quinta-feira, 12 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13272: Efemérides (162): Homenagem aos Combatentes no dia 10 de Junho de 2014 em Leça da Palmeira-Matosinhos (Carlos Vinhal)

1. Por que este ano o Dia de Portugal coincidiu com o Feriado Municipal do Senhor de Matosinhos, as comemorações do 10 de Junho, em Leça da Palmeira, foram divididas em dois períodos, sendo o da manhã preenchido com o hastear da Bandeira Nacional no edifício de Junta de Freguesia, cerca das 10 horas.

Ao acto estiveram presentes o Presidente da União das Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, Dr. Pedro Sousa; a Presidente da Assembleia de Freguesia, Dra. Noémia Pires; Presidente da Direcção e Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, respectivamente, TCor Armando Santos e combatente Ribeiro Agostinho.

Dois elementos dos Bombeiros Voluntários de Matosinhos-Leça executaram brilhantemente os toques de continência à nossa Bandeira.

O hastear da Bandeira Nacional a cargo da Dra. Noémia Pires

Foto de família deste 10 de Junho de 2014


Cemitério n.º 1 de Leça da Palmeira - Talhão em Memória dos Combatentes da Grande Guerra e da Guerra do Ultramar

Da parte da tarde, junto ao Talhão dos Combatentes sito no Cemitério n.º 1, cerca das 15h30, iniciou-se a cerimónia de homenagem aos combatentes de Leça da Palmeira caídos em campanha.

Estiveram presentes as individualidades que de manhã haviam presidido à cerimónia do hastear da Bandeira Nacional, mais o Guião do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes e o, recentemente criado, Coro do mesmo Núcleo.
A parte religiosa foi presidida pelo senhor Padre Marcelino.

O nosso Coro, superiormente dirigido pelo Sarg Ajud Luís Ribeiro, interpretou duas orações e, no final da Cerimónia, o Hino Nacional.

O senhor Padre Marcelino lembrando e rezando pela memória dos nossos camaradas que não voltaram

Autoridades oficiais, Guarda de Honra composta por combatentes e algum público que compareceu apesar da concorrência da Romaria do Senhor de Matosinhos

Recolhimento para um minuto de silêncio após a deposição de uma coroa de flores na base do Talhão.

O combatente Daniel Folha lê um poema, de sua autoria, dedicado a sua mãe na hora do embarque para Angola

O Presidente da Mesa da AG do Núcleo de Matosinhos da LC, combatente Ribeiro Agostinho, dirigindo-se aos presentes

O combatente Carlos Vinhal na condição de porta-Guião do Núcleo de Matosinhos da LC

O senhor Presidente da União de Freguesias Matosinhos/Leça da Palmeira, Dr. Pedro Sousa, no uso da palavra

A Presidente da Assembleia de Freguesia, Dra. Noémia Pires, quis homenagear todas as mães, esposas, irmãs e namoradas, que, como ela própria, sofreram a ausência e temeram pela morte dos seus entes queridos que lutavam em terras de África.

No fim de cerimónia foi interpretado o Hino Nacional pelo Coro e pelos presentes

O Executivo da Junta de Freguesia teve a gentileza de nos receber depois no seu Salão Nobre, onde foi servido um Porto de Honra. Aproveitou-se o momento para conviver e lembrar o passado que não podemos nem devemos esquecer. Que Portugal nunca mais tenha de enfrentar qualquer tipo de guerra.

Fotos: Dina Vinhal
Legendas das fotos e texto: Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 6 DE JUNHO DE 2014 > Guiné 63/74 - P13250: Efemérides (161): Lisboa / Belém, 10 de Junho de 2014 - Homenagem Nacional aos Combatentes, integrada no Dia de Portugal

Guiné 63/74 - P13271: Manuscrito(s) (Luís Graça) (32): Estavam lindos os jacarandás quando deixei Lisboa... (Luís Graça)








Lisboa > Parque Eduardo VII, junto à praça Marquês de Pombal e à av Joaquim António de Aguiar > 7 de junho de 2014 > Os jacarandás em flor


Fotos: © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados.



Os jacarandás de Lisboa 
ou o puro azul do desejo

por Luís Graça


Estavam lindos os jacarandás
quando deixei Lisboa
e o Tejo, ao fundo.
Eram o puro azul do desejo,
o azul do lápis lazúli.
o azul mais inebriante do mundo.

Para trás, ficava o sulco de uma canoa
e o cheiro a alfazema de Alfama.
No teu quarto,  
de hotel barato,
o sofá-cama desfeito
era um certo jeito 
de dizer adeus,
um jeito tão português, tão nosso, 

o nosso fado, dirás,
ora batido ou chorado,
ora dançado ou cantado.

Falar da saudade de quem fica,
não posso,
nem devo dizer do desejo de quem parte,
que o amor é ciência e é arte.
Subo aos céus,
em avião a jacto
que corta o planeta
em duas metades laranja ao pôr do sol.

Não sei se é amor, de jure et de facto,

ou apenas sorte o arco-íris da tua paleta
com que pinto Lisboa de jacarandás.
Mas que pode a imaginação do poeta,
quando o coração, mais forte,
pensa que manda ?

Em Lisboa, cidade aberta,

eram os teus lábios de girafa
que eu em vão procurava
nas folhas das acácias vermelhas
com que imaginava, coberta, 
... a ilha de Luanda!


Portugal, Lisboa, Parque Eduardo VII;
Angola, Luanda, Ilha de Luanda, Clínica da Sagrada Esperança, junho de 2012.

Guiné 63/74 - P13270: Ser solidário (160): Petição: Parem imediatamente o tráfico ilegal de madeira na Guiné-Bissau!... (Patrício Ribeiro / Luís Graça)


1. De  Bissau,  com data de 6 do corrente, o nosso camarada e amigo Patrício Ribeiro manda-nos a seguinte mensagem:

As más noticias...

Todos os dias a bicha dos contentores a tardinha, chega em duas filas,  desde o Palácio, até aos portões do porto de Bissau,  contornado a Amura e estrada à volta de Bissau, por de trás da Alfandega.

São muitas dezenas de contentores por dia, há quem diga que são mais de 100 que diariamente a entrar no porto...

Um abraço

Patricio Ribeiro

2.  PETIÇÃO | Parem imediatamente o tráfico ilegal de madeira na Guiné-Bissau!

Caros/as amigos/as e camaradas da Guiné:

A exploração e tráfico ilegal de madeira na Guiné-Bissau está a  tomar proporções assustadoras,  colocando em perigo os ecossistemas do país e as comunidades que dele dependem. É importante que todos/as nos mobilizemos no sentido de apelar às autoridades nacionais e internacionais a agirem, rapida e prontamente. 


  Leiam, divulguem e assinem  esta petição, disponível, aqui, no síto da AVAAZ.org - Community Petitions [, inmagem acima,]  em português, francês e inglês. Reproduz-se a seguir a versão em português.

Nós já a subscrevemos, a título individual. Basta indicar o nome, o endereço de email e o país. Esta petição foi lançada em 4 do corrente, pelo grupo Acção C., da Guiné-Bissau, e destina-se a aer entregue a: (i) Presidente da República e primeiro ministro da Guiné-Bissau; (ii) Presidente da República Popular da China; (iii) Secretário Geral das Nações Unidas e União Europeia.,

A publicação no blogue desta petição em nada viola, no nosso entender, o princípio, nº 7,  da "não-intromissão, por parte dos portugueses, na vida política interna da atual República da Guiné-Bissau (um jovem país em construção), salvaguardando sempre o direito de opinião de cada um de nós, como seres livres e cidadãos (portugueses, europeus e do mundo)".(Ver O Nosso Livro de Estilo). Escusado será recordar, mais uma vez, que as opiniões aqui expressas, sob a forma de postes ou de comentários, são da única e exclusiva responsabilidade dos seus autores, (LG).

Manifesto
Os recursos florestais da Guiné-Bissau estão a ser brutalmente extirpados,  ameaçando a manutenção da sua diversidade genética, a conservação da biodiversidade no país e colocando em perigo as comunidades locais que dependem dos ecossistemas.

Estudos da Organização Internacional das Madeiras Tropicais indicam que apenas 1% da exloração madeireira nos trópicos é sustentável.

A licença anual de exploração está fixada em 20.000 m3,  embora este valor tenha sido afixado sem qualquer tipo de avaliação prévia ou estudo sobre a capacidade de exploração sustentável no país.

A madeira é na maior parte das vezes arrumada em contentores nas matas, e não nas madeireiras como a lei obriga, fugindo totalmente ao controlo da quantidade cortada e processada.

A primeira denúncia e revolta popular ocorreu em Quínara em Outubro de 2012, quando jovens do setor de Fulacunda identificaram cidadãos chineses usando uma licença de exploração da madeireira Folbi que lhes permitia explorar diariamente dois contentores de madeira (aproximadamente 34 m3/dia).

Esta denúncia, assim como as restantes que se seguiram, nunca obtiveram resposta ou tomada de posição do anterior Governo de Transição.

Atualmente das 8 regiões do país as que estão a ser alvo de tráfico ilegal de madeira são todas aquelas onde ainda existem manchas florestais, nomeadamente: 


  • Cacheu (setor de Cantchungo); 
  • Oio (setores de Farim, Mansabá e Bissorã); 
  • Bafatá (Setores de Contuboel, Bambadinca, Galomaro, Ganadu e Xitole), 
  • Gabú (setores de Pitche, Mansabá e Bissorã);
  • Tombali (Quebo e Catió);
  • Quínara (setores de Buba, Fulacunda e Tite).

Nestas regiões o corte de madeira foi realizado também em áreas protegidas onde o corte massivo de qualquer madeira está interdito!

No corredor ecológico de Salifo por exemplo, no Parque Nacional do Dulombi cuja criação, funcionamento e financiamento está a cargo das Nações Unidas, foram retirados 300 contentores (5.100 m3) entre Janeiro e Março de 2014 sob pressão militar.
No Parque Natural das Lagoas de Cufada, na aldeia de Bacar Conté, foram cortadas 116 árvores só no mês de Janeiro de 2014.

Ameaças e agressões aos camponeses são feitas por militares sempre que há resistência em qualquer parte do país em cooperar, colocando frequentemente os seus direitos humanos em causa,  aliada a uma completa inação das forças policiais.

Os relatos e as denúncias aumentam a cada dia que passa. Neste ritmo de exploração ilegal de madeira os ecossistemas da Guiné-Bissau entrarão num irreversível colapso!
Nós,  cidadãos nacionais e internacionais, plenos cidadãos de direito, exigimos uma tomada de posição imediata.

Ao Presidente da Républica e Governo recém eleitos na Guiné-Bissau:
  • suspensão imediata da concessão de novas licenças e revogação das licenças concedidas a empresas infratoras.
  • avaliação do impacto ecológico, social e económico do desmatamento ilegal;
  • abertura de um inquérito ao trafico ilegal de pau-de-sangue e outras árvores exóticas no país, em particular nas áreas protegidas, florestas comunitárias e florestas sagradas;
  • reflorestação das áreas afetadas;
  • expulsão do país das pessoas estrangeiras condenadas e envolvidos no tráfico de madeira e julgamento e condenação dos nacionais diretamente envolvidos;
  • aplicação de uma moratória à exploração de pau-de-sangue por 10 anos.
Ao Presidente da República Popular da China:
  • que a China assuma a sua responsabilidade na destruição das florestas dos países em desenvolvimento onde tem estabelecido parcerias de cooperação;
  • que a China reveja o seu conceito de cooperação ajudando na mitigação do problema;
Ao Secretário Geral das Nações Unidas e à União Europeia:
  • se pronuncie sobre o formato de cooperação da China com os países em desenvolvimento, fornecendo um relatório público sobre essas relações de cooperação e seus impactos para os últimos, lembrando que as Nações Unidas encontram-se engajadas em ajudar os países como a Guiné-Bissau a atingir os objectivos do milénio;
  • apoie a sociedade civil Guineense no reforço de capacidades em matéria de advocacia através de facultação de ferramentas operacionais que permitam a esta participar nas tomadas de decisão referentes ao desenvolvimento do país em matéria de exploração de recursos naturais.
Para assinar a petição, clicar aqui. [Revisão e fixação do texto, incluindo negritos, da responsabilidade do editor LG].

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Nota do editor:

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13269: Agenda cultural (323): II Colóquio Internacional Colonialismo, Anticolonialismo e Identidades Nacionais “A Guerra e as Guerras Coloniais na África Subsaariana no Século XX (1914-1974)”: Universidade de Coimbra, Departamento das Ciências da Vida, Antropologia, amanhã e depois, 12-13/6/2014






1. Com pedido de divulgação, reproduz-se mensagem, de 7 do corrente,  do nosso leitor  José Matos [e investigador, especialista em aviação militar, filho de uma camarada nosso, já há muito falecido, fur mil José Matos, da CCAV 677 / BCAV 5499, 1964/66]

Boa noite

No final da próxima semana decorre em Coimbra um colóquio sobre “Colonialismo, Anticolonialismo e Identidades Nacionais” promovido pelo Grupo “História e Memória” do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século 20 (CEIS20). 

Já está disponível no site do colóquio o programa e a ficha de inscrição. Agradecia a divulgação deste evento no vosso site.

José Matos



II Colóquio Internacional Colonialismo, Anticolonialismo e Identidades Nacionais
“A Guerra e as Guerras Coloniais na África Subsaariana no Século XX (1914-1974)”



Em Fevereiro 2008, integrado na “X Semana Cultural da Universidade de Coimbra” e organizado pela linha de investigação “Colonialismo, Anticolonialismo e Identidades Nacionais” do Grupo “História e Memória” do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século (CEIS20), teve lugar o Colóquio Internacional “Comunidades Imaginadas. Nação e Nacionalismos em África”.

O livro (parcialmente homónimo) de Benedict Anderson foi o ponto de partida, pretendendo-se teorizar, documentar e ilustrar as múltiplas faces da complexa questão nacionalista e as peculiares tonalidades que estas assumiram no cenário africano. Ao longo de dois dias, especialistas consagrados, jovens investigadores, assim como personalidades de formação diversa, enquadraram a problemática e analisaram, em especial, os países nascidos no rescaldo do fim do colonialismo português.

Sendo intenção dar continuidade a iniciativas similares, os investigadores da mencionada linha pretendem organizar o II Colóquio Internacional Colonialismo, Anticolonialismo e Identidades Nacionais, subordinado ao tema “A Guerra e as Guerras Coloniais em África no Século XX (1914-1974)”.

Com o objectivo de assinalar o centenário do início da I Guerra Mundial e os 40 anos do fim da Guerra Colonial/de Libertação, propõe-se que todos os investigadores interessados dêem o seu contributo com o envio de propostas no âmbito das seguintes temáticas:

1) Das Campanhas de Pacificação” à “Grande Guerra”

2) Cultura, representações e memórias da guerra

3) Demografia, Migrações e Refugiados de guerra

4) A Guerra Colonial/de libertação

5) Psicopatologias em contexto de (pós) guerra



Chamada de Trabalhos : datas importantes

(i) até 31 de Março era  prazo limite para a submissão das propostas;  até 15 de Abril – Comunicação dos resultados; até finais de Abril – Publicitação do programa

(ii) 12 e 13 de Junho – Realização do Colóquio [vd. programa,  em detalhe, em baixo] ;

(iii) 20 de Junho – Data para o envio do texto final para publicação

Data limite para o pagamento da inscrição: 25 de Maio de 2014: (i) Participante com comunicação – 10€; Participante sem comunicação (com certificado e materiais) – 5€

O colóquio terá lugar na:  Universidade de Coimbra, Deprartamento das Ciências da Vida, Antropologia

 Comissão Científica:

Ângela Coutinho | Daniel Gomes | Fernando Pimenta | Joana Damasceno  José Lima Garcia | Julião Soares Sousa |  Sérgio Neto

Comissão Organizadora:

 Alexandre Ramires | Ângela Coutinho | Clara Serrano | Daniel Gomes | Joana Damasceno | José Lima Garcia | Julião Soares Sousa | Marlene Taveira | Sérgio Neto

Programa:

 [, entre outras, chama-se a atenção das comunicação a apresentar, no dia 13, no painel IV - Guerras Coloniais, às 10h00, por José A. Matos  e Matthew M. Hurley, "A arma que mudou a guerra", referência ao Strela; bem como pelo nosso amigo, o historiador guineense Julião Soares Sousa, "A 'guerra de fronteira': Guileje e o corredor de Guileje"; de destacar ainda  a apresentação de testemunhos orais de antigos combatentes da guerra colonial, na tarde do dia 13 ]





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Nota do editor:

Último poste da série > 6 de junho de 2014 >  Guiné 63/74 - P13244: Agenda cultural (322): Lançamento do livro "Guiné-Bissau, um país adiado - Crónicas na pátria de Cabral", de Manuel Vitorino, dia 12 de Junho de 2014, pelas 18h00 na Biblioteca Florbela Espanca, em Matosinhos.

Guiné 63/74 - P13268: In Memoriam (190): António Rebelo (1950-2014), ex-fur mil, 3ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74)... Estava inscrito no nosso IX Encontro Nacional, a realizar em Monte Real, no próximo dia 14... Faleceu ontem, de morte súbita... O seu corpo será velado na igreja de Massamá e cremado amanhã em Barcarena... Vamos recordá-lo, doravante, sob o poilão da nossa Tabanca Grande (Jorge Pinto / Luís Graça)


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Cerimónia do içar a Bandeira Nacional. O fur mil António Rebelo é o  do meio,  que está de calções.

Foto (e legenda): © Jorge Pinto (2014). Todos os direitos reservados.

1. Mensagem do nosso camarada Jorge Pinto [, ex-alf mil, 3.ª CART/BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74; foto à esquerda]:


Data: 10 de Junho de 2014 às 22:24
Assunto: Falecimento do camarada António Rebelo (*)


Luís, meu amigo, acabo de receber a triste notícia do falecimento do nosso querido camarada António Rebelo, que este ano nos iria acompanhar pela primeira vez, no nosso Encontro Nacional da Tabanca Grande. (**)

O seu corpo ainda se encontra no hospital Amadora Sintra. Segundo a esposa dele,  que me deu a triste notícia,  presume-se que a causa da morte tenha sido um enfarte, mas aguarda autópsia. O corpo virá para a igreja de Massamá e será cremado no crematório de Barcarena, possivelmente na 5ª feira. 

Embora ele não fosse ainda membro da Tabanca Grande,  sei que estava entusiasmado em confraternizar connosco e começar a enviar fotos e outras memórias de Fulacunda, onde esteve entre 1972/74, pertencente à 3ª Cart do Bart/6520-72, como Furriel Miliciano.

Envio uma foto em que ele está a participar na cerimónia do içar a Bandeira Nacional. É o elemento do meio que está de calções.

Tinha  63 anos em Setembro.

Recebe o meu abraço e a minha grande pena de não te poder apresentar, no próximo sábado, este nosso querido amigo, pois estou convicto que irias simpatizar muito com a pessoa que ele era.

JPinto

2. Comentário de LG:

Querido amigo e camarada Jorge: Este blogue também é o blogue das emoções fortes, das alegrias e das tristezas... Estava eu tão entusiasmado com a perspetiva de  vos receber de braços abertos, no próximo sábado, em Monte Real, a vocês três, bravos representantes da 3ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74), a ti, ao José Miguel Louro  e ao António Rebelo,  quando o mensageiro da morte me dá a notícia, brutal, de que o Rebelo já  não pertence ao mundo dos vivos!... Nós, que lidámnos com a morte aos 20 anos, não estamos prontos para falar com ela, cara a cara, aos 60, aos 70... Aliás, quem está ?... Nenhum de nós, humanos, mortais, finitos...

Jorge, os poetas, os escritores, os filósofos, os teólogos, os cientistas, os comuns mortais já esgotaram as palavras dos dicionários falando de (ou escrevenedo sobre) a morte, o mistério da morte, e a nossa ilusão de imortalidade.

Transmite à viúva e demais família do nosso camarada António Rebelo (1950-2014) os nossos sentimentos de dor e de solidariedade na dor. Quando um camarada da Guiné morre, há também algo de nós que morre.

Ainda sei pouco sobre o Rebelo, para além da idade (63 anos, feitos em setembro de 2013) e o facto de se ter licenciado em sociologia, tal como eu, depois, da passagem à disponibilidade, no pós-25 de abril. Uma singela homenagem que lhe podemos fazer é, desde já, celebrar a vida, e recordar alguns  momentos da passagem do António Rebelo por este mundo, nomeadamente quando os nossos destinos se cruzaram, aqui e na Guiné.

Vou pedir ao Jorge Pinto que nos ajude a resgatar essa memória, que ajude o nosso malogrado camarada a cumprir  provavelmente uma das suas últimas  vontades, que era a de se sentar sob o poilão da nossa Tabanca Grande e partilhar, com os seus camaradas, pedaços das suas memórias daquela terra verde e vermelha onde ele e nós passámos 2 anos decisivos da nossa juventude.

Jorge, através da família, com tempo e vagar, faz-nos chegar alguns registos, e nomeadamente imagens digitalizadas, da vossa vida em comum em Fulacunda.

Em homenagem ao António Rebelo, e aos demais camaradas da 3ª CART / BART 6520/72, o seu nome passa a figurar, desde já, no nosso mural, o  dos grã-tabanqueiros que "da lei da morte se foram libertando". Passa a ser também o nosso grã-tabanqueiro nº 659 (***). Para que, quando alguém perguntar pelo seu nome, haja sempre um camarada que responda, por ele: "António Rebelo ? Sim,  presente!"...
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 12 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13129: In Memoriam (189): José Henriques Mateus (1944-1966): uma singela e tocante homenagem das gentes da sua terra, Areia Branca, Lourinhã, na manhã de domingo, 11 de maio... Um exemplo a ser seguido por outras terras deste país.

(**)  Vd. poste de 28 de maio de 2014 >  Guiné 63/74 - P13203: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (9): Um exemplo a aplaudir e a seguir: Jorge Pinto, "régulo" de Fulacunda, traz mais dois camaradas com ele, até Monte Real, no dia 14 de junho: José Miguel Louro e António Rebelo, da 3ª CCART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74)

(...) Mensagem do nosso leitor e camarada António Rebelo [, 3ª CART/BART 6520/72, Fulacunda, 1972/1974]:

Data: 27 de Maio de 2014 às 16:08

Assunto: Pedido de inscrição no almoço de 14 de Junho p.f.

Boa tarde, Luís Graça:

Julgo que não nos conhecemos pessoalmemte. No entanto, temos amigos comuns: Jorge Pinto, José Miguel Louro, etc... e foi o José Miguel Louro, primeiro, e o Jorge Pinto, depois, quem hoje me deu a boa nova: Vai-se realizar um almoço dos ex-combatentes da Guiné. Queres vir?

Foram-me facultadas as coordenadas e os elementos mais que suficientes para chegar a Monte Real [,por lapso, escreveu Vila Real].

Depois, no contacto telefónico foi-me facultado o nome do blog e aqui estou eu a tentar marcar presença no próximo evento.

Um abraço.

António Rebelo
Massamá

Fulacunda:
3ª CART/BART 6520/72 (1972/1974).


(***) Vd. último poste da série > 8 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13257: Tabanca Grande (438): António Correia Rodrigues, ex-Fur Mil Cav da CCAV 766 (Fulacunda, S. João e Tite, 1964/66)

terça-feira, 10 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13267: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte X: (i) o galo que teve o nosso primeiro Pinheiro; e (ii) o pobre do porco que, morto por doença e enterrado, não se livrou da faca e do fogo... (Avelino Pereira)

1. Histórias da CCAÇ 2533 > Parte X (Fur mil at inf, 4º pelotão, Avelino Pereira)


Continuamos a publicar as "histórias da CCAÇ 2533", a partir do livro editado pelo 1º ex-cabo quarteleiro, Joaquim Lessa, e impresso na Tipografia Lessa, na Maia (115 pp. + 30 pp, inumeradas, de fotografias). Esta publicação é uma obra coletiva, feita com a participação de diversos ex-militares da companhia (oficiais, sargentos e praças).

A brochura chegou-nos às mãos,  em suporte digital,  através do Luís Nascimento (que também nos facultou um exemplar em papel e que, até ao momento, é o único representante da CCAÇ 2533, na nossa Tabanca Grande). 

Temos autorização do editor e autores para dar a conhecer, a um público mais vasto de amigos e camaradas da Guiné, as aventuras e desventuras vividas pelo  pessoal da CCAÇ 2533, companhia independente que esteve sediada em Canjambari e Farim, região do Oio, ao serviço do BCAÇ 2879, o batalhão dos Cobras (Farim, 1969/71).

Desta vez vamos  publicar dois episódios, contados pelo fur mil Avelino Pereira, do 4º pelotão, e que correspondem às pp. 50/53; (i) o galo que teve o 1º sargento Pinheiro; e (ii) o porco que, morto por doença e enterrado, não se livrou da faca e do lume.  

Nas duas fotos que se publicam também, a seguir, reconheço o nosso camarada, ex-1º cripto Luís Nascimento. Não preciso de dizer que o Avelino Pereira passa a estar automaticamente convidado a integrar a nossa Tabanca Grande. Basta-lhe, para o efeito,   manifestar esse desejo e mandar-nos as duas "chapas" da ordem: uma foto atual, e outra do tempo da tropa ou da guerra,,, (LG).












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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de junho de  2014 >  Guiné 63/74 - P13231: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte IX: (i) um dia diferente: quando o cantor Horácio Reinaldo veio atuar a Canjambari, no âmbito do Programa das Forças Armadas (PFA); e (ii) um dia inesquecível: aquela mina A/P que estava montada para o fur Fernando Pires...

Guiné 63/74 - P13266: Ser solidário (159): É verdade, é tristemente verdade, Isabel, por aí, por essa terra madrasta, pode bem dizer-se: "... E a morte continua"!... No dia em que foi a enterrar a Alicinha do Cantanhez (2010-2014).

A Alicinha e a mãe, nalu, Cadi Indjai (1985-2013)
1. Mensagem da Isabel Levy Ribeiro, em Bissau, chegada hoje por volta das 11h55

Assunto - Alicinha

Olá, Alice e Luis. Acabei de receber agora a noticia da Alicinha. A vossa [menina] morreu ontem e está a decorrer agora o seu funeral  lá no sul.

Não sei o que aconteceu! Apenas que se foi.

Há pouco deram mais uma notícia da morte de um rapaz que trabalhava na TV de S. domingos. Por aqui, pode-se dizer ..."e a morte continua", ao contrário de "a vida continua".

Um abraço
Isabel

2. Resposta de Luís Graça:

Obrigado, Isabel, pela grandeza do teu gesto. Registo e não esqueço. Os amigos são também para estas ocasiões dolorosas. 

A minha Alice ficou num pranto quando, incrédula,  leu a notícia. Acabávamos de chegar da casa do Nuno Rubim, na noutra banda, onde fomos buscar uns livros. 

Telefonámos de imediato ao António  Baldé, pai da Alicinha, que mora aqui perto de nós, em Alfragide [, foto  à esquerda]. Estava triste por ter recebido, da Guiné-Bissau,  a notícia de que a menina, ontem,  estava muito doente. Demos-lhe a então a notícia do brutal desfecho.(*)

A Alicinha do Cantanhez, a filha da Cadi e do Baldé, a mana do Nuninho (**), não chegava aos 5 anos, a mítica fronteira da sobrevivência na Guiné-Bissau. A morte levou-a com ela, depois da mãe Cadi, depois do mano Nuninho. Fica um pai (e um irmão, adolescente, de 15 anos), desctroçado. Ele que tanto queria conhecer (e viver ao lado de) a sua filhota  mais nova... Tinha planos para voltar para a Guiné, para a sua casa em Caboxanque, no próximo ano, e dedicar-se à apicultura...

É uma dor de alma. A Guiné é  uma terra madrasta para as crianças... E tanto que a Alice e o Baldé sonharam em trazê-la para cá!.... De alguma maneira, a Alice também se sente culpada por não  ter conseguido vencer, em tempo útil, a burocracia e trazê-la para Portugal, para o pé do pai e do irmão... A Alicinha, que ela já tratava como a "sua menina"... 

É verdade, é tristemente verdade, Isabel, por aí, na Guiné,  pode-se dizer: "... E a morte continua!"...

Obrigado, amiga. Espero que as coisas melhorem para ti e a  tua família. Um xicoração apertado. Luis (e Alice).
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 26 de fevereiro de  2014 > Guiné 63/74 - P12776: Ser solidário (158): Gente amiga da ONGD Ajuda Amiga: o cor comando ref Hélder Vaz Pereira, presidente do conselho Fiscal, que viveu desde os 4 anos em Bissau... (Armando Pires)

(**) Vd. Luís Graça > Blogpoesia > 24 de setembro de 2008 > Blogantologia(s) (II) - (72) Nasceu e morreu um pretinho da Guiné

Guiné-Bisssau > Região de Tombali > Setor de Bedanda > Cananima > 2 de Março de 2008 > Uma jovem, da região, que estava grávida, e que tinha o marido em Bissau. Caíu nas boas graças das nossas senhoras, sempre muito maternais: a Júlia [, esposa do Nuno Rubim], a Alice [, esposa do Luís Graça], a Isabel [, esposa do Pepito]... 

Cadi era o seu nome. Vivia em Farim do Cantanhez. Esteve recentemente às portas da morte. E perdeu o seu primeiro e único filho, o Nuninho, de 4 meses. Por paludismo. Por abandono. Por falta de tudo (ou quase tudo). Por falta de cuidados de saúde (primários e secundários). Por falência dos serviços públicos de saúde. Por falta de médicos que vêm estudar para Portugal e não voltam.... Por ser guineense, por ter nascido num dos piores países do mundo no que diz respeito a indicadores de saúde materno-infantil... "Que raiva, que mundo, que desgraça de país" - é a primeira reacção que nos ocorre, a nós, que estamos num país que tem um dos baixos indicadores de mortalidade infantil do mundo... Sofremos, e muito, com estas notícias tristes que nos chegam da nossa querida Guiné... e que nos envergonham a todos (LG).


Nasceu e morreu um pretinho da Guiné

Cadi, de seu nome.
Amorosa.
Uma ternura.
Uma jóia de miúda.
Tinha a graça de uma gazela
apascentando na orla da bolanha.
Era nalu.
Vivia em Farim do Cantanhez.
Filha de um velho combatente da liberdade da pátria,
com direito a pensão
ao fim do mês.
Estava grávida de muitas luas.
Atrelou-se à Júlia e à Alice
em Iemberém,
no início de Março de 2008.
Com aquela candura, doçura, espanto e maravilhamento
das crianças africanas,
quando vêem uma Mulher Grande, branca.

Guiné 63/74 - P13265: Consultório militar, de José Martins (4): Unidades que passaram por Fá Mandinga, no leste (1964 / 1974)



Guiné > Zona leste > Carta de Bambadinca > Escala 1/50 mil (1955) > Posição relativa de Fá Mandinga, a escassa meia dúzia de quilómetros de Bambadinca, na direção de Bafatá.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014).


1. E a propósito de Fá Mandinga ter sido (ou não) uma "terra importante" no TO da Guiné (*)... Aparentemente teve um papel discreto na guerra... E,. durante muito tempo esteve associada ao nome do engº agrónomo Amílcar. De facto, a estação agrária experimental de Fá tinha boas instalações, entretanto desafetadas com o início da guerra. Mas Amílcar Cabral nunca ali trabalhou, e muito menos viveu. Ele e a sua primeira esposa, portuguesa, Maria Helena Rodrigues, silvicultora, viveram e trabalharam na estação agrária experimental de Pessubé, nas imediações de Bissau, entre setembro de 1952 e março de 1955 (Vd. planta da cidade de Bissau, em baixo).

Mas foi lá, em Fá Mandinga.  que se formou a 1ª Companhia de Comandos Africanos e de lá partiu para a aquela que viria a ser mais tarde, em 22 de novembro de 1970, a Op Mar Verde (, invasão anfíbia de Conacri). E a seguir à 1ª, vieram lá formar-se a 2ª e 3ª CCmds Africanos. com as quais se  constituiu  mais tarde o Batalhão de Comandos Africanos. Sem esquecer o Pel Caç Nat 63, comandado pelo nosso "glorioso alfero Cabral"...

Para tirar as dúvidas, o nosso assessor militar, José Martins [, foto atual à direita ], mandou-nos esta lista, a seguir publicada,  de unidades que passaram por Fá Mandinga,...

Curiosamente parece haver um lapso em relação ao Pel Caç Nat 63, que de facto esteve em Fá Mandinga pelo menos desde o 2º semestre de 1969 até meados do 1º semestre de 1970 (ou mais), indo depois para Missirá em substituição  do Pel Caç Nat 52 (que era comandado pelo Beja Santos). O Pel Caç Nat 63 voltaria a Fá entre novembro de 1972 e agosto de 1974 (quando foi extinto).

O primeiro batalhão (, ou respetiva CCS,)  a estacionar em Fá Mandinga terá sido o BCAÇ 607 (julho de 1964/abril de 1966). O BCAÇ 1888 também lá esteve, a partir de abril de 1966, indo depois para Bambadinca em novembro desse ano. Também passaram por Fá, a CCAÇ 1589 (entre dezembro de 1966 e abril de 1967, seguindo depois para Madina do Boé (**).  Igualmente lá estiveram, cerca de 3 meses,  antes de irem construir Mansambo,  os "Viriatos", a companhia do Carlos Marques dos Santos e do Torcato Mendonça, a CART 2339 (***). E muitas mais... (LG)


Unidade
Origem
Chegada
Saida
Destino
BCaç  697 -   CCS
RI 15
Jul 64
Abr 66
Fim comissão
CCaç   674
RI 16
Jul 64
Jul 64
Fajonquito
CCav    678
RC 7
Set 64
Jan 65
Ponta do Inglês
Pel Rec  Daimler 809
RC 6
Nov 64
Jan 66
Dulombi
BCaç 1856 - CCaç 1417
RI 1
Set 65
Mai 66
Bajocunda
Pel Mort 1028
RI 2
Set 65
Nov 66
Bambadinca
BCaç 1888 -  CCS
RI 1
Abr 66
Nov 66
Bambadinca
BCav  705 - CCav   702
RC 7
Abr 66
Mai 66
Fim comissão
BCaç 1887 - CCaç 1547
RI 1
Mai 66
Set 66
Bula
Pel Rec Daimler 1133
RC 6
Ago 66
Out 66
Bambadinca
BCaç 1887 - CCaç 1546
RI 1
Out 66
Dez 66
Bissau
BCaç 1888 - CCaç 1551
RI 1
Nov 66
Jan 67
Xitole
BCaç  1894 - CCaç 1589
RI 15
Dez 66
Abr 67
Madina do Boé
CCaç   817
BC 10
Jan 67
Fev 67
Fim comissão
CCaç   818
BC 10
Jan 67
Fev 67
Fim comissão
CArt  1661
RAC
Fev 67
Abr 67
Enxalé
BCaç 1912 – Ccaç 1685
RI 16
Abr 67
Out 67
Fajonquito
CCaç 1426
RI 16
Abr 67
Mai 67
Fim comissão
CCaç 1439
BII 19
Abr 67
Mai 67
Fim comissão
BArt 1913 - CArt 1689
RAP 2
Mai 67
Jul 67
Catió
BArt  1904 - CArt 1646
RAP 2
Ago 67
Jan 68
Xitole
BArt  1904 - CArt 1646
RAP 2
Set 67
Out 69
Fim comissão
BCaç 1933 - CCaç 1790
RI 15
Out 67
Jan 68
Madina do Boé
BCaç 1888 - CCaç 1551
RI 1
Nov 67
Jan 68
Fim comissão
CArt  2338
RAL 3
Jan 68
Abr 68
Nova Lamego
CArt  2339
RAL 3
Fev 68
Mai 68
Mansambo
CCaç 2383
RI 2
Mai 68
Jul 68
Nova Lamego
CArt  2413
RAP 2
Ago 68
Set 68
Xitole
BCaç 2852 - CCaç 2405
RI 2
Dez 68
Dez 68
Galomaro
BCaç 2851 – Ccaç 2403
RI 1
Fev 69
Abr 69
Mansabá
1ª CCmds Africana
CTIG
Jul 69
Jul 69
Bajocunda
1ª  CCmds Africana
CTIG
Set 70
Jul 71
Brá
Pel Caç Nat  52
CTIG
Jan 71
Jul 71
Missirá
2ª CCmds Africana
CTIG
Abr71
Out 71
Brá
3ª CCmds Africana
CTIG
Abr 72
Set 74
Extinção  Unidade
Pel Caç Nat   52
CTIG
Abr 72
Jul 72
Ponte R Unduma
Pel Caç Nat 63
CTIG
Nov 72
Ago 74
Desativada
BArt 3873 - CArt 3493
RAP 2
Dez 73
Jan 74
Bissau

Undiades que passarm por Fá Mandinga 

Fonte: José Martins (2014) (****)



Planta da cidade de Bisssau (c. 1975) > Posição relativa de Pessubé que, no início dos anos 50, ficava já bastante longe do centro de cidade de Bissau.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014).
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de  9 de junho de 2014 >  Guiné 63/74 - P13263: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (18): 14 mesas, de 10 lugares cada uma, com os nomes das localidades que foram sedes de batalhão ao longo da guerra... Mas cada participante (camaradas e seus acompanhantes) senta-se onde muito bem lhe aprouver...Não há lugares marcados à sombra do poilão da Tabanca Grande ...

(**) Vd. poste de 11 de junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4510: Memória dos lugares (31): Fá Mandinga, CCAÇ. 1589 (1966/68) (Armandino Alves)

(...) Sobre o Aquartelamento de Fá Mandinga, ainda recordo que:

Em Dezembro de 1966, a minha CCAÇ 1589, recebeu Guia de Marcha para Fá Mandinga.  Embarcamos em Bissau numa LDG em direcção a Bambadinca e daí seguimos em viaturas, pela estrada em terra batida, que estava a ser aberta pelo Batalhão de Engenharia, em direcção a Bafatá [, mais tarde alargada e asfaltada, no 2º semestre de 1967].

A certa altura viramos à esquerda e entramos na picada que nos ia levar a Fá. Era tão estreita que mal lá cabiam uma GMC ou uma Mercedes. Passamos o Aquartelamento de Fá de Cima e começámos uma íngreme descida até Fá de Baixo.
O Aquartelamento era constituído por 4 grandes barracões, dois de cada lado, com uma grande parada no meio. À volta era só capim, que era preciso desbastar para podermos ver mais longe e evitar surpresas “desagradáveis”, embora o pessoal de Fá de Cima nos protegesse pois, devido á sua posição no cimo da colina, viam muito mais longe.  Mas, pelo que eu sei, Fá nunca foi atacada.

A partir daqui fizemos várias operações, com outras Companhias que tinham a sua base em Porto Gole. A maior delas foi à mata do Saraoul, durou 10 dias e foi feita a nível de Batalhão.
 
 (...) Pouco tempo depois recebemos guia de marcha para Madina do Boé.

Quanto ao quartel de Fá, lembro-me que o 1º barracão se situava do lado direito de quem entrava no quartel e servia de caserna dos praças e quartos dos sargentos, e o 2º destinava-se aos Comandantes e, creio que também, a camarata dos oficiais.

Nas traseiras do 1º barracão estava instalado o “meu” Posto de Socorros e o reboque com o material de Campanha do SS, que nunca foi usado.  O 2º pavilhão, do lado esquerdo, só estava meio ocupado por nós, pois a outra metade estava vedada com rede e tinha guardado o material, para a fazenda do Amílcar Cabral [, informação errónea, já que o eng agr Amilcar Cabral nunca trabalhou aqui, mas sim na Granja de Pessubé (LG)].

Não me lembro onde ficavam a cozinha nem as oficinas auto. (...) Armandino Alves, 1º Cabo Aux Enf CCAÇ 1589 (1966/68) (...) 

(***) 11 de agosto de  2009 >  Guiné 63/74 - P4809: Estórias de Mansambo II (Torcato Mendonça, CART 2339) (12): Fá Mandinga, o único sítio onde tive direito ao luxo de um quarto