sexta-feira, 5 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11346: Álbum fotográfico de Abílio Duarte (fur mil art da CART 2479, mais tarde CART 11 / CCAÇ 11, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70) (Parte X): Xime, Canquelifá, Bissau...



Foto s/ nº > Guine > CART 11 >  [No cais fluvial do Xime:] "Eu [, em primeiro plano, à esquerda] e o alferes Martins [, em segundo plano] no Xime" [O Xime era a "grande porta de entrada" do leste]




Foto s/ nº > Guine > CART 11 > "Eu, quando estive em Canquelifá" [, na foto, não é bem legível o título da tabuleta: Aeroporto  e Termas de Canquelifá ? ]


Foto s/ nº > Guine > CART 11 > "Eu, o Pais, furriel mecânico, e o Valdemar, algures no leste"


Foto s/ nº > Guine > CART 11 > "Eu e o Valdemar, salvo erro na Solmar, em Bissau"


Fotos (e legendas): © Abílio Duarte (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: L.G.]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Abílio Duarte, ex-fur mil art da CART 2479 (mais tarde CART 11 e finalmente, já depois do regresso à Metrópole do Duarte, CCAÇ 11, a famosa companhia de “Os Lacraus de Paunca”) (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70). (*).

[, Foto à direita, o Abílio Duarte, lendo a revista brasileira "O Cruzeiro", na messe,  em Nova Lamego, no Quartel de Baixo... Foto de Abílio Duarte]

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 27 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11324: Álbum fotográfico de Abílio Duarte (fur mil art da CART 2479, mais tarde CART 11/ CCAÇ 11, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70) (Parte IX): Piche, vista aérea... E as valas onde se "despistou" o nosso camarada e amigo comum Renato Monteiro...

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11345: Álbum fotográfico do Jorge Canhão (ex-fur mil inf, 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, Mansoa e Gadamael, 1972/74) (7): Op Ratice, no Choquemone, em 11/9/1973... Fotos do ex-alf mil Carlos Alberto Fraga, futuro capitão em Moçambique







Guiné > Região de Cacheu > Bula > Choquemone > 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72 > Op Ratice > 11 de setembro de 1973 > Evacuação de feridos (as 4 primeiras fotos de cima); fur mil Melo (última foto). Fotos da autoria do ex-alfd mil Carlos Alberto Fraga.


Fotos: © Carlos Alberto Fraga / Jorge Canhão (2011). Todos os direitos reservados


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso amigo e camarada Jorge Canhão, que vive em Oeiras (ex-Fur Mil At Inf da 3ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa e Gadamael, 1972/74).

Estas fotos, do alf mil Fraga, bem outras, do BCAÇ 4612/72, chegaram-nos às mãos através de outro grã-tabanqueiro, o Agostinho Gaspar, ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), residente em Leiria. Os nossos especiais agradecimentos aos dois, e muito em especial ao nosso camarada Jorge Canhão. No CD que nos foi cedido, as fotos do alf mil Fraga vêm num ficheiro, à parte, e algumas estão sumariamente legendadas (como é o caso destas que acima publicamos, tiradas no Choquemone).



O alf mil Fraga testando a HK 21


O alf mil Fraga numa operação de patrulhamento


O alf mil Fraga testando o Racal


Fotos: © Carlos Alberto Fraga / Jorge Canhão (2011). Todos os direitos reservados



Guiné > Região de Cacheu > Carta de Bula (pormenor), 1953, 1/50000 >  A norte da estrada Bula - Binar - Bissorã (em direcção a Farim), o PAIGC tinha uma das suas bases, Choquemone, um nome mítico, em meados de 1969, quando eu cheguei à Guiné. Era um daqueles topónimos exóticos com que os piras se começavam a familiarizar. Choquemone e outros, como Madina do Boé, Corubal, Gandembel, Guileje, Morés, Fiofioli..., pronunciados com temor e reverência pela velhice... (LG)

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


2. Mensagem do Jorge Canhão, respondendo a uma pergunta dos editores sobre o alferes miliciano, Carlos Fraga, que estagiou na 3ª C/BCAÇ 4612/72


Data: 25 de Março de 2013, 17:36

Assunto: ex-alferes miliciano Carlos Fraga

Camarada Luís Graça:

Sobre o ex- alferes miliciano Carlos Alberto Fraga aqui vão os dados que pediste, pois mesmo agora estive em contacto telefónico com ele, que vive em Faro.

Ele fez parte da 3ª Companhia do BCAÇ  4612/72 (cerca de 4 meses, até fim de 73 aproximadamente), como adjunto do comandante da companhia,  pois estava a tirar um estágio para capitães. Foi depois graduado em tenente, e foi como capitão comandar uma companhia em Moçambique, acabando o tempo de tropa nos Açores.

Por esse motivo, não tinha pelotão atribuído na companhia, podendo ir em qualquer um deles.

As fotos são de autoria do Fraga, sendo algumas delas tiradas a bilhetes de postal. Agradeço que,  ao publicares as fotos do Fraga, digas a origem, pois foi a única "condição" exposta.

Sobre as fotos da evacuação, foram tiradas no Choquemone (região de Bula),  a 11 de Setembro de 73, na operação Ratice. Como já tinha dito, a nossa companhia, quando regressou de Gadamael Porto, passou a força de reserva e intervenção do COT 9 (Comando Operacional Temporário), por
isso a nossa zona de operação era entre Bula, Mansoa, Bissorã, Mansabá até quase a Farim........Ver mapa que já vos enviei.

A evacuação são dos feridos nessa operação em que resultaram 3 feridos graves (furriel Silva, tiro no pescoço- vive no Porto; soldado Estalagem, vive em Bencatel, Vila Viçosa –atingido num braço e numa vista por um RPG; e um milícia com tiro na cabeça). Todos sobreviveram.

Além desses, houve mais 6 feridos ligeiros,entre eles o ex-alferes Rocha,que ainda tem estilhaços na cabeça,1 milícia e 4 praças.

Esta operação foi comandada pelo ex-alferes Maia do 2º pelotão (o meu), pois o nosso cmdt de companhia,  capitão Salgado Martins, estava de férias,(tal como eu, felizmente).

Sobre os destacamentos onde estive, foram: (i)  em Mansoa (6 meses), na protecção aos trabalhos de construção da estrada Jugudul/Babadinca;  (ii) rodei para Infandre, onde estivemos talvez 3 meses, de onde saímos para (iii) Gadamael Porto juntamente com o resto da companhia que estava
distribuída pelos destacamento de Braia (um pelotão), Mancalã, Pista de aviação de Mansoa (secção e meia em cada local) e pelotão de Mansoa.

Após o nosso regresso de Gadamael Porto,ficámos cerca de 1 ano como força de intervenção do COT 9 e após o 25/4/74, e depois da extinção do mesmo [, o COT 9,] , fiquei em Mansoa nos postos de Mancalã e Pista, até ao regresso a Portugal em 25 Agosto 1974.

Espero ter dado resposta ao que querias saber

Abraços,

Jorge Canhão

3. Comentário de L.G.:

Obrigado, Jorge, pelos teus rápidos e cabais esclarecimentos. Transmite ao teu amigo e camarada Carlos Fraga o agradecimento do nosso blogue pela gentileza de autorizar a publicação das suas fotos. Transmite-lhe igualmente o nosso convite para integrar a nossa Tabanca Grande. A sua experiência como alferes miliciano, no TO  da Guiné, antes de ir comandar uma companhia operacional em Moçambique, interessa-nos que seja conhecida e divulgada.  Por outro lado, o Choquemone sempre foi um dos lugares míticos da guerra de guerrilha e contraguerrilha na Guiné do nosso tempo. Temos já vários postes sobre o Choquemone, e malta de andou por lá.




CTIG - Comando Territorial Independente da Guiné > Carta da situação, referida a 7/4/1974 > A vermelho a delimitação da zona de acçaõ do Comando Operacional Temporário, COT 9. Documento inserido pelo Jorge Canhão na história do BCAÇ 4612/72,  mas cuja fonte original presumo que seja  o livro Batalhas da História de Portugal, Guerra de África, Guiné, 1963-1974, Vol. 21, editado pela Academia Portuguesa de História, e da autoria de Fernando  Policarpo.

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Nota do editor;

Último poste da série > 16 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11260: Álbum fotográfico do Jorge Canhão (ex-fur mil inf, 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, Mansoa e Gadamael, 1972/74) (6): Vítimas da emboscada na estrada de Farim-Mansabá-Mansoa, em 15 de julho de 1973: 1 morto, 8 feridos graves, 2 viaturas danificadas

Guiné 63/74 - P11344: Prosas & versos de Ricardo Almeida, ex-1º cabo da CCAÇ 2548, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (6): Em Farim... Dei-lhe o título de sonho

1. Texto enviado em 10 de março último, pelo nosso camarada Ricardo Almeida (ex-1.º Cabo da CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Farim, Saliquinhedim, Cuntima e Jumbembem, 1969/71) (*):


Em Farim... Dei-lhe o título de sonho.

Quem de tão longe me conversa,
encontrará ao pé das dunas,
pendurado nas palavras,
o mar inteiro.
Neste sentido
encontrarão,
das coisas do tempo
e dos seres,
o poeta irreconhecível.

Cantar-te-ei de mansinho e doce como tu és, ao deitar do sol. 

Quando o tempo chegar,
e o mistério que te suporta, 
e a mistura harmoniosa que nos une.
Destes tempos não sei que fazer 
e descrevê-los é tão difícil como pensá-los. 
Direi, imperturbável,  como tu és serena,
mais que todos os pacíficos. 
E voltarás ainda a animar o dia previsto! 
A água não sobe mais além, o meu corpo,
de quem é o canto que me beija as mãos a esta hora...
Eu e ainda eu...
Todos lá chegaram.
Direcção (como dizer) esta (língua a ler como quiserem),  
não encontrareis,
só o que me escape.
E esta acalmia,
aqui estou seguro,
as questões são as minhas e ninguém virá procurar-me.
De resto onde encontrar-me? 
A escrever,
amaldiçoando o dia.
Finalmente dia,
nem noite pisando a garganta, 
num momento de coragem agora como habitualmente, 
o sol levanta-se: 
Escrito em todos os livros,
o meu emprego do tempo,
sabeis...

O constante barulho nauseabundo dos últimos dias 
subiu-me à garganta 
como se ele tivesse chegado a este lugar, 
todavia tão pacato e simples.
Assim não serei nunca eu, 
o rio tranquilo,
nem o nome daquele que eu me dei, por algum tempo!Das palavras a criar...
Ainda há sol e letras nos campos verdes ao amanhecer.
Direi:
Enquanto o tempo for o mesmo 
e manifestar a insignifícancia do estar aqui... 
Estarei por cá!
 Não é uma questão de tempo;
 e continuamente, enquanto houver verão,
direi a nostalgia de outros meandros e outros corações. 
Então, por cá...assim é,
escreverei por caminhos entre giestas na serra.Por caminhos tortuosos a noite não tem estrelas. 
Sinto um odor forte: manhã! 
O navio volta guiado pelo vento. 
Terra! 
O vento bate forte, acentuando o ar doentio (do poeta). 
Não é ter muita força. 
E o vento faz novamente inchar as velas.O sol tinha desaparecido e passeava-me ainda contigo,
como se nada tivesse acontecido.
Guine retém ainda a frescura dos primeiros dias, recordas-te? 
Tão longe, direi eu... 
 E o meu íntimo tão alegre. 
No porto a velha casa está cansada. 
Os garotos brincam nas ruínas, um instante; 
silêncio entre a chegada e a partida dos dois navios. 
Faz-se tarde como habitualmente à mesma hora. 
Não, nada pode segurar-me. 
Nem o sol nem a velha casa nem a ponte.O poente já não serve. 
É isso: armadura, a velha casa,  
do lado de fora puxam-me com força. 
A palavra pode difícilmente significá-la.
O barulho acabou agora: os garotos desaparecem; 
no velho porto, fico eu sozinho. 
Poder talvez alcançar a miragem de um repouso infinito. 
No sitio onde as árvores fossem verdadeiras árvores. Sem mais! 
Chegou a manhã. 
Acordo,  percorro praças, ruas, lugares do sonho.
Espraio-me inteiro no olhar desconhecido que passa. 
As confidências tomam cada vez mais a proporção da paixão.
Avanço no futuro, como a paisagem dum país ao sul, 
com o sol ao meio dia:Guiné, junto-me a vós, amigos.

Em forma de carta estas linhas. 
O monólogo: por detrás da escrita, a moral.
A vós todos. O diálogo.
A TI.

De oiro e púrpura se vestiam os bosques. 
O sol resplandecente brincava com a copa das árvores.
Esperava: e os dias perdiam-se com o acabar dos meses.Dias agonizantes, milhares de dias. 
Sei portanto algumas palavras.
Interessa que as esgote, 
antes que empregá-las não tenha cabimento.Ainda o sol não chegado ao fim:
Grito pelo silêncio que estas palavras criam.

Marques de Almeida
CCÇ 2548 /  BCAÇ 2879

[Fixação de texto: L.G.]
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Guiné 63/74 - P11343: Efemérides (122): Cerimónia comemorativa do Dia do Combatente e do 4.º Aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, dia 13 de Abril em Matosinhos (Carlos Vinhal)

C O N V I T E

CERIMÓNIA DE COMEMORAÇÃO DO DIA DO COMBATENTE EM MATOSINHOS E COMEMORAÇÃO DO 4º ANIVERSÁRIO DO NÚCLEO DE MATOSINHOS DA LIGA DOS COMBATENTES.

A Direção do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes tem a honra de convidar V. Exa., seus familiares e amigos para a cerimónia em epígrafe, que terá lugar no próximo dia 13 de Abril (Sábado) e que contará com a presença do Sr. Presidente da Câmara, Dr. Guilherme Pinto.  

Apelamos à sua comparência, dos seus familiares e amigos, marcando presença nesta cerimónia tão especial para o nosso Núcleo e para os matosinhenses em geral.

A presença de todos é um dever de cidadania.  
A Direção


PROGRAMA

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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 18 DE FEVEREIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11112: Efemérides (121): Comemoração do Dia do Combatente de Gondomar, dia 2 de Março de 2013 (Carlos Silva)

Guiné 63/74 - P11342: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (6): Informação à Tertúlia (Joaquim Mexia Alves / Carlos Vinhal)

VIII ENCONTRO NACIONAL DA TABANCA GRANDE

DIA 8 DE JUNHO DE 2013

PALACE HOTEL DE MONTE REAL 


INFORMAÇÃO

Caros camaradas e amigos tertulianos
O camarada Joaquim Mexia Alves pede para informar que, atendendo a que o nosso VIII Encontro coincide com um fim de semana propício a umas miniférias (sábado, domingo e segunda), o Hotel pode vir a esgotar a sua capacidade para fornecer alojamento aos participantes que quiserem pernoitar de sábado para domingo, pelo que os eventuais interessados devem inscrever-se com a maior antecedência possível.

Como entretanto se alterou a data do convívio e se "congelaram" as primeiras inscrições, pede-se aos camaradas que ainda não reconfirmaram ou anularam a primeira, que o façam desde já.

Como sou eu que faço em primeira instância o registo dos pedidos para o almoço e pernoita no Hotel, peço que confirmem se o vosso nome consta na tabela que abaixo se publica.

Peço especial atenção camarada José Alberto Pinto, de Barcelos, que ainda não reconfirmou a sua inscrição no almoço e pedido de pernoita que tinha feito para o dia 22 de Junho.


VIII Encontro da Tertúlia

Lista dos 44 inscritos até ao momento


Se alguém julga dever constar na listagem e não encontra o seu nome, por favor contacte-me para o meu endereço de habitual.

A maneira mais expedita para fazer se inscreverem é através do meu e-mail: carlos.vinhal@gmail.com

Informações complementares, podem encontrá-las neste link:

17 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11270: VIII Encontro Nacional da Tabanca Grande (5): Dia 8 de Junho de 2013 será a data do nosso Convívio por "imposição" do Palace Hotel de Monte Real (Joaquim Mexia Alves / Carlos Vinhal)

A Organização:
Luís Graça
Joaquim Mexia Alves
Miguel Pessoa
Carlos Vinhal
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Guiné 63/74 - P11341: Blogoterapia (225): Agradecimento à tertúlia deste grande Blogue (Carlos Vinhal)

O Rio Vouga em S. Pedro do Sul
Foto: Carlos Vinhal

Os meus estimados camaradas e amigos já devem estar a pensar mal de mim. Tantos comentários publicados no poste do nosso aniversário* e eu nem uma palavra ainda disse, passados que são 7 ou 8 dias.

Chegado, havia que fazer prioritariamente a listagem dos aniversariantes de Abril e os respectivos postalinhos, atender às solicitações de alguns camaradas, responder a quem se me dirigiu directamente, etc, etc, etc.

Pois aqui estou a agradecer publicamente, tarde mas não mal, com a justificação de que quando entrei ao serviço tinha a caixa de correio (a electrónica) atolhada com cerca de 500 mensagens, entre outras: SPAMs, brincadeiras que teimam em mandar para o meu endereço de trabalho, comentários gerados pelo sistema, comentários pessoais e mensagens com material para publicação.

Muitos camaradas e amigos(as) me telefonaram, alguns ficaram até em lista de espera, e eu, nabo que sou, com um telemóvel a estrear, até "calei" o nosso querido camarada Miguel Pessoa que me ligou em simultâneo com alguém.

A todos quantos se me dirigiram, congratulando-se com os meus 65 anos, fico reconhecido.

Queria ainda deixar aqui uma palavrinha para o camarada Hélder Sousa que diz algures que eu elaborei o postal metendo as pessoas pela ordem de antiguidade, aparecendo assim a nossa amiga NI (Maria Dulcinea) em último lugar. Pois não foi.

Cá comigo não há antiguidade, postos, sexo, ou outras distinções, mas sim o NOME por ordem alfabética, a começar em A e acabar em Z. Podem conferir.

Quanto à deferência devida às senhoras, continuo a ceder-lhes o meu lugar nos transportes públicos, o interior dos passeios, a primazia no atravessamento de portas, como me ensinaram em pequeno. Eu sei que já não se usa, mas não esqueçam que sou antigo.

Correu para aí que eu fui algures para o sul. Esclareço que não sou pato bravo, não voo, não ando em bando, não emigro, nem procuro terras quentes no inverno. Fui sim para S. Pedro do SUL. Ora aí está a origem da confusão.

Aproveito, porque ainda não fiz, para cumprimentar os meus companheiros de aniversário, Armando Pires, Eduardo Magalhães e NI, a quem desejo tudo de bom e uma saúde de ferro.

Abraço colectivo do vosso amigo e camarada
Carlos Vinhal
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Notas de  CV:

(*) Vd. poste de 27 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11321: Parabéns a você (552): Armando Pires, ex-Fur Mil Enf da CCS/BCAÇ 2861 (Guiné, 1969/70); Carlos Vinhal, ex-Fur Mil da CART 2732 (Guiné, 1970/72); Eduardo Magalhães Ribeiro, ex-Fur Mil Op Esp da CCS/BCAÇ 4612 (Guiné, 1974) e amiga tertuliana Maria Dulcinea que pisou a terra vermelha de Bissorã

Vd. último poste da série de 15 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11257: Blogoterapia (224): Cozinhas de campanha (Ernesto Duarte)

Guiné 63/74 - P11340: Parabéns a você (556): Agostinho Gaspar, ex-Sold Cond Auto do BCAÇ 4612/72; António Dias, ex-Alf Mil da CCAÇ 2406; Hernâni Figueiredo, ex-Alf Mil do BCAÇ 2851 e José Eduardo Oliveira (JERO), ex-Fur Mil Enf.º da CCAÇ 675

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Nota do editor

Vd. último poste da série de 3 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11339: Parabéns a você (555): Carlos Pedreño Ferreira, ex-Fur Mil do COMBIS e COP 8 (Guiné, 1971/73)

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11339: Parabéns a você (555): Carlos Pedreño Ferreira, ex-Fur Mil do COMBIS e COP 8 (Guiné, 1971/73)

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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 3 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11335: Parabéns a você (554): Álvaro Vasconcelos, ex-1.º Cabo de TRMS do STM (Guiné, 1970/72)

Guiné 63/74 - P11338: 9º aniversário do nosso blogue: Os melhores postes da I Série (2004/06) (6): O meu diário (José Teixeira, ex-1º cabo aux enf, CCAÇ 2381, Buba e Empada, 1968/70) (Partes XI / XII): Das peripécias da licença de férias à morte do Cantiflas, por eletrocução (junho-julho de 1969)



Guiné-Bissau > Região de Quínara > Empada > 2005 >  A antiga (e atual) rua principal de Empada




Guiné-Bissau >  Região de Quínara > Empada > 2005 >  A antiga casa do chefe de posto



Guiné-Bissau >  Região de Quínara > Empada > 2005 >  A minha antiga enfermaria


Fotos (e legendas): © José Teixeira (2006). Todos os direitos reservados [Edição: L.G.]





O Zé Teixeira em Farosadjuma, Cantenhez, Região de Tombali, em 2011


1. Continuação da publicação de O Meu Diário, de José Teixeira (1º cabo enfermeiro Teixeira, da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá, Empada, 1968/70) (*)

Recorde-se do percurso do Zé, em terras da Guiné:

(...) "Fui enfermeiro de campanha na CCAÇ 2381. Fui para a Guiné em fins de Abril de 1968 e regressei em Maio de 1970. Estacionei cerca de 3 meses em Ingoré, no Norte, onde a companhia fez o seu treino operacional. Seguimos depois para Buba [, na região de Quínara, no sul] e fixámo-nos em Quebo (Aldeia Formosa), [no final de Julho de 1968]. Aí a CCAÇ 2381 teve como missão fazer escoltas de segurança às colunas logísticas de abastecimento entre Aldeia Formosa/Buba e Aldeia Formosa/Gandembel, ao mesmo tempo que garantia a autodefesa de Aldeia Formosa, Mampatá e Chamarra. Regressámos a Buba, em Janeiro de 1969, para servirmos de guarda às equipas de Engenharia que construíram a estrada Buba / Aldeia Formosa. Face ao desgaste físico e emocional fomos enviados, a partir de 1969, para Empada onde vivemos os últimos meses de Comissão".(...)




 Guiné > Região de Quínara > Empada > CCAÇ 2381 >  1969  >  O Zé Teixeira tinha (e continua a ter) um trato fácil e afável com a população local. Aqui vemo-lo "muçulmano por um dia" ou "por empréstimo", vestido à maneira tradicional da população islamizada...








Guiné > Empada > CCAÇ 2381 > 1969 > O 1º cabo aux enf  Teixeira, para além da sua intensa actividade operacional, estava sempre disponível para os outros e arranjava maneira de se divertir e divertir os seus camaradas. Aqui, nas duas fotos de cima,  caricaturando o festival da Eurovisão.

Fotos: © José Teixeira (2006). Todos os direitos reservados


Bissau, 19 de Junho de 1969

Regressei a Bissau depois de um mês de férias na Metrópole onde pude participar no casamento do meu irmão Joaquim.

A minha licença de férias foi cheia de aventura. O comandante não assinou o passaporte, pelo que não podia ir, apesar de ter a viagem comprada. Mandei um rádio para Bissau a anular a viagem e entretanto o comandante foi para uma operação.

Como tinha a papelada toda pronta apresentei-a ao capitão mais antigo que ficara a exercer o comando, e que era um bolas, estava ali de castigo. Este assinou e logo enviei novo rádio a Bissau a reservar a viagem, só que a avioneta do correio não veio no dia habitual e o risco de perder o avião e o dinheiro da viagem era grande.

Entretanto aparecem dois bombardeiros no ar e o lugar do atirador vago. Ao pressentir que iam aterrar, fardei-me, peguei na mala e dirigi-me à pista com intenções de pedir ao comandante da esquadrilha para me levar, só que vejo sair do outro bombardeiro nada menos que o meu comandante que regressava da operação. Olhou para mim, muito espantado, e regressámos ao quartel na mesma viatura, isto porque o meu passaporte perdera de imediato o valor, e anulei novamente a viagem. No entanto pedi ao alferes Barbosa para o guardar.

Nessa noite veio a Buba uma lancha trazer uma peça necessária para uma máquina, um caterpillar, que estava parado por ter pisado uma mina e era utilizado na construção da estrada para Aldeia Formosa. Alguém me veio avisar e eu rompi a barreira, fui ter com o Barbosa que estava a jogar cartas com o comandante, fiz-lhe sinal para vir cá fora, pedi-lhe o passaporte falso e, à revelia do comandante, fui para a Praia. Um colega pegou em mim e atirou-me para dentro da lancha e lá fui eu rumo a Bissau.

No dia seguinte de manhã cheguei a Bissau, corri à Agência, consegui ainda reservar a viagem e esperei 24 horas pela partida para Lisboa via Ilha do Sal.

  Empada, 5 de Julho de 1969

Empada parece ser o que os meus colegas diziam. A partir de l de Julho é a minha nova morada. A população é um misto de todas as raças onde predomina a Manjaca e a Bijagó. É trabalhadora e parece fiel. Recebe a tropa com muita simpatia e, pelo seu proceder, confirma mais ainda que a população da Guiné quer viver em paz no amanho das suas terras.

A região é bastante rica, tem muitas bolanhas e os africanos aproveitam para semear milho, mancarra, malagueta e batata doce. Também se dedicam à plantação de arroz na bolanha da Punderosa.

Porque o IN vem, destrói e mata, sinto que existe um ódio tremendo e uma insegurança na população, que no entanto se arrisca a trabalhar nas bolanhas para seu ganha pão.

Esta população, de raças diferentes da de Buba e Aldeia Formosa (Mandingas e Fulas), é muito mais trabalhadeira.

Não gosto da posição estratégica do Quartel, mas como já fizemos um grande desbaste na vegetação, eles não tem condições para se aproximarem muito. Há que estar atento e continuar a confiar. As instalações são boas, superiores às de qualquer quartel na Metróple. A alimentação, porque as refeições são bem feitas, pode-se dizer-se que são do melhor. Se assim continuar, teremos um fim de comissão em beleza.

A situação moral é caótica. O sexo avança em toda a linha. Quase todas as jovens lavadeiras se prostituem por dinheiro.

Buba, 10 de Julho de 1969

Em Buba novamente desde o dia sete, por um mês, segundo diz quem tem os livros, no entanto eu duvido um pouco. Recordo-me do ano passado, quando vim para este Sector, por um mês e ainda cá ando...

Presentemente Buba está calmo, já não mete, até certo ponto, o medo que metia nos tempos em que se andava a rasgar a nova estrada para Quebo (Aldeia Formosa). Mas é de temer , pois mesmo sem o terrror de há meses atrás, o trabalho ainda é muito, as saídas para o mato são constantes e o tempo não ajuda.

Tem chovido muito. Ainda ontem, fui impossibilitado de passar a noite emboscado pela chuva que caíu torrencialmente durante todo o dia. Saí de manhã cedo em patrulha de reconhecimento e ao fim da tarde estávamos ensopados de tal maneira que um colega caíu sem forças e cheio de frio e angustiado por o Comandante não autorizar o regresso a quartéis. Viemos traz-lo e fomos autorizados a ficar.

Não sei o tempo que vou estar por Buba. Parece que querem arranjar a velha estrada de Nhala e tenho medo de lá cair. As recordações que touxe de lá e de Samba-Sábali não foram as melhores e estrada está toda alagada pelas chuvas da época.

A estrada nova Buba/Aldeia Formosa (Quebo) está feita e pretende substituir a velha estrada de Nhala com as suas bolanhas lamacentas, mas ninguém se atreve a passar na dita, pois na primeira e única coluna que se fez, houve três terríveis emboscadas que provocaram três mortos e nove feridos.

Empada está a tornar-se uma zona perigosa. Desde que saí de lá já sofreram dois ataques cujos resultados desconheço. É certo que está lá pouca tropa. Talvez seja essa a razão que faz o turra. ir até lá chatear mas... qual será melhor ? Buba, um pouco calma, com muitas saídas, fraca comida, más instalações, ou Empada que tem melhores condições, com o terrorismo a aparecer ?!

Buba, 12 de Julho de 1969

Há qualquer coisa que me falta. Sinto isso mais forte em mim desde que vim de férias. Pego num livro, porque de momento sinto vontade de ler para em seguida o fechar e pensar em qualquer coisa. Procurei na leitura qualquer coisa que precisava e não encontrei.

Sinto-me vazio. Por vezes sonho acordado, imagino a felicidade. Quero mais, quero ir mais além. Creio ser esta a razão do meu vazio. A sede de ir mais longe abrasa-me.

Comecei a sentir medo. Tenho medo de tudo, da vida e da morte, da guerra e do ódio, tenho medo. Tenho medo de mim mesmo, da minha fraqueza. Sinto-me um pouco fraco espiritualmente, mesmo com tudo o que as férias me deram. As forças do lado oposto também são mais fortes.

Será o meu querer forte o suficiente para vencer ? Tenho medo...

... Depois de deixar a pena correr, sinto o mesmo vazio que me persegue, que me atormenta. Que quero eu afinal ? Ir mais além, dar mais, continuar firme na minha construção como HOMEM...

Empada voltou a ser atacada hoje, enquanto por Buba não se nota o mais pequeno sinal do IN, aliás parece-me que as acções do bandido diminuiram em toda a Guiné.

Buba, 18 de Julho de 1969

Para morrer basta estar vivo, não interessa o local ou meio. De paz ou de guerra. A morte aparece em qualquer sítio e a qualquer hora. O Cantinflas estava na guerra.. Caíu debaixo de fogo várias vezes, sofreu os efeitos de uma guerra traiçoeira, sem o mais pequeno ferimento, mas a morte espreitava-o impiedosamente e há dias, através de um choque eléctrico, veio ter com ele.

Mulher e uma filha, os pais e familiares, os amigos, todos o esperavam. Que choque sentirá aquela esposa ao receber a notícia que o marido morreu electrocutado ?! Aquela criança... os pais que o adoravam!...

Veio para os Maiorais [, CCAÇ 2381,] em substituição do Alzira que se encontra na Metróple com uma perna artificial depois de pisar uma mina na estrada de Buba. Duas figuras típicas e muito queridas. O Alzira (cujo verdadeiro nome não sei) , um infeliz sem pais, que nos deliciava com os seus fados. O Cantinflas,  pela sua boa disposição permanente que deixava transparecer através de comiquices e lhe valeram o nome.

Empada voltou a ser atacada. Hoje emboscaram no Rio Grande duas Lanchas de Desembarque e o Barco Patrulha que transportavam uma companhia para Gadamael. Creio que não houve problemas.

Buba, 22 de Julho de 1969


Domingo (20) saí para o mato pela tarde a patrulhar a estrada nova e emboscar o IN em seguida. De certeza que fomos seguidos pelo IN que nos deixou montar a emboscada e abriu fogo de seguida. A nossa reacção foi rápida e os indivíduos calaram-se. Uma granada caíu bem perto de mim mas não feriu, aliás, nenhum dos meus camaradas foi ferido pelo IN. Apenas o homem do morteiro 60 se feriu na mão com o morteiro.

Retirámos silenciosamente sem mais novidades e chegámos a Buba pelas 20 horas onde toda a gente esperava ordens para avançar em nosso auxílio. Este pequeno ataque não foi pera doce para mim. Quando notei que o camarada do morteiro estava ferido - tinha a mão rasgada por não ter utilizado o prato e o morteiro ao disparar enterrou-se na terra escorregando-lhe pela mão - , passei mensagem que não havia feridos graves e dispus-me a tratá-lo para evitar a hemorragia.

O comandante, na sua pressa de se afastar da zona de perigo, mandou retirar e quando nos apercebemos estávamos a 300/400 metros dos companheiros de luta com o IN, na retaguarda que também não se tinha apercebido da situação. Iniciamos uma fuga a alta velocidade. Valeu-os o colega do lança-rockets [, bazuca,]  que se apercebeu e fez passar algumas granadas por cima de nós obrigando o IN a manter-se em defesa.

 (Continua)
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Nota do editor:

(*) Vd. último poste da série > 24 de março de 2013 >Guiné 63/74 - P11304: 9º aniversário do nosso blogue: Os melhores postes da I Série (2004/06) (5): O meu diário (José Teixeira, ex-1º cabo aux enf, CCAÇ 2381, Buba e Empada, 1968/70) (Partes IX / X): Buba, fevereiro / maio 1969

Guiné 63/74 - P11337: In Memoriam (147): Luís Fernandes Gonçalves Moreira (1948-2013), natural de Viana do Castelo, ex-fur mil trms, CCAÇ 2789 / BCAÇ 2928 (Bula, 1970/72)



Luis F. Moreira (29/12/1948- 3/4/2012)


 Retrato, em tela, do Luis F. Moreira, da autoria do artista plástico,  ex-paraquedista em Angola e também colega de trabalho nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, José Marques.Imagem enviada pelo Sousa de Castro.


1. Mensagem acabada de chegar, do nosso tertuliano nº 2, o mais antigo, o Sousa de Castro:



De: Sousa de Castro  
Data: 3 de Abril de 2013, 16:44

Assunto: Morreu o tertuliano Luís Fernandes Gonçalves Moreira

Caro amigos editores do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné:


É com grande tristeza que participo a todos os amigos e camaradas da Guiné que o nosso tertuliano Luís Fernandes Gonçalves Moreira, desencarnou hoje,  dia 3 de abril de 2013, vítima de doença prolongada. 

O funeral realiza-se em Perre, Viana do Castelo, pelas 16,00 de amanhã, dia 4.

2. Deixo aqui o poste em que ele se apresentou à Tabanca Grande:


(...) Mensagem de Luís F. Moreira, ex-Fur Mil  Trms da CCAÇ 2789/BCAÇ 2928, Bula, 1970/72, com data de 1 de Fevereiro de 2009:

Antes de mais um grande agradecimento pelo trabalho feito ao serviço de todos aqueles que perderam um pedaço da sua juventude na guerra. Muito obrigado.

Depois de algum tempo já consegui entrar em contacto com o genro do João Antão,  da minha Companhia,  e já enviei 3 fotos. Vou procurar manter o contacto e troca de informações.

Aproveito para enviar também para a nossa caserna três fotos, que me parece ter algum interesse a quem passou por Bula. A capela do Batalhão, o Monumento que deixamos em memória dos nossos mortos e a equipa de futebol do grupo de Pete (um destacamento da CCaç 2789).

Enviarei depois as duas minhas para pertencer à grande Caserna.

Um Abraço a todos
Luís Moreira
Ex-Fur Mil Trms
CCaç 2789/BCaç 2928
BULA
1970/72 (...)

3. Comentário de L.G.:

Não conhecia pessoalmente o Luís F. Moreira, mas era já uma presença familiar na nossa Tabanca Grande que, hoje, fica  mais pobre, triste e desolada. Obrigado, Sousa de Castro, pelo rápido envio da funesta notícia. Peço-te, no caso de poderes ir ao funeral, que transmitas à família o nosso grande pesar pela morte do Luís.

Envio também, em meu nome, dos demais editores, colaboradores e restante pessoal da Tabanca Grande,  aos camaradas da CCAÇ 2798, que estiveram em Bula, entre 1970 e 1972, palavras de apreço e de solidariedade. É mais um bravo que nos deixa, e que da lei da morte se libertou. O seu nome continuará a figurar na nossa lista de grã-tabanqueiros.  Saibamos honrar a sua memória.
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Nota do editor:

Último poste da série > 24 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11307: In Memoriam (146): D. Maria Hermínia Jesus Machado (Guifões, 1924-2013), mãe do nosso camarada Albano Costa, que faleceu hoje, dia 24 de Março (Editores)

Guiné 63/74 - P11336: Diário de Iemberém (Anabela Pires, voluntária, projeto do Ecoturismo, Cantanhez, jan-mar 2012) (13): Um batizado muçulmano

1. Continuação da publicação do Diário de Iemberém, por Anabela Pires (Parte XIII) (*)


 [, Foto à esquerda: a Anabela em Catesse, janeiro de 2012, crédito fotográfico: Pepito]


10 de Março de 2012

Ontem foi o batizado do Arnold Abdulai Djaló, o bebé que vi nascer. A Dra. Sónia, a médica alemã que tinha ido observar a Mariatu, telefonou durante a viagem para Bissau a saber como estava a decorrer o parto e foi-lhe dito que já tinha nascido um menino. Ela pediu para lhe darem o nome do seu marido. E assim foi. O menino chama-se Arnold (nome do marido da médica) Abdulai (nome de um irmão da Mariatu já falecido) Djaló (apelido da família do pai). Desta vez não perdi pitada e fotografei todo o batizado. Só me retirei quando degolaram a cabra, o que foi muito rápido.

A determinada altura, o sr. João Manuel (nome português de um habitante local que fez tropa no exército português) apresentou-me no terreiro dos homens e resolveram dar-me um nome guineense: Adama Queta. Bom, foi quase um segundo batismo mas não me raparam o cabelo, nem me lavaram a cabeça com a água onde mergulham folhas de mangueira, de figueira e cola.


[ Foto à direita: um batizado muçulmano, Iemberém, 6 de desembro de 2009. Foto: © João Graça (2009). Todos os direitos reservados]


Ontem chegou também o Pepito com o Claúdio, o Professor Turco e o Marco, italianos ligados ao Projeto EcoCantanhez. À tarde houve uma reunião com os guias turísticos e não percebi bem se também estavam os guardas do Parque. A reunião decorreu em crioulo e só consegui entender o sentido global do tema em debate. Hoje haverá nova reunião com os guias na qual irei participar. 

Temos cá, como turistas, um casal formado por uma guineense bastante clara e um italiano que vive em Bissau há 3 anos (namorados – penso que ele é representante da UE) e um casal americano que chegou de surpresa e veio de bicicleta desde Buba, uma terra que fica aqui a uns quantos quilómetros.

Por causa de todas estas pessoas, na 5ª feira estive grande parte do dia com a Satu na cozinha e fizemos bananas fritas, crepes de laranja (pela primeira vez; a Satu gostou muito e os clientes também) e tarte de limão. Como sempre acontece nas formações, de tudo o que vou ensinando à Satu sei que no futuro só fará três ou quatro receitas. Tenho sempre pena de que assim seja pois para mim a diversidade é importante. Para já sei que fará o Bolo de Laranja, a Tarte de Coco e Bananada Odile, talvez as Laranjas da Guiné à moda da Rosinda e … vamos ver se os Crepes de Laranja e a Tarte de Limão. Quem sabe a Salada de Repolho e Cenoura, a Sopa Juliana …. Só o tempo o dirá!

Agora vou começar a preparar a viagem que farei com 3 formandas à Gâmbia, a um projeto de ecoturismo. Bom, o mais difícil é preparar uma visita de estudo sem fazer a mínima ideia do que vamos ver e encontrar. Ainda não consegui que me dessem qualquer informação e não posso pesquisar pois não tenho Internet. O meu trabalho tem sido feito sem impressora (o Pepito já trouxe uma mas agora não temos eletricidade), sem viatura, sem Internet e agora sem eletricidade com menos possibilidades de carregar a bateria do computador.

Com um caderno B5 e outro material de escritório que trouxe de Portugal vou fazendo o que posso. A maioria das vezes faço as coisas no computador, para ficar com uma cópia, e depois passo à mão para as folhas do caderno (que está a acabar mas aqui há cadernos à venda!). E como a Judith [, francesa,] vai estar fora o fim-de-semana, o que me impedirá de carregar a bateria do computador no seu painel solar, o melhor é ficar-me por aqui pois já só tenho carga para mais 3 horas até à próxima 3ª feira!

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Nota do editor:

Último poste da série > 23 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11301: Diário de Iemberém (Anabela Pires, voluntária, projeto do Ecoturismo, Cantanhez, jan-mar 2012) (12): As mulheres, as mães...também aqui elas são, na maioria das vezes, o garante do sustento da família

Guiné 63/74 - P11335: Parabéns a você (554): Álvaro Vasconcelos, ex-1.º Cabo de TRMS do STM (Guiné, 1970/72)

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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 30 de Março de 2013 > Guiné 63/74 - P11330: Parabéns a você (553): António Graça de Abreu, Benjamim Durães e Rosa Serra

terça-feira, 2 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11334: Em busca de ... (220): Pessoal do Hospital Militar de Bissau, do tempo do meu pai, 1º cabo enf Vitorino Dores Pereira, HM 241, 1965/67 (João Rodrigo Pereira)




Guiné > Bissau > HM 241 > 1970 > Varando do hospital miliatr de Bissau. Foto do álbum de Elias dos Anjos Rodrigues, ex-soldado atirador do 3.º pelotão (, comandado pelo allf mil Ravasco), da CCAÇ 2700 (Dulombi, ,1970/72). O Elias mora em Vale de Anta, Chaves. Foi gravemente ferido 10 de Agosto de 1970, numa mina A/C na região de Jifim.

Cortesia do blogue CCAÇ 2700 - Dulombi (1970/72), criado (em 2007) pelo nosso grã-tabanqueiro Fernando Barata. Reproduzido com a devida vénia.

Foto: © Elias Anjos Rodrigues (2012). Todos os direitos reservados.

1. Mensagem do nosso leitor João Rodrigo Pereira:
De: João Pereira

Data: 17 de Março de 2013 à13 00:07

Assunto: Hospital Militar de Bissau, Guiné 65-67

Boa noite.

Numa visita ao vosso blogue, reparei que tinham muitas recordações sobre a Guiné. Deve estar a estranhar eu ser tão novo e já estar interessado nas histórias do ultramar, mas o meu interesse também é dar um pouco de lembranças ao meu pai, que tanto me fala da Guiné. Andamos os dois na iInternet a tentar descobrir mais um pouco, dos colegas, das fotos, e encontramos o vosso blogue. Acontece que,  com tanta informação, é difícil encontrar aquilo que desejamos.

O meu pai chama-se Vitorino Dores Pereira, era 1º cabo enfermeiro, e esteve a trabalhar no Hospital militar da Guiné-Bissau, no bloco operatório, entre 1965 e 1967. Houve uma altura em que ele,  na revista do Correio da Manhã, e numa reportagem sobre a Guiné, entrou em contacto com um colega, que depois ficou de ligar, mas entretanto nada.

Se nos puder ajudar, seria muito gratificante, e agradável o meu pai rever o que passou, encontrar colegas, e falar de tudo,  quer coisas boas quer coisas más. Cumprimentos e aguardarei um mail seu.

João Rodrigo Pereira


2. Comentário de L.G.:

João, sê bem, vindo. Os filhos dos nossos camaradas nossos filhos são. Obrigado pela tua mensagem. Já em tempos, em 2009,  nos tinhas contactado e nós publicámos o teu apelo. Transmite, por favor, ao teu pai as nossas melhores saudações. Vamos ajudá-lo a encontrar malta do seu tempo, do HM 241, 1965/67. Se calhar, a melhor maneira de o reconhecerem, é publicarmos uma foto dele, desse tempo. A tarefa não é fácil, sendo ele muito provavelmente de rendição individual. Por outro lado, como sabes ou deves imaginra, muitos camaradas do teu tempo desse tempo, ainda não navega pela Internet com a mesma facilidade de filhos e netos. Vê se o teu pai se lembra de alguns nomes desse tempo, de enfermeiros, médicos e outros técnicos de saúde. Tens razão, com tanta informação (são já mais de 11 mil postes, e dezenas de milhares de fotografias), é difícil encontrares o que pretendes. Mas pesquisa aqui:

HM241 [Hospital Militar nº 241, em Bissau] (tem mais de 80 registos ou marcadores no nosso blogue)
Os Nossos Enfermeiros (mais de 20 registos ou marcadores)
Os Nossos Médicos (cerca de 80 registos ou marcadores).

Boa sorte. Vamos ver se aparece alguém desse tempo, ligado ao HM 241. Um Alfa Bravo (ABraço). LG

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Nota do editor:

Último poste da série > 28 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11327: Em busca de ... (219): Malta da 2ª companhia do BART 6523 (Cabuca, 1973/74) e do Carlos Alberto Louro da Costa, que assentou praça comigo no RI 14 (Manuel Sousa da Silva, Armamar)

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11333: O Nosso Livro de Visitas (164): Dionildo Nunes Guardado (ex-sold, CCAÇ 2403 / BCAÇ 2851, Nova Lamego, Piche, Fá Mandinga, Olossato e Mansabá, 1968/70)

Guiné > Região do Oio > Mansabá > CART 2732 (1970/72) > 12 de Novembro de 1970 > Ataque do PAIGC... Enfermaria militar atingida por munição de canhão sem recuo. A CART 2732 foi render a CCAÇ 2403.

Foto: © Carlos Vinhal (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas. Todos os direitos reservados


1. Mensagem de 29 de março último, do nosso leitor (e camarada Dionildo Nunes Guardado;

De: Dionildo Nunes Guardado 
Data: 29 de Março de 2013 à32 10:19
Assunto: Camaradas da Guiné

Camarada Luís

Eu fiz parte da CCAÇ 2403,  era do 3º pelotão, da secção de metralhadoras mas estive a maior parte do tempo a trabalhar na cozinha.

Quando fomos para Mansabá,  fui trabalhar para a messe.

Tenho bastantes recordações, lembro-me no tempo que tivemos em Nova Lamego. Por exemplo, lembro-me que um pelotão da nossa companhia ia fazer uma escolta e fazer proteção aos camiões que iam fazer o abastecimento a um outro destacamento. Sofreu  uma emboscada.  Um roquete inimigo conseguiu  furar a chapa da Fox. Morreram os dois operadores que manobravam a viatura.

Também me lembro que, não sei precisar o dia, numa escolta de Mansoa a Mansabá também tivemos uma emboscada onde morreu um camarada nosso que, ao lançar um dilagrama com a bala apropriada foi com a vala real e a granada expludiou e ele teve morte imediata.

Mas há muito mais para recordar como a tragédia do Rio Corubal. Agora termino com um
abraço para todos os camaradas da Tabanca Grande

Dionildo Nunes Guardado
ex-sold, CCAÇ 2403/BCAÇ 2851, Nova Lamego, Piche, Fá Mandinga, Olossato e Mansabá, 1968/70); é atualmente coronel na reforma):
Email: nunesdionilo@sapo.pt

2. Comentário de L.G.:

Camarada Dionildo, sê bem vindo. A história da tua companhia e das vossas andança pela Guiné já aqui foi contada pelo teu ex-comandante, Hilário Peixeiro, hoje coronel na reforma. Mas as tuas recordações serão bem vindas, caso queiras integrar a nossa Tabanca Grande. Teremos muito gosto em publicá-las. O preço é simbólico: mandas duas fotos tuas, uma do teu tempo de tropa e outra atual, e contas, com maior detalhe, um história de que te lembres. Boa saúde, longa vida. A malta do blogue encontra-se todos os anos. O nosso VIII Encontro Nacional vai ser em Monte Real, Leiria, a 8 de junho de 2013. Um Alfa Bravo. Luis Graça
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Nota do editor:

Último poste da série > 24 de fevererio de 20134 > Guiné 63/74 - P11145: O nosso livro de visitas (163): Sónia Miranda, filha do nosso camarada, já falecido, Francisco Pacheco Miranda, ex-1º cabo, presumivelmente da CCAÇ 274, mobilizado pelo BII 18, Ponta Delgada (Fulacunda, 1962/64) (José Martins)

domingo, 31 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11332: Blogpoesia (332): Santa Páscoa (Luís Graça)







Candoz, 30 de março de 2013. Fotos de L.G.


A Santa Páscoa da Madalena

Páscoa em Março, fome ou mortaço,
Diz o povo, sem razão,
Na Madalena há o compasso,
Há festa, há união.

Viva o compasso pascal,
Que nos vem visitar,
Franqueando nosso portal,
Santas bênçãos nos quer dar.

Páscoa é vida e vale a pena,
É tradição cá do norte,
E também da Madalena,
Gente alegre e de altivo porte,

É simples a sua mensagem:
Triunfa a vida sobre a morte.
Segue o compasso a viagem
E a todos deseja sorte.

É casa de boa gente,
É um casal abençoado,
Vamos agora dar ao dente
E atacar…o anho assado.


Madalena, Vila Nova de Gaia, 31/3/2013