quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Guiné 63/74 - P8718: Convívios (367): Relembrando o 1.º Convívio da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887, em Fátima, no dia 24 de Maio de 1997 (Domingos Gonçalves)

 

1. Este poste é como que de apresentação da próxima serie "Guiné 66 - Reportagens da Época", memórias do nosso camarada Domingos Gonçalves, (ex-Alf Mil da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68), enviadas em mensagem do dia 22 de Agosto de 2011.
CV



REENCONTRO DOS HERÓIS
FÁTIMA, 24-05-97

Ainda foram muitos os que responderam à chamada. Afinal, trinta anos não foi o tempo suficiente para apagar as amizades cimentadas pela adversidade e por inúmeras vivências inesquecíveis.

Compareceu o Comandante do Batalhão, alquebrado pelos anos, mas cheio, ainda, de lucidez e vivacidade. Homem de acção, dinâmico e generoso, sabia merecer o respeito de todos os que dele dependiam.

Compareceu o Comandante da Companhia, o homem que todos detestavam. Foi, enquanto Comandante, uma pessoa em cuja alma a generosidade e o humanismo não tinham lugar. Insensível ao sofrimento alheio, frio e distante, nada soube, ou quis, fazer para minorar o sofrimento dos homens que comandava.
Porém, nada cura melhor que o tempo. Trinta anos foram suficientes para desfazer ressentimentos e apagar da memória a lembrança dos actos mais mesquinhos. Sem mágoa e sem desejos de vingança, na hora do reencontro, todos lhe estenderam a mão.

E compareceram alferes, furriéis, cabos e soldados, que eram, afinal, os homens que no terreno faziam a guerra.
Caminhando ao longo das picadas que seguiam rumo ao desconhecido, mergulhando na lama das bolanhas, ou penetrando no coração da floresta densa e misteriosa, eram eles os verdadeiros combatentes.

Eram eles que sofriam as emboscadas, que atacavam os acampamentos inimigos, que defendiam as povoações, as pequenas tabancas, o povo simples e as suas culturas agrícolas.

Eram eles que sofriam a fome e a sede, a ansiedade e a fadiga, que faziam longas caminhadas a pé, ou sobre viaturas sem quaisquer condições de segurança.
Eram eles que sofriam os efeitos das armadilhas anti-pessoal, ou anti-carro, e que, enquanto conjunto de homens, mais pareciam, às vezes, dada a pobreza em que se vivia, um bando de maltrapilhos armados, do que o grupo de homens corajosos e valentes que, de facto, constituíam.

Porque convivi com eles, partilhando do mesmo destino ingrato, lutando pela mesma causa, nas mesmas condições de miséria, volvidos todos estes anos decidi passar a escrito algumas das nossas vivências no cenário da guerra que ajudámos a fazer.

Eles merecem que a história os não esqueça.
Vou, pois, contar um pouco da história que a Companhia de Caçadores n.º1546, do Batalhão n.º1887, com muito sofrimento ajudou a construir por terras da Guiné. É, afinal, um pouco da minha história...

Se a humanidade, no seu todo, é um astro luminoso a deambular pelo espaço sem fim, a Companhia de Caçadores n.º 1546 não deixará de ser uma das muitas faúlhas luminosas que esse corpo celeste foi, ou vai, largando no seu rasto.

A história é, precisamente, o rasto brilhante que esse belo corpo celeste, o homem, vai deixando ao longo da sua trajectória.

O que a minha Companhia fez na Guiné não passou, com efeito, de uma pequeno contributo para o desenvolvimento da guerra colonial. Mas a História é feita, regra geral, de conjuntos de coisas pequenas, até insignificantes, mas que têm sempre o seu brilho, o seu interesse e significado.
É normal os historiadores referirem apenas o nome dos grandes generais.
Mas eles só foram grandes por que tiveram milhares de homens a combater pelos objectivos que traçaram.
Na trajectória dos grandes generais apenas encontramos sofrimento e rios de sangue derramado por milhares de soldados desconhecidos.

Na Guiné contribuímos para que se fizesse uma guerra.
Foi, por certo, como aliás todas as guerras, uma guerra injusta.
Mas, a responsabilidade dessa injustiça nunca é dos soldados que fazem a guerra no terreno, mas apenas, e só, dos políticos que a conduzem, bem instalados em confortáveis gabinetes.

Os factos que se vão relatar aconteceram.
Eles foram reais, objectivos. Pertencem ao passado e ninguém os pode, minimamente, alterar.

A perspectiva que deles se tem e se transmite é subjectiva e está, por certo, influenciada por um conjunto de factores circunstanciais, de natureza social e psicológica.
É perfeitamente admissível que existam sobre esses mesmos acontecimentos outros pontos de vista, ou outras formas de os interpretar e ver em retrospectiva.

Algumas das pessoas que participaram na construção dessas vivências prefeririam, hoje, que não existisse nenhuma memória sobre o papel que desempenharam.
Mas os factos aconteceram.
Estiveram lá.

É certo que os graus de responsabilidade foram diferentes. Porém, todos fomos actores mais ou menos activos.
Mais ou menos, todos sofremos. Alguns, todavia, tivemos privilégio, ou a má sorte, de fazer sofrer os outros.
Mas que ninguém, agora, pense nisso.
Os ressentimentos, se os houve, apagou-os o tempo.

Os factos, as vivências, a socioafectividade, ou a falta dela, permanecem na memória das pessoas.
É só isso, o que ainda resta na lembrança, que se pretende preservar.

Não se deseja escrever textos de grande brilho literário.
Pretende-se, apenas, transmitir um modesto testemunho para a história da guerra colonial que, sem entusiasmo e convicção, ajudámos a fazer.

Domingos Gonçalves
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Notas de CV:

Vd. postes da série O Regresso dos Heróis

Vd. último poste da série de 31 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8713: Convívios (360): Tabancas de Guilamilo e de Candoz, geminadas...,

Guiné 63/74 - P8717: Fotos à procura de... uma legenda (11): O ninho de andorinha da Tabanca de Candoz

 

Tabanca de Candoz > 5 de Setembro de 2010 > O insólito ninho de andorinha, feito não no beiral do telhado, como é habitual nas andorinhas, mas no alpendre de um das casas (não habitada) da Quinta de Candoz (Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses)...

Vídeo (18''): © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados


1.  O vídeo, que eu fiz o ano passado, comprova existência de um família de andorinhas, que vem todos os anos do norte de África, imagino, passar as férias de verão e reproduzir-se em Candoz, na nossa quinta (*)... Temos um especial carinho por este ninho, que já tem três ou quatro anos... Nunca, que eu me lembre, de há 36 anos para cá, nenhuma andorinha tinha feito ninho na nossa terra... Estas, tal como eu, chegaram e gostaram, voltando sempre... Este ano não fiz nenhum vídeo, mas dou conta, todos os dias,  do movimento à volta do ninho, de entradas e saídas...

Espero a complacência (e a cumplicidade) dos nossos leitores para estes inocentes passatempos de verão. O mundo está feio, tal como o meu joanete... A gente tem de cultivar a horta do nosso bom humor e sabedoria... E as andorinhas,s e calhar desalinhadas,  mostram também que nós, seres humanos,  podemos ser todos diferentes e até únicos, e que isso só nos enriquece como espécie... LG
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Nota do editor:

(*) Vd. poste anterior da série > 29 de Agosto de 2011 >Guiné 63/74 - P8712: Fotos à procura de... uma legenda (10): Mais outra foto-mistério, do álbum de Luís Graça


 

Guiné 63/74 - P8716: Notas de leitura (269): lutte armée en afrique, de Gérard Chaliand (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 27 de Julho de 2011:

Queridos amigos,
O historiador e especialista em conflitos e guerrilhas de descolonização Gérard Chaliand viveu uma experiência com bastantes riscos quando viajou com Cabral e outros líderes históricos do PAIGC no interior da Guiné, em 1966. Esse relato tem páginas admiráveis na captação que este geoestratega de renome mundial faz da vida dos guerrilheiros e dos dotes oratórios de Amílcar Cabral. Terá sido a primeira vez que se fez uma reportagem deste tipo. Chaliand deixa igualmente uma reflexão sobre as particularidades do que ele classifica com a singularidade da guerrilha guineense em confronto com outras guerrilhas do seu tempo.

Um abraço do
Mário


Gérard Chaliand na guerrilha guineense, em 1966 
Beja Santos

O livro de Gérard Chaliand intitula-se “Lutte Armée en Afrique”, e foi editado pela então altamente conceituada Librairie François Maspero, em 1967, numa colecção onde pontificam títulos de Régis Debray, Che Guevara e o General Giap. Chaliand dava os seus primeiros passos nas reportagens que o tornaram um dos mais eminentes especialistas em conflitos associados à guerrilha e ao terrorismo. O seu nome é tido como indispensável na renovação da geopolítica e na estratégia, foi professor da Escola Superior de Guerra e mais tarde director do Centro Europeu de Estudos de Conflitos. A sua amizade com Amílcar Cabral data de 1964, quando ele escreve o seu primeiro livro sobre a Guiné.

“Lutte Armée en Afrique” é um livro encomiástico e de exaltação da guerrilha. A introdução da obra é dispensável, são generalidades conhecidas por todos, a própria documentação de propaganda do PAIGC é um puro anacronismo, pautada por exageros e inexactidões graves. Seja como for descreve o essencial do enquadramento da Guiné quanto a recursos, dados populacionais, emergência do PAIGC (refere a fundação em 1956, a historiografia recente desmente tal data, coloca-a em 1959), etc. O que é deveras singular é a viagem que Chaliand faz entre Maio e Junho de 1966 ao lado de Cabral no interior da Guiné, é uma reportagem em que o narrador se rende à natureza da luta e à personalidade e aos dons oratórios de Cabral. Atravessam o Casamansa, na comitiva vai também um responsável militar do MPLA. São esperados por uma coluna militar capitaneada por Osvaldo Vieira. Marcham horas a fio, passam por povoações abandonadas ou destruídas, chegam ao rio Cacheu pelo amanhecer. Atravessam-no numa canoa e Chaliand regista, admirado, a natureza do tarrafo. No outro lado do rio dirigem-se para um acampamento, passam por campos cultivados por balantas. Cabral observa-lhe que a terra ali é de boa qualidade, é muito diferente da laterite que prenuncia os solos pobres, nova marcha, ao longe ouve-se o troar dos obuses e o som cavo das morteiradas. Atravessam a estrada de Olossato-Bissorã, é uma longa viagem até Maké. São recebidos por Chico Mendes ou Chico Té. Ele escreve a base, situada dentro de uma mata densa, lá dentro há um círculo de 30 metros de diâmetro, estão aqui casas cobertas de vegetação para confundir os pilotos. É numa dessas casas que o grupo que atravessou a Casamansa descansa umas horas. Repousados, e depois de comer, há um cerimonial em que as tropas da FARP se perfilam perante o líder. Este faz um longo discurso que Chaliand grava e reproduz. Cabral fala do futuro, de um tempo em que não haverá exploração do trabalho, em que as mulheres serão respeitadas e todas as crianças poderão estudar. Dá conta aos presentes de como se está a desenvolver a luta armada pelo território. Os resultados ainda são insatisfatórios, é preciso fazer mais, deverá haver uma ligação mais estreita entre os guerrilheiros e as populações, é a consciência da situação do povo que deve preocupar os militares porque no futuro, quando a guerra acabar todos estarão mobilizados nos deveres do progresso. Findos os cerimoniais, Cabral fala informalmente com todos. O repórter nota que há ali livros que tem a ver com a guerrilha, são edições cubanas, vietnamitas e chinesas. Sente-se que alguns dos diálogos registados estão manifestamente aprimorados, tem um tom de gesta e de discurso épico.

De Maké partem para o Oio, uma outra longa caminhada, vão em direcção ao Morés. Chaliand regista que há bombardeamentos aéreos, não muito longe dali. Há feridos hospitalizados. Ele entrevista combatentes e até um desertor português. Assiste ao funcionamento de uma escola, depois regista novo discurso em que Cabral elogia o Morés inexpugnável. Nova conversa de Cabral com os “homens grandes” e depois Osvaldo e Chico Té confirmam ao repórter a história do PAIGC e as lutas da subversão a partir de 1962. No dia seguinte, a coluna parte para Djagali com medidas de segurança mais severas, há informações de que as tropas portuguesas já sabem que Cabral esteve em Maké. Cabe a Osvaldo Vieira detalhar como foi a luta no Sul, no início da guerra, como é que no Oio as tropas e as populações se movimentam com um relativo à vontade, sempre mudando de posições atendendo à pressão constante dos bombardeamentos. Ele fala nas sabotagens que tornaram impraticável viajar por estrada entre Mansabá e Bafatá. O número de tropas portuguesas, observa Osvaldo Vieira, não pára de crescer, nessa data existiria um contingente de mais de 25 000 soldados europeus, fora os “mercenários”. Depois explica as estruturas da FARP. Em Djagali Amílcar Cabral profere novo discurso, desta feita ao lado de Titina Silate, promete um futuro radioso com água canalisada e electricidade. Chegou a hora de regressar ao Casamansa, Chaliand regista imensas patrulhas na zona de Sambuiá. Assim terminou a viagem.

Na terceira parte da obra, dedicada à luta armada em África, o autor descreve as experiências africanas, desde os camarões a Moçambique, relevando as contradições impostas pelo neocolonialismo e refere os apetites de poder da pequena burguesia por toda a África. É dentro desta lógica que ele exalta a estratégia de Cabral como a mais eficaz e original, mostra como ela é autónoma da teoria do ”foco”, que era tão cara a Che Guevara e não esconde a sua profunda admiração pela energia e a combatividade de Cabral que ele considera um intelectual na guerrilha.

O livro é uma relíquia histórica, é um admirável mano a mano entre Chaliand e Cabral, com todas as suas imprecisões e sem disfarçar a carga apologética, é um documento bem escrito, sobretudo no que cabe à reportagem nas entranhas do mato guineense.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 24 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8702: Notas de leitura (268): A Guerra de África 1961 - 1964 - IV Volume, por José Freire Antunes (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P8715: Parabéns a você (310): Manuel Joaquim, ex-Fur Mil da CCAÇ 1419 (Guiné, 1965/67)

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Notas de CV:

Manuel Joaquim foi Fur Mil de Armas Pesadas na CCAÇ 1419 que esteve em Bissau, Bissorã e Mansabá nos anos de 1965 a 1967

Vd. último poste da série de 28 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8711: Parabéns a você (309): António Barbosa, ex-Fur Mil Cav, Pel Rec Panhard 1106 (Bula, 1966/68) e José Corceiro, ex-1º Cabo TRMS da CCaç 5 - Gatos Pretos (Canjadude, 1969/71)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8714: Tabanca Grande (300): Apresenta-se o Eduardo Jorge Ferreira, lourinhanense, ex-Alf Mil da Polícia Aérea (BA12, 1973/74)


Lourinhã, Moledo > 16 de Agosto de 2011 (*) > Nos caminhos de Dom Pedro e Dona Inês... O Eduardo Jorge, ex-Alf Mil da Polícia Aérea (BA12, Bissalanca, 1973/74) é o segundo a contar da direita... De costas, de camisola vermelha, falando com o Jaime Bonifácio Marques da Silva, ex-Alf Mil Pára-quedista (BCP 21, Angola, 1970/72).



Caldas da Rainha, Fanadia, São Gregório > Restaurante Museu Adega Velha > 16 de Agosto de 2011 > Dois camaradas de armas, lourinhanenses, o Jaime (à esquerda) e o Eduardo (à direita)... No meio o pároco da freguesia, antigo professor e amigo de ambos...



Óbidos > Hotel Real de Óbidos > 16 de Agosto de 2011 > Convívio de um série de amigos lourinhanenses... Na hora do café e do Lourinhac, a famosa aguardente DOC (da região demarcada da aguardente da Lourinhã)... De pé o João Tomás (à esquerda) e o Eduardo Jorge (à direita)... O João Tomás e o Jaime pertence à Colegiada de Nossa Senhora da Anunciação da Lourinhã, colegiada essa que tem como principais objectivos a defesa, o prestígio , a valorização, a promoção e a divulgação da Aguardente Vínica da Região Demarcada da Lourinhã.


Fotos (e legendas) © Luis Graça (2011). Todos os direitos reservados



1. Mensagem de Eduardo Jorge Ferreira, com data de 24 de Agosto último:

Data: 24 de Agosto de 2011 14:14


Assunto: Inscrição na Tabanca Grande


Camarada (de várias frentes!) Luís Graça:

Pois conforme o prometido (*), aqui estou a inscrever-me no magnífico blogue que em boa hora criaste e que com os contributos dos muitos aderentes se tem continuado a afirmar como espaço de partilha e de amizade entre aqueles que tiveram (e tem) a Guiné como cenário de passagem.

Confesso que fiquei maravilhado e entusiamado com o (ainda pouco) que li e vi no blogue do qual desconhecia a (já sua longa) existência.


Estive [, na Guiné, em Bissalanca,] na BA12 de 20 de Janeiro de 1973 (triste data, a do assassínio de Amilcar Cabral, ) a 02 de Setembro de 1974, colocado na EDT (Esquadra de Defesa Terrestre) como Alferes miliciano da Polícia Aérea, onde era conhecido por Ferreira.

Quero aqui enviar um abraço especial ao (então Tenente PilAv) Pessoa, um dos primeiros senão o primeiro piloto a ser atingido por um míssil Strela e que felizmente conseguiu ejectar-se e ser resgatado pelos paraquedistas. 

Constato com satisfação que está de boa saúde e tem responsabilidades no blogue e fiquei agora a saber também que casou com a Enf Paraquedista Giselda a quem saúdo igualmente. Pela foto actual e tanto quanto me lembro das suas feições, passados estes 38 anos, não mudou muito, está com óptimo aspecto, o que é de saudar.

Depois de vir da Guiné, e como era voluntário na Força Aérea por 6 anos, passei pela Comissão de Extinção da Pide/DGS (Gabinete de Imprensa) e pelo Estado Maior General das Forças Armadas (1ª Divisão) donde passei à disponibilidade em Junho de 1977.

Entretanto tirei o curso de Instrutores de Educação Física e mais tarde a licenciatura em Administração Escolar, realizando o percurso normal de professor até uma determinada altura a que se seguiram 15 anos de ligação à gestão escolar, dos quais 12 como presidente. Voltei a ser unicamente professor nestes últimos 9 anos lectivos acabando a minha carreira profissional em Abril último.

Um abraço a todos os camaradas
Eduardo Jorge

2. Comentário de L.G.:

Como querido amigo e conterrâneo Eduardo: Julgo que és o primeiro lourinhanense a ingressar na Tabanca Grande, depois de mim que, por acidente ou karma, acabei por estar na sua origem, como fundador e administrador do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. 

É com muita alegria que me perfilo para te bater a pala e dar-te as boas vindas, em nome dos mais de 500 camaradas e amigos da Guiné que se sentam sob o nosso mágico e fraterno poilão. Vens reforçar, além disso, a já forte representação, no nosso blogue, dos camaradas que estiveram ligados à FAP, incluindo o Miguel Pessoa a Giselda Antunes (, Pessoa, por casamento com o Miguel) .

Ficamos aguardar histórias do teu tempo de Bissau e de Bissalanca, e em especial dos últimos meses na nossa presença militar na Guiné-Bissau, entre Abril e Setembro de 1974. Espero voltar a encontrar-te na caldeirada programada para o próximo Outubro em Ribamar (, terra a que me ligam laços familiares, como tu sabes, e onde tu foste professor).

Toma boa nota: serás o tabanqueiro nº 515, a figurar na nossa lista alfabética, letra E, Eduardo Jorge Ferreira. (**)

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Notas do editor:

(*)2 Vd. poste de 22 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8694: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (45): O António Teixeira (ex-Alf Mil, CCAÇ 6, Bedanda, 1972/73) por terras da Lourinhã...

(**) Último poste da série > 23 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8699: Tabanca Grande (299): António Agreira, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 4544/73 (Cafal, 1973/74)

Guiné 63/74 - P8713: Convívios (360): Tabancas de Guilamilo e de Candoz, geminadas...,

Tabanca de Guilamilo, freguesia de Polvoreira, concelho de Guimarães... 21 de Agosto de 2011 > Sete magníficos (a contar da direita, Carvalho de Mampatá, Zé Rodrigues, Zé Manel Lopes, Zé Cancela, Joaquim Peixoto - régulo da tabanca -, Manuel Carmelita, Brito da Silva) mais um (Luís Graça)...



Cinfães, Porto Antigo, albufeira da Barragem do Carrapatelo > 29 de Agosto de 2011 > A Alice, o Joaquim Peixoto e a Margarida... O casal Peixoto veio à Tabanca de Candoz (Quinta de Candoz, Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses) retribuir a nossa, minha e da Alice, visita à Tabanca de Guilamilo (e não Guilhamil), no passado dia 21... Sobre esta "geminação" entre as duas tabancas falaremos, com mais tempo e vagar, logo que forem resolvidos problemas técnicos do blogue que nos obrigam a trabalhar ainda no "modo de edição antigo"...


Fotos (e legendas): © Luis Graça (2011). Todos os direitos reservados

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Nota do editor:

Último poste da série >
25 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8707: Convívios (359): Tabanca de São Martinho do Porto, 2011

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8712: Fotos à procura de... uma legenda (10): Mais outra foto-mistério, do álbum de Luís Graça


1. Quinta de Candoz, Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses > 29 de Agosto de 2011 > Há coisas no campo que não nos passam pela cabeça na cidade... E vice-versa. Nada como estar de férias (sem ser "turista, estúpido em férias") e ter tempo para as pequenas coisas da natureza que são sempre pequenas grandes maravilhas...

Quando se está de férias, sem relógio, sem a pressão dos horários (logo sem o constrangimento do tempo, que é o principal factor de stresse na cidade grande), aguçam-se e usam-se os cinco sentidos: (i) vê-se o nascer do sol por trás da serra, (ii) ouve-se o chilrear dos pássaros (o melro, o rouxinol, o gavião, o corvo, a andorinha, o pombo bravo, o mocho...), (iii) cheira-se o perfume da terra que é diferente com as chuvas de verão, (iv) apalpa-se os dourados e opulentos cachos de uvas do vinho verde (com as suas diferentes castas: o pedernã, o azal, o avesso, o loureiro, que a primeira vindima é já 6ª feira próxima...), (v) degusta-se o pão de milho e o anho com arroz de forno (que os portugueses, injustamente, não quiseram eleger como uma das 7 maravilhas gastronómicas desta terra maravilhosa onde nascemos)... (LG)


Foto: © Luis Graça (2011). Todos os direitos reservados


1. Em vias de se esclarecer a foto-mistério do poste anterior (*), deixo-vos mais um desafio, no âmbito do nosso descomprometido passatempo de verão... Este é aparentemente mais fácil: Qual é a coisa qual é ela ? (Vide foto supra)...

Julgo que desta vez a resposta é mais fácil e rápida... Se o Kanguru Light (a minha internet móvel, passe a publicidade) for mais lesto (o que duvido) do que vocês, estarei à noite, ou amanhã de manhã, à espera dos vossos palpites...

Entretanto, ando a tentar descobrir por que raio é que o novo modo de edição de mensagens do Blogger não está a funcionar, impossibilitando-nos, a nós, pobres editores em férias, de manter o blogue actualizado como é habitual...

E tudo isto enquanto o serviço se vai acumulando, para desespero do Carlos Vinhal, e os leitores vão perdendo a paciência, habituados que estão a terem sempre entre 5 a 8 postes novos, fresquinhos, por dia... Desde Abril de 2004, este é o nº 8712...

Espero, enfim, que nos desculpem qualquer coisinha... Temos, além disso, livro de reclamações...E, já agora, se permitem, deixem-se "recitar" um dos meus textos poéticas, a que eu chamo as minhas "blogarias", escrito o ano passado em dia de namorados... Vem a propósito da aqui falada oposição campo/cidade... LG

2. História (de)vida: Vila, vida, com o mar em frente, entre cabeços

(Para a Alice, companheira de meia vida)
Luís Graça


A vida no campo não era vida,
Não era a vida a vila,
A cidade, o campo.
Nem as tuas leiras,
Os teus solcacos,
Os teus montes.
Não era a vida devida.
Querida,
Esperada,
Sonhada.

Mas o que é a vida,
Meu bem ?
Pensando bem,
A vida no campo até tem
Ou tinha
O seu lado terno,
Ma non troppo.
Eu gostava do campo,
Nas férias grandes,
Do ar puro dos pinhais e eucaliptais
Que faziam bem aos pulmões,
Dizia o João Semana
Lá na minha terra,
Bacharel de medicinas
E de ervas medicinais.
Em contrapartida,
Odiava a colher de pau,
O óleo de fígado de bacalhau.
E as bolas de carne em sangue
Enroladas em açúcar,
Metidas pela goela abaixo.
Lembrar-me-iam mais tarde a guerra,
E a anatomia dos corpos
E a fisiologia do horror.
Temia, sobretudo,
E temia que me pelava,
As bruxas, à noite,
Debaixo dos lençóis.

Ele há coisas na vida do campo
Que eu nunca saberia explicar.
A lufa-lufa, a freima,
Os grandes trabalhos colectivos,
A ceifa,
Os miasmas das doenças,
O trabalho de sol a sol,
Trabalhar que nem um mouro,
Trabalhar que nem um boi,
Trabalhar que nem um galego,
Trabalhar que nem preto.
Temia a pata dos poderosos.
E dos seus cavalos e dos seus mastins.

Não, nunca trabalhei no campo.
Mas gostava da vida no campo
Onde não vivi.
Nasci ao som dos moínhos de vento
E do gemido nas redes dos barcos à vela.
Gosto do campo,
Quando o sol nasce,
Quando o sol se põe.
Tenho um pensamento piedoso
Para a parteira que me aparou.
E para o padre que me baptizou.
E para a professora que me ensinou
A ler, escrever e contar.
E me levou a primeira vez
À cidade.
Grande.

Gosto do campo,
Não sendo camponês
Como tu foste camponesa.
O campo,
A vindima,
A colheita,
O riacho,
As pedras no leito do rio,
O inverno,
A invernia,
O cheiro a estrume,
As batatas com pele,
A febre dos fenos,
Os amores ardentes,
Os colchões de palha,
A lareira no inverno,
Os lençóis de linho,
As tamancas,
As sardas escaladas,
As miúdas de sardas
E ranho no nariz,
Os carapaus secos,
A raia cozida,
A esterqueira,
A neve que nunca vi,
A matança do porco…

Ah! A matança do porco do teu imaginário,
Que o melhor era a bexiga do porco
Para os putos que nada sabiam da vida,
Nem das suas sete partidas.
Nem da guerra anunciada.
Para os putos jogarem à bola,
Os pés descalços
No campo da debulhadora do trigo.
A dois quilómetros da vila.
No Nadrupe.
Na Quinta do Bolardo.

No fundo, o que sabias tu da vida ?
O que sabes ?
Não é preciso ser bem pensante,
Que a vida é mal passada,
Pensada,
Prensada,
Uff! Puxá vida!
Na cidade,
Na vila,
Ou na cidade e no campo
A vida, a vila, é apenas
A estratégia da aranha,
A cilada da morte.
Por tédio,
Asfixia,
Overdose,
Aflição,
Desassossego,
Insónia,
Erosão,
Irrisão,
Depressão da paisagem
Por montes e vales.
A via estreita da vida na vila no campo
Ou na cidade.
A erecção.
A evicção.
A força centrífuga da morte
Na curva da vida.

Mal pensada a coisa
Da vida indevida,
Vida de cão na cidade das sete vidas,
Sete Colinas,
Capital,
Capitólio,
Tudo somado igual
A sete fôlegos de gato
No sobe e desce do bairro,
Entre o pau e o fogo da lareira.

Trespassa-se a vida,
Traspassa-se o corpo,
Trapaça de vida,
Em vila sossegada com vista de mar.
Prensa prensada puxada
Bem parecida a vida na vila,
Apetecida,
No campo de cebolas do talho
Que se comiam em azeite e sem alho.
Na tua terra, Candoz.
Na terra de todos nós,
O Portugal de lés a lés.
Pensando nos parentes embarcados,
Nos Brasis, nas Terras Novas,
Ganhando o pão que o diabo amassava.
Ou nos filhos mobilizados,
Feitos soldados,
P'ras guerras do império.
Índia, Angola, Moçambique, Guiné…
A malga do vinho tinto verde
Entre os camponeses do norte.
O pão, o centeio, o milho,
A casa farta,
A mesa farta,
O presunto,
O salpicão,
A salgadeira que mata.
Alguém sabia lá da cartografia da morte
No Cacheu, ou no Oio, ou no Cantanhez ?!
O sal,
O colesterol,
A tensão essencial,
A vidinha.
Pior é a saudade que rói e que mata.

E agora que não há razões para pensar
Que a vida no campo é
O corpo de delito,
Eu grito
Que a vida está pela hora da morte
Vida, morte, ex-exaequo,
Tensão,
Macho e fêmea,
Misógina a cidade,
Macho, marialva, o campo
Ou o pré-conceito
da minha civilização judaico-cristã.

Saudades ?
A vida no campo era bem passada
Como o bife ao domingo,
Que tu ganhavas fazendo o pino
No Talho do Xico.
No tempo em que a vida no campo ou vila,
Que diferença!,
Era a tua infância.
Vida, vila com o mar em frente,
Entre cabeços.
As Berlengas ao fundo.
A eterna errância
Do mundo.
Foi lá que te vi,
Foi lá que te conheci.

Luís Graça > Blogpoesia (2010)


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Nota do editor:

Último poste da série > 27 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8710: Fotos à procura de... uma legenda (9): Foto-mistério, do álbum de Luís Graça

domingo, 28 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8711: Parabéns a você (309): António Marques Barbosa, ex-Fur Mil Cav, Pel Rec Panhard 1106 (Bula, 1966/68) e José Corceiro, ex-1º Cabo TRMS da CCaç 5 - Gatos Pretos (Canjadude, 1969/71)

Hoje, os nosso votos de feliz aniversário são a dobrar. Por ordem de antiguidade (não seja esta o posto mais honrado e respeitado entre nós), cumprem mais um festejo os nossos camaradas: António Barbosa, que foi Fur Mil Cav no Pel Rec Panhard 1106 (Bula, 1966/68) e José Corceiro, que foi 1.º Cabo TRMS da CCaç 5 - Gatos Pretos (Canjadude, 1969/71)

1. Ao António Barbosa oferecemos este “maravilhoso” poster da autoria dos (des)ajeitados, mas bem-intencionados editores:

2. Ao José Corceiro, mais sortalhão nesta ocasião, dois murais fabulosos da autoria dos nossos hiper-artistas privados, não remunerados mas devidamente identificados: José Martins e Miguel Pessoa.

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Nota de MR:

sábado, 27 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8710: Fotos à procura de... uma legenda (9): Foto-mistério, do álbum de Luís Graça


Desta vez não vou dar qualquer pista... Há uma proa de um navio e três bandeiras, um das quais a da nossa querida Pátria... O resto adivinhem, especulem, inventem... De Candoz, com um abraço para todos os homens e mulheres de boa vontade que lêem o nosso blogue. Bom resto de férias, para quem ainda as tem... Amanhã, início da última semana das minhas férias,  estarei a fazer a Rota do Românico do Vale do Sousa, Percurso Sul. Acreditem que este país ainda está por descobrir pela maior parte dos portugueses, tanto os do norte como os sul... (LG)

Foto:© Luis Graça (2011). Todos os direitos reservados 

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Nota do editor

Último poste da série > 27 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8708: Fotos à procura de... uma legenda (8): Candoz, do álbum de Luís Graça

Guiné 63/74 - P8709: Parabéns a você (308): Jaime Machado, ex-Alf Mil Cav do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca - 1968/70)

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Notas de MR:

- O nosso camarada, Jaime Machado, foi Alf Mil Cav no Pel Rec Daimler 2046, em Bambadinca, 1968/70.

Vd. último poste da série de 25 de Agosto de 2011 >  Guiné 63/74 - P8706: Parabéns a você (307): Manuel Carmelita, ex-Fur Mil Radiomontador da CCS/BCAÇ 3852 (Aldeia Formosa, 1971/73)

Guiné 63/74 - P8708: Fotos à procura de... uma legenda (8): Candoz, do álbum de Luís Graça


Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº4


 Foto nº 5



 Foto nº6


 Foto nº7
 
Fotos:© Luis Graça (2011). Todos os direitos reservados 


1. Quinta de Candoz, Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses > 22 de Agosto de 2011 > Peças do nosso ecomuseu... O velho carro de bois, a tesoura da poda, ferramentas diversas do agricultor e do ramadeiro (construtor de ramadas)... Objectos de um tempo em que o mundo era (ou parecia ser)  a preto e branco... e tudo tinha (ou parecia ter) o seu lugar, a sua função, na harmonia e na perfeição do universo... O homem, o boi, a canga, o carro de bois a chiar a caminho do monte... 

Tempo também da infância (dura) de muitos dos nossos camaradas de Entre Douro e Minho, região a que pertence Candoz, ou grosso modo, a Região de Vale de Sousa e Tâmega: reúne 12 concelhos (incluindo o Marco de Canavezes), congrega mais de meio milhão de habitantes (com um peso significativo, c. 20%, da população jovem), e a sua actividade económica centra-se nas indústrias do calçado, do vestuário e da madeira... Estes concelhos (que fazem a ligação entre a região metropolitana do Porto e o interior norte) têm o mérito de se terem juntado para inventariar, proteger, estudar, valorizar e divulgar o seu património histórico e cultural, e em especial a arquitectura religiosa, civil e militar os mosteiros, as igrejas, as torres, as pontes, etc, construídas sob o estilo românico (Séc. XI, XII, XIII)... Ontem, por exemplo, fiz o percurso norte da Rota do Românico do Vale de Sousa (Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira)... É uma sugestão para a agenda cultural da nossa Tabanca Grande que deixo aqui, a quem é da região  ou quer conhecê-la melhor... Aqui começou Portugal, amigos e camaradas... 

E já que estamos com a mão na massa, deixem-me refereir a realização, em Lousada, para os  própximos dias 29, 29 e 30 de Septembro, portanto daqui a um mês, do I Congresso Internacional da Rota do Românico.

Candoz está a dois passos do Douro e do Tâmego. Daqui avisto Cinfães,  as serras de Montemuro, Aboboreira e até Marão, o Douro (barragem do Carrapetelo), Porto Antigo, as freguesias do lado nascente do concelho de Baião... Mas não tenho mar, e o sol põe-se mais cedo...

(...) Visto da janela do teu quarto,
Em Candoz,
O vale era o mundo
E era verde,
Tal como em A Cidade e as Serras,
Do Eça de Queiroz.
Muito antes do mar,
E do pôr do sol sobre o mar,
Muito antes de saberes
Onde ficava a praia da minha infância. (...)

Excerto de Luis Graça,  O mar, amor, em Agosto...

2. Continuação do nosso passatempo (... de verão),  Fotos à procura de... uma legenda. A ideia é ajudar a legendar fotos que andam  por aí à procura de quem lhes ponha uma boa (e merecida) legenda... Com imaginação, com criatividade, com humor, com talento... Temos muitas, em arquivo,  umas mais falantes do que outras... Temos outras, mas recentes, ou tiradas agora mesmo, no nosso querido mês de Agosto, pelos nossos lugares de passagem, como gosta de dizer o Zé Brás... Há umas mais óbvias do que outras... Mas todas falam (ou devem falar) da nossa Tabanca Grande, das nossas tabancas, do nosso quotidiano,  da nossa geração, do mundo que era o nosso, dos nossos verdes anos, da Guiné... 

Repete-te a sugestão inicial: Legendas, aceitam-se... Como prémio, prometemos publicar as melhores legendas (com as respectivas fotos) com honras de caixa alta. As 10 melhores...

Os nossos leitores poderão comentar (ou até escrever pequenas histórias sobre) os postes desta nova série  dentro das regras que estão estabelecidas no nosso blogue: por exemplo, os comentários não podem ser anónimos, devendo ser clara, para os editores, a identidade do autor e a validade do seu endereço de email (no caso de não ser membro registado da Tabanca Grande)... 
Da minha parte já dei uma ajudinha, com duas ou três pistas... (LG)

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Nota do editor:

Último poste da série >23 de Agosto de 2011 >Guiné 63/74 - P8698: Fotos à procura de... uma legenda (7): O Doutor por Coimbra Mamadu Jau, hoje director do INEP (Bissau), antigo aluno do Manuel Carmelita (Aldeia Formosa, 1971/73)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8707: Convívios (366): Tabanca de São Martinho do Porto, 2011

 Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O Zé Teixeira  e a filha, Joana, psicóloga, que tem uma larga experiência de cooperação em África (em em particular em São Tomé e Príncipe)...


Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > A matriarca da casa, a Dra. Clara Schwarz com os filhos do Zé Teixeira, a Joana e o Tiago...

Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > Clara Schwarz, 97 anos (a completar em breve)... A decana da Tabanca Grande.



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > A Maria Alice Carneiro, esposa do Luís Graça,  e o Álvaro Basto, régulo da Tabanca de Matosinhos.



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O nosso anfitrião, Pepito, que aproveitou um dia das suas férias portuguesas para juntar (e conviver com) alguns dos seus amigos portugueses (em geral, membros da Tabanca Grande)...O encontro da Tabanca de São Martinho do Porto, em Agosto de cada ano, já se tornou "obrigatório"... E é sempre um grande prazer aceitar o convite dos donos da casa... Quem este ano não pôde vir por razões de agenda, foi o João Graça (que estava nesse fim de semana com o seu grupo musical, os Melech Mechaya, em actuação no Algarve, no Super Bock Surf Fest, em Sagres)



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O nosso mui querido Jero (o alcobacense José Eduardo Oliveira) e a sua filha, que é técnica superior na Câmara Municipal de Oeiras, especialista em Marketing e Relações Públicas.



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O filho do Zé Teixeira, Dr. Tiago Teixeira, médico especialistas em doenças infectocontagiosas no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia - Espinho. Esteve recentemente na Guiné-Bissau, juntamente com o pai e a irmã. É um homem de grande sensibilidade e coração maior, colaborando activamente com a Tabanca de Matosinhos nos projectos de solidariedade que estão a decorrer na Guiné-Bissau.



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > A Isabel Levy Ribeiro, esposa do Pepito, e a sua mãe (que vive em Portugal).A Isabel tem dinamizado e coordenado a Campanha  Um Livro para a Guiné.



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O Mário Gomes e o Eduardo Moutinho Santos (que ainda não formalizou a sua entrada na Tabanca Grande).

Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > > O Pepito, a mãe Clara, o Jero e a sua filha...  O Jero trouxe consigo duas exemplares de uma obra sobre a baía de São Martinho do Porto, que ofereceu , um, ao Pepito e outro à Tabanca Grande, na pessoa do Luís Graça. Aqui fica referência vbibliográfica: Maria Cândida Proença (ed  lit): ,A Baía de São Martinho do Porto. Aspectos geográficos e históricos. Lisboa, Colibri,  2005.


Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > Álvaro Basto e Maria Alice Carneiro.


Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O Mário e a Isilda... O Mário de Jesus Guerra foi 1º  Cabo Escriturário  da CCS/BCAÇ 2845  (Teixeira Pinto/Canchungo, 5/5/1968-3/4/1970). A  Izilda Maria trabalhou como tradutora na Comissão e no Paralamento Europeu, e é um exímia fadista, tendo oferecido diversos CD com o seu último álbum (Fado, 2007), ao Zé Teixeira, para recolha de fundos. O casal vive no Cartaxo onde tem um quinta com turismo rural. Esta informação foi prestada pelo E. Moutinho Santos, advogado, membro da Tabanca de Matosinhos, e que pertenceu ao mesmo batalhão do Mário, o BCAÇ 2845. O Mário e a Izilda têm colaborado na camapanda da AD, Um Livro para a Guiné.


Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O Eduardo Moutinho Santos e o Álvaro Basto.

Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O Mário de Jesus Gomes, a quem eu convidei pessoalmente para ingressar na Tabanca Grande, convite que ele de pronto aceitou.


Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > Os facebook..queiros Isabel, Pepito e Alice...



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > Nº especial da Revista Estudos Judaicos, dedicado a Samuel Schwarz (1880 - 1953), "cidadão do mundo, português por opção" (nº 7, 2004, edição da  Associação Portuguesa de Estudos Judaicos). Segundo a sua filha Clara Schwarz, era um homem culto, poliglota e laico, e foi um pai que sempre respeitou as opções da filha (única), inclusive a de casar com um não-judeu, o escritor e advogado Artur Augusto Silva, português de origem caboverdiana e guineense.

Fotos (e legendas):© Luis Graça (2011). Todos os direitos reservados

Guiné 63/74 - P8706: Parabéns a você (307): Manuel Carmelita, ex-Fur Mil Radiomontador da CCS/BCAÇ 3852 (Aldeia Formosa, 1971/73)

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Notas de MR:

- O nosso Camarada Manuel Carmelita, foi Furriel Mecânico Radiomontador da CCS/BCAÇ 3852 (Aldeia Formosa, 1971/73).


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8705: Blogpoesia (158): Na festa dos mortos, o olvidos dos combatentes... (Luís Graça)


 


 Marco de Canaveses > Freguesia de Paços de Gaiolo (outrora pertencente ao concelho de Bem Viver, extinto em meados do Séc. XIX) > Cemitério local > 1 de Novembro de 2008 > Um das duas únicas campas de terra batida, num cemitério de mármores e granitos reluzentes... São de dois já esquecidos combatentes da guerra do Ultramar: Joaquim M. P. de Araújo, morto em Angola, em 21/6/63 (ao que parece, de acidente), e Francisco Gonçalves Soares, "morto em combate em Moçambique" (sic), em 27/6/68...

Há mais de quatro décadas: já é muito para a memória dos povos... Um dia do ano, lembramos também os nossos mortos, os que partiram antes de nós no barco de Caronte... E alguns, como os antigos combatentes da guerra do ultramar/guerra colonial, partiram nos seus verdes anos, muito antes da sua vez... Em Paços de Gaiolo (a que pertence Fandinhães, terra dos avós maternos da minha mulher, Maria Alice Carneiro), encontrei duas campas, lado a lado, de terra batida... Dois modestos jarros com malmequeres davam a entender que ainda têm entes queridos, lá na terra, que se lembram deles... Ou amigos ou vizinhos... A modéstia dos malmequeres constrastava com os caríssimos arranjos florais que, mesmo em época de crise, os vivos fazem questão de trazer da cidade para homenagear os seus mortos na aldeia (*)...
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Na festa dos mortos, o olvido dos combatentes…
por Luís Graça 

O cemitério enche-se de flores,
ostensivamente;
é um jardim de mármore e granito,
com centenas de velas acesas
que à noite se transformam em fogos fátuos.
Durante toda a tarde as famílias da freguesia
visitam as campas e os jazigos dos seus mortos
e convivem, ruidosamente, umas com as outras.
É a festa dos mortos,
mas também a celebração da vida,
a afirmação da convivialidade,
a reafirmação do poder da vida sobre a morte,
o reforço dos laços dos vivos,
que são vizinhos uns dos outros,
familiares, parentes, amigos,
e que também estão na lista dos candidatos ao além.
Não sabem, porém,  quando
nem em que lugar,
nem como nem porquê…
E mais: recusam-se a marcar a passagem…
Só o velho barqueiro de Caronte
é que tem a lista dos passageiros
e os horários
e os percursos da última viagem
da terra dos vivos.

É também quiçá a recusa da morte,
da partida definitiva,
do fim da peregrinação terrena,
a reivindicação da imortalidade,
o pecado da usurpação do poder divino,
é, enfim, a manifestação da culpa por se estar vivo
em lugar daqueles de nós,
que nos eram muito queridos,
e se calhar muito melhores do que nós,
e que morreram (ou partiram) injustamente, antes de nós...

Quem vive mais longe (Porto, Lisboa...),
vem de propósito neste dia
enfeitar as campas e os jazigos dos seus  mortos,
aqui erigidos neste cemitério.
Terra de antigos rendeiros, camponeses pobres,
que ainda hoje cultivam a memória do Zé do Telhado,
e que fazem questão de mostrar,
aos ricos
e aos fidalgos de antigamente,
que a democracia e a liberdade trouxeram também
a igualdade de oportunidades
e a miragem da mobilidade social,
tipificada nas figuras do brasileiro e do francês do século passado...
No meio do pequeno cemitério da freguesia
há ostensivamente uma capela,
a da família da ilustre casa
que foi desde os tempos do liberalismo,
a verdadeira dona
e senhora desta terra
e dos seus habitantes,
donos dos seus corpos e até das suas almas...
No cimo da porta da capela,
em estilo revivalista, neogótico,
pode ler-se a frase niilista,
em poético latim,
Memento homo,
quia pulvis es,
et in pulverem reverteris
.
Como os antigos pobres rendeiros não sabiam ler,
e muito menos o latim dos frades absolutistas
e dos juristas liberais,
alguém terá escrito a giz:
Lembra-te, ó homem,
que és pó
e em pó te hás-de tornar
...

Mesmo na morte,
os homens tentam,
patética e inutilmente,
bizantinamente,
reproduzir a segregação sócio-espacial,
a distância,
que mantinham em vida...
É por isso que eu gosto da designação, irónica,
dada a alguns cemitérios públicos no sul,
no Alentejo:
Campo da igualdade...
Metaforicamente falando,
a gadanha da morte ceifa tudo e todos,
ceifa rente a vida,
e não poupa tanto a espiga de trigo
como a erva do campo,
a papoila vermelho e a abetarda,
a mondadeira e o patrão,
a rosa e o espinho,
o rico e o pobre,
o herói e o cobarde,
a bonita e a feia,
o novo e o velho,
o amo e o servo,
o general e o soldado,
o poeta e a sua musa,
o médico e o doente,
o santo e o pecador,
o herói e o cobarde,
o amigo e o inimigo...

Passei por lá,
pelos cemitérios de Paredes de Viadores e de Paços de Gaiolo,
e havia gente à volta das campas,
de todas as campas,
menos de duas...
Tirei fotografias aos grandes,
vistosos
e dispendiosos arranjos florais,
sobre as pedras de mármore ou granito polido,
que devem ter custado os olhos da cara aos parentes dos mortos...
Fotografei grupos de familiares e amigos
em amena
(e aqui e acolá alegre, viva, franca, saudável)
cavaqueira.
Percebi que a homenagem aos nossos mortos
é também (e sobretudo ?)
um pretexto
para os vivos se mostrarem uns aos outros...
E para dizerem alto e bom som
que estão vivos,
e de boa saúde,
e que estão prósperos,
bem de vida,
com os seus Mercedes de matrícula K,
com as análises em dia,
e o certificado de robustez física,  passado pela autoridade de saúde,
com o corpo e todas as miudezas
dentro do prazo de validade.
Em suma, estão vivos, sãos, e recomendam-se...
Mas que também têm sentimentos,
não importa se pequenos ou grandes.
E que sabem mostrar que têm decência
e recato
e memória
e saudade...
E que sabem chorar, sinceramente, os seus mortos.
Muito simplesmente são ou parecem ser
gente feliz,
com uma lágrima furtiva ao canto do olho.
Em dia de festa dos mortos.
Ou melhor, em Dia (feriado) de Todos os Santos
que é também, para o povo, o Dia de Finados.

No sul, da Reconquista, de onde eu venho,
e a que eu pertenço,
mix de bárbaro, romano, mouro, judeu, franco, africano,
também há o culto antiquíssimo, pagão,
dos mortos...
Mas aqui, no norte, o cristianismo
(e a Igreja Católica Apostólica Romana)
soube quiçá enquadrá-lo melhor,
dar-lhe a necessária dimensão gregária, simbólica, normalizadora...

Por todo o país, no Portugal profundo
(ou no que resta desse mito),
os mortos são lembrados no seu dia,
e no seu sítio,
convenientemente apartados dos vivos.
All souls' day, diz-se em inglês.
O dia das alminhas (que ternura de termo!),
como diz o nosso povo.
Leio na Enciclopédia Católica
(cuja origem remonta a 1917):
 A fundamentação teológica desta festa
é a doutrina segundo a qual
as almas que, ao partirem do corpo,
não estejam perfeitamente limpas dos pecados veniais,
ou não tenham totalmente expiado as suas transgressões passadas,
ficam privadas da Visão Celeste.
No entanto, os fiéis sobre a terra podem ajudá-los,
por intermédio de orações,
esmolas
e sobretudo do santo sacrifício da Missa.

Não sei,  contudo, qual é o entendimento da Igreja Católica
em relação aos seus membros
que morrem em combate...
No passado, nas Cruzadas,
ou dilatando a fé e o império, ao serviço do rei,
mais tarde pela Pátria, conceito burguês.
Pode ser-se herói e herói da Pátria
e mesmo assim não se estar na lista dos eleitos...
Pode ter-se morrido pela Pátria e mesmo assim
esse sacrifício ter sido perfeitamente inútil...
Ou no mínimo, branqueado,
ignorado,
esquecido,
ocultado
ou até mesmo denegado.
Pode-se ter morrido pela Pátria, Mátria ou Fátria
(morre-se pelo pai, pela mãe, pelo irmão),
em Angola, Guiné ou Moçambique,
e mesmo assim ser-se completamente olvidado
(que é o pior dos abandonos)
nos nossos cemitérios,
no dia da festa dos mortos...

Para onde irão as almas dos combatentes ?
Quase sempre, muitas vezes,
em toda a parte,
para o limbo,
o purgatório do olvido,
que é esquecimento mas também adormecimento.
Como em Paços de Gaiolo,
do antiquíssimo concelho, já extinto,
de Bem Viver,
ou em tantas outras freguesias
do nosso querido Portugal profundo,
que já foi medievo, mouro, visigótico, romano, celta...
Como estas duas campas, rasas, de dois bravos
que deram a vida aos vinte anos, no ultramar português,
Joaquim Araújo, Francisco Soares…
por alguém, por alguma coisa
A que  eles chamavam Pátria…
Morto pela Pátria…
Eterna saudade de mãe e irmãos

De facto, a guerra do ultramar nunca existiu.
Os mortos do Ultramar nunca existiram.
Há uma amnésia geral
em relação aos nossos mortos do Ultramar,
uma espécie de denegação,
de branqueamento,
de alívio...
Por que o fim daquela guerra
foi literalmente o fim de um pesadelo...
Para os jovens da minha geração.
E é bom que os jovens de hoje saibam isso,
que havia então o serviço militar obrigatório
e que era altíssima a probabilidade de se ser mobilizado
para uma das três frentes de guerra,
ou teatro de operações,
que Portugal mantinha em África...

Hoje há pudor em falar desta guerra,
de baixa intensidade
mas que consumia vidas e cabedais.
Da guerra e dos seus mortos,
dos trasladados e dos insepultos,
dos seus desaparecidos,
dos seus estropiados,
dos seus mortos-vivos,
dos que vagueiam, ainda hoje, como fantasmas
pelas margens dos Rios Geba, Corubal, Mansoa,
Cacheu, Buba, Cumbijã, Cacine,
na Guiné,
ou nos rios de Angola e de Moçambique
cujos nomes os poetas, os bandeirantes e os geógrafos já esqueceram...

Se calhar a amnésia é recíproca:
de nós, felizardos, que estamos vivos,
em relação a eles que tiveram o supremo azar de morrer
(em combate, acidente ou doença);
e se calhar deles em relação a nós,
já que não mais nos visitam,
nem nos assombram,
nem nos incomodam,
nem nos interpelam ou questionam...

No dia dos Fiéis Defuntos,
na festa dos mortos
os que morreram de morte matada
no campo de batalha,
na África remota, distante, dos séculos passados
não têm uma menção especial,
na antiga vila e freguesia da germânica Fandinhões
(substituída do tempo do Marquês de Pombal
por Paços de Gaiolo),
uma atenção especial,
um arranjo floral,
nem sequer umas simples flores de plástico...
Mas será que deveriam tê-lo ?


Quinta de Candoz, Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses.
2 de Novembro de 2008. Revisto em 23 de Agosto de 2011 (**)
______________

Notas do editor: