunidade que esteve em Mejo,  Guileje, Gadamael e Ganturé, transitando depois para a CART 2410, tendo passado também pela 27ª CCmds).


Guiné > Região de Tombali > Guileje > Pel Caç Nat 51 > c.  jan 69/jan 70 > Foto nº  1 > Em 1972/73, a fonte que abastecia o aquartelamento e a tabanca de Guileje, distava  cerca de 4 km: era o calcanhar de Aquiles da guarnição.  Ficava no Rio Afiá. No tempo da CART 2140 e do Pel Caç Nat 51, em 1969/70, o abastecimento era manual e  fazia-se com recurso a bidões, jericãs e garrafões. No tempo da CCAV 8350, a companhia que retirou de Guileje em 22/5/1973, havia já um bomba de água de água, a motor.  

Fotos (e legendas): © Armindo Batata / AD - Acção para o Desenvolvimento (2007). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Guão da CART 2410, "Os Dráculas" (Gadamael e Guileje, 1968/70)



Crachá do Pel Caç Nat 51 (1966/74)


1. O Armindo Batata (ex- alf mil at art, Pel Caç Nat 51, Guileje e Cufar, jan 1969/dez 1970) é um dos históricos do nosso blogue: entrou para a Tabanca Grande em 28 de maio de  2006 (*).

Doou o seu álbum fotográfico da Guiné (cerca de 8 dezenas de fotos) ao Núcleo Museológico Memória de GuiledjeMuitas dessas fotos foram publicadas oportunmente por nós, na série "Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex-comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70), em 11 postes. (Chegaram até nós, por mão do Pepito, mentor do projeto museológico, e diretor executivo da AD - Acção para o Desenvolvimento.)

Estas fotos (numeradas de 1 a 80) não tinham legendas, estando distribuídas por 4 grupos: (i) Guileje (jan 69/jan70), (ii) Cacine (dez 69 / jan 70); (iii) Cufar  (jan ( dez 70) e (iv) Outros locais. Guileje e Cufar foram, pois, as duas localidades onde o fotógrafo passou mais tempo.

Sabemos que em dezembro 1969/janeiro 1970, o Pel Caça Nat 51  estava em Cacine, vindo de Gadamael, em LDM, "em trânsito para Cufar". Ficaram "uns dias em Cacine", antes de prosseguirem viagem, também em LDM, para Catió (donde seguiram  depois Cufar). 

Selecionámos algumas (as melhores) dessas fotos. Foram reeditadas. Ajudam-nos a perceber melhor a vida dos graduados (metropolitanos) e das praças (do recrutamento local) deste Pel Caç Nat 51.

Não temos a história do Pel Caç Nat 51, criado em 1966 e extinto em 1974 (supomos). Sabemos que, além do Armindo Batata, teve também como comandante  o alf mil José Daniel Portela Rosa (já falecido, em 10 de janeiro de 2021, com 74 anos; DFA, era natural de Lisboa, vivia em Sintra; deve ser de 1972/74, tendo o seu pelotão estado  adido, em Cufar, à CCAÇ 4740).

Também sabemos que o Armindo Batata, depois da "peluda!, se formou, pelo ISEL - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, tendo sido engenheiro técnico mecânico e formador, especialista em automação industrial. Há uns largos anos atrás, no início do nosso blogue, teve a gentileza de nos mandar algumas notas para melhor enquadramento e compreensão das foto do seu acervo....  

Voltamos a recorrer a essas notas, e a outras, permitindo melhorar a legendagem. São mais alguns subsídios para a história desta subnunidade (**).

__________

Notas do editor:

(...) Fui Alferes Miliciano Atirador de Artilharia. Estive em Guileje (de janeiro de 1969 a janeiro de 1970) e em Cufar (de janeiro de 1970 a dezembro de 1970), comandando o Pel Caç Nat 51.

Pretendo integrar a Tertúlia de ex-combatentes da Guiné (1963/74) mas não encontrei local para inscrever os dados. Estou também vivamente interessado em participar no Projecto Guileje. (...)

(**) Vd. poste de 4 de junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25600: O armorial militar do CTIG - Parte I: Emblemas dos Pelotões de Caçadores Nativos: dos gaviões aos leões negros, das panteras negras às águias negras...sem esquecer os crocodilos

Guiné 61/74 - P25603: Parabéns a você (2278): João Moreira, ex-Fur Mil Inf da CCAV 2721 (Olossato e Nhacra, 1970/72)

_____________

Nota do editor

Último post da série de 31 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25586: Parabéns a você (2277): Mário Beja Santos, ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52 (Missirá e Bambadinca, 1968/70)