quarta-feira, 23 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6630: Tabanca Grande (227): Rui Barbot / Mário Cláudio, ex-Alf Mil, Secção de Justiça do QG, Bissau (1968/70)




Guiné > Bissau > Quartel General > Ex-Alf Mil Rui Barbot Costa, que fez o serviço militar obrigatório na Secção de Justiça do QG... Aí conheceu, em 1970,  o nosso camarada Carlos Nery. O Rui, aliás Mário, passou doravante a pertencer à nossa Tabanca Grande, trazido pela mão do nosso camarada Carlos Nery. Já está na lista alfabética, de A a Z, na Letra M,  como Mário Cláudio.

Fotos: © Mário Claúdio (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Carlos Nery (ex- Cap Mil Inf,  CCAÇ 2382, Buba, 1968/70):

Caros Camaradas,

Junto o texto que me acaba de enviar o Rui Barbot, meu amigo desde 1970 em Bissau. 

Tivemos arte e engenho para, nessa altura, organizar um grupo de teatro, aliciar pessoas para esse empreendimento e, do nada, levantar um espectáculo. Quem se compromete numa tal "sopa de pedra"  fá-lo para toda a vida... Não há divórcios possíveis... 

Pergunto-me onde anda quem nela deitou o sal e os temperos e a ajudou a pôr ao lume; estamos a preparar um Poste sobre essa experiência e gostaríamos de reunir depoimentos, ou a seu pretexto, reunirmo-nos nós...

O Barbot, além de uma das molas impulsionadoras, foi um dos actores que tive a grata oportunidade de dirigir. Já lho disse e repito sem hesitar, se não tivesse optado pela escrita, que domina como o texto que se segue evidencia ["Para o livro de ouro do Capitão Garcez"], poderia ter sido um grande actor. Tinha a intuição, a inteligência e o "nervo" necessários para tal. Ganhou-se um grande escritor e, não o esqueçamos, um grande dramaturgo. Não se ficou a perder...

Carlos Nery

2. Mensagem do Rui Barbot / Mário Cláudio (cujo endereço de email não divulgamos, para já), com data de 17 do corrente, dirigida ao Carlos Nery

Meu Caro Carlos Nery,

Aqui segue o que lhe prometi. O que não constar dos anexos seguirá depois, ou irá ter-lhe às mãos por via postal.

Grande abraço amigo do
Rui Barbot

3.  Breve nota biobliográfica de Mário Cláudio, pseudónimo de Rui Manuel Pinto Barbot Costa , baseada em elementos fornecidos pelo próprio e/ou recolhidos pelo editor L.G, na Internet ou nos livros do escritor.

  [ P - Neste momento, estou a falar com o Mário Cláudio ou com o Rui Barbot Costa? R - Está a falar com os dois ao mesmo tempo, embora a segunda entidade a que se referiu tenda a desaparecer cada vez mais, porque, entretanto, se avolumou o autor. Excerto de uma entrevista, em 2/2/2009, ao JN- Jornal de Notícias ]

(i) Nasceu no Porto [, em 1941]. ["Não sou um escritor do Porto. Sou um escritor no Porto, que é uma coisa diferente".]

(ii) ["Mário Cláudio é o pseudónimo literário de Rui Manuel Pinto Barbot Costa, nascido a 6 de Novembro de 1941, no seio de uma família da média-alta burguesia industrial portuense de raízes irlandesas, castelhanas e francesas, e fortemente ligada à História da cidade nos últimos três séculos"].

(iii) [Fez o liceu no Porto; em seguida, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, tendo depois se transferido para a Universidade de Coimbra]; 

(iv) Licenciou-se, em 1966, em Direito, pela Universidade de Coimbra;

(v) É igualmente diplomado com o Curso de Bibliotecário-Arquivista, pela mesma Universidade, Master of Arts em Biblioteconomia e Ciências Documentais, pela Universidade de Londres [, em 1976];

(vi)  ["Pelo meio, a Guerra Colonial e uma mobilização para a Guiné, na secção de Justiça do Quartel General de Bissau. Antes de partir, em 1968, entrega ao pai, pronto para publicação, o seu primeiro livro de poemas, 'Ciclo de Cypris', publicado no ano seguinte".]

(vii) Ficcionista, poeta, dramaturgo, ensaísta e tradutor, é autor, entre outros, dos volumes de poesia Estâncias e Terra Sigillata, dos romances Amadeo, Guilhermina, Rosa, A Quinta das Virtudes, Tocata para Dois Clarins, As Batalhas do Caia, O Pórtico da Glória, Peregrinação de Barnabé das Índias, Ursamaior, Oríon, Gémeos, Camilo Broca e Boa Noite, Senhor Soares, e das peças de teatro Noites de Anto, O Estranho Caso do Trapezista Azul e Medeia

(viii) Tem numerosíssima colaboração dispersa por jornais e revistas, portugueses e estrangeiros. 

(ix) Está traduzido em inglês, francês, castelhano, italiano, húngaro, checo e serbo-croata. 

(x) Recebeu os seguintes galardões: 

Grande Prémio de Romance e Novela (1984), da Associação Portuguesa de Escritores;
Prémio de Ficção, da Antena 1;
Prémio Lopes de Oliveira;
Prémio de Ficção, do PEN Clube Português;
Prémio Eça de Queiroz, da Câmara Municipal de Lisboa;
Grande Prémio da Crónica, da Associação Portuguesa de Escritores;
Prémio Pessoa (2004);
Prémio Vergílio Ferreira (2008);
Prémio Fernando Namora (2009).

(xi) Foi galardoado pelo Presidente da República com a Ordem de Santiago da Espada [, em 2004,] e pelo Governo Francês com o grau de Chevalier des Arts et des Lettres.

4. Comentário de L.G.:

Mário, sê bem vindo à Tabanca Grande, a  caserna virtual aonde se acolhem os camaradas (e os amigos) da Guiné... O tratamento romano é norma, entre homens que estiveram física e psicologicamente muito próximos uns dos outros no Teatro de Operações  (TO) .

 Não podemos ignorar que és mais famoso, pelos teus livros (e prémios), do que  nós todos juntos.  Isso não nos impede de nos sentirmos irmanados pelas circunstâncias da vida que nos levaram à Guiné, no longo período em que decorreu a a guerra do ultramar / guerra colonial / luta de libertação (1963/74) (conforme os 'óculos' do observador)...

Como fazemos gala de dizer (e de tentar praticar) os amigos e camaradas da Guiné têm como maior denominador comum a experiência de (ou a relação com) a guerra colonial, a guerra do ultramar ou a luta de libertação na Guiné, entre 1963 e 1974... Tudo o mais que nos possa separar (a idiossincrasia, a ideologia política,  a religião, a nacionalidade, a origem social, a etnia, a cor da pele, as antigas patentes e armas, a orientação sexual, a riqueza, a fama,  o proveito, etc.), é secundário. Direi secundaríssimo.

Sabemos que, pelos teus afazeres de escritor activo, produtivo e famoso, um dos maiores da língua portuguesa actualmente vivos, e potencialmente Nobelitável, não terás muito tempo para, com regularidade, escreveres no nosso (e doravante teu) blogue,  e/ou compareceres nos nossos convívios períódicos (Tabanca Grande, anualmente, em Monte Real; Tabanca de Matosinhos, semanalmente, em Matosinhos; Tabanca do Centro,  em Monte Real, trimestralmente, etc.).

Mas fica a saber que será um grande prazer, para mim e para os restantes amigos e camaradas da Guiné, conhecer-te em pessoa, ao vivo, um dia destes. Somos calorosos, às  vezes até demais, fervendo em pouca água com alguns ditos & escritos. Mas vamos regando, todos os dias, a nossa cultura da tolerância...

Já leste, de certo, os nossos "dez mandamentos" (disponíveis na coluna do lado esquerdo do nosso blogue), o último dos quais diz o seguinte: "(x) respeito pela propriedade intelectual, pelos direitos de autor... mas também pela língua (portuguesa) que nos serve de traço de união, a todos nós, lusófonos"...

Agradeço-te antecipadamente o envio do texto, soberbo (e julgo que inédito), "Para o Livro de Ouro do Capitão Garcez", que nos chegou, juntamente com as fotos, através do Carlos Nery... Oxalá o nosso blogue também te possa inspirar muitas outras e boas histórias relacionadas com este povo, fantástico e às vezes demasiado humilde, de soldados, marinheiros, poetas e aventureiros. de quem os altivos castelhanos diziam: "Portugueses, pocos, pero locos".

É, naturalmente, também uma honra, para nós, poder publicar e ler em primeira mão textos, de ficção ou não, de um grande escritor como tu, que também foi nosso camarada. Bem hajas. Prometo publicar o teu primeiro texto  muito em breve. LG.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Guiné 63/74 – P6629: FAP (50): A Associação dos Deficientes das Forças Armadas homenageou Força Aérea Portuguesa (Carlos Vinhal)

Com a devida vénia ao Correio da Manhã, damos destaque a uma notícia inserta naquele jornal de domingo, dia 20 de Junho de 2010, dando conta de uma cerimónia de homenagem à Força Aérea Portuguesa promovida pela Associação dos Deficientes das Forças Armadas.

O título da notícia "Nunca nos deixaram" é sugestivo, justo e verdadeiro.

É evidente que mais que ninguém, os nossos deficientes estarão reconhecidos aos militares nossa FAP, porque muitos deles, não fora os inestimáveis serviços de evacuação, muitas das vezes nas piores condições de segurança, não estariam vivos.


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Nota de CV:

Vd. último poste da série de20 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 – P6620: FAP (49): Pista da época (Como a fruta) (Miguel Pessoa, ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74) 

Guiné 63/74 - P6628: As Nossas Queridas Enfermeiras Pára-quedistas (19): Em Cacine, em finais de 1968, eu, Alf Art, com a Ten Enf Pára Maria Ivone Reis (António Costa)

Guiné > Região de Tombali > Cacine > CART 1692 > Dezembro de 1968 > A Ten Enf Pára-quedista Maria Ivone Reis e o Alf QP António José Pereira da Costa, posando para a "posteridade"...

Foto: © António Costa (2010). Direitos reservados

1. Texto do António José Pereira da Costa (Cor Art Res) (*)

Assunto - Cacine 68

Camarada: Aqui vai uma foto da Ten Enf Para, (como ela escrevia, ) Ivone Reis. Foi já em Dezembro de 1968 quando estávamos ser rendidos pela CCaç 2445 (açoreanos).

Nesse dia, vi a guerra do ar! Um Gr Comb da nossa unidade e a CCaç [2445] completa andavam ali para os lados de Cacoca a procurar o IN.

Eu e o cap Veiga da Fonseca (**) andávamos a ver como iam as coisa. Subitamente, detectámos um grupo de 25 turras. Pedimos o héli-canhão para cima deles. E então foi aluciante: o avião às voltas sobre o héli e o héli às voltas sobre os turras e aquele rotor a rodar tão depressa...

Subitamente, os turras começaram a acenar com os bonés... Era o nosso grupo que, com os camuflados desbotados, foram confundidos e ia havendo um azar.

Aterrámos e eu estava completamente almareado. Confesso que "sujei" o avião. A Ivone (***) deu-me uma ordem seca:
- Patinho! Lavar o avião, já!

E lá fui eu,  às ordens da nossa tenente, lavar o material de guerra.

Depois pousámos para "memória futura"... Será que também há memória passada?

Olha, um Ab.

António Costa
______________
Nota de L.G.
 (...) Comecei na CART 1692, na altura já em Cacine, em 16JAN68. Era um operacionalíssimo alferes,  adjunto do capitão. A maioria do pessoal da CArt era mais velha que eu. Já comecei a descrever a estadia no último quartel da Guiné.



Regressei à capital do Império exactamente um ano depois. A 25MAI71 embarquei, de novo para "Uma Guiné Melhor", para me cobrir de glória na desfesa antiaérea da BA 12, como Cmdt da BTR [Bateria]AA 3434.


A 22JUN72 assumi o comando da CART 3494 que, então guarnecia o Xime. A 11NOV72 (Dia de S. Martinho) passei à CART 3567, estacionada em Mansabá, que deixei no TO daquela PU em 09AGO73. (...).

(**) Cap Art José João de Sousa Veiga da Fosneca, comandante da CART 1692 / BART 1914. Esteve na Guiné entre Abril de 1967 e Março de 1969 (Sangonhá, Cameconde, Bissau)

(***) Vd. último poste desta série > 5 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6535: As Nossas Queridas Enfermeiras Pára-quedistas (18): As primeiras mulheres portuguesas equiparadas a militares (5): Maria Ivone Reis (Rosa Serra)

Guiné 63/74 - P6627: V Convívio da Tabanca Grande (6): As inscrições terminam amanhã, quarta-feira, 23 de Junho de 2010 (A Organização)


V CONVÍVIO DA TABANCA GRANDE

MONTE REAL, 26 DE JUNHO DE 2010


1. Caros camaradas e amigos tertulianos

Estamos a poucas horas do fecho das inscrições no V Encontro da Tertúlia. O número atingido, 150, faz adivinhar uma participação que ultrapassa as previsões mais optimistas.

Há alguns camaradas que não fazendo parte da tertúlia, são habituais presenças nos nossos convívios, estou a lembrar-me, como exemplo, do camarada Carlos Santos que conheci já na Ameira, e outros que vão aparecendo ao longo dos anos, porque querem sentir de perto a nossa camaradagem.

Este ano vamos ter a presença de mais uma camarada enfermeira Pára-quedista, a Rosa Serra, que assim se junta à enfermeira Giselda Pessoa que nos deu o prazer da sua companhia, pela primeira vez, o ano passado.
Não podemos esquecer os restantes camaradas da FAP que marcam presença nos nossos Encontros, o Victor Tavares, o Victor Barata, o Miguel Pessoa e o António Martins de Matos. Este ano vamos reunir ainda, além da Rosa Serra, o Jorge Narciso.

Quem não se inscreveu este ano foi o jovem João Carlos, camarada representante das gerações mais novas.

Infelizmente da Armada Portuguesa não teremos desta vez representantes em Monte Real.

As inscrições vão encerrar amanhã, quarta-feira, para que o nosso coordenador no terreno, Joaquim Mexia Alves, possa organizar devida e atempadamente o Encontro de molde a não haver falhas. Pede-se mais uma vez aos camaradas que ainda não o fizeram, se estão com ideia de aparecer, que se inscrevam.

2. Lista dos 150 inscritos:

Acácio Dias Correia e Maria Antónia - Algés / Oeiras
Agostinho Gaspar e Maria Isabel - Leiria
Alvaro Basto, Fernanda e Rolando - Leça do Balio / Matosinhos
Amadu Djaló - Amadora
Américo Batista - Lisboa
António Baia e Celeste - Amadora
António Estácio - Mem Martins / Sintra
António Graça de Abreu - S. Pedro Estoril / Cascais
António José Pereira da Costa e Isabel - Mem Martins / Sintra
António Manuel S. Rodrigues e Rosa Maria - Oliveira do Bairro
António Marques e Gina - Cascais
António Martins de Matos - Lisboa
António Osório e Ana - Vila Nova de Gaia
António Paiva - Lisboa
António Sampaio e Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos
António Santos e Graciela - Loures
António Sousa Bonito - Montemor-o-Velho
Armando Neves Coelho - Lisboa
Arménio Santos - Oeiras
Belarmino Sardinha e Antonieta - Odivelas
Benjamim Durães - Palmela
Carlos Marques Santos - Coimbra
Carlos Santos - Viseu
Carlos Silva e Germana - Massamá / Sintra
Carlos Vinhal e Dina- Leça da Palmeira / Matosinhos
Casimiro Carvalho e Ana - Maia
Coutinho e Lima - Lisboa
David Guimarães e Lígia - Espinho
Delfim Rodrigues - Coimbra
Eduardo Campos e Manuela - Maia
Eduardo Magalhães Ribeiro e Fernanda - Porto
Eduardo Moutinho Santos - Porto
Fernando Franco e Margarida - Amadora
Fernando Gouveia - Porto
Henrique Matos - Olhão
Hugo Guerra e Ema - Lisboa
Humberto Reis e Maria Teresa - Alfragide / Amadora
Hélder Valério de Sousa - Setúbal
Idálio Reis - Cantanhede
J.L. Vacas de Carvalho - Lisboa
Jaime Machado e Maria de Fátima - Matosinhos
Joaquim Mexia Alves - Monte Real / Leiria
Joaquim Peixoto e Margarida - Penafiel
Jorge Araújo e Maria João - Almada
Jorge Cabral - Lisboa
Jorge Canhão - Oeiras
Jorge Narciso - Cadaval
Jorge Picado - Ílhavo
Jorge Rosales- Cascais
José Armando F. Almeida e Teresa - Albergaria-a-Velha
José Barros Rocha - Penafiel
José Brás - Montemor-o-Novo
José Carmino Azevedo e Maria do Amparo - Vale Frechoso / Vila Flor
José Eduardo Alves e Maria da Conceição - Leça da Palmeira / Matosinhos
José Eduardo Oliveira e Maria Helena - Alcobaça
José Fernando Almeida e Suzel - Óbidos
José M. M. Cancela e Carminda - Boelhe / Penafiel
José Manuel Lopes - Viseu
José Manuel Matos Dinis - Cascais
José Martins e Manuela - Odivelas
José Pedro Neves e Ana Maria - Lisboa
José Zeferino - Loures
João Barge - Leiria
João Lourenço - Figueira da Foz
João Parreira e Maria Isaura - Carcavelos
Juvenal Amado - Fátima
Júlia Neto e Leonor - Queluz / Sintra
Luís Graça e Alice - Alfragide / Amadora
Luís Marcelino e Maria Rosa - Leiria
Luís R. Moreira - Agualva-Cacém / Sintra
Luís Rainha e Dulce - Figueira da Foz
Manuel Amaro - Amadora
Manuel Azevedo Ramos e Francelina - Vila do Conde
Manuel Carmelita e Joaquina - Vila do Conde
Manuel Reis - Aveiro
Manuel Resende e Isaura - Cascais
Manuel Santos e Maria de Fátima - Viseu
Manuel Traquina e Fátima - Abrantes
Miguel Pessoa e Giselda Pessoa - Lisboa
Mário Fitas e Helena - Estoril / Cascais
Mário Rodrigues Pinto - Barreiro
Paulo Santiago - Aguada de Cima / Águeda
Raul Albino e Rolina - Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal
Ribeiro Agostinho e Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos
Rosa Serra - Oeiras
Rui Ferreira - Viseu
Silvério Lobo e Linda - Matosinhos
Simeão Ferreira - Monte Real / Leiria
Sousa de Castro - Vila Fria / Viana do castelo
Tomás Carneiro - Ponta Delgada / S. Miguel / Açores
Torcato Mendonça e Ana de Lourdes - Fundão
Vasco da Gama e Celeste - Buarcos
Vasco Ferreira e Margarida - Vila Nova de Gaia
Victor Barata - Vouzela
Victor Caseiro e Celeste - Leiria
Victor Tavares - Aguada de Cima / Águeda
Virgínio Briote e Maria Irene - Lisboa
Xico Allen - Vila Nova de Gaia

3. Os eventuais interessados em participar no nosso Encontro, dispõem de todas as informações na nossa página e nos postes anteriores, cujos atalhos listamos no fim do poste.

Lembramos que o preço do almoço é de 30 euros e inclui um lanche ao fim da tarde.

4. Por último ficam algumas informações complementares do nosso camarada Mexia Alves


Em consonância com o Hotel várias informações importantes:

1 - Data limite para as inscrições para o almoço - 4ª feira dia 23 de Junho

2 - Reservas para quartos podem ser feitas a qualquer tempo, desde que haja disponibilidades.

3 - O parque das Termas tem um parque de estacionamento junto ao Hotel e também junto às Termas.
Agradeço que não estacionem os carros em cima dos passeios, mas sim, não havendo lugar no parque do Hotel, poderão colocar no parque das termas, logo abaixo, e fazer 200 metros a pé o que para militar não é nada!

4 - Se a cancela de entrada estviver fechada basta retirar o bilhete na máquina de entrada, (tipo auto estrada), porque depois à saída a cancela estará aberta.

5 - Podemos juntar-nos logo na varanda/terraço de lado do Hotel que dá acesso directo à sala do almoço. Basta descer um pouco em direcção às termas e fica logo ali no lado do Hotel, junto ao parque de estacionamento.

Um abraço
Joaquim

Pela Organização
CV
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Nota de CV:

Vd. postes de

20 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6025: V Convívio da Tabanca Grande (2): Escolhida a data de 19 de Junho de 2010 e o local, o Palace Hotel Monte Real (A Organização)

24 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6043: V Convívio da Tabanca Grande (3): Justificação para a segunda mudança de data (Joaquim Mexia Alves)

21 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6205: V Convívio da Tabanca Grande (4): Ponto da situação das inscrições em Abril (A Organização)
e
1 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6516: V Convívio da Tabanca Grande (5): As inscrições sucedem-se a bom ritmo, mas ainda não atingimos a marca de 2009 (A Organização)

Guiné 63/74 - P6626: Tabanca Grande (226): Acácio Correia, ex-Alf Mil, CART 3494 (Xime e Mansambo, 1973/74)










1. Comentário de Luís Graça:

Amigos e camaradas, abram alas para a entrada do mais recente membro do nosso blogue, o Acácio Dias Correia, que esteve na Zona Leste, no Xime e em Mansambo,  como Alf Mil da CART 3494, a mesma subunidade do BART 3883 (Bambadinca, 1971/74), a que pertenceu o nosso tabanqueiro nº 2, o minhoto Sousa de Castro.

Sei, de resto, que o Acácio e o Sousa de Castro já  são velhos amigos. O Sousa de Castro deve-lhe ter falado do nosso blogue. O Acácio, por outro lado, já não esteve no Xime,  com o nosso camarada António Costa, que hoje faz anos.  Pela simples razão, de que o Costa deixou o comando da CART 3494 em Novembro de 1972, tendo ido para Mansabá comandar outra subunidade.

O Acácio era de rendição individual, tendo sido moblizado para a Guiné em Fevereio / Março de 1973 (e não de 1972, como por lapso escreveu no texto de apresentação que acima se publica).

Ficamos, desde já, à espera de partilhar mais histórias e memórias do novo membro da Tabanca Grande.

Por outro lado, o Acácio (que é casado com a Maria Antónia Correia, vivendo o casal em Algés) é conhecido da minha mulher, Maria Alice, pertencendo os três à USILA - Universidade Senior e Intergeracional de Algés (Alameda Hermano Patrone - Algés, 1495-064 Algés,  Oeiras, Tel: 214115172). Foi através da Maria Alice que eu o conheci, em 2009, durante uma apresentação do grupo de Tai  Chi da USILA.

Ele andava há muito tempo a prometer que me mandava as duas fotos da praxe mais um pequeno texto de apresentação, de modo a poder cumprir as formalidades para  ingressar no blogue. Voltámos a encontrar-nos no 10 de Junho de 2009. O Acácio e a esposa vão estar presentes no nosso V Encontro Nacional, em Monte Real, dia 26 do corrente. Então, até mais logo... LG





16 de Março de 2009, Hotel Dom Pedro, Lisboa. Actuação do Grupo de Tai Chi da USILA - Universidade Senior e Intergeracional de Algés, no âmbito das III Jornadas de Saúde e Bem-Estar, encontro inserido nas comemorações do 50º aniversário da Freguesia de Campolide. Organização da Junta de Freguesia de Campolide e da Federação das Universidades da Terceira Idade. O Acácio Correia aparece em primeiro plano no vídeo.

Video (3' 44"):  Luis Graca (2009) > Alojado em You Tube > AliceDeCandoz (com a devida vénia...)

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Nota de L.G.:

(*) Último poste desta série >  20 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6617: Tabanca Grande (225): João Santos, ex-Alf Mil Rec Info, CCS/BCAÇ 2852, e BENG 447 (1968/70)

Guiné 63/74 - P6625: Memória dos lugares (84): Bissau, cidadezinha colonial (Parte III) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)




Guiné > Bissau > s/d > Rua Dr. Oliveira Salazar. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 135". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte, SARL).




Guiné > Bissau > s/d > Aeroporto Craveiro Lopes. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 121". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte, SARL).



Guiné > Bissau > s/d > Palácio do Governador. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 139". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).




Guiné > Bissau > s/d > Museu. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 143". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).





Guiné > Bissau > s/d > Catedral. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 132". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal).



Colecção: Agostinho Gaspar / Digitalizações e edição: Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).





1. Continuação da publicação de alguns postais da Guiné (*), da colecção do nosso camarada, natural do concelho de Leiria, Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74) (**).

Pede-se aos nossos leitores (nomeadamente os que nasceram ou viveram em Bissau, ou que conheceram bem a Bissau do nosso tempo) para completarem, reverem ou melhorarem as legendas, identificando monumentos, ruas, lugares ou contando pequenas histórias associadas a Bissau... Voltamos a repetir o pedido: Alguém tem um mapa da cidade de Bissau anterior à Independência ? Se sim, agradecíamos que nos mandassem uma cópia digitalizada... (LG)

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Notas de L.G.:


(*) Vd. postes anteriores da série:


4 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5928: Memória dos lugares (73): Bissau, cidadezinha colonial (Parte I) (Agostinho Gaspar / Luís Graça)

Guiné 63/74 - P6624: Parabéns a você (122): António Costa, ou Tó Zé, de soldadinho de chumbo a cadete da Academia Militar, de Alferes em Cacine (CART 1692, em 1968/69) a Capitão no Xime (CART 3494, 1972) e Mansabá (CART 3567, 1972/73), cobrindo-se de glória da defesa antiaérea da BA 12, em Bissalanca (BRT AA 3434, 1971/72) (Miguel Pessoa / Tony Levezinho)

Infogravura: Miguel Pessoa (2010). 

1. O António José Pereira da Costa, ou simplesmente António Costa, faz hoje anos. E daqui vai um batalhão de abraços, beijinhos e chicorações. Além disso, a gente pediu a dois amigos para lhe fazerem a devida surpresa. O Miguel, inspiradíssimo como sempre, mandou-nos o boneco que inserimos acima.  O Tony Levezinho, lá do seu exílio dourado de Martinhal, Sagres, também teve o ensejo de lhe dirigir duas palavras amigas, como velho amigo de infância.

O António é um homem discreto e sobre o qual sabemos pouco. Oficial de carreira, estava (e creio que ainda está) à frente da Biblioteca do Exército, em Coimbra. Mas esteve igualmente na Guiné, por duas vezes, e tem aqui no nosso blogue uma série em que ele cultiva o seu humor especial: A Minha Guerra a Petróleo (*). Pedi-lhe há dias para nos mandar mais uns dados curriculares e umas fotos:
"Vais fazer anos e a gente não tem o teu 'cadastro' da Guiné (por onde e quando andaste)... Eu seu que vocês, miliatres de carreira, têm regras muitos rígidas no que diz respeito à identificação de unidades, etc... Vê o que podes mandar, em tempo útil... E fotos ? Um abraço. Luís"

Pois bem, vejam o que se pôde arranjar:

Camarada:  As minhas aventuras guerreiras são modestas. Comecei na CART 1692, na altura já em Cacine, em 16JAN68. Era um operacionalíssimo alferes adjunto do capitão. A maioria do pessoal da CArt era mais velha que eu. Já comecei a descrever a estadia no último quartel da Guiné.

Regressei à capital do Império exactamente um ano depois.  A 25MAI71 embarquei, de novo para "Uma Guiné Melhor",  para me cobrir de glória na desfesa antiaérea da BA 12, como Cmdt da BTR AA 3434.

A 22JUN72 assumi o comando da CART 3494 que, então guarnecia o Xime. A 11NOV72 (Dia de S. Martinho) passei à CART 3567, estacionada em Mansabá, que deixei no TO daquela PU em 09AGO73.

Como vês, ao todo, 38 meses. Não gostei. Não voltaria. Foi mesmo "Uma Guerra a Petróleo".

Creio que isto já alimenta o vosso lego, mas se for preciso mais é só perguntar. Não se esmerem muito na homenagem porque eu não mereço...

Um Ab do 
António Costa


Martinhal, Sagres, Vila do Bispo > 11 de Junho de 2010 > O Tony Levezinho, o neto e a Alice Carneiro... Foi uma visita tipo rapidinha que eu e a Alice fizemos ao Tony e à Isabel, no seu exílio dourado no barlavento algarvio (dourado, ou melhor, amarelo e azul, que são as belíssimas cores da sua vivenda junto à praia, no resort do Martinhal)... Deu apenas para matar saudades, beber um café e um digestivo e celebrar a nossa velha amizade que teve a Guiné como berço. Com promessas (e sobretudo ameaças) de lá voltar, com tempo e vagar. (LG)
Foto: © Luís Graça (2010). Direitos reservados

 3. Mensagem do Tony Levezinho (ex-Fur Mil At Inf, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71)

Meu Caro António Costa (para mim,  o meu amigo Tó Zé de há mais de meio século)

Quão distante vão os tempos em que partilhámos os momentos sobrantes das obrigações escolares, ora a jogar à bola no pátio do prédio em que habitávamos, ora encenando jogos de guerra com os bonecos e as miniaturas, na altura disponíveis para o efeito.

Destas últimas brincadeiras à realidade dos jogos de guerra em que os bonecos viraram homens ( ou será que não viraram?) bastou apenas pouco mais do que uma década. Tu por opção (estava na cara que era mesmo o que gostarias de ser quando "fosses grande"),  eu e a grande maioria de nós, porque a inevitável lógica das coisas, ao tempo reinante, assim o determinava.

Para alguns, não tão poucos quanto isso, a história das suas vidas terminou por aí. Cumpre-nos a nós que por cá vamos ficando não os esquecer.

É minha convicção que uma boa contribuição para tal atitude será sabermos envelhecer, com a alegria de quem vai podendo somar mais um, na companhia dos familiares e amigos.

Certo de que este vai ser o teu estado de espírito no próximo dia 22, aqui te deixo um Grande Abraço e Muitos Parabéns.

Na primeira oportunidade beberemos um copo "À NOSSA"( leia-se: à de Todos Nós)

Tony Levezinho

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Nota de L.G.:

(*)  Vd. último poste da série > 18 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6614: A minha guerra a petróleo (ex-Cap Art Pereira da Costa) (3): Gente de Cacoca e outros

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6623: Banco do Afecto contra a Solidão (13): O Baptista, o morto-vivo do Quirafo, está internado há uma semana no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos (Álvaro Basto)


Maia > 21 de Julho de 2007 > O primeiro encontro com o António da Silva Batista, por parte do Álvaro Basto, ex-Fur Mil Enf da CART 3492, Xitole, 1971/74) (que tem sido um verdadeiro pai e irmão para ele, além de amigo e camarada), e do Paulo Santiago (ex-Alf Mil, cmdt do Pel Caç Nat 53, Saltinho, 1970/72).

Foto: © João Santiago (2007). Direitos reservados.

 
 
Maia > Moreira > Cemitério local > Foto do Jornal de Notícias, edição de 18 de Setembro de 1974, mostrando o ex-combatente da Guiné António da Silva Batista, a visitar a sua própria campa. A notícia do jornal era: "Morto-vivo depôs flores na sua campa". Na lápide pode ler-se: "Em memória de António da Silva Batista. Falecido em combate na província da Guiné em 17-4-1972". (*)

A foto, de má qualidade, foi feita em 17 de Julho de 2007 pelo nosso camarada Álvaro Basto, com o seu telemóvel, na Biblioteca Pública Municipal do Porto, e remetida ao Paulo Santiago. O Álvaro Basto, ex-FurMil Enf da CART 3492 (Xitole, 1971/734), mora  em Leça do Balio, Matosinhos.

Recorde-se que o António da Silva Baptista. membro da nossa Tabanca Grande e da Tabanca de Matosinmhos,  pertencia à CART 3490 (Saltinho, 1972/74)... Foi dado como morto na sequência da emboscada montada pelo PAIGC na picada do Quirafo, em 17 de Abril de 1972. Vd. post de 20 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1681: Efemérides (4): Lista dos mortos no Quirafo (José Martins)

Foto: © João Santiago (2007). Direitos reservados.


1. Reprodução do poste 448, da Tabanca de Matosinhos

Tal como referi no poste 446 o Baptista está internado no Hospital Pedro Hispano, Unidade Local de Saúde de Matosinhos,em Matosinhos, há mais de uma semana. Está internado em Cirurgia,  com problemas graves ao nível do fígado.

Fica aqui o APELO para a solidariedade que tanto nos caracteriza.  É que o Batista sente-se obviamente muito sozinho e abandonado.

Vamos todos criar uma cadeia de solidariedade (**) e vamos visitar o Batista ao Hospital,  com frequência. Somos muitos e por isso de certeza que ele não se há-de sentir desamparado nestes momentos difíceis de solidão e angústia.

Álvaro Basto (foto à esquerda, ex-Fur Mil Enf, CART 3492/BART 3873,  Xitole, 1971/74; co-fundador e co-editor do blogue Tabanca de Matosinhos)


2. Comentário de L.G.:

Em Abril de 2007, andávanmos (o Álvaro Basto, o Paulo Santiago, o J. Casimiro Carvalho, entre outros) à procura do morto-vivo do Quirafo. Escrevi então em comentário ao poste P1681:

"Amigos &  camaradas: Ainda estará vivo, hoje, o morto-vivo do Quirafo ?  É importante, para todos nós, ajudarmos o Álvaro Basto, o Paulo Santiago e o Casimiro Carvalho a localizar o nosso camarada António da Silva Batista, o morto-vivo da emboscada do Quirafo (em 17/4/72) e que voltou à sua terra, Moreira-Maia, tendo em Setembro de 1974 depositado um ramo de flores na sua própia campa, no cemitério de Crestins, Maia!...


"Uma estória, macabra, de fazer arrepiar os cabelos!... Como é que os burocratas do exército o deram como morto em 17/4/72, sem a mínima preocupação em localizar e identificar o cadáver ?... E como é que mandam para Crestins um caixão vazio ?


"Na realidade, valíamos todos muito pouco, aos olhos da hierarquia político-militar que nos mandou para a guerra... E como é que a poderosa PIDE/DGS não descobriu o seu paradeiro na Guiné-Conacri ?


"O Batista pertencia à CART 3490, do Saltinho (1972/74), a mesma a que pertenceu o nosso camarada, membro da nossa tertúlia, Joaquim Guimarães, hoje a viver nos EUA. O Batista, tal como todos nós, valia muito pouco... Na realidade, ele não valia nada, nós não valíamos nada... Um Alfa Bravo. Luís"

O Baptista foi localizado e reencontrado em 21 de Julho de 2007, foi depois integrado e acarinhado por todos nós... Mas ninguém lhe tira as mazelas, físicas e psicológicas, do cativeiro e das peripécias do regresso à vida civil (depois de ter sido dado como morto e enterrado)... Obrigado, Álvaro, mais uma vez por estares atento e seres um homem solidário. Vamos ver como podemos aliviar mais este pesadelo, que é um internamento hospitalar devido a doença, que parece ser  crónica e pode ser fatal. Álvaro, vê se sabes o serviço e o número da cama onde ele está internado. Vamos acreditar que o Baptista vai superar mais esta crise. Vamos animá-lo.

3. Eis como o Paulo Santiago descreveu o primeiro encontro com o Baptista, num café da Maia, em 21 de Julho de 2007 (*):
 
(...) Batista: Um homem precomente envelhecido, mas humilde e sem rancores



Chegados ao café indicado, eu, o Álvaro e o João, encontrámos o Batista. Quando o cumprimento, domino o sentimento emotivo com alguma facilidade. Estava perante um homem lúcido, de aspecto - é a minha opinião - mais envelhecido que aquele que deveria apresentar, para a idade que tem (58 anos), mas sem apresentar qualquer sintoma de perturbação psíquica, o que vim a confirmar durante a nossa conversa.


É um homem sem rancores, de uma humildade que me tocou profundamente. Levei o meu Portátil com placa de ligação à Net. Falei-lhe no teu/nosso blogue mas, como deves imaginar, é uma pessoa ao lado destas coisas da blogosfera. Perguntei-lhe se poderia mostrar-lhe a foto da GMC, tirada em Fevereiro de 2005, e a foto do Paulo Malu, comandante da emboscada. Quando viu a GMC, vi-lhe qualquer coisa nos olhos, mas dominou essa reacção momentânea. Quanto ao Malu, a cara não lhe diz nada, não é para admirar, passados todos estes anos. (...)

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Notas de L. G.:

(*) Vd. postes de:

17 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1959: Em busca de... (2): António da Silva Batista, de Crestins-Maia, o morto-vivo do Quirafo (Álvaro Basto / Paulo Santiago)

22 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1983: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (1) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)

22 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1985: Prisioneiro do PAIGC: António da Silva Batista, ex-Sold At Inf, CCAÇ 3490 / BCAÇ 3872 (2) (Álvaro Basto / João e Paulo Santiago)

(**) Vd. último poste desta série  > 11 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6578: Banco do Afecto contra a Solidão (12): Últimas notícias do estado de saúde de Victor Condeço

Guiné 63/74 - P6622: Bombolom XVII (Paulo Salgado): Pequena homenagem ao Victor Condeço e aos demais camaradas que já partiram





Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Vila > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Foto 50 > "Lagoa com nenúfares,  à esquerda na estrada de Catió/Príame"


Foto (e legenda): © Victor Condeço (2007). Direitos reservados.




1. Mensagem do Paulo Salgado, membro da nossa Tabanca Grande, antigo Alf Mil Cav, (ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72, sob o comando do Cap Cav Mário Tomé), com data de 20 do corrente:

Assunto: Pequena homenagem

Fica a minha sentida prece aos que nas margens da vida sofreram, e lutaram, e caíram, cá e lá, e nos sorriram também…

Paulo Salgado


2. Bombolom II > Pequena homenagem
por Paulo Salgado

Hoje o meu bombolom (*) (**) vai ecoar: pelas planícies do Ribatejo, para lá do Entroncamento, pelas bolanhas da Guiné – ambas encharcadiças, ambas dolorosamente vividas por homens e mulheres que trabalham a terra e a água, cá e lá.

Dos que a morte levou, cedo era para eles e para nós, nas cheias arrasadoras que o Redol relata nos seus livros amantes da terra e do rio, nas margens esventradas pelos tumultos das águas, levando vidas e os poucos haveres.
- Maldita vida esta - gritavam loucamente as mulheres agarradas à esperança de os corpos aparecerem mais abaixo no rio largo…

Cedo era para eles e para nós, nas margens da vida e de uma bolanha qualquer, vendo-os crivados de balas ou de estilhaços erguendo os olhos para o céu por entre as poilões sagrados, numa última prece.
- Puta de guerra esta - sussurrado por companheiros em soluços entrecortados pelos estampidos das balas das kalachnikov, um derradeiro adeus, e uma corrida para o héli…

À memória dos que já partiram. Dos que sentiram na carne e na alma o sofrimento. Dos que viveram ao nosso lado, dos que partilharam connosco as margens da vida.

Ao Condeço (***), que agora partiu…ao Gomes que foi há dias… E também ao Sebastião, ao Borges, ao Suleimane…

A nossa vida vai ficando mais pobre.
Um abraço.

Paulo Salgado [actualmente, em Angola, foto à esquerda; administrador hospitalar, reformado]
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Notas de L.G.:


(*) Vd. poste de 14 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6389: Bombolom II (Paulo Salgado) (1): Morreu o Gomes - O anti-herói


(**) Bombolom, nome masculino. (Do crioulo bombolõ, «id.», baseado em onomatopeia)... Guiné-Bissau;  tambor grande, construído a partir de um tronco de cerca de 1,5 m de comprimento, escavado no sentido longitudinal de modo a ficar apenas com uma fenda de abertura, a qual é percutida com baquetas para transmitir mensagens, sobretudo notícias de falecimentos.

domingo, 20 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6621: Controvérsias (88): A ruptura do stock de capitães do QP e a milicianização da guerra (A. Teixeira / J. Manuel Matos Dinis / Mário Pinto / Manuel Rebocho)


Maia > Maio de 2007 > Três homens de Guileje (embora de épocas diferentes):  da esquerda para a direita, Nuno Rubim (Cor Art Ref), José Casimiro Carvalho e Abel dos Santos Quintas Quelhas. Nuno Rubim omandou duas das unidades que passaram por Guileje: a CCAÇ 726 (Out 1964/Jul 1966) e a CCAÇ 1424 (Jan 1966/Dez 1966). Ainda hoje é conhecido e reconhecido, pela população de Guileje (que vive em Mejo), como o Capitão Fula. Os outros dois camaradas são,  respectivamente, o ex-Fur Mil Op Esp e o ex-Cap Cav Mil, 1º Comandante da CCAV 8350, os Piratas de Guileje (1972/74).  Estes dois militares da CCAV 8350 foram entrevistados por Manuel Rebocho, no âmbito da elaboração da sua tese de doutoramento em sociologia pela Universidade de Évora, defendida em 2005 em provas públicas, sendo sua orientadora a Prof Doutora Maria José Stock e  o seu principal arguente o Prof Doutor Adriano Moreira.

Foto: © José Casimiro Carvalho (2007). Direitos reservados.


1. Comentários ao poste P6596 (*):

(i) A. Teixeirra (autor do blogue Herdeiro de Aécio), com data de 16 do corrente:

Os meus parabéns por este seu trabalho, Senhor Coronel.

É pena que,  à chegada ao fim do seu estudo, se tenham "perdido" os autores dos comentários que li neste blogue (**), ardentes defensores de teses contrárias às suas e que me pereceram baseados, numa maioria das vezes, em experiências pessoais pontuais,  quando não de "ter ouvido dizer".

Competir-lhes-á a algum deles agora a refutação com igual detalhe e rigor do que aqui deixou explicado.


(ii) José Manuel Matos Dinis , com data de 17 do corrente:

Meu Caro A. Teixeira

Não ando perdido em teses contrárias às do Sr. Coronel. Aliás, basta ver a redução drástica do número de capitães do QP que comandaram companhias de combate, acentuado a partir de 1972, conforme os quadros expostos.Onde é que eles estavam nesse período?

Por outro lado, o trabalho em apreço é, à evidência, uma estatística, não um estudo. Porque um estudo configura a conjugação de dados, e a análise sistematizada dos resultados em diferentes objectivos (v.g.,  considerar a inversão da pirâmide, quando o nº. de oficiais superiores fosse superior ao de capitães, se os resultados da guerra seriam mais ou menos vantajosos, apesar de outros factores endógenos e exógenos).

O trabalho do Sr. Coronel é, isso sim, uma ferramenta para os estudos que venham a realizar-se, e tem mérito.

Abraços fraternos
JD

(iii) Entretanto, já a 15 do corrente, o Mário Pinto se tinha feito a seguinte sugestão (que eu aceitei):

Caro camarada: Ao publicares o estudo do Coronel de Artilharia Carlos Morais e Silva, em resposta à tese defendida por Manuel Rebocho, na Universidade de Évora, e considerando a importância do tema em discussão e análise,  a meu ver terá de ser publicada a tese do Sarg Mor Pára-quedista Manuel Rebocho.

Embora já tenham sido citadas e sublinhadas inicialmente as passagens mais marcantes da tese (***), as mesmas ficam isoladas do seu principal sentido, por isso a meu ver, necessita do seu complemento para melhor análise.

Um abraço
Mário Pinto.

3. Comentário de L. G.:

O nosso blogue faz questão de dizer, alto e bom som, que todos os camaradas da Guiné, homens de boa fé e de boa vontade, têm o mesmo direito de escrever neste blogue, dentro das regras do jogo que estão definidas. Não compete aos editores defender opiniões ou posições particulares, identificadas com A, B, ou C. O papel dos editores é apenas o de facilitar a livre troca de informação e conhecimento entre os membros do blogue, e garantir a equidade no acesso à edição de postes.

Mais concretamente, as opiniões defendidas no blogue tanto pelo Cor Art Ref Morais da Silva (a ruptura do stock de capitães do QP em 1972) como pelo Sarg  Mor Pára Ref Manuel Rebocho (a milicianização da guerra colonial) podem e devem ser livre,  responsável e serenamente apresentadas e discutidas no nosso blogue. Mas não peçam aos editores, enquanto tal, que tomem partido.

O Manuel Rebocho é membro do blogue. O Morais da Silva não o é, porque nunca até manifestou interesse ou desejo em sê-lo,, embora eu já o tenha convidado. Isso em nada prejudica ou beneficia a nossa atitude para com estes dois camaradas que, de resto, conheceram o TO da Guiné e, além do mais, são pessoas com formação académica, de nível superior.

O Manuel Rebocho publicou, em livro, no ano passado a sua tese de doutoramento em sociologia pela Universidade de Évora (em 2005): A Formação das Elites Militares em Portugal de 1900 a 1975.  Prometi, em tempos, fazer a respectiva recensão bibliográfica, o que ainda não fiz por manifesta falta de tempo. O livro (com um título mais comercial, Elites Militares e a Guerra de África) está lido, pronto para a segunda leitura, mais atenta e crítica. O meu texto, possivelmente, só irá aparecer em Agosto.  Do livro, no entanto, já aqui se falou.  Temos, inclusive, no You Tube dois vídeos com excertos de intervenções públicas do autor (****).

Convirá deste já esclarecer que a famosa tese da "milicianização da guerra colonial" (em especial na Guiné) desenvolvida por Manuel Rebocho é apenas um aspecto lateral da sua tese de doutoramento. Em boa verdade, ocupa menos de meia dúzia páginas do seu trabalho de investigação. Para conhecimentos dos leitores que não leram o livro, aqui fica um pequeno excerto. Não poderemos reproduzir mais páginas, porquanto se trata de uma publicação, e como tal sujeita à legislação em vigor sobre direitos de autor...  LG

4. Excerto, com a devida vénia, do livro de Manuel Godinho Rebocho – Elites Militares e a Guerra de África. Lisboa: Roma Editora, 2009 (Guerra Colonial, 8), pp. 369-374.

(...) 3.3. A Milicianização da Guerra

Da conjugação dos elementos constantes no livro do Estado-Maior do Exército (EME, 2002), com os elementos constantes nos processos sobre as histórias das unidades que estiveram em África, existentes no AHM [Arquivo Histórico Militar], pode concluir-se que das 102 Companhias de Quadrícula, que estavam em Sector na Guiné, em Janeiro de 1974, apenas 11 tiveram algum comando de Oficiais oriundos da Academia Militar, mas só durante nove meses, em média. Durante o restante tempo, em que permaneceram em sector, tanto estas Companhias como todas as outras, foram comandadas por Oficiais milicianos.

Todavia, e não obstante esta factualidade, neste mesmo período existiam nas patentes de combate (Capitães, Tenentes e Alferes), 880 Oficiais das Armas Combatentes (Infantaria, Artilharia e Cavalaria) originários da Academia Militar, entre os quais 759 Capitães.

Obtida esta verificação, procurei apreciar o desempenho de algumas Companhias, cujo comando foi exercido por Oficiais milicianos, que estiveram estacionadas no Sul da Guiné, mantendo assim semelhanças ambientais com as outras unidades de quadrícula e especiais já estudadas. Com este objectivo recorri à consulta dos respectivos processos históricos e à entrevista de Oficiais milicianos envolvidos. Quando as circunstâncias o permitiram e fui para tal convidado, compareci às comemorações que estas unidades realizam, por norma anualmente. Foi o caso da Companhia de Cavalaria nº 8350/72, mobilizada pelo Regimento de Cavalaria nº 3 em Estremoz, a qual ficou para a história militar como a unidade que personalizou o abandono de Guileje e o drama de Gadamael, no extremo sul da Guiné, nos meses de Maio e Junho de 1973.

Das longas horas de gravação que efectuei com diversos elementos desta unidade, particularmente com o seu Comandante [, Capitão Miliciano de Artilharia Abel dos Santos Quelhas Quintas, então com 32 anos de idade], conjugadas com o meu próprio conhecimento dos factos, dos procedimentos e das situações, foi possível descrever o desempenho desta ‘unidade de milicianos’ nos seguintes termos. (pp. 369-370)

3.3.1 – A Companhia de Cavalaria nº 8350/72 (…)  [pp. 370-372]

3.3.2 – A A 1ª Companhia do Batalhão de Artilharia nº 6521/72 (…)  [pp. 372-373]

3.3.3 – A 3ª Companhia do Batalhão de Caçadores nº 4514/72 (…)  [pp. 373-374].


(...) As palavras que me escreveu [, em 13 de Julho de 2005,] o cidadão António Augusto Soeiro Delgadinho [, ex-Alf Mil, 3ª Companhia do BCAÇ 4514/72] sugerem uma pergunta e desde logo uma resposta: qual a diferença entre os Oficiais do QP e os Oficiais Milicianos ? Os valores que individualmente detinham, e a estabilidade no emprego. Nada mais. (p.374).

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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 15 de Junho de 2010 >  Guiné 63/74 - P6596: Estudos (1): Guerra de África - O QP e o Comando das Companhias de Combate (António Carlos Morais da Silva, Cor Art Ref) (VI e última parte)

(**) Vd. poste de 27 de Abril de 2010  > Guiné 63/74 - P6261: Controvérsias (70): Os peões das Nicas (Mário G. R. Pinto)

(***) Vd. outros postes:

28 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5367: Controvérsias (57): Os Oficiais do Quadro Permanente Não Fugiram à Guerra (Carlos Silva, CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, 1969/71)



Guiné 63/74 – P6620: FAP (49): Pista da época (Como a fruta) (Miguel Pessoa, ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74)


1. O nosso Camarada Miguel Pessoa (ex-Ten Pilav da BA 12, Bissalanca, 1972/74, hoje Coronel Pilav Reformado), enviou-nos a seguinte mensagem, com data de 18 de Junho de 2010:
Camaradas.

Escrevi em tempos este texto, pode ser que ande por aí alguém de Dulombi que se queira pronunciar...

PISTA DA ÉPOCA (COMO A FRUTA)

Lembro-me que nas Operações do Grupo Operacional 1201, na BA12, havia um arquivador muito prático onde estavam registados dados de todas as pistas existentes no território e que, para além das características específicas de cada uma (comprimento, largura, orientação, condições de utilização, limitações, etc.), incluía fotografias de cada pista, algumas delas tiradas à vertical das mesmas.

Estes dados eram de grande importância para o aviador, principalmente no início da comissão, quando ainda não tinha grande conhecimento do terreno.
O número elevado de pistas existentes (cerca de sessenta), a falta de visibilidade horizontal durante uma época do ano e o facto de as pistas por vezes se sucederem num espaço de terreno relativamente curto podiam induzir em erro os menos experientes.
Ninguém gosta de aterrar num determinado sítio e descobrir que o que queria é mais ao lado, principalmente quando a pista está afastada do aquartelamento e afinal não há qualquer segurança montada no local...

Por isso era habitual passarmos pelas Operações para visualizar os sítios onde íamos pela primeira vez. Daí ser natural já termos por vezes um conhecimento virtual de determinada pista mesmo antes de lá ter ido - uma espécie de Flight Simulator da época...

Uma vez recebi uma incumbência curiosa; tratava-se de ir abrir ao tráfego aéreo uma pista (Dulombi, se não me falha a memória), isto é, comprovar que aquela pista estava em condições de poder ser utilizada pelos nossos DO-27.
Fiquei curioso com esta missão, mas uma visualização das fotos da pista rapidamente me elucidou.
Na tal fotografia feita à vertical da pista pude verificar que, ao contrário do que sucedia nos outros aeródromos, em que a placa de helicópteros surgia normalmente ao lado da pista, a uma distância de segurança (1), aqui essa placa surgia cravada no meio da pista, dividindo-a em duas partes mais ou menos iguais, uma para cada lado.

É natural que, tratando-se de duas construções de diferente tipo, uma em cimento e a outra em terra batida, a sua utilização intensa (que não seria no entanto o caso) e principalmente os efeitos da natureza podiam levar à degradação das duas junções e criar um degrau fatal para qualquer avião que ali tentasse aterrar.
Assim, durante a época das chuvas, as águas que corriam ao lado da placa de helicópteros arrastavam as terras adjacentes deixando a placa saliente e impedindo a utilização da pista, dado que qualquer das tiras remanescentes (uma para cada lado, recorda-se) eram insuficientes para o DO operar.

Portanto, todos os anos, depois de as chuvas terminarem, havia que proceder à recuperação da pista nas zonas adjacentes à placa, de modo a permitir a passagem dos aviões por cima desta sem sobressaltos.

A minha missão não teve problemas de maior, dado que as terras tinham sido repostas e a pista podia ser utilizada em segurança. Mas sempre me interrogava sobre o motivo por que tinha sido tomada esta opção (falta de espaço para a placa noutro local?) que tornava sazonal o uso daquela pista.
É que, sabendo-se das dificuldades sentidas pelos nossos militares nas zonas mais isoladas, a pista de aterragem era sempre uma mais-valia que podia reduzir um pouco esse isolamento e limitar as carências daí resultantes.

Nota (1): Tratando-se de uma construção em cimento, muitas vezes saliente do chão cerca de um palmo, podia ser um obstáculo intransponível se se perdesse o controlo do avião e ele embicasse na direcção da placa (normalmente por causa dos ventos, pontualmente também me chegaram a aparecer à frente vacas e cães, durante a aterragem...).
Pelo menos lembro-me de um DO-27 imobilizado sobre os dois cotos que tinham sido o trem de aterragem, no meio de uma placa de helicópteros, devido à perda de controlo do avião durante a descolagem. Já não cheguei a ver lá o avião, mas as marcas deixadas pelos cotos no cimento ainda eram bem visíveis...

Um abraço,
Miguel Pessoa
Ten Pilav da BA 12
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Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em:

27 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5902: FAP (48): A guerra Páras-Fuzos, vista por um fuzileiro (Rui Ferrão)

Guiné 63/74 - P6619: Convívios (256): Encontro/Convívio do BCAÇ 3863 e CCAÇ 16, 1 de Maio de 2010, em Espinho (José Quintino Travassos Romão)

1. O nosso Camarada José Quintino Travassos Romão (ex-Fur Mil At Inf da CCAÇ 3461/BCAÇ 3863), enviou-nos uma mensagem, em 16 de Junho de 2010, dando-nos notícias do último encontro/convívio da sua Companhia e aproveitando esta oportunidade para aderir à nossa tertúlia da Tabanca Grande, enviando-nos as habituais fotos da praxe:

Almoço de Confraternização do BCAÇ 3863 e CCAÇ 16 (Companhia Manjaca do Bachile)

Camaradas,

No passado dia 1 de Maio de 2010 realizou-se, em Espinho, mais um almoço de confraternização do B.Caç. 3863, que prestou serviço na zona de Teixeira Pinto, entre Setembro de 1971 e Novembro de 1973.
Foi rezada uma missa pelos Camaradas falecidos, numa Capela junto ao restaurante, onde se efectuou o almoço: “Casarão do Emigrante”, em Paramos.
Um grande abraço para todos os camaradas,
José Travassos Romão
Fur Mil At Inf da CCAÇ 3461/BCAÇ 3863
__________
Notas de M.R.:

  • Camarada José Romão, em nome do Luís Graça e restantes Camaradas bloguistas desta Tabanca Grande, aqui te apresento os melhores cumprimentos fraternos e os desejos de boas vindas à formatura ao nosso lado neste batalhão virtual, ficando na expectativa, tal como os demais tertulianos, que nos contes algumas das tuas histórias da Guiné.

Guiné 63/74 - P6618: O discurso de António Barreto no dia 10 de Junho de 2010 (4): No separar é que está o ganhar (António Martins de Matos)


O nosso Camarada António Martins de Matos (ex-Ten Pilav, BA12, Bissalanca, 1972/74, hoje Ten Gen Pilav Res), enviou-nos, em 28 de Junho Último, a seguinte mensagem a propósito do dia 10 de Junho:

Camaradas,

A propósito do título acima, escrevi um pequeno texto que deixo à vossa consideração.
Penso que é um tema que eventualmente poderá ser apresentado a 26 Junho.

No separar é que está o ganhar

O 10 de Junho, o António Barreto e a Ana Duarte (poste P6591) obrigaram-me a uma reflexão sobre o que é ser um antigo combatente por oposição ao que deveria ser.

Comecemos pelo princípio, pelas perguntas:

Porque razão não estão os antigos combatentes unidos?
Porque se reúnem uns em Belém outros na Batalha, outros em Faro?

Porque se reúnem uns a 9 de Abril, outros a 10 de Junho, 11 Novembro?

Porque marcham apenas quando “alguém” os deixa marchar?

Porque ficam contentes quando “alguém” lhes passa a mão pelo ombro, seja uma choruda contribuição monetária de 150 euros anuais, ou o direito para alguns de marchar atrás da tropa, mas desde que não desfilem com os guiões?

Porque razão se contentam com a cerimónia de Belém no 10 Junho, com umas entidades oficiais a mostrar solidariedade mas a enquadra-los não vá o diabo tecê-las, com uns discursos bacocos e um almoço tipo piquenique (os piqueniques patrocinados pelos supermercados levam mais gente).

Porque deixam que, passados 36 anos do fim da guerra, os nomes de inúmeros mortos pela Pátria continuem ausentes na parede do Monumento?

E para terminar, porque aceitam que o Monumento fique ali, naquele lugar, escondido das vistas, não vá perturbar alguma mente mais sensível?

Quem tem as respostas, qual pedrada no charco, não é o António Barreto, o Presidente das Comemorações ou a Liga dos Combatentes, mas sim a Ana Duarte quando diz que, “no separar é que está o ganhar”.

Ou, por outras palavras, vejam lá se morrem para acabarmos com estes problemas.

Que diabo, não somos capazes de nos unirmos?

Unidos não precisamos de andar a pedir, podemos exigir:

  • Exigir a inscrição imediata no Monumento do nome de todos os que morreram pela Pátria, independentemente de posto, credo ou cor da pele;
  • Exigir ter uma cerimónia nossa, não a reboque das cerimónias ditas “oficiais”;
  • Exigir marchar em continência ao Monumento, não os habituais Paras, Fusos ou Comandos mas todos os antigos combatentes, à semelhança do que se faz em Inglaterra no Remembrance Day.

No dia 26 vamos juntar 145 amigos para um almoço tipo “Remembrance”.

Que me dizem se no próximo ano formos todos a Belém, não para assistir passivamente a mais do mesmo mas sim para marchar em homenagem aos que morreram pela Pátria.

E 145 um ano, 1000 no seguinte, só precisamos de vontade e uma banda.

Que surpresa seria para as “forças vivas”.

E quando formos 1000 a desfilar poderemos dizer:

  • Queremos o Monumento mudado para um lugar mais condigno, onde a Pátria honre verdadeiramente os seus mortos.

PS: Porque não para o cimo do Parque Eduardo VII, trocamos com as pedras do Cargaleiro.

Um Abraço,
António Martins de Matos
Ten Pilav na BA12
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Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em:

13 de Junho de 2010 >

Guiné 63/74 - P6591: O discurso de António Barreto no dia 10 de Junho de 2010 (3): O dia do ex-combatente devia ser comemorado noutra data (Ana Duarte)

Guiné 63/74 - P6617: Tabanca Grande (225): João Santos, ex-Alf Mil Rec Info, CCS/BCAÇ 2852, e BENG 447 (1970/71)

João Santos, ex-Alf Mil Rec Info da  CCS/BCAÇ 2852 e BENG 447 (1970/71)

1. Mensagem e fotos do João Santos:

Data: 19 de Junho de 2010 18:33
Assunto: Dados para o Blogue

Boa tarde, amigo.
Sou João António Leitão Simões Santos, natural do Cartaxo, residente no Cartaxo, nascido a 19/07/1948, e fui Alferes Miliciano de Reconhecimento e Informações na CCS do BCAÇ 2852 em Bambadinca. Sou o Oficial "não identificado", na foto nos Nhabijões, onde está o Major Sampaio, o Alferes Vacas de Carvalho e o Alferes Médico Saraiva.

Fui eu que fiz o levantamento topográfico e a implantação do reordenamento dos Nhabijões e acompanhei bastante de perto toda a sua construção.

Quando o BCAÇ 2852 terminou a sua comissão [, em Maio de 1970], fui colocado do BENG 447, na Secção de Reordenamentos que, em conjunto com o QG, na Amura, coordenava o envio de materiais de construção para os reordenamentos.

A minha formação académica à data era Regente Agrícola

Saudações
João Santos


2. Nota de L.G.:

João Santos, sê bem vindo ao nosso blogue. Obrigado por teres entrado em contacto connosco. Mas vamos querer saber mais pormenores sobre o reordenamento de Nhabijões, um dos maiores efectuados na Guiné. Conheces as nossas regras do jogo. Põe-te à vontade.  Ficamos a aguardar as tuas histórias ou memórias.

Um Alfa Bravo.
Luís Graça
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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 15 de Junho de 2010 Guiné 63/74 - P6596: Estudos (1): Guerra de África - O QP e o Comando das Companhias de Combate (António Carlos Morais da Silva, Cor Art Ref) (VI e última parte)