quarta-feira, 6 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8521: Convívios (359): XI encontro dos ex-combatentes de Barroselas (Sousa de Castro)

1. O nosso Camarada Sousa de Castro, que foi 1º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74, enviou-nos a seguinte mensagem.

Olá meus camarigos,

Um apontamento de mais uma cerimónia realizada em Barroselas, no dia 25 de Junho de 2011.

Recebam um abraço deste camarigo, sempre ao dispor,

Sousa de Castro


XI encontro dos ex-combatentes de Barroselas



No passado dia 25 de Junho de 2011 e como vem sendo hábito desde 2001, realizou-se em Barroselas, concelho de Viana do Castelo o XI encontro de ex-combatentes que prestaram serviço na guerra do Ultramar Português, a que se juntou também a CART 634 do BART 635 que prestou serviço em Angola nos anos 1964/66.

As entidades que estiveram presentes foram as seguintes: o sr. CMDT do Porto de Mar de Viana do Castelo, Capitão-de-Mar-e-Guerra, Victor Martins dos Santos; Major, Bruno da Silva Neves, em representação do CMDT da Escola Prática dos Serviços, da Póvoa de Varzim; Vereador Vítor Lemos, em representação do Presidente da Câmara de Viana do Castelo; Presidente da Assembleia de Freguesia de Barroselas, Profª. Teresa Barbosa; Presidente de Junta de Barroselas, Vasco Lima, Marçal Almeida, Secretário, Prof. Francisco Campos, Tesoureiro; J. Meira, da Liga dos Combatentes de Viana.

Várias personalidades usaram da palavra, com referência especial para os que tombaram ao serviço da Pátria, seguido de deposição de uma coroa de flores junto ao monumento.

A guarda de honra foi prestada por uma secção de militares da EPS (Escola Prática de Serviços) da Póvoa de Varzim.

Na celebração da Missa, presidiu pelo Tenente Capelão, Manuel Costa Pereira, coadjuvados pelos Tenentes capelães, Alípio Torres e Ernesto Faria, e ainda pelos padres, Paulo Correria Director dos Seminário dos Passionistas de Barroselas e José Domingos Oliveira, Pároco de Barroselas.


Participaram também no acompanhamento da missa o Grupo Coral do Agrupamento 85 dos Escuteiros de Barroselas.

De referir que o Tenente Capelão, Manuel da Costa Pereira foi alferes capelão do BART 3873, na Guiné nos anos: Dezembro de 1971/Abril de 1974.

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Nota de MR:

Vd. também sobre este evento o poste de:

Guiné 63/74 - P8520: Estórias de Mansambo II (Torcato Mendonça, CART 2339) (28): Guiné - Tempo de Verão

1. Mensagem de Torcato Mendonça* (ex-Alf Mil da CART 2339 (Mansambo, 1968/69), com data de 3 de Julho de 2011:

Caríssimo Carlos Vinhal
Vim aqui, em tarde de fica ou sai, li um ou outro texto e comentário e meditei um pouco. Ia responder. Desisti. Para quê dizer que todos, quase todos, os militares desembarcados em Bissau deviam ter feito, (mesmo curta ou muito, muito curta... uma semana com viagens e alimentação incluídas) uma passagem pelo mato. Norte, Sul ou Leste. Viam, ouviam e regressavam mais confortados com uma realidade... bem, ponto final.
Assim, nada comentei e "farejei", encontrando, um escrito de outro tempo.
Passagem de olhos, cortes em demasia talvez e aí vai.
Repara que, ao viver assim nós éramos, disso tínhamos consciência, uns privilegiados.

Bom resto de Domingo.
Eu irei fazer por isso, agora que o Sol se começa a aquietar...

Abração amigo do
Torcato


ESTÓRIAS DE MANSAMBO II - 28

GUINÉ - TEMPO DE VERÃO

Para avivar a memória abri a Agenda de 1969.

Escolhi, essa a intenção, os meses de Julho e Agosto. Folheei a amarelecida Agenda. Apelei fortemente à memória, sobre essa parte de minha vida, quase o quotidiano do 2.º Grupo, o “meu Grupo”. Ali estavam, em breves notas, demasiado telegráficas, o bom senso de então assim aconselhava, o nosso viver colectivo.

Relembro agora. Há sempre um certo receio, uma dúvida quanto ao relato hoje, de acontecimentos há tanto tempo vividos. São o que em verdade, na minha verdade, recordo e transcrevo então.

Picada Afiá / Candamã

Assim:

- Em 13 de Julho, saída de Candamã e Afiá, depois de atribulada estadia de cerca de um mês.

Passagem e pernoita em Bambadinca.

Aí estava o desejado duche, depois de um mês sem o tomar, a roupa limpa, a cama com lençóis, o jantar servido em pratos sobre mesa coberta por toalha, talheres e copos. Um luxo, uma alegria.

No dia seguinte seria o regresso a Mansambo, a nossa base, o campo fortificado como estupidamente o Paigc o apelidava.

Tínhamos assim breves horas para respirar ar puro entre paredes, beber conteúdos frescos em copos de vidro, rir, ver revistas de nosso País e conversar descansadamente. Podíamos, se para isso tivéssemos tempo, melhor se para isso tivesse tempo, fazer uma passagem, em local certo, para passar um bocado com mulher de ocasião. Em Mansambo a única população eram os picadores e famílias. O respeito era a norma, claro.

No dia seguinte afivelávamos vestes e cinturões e partiríamos para fazer aqueles vinte ou trinta quilómetros de picada.

Voltávamos a picar a estrada, aos automatismos, às rotinas, aos olhos na nuca, a carícias às armas. Voltávamos a ser nós ou no que queriam que fossemos. Ali, na picada, na mata um segundo valia muito, o descuido era quase crime. O segundo de distracção podia custar uma vida.

Em Mansambo tratamos do correio, de roupas e relatórios, das novidades e do abraço aos camaradas.

- A 15, dois ou um dia depois, a ordem:

- Amanhã seguem para Bambadinca e depois recebem ordens. Devem ir reforçar, em Galomaro, a 2405 e o COP 7.

E assim foi.

Galomaro era um lugar simpático. Camaradas impecáveis, Posto de Administração Colonial, alguns comerciantes e muita tranquilidade.

Fomos para um aquartelamento em construção. Ao lado, uma pequena pista de aviação de onde, em operações relâmpago saiam os Pára-quedistas. Nós assistíamos, guardávamos as instalações e sabíamos como o In andava furioso. Natural depois da nossa saída do Boé e o termos deixado toda uma imensa zona desguarnecida. O Administrador de Bafatá não entendia assim. Como ele, outros, e, nesses outros é que estava o mal. As nossas Info militares eram pobres, mais do que pobres. As Informações fidedignas tinham outros autores. Para depois…

- A 22 estávamos em Madina Xaquili. Lugar nada agradável.

Galomaro > Torcato Mendonça à esquerda

Regressamos a Galomaro e, em 1 de Agosto, devido ao comportamento do IN fomos para Nova-Cansamba. Tabanca em pretensa autodefesa, mas estava, isso sim, desordenada, sem qualquer plano de defesa e a sofrer ataques com certa frequência. O Grupo que lá estava e fomos render, rapidamente se eclipsou a caminho de destino mais calmo. Ficamos gratos.

Nessa noite fomos logo atacados. Tínhamos montado, no pouco tempo que ali estávamos, uma defesa ainda incipiente. Estavam lá, ao serviço da tal autodefesa, uma Degtaryev, um morteiro 82 IN, muitas munições e bastante armamento entregue à população. Preparamos o nosso material e distribuímos o Grupo. Com um bidão fizemos a nossa “pesada”. Ou seja, cortava-se totalmente uma tampa e, no outro lado só metade. Lá dentro em rajada curta, mais longa de quando em vez, funcionava uma G3. O barulho era brutal. Certo é que a resposta ao ataque, depois de dezoito ou dezanove meses de comissão, foi o suficiente - forte e feio - para não mais, nos quinze dias que lá estivemos, aparecerem. Apareceu mais um ataque de paludismo para mim.

Só.

No dia seguinte, certamente pelo ruído dos rebentamentos e tiros. Não tínhamos rádio mas tínhamos operador, não tínhamos enfermeiro mas tínhamos bolsa, apareceu um Major Pára-quedista. Fizemos breve relatório verbal, pedimos material para a autodefesa e pouco mais. Tinha condições o local e aos poucos iria melhorar. Além disso a população era simpática.

A 15 de Agosto, para desgosto nosso, aí estava a ordem de regresso a Galomaro, em trânsito para Bambadinca.

Em Bambadinca, já com o nosso Comandante de Companhia, breve “briefing” e recebida a ordem. Partida imediata para Candamã. Missão: Encontrar o acampamento do Mamadu Indjai. Informações recebidas sobre esta personagem, breve troca de palavras e uma chamada à parte, feita por alguém, a mim:

- Só sais de lá quando o encontrarem. Depois têm um fim-de-semana em Bafatá. Não tivemos, não havia tempo… falhou… está esquecido e tudo bem.

Saímos, comandados pelo nosso Comandante de Companhia e outro Grupo.

Fizemos uma breve paragem em Afiá para convencer o Lhavo (o melhor Guia que conheci) a acompanhar-nos. A contragosto acedeu.

No dia seguinte lá fomos, com saída de Afiá onde se dera o ultimo ataque IN.

O Lhavo, bem protegido, seguia à frente na habitual progressão tão nossa conhecida. Foi detectado um local onde o IN tinha pernoitado. Apanhado, cuidadosamente claro, algum material perdido e vistas as coberturas feitas com ramos de palmeira (era época de chuvas). Tivemos então consciência de que era um grande e bem armado grupo. Com mais cautelas ainda prosseguimos. Ao final do dia detectamos e confirmamos o local do acampamento.

Regressamos a Candamã e o Batalhão foi informado.

Dois dias depois, em madrugada com chuva miudinha, se a memória me não atraiçoa, os Pára-quedistas, heli-transportados claro, assaltaram o acampamento, destruíram tudo e todo o grupo reforçado do Cmdt do Paigc, Mamadu Indjai, se pôs em fuga. Nós ali emboscados, ajudados por outros não os detectamos.

Caíram numa emboscada, muitos quilómetros depois na estrada de Mansambo para o Xitole, montada pelo 3.º Grupo da “nossa 2339”. Baixas confirmadas e ferimentos graves no Mamadu Indjai.

Regressamos, ainda nesse dia a Mansambo com passagem e, nesse caso, talvez tenhamos pernoitado em Bambadinca.

- Em 24 de Agosto estávamos a fazer parte das tropas que faziam a primeira Operação Pato Rufia. Guiava as NT um elemento do Paigc, aprisionado aquando da destruição do acampamento do Mamadu Indjai.
Borregou a operação e regressamos.

Foi feita a versão dois da Pato Rufia e já não participamos.

Dias depois, já não o esperava, fomos para Afiá e Candamã. Seria uma estadia de um mês, com vinte meses de Comissão. O In desta vez não atacou.

Entre as breves notas e os “flashes” da memória fica muito por relatar.
Digam lá, mesmo assim, se não era divertido fazer tanta viagem, ver e conviver com tanta e variada gente, ter tanto desconforto e algum conforto.
Boa e saudável vida.

Que mais desejaria um jovem de vinte e quatro anos (quase a fazer vinte e cinco), acompanhado de outros, a maioria mais novos, alguns já casados e pais de filhos?

Era agradável?

Se pensar, com a mente a regredir para esse tempo, nem sei ao certo.
Hoje não sei ou, melhor, não quero saber. Prefiro assim.

Regressamos um dia ao nosso País. Diferentes, como que vindos de um mundo irreal… ou teríamos desembarcado num mundo, esse sim, irreal…?

Ninguém me ou nos perguntou. Ninguém estava interessado. Ninguém, ao menos nos interrogou…

- Quem és tu (Romeiro)? Ou sois vós…

- Ninguém… responderia ou responderíamos…

(frase, adulterada, do Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett)
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 4 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8503: Os nossos regressos (25): Tempo de partida, há tanto tempo... tanto (Torcato Mendonça)

Vd. último poste da série de 11 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7927: Estórias de Mansambo II (Torcato Mendonça, CART 2339) (27): O absurdo do monólogo a dois

Guiné 63/74 - P8519: Agenda Cultural (142): Apresentação do livro “CATARSE” do Capelão Militar Abel Gonçalves

Camaradas,

Passamos divulgar o seguinte convite para a apresentação de um livro que vai ter lugar na próxima sexta-feira, dia 08 de Julho, na A.D.F.A. - Associação dos Deficientes das Forças Armadas, do Porto, às 16H00, solicitando a sua divulgação junto dos vossos amigos.

APRESENTAÇÃO DO LIVRO “CATARSE” DO CAPELÃO MILITAR ABEL GONÇALVES

Convidam-se os Associados, familiares e amigos a estarem presentes na apresentação do livro “CARTARSE”, da autoria do Padre Abel Gonçalves, a ter lugar no dia 08 de Julho de 2011, às 16H00, no Salão Nobre da Delegação do Porto.
Esta obra descreve as experiências subjectivas de um ser humano na Guerra Colonial na Guiné que, simultaneamente, assume o papel de Capelão e o de militar, e é uma oferta do seu autor à Delegação do Porto da ADFA, revertendo o produto da sua venda para as obras.
A DIRECÇÃO
O Presidente
(Abel Fortuna)
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Nota de MR:
Vd. último poste desta série de 4 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8502: Agenda Cultural (141): Inauguração da Exposição de Fotografia Flores Que Não Existem e lançamento do livro Na Kontra Ka Kontra, dia 7 de Julho pelas 17 horas no Vivacidade - Espaço Criativo - Porto (Fernando Gouveia)

Guiné 63/74 - P8518: Os nossos médicos (35): Mais nomes de clínicos do HM241 do meu tempo (J. Pardete Ferreira)

1. Comentário, de 30 de Junho,  do J. Pardete Ferreira ao poste P8482 (*):

 
Naquela madorna, antes de adormecer, por não conseguir lembrar-me de todos os nomes, alguns dos quais eu via distintamente, aqui vão mais uns nomes:


(i) Sérgio Rosa, Medicina Interna;

(ii) Calheiros Lobo, Anestesia e Pediatria (O irmão mais velho, o Cirurgião, já falecido,veio substituir o Bruges e Saavedra), o Calheiros, Anestesista;

(iii) Oliveira e Sá, Medicina Legal;

(iv) O Oliveira, Ortopedista (que, mobilizado por engano, foi-lhe dada a Comissão como cumprida ao fim de... cinco dias!);

(v) O Oliveira que foi ferido por um furriel miliciano e que veio para o HM241 com uma ferida arterial grave, bem com outra, igualmente grave, nas partes mais íntimas;

(v) O Ruy de Brito, Cardiologista, falecido este ano;

(vi) O Oftalmologista que também era 2º Director, (Desculpe ó Colega), o Psiquiatra "barrigudo", como eu agora, (Desculpa lá pá!) que defendia a necessidade de se usar a camisola do FC Porto para se entrar na equipa Cirúrgica;

(vii) O Neves e Castro,  da equipa cirúrgica, o pai dos dois meninos [ Casto] e veio do Porto para a Medicina interna.


Para terminar só vos vou chatear com os que foram depois do meu regresso ao Puto, alguns dos quais, conheci, e bem, noutras lides:

(viii) O Dr. Caixeiro, Director;

(ix) O Prof Fernando Paredes, outro dos meus Patrões em Santa Maria, Cirurgião Plástico, Director do Hospital e Chefe dos Serviços de Saúde.

Se quiserem, continuo na lengalenga com os Oficiais não médicos, com a classe de sargentos, com a de praças e outros.


Mas guardo-me para ir contando as histórias tal como eu as vivi e estou-me perfeitamente nas tintas para aqueles que viveram as mesmas histórias de outra maneira. O que eu não admito é que me chamem, directa ou indirectamente, mentiroso!


Metam isto nas monas uma vez para sempre! Todas as operações que ajudei quer no HM241 quer no Hospital Civil de Bissau, tenho-as registadas em livros próprios, assinadas pelos respectivos directores e com o selo branco em todas as folhas - são documentos oficiais, igualmente registados nos respectivos Hospitais (bem no 241, provavelmente só resta a minha cópia).

Perguntem ao Benjamin Durães quem é que o recebeu no Posto de Socorros da urgência do HM24,  após o seu desastre em Bambadinca, creio.


Adeus e até ao meu regresso.

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Nota do editor:


(*) Vd. poste de 28 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8482: Os nossos médicos (28): Diamantino Lopes, cirurgião do HM241, praxista coimbrão, com grande sentido de humor (António Paiva / J. Pardete Ferreira)

Guiné 63/74 - P8517: Blogoterapia (183): Muito obrigado pelas vossas preocupações com a minha saúde (Mário Fitas)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Fitas (ex-Fur Mil Op Esp da CCAÇ 763, Os Lassas, Cufar, 1965/66) recebida há momentos no Blogue:

Caros amigos desta Grande Tabanca,
Tem este e-mail o fim de vos agradecer todos os cuidados e preocupações pela minha saúde. 

Felizmente já me encontro em casa e a fazer boa recuperação.

Ainda não estou em condições de abrir todo o correio e fazer o agradecimento pessoal a todos os amigos que, das diferentes formas, solidariamente se foram interessando pelo meu estado de saúde.

Ser for possível, agradeço a publicação desta mensagem.

Até breve!

Para toda a Tabanca Grande o velho abraço do tamanho do Cumbijã,
Mário Fitas


2. Comentário do Editor

Caro Mário, com a certeza de que estou a falar em nome de toda a tertúlia, quero expressar os nossos mais fervorosos votos de que a tua recuperação seja total, mesmo que demore mais um pouco.

Mantém-te um pouco à margem do Blogue por mais uns dias, e depois poderás ler tudo com mais calma. Se vires algo que não te agrade, chama o Sargento de Dia que ele resolve.

Deixo-te um abraço e a certeza de que em breve estarás de novo operacional.

Pela malta

Carlos Vinhal
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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 19 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8448: Blogoterapia (182): A primeira vez! - Em Monte Real (Carlos Pinheiro)

Guiné 63/74 - P8516: As nossas melhores fotos (3): Na senda do Cap Imaginário que eu conheci em Gadamael Porto, em 1974 (Joaquim Sabido, 3ª CART / BART 6520 e CCAÇ 4641, 1973/74)


Guiné > Região de Tombali > Gamael > Maio de 1974 > A primeira visita do PAIGC à tabanca e aquartelamento de Gadamael: Em primeiro plano, ao centro, o Comandante do COP5 (Cap Ten Fuzo Patrício ); do seu lado direito está o comissário político do PAIGC, de cigarro russo na boca. O nosso camarada José Gonçalves está atrás, na segunda fila,  entre os dois. Por sua vez, o capitão Pimentel, comandante da CCAÇ 4152 (***),  está ao lado do José Gonçalves, por detrás do Comandante Patrício. 


Guiné > Região de Tombali > Gamael > 1974 > O capitão Peixoto da CCAV 8452, de T-shirt branca com o seu nome estampado. De lado estão dois capitães do COP5 e de costas o Alf Mil Lobo, da CCAÇ 4152, a minha companhia. Esta foto foi tirada na messe de oficiais da CCAV 8452, construída com troncos e chapas de lata (**).

Fotos (e legendas): © José Gonçalves (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados

1. Comentário do nosso camarada Joaquim Sabido  [, foto à direita,] com data de 5 do corrente, ao poste P7187 [ O Joaquim Sabido é hoje advogado, reside em Évora e esteve presente no último encontro em Monte Real]: 


Caros Camaradas:

Att. José Gonçalves e C. Martins, porque se encontravam em Gadamael quando as fotografias foram obtidas, gostaria que, se ainda vierem a estes comentários [ao poste P7187], me confirmassem se o capitão que aparece na 1ª foto, ao lado direito do Comandante Patrício e na 2ª foto, ao lado esquerdo do Cap 
 Peixoto, não é o Cap Imaginário ? (****)

Na 1ª foto, ao lado esquerdo do comandante Patrício, aparece o cabo fuzileiro Pedras, o de barbas e com avantajada envergadura.

No comentário do Zé Gonçalves, do dia 30 de Outubro, [ ao supracitado poste  
P7187, ] posso confirmar que as posições que bombardearam após a visita do Comissário, foram para auxiliar o pessoal que se encontrava em Jemberém [ou Iemberém, como se diz hoje], pois continuámos a embrulhar e bastante nos ajudaram, especialmente o C. Martins, com os seus 14.

Um Abraço a todos os Camaradas, do

Joaquim Sabido, Évora
ex-Alf Mil Art,
3.ª Cart/Bart 6520/73 
e CCaç 4641/73
(Jemberém, Mansoa e Bissau, 1974)
_________________

Notas do Editor:

(*) Ultimo poste da série > 27 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8476: As nossas melhores fotos (2): O Major Pereira da Silva, num zebro, no Rio Mansoa, com outros oficiais, incluindo eu (J. Pardete Ferreira)

(**) A CCAV 8452/72 foi mobilizada pelo RC 4. Partiu para a Guiné a 29/5/1973 e regressou 6/9/1974. Esteve em Gadamael, Cacine, Cumeré e Brá. Comandante: Cap Mil  Cav José Ferreira Rodrigues Peixoto.Fonte: Matos Gomes, C.; Afonso, A. - Os anos da guerra colonial: volume 14: 1973 - Perder a guerra e as ilusões.  Matosinhos: QuidNovi. 2009.

(***) CCAÇ 4152/73:  Mobilizada pelo RI 1. SWeguiu oara a a Guiné em  29/12/1973 e regressou a 12/9/1974.   Esteve em Gadamael e Cufar. Comandante: Cap Mil Inf Rodrigo Belo de Serpa Pimentel. Fonte: Matos Gomes, C.; Afonso, A. - Os anos da guerra colonial: volume 14: 1973 - Perder a guerra e as ilusões. Matosinhos: QuidNovi. 2009.

(****) A única referência (lacónica) que temos no nosso blogue é do próprio Joaquim Sabino: (...) "Sr. Capitão Imaginário, que tive o grato prazer de conhecer em Gadamael Porto, aquando da minha visita ao local [, em 1974]".
 
Pergunta-se: Seria um oficial ligado ao COP5 ? Ou comandante de alguma companhia operacional ?

Guiné 63/74 - P8515: O Nosso Livro de Visitas (113): Virgílio Valente, a viver e a residir em Macau, ex-Alf Mil, CCAÇ 4142 (Gampará, 1972/74)


Actual brazãod e armas de Macau, terra indelevelmente ligada à nossa história, à nossa cultura e ao nosso imaginário e sobre a qual o nosso poeta António Graça de Abreu escreveu este belíssimo poema:

Macau, na foz de um rio de pérolas.
A cidade cicia segredos,
envolta em bruma.

Macau,
exultação e júbilo.
Festas na alma.

Macau,
as portas da baía
abertas para o coração dos dias. (...)



1. Mensagem de Virgílio Valente:

Data: 4 de Julho de 2011 11:35

Assunto: Blogue Luis Graça e Camaradas


Olá. Sou VIRGÍLIO VALENTE, actualmente a viver e a residir em Macau, amigo de muitos dos amigos do Blogue Luís Graça e Camaradas, nomeadamente do António Estácio, que recentemente lançou o livro Nha Bijagó.


Fui alferes miliciano, atirador e com a especialidade de minas e armadilhas, na Guiné, mais precisamente em Gampará, de 1972 a 1974, na CCAÇ 4142.

Cheguei a Bissau a 16 de Setembro de 1972 e fui directo para o Cumeré e depois para Gampará, por LDG, em Outubro de 1972 donde só saí em meados de Agosto de 1974, tendo chegado a Lisboa a 30 de Agosto de 1974.

Soube deste blogue pelo camarada e amigo Manuel Amante da Rosa, do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, que foi Secretário-geral do Forum Lusófono aqui em Macau, até finais de Junho deste ano.

Gostava de enviar um abraço de parabéns aos responsáveis pelo blogue e pretendo colaborar neste mesmo blogue pois também tenho muitas recordações para partilhar.

Da minha Companhia ainda só encontrei um comentário. Mas a verdade é que o tempo também tem sido pouco para fazer mais buscas.

Um abraço também ao António Estácio pelo seu livro.

Sou sócio honorário da Associação dos Guineenses e Amigos da Guiné, em Macau.


Um abraço a todos os amigos e camaradas que contribuem para o blogue e para a divulgação de tantas histórias da Guiné, fazendo assim História.

Virgílio Valente
Macau, China
Telemóvel + 85366808034

«Quem fica na ponta dos pés, tem pouca firmeza» / «He who tiptoes cannot maintain equilibrium».


2. Comentário de L.G.:

Meu caro camarada Virgílio: Não precisas de mais nem de melhores cartas de apresentação, Guiné, Gampará, Rio Corubal, CCAÇ 4142, Macau, António Estácio, Manuel Amante da Rosa... 

Entra e senta-te no bentém na nossa Tabanca Grande, sob o nosso secular, mágico, fraterno, frondoso poilão que já dá sombra, protecção e inspiração a mais de meio milhar de amigos e camaradas da Guiné... 

Manda as duas fotos da praxe (uma antioga e outra actual) e começa a contar as tuas histórias de Gampará e da CCAÇ 4142 de que, infelizmente, não temos nenhum representante inscrito... Julgo que serás o primeiro e seguramente bem vindo. 

Um Alfa Bravo para ti e para os nossos camarigos Estácio e Amante da Rosa.
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Nota do editor:

Último poste da série > 28 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8342: O Nosso Livro de Visitas (112): Campelo de Sousa, ex-radiotelegrafista de rendição individual (Bafatá, 1970; Nova Lamego, 1971/72), relembrando a sua passagem por Bambadinca

terça-feira, 5 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8514: Convívios (358): Almoço, em Beja, em 19 de Julho de 2011, comemorativo dos 50 anos do embarque, no T/T Ana Mafalda, do pessoal do BCAÇ 236 e Pel Mort 16 e 17 (Mário Costa)

1. O nosso Camarada Mário Costa, ex-1º Cabo Op Cripto do BCAÇ 236, solicitou-nos a divulgação do seguinte programa festivo.

Almoço/Convívio comemorativo dos 50 anos (que se cumprirão no dia 19 de Julho de 2011), do embarque no "Ana Mafalda"


CAMARADAS E AMIGOS

Venho pedir em nome de uma comissão "ad hoc" o obséquio da divulgação deste convívio, que pretende realizar a comemoração de tal efeméride.

De notar que temos muita dificuldade em contactar os restantes camaradas deste tempo por falta de endereços, já que os que temos disponíveis referem-se ao período em foram desmobilizados (ano 1963).


Talvez a "Tabanca Grande" dê uma ajuda para encontrar a malta.

Aceitem o penhor do nosso reconhecimento.

Pela Comissão,
Mário Costa 1º Cabo Op. Cripto do BCAÇ 236

P.S. Já não é a primeira vez que escrevo, pedindo esclarecimento relativamente ao dia (exacto) do começo das hostilidades da guerra na Guiné, aquando do ataque ao Comando do BCaç 237 sediado em Tite.

Já encontrei na Tabanca Grande um relato muito bem escrito por em camarada que viveu aquela trágica noite e cujo nome agora não recordo.

Estimo que terá sido na noite de 22 para 23 de Janeiro de 1963. Eu e o meu camarada, também do BCaç 236, Bartolomeu Elias quando estávamos de serviço no Centro Cripto do QG, tomámos conhecimento do primeiro "morto em combate", o Veríssimo, um Ribatejano, segundo julgo saber da Chamusca.
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Notas de MR:

Aproveito a oportunidade para te convidar, em nome do Luís Graça e demais camaradas desta tertúlia, para te juntares a nós nesta Unidade cibernética, enviando-nos uma foto tua actual do tipo passe, alguma história de que te lembres e as fotos do teu álbum de memórias.

Camarada Mário Costa, consulta os seguintes postes, que relatam factos desse período e onde poderás encontrar alguma da informação que procuras:


11 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3294: O ataque a Tite, em 23 de Janeiro de 1963 (Parte I) (Carlos Silva / Gabriel Moura )

12 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3298: O ataque a Tite, em 23 de Janeiro de 1963 (Parte II) (Carlos Silva / Gabriel Moura)

23 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3503: Controvérsias (11): O início da guerra (Tite, 23 de Janeiro de 1963) e a estreia da G3 alemã, em 1961 (Santos Oliveira)

Vd. último poste desta série em:


Guiné 63/74 - P8513: Massacre do Chão Manjaco: Guiné, 20 de Abril de 1970 - Estrada do Pelundo a Jolmete - A morte dos Majores Pereira da Silva, Passos Ramos, Magalhães Osório e Alferes Joaquim Mosca (Albino Silva)

1. Mensagem do nosso camarada Albino Silva* (ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70), com data de 2 de Julho de 2011:

Carlos Vinhal,
Estive a preparar este trabalho sobre o massacre dos três Majores ocorrido no dia de 20 de Abril de 1970, no entanto se acharem que não vale apena ser editado, porque já se falou muito disto, eu não levarei a mal.

Entendo que está aqui bem esclarecido esse massacre, pela CCAÇ 2686/BCAÇ 2884 que estava no Pelundo, a mesma que rendeu a CCaç 2367 do meu Batalhão, tal como a CCaç 2585 que rendeu a CCaç 2366 em Jolmete, no Dia 17 de Maio de 1969, também do meu Batalhão, e da qual eu participei na Escolta para a rendição 15 dias depois.

Recentemente, mais propriamente na última semana de Abril, estiveram no local do massacre elementos da CCAÇ 2366 (Periquito Atrevido) e CCAÇ 2368 (Feras) do meu Batalhão.

Na foto recente e junto de habitantes da zona, está o Dr. Moutinho dos Santos que era Alferes da 2366 em Jolmete, mais tarde transferido para outra Companhia com o posto de Capitão.

Sem mais assunto de momento deixo um abraço a toda a Tabanca Grande.
Albino Silva




Nota do Editor: Nesta foto, o Alferes identificado como Joaquim Mosca, é na realidade o Alf Mil Fernando Giesteira Gonçalves. (ver Poste 4653)














Imagens retiradas de "Os Anos da Guerra Colonial"
As devidas vénias a Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes

(Clicar nas imagens para ampliar e permitir a sua leitura)
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 1 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8495: Os nossos médicos (32): Fotos do Serviço de Saúde do BCAÇ 2845 (Albino Silva)

Vd. postes de:

1 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2320: Relatórios Secretos (1): Massacre do Chão Manjaco: O resgate dos corpos (Virgínio Briote)
e
3 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2325: Massacre do Chão Manjaco: Todos iguais na morte, mas nos relatórios uns mais iguais do que outros (João Tunes)

Guiné 63/74 - P8512: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (16): 17 de Dezembro de 2009, em Bissau com os Super Camarimba, grupo de música afro-madinga de Tabatô / Bafatá








Guiné-Bissau > Bissau > 17 de Dezembro de 2009 > Fotos tiradas ao fim da tarde (17h30/18h30) > O João Graça (violino) e os Super Camarimba


Fotos: © João Graça (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


1. Continuação da publicação das notas do diário de viagem à Guiné, do João Graça, acompanhadas de um selecção de algumas das centenas fotos que ele fez, nas duas semanas que lá passou (*)...


17/12/2009, 4ª feira, 13º dia, Bissau

13.1. Centro de artes de Bissau. Bom artesanato.

13.2. Saída à noite com Pai dos Portugueses [, Patrício Ribeiro].  Que tinha conhecido em Bafatá!

13.3. Toquei violino no bar. Toques com viola [... ilegível]. Com membro dos Super Camarimba, baixista. (**)


[As notas do diário de viagem do João Graça acabam aqui. Há outras notas, pessoais e clínicas, que não interessam aos leitores do nosso blogue, nem eu estou autorizado a reproduzi-las. No dia seguinte, 5ª feira, 18, o João ainda foi, com o Pepito, a um festival cultural no chão felupe, em São Domingos, antes de regressar a Bissau e apanhar o avião para Lisboa, no dia 19, 6ª feira. Temos, no entanto, mais fotos para publicar...].


[ Revisão / fixação de texto / selecção, edição e legendagem de fotos: L.G
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Notas do editor


(**) Em meados de 2009, a composição do grupo (que tem também actuado em Portugal) era a seguinte:

Guitarra e voz – Mamadu e Fili;
Kora – Djalimacan;
Cabaça – Idrissa;
Dundum – Demba;
Balafon – Mutaro e Fili
Coro – Fatu e Djali.

Guiné 63/74 - P8511: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (13): Dizendo adeus ao Cristo Rei na Arnaldo Schultz em Bissau


1. Mensagem do nosso camarada António Paiva, (ex-Soldado Condutor Auto no HM 241, Bissau, 1968/70), com data de 2 de Julho de 2011:

Caro Carlos,
Esperando que tudo esteja bem contigo, aí te mando uma História, faz dela o que bem entenderes.


António Paiva


Histórias de um Condutor do HM 241 (13)

Cristo Rei na Arnaldo Schultz… e eu a dizer adeus.

Casa dos Médicos em Bissau

Foto © Mário Bravo (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados

Quanto fui colocado no lugar que me estava destinado, já com mais de um mês de Hospital por ser lá que se encontrava o camarada que eu ia render, entregaram-me um Rolls Royce,  descapotável, novinho em folha (pois tinha sido todo reparado e pintado de novo), era mais claro que os outros ME-66-11, potente, rápido e bem desenvolvido, com acelerador de chumbo, nunca recusando um bom desafio.

Como sabem de Histórias anteriores, aos sábados e domingos eu era uma ave livre, mas,  se num destes dias me encontrasse dentro do Hospital, poderia de um momento para o outro, em caso de emergência, ter de levantar voo em qualquer direcção.

Num desses dias, mandaram-me ir buscar o Dr. Saavedra [Machado] , à casa onde ele se encontrava, situa na Arnaldo Schultz, apesar de haver outra na Guerra Junqueiro.

Pois bem, não fui de modas nem perdi tempo. Meti-me no meu Espada e ala que se faz tarde… prego a fundo, que ele gostava.

Quando cheguei à rotunda Teixeira Pinto, a besta tinha ficado com o freio nos dentes e dificultou-me a manobra. Com alguma destreza lá consegui que ela fizesse a curva sobre as duas patas direitas e com as esquerdas no ar. Quando consegui ficar direito na Avenida, e continuando a acelerar, logo lhe disse:
- Cabrão de merda ou tomas juízo ou levas nos cornos… agora vais dar, f... da p....

Como sabem, indo nesse sentido, lá mais à frente, curvava à direita e começava a descer, a Casa dos Médicos era 20 ou 30 metros mais à frente.

Não tinha abrandado, quando entro na curva, já o Dr. Saavedra Machado estava à porta. Passei por ele que abriu os braços (como Cristo Rei) dizendo-me:
- Então?

Com a mão direita disse-lhe adeus. A partir daquele momento, tinha duas hipóteses: Virar à direita… Praça do Império;  ou seguir em frente, a descer ainda mais… Estrada de Santa Luzia.

Não e não, não queria, vi o descampado enorme à esquerda e virei para lá. A besta parou numa poça com água… coitada, tinha sede!

Engatei marcha atrás, subi a avenida e parei para que entrasse o grande companheiro que eu tinha de levar até ao Hospital. Como devem imaginar, houve perguntas e respostas, mas em conversa animada e marcha moderada, lá chegámos ao destino… usando o travão de mão.

Terminada a missão, tive de levar o malfadado jeep, que tantos nomes teve, para a oficina, por ter um buraco na tripa, ou seja, um buraco no tubo do circuito do óleo do sistema de travões (dáí eu ter ficado sem o de pé).

Devia ser giro se a PM me visse fazer a curva de Teixeira Pinto.

Um abraço
António Paiva
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 28 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8482: Os nossos médicos (28): Diamantino Lopes, cirurgião do HM241, praxista coimbrão, com grande sentido de humor (António Paiva / J. Pardete Ferreira)

Vd. último poste da série de 21 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6445: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (12): Um PM devidamente fardado apesar das circunstâncias (António Paiva)

Guiné 63/74 - P8510: Os nossos médicos (34): Os açorianos Bruges e Saavedra, e Botelho de Melo (Carlos Cordeiro / J. Pardete Ferreira)

1. Informações retiradas de comentários a postes da série Os Nossos Médicos:

(i) J. Pardete Ferreira [, foto à esquerda]:

O outro Saavedra , não confundir com o Dr. Machado Saavedra, aquele que eu cito, é o Dr. António Paim da Câmara de Bruges e Saavedra, açoriano, que foi substituir o Dr. Manuel Diaz Gonçalves (Medalha de Prata de Serviços Distintos, com Palma) na chefia da equipa Cirúrgica! (*)


(ii) Carlos Cordeiro[, foto à direita]:

Dois médicos açorianos: o Dr. Bruges e Saavedra, terceirense (fixou residência na Amadora, tendo fundado a Clínica Santo António) e o Dr. J.L. Botelho de Melo (já referenciado no blogue por Beja Santos), micaelense, com consultório no Largo da Matriz, em Ponta Delgada. Foi ele que, por volta de 1960, me receitou os primeiros óculos. (**)


Em nota posterior (CC): O Dr. JL Botelho de Melo tem actualmente 83 anos e faz anos a 9 de Outubro. Terá nascido em 1927. Continua no activo, com consultório aberto no Largo da Matriz, Ponta Delgada. O seu BMW 2002, com mais de 30 anos, também continua no activo, pois só sai para o passeio dominical (o Dr. Botelho de Melo reside muito próximo do consultório). De facto, continua com um grande cabedal. É uma personalidade muito conhecida e querida no meio micaelense e, por assim dizer, continua adepto da boa gastronomia.


(iii) J. Pardete Ferreira [, foto à esquerda]:

Afinal já encontro quem [, o Carlos Cordeiro,] fale o mesmo "manjaco" que eu!

Com efeito o Dr. Bruges e Saavedra (***) ensinou-me muitas coisas, incluindo histórias açorianas com muita piada. Verificando que o Dr. Diaz Gonçalves tinha feito quase tudo no Hospital Militar e substituiu o Dr. Garcia, por alcunha o Tim Tim, ele, de forma inteligente, virou-se, de forma muito útil, para o Hospital Civil.
Tinha uma dívida grande às costas, pois, quando foi mobilizado, iniciara a construção da Clínica de Santo António, na Reboleira. Mas tudo se resolveu e, com o Dr Sanfins e a Enf Elvira, iniciaram a obra que foi crescendo.

É pena que, depois do acidente de automóvel que sofreu, esteja com alguns problemas de saúde. Estou certo que te juntas a mim para lhe desejar boas melhoras.

O Dr. Botelho de Melo, Oftalmologista como tu dizes, parece que foi um dos médicos mais idosos a ser mobilizado (53 anos). Acho que só o Cardiologista, Dr. Ruy de Brito, o igualou. Era um ponto do caraças: ia assistir à saída do Liceu e nunca abandonava a sua Mariazinha!
Quando estiveres com ele, pergunta-lhe pois não sou eu o delator. Com aquele seu quase constante piscar de olhos, a anedota estava sempre pronta. (****)

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Notas do editor:

 (**) Vd. poste de 30 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8491: Os nossos médicos (31): HM241: Pessoal médico do meu tempo por especialidades (J. Pardete Ferreira).

(*) Vd. poste de 28 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8481: Os nossos médicos (27): Com o Dr. Carlos Ferreira Ribeiro,fui um dos que operou o Cap Cubano Peralta; e com o Dr. João Carlos Azevedo Franco, fui um dos últimos a ver o corpo do malogrado Major Pereira da Silva (J. Pardete Ferreira) .

(***) António Bruges e Saavedra foi agraciado em 2006 pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo com a medalha de mérito profissional (vd. notícia aqui):

(i) Nasceu em Angra do Heroísmo, freguesia da Sé, no dia 26 de Outubro de 1930;

(ii)  Licenciou-se em Medicina, na Universidade Clássica de Lisboa;

(iii) Tirou posteriormente a especialidade de cirurgião;

(iv) Desde que se formou, montou consultório na Amadora, onde há quase 35 anos fundou a Clínica de Santo António;

(v)  Foi agraciado com a medalha de honra e mérito, de ouro, da cidade da Amadora, nos anos 90, e a medalha de ouro da Ordem dos Médicos, em 2005.

(vi) De acordo com a proposta da Câmara Municipal de Angra de Heroísmo, para a atribuição da medalha de mérito profissional, o Dr. Bruges e Saavedra (a) tornou-se um  personalidade “muito destacada, pelo seu profissionalismo, competência, dedicação aos seus doentes e singular humanismo, ao ponto de isentar do pagamento de consultas ou outros actos clínicos os doentes mais carenciados”; (b) além disso, tem acolhido nos seus serviços clínico-hospitalares “largas centenas, senão de milhares, de açorianos e terceirenses, dedicando uma especial atenção, muito particularmente, aos seus conterrâneos angrenses”.

(Fonte: A União, 04/05/2006, citada pelo portal A Via Oceânica)

(****) Último poste da série > 4 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8501: Os nossos médicos (33): O meu grupo de combate: um forcado, um fanateca... (J. Pardete Ferreira)

Guiné 63/74 - P8509: Em busca de ... (167): Guião do Comando de Agrupamento nº 2957 (Bafatá, 1968/70), cujo paradeiro se ignora (António Azevedo Rodrigues)


Comando de Agrupamento 2957 (Bafatá, 1968/70) > Guião. O Comando de Agrupamento 2957 esteve  em Bafatá, Zona lestem  no período de Novembro de 1968 a Setembro de 1970. Os seus elementos metropolitanos sáiram  do ex- RAL 1 e embarcaram  no T/T Uíge, em 9 de Novembro de 1968. O comandante do Cmd Agrup 2957 era o então Cor Hélio Felgas, mais tarde substituído pelo Cor Neves Cardoso.


1. Mensagem de António Azevedo Rodrigues (que está connosco desde Junho de 2008):

Data: 15 de Junho de 2011 20:02

Assunto: À Procura do Guião do Cmd Agrup 2957 (Bafatá-Guiné)


Olá, camarigos, o meu obrigado, pelas felicitações do meu 64º aniversário... Agora entrando no assunto principal que me traz hoje cá, é o seguinte: depois de andar por todo o lado na procura incessante do meus camaradas do Cmd Agrup 2957 de que o Fernando Gouveia também fez parte, bem como mais 50 elementos; depois de, posso dizer,  3-4 anos de intenso trabalho, pois ninguém tinha moradas de ninguém nem nunca em 41anos nuinguém contatou ninguém; depois, enfim, de eu meter anúncio na RTP e jornais; depois de tudo isso, o que primeiro me aparece é o Belmiro, de Penafiel.

Mas é só um primeiro contato e nada sabe, vou então para o Ministério da Defesa, para o Exército,  e nada. Com o que aprendi neste blogue, que muito me ajudou, e depois duma primeira tentativa,  lá consegui chegar aos primeiros [camaradas], e depois aos muitos e agora a todos. Isto é, todos menos um, pois de todo o pessoal do Agrupamento resta-me esperar para encontrar o último a tempo de ainda ir ao convívio total dos ainda resistentes e que se realiza [, ou melhor, já se realizou...], no próximo fim de semana, em Lisboa (Búfalo Grill).

Como disse,  falta encontrar um, sim um, é o que falta de pessoas. Então pelo meio fui procurando saber como encontrar o Guião/Estandarte, que foi a nossa Bandeira de apresentaçao, e pelas fotos anteriormente ja publicadas em que eu julgo ser o único a ter tirado uma foto com o mesmo na Guiné, eis que à procura do mesmo já lá vai mais de um ano, de procura em procura, de mail em mail, de telefone em telefone, sempre na eperança de que um dia há-de aparecer o tal Guiã/estandarte.

Quando estava à espera de saber do último cabo, do último a responder à chamada,  então voltei a pegar no telefone e chatear na procura,  de quartel em quartel, a tentar saber onde pára o guião.

Agora sim, o tal mail tão esperado chega com a pior noticia: mais um amigo que caiu para sempre, mais um desaparecido, como pode ser observado, mesmo sem Certidão de Óbito;  eis que chega a sentença de  que me abstenho de fazer mais considerações. Agradeço que publiquem o oficio enviado por mail com as palavras aí reproduzidas...

Em suma, não existe rasto do guião, simplesmente "desconhece-se o paradeiro do Guião do cmd agup 2957"... Foi abatido.  não se sabe como. É menos um comando deste agrupamento que não se sabe se caiu de morto,  fulminado por qualquer ataque cardíaco... 

Termino lamentando o desaparecimento de mais um elemento deste Cmd Agrup 2957... Paz à sua alama, que repouse na sua eterna morada, desconhecida. Lamentamos o sucedido e eu, pessoalmente,  apresento condulâncias à familia desgostosa do Cmd Agrup 2957...

António Azevedo Rodrigues
Contactos:
Telefones: 252 938 133 - 915 225 337 - 926 641 776 - 934 432 545

E-mail: rodrigues60@gmail.com






Fotos: © António Azevedo Rodrigues (2011). Todos os direitos reservados

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Nota do editor:

Último poste da série > 24 de Junho de 2011> Guiné 63/74 - P8470: Em Busca de... (166): Precisa-se de depoimentos para fazer a História da Pensão Central da Dona Berta (Hélder Sousa / José Ceitil)