quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Guiné 63/74 - P3117: Álbum fotográfico do Juvenal Amado (1): Imagens de Cancolim

1. Mensagem de Juvenal Amado, ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1972/74, de 6 de Agosto de 2008

Caros Carlos, Virgílio, Luis Graça e restanta Tabanca Grande.

A CCAÇ 3489 pertencente ao BCAÇ 3872 ocupou o Sector L5 em Cancolim.
Substituiu a CCAÇ 2699 em 11 de Março de 1972.
Destacou um Pelotão para Sangue Cabomba e após o reordenamento de Anambé, esse posto ficou com uma Secção de apoio a um Pelotão de Milícias.(*)

Fazia parte desta Companhia, o nosso camarada Fernando Correia natural de Romariz - Sta. Maria da Feira, a quem devo a gentileza das fotos aqui publicadas.
Primeiro Cabo Apontador de morteiro 81mm, tirou Especialidade no RI2 em Abrantes.

Esta Companhia foi efectivamente bastante flagelada e o número de mortes atestam as agruras porque passaram os nossos camaradas. A situação da 3489 era, a dada altura, de forma que teve de ser reforçada por pelotões da 3491 (Dulombi) e pára-quedistas.

(*) - Sangue Cabomba nunca foi atacada. Falava-se que o facto se devia a ser Chão Santo. Pelo o contrário Anambé, que ficava a 1000 metros na direcção de Cancolim, não tardou em ser atacada assim que se fortificou a tabanca.
O sistema de protecção era arame farpado e cavalos de frisa, que se encerravam ao anoitecer. Garrafas de cerveja duas a duas, penduradas no arame farpado completavam de forma rudimentar, os meios de vigilância.
E foi assim que uma noite um grupo de guerrilheiros entrou, pois não é novidade que os milícias, por veses, abandonavam os postos e iam ter com as bajudas.
O soldado Domingos Peixoto natural de Paredes, partilhava uma cubata com a sua Secção, a qual tinha à sua responsabilidade um posto de sentinela. O camarada estranhou movimentos e disparou contra os vultos que entravam pela aldeia dentro. No acto continuo entrou na cubata e tentou sair pela outra porta, foi quando foi atingido mortalmente.
Outro camarada que sofria de ataques epilépticos, foi julgado morto pelos atacantes. Morreram ainda os milícias Califo Baldé e Samba Seide ambos de Anambé.
O IN deixou várias granadas de mão sem retardante, que eram usadas nas armadilhas de tropeçar.

E por hoje é tudo tentei traçar um perfil desta Companhia, espero que o resultado seja satisfatório.

Um abraço para todos
Juvenal Amado



Foto 1 > Um dos famosos baga-baga

Foto 2 > O Correia tocando viola

Foto 3 > Cancolim > Uma pega de cernelha

Foto 4 > Cancolim > Convívio com as bajudas

Foto 5 > Cancolim > Em conversa com a população

Foto 6 > Cancolim > O 81 respondeu ao fogo inimigo

Foto 7 > Cancolim > Abrigo do Morteiro 81

Foto 8 > Cancolim > O Correia de reforço no seu posto

Foto 9 > Cancolim > Dentro espaldar do 81, Alves do Porto, Dias da Maia, Carneiro de Penafiel e o Correia.

Foto 10 > A minha Berliett

Foto 11 > Cancolim > Petisqueira

Foto 12 > Cancolim > Evacuação do Correia com paludismo

Foto 13 > Uma ida à água

Foto 14 > Durante as chuvas, 30 dias de isolamento. As águas levaram as pontes quando os ribeiros se transformaram em rios de águas revoltas. Os atiradores faziam um cordão, dando as mãos, para as viaturas poderem passar.

Fotos e legendas: © Juvenal Amado (2008). Direitos reservados.


Guiné 63/74 - P3116: Convívios (79): Pessoal da CCaç 763, dia 14 de Setembro de 2008 em Mafra. (Mário Fitas).



10º ENCONTRO DA COMPANHIA DE CAÇADORES 763


Caros Camaradas da C.CAÇ. 763

Cufar, Guiné, 1965/1966


Não pedimos guerras nem as comprámos. Como bons Portugueses amantes da nossa Pátria, quando há quarenta anos fomos confrontados com a hora de partir, não virámos a cara, fugimos ou emigrámos para não irmos para a guerra.

Felizmente a nossa geração, independentemente das origens e apesar da nossa juventude, soube tornarmo-nos homens com H (grande), ao contrário de outros por quem temos sido menosprezados e esquecidos.

Veteranos de Guerra, (nós que a vivemos é que sabemos).
Vamos serrar fileiras, e de novo reunirmo-nos, na amizade dos laços de antanho.

Vamos dia 14 de Setembro, renovar a vontade de nos reunir e que seja por muitos anos.

Um abraço do tamanho do rio Cumbijã!

Pela Comissão organizadora

Mário Fitas

Contactos: Telf. 214684787
Tlm 914908920
Tlm 965591915
E-Mail mariofitas@sapo.pt
Por correio: Rª. D. Bosco, 1106
2765-129 ESTORIL

Nota: Parte deste texto, foi extraído do livro "Guiné", publicado pelo então Ten. Coronel Costa Campos.





LOCAL – Este ano o nosso encontro vai ser em MAFRA

RESTAURANTE “ O CANGALHO”
(Seixal) estrada principal Mafra/Ericeira

PROGRAMA

Concentração frente ao Convento às 11H00
Almoço………………………...…………..…13H00
Bolo e Champanhe……...………..………16H00

PREÇO

Militares………………………………………………24 Euros
Familiares ……………………………..….…23 "
Crianças………até 4 anos..... grátis
de 5 a 9 anos…............10 “

INSCREVE-TE com antecedência
Procura contactar com outros companheiros e convence-os a estarem connosco.
__________

Nota de vb:

1. Mário Fitas, ex-Furriel Mil Op Esp da CCaç 763, Guiné 1965/66, autor de "Pami Na Dondo, A Guerrilheira" e "Putos, Gandulos e Guerra".
2. Artigo relacionado em
27 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3096: Os Nossos Seres, Saberes e Lazeres (2): Pirogravuras, de Mário Fitas

Guiné 63/74 - P3115: Blogpoesia (22): No mesmo navio, piscina e música em camarote de 1ª, suor nos porões...(José Belo)

Caros Amigos e Camaradas da Guiné

Nesta distante, e voluntariamente isolada Escandinávia, quando o vento sopra do Sul…chegam saudades! Daí, o atrever-me a compartilhar com a Tabanca Grande dois "poemas" (!?!) de tempos idos.

O primeiro retirado do livro "Trinta Facadas de Raiva", do então Cap. Calvinho, deficiente das Forças Armadas, e meu companheiro de muitos caminhos.
O segundo foi, um dia, dedicado a todos os "Maiorais" da CCaç 2381, Guiné/68-70/, Ingoré-Buba-Aldeia Formosa-Mampatá-Empada.

Um abraço amigo do

José Belo

ex-Alf Mil, CCAÇ 2381, 1968/70

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O Uíge ao largo de Cabo Verde.

A VIAGEM

Que luxo! Viajar em camarote de primeira.
Que chique! Jantar, num salão de primeira, manjares de primeira.
Que pinta! Ter conjunto privativo, com piano, violino e tudo.
Que relaxante! Ter um bar flutuante onde, em fofos sofás e com ar condicionado, via jogar ao King, ao Bridge e ao Poker.
Que fino! Passar tardes tropicais em privativa piscina, tomando banhos em mar cativo.
Não longe, e no mesmo navio…
Que merda! Mais de dois mil soldados, escravos novos, enjaulados e com grilhetas na alma.
Que tédio! Centenas de homens suados, dormitam nos porões ao som da canção metálica que vem da casa das máquinas.
Que vida insuportável aquela vida de rato, que não levei mas...sentia.
(Ah! as minhas reminiscências de menino e moço, que me habituaram ao convívio dos percevejos, dos ratos e das pulgas...a empurrarem-me para o porão).

Ali jogava-se a vermelhinha, a sueca, o chincalhão, a bisca lambida, (a bisca dos nove era só para aqueles que tinham a quarta classe!).
De vez em quando, a lerpa originava cenas de porrada, e lá ia o Sr. Oficial de serviço ao barco...armado em Vasco da Gama...meter-se na vida e costumes do Povo.



SOLDADOS

Lutas de vida e morte apodrecem em páginas amarelecidas de velhos jornais guardados.
Memórias sem sentido por já não se "intercalarem"!
Gerações novas ignorando raízes de tanta dor.
Ideais morrem em círculos cada vez mais rápidos.
São outros os tempos!
Tempos de...aceitação. Para ti...é tarde!
E, em verdade, poderá um SOLDADO como tu algum dia regressar a casa?!

Joseph Belo


Estocolmo, 30Julho de 2008.
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Notas:

1. Fixação de texto: vb
2. artigos relacionados em

17 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2954: A guerra estava militarmente perdida? (18): José Belo.

22 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3084: Poemário do José Manuel (21): O recordar dos sentidos: como é bom ver, sentir, ouvir, cheirar, saborear, falar...

Guiné 63/74 - P3114: Blogoterapia (59): A Sombra do Pau Torto ou a notável capacidade de persistência e resistência de Carlos Schwarz (João Tunes)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Simpósio Internacional de Guiledje > 1 de Março de 2008 > Visita ao antigo aquartelamento de Guileje > À esquerda, o Pepito "apanhado em flagrante", numa formidável manifestação de bom humor e de energia esfuziante, tendo a seu lado um elemento da população local com uma T-Shirt de Amílcar Cabral, em que salta à vista uma grosseira gralha tipográfica na estampagem da fotografia e do nome do fundador da Pátria...



Apesar de ainda vivo na memórias dos antigos guerrilheiros do PAIGC e das gentes do Cantanhez (como eu pude comprovar in loco), Cabral foi e continua a ser maltratado no país onde nasceu e por quem lutou até ao sacrifício da sua própria vida... O promenor pode ser anedótico, mas não de deixa de ser simbólico: até o C tiraram a Cabral, parece quer dizer o nosso amigo Pepito...





Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.


1. Reproduzido, com a devida vénia, do blogue do nosso amigo e camarada João Tunes > Água Lisa (6) > 1 de Agosto de 2008 > A Sombra do Pau Torto (*)

Carlos Schwarz da Silva, um engenheiro agrónomo nascido na Guiné-Bissau, com ascendências que misturaram sangues das mais variadas origens (caboverdiano, português, judeu, polaco) e que para a Guiné-Bissau regressou, quando jovem licenciado pelo Instituto Superior de Agronomia (Lisboa), para se dedicar à causa do desenvolvimento das populações do país que o viu nascer e que ele ama entranhadamente, sendo tão difícil, ali, onde a pobreza e o atraso dos povos se casaram com o desleixo, o gangsterismo e a corrupção (muitas destas maleitas são o que sobrou das terríveis experiências do “marxismo-leninismo africano”), resistir aos desenganos. E nota-se que, para resistir e persistir, Carlos Schwarz da Silva (“Pepito”, assim lhe chamam os amigos) ainda se ilumina no exemplo e na obra (incompleta, porque interrompida por Spínola, a PIDE e a traição de alguns dos “seus”) de outro agrónomo guineense, Amílcar Cabral.

Num notável texto autobiográfico, agora e aqui editado, Carlos Schwarz da Silva (na foto, tirada pelo seu e meu amigo Luís Graça) como que faz uma síntese da história épico-trágica da experiência da independência da Guiné-Bissau. Sem ponta de dúvida, uma leitura a não perder. A menos que se queira fechar os olhos à África de hoje, a África que os europeus deixaram aos africanos. E, nesta história, queira-se ou não, goste-se ou deteste-se, Portugal, nós, também entra(mos).

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Nota de L.G.:

(*) Tinha prometido a mim mesmo não dar sinais de vida nem, muito menos, aparecer por estas bandas durante o mês de Agosto, deixando as despesas da conversa bloguística aos meus/nossos abnegados e generosos co-editores Carlos Vinhal e Virgínio Briote... Mas não resisti ao reparo do João Tunes, que se queixa de ter enviado um comentário ao poste de 31 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3101: Histórias de vida (13): Desistir é perder, recomeçar é vencer (Carlos Schwarz, 'Pepito', para os amigos), comentário esse que, mais uma vez (!), se terá perdido na blogosfera...

Consultado o seu blogue - Água Lisa (6) - , o que faço com alguma regularidade, encontrei esta peça sobre o Pepito que, para além de nosso amigo e camarada, é uma das vozes mais lúcidas e corajosas da Guiné-Bissau. É da mais elementar justiça dar a conhecê-la, esta peça, ao próprio Pepito e aos demais amigos e camaradas da Guiné que fazem parte do nosso blogue.

O Pepito que está, em Portugal, com a família, a passar férias e a carregar baterias para mais um ano de trabalho à frente da sua AD - Acção para o Desenvolvimento, também precisa do nosso apoio, carinho e solidariedade. Vou, de resto, estar com ele, de novo, no dia 7, em São Martinho do Porto. Sei que o Pepito também deverá receber, no dia 19, uma missão especial dos Gringos de Guileje, com o Abílio Delgado e o Zé Carioca à cabeça... Não sei se lá poderei estar nesse dia, embora da Lourinhã a São Martinho do Porto seja perto... Logo se verá... De qualquer modo, no dia 7, levarei um abraço de toda a nossa Tabanca Grande a este homem que é grande, da cabeça aos pés, da alma ao coração...

Julgo que era basicamente este o comentário que o João Tunes nos enviou e que, por razões técnicas, que nos são alheias, não chegaram ao nosso conhecimento... O João de certo compreenderá que aos nossos pobres editores não pode ser imputado este erro (que já lhe ocorreu pelo menos duas vezes, ao tentar fazer comentários aos nossos postes; e que provavelmente já ocorreu a mais camaradas e amigos nossos; quando for assim, que nos contactem, por favor, por e-mail)...

Embora sujeitos a moderação, todos os comentários que nos chegam são imediatamente publicados, desde que (i) não contenham insultos pessoais e (ii) tragam elementos de identificação do autor (nome ou email). Que fique claro: em caso algum, fora destas duas regras elementares de boa ética e boa convivência, faremos censura aos comentários de quem quer que seja... Seria a total negação do espírito aberto, plural e solidário do nosso blogue... Boa continuação de férias, para os sortudos. Boa saúde, bom trabalho, para os demais. LG

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Guiné 63/74 - P3113: Os funerais dos nossos camaradas Pára-quedistas (4): As exéquias fúnebres (Idálio Reis)



Idálio Reis,
ex-Alf Mil
CCAÇ 2317
Gandembel/Balana,
1968/69



1. No dia 28 de Julho de 2008, recebemos uma mensagem do nosso camarada Idálio Reis, com um texto alusivo às exéquias fúnebres dos três camaradas Pára-quedistas caídos em combate em Maio de 1973.


Restos mortais dos nossos camaradas Pára-quedistas, Lourenço, Peixoto e Vitoriano, em câmara ardente na Igreja de N. Sra. do Rosário, em Lisboa.

Foto: © Mário Fitas (2008). Direitos reservados.


Meus caros Luís Graça, Carlos Vinhal e Virgínio Briote.

Neste fim-de-semana, a quase generalidade dos órgãos de comunicação social difundiram largamente os funerais dos 3 pára-quedistas mortos na Guiné, nas imediações de Guidage e aí enterrados, em Maio de 1973.

Ainda que a Tertúlia seja conhecedora de algumas das circunstâncias que contribuíram para que as trasladações fossem coroadas de sucesso, parece que os afins Poderes instituídos deste País assumiram uma postura bem condizente para com este colectivo acto fúnebre, ao prestarem uma honrosa e justa homenagem a 3 militares que há trinta e cinco anos haviam tombado ao serviço da Pátria.

É minha opinião que houve um elevado e nobre sentimento de dignidade no gesto prestado.

Mas, o Poder não poderia tomar outra atitude que não fosse esta mesma, aproveitando uma oportunidade única de trazer os restos mortais de 3 soldados tombados no tempo da guerra colonial, que inexoravelmente se vai dissipando na voragem dos tempos.
E havia que os entregar ao seio dos seus mais íntimos, com cumprimento e solenidade cerimoniais as mais apropriadas. E assim foi.

Mas, como chegam estes três homens, passados 35 anos?

Após um intenso trabalho de sapa, onde se deu a conhecer localmente aos familiares dos 3 pára-quedistas e lhes transmitiu as diligências que vinha encetando para resgatar os corpos dos seus ex-companheiros, e tendo ouvido das autoridades políticas e militares que não haveria suficiente capacidade financeira para a trasladação dos 8 militares então enterrados em Guidage (os 3 pára-quedistas com 5 elementos do Exército), a 27 de Junho de 2006 no Post 919 (1), o ex-Sargento Pára-quedista Manuel Rebocho lança este forte e pungente apelo:

- Vamos trasladar os restos mortais dos nossos camaradas, enterrados em Guidage, em Maio de 1973.

A partir daqui, surge o eco amplo do Blogue, e o trilho confinado nos seus escolhos burocráticos, foi paulatinamente sendo alargado.

O País vai tomando conhecimento desta saga e abrem-se clareiras firmes no propósito de se atingirem os objectivos em causa, onde ressaltam a TVI com o nosso Vítor Tavares e mais tardiamente a SIC já com perspectivas bem delineadas e fundamentadas.

No fim do comovente funeral do José Lourenço, onde compareceram conterrâneos, Associações de Combatentes, Executivo Municipal e Junta de Freguesia, muitas Boinas Verdes, tive a felicidade de estar algum tempo com o Manuel Rebocho e o Vítor Tavares. Ambos tinham cumprido mais uma nobre missão e reterei para sempre o sentido e terno agradecimento que os familiares do Lourenço, muito em especial o dos seus pais, tiveram para com aquele homem, que me disse simplesmente que tinha cumprido o seu dever.

Reconheci nele, estar um homem de profundas convicções, de alguém com grande determinação e inabalável querer.

O Rebocho já nos tinha afirmado que não conhecia a palavra desistência. A sua tenaz e acrisolada persuasão, trouxe de volta os seus ex-companheiros Vitoriano, Peixoto e Lourenço, os mesmos que há tantos anos lhes prometera uma sepultura condigna para seu repouso eterno. E a sua obrigação acabara de se concretizar!

Recordo as palavras de alguém que um dia afirmou:

- A memória é a nossa única verdadeira defesa contra a traição e o abandono. Que enquanto se lembrar, está vivo. E ao estar vivo, vive, e assim não deixará morrer quem caminhou com ele, ao longo do caminho.

Uma forte lembrança para toda a Tertúlia, do
Idálio Reis.
_________________

Notas de CV

(1) - Vd. poste de 28 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P919: Vamos trasladar os restos mortais dos nossos camaradas, enterrados em Guidage, em Maio de 1973 (Manuel Rebocho)

(2) - Vd. último poste da série de 4 de Agosto de 2008 > Guiné 63/74 - P3111: Os funerais dos nossos camaradas Pára-quedistas (3): Manuel Peixoto, Gião, Vila do Conde (Albano Costa)

Guiné 63/74 - P3112: História de vida (13): O meu amigo Nelson Batalha (Helder Sousa)



Helder Sousa
ex-Fur Mil de Transmissões TSF
Bissau e Piche
1970/72


1. Recentemente recebemos uma mensagem do nosso camarada Helder Sousa, contando uma História de Vida, desta feita do seu amigo e camarada, e nosso camarada também, Nelson Batalha.

Caros Editor e Co-Editores
Hoje vou dar-vos a conhecer um pouco mais do meu amigo Nelson Batalha, nosso camarada da Guiné que levei o ano passado ao Encontro da Tertúlia, em Pombal.

Já me referi a ele nas histórias que contei sobre a minha (nossa) viagem de Lisboa para Bissau, no Ambrizete, e também nos apontamentos que indiquei sobre os primeiros tempos passados nas Transmissões.

Acontece que este meu amigo não tem passado muito bem (acho que é vulgar dizer-se isso sobre quem esteve em teatro de guerra...), tem problemas de alzheimer (ainda não muito desenvolvidos) e nunca recuperou bem depois de ter acabado a sua profissão (era Despachante Alfandegário), sendo que da guerra da Guiné ainda guarda no corpo alguns estilhaços que foram absorvidos pela massa muscular, estilhaços esses adquiridos em Catió aquando do ataque a esse aquartelamento/povoação em Abril de 1971 (salvo erro a 13 ou 14).

Isto vem a propósito do seu aniversário, que foi no passado dia 15 de Junho, e que mais uma vez me deixou um pouco deprimido pela impotência que sinto em não o poder ajudar mais.

2. O meu amigo Nelson Batalha
Fomos para a Guiné juntos no mesmo barco (com o Manuel M. Martins) e em Bissau juntaram-se os outros 4 elementos do mesmo curso de TSF, num total de 7 rendições individuais que tiveram destinos diversos.

Assim, o Fur Mil António Calmeiro conseguiu ser colocado em apoio administrativo, os Fur Mil Eduardo Pinto e José Fanha (isso, primo do famoso dos concursos da televisão) ficaram adstritos à Companhia de Transmissões onde foram dar corpo à criação e desenvolvimento do aqui já referido Centro de Escuta da Guerra Electrónica e eu, o Nélson, o Martinho e também o Fur Mil Dutra Figueiredo ficámos a receber instrução específica e dedicada no STM para depois seguirmos para Postos no mato. O Dutra foi para Farim, o Martinho para Tite e eu e o Nelson Jogámos às moedas para ver quem ia para Piche (fui eu) ou para Catió (foi ele).

O nosso conhecimento já era anterior à da incorporação na vida militar. Ou melhor, ele já me conhecia, eu nem tanto no que a ele dizia respeito, pois ambos estudávamos no velho Instituto Industrial de Lisboa mas eu teria eventualmente mais alguma visibilidade por via da minha participação na vida associativa estudantil, apesar de cultivar sempre o low profile.

Certo dia (melhor, certa noite) de Agosto de 1970, estando nós no Porto, no antigo Regimento de Transmissões situado junto ao Jardim da Arca d'Água, onde dávamos instrução a várias fornadas de futuros telegrafistas, fomos ficando à conversa sobre diversos assuntos, fazendo tempo para a hora da ronda (a minha seria às 24 horas). Nessa conversa, para além de nós os dois, estava também pelo menos um dos dois colegas de curso que eram naturais do Porto e que iriam naturalmente pernoitar a casa, excepto quando tinham serviço, o José A. Reis e o Fernando Cruz, por sinal excelentes amigos e bons camaradas. O Reis não chegou a ser mobilizado e o Cruz foi para Nampula, Moçambique.

Ora acontece que o Nélson era conhecedor das minhas opiniões quanto à justeza da guerra, sabia do meu empenhamento no movimento associativo estudantil e eu, por meu lado, também conhecia a propensão que ele por vezes tinha para a provocaçãozinha, para a ligeireza no abordar dos assuntos, para avacalhar as conversas. Daí que, pesando tudo isso, não me importei muito quando ele, a partir de certa altura, começou a arrancar com o festival de alarvidades com que foi mimando a nossa conversa, pois isso dáva-me oportunidade para, ao argumentar contra o que ele dizia, ir fazendo a defesa das posições que achava justas e ir fazendo passar as minhas convicções, com todas as cautelas possíveis, não esquecendo que se estava em 1970 e num quartel...

O que eu não contava era que me deixei enredar nas provocações e (lembro-me bem) apesar de perceber que estava a morder o anzol estava a deixar-me ir na onda e as coisas azedaram mesmo! Ele, só para me provocar e puxar por mim (disse-me depois), socorria-se de tudo o que era o mais reaccionário possível, do tipo fazíamos muito bem em ir defender a Pátria em África porque aqueles territórios eram nossos por direito divino, que era sabido que os pretos eram naturalmente inferiores, que de acordo com a teoria da evolução humana descendíamos dos macacos e a prova disso eram os pretos, que estavam entre os símios e os homens, que aqueles que se opunham à guerra estavam a soldo de potências estrangeiras, para fins inconfessáveis e outras bojardas do mesmo quilate.

Fui defendendo os meus pontos de vista com a serenidade possível mas a certa altura, com toda a camarata a dormir (impossível, porque o tom de voz tínha-se elevado pelo empolgamento que a situação proporcionou), excepto os três ou quatro que mantínhamos a discussão, acalmei, e disse-lhe muito solenemente:
- Olha Batalha, tu não acreditas que vai haver uma revolução, mas podes ter a certeza que isso vai acontecer, não te posso dizer quando, mas que vai haver, lá isso vai, e nessa ocasião, a manteres esses pontos de vista, vamos estar em lados opostos da barricada e desde já te garanto e aviso, se tiver que enfiar um tiro nessa tua cabeça dura podes crer que o farei!

Como é natural, houve por breves instantes um silêncio ensurdecedor, depois todos os que dormiam começaram a agitar-se para ver se iria haver algum drama, o que não aconteceu, pois fui fazer a ronda...

A minha amizade pelo Nélson Batalha deve ter começado a cimentar-se naqueles instantes. Deve-se ter feito juz ao velho ditado queres um amigo, dá-lhe porrada. Pelo Cruz e pelo Reis o meu respeito, admiração e carinho são, ainda hoje, enormes. O Nélson é o meu padrinho de casamento (e não só) e vê-lo a perder faculdades dá-me um aperto que acho que precisei de relembrar este episódio para tentar ultrapassar a tristeza.

Que conclusões tirar?
Que a amizade não tem limites?
Que tenho jeito para premonições, porque previ o 25 de Abril quase 4 anos antes?
Que é sempre bom ser assertivo e não contemporizar com as situações com que não se concorda?

Pois, meus amigos, colham vocês as vossas próprias conclusões, que isto é suficientemente plural para cada um tirar a sua!

Um abraço e até breve!
Hélder Sousa
Fur Mil Transmissões TSF

Bissau > Restaurante Pelicano > Helder Sousa, Fernando Roque e Nelson Batalha

Bissau > Santa Luzia > Messe dos Oficiais > Nelson Batalha, Helder Sousa e José Fanha

Fotos: © Helder Sousa (2008). Direitos reservados.


Pombal, 2007 > Nesta foto, o nosso camarada Nelson Batalha está assinalado com a elipse encarnada

Foto: © Luís Graça (2007). Direitos reservados.

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Nota de CV

(1) - Vd. último poste da série de 31 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3101: Histórias de vida (13): Desistir é perder, recomeçar é vencer (Carlos Schwarz, 'Pepito', para os amigos)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Guiné 63/74 - P3111: Os funerais dos nossos camaradas Pára-quedistas (3): Manuel Peixoto, Gião, Vila do Conde (Albano Costa)

1. No dia 27 de Julho de 2008, recebemos uma mensagem do nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo da CCAÇ 4150, Cumeré, Bigene e Guidaje, 1973/74), dando conta da sua presença no funeral de Manuel Peixoto em Gião, Vila do Conde.

Caros editores
Estive no funeral do Pára-quedista, Manuel Peixoto, de Gião, Vila do Conde. Fiquei bastante emocionado com a recepção feita pelos Pára-quedistas ao seu ex-companheiro, que esteve longe da sua terra natal durante 35 anos, como todos nós sabemos.

Estes momentos costumam ser sempre de tristeza, mas desta vez o que senti, foi uma mescla de várias coisas, alegria pela chegada de um filho à sua terra, pela sua família, - irmã e sobrinhos com quem falei -, e por toda a população de Gião que assistiu, mesmo por aqueles que não o conheceram em vida.

Mas também senti tristeza, lembrei-me dos familiares dos restantes cinco militares portugueses (metropolitanos) que foram exumados, de Guidage para Bissau e não regressaram a Portugal. Lembrei-me muito dessas famílias, como estariam a passar ao verem o regresso de uns, porque não os seus também!...

Não estavam a lutar pelos mesmo objectivos, no mesmo sítio e na mesma altura?

Fiz um registo de 30 fotos da chegada do Peixoto à sua terra de origem, para finalmente descansar em paz junto dos seus.

Um abraço de amizade
Albano Costa

Foto 1 > Na cerimónia estiveram presentes autoridades civis e militares de Vila do Conde. Do lado direito da foto, em primeiro plano, Dr. Mário Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde.

Foto 2 > Capelão da Força Aérea que presidiu às cerimónias religiosas

Foto 3 > Restos mortais do Soldado Pára-quedista Manuel Peixoto

Foto 4 > Os Pára-quedistas que assistiam à Missa. Entre eles, o nosso tertuliano Magalhães Ribeiro.

Foto 5 > Deixando a Igreja, agora levado por Veteranos.

Foto 6 > Idem

Foto 7 > Caminhando para a sua última morada

Fotos e legendas: © Albano Costa (2008). Direitos reservados.

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Notas de CV

Vd. Postes de 2 de Agosto de 2008 > Guiné 63/74 - P3105: Os funerais dos nossos camaradas Pára-quedistas (1): Artigo do DN (Afonso Sousa)
e
3 de Agosto de 2008 > Guiné 63/74 - P3108: Os funerais dos nossos camaradas Pára-quedistas (2): Cerimónias nacionais na Igreja N. Sra. do Rosário, em Lisboa (Mário Fitas)

Guiné 63/74 - P3110: Estórias do Juvenal Amado (13): Pela calada da noite

Juvenal Amado
Ex-1.º Cabo Condutor
CCS/BCAÇ 3872
Galomaro
1972/74


1. Em mensagem de 29 de Julho, recebemos do nosso camarada Juvenal Amado, mais uma das suas habituais estórias (1).

Caros camaradas
Carlos Vinhal, Luís Graça, Virgínio Briote e restante Tabanca

Como já disse ainda estou .

Esta estória é um pouco a história de todos que embarcaram naqueles anos cinzentos.

Tão jovens depressa envelhecemos interiormente.

Um abraço para todos
Juvenal Amado

2. Pela calada da noite
Por Juvenal Amado

No campo militar de Sta. Margarida, o frio naquele mês de Novembro trespassava-me a ponto de me fardar com botas e tudo, depois deitar-me novamente.
Não foi pois com desgosto que disse adeus a CIME e ao seu comandante o Coronel Maçanita.

Nunca tive dúvida de que seria mobilizado. Em pensamentos antecipados pensava em Moçambique, onde tinha já prestado serviço militar o meu irmão mais velho.
Talvez Angola, onde até tinha família. Mas…

Fui mandado regressar a Abrantes já sabendo que tinha sido mobilizado, não sabia ainda para onde.
Depressa me tiraram as duvidas… Guiné esse nome tão temido.

Quando cheguei a casa com dois sacos verdes, a minha mãe olhou-me no cimo das escadas e perguntou-me num fio de voz:
- Para onde ?

Senti-me tentado em dizer-lhe, que ia para outro sítio qualquer. Não podia esconder-lhe e brinquei com o facto, tentando apagar o pânico que vi nos seus olhos.

- Mãe ainda vou fazer o IAO, depois ainda venho de férias e só depois embarco.

Tentei fazer passar a ideia, de que passaria o Natal e talvez para Fevereiro ou Março eu rumaria às terras da Guiné.
As férias passaram a correr, aliás quanto mais me aproximava da data de regresso a Abrantes, mais desejoso de partir estava. Sou incapaz de estar naquele meio termo.
O meu pai e a minha mãe pediram-me que escrevesse sempre. Despedi-me:
- Até para a semana, pois decerto venho passar o Natal a casa, menti eu.

Entrei na Porta de Armas naquela madrugada escura e cinzenta. O vulto da 4 L verde-escuro foi ficando mais longe, mas sempre um braço se agitava num longo adeus.
Dobrei a esquina da caserna, esperei um pouco e voltei a espreitar. Lá estava a 4 L imóvel, talvez à espera que o tempo voltasse a trás e eu entrasse nela, de regresso a casa.
Penso que eles se aperceberam que o embarque, já estava marcado e que não me voltariam a ver tão cedo.

Foram poucos os dias que tivemos até à data do embarque, mas deu para cimentar algumas amizades que ainda duram.
Quando entrei na caserna ouvi chamar com aquela pronúncia do Norte:
- Condutor, oh condutor, tens aqui lugar, traz as tuas coisas para a nossa beira.

Na verdade nós já nos conhecíamos, pois tínhamos vindo do RI 6 do Porto para Abrantes no mesmo combóio, quando todos acabamos as nossas respectivas especialidades. O Ivo, Ermesinde, Lo…pes, Silva, Félix, Ferreira, Passos, Dias e o Leo, todos do Pelotão de Reconhecimento e Informação.

Assim fui adoptado pelo Pelotão e só mais tarde vim a conhecer os meus camaradas da ferrugem. Ainda ouvi bocas de que eu tinha desprezado o meu Pelotão. Na verdade, acabei por ir parar a outro abrigo, onde se arrumaram os camaradas das mais variadas especialidades, que não tiveram lugar nos abrigos dos seus pelotões.

Mas voltando a Abrantes, todas as noites aquele grupo saía, bebíamos uns copos, só voltando para o quartel quando já estavam a fechar a Porta de Armas de vez.
Invariavelmente de manhã só me levantava após a visita de algum graduado e mesmo assim, quando ele virava costas deitava-me outra vez. Assim passava o capitão, batia na cama com uma varinha e chamava:
- Oh Zé das canas, então, não te levantas?

Estas visitas já faziam parte do nosso dia-a-dia.
Foi assim que uma manhã, o oficial de dia entrou com aquela desenvoltura dos Operações Especiais a gritar:
- Está a levantar e quem não se levantar rapidamente leva uma porrada, que vai parar à Guiné.

Chegou ao pé da minha cama e gritou-me:
- Oh nosso cabo, dê cá já o seu número.

Sonolento e cheio de frio, respondi-lhe que só lho dava se ele o mandasse dourar.

O Alferes Armandinho fingiu que não ouviu. Assim ele não tivesse ouvido a ordem que o levou ao encontro da morte mais os seus homens no dia 17 de Abril de 1972 na emboscada do Quirafo (2).

Mandaram que nós arrumássemos as nossas coisas e despejássemos a caserna até às 22 horas. Para não haver dúvida, passaram revista à e fecharam a porta à chave.
Ali ficamos sentados nos sacos e mais bagagem, até cerca da meia-noite.
As Morris, Berliets e Unimogs começaram a faina de nos acarretar para Estação dos Caminhos de Ferro, no Rossio ao Sul do Tejo.
É tudo feito pela calada da noite.

Metidos em combóio especial, só paramos em Lisboa em Sta. Apolónia ainda é noite. Já lá estão os transportes para nos levar até ao cais de Alcântara. Amanhece, mas é uma luz parda com névoa, que paira sobre o rio Tejo ali ao lado.

Uma cozinha de campanha distribui café com leite e pão para o pequeno almoço.

O Angra do Heroísmo já espera por nós. A cidade acorda lentamente, mas mais um embarque, depois de 10 anos a ver partir barcos carregados de jovens, já não causa qualquer interesse nem curiosidade.

Foto 1 > Lisboa 18 de Dezembro de 1971 > O Angra do Heroísmo espera por nós

Não tinha avisado ninguém da data da partida, mas à última hora deu-me vontade ter alguém a quem dar um abraço, que dissesse aos meus pais e irmãos que eu tinha embarcado bem. Telefonei ao meu tio Armando, que em 15 minutos já estava ao pé de mim. Veio com ele a minha prima. Conversámos, entreguei-lhe uma carta para ele meter nos correios, mas com a condição de não dizer que tinha estado comigo até a mesma chegar ao destino.

Quando os meus pais receberam a carta, já estava com dois dias de mar alto.

Vem a ordem para se começar a embarcar por Companhias, olho em volta o nevoeiro que não deixa ver para além de duzentos metros.
Subo para o navio, fico a olhar para o cais onde se dão os últimos abraços, ainda se contêm as lágrimas.
Já estamos todos a bordo.

O navio solta três vezes o urro das suas sirenes.
Um alarido percorre aquela mancha verde de soldados, já estamos afastados do cais. Um enorme e estrondoso silvo de assobios ecoa pelo cais, olho para esplanada do mesmo e vejo os lenços, a mole humana parece varrida por uma rajada, vão tombando aqui e ali as mães, irmãs e namoradas que tinham até ali resistido ao seu próprio drama.
O nevoeiro foi engolindo Lisboa, ainda se vê ou está gravado nos meus olhos aquela mancha cinzenta do cais com braços acenando.

Foto 2 > Já a bordo do Angra do Heroísmo, a caminho da Guiné

Quando voltar a esse lugar, será de certo num dia mais feliz, mas nunca apagará da minha memória a enorme tristeza da partida.

Juvenal Amado
ex-1º Cabo Condutor
CCS /BCAÇ 3872
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Notas de CV

(1) - Vd. último poste da série de 17 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3067: Estórias do Juvenal Amado (12): O longo abraço (Juvenal Amado)

(2) - Sobre a tragédia do Quirafo, Vd. postes de:

23 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P980: A tragédia do Quirafo (Parte I): o capitão-proveta Lourenço (Paulo Santiago)

25 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P986: A tragédia do Quirafo (Parte II): a ida premonitória à foz do Rio Cantoro (Paulo Santiago)

26 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P990: A tragédia do Quirafo (parte III): a fatídica segunda-feira, 17 de Abril de 1972 (Paulo Santiago)

28 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P1000: A tragédia do Quirafo (Parte IV): Spínola no Saltinho (Paulo Santiago

15 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1077: A tragédia do Quirafo (Parte V): eles comem tudo! (Paulo Santiago)

Guiné 63/74 - P3109: Álbum fotográfico do Joaquim Guimarães (3): O Rio Corubal no Saltinho



Joaquim Guimarães
Ex-Soldado
CCAÇ 3490/BCAÇ 3872
Saltinho
1971/74


1. Vamos dar por fim o álbum fotográfico do nosso camarada Joaquim Guimarães, que nos enviou belíssimas fotografias do Saltinho (1).

Foto 1 > A beleza das águas do Corubal, correndo no seu leito irregular.

Foto 2 > Mais uma panorâmica do Rio no Saltinho

Foto 3 > Idem

Foto 4 > Olhando as águas revoltas

Foto 5 > Em passeio junto ao Rio

Foto 6 > O Rio passando sob a Ponte do Saltinho

Foto 7 > Aspecto do Rio no Saltinho

Foto 8 > Gozando momentos de paz na Ponte do Saltinho

Foto 9 > O olhar no Rio, o pensamento muito longe.

Foto 10 > Na época das chuvas o Rio é mais selvagem

Foto 11 > Desafiando o Rio
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Nota de CV

(1) - Vd. postes de 28 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3097: Álbum fotográfico do Joaquim Guimarães (1): Saltinho
e
1 de Agosto de 2008 > Guiné 63/74 - P3104: Álbum fotográfico do Joaquim Guimarães (2): Saltinho

domingo, 3 de agosto de 2008

Guiné 63/74 - P3108: Os funerais dos nossos camaradas Pára-quedistas (2): Cerimónias nacionais na Igreja N. Sra. do Rosário, em Lisboa (Mário Fitas)

1. No dia 26 de Julho de 2008, recebemos do nosso camarada Mário Fitas (ex-Fur Mil Op Esp da CCaç 763, Cufar, 1965/66), uma mensagem com uma vasta reportagem fotográfica das cerimónias nacionais de homenagem aos nossos três camaradas Pára-quedistas, recentemente regressados a Portugal.

Caro Luís,
Acompanhado do meu amigo Rui Trindade Baixa, desloquei-me à Igreja de Nossa Senhora do Rosário, templo da Força Aérea Portuguesa, para assistir às cerimónias In Memória dos Pára-quedistas mortos em Guidage.

Não tenho oportunidade de escrever muito sobre a Cerimónia, o qual será feito noutra altura.

Tem este o fim principal de enviar as fotos tiradas bem como referir a presença dos tertulianos José Martins e Esposa e do Victor Tavares.

Vão também homenagens do Pára-quedista Carlos Costa e do senhor General Hugo Borges.

De salientar a postura do tertuliano José Martins da forma como esteve e apresentou a algumas entidades o senhor Embaixador da Guiné-Bissau que presumo estaria um pouco isolado.

Foto 1 > Folheto alusivo à cerimónia que se realizou na Igreja Nossa Senhora do Rosário

Foto 2 > Um dos carros que transportavam os nossos malogrados camaradas

Foto 3 > Os corpos dos três Páras, lado a lado, até se separarem definitivamente para rumarem ao seu verdadeiro eterno descanso

Foto 4 > Momento em que são prestadas honras militares aos restos mortais

Foto 5 > Idem

Foto 6 > Aspecto da Missa Solene

Foto 7 > Coro da Força Aérea

Foto 8 > O nosso camarada José Martins em companhia do senhor Embaixador da Guiné-Bissau. Um pouco afastada, Maria Manuela, a inseparável companheira do Zé.

Foto 9 > Representação da Associação de Operações Especiais - Delegação de Lisboa, de que faz parte o nosso camarada Mário Fitas, também na imagem.

Foto 10 > José Martins e esposa, conversam com o nosso camarada Pára-quedista Vitor Tavares

Fotos: © Mário Fitas (2008). Direitos reservados.


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Nota de CV:

Vd. primeiro poste da série de 2 de Agosto de 2008 > Guiné 63/74 - P3105: Os funerais dos nossos camaradas Pára-quedistas (1): Artigo do DN (Afonso Sousa)