segunda-feira, 1 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17304: XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 29 de Abril de 2017 (12): O mundo continua a ser pequeno e a nossa Tabanca... Grande! (fotos de Luís Graça)


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > Aspeto da mesa com as entradas, servidas entre as 134h00 e as 14h00, na esplanada da sala Dom Diniz... É sempre agradável tomar os aperitivos ao ar livre enquanto se dá dois dedos de conversa com todo o mundo.... Nas edições anteriores, nem sempre foi possível montar as mesas cá fora, devido à instabilidade do tempo...


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > Momento dos aperitivos: a seção de bebidas. Os "brancos" (maduro e verde) tiveram boa saída... mas ainda há quem prefira a "água suja do imperialismo" (como alguns de nós chamavam a um dado refrigerante que, antes do 25 de abril de 1974, não se comercializava no "continente", mas tinha saída no "ultramar"; enfim, contradições do Portugal de antigamente)...


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 >  Dois tabanqueiros da Linha: da direita para a esquerda, o Jorge Pinto (Sintra) e o António Fernando Marques (Cascais)


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > Gente do leste, setor L1:  da esquerda para a direita, Manuel Soares (, do meu tempo de Caldas da Rainha, Tavira e Guiné, CART 2520, Xime, 1969/70), o Fernando Andrade Sousa, meu querido camarada da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71) (e que vive na Trofa),  e o casal David Guimarães (CART 2716, Xitole, 1970/72) e Lígia (Espinho). O Manuel Viçoso Soares, hoje empresário, já não o via desde 1970... Vive no Porto, onde a empresa (Sosoares - Caixilharias e Vidros SA) tem a sede, na Rua do Campo Alegre, 474, telef. + 3151 226 096 709).

Falámos ao telefone com o José Nascimento, também da CART 2520, e  nosso prezado grã-tabanqueiro algarvio. O Soares não precisa de convite para entrar para a Tabanca Grande. Fizemos diversas operações em conjunto, os dois éramos de armas pesadas de infantaria, eu, na CCAÇ 12,  e ele na CART 2520. Ficámos os cinco (comigo) à mesma mesa, ao almoço: eu, o Soares, o Sousa (e a esposa), o Guimarães... O Soares recordou-me, entre outras operações que fizemos juntos, a Op Pato Rufia ("o meu batismo de fogo"). Esteva na equipa de reordenamento dos Nhabijões, juntamente com elementos  da CCAÇ 12.


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > O José Miguel Louro ("outro menino da Linha", a quem eu convido para integrar a Tabanca Grande... ) e o lourinhanense Eduardo Jorge Ferreira.


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > Dois camaradas da "3ª geração" de graduados da CCAÇ 12, o António Duarte (Linda a Velha / Oeiras) e António Manuel Sucena Rodrigues (Oliveira do Bairro).


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > O Francisco Silva, o "nosso ortopedista", e o Arménio Santos, ex-deputado à Assembleia da República e dirigente sindical, nosso grã-tabanqueiro desde 5/11/2009(Foi-Fur Mil de Rec Inf, Aldeia Formosa, 1968/70).


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > O "periquito" Urbano Martins Oliveira, que veio da Figueira da Foz, ladeado à sua esquerda pelo Armando Pires e à sua direita pelo Luís Paulino (, membros ilustres da Tabanca da Linha).


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > A "freima" do fotógrafo de serviço, o J. Casimiro Carvalho (Maia).

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
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Nota do editor:

Último poste da série > 1 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17302: XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 29 de Abril de 2017 (11): novos e velhos amigos e camaradas (Fotos de Luís Graça)

Vd. também:

1 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17300: XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 29 de Abril de 2017 (10): as primeiras fotos da nossa festa (Jorge Canhão)

1 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17298: XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 29 de Abril de 2017 (9): as primeiras fotos da nossa festa (Miguel Pessoa)

Guiné 61/74 - P17303: FAP (101): Agora num expositor... Aventuras de um capacete... E não só... (Miguel Pessoa)



O Tenente Pilav Miguel Pessoa iria ser recuperado um dia depois de se ter ejectado do seu Fiat G-91 atingido por um míssil Strela


Com a devida vénia ao Blogue da Tabanca do Centro e ao nosso camarada Miguel Pessoa, Coronel Pilav Ref (ex-Tenente Pilav da BA 12, Guiné, 1972/74), reproduzimos o Poste 906 daquele Blogue:

AGORA NUM EXPOSITOR... AVENTURAS DE UM CAPACETE… 
E NÃO SÓ…

Miguel Pessoa

Há tempos foi publicado neste blogue um Poste (P866) da autoria do meu camarada Alberto Roxo da Cruz, em que ele relatava as peripécias que envolveram a sua ejecção e recuperação nas matas da Guiné. Dessa história - que naturalmente conhecia, pois eu também estava lá… - fixei uma frase ali escrita: “Aí, apercebi-me que tinha perdido o capacete, que estava com o francalete bem justo, assim como a máscara e a viseira colocadas. Quem quiser, que experimente retirar o capacete da cabeça, nestas circunstâncias. Nós tentámos essa experiência e ninguém conseguiu!”

A cena da perda do seu capacete na ejecção, essa desconhecia-a. Mas é em tudo igual ao que me tinha acontecido meses antes no Sul da Guiné, quando também tive que me apear dum Fiat G-91 em andamento… No meu caso não dá para relatar a minha descida em paraquedas pois não me lembro de nada entre o disparo da cadeira de ejecção e a recuperação da consciência uns minutos (?) depois da queda.

Esses pormenores já os relatei anteriormente no blogue "Luís Graça & Camaradas da Guiné" (podem ver aqui) .

Sobre o capacete, posso assegurar que também eu tinha a máscara de oxigénio colocada, o francalete devidamente ajustado e a viseira em baixo. Mesmo assim, o facto é que o capacete se foi embora durante a ejecção, o que mostra a brutalidade desta medida de emergência…

O que não contei então é que, mais tarde, em conversas tidas com o Gen. Paraquedista Norberto Bernardes (meu camarada e amigo desde os tempos da Academia Militar em 1965) me foram relatadas as peripécias da recuperação desse meu capacete, encontrado no mato pelo grupo que ele comandava (então como Capitão), inclusive com recurso a um ramo para ver se o IN o teria armadilhado…

Bom, como quem procura tem prioridade, no fim desse dia o meu amigo Bernardes estava na posse do meu capacete… e do meu paraquedas, os dois em razoável estado de conservação.

Magnânimo, o Norberto Bernardes propôs-me decidir qual a peça que eu gostaria de recuperar, ficando ele com a outra. Optei por ficar com o paraquedas, que achava ser uma boa recordação; afinal, iria ter um capacete novo quando voltasse a voar. E assim se fez: Eu guardei o paraquedas e o Norberto Bernardes levou o capacete para a sua casa.

Passados uns bons anos, parece que tivemos ambos um rebate de consciência – Afinal, lá em casa as peças não tinham grande préstimo, seria mais interessante se estivessem expostas num local em que pudessem ser apreciadas por outras pessoas.

Foi assim que em determinada altura o Norberto Bernardes me informou que tinha oferecido o meu capacete para ser exposto no Museu da Base Escola de Tropas Paraquedistas, em Tancos.


Achei a ideia interessante e resolvi oferecer o meu paraquedas ao Museu do Ar, da Força Aérea, oferta essa que acabou por não se concretizar por “falta de espaço para exposição do material” (palavras do responsável, que me escuso de comentar…).

Desde há muitos anos, principalmente desde a data da minha recuperação, os Paraquedistas têm sido uma família para mim, com quem gosto de me dar e que sempre me recebem bem.

Foi por isso que em 2006 naturalmente resolvi oferecer o meu paraquedas ao Museu da Base Escola de Tropas Paraquedistas, onde hoje repousa na companhia do meu capacete, após uma longa separação de 33 anos, iniciada no longínquo ano de 1973…


Com um abraço especial ao Norberto Bernardes, um camarada por quem tenho grande amizade e consideração, lembrando também com saudade outro camarada que foi essencial na minha recuperação, o Cap. João Cordeiro, falecido num trágico acidente num salto de paraquedas, poucos meses mais tarde.

Miguel Pessoa
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Nota do editor

Último poste da série de 27 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17183: FAP (100): Um DO no charco do Como, história inserta no livro "Nos, Enfermeiras Paraquedistas" (Miguel Pessoa / Giselda Pessoa)

Guiné 61/74 - P17302: XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 29 de Abril de 2017 (11): novos e velhos amigos e camaradas (Fotos de Luís Graça)


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017  > O Hélder Sousa, o régulo da Tabanca de Setúbal: trouxe com ele a Maria Arminda.


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017  > O nosso coeditor Carlos Vinhal (Leça da Palmeira / Matosinhos) com o Francisco Silva (Porto Salvo / Oeiras)


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017  > O  nosso coeditor (jubilado) Virgínio Briote mais o Zeca Macedo (que representava aqui a diáspora caboverdiana nos EUA e a marinha, que ele foi oficial miliciano nos fuzileiros)... Em segundo plano, ao centro, o Manuel Augusto Reis (Aveiro)... O Zeca Macedo, ex-2.º tenente fuzileiro especial, DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74), nasceu na Praia, Santiago, Cabo Verde, em 1951; vive nos Estados Unidos, onde é advogado; é membro da nossa Tabanca Grande desde 13/2/2008). Tem a dupla nacionalidade, de Cabo Verde e dos EUA.


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017  > O "periquito" do Jorge Ferreira, à direita, com o seu amigo José Henrique S. Ribeiro (que, vim a descobrir, é meu vizinho de Alfragide; convidei-o a integrar a nossa Tabanca Grande).


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017  > A minha velha amiga Tucha (Maria de Fátima) mais o seu companheiro e nosso camarada (ex-alf mil mec auto, em Aldeia Formosa, CCS/BCAÇ 3852, Aldeia Formosa, 1971/73), Manuel dos Santos Gonçalves, mais a mana da Tucha, em segundo plano, Maria Adelaide Fernandes Luís e o seu companheiro (que também esteve no CTIG), António Manuel Correia Luís...

 O Manel Gonçalves anda há, pelo  menos, 3 anos a prometer-me que vai "tratar dos papéis" para ingressar  na Tabanca Grande... Com as idas a Monte Real, já ganhou automaticamente esse direito... Só queria era uma foto antiga, dele, tirada lá em Aldeia Formosa....




Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017  > O José Fernando Delgado Mendonça (Oeiras), "periquito" nestas andanças... Convidei-o para integrar a nossa Tabanca Grande. Publicou, na sua página do Faeebook um álbum com este evento, com a seguinte nota:

"Reunião anual de ex-combatentes da Guiné (Tabanca Grande Luís Graça). Foi a minha primeira participação e gostei muito! Espero voltar todos os anos! À atenção de: Tabanca Grande Luís Graça; Joaquim Mexia Alves; Jorge Ferreira Canhão; Eduardo Magalhães Ribeiro; José Casimiro Carvalho; Arménio Santos; António Luís; Maria Luís;... Se não gostarem de alguma fotografia digam-me aqui no FB, por mensagem privada, para eu apagar. Abraço a todas/os".



Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > O Eduardo Jorge, à esquerda, com o seu camarada que não via há séculos, o Francisco Feijão, desde o tempo em que ambos foram alferes milicianos da Polícia Aérea na BA 12, Bissalanca, por volta de 1973/74... Ao centro, em segundo plano, o filho do nosso coeditor Eduardo Magalhães Ribeiro, o Carlos Eduardo. O Francisco Feijão entrou recentemente, em 2/3/2017,  para a Tabanca Grande (membro nº 737).

Fotos (e legendas): © Luís Graça  (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].

Guiné 61/74 - P17301: Notas de leitura (952): Guerra da Guiné: Os atores, a evolução político-militar do conflito, as revelações surpreendentes - Apresentação dos três volumes alusivos aos aspetos operacionais na Guiné, da responsabilidade da Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974 (3) (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 21 de Abril de 2017:

Queridos amigos,
Assim se põe termo à comunicação que apresentei, por convite do senhor Chefe do Estado-Maior do Exército, dos três volumes referentes a aspetos da atividade operacional da guerra da Guiné, da responsabilidade da Comissão para o Estudo das Campanhas de África.
Encontram-se aqui revelações surpreendentes, saliento que se possui finalmente referências oficiais ao que seria o plano de retração, decidido em 1973 e que Bethencourt Rodrigues iria executar ainda em 1974. Este Comandante-Chefe escreve alarmado em 20 de Abril a Costa Gomes, sente que o esgotamento de meios, a desmotivação das tropas e a capacidade ofensiva do PAIGC prenunciam momentos duríssimos.
É uma leitura bastante recomendável àquele conjunto de nostálgicos que ainda acreditam e professam que a guerra da Guiné era sustentável e estava muito longe de se considerar perdida.

Um abraço do
Mário


Mário Beja Santos durante a sua alocução


Guerra da Guiné: 
Os atores, a evolução político-militar do conflito, as revelações surpreendentes (3)

(Apresentação dos três volumes alusivos aos aspetos operacionais na Guiné, da responsabilidade da Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974), Academia Militar, 18 de Abril de 2017)

Mário Beja Santos

Em 15 de Maio de 1973, Spínola preside a uma reunião de Comandos, entrara-se numa nova fase da evolução da guerra. O Comandante-Chefe disserta um rol de preocupações: não pretende enfraquecer o apoio económico-social às populações, estas não entenderiam economia de meios, recorda que na conceção inicial, em 1968, desguarnecera-se áreas desabitadas em ordem a recuperar meios em proveito do esforço que se impunha realizar nas zonas Oeste e Leste para deter o alastramento da guerrilha; assistia-se agora ao crescente potencial do IN. Ponderadas as análises, setor a setor, considerava-se essencial satisfazer um conjunto de necessidades em mais Companhias, mais Comandos de Agrupamento e de Batalhões, Companhias de Engenharia, armas de maior alcance para contrabater os fogos inimigos (morteiros 120 mm, canhões sem recuo e lança-granadas foguete), pelotões de artilharia, etc. E diz expressamente:
“Se não forem concedidos os reforços solicitados e as armas que permitam enfrentar o inimigo atual, julga-se que será necessário remodelar o dispositivo. Mas neste caso, as missões atualmente dadas às nossas forças, em termos de proteção das populações e apoio ao esforço principal da manobra, teriam de ser revistas. Ficariam também altamente prejudicadas as missões de contrapenetração e de detenção do alastramento da subversão, comprometendo-se desta maneira a missão das forças armadas no teatro de operações”.

Na sequência desta reunião, o Secretariado-Geral da Defesa Nacional produziu em 28 de Maio um memorando onde se argumenta parecer estar-se numa altura em que uma revisão estratégica ter de ser feita na componente política, já que a componente militar, com os atuais meios, atingira um limite a partir do qual podia vir-se a não cumprir a missão. Não havia mais meios para oferecer à Guiné, mas não deixava de se propor medidas de caráter militar, a começar pela Força Aérea e nas medidas de política interna sugeria-se explicitamente contactos com os movimentos de guerrilha, à semelhança da operação “Madeira” (acordo com a UNITA). O Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, Costa Gomes, desloca-se a Bissau em Junho, entre os assuntos tratados, Spínola referiu que o inimigo podia estabelecer no Boé uma base territorial com concentração de poderosos meios, mas não estava muito convicto dessa possibilidade. É nessa reunião que Costa Gomes e Spínola se entendem numa manobra de retraimento do dispositivo, com as seguintes linhas: rio Cacheu – Farim – Fajonquito – Paunca – Nova Lamego – Aldeia Formosa – Catió. Este retraimento, insista-se, era o resultado da inexistência de meios, e trazia um preço elevadíssimo, o abandono de quartéis, a transferência dos efetivos para dentro destas linhas, a migração de populações em grande volume, dentro deste dispositivo, acreditava-se, seria possível resistir mais concentradamente ao PAIGC.

Em Agosto de 1973, Spínola regressa definitivamente a Lisboa, é substituído pelo General Bethencourt Rodrigues, um reconhecido cabo-de-guerra. A Resenha documenta o que se passou em 1974, antes e depois do 25 de Abril. A situação militar era agora diferente: o PAIGC fazia prego maciço de meios de fogo sobre objetivos mais vulneráveis, parecia dominar regras do jogo, escolhia à carta onde atacar, concretamente no Norte e no Sul, no Cubucaré. Conduziu fortes flagelações a Nordeste da província sobre as guarnições de Canquelifá, Buruntuma e Copá e no Sul, sobre o itinerário Cadique – Jemberém. Escreve-se na resenha:  
“Em Abril, dado o esgotamento das reservas do Comando-Chefe, previa-se o relançamento da ofensiva inimiga na região do Nordeste com incidência em Canquelifá e Buruntuma, o que, a concretizar-se com êxito, daria ao inimigo a possibilidade de ligar essa área com duas outras situadas a Sul, sobre as quais exercia já um controlo efetivo, o corredor de Guileje e a vasta área a Norte desta, o Boé, desocupado desde 1969. No Sul do território, a atividade inimiga provocou claro desequilíbrio nalgumas guarnições das nossas tropas, particularmente em Bedanda e em Jemberém e, nalguns casos, as nossas guarnições sofreram forte depressão, com ataques que duraram dias consecutivos. O inimigo reforçou os seus efetivos e passou a instalar bases de fogo com observadores avançados, que faziam a regulação do tiro, assim melhorando de forma significativa a eficiências das suas ações de fogo. Face a esta ameaça sobre as posições do nosso dispositivo implantado no terreno próximo das fronteiras, o Comando-Chefe estava ciente de que o governo de Lisboa não dispunha de meios para reforçar o dispositivo atempadamente e suficientemente para uma oposição eficaz às intenções inimigas. Por isso, tinha previsto a retração do dispositivo das nossas tropas, passando a linha geral mais avançada a ser definida pelos seguintes pontos: rio Cacheu – Farim – Fajonquito – Paunca – Nova Lamego – Aldeia Formosa – Catió”.

Tudo se complicava. Em 20 de Abril, Bethencourt Rodrigues envia a Costa Gomes uma nota em que confessava:  
“ […] são motivo de grande preocupação para este Comando-Chefe, cumprindo-lhe assinalar as consequências que podem resultar da possível evolução do potencial de combate do PAIGC ou do seu eventual reforço com novos meios das forças armadas da Guiné, quer quanto à capacidade de resistência das guarnições militares porventura sejam atacadas, quer quanto às capacidades de intervenção com meios à disposição do Comandante-Chefe, em especial meios aéreos”.

E assim chegamos ao 25 de Abril, o que a seguir se passou é história bem conhecida. A Resenha aborda pormenorizadamente este período pós-25 de Abril e os seus múltiplos intervenientes, o comando militar fez deslocar cerca de 23.800 militares portugueses da Guiné para Lisboa e desmobilizar cerca de 15.100 militares e milícias guineenses. A obra destaca as decisões do Comandante-Chefe bem como a atividade operacional durante estes meses de 1974.

Na Mesa, da esquerda para a direita: Dr. Mário Beja Santos; Chefe do Estado-Maior do Exército, General Rovisco Duarte  e o Coronel Cav Henrique de Sousa.


Senhor Chefe do Estado-Maior do Exército,
Distintíssimos Oficiais,
Minhas senhoras e meus senhores,

Compete agora aos historiadores considerar a documentação existente e pesquisar a dispersa. Esta Resenha tem o seu valor insubstituível, foi aqui várias vezes referido a sequência cronológica que até agora não se fizera da guerra, desmonta as falácias de que durante os períodos de Louro de Sousa e Arnaldo Schulz não se usara, à luz dos meios existentes, nenhum esforço de guerra suficientemente dissuasor e de apoio às populações. Lembro que ainda hoje não existe um inventário do que foi a deslocação de populações, por perseguições, por terror, por opção, os primeiros dois comandantes-chefes procuraram apagar os fogos e dispuseram no terreno os efetivos segundo critérios discutíveis, é certo, numa tentativa de travar o alastramento de influência e dando confiança às populações; leem-se as diretivas, o rol de operações, e ficamos cientes de que não se fez uma guerra a medo, o inimigo ia-se qualificando, dotando de armamento mais qualificado, até que um dia passou a possuir o poder de decidir de e como atacar. Com morteiro 120 mm, foguetões, entrando no território com viaturas, dificultando o apoio aéreo graças ao Strela, do lado português não se encontrava a correspondente contrapartida. Não havia solução política, do lado português. A Guiné-Bissau fora reconhecida como país independente por um número elevadíssimo de Estados, a Organização da Unidade Africana propunha a organização de um exército que pusesse termo à presença colonizadora. Marcello Caetano dispunha de todas estas informações, agiu de modo dúplice: tinha um discurso interno de que se iria resistir a todo o transe e entretanto dera luz verde à realização de negociações secretas com o PAIGC, o governo britânico foi intermediário, o diplomata José Manuel Villas-Boas encontrou-se com uma delegação do PAICG em Londres. No seu primeiro livro escrito no exílio brasileiro, o ex-primeiro-ministro alude à reunião havida no Conselho Superior de Defesa Nacional onde o assunto da Guiné foi frontalmente abordado e escreveu que pôs a hipótese de retirar e deixar um general em Bissau, caso a Guiné não fosse comprovadamente defensável.

É neste cenário que os militares agiram, era bem clara a perspetiva de um descalabro militar, o espectro da Índia pairava no ar. A Guiné estava militarmente perdida. Faz bem a Resenha em destacar o admirável esforço dos militares no apoio à população da sua defesa, educação, saúde, construção de aldeamentos e vias de comunicação e prestar homenagem aos oficiais, sargentos e praças que combateram com a inexcedível dignidade e valor as suas missões.

Bem haja o Estado-Maior do Exército por dar meios a estas investigações, só espero que a partir de agora a Comissão para o Estudo das Campanhas de África se venha a abrir a um trabalho cooperativo com as instâncias universitárias e os investigadores independentes, para bem da verdade histórica e do melhor conhecimento deste período da nossa vida contemporânea que alterou o rumo da História de Portugal.

A todos, muito obrigado.
(Mário Beja Santos)



Mário Beja Santos em conversa com Oficiais Generais

Aspecto da assistência

O Coronel Carlos Matos Gomes entre a assistência

O nosso confrade Carlos Silva e a esposa Germana.

Actuação da Banda Sinfónica do Exército
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Nota do editor

Postes anteriores de:

24 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17277: Notas de leitura (950): Guerra da Guiné: Os atores, a evolução político-militar do conflito, as revelações surpreendentes - Apresentação dos três volumes alusivos aos aspetos operacionais na Guiné, da responsabilidade da Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974 (1) (Mário Beja Santos)
e
28 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17293: Notas de leitura (951): Guerra da Guiné: Os atores, a evolução político-militar do conflito, as revelações surpreendentes - Apresentação dos três volumes alusivos aos aspetos operacionais na Guiné, da responsabilidade da Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974 (2) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P17300: XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 29 de Abril de 2017 (10): as primeiras fotos da nossa festa (Jorge Canhão)


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > O nosso "herói de Gadamael desconhecido", J. Casimiro Carvalho, sempre bem disposto, sempre divertido, foi quem nos tirou a foto de família...Aqui captado pela câmara do Jorge Canhão...


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > Os nossos grã-tabanqueiros em amena cavaqueira, depois da missa (às 11h30), junto à entrada do hotel, preparando-se para a foto de família (às 12h30)...


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > Ainda não é a foto final, tirada pela máquina do J. Casimiro Carvalho (de que estamos à espera)... O Carlos Vinhal, à direita, de casaca vermelho, tenta a "arrumar" o pessoal...


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > à esquerda, o Manuel Luís Lomba e a esposa, Maria Arminda (Barcelos); à direita, a outra Maria Arminda (Setúbal) e, ao centro, a Maria de Lurdes (esposa do Jorge Canhão).

Fotos: © Jorge Canhão (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P17299: Blogpoesia (508): "Um banho de frescura..."; "Bosque verde..." e "A voz humana", poemas de J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Bosque alemão.
Com a devida vénia ao autor da foto


1. Do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) três belíssimos poemas, da sua autoria, enviados entre outros, durante a semana, ao nosso blogue, que publicamos com prazer:


Um banho de frescura

Tomei um banho de frescura e verde
Deambulando através do bosque da minha casa.
Saí dormente. Cheguei ardente de viver esta vida
Que me foge tanto.

Ouvi o canto da passarada voando à solta.
Vi os corvos negros, de bico arguto,
Cruzando rasantes os carros da estrada.

Vi flores às cores,
Sorrindo em coro,
Pareciam anjos devotos,
De mãos erguidas.

Semeei passadas,
Trilhei caminhos,
Por terras negras.
Pisei a relva,
Um mar de verde.
Banhei meus olhos
De orvalhada.

Amanhã lá volto
E não pago nada…

Berlim, 29 de Abril de 2017
7h26m
Jlmg

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Bosque verde…

Passei pelo bosque nas traseiras da minha casa.
Deixei-o nu. Desflorido.
Os caminhos, cobertos de neve seca.
No fim do inverno.

Hoje, brilhava ao sol.
Muitas flores.
Um verde, verde. Muitos pássaros. Melros e pombas.
Não me ligaram nenhum.
Debicavam o chão.

Enchi-me de ar.
Às baforadas.
Puxei pelas pernas,
Estavam emperradas.
Passei pelo “turco”.
Gostei de vê-lo.
Comprei-lhe o pão.

Vai ser a rotina diária
Por mais três meses.
Depois, Verão.

Berlim, 26 de Abril de 2017
7h43m
Jlmg

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A voz humana

Aquele instrumento de cordas
Que a alma toca,
O maestro é o coração.
Canta. Fala.
Chora e ora.
Diz sim e não.

Aquela fonte incessante
Que pinta cores.
Lava tristezas
E sara dores.

É sereia.
Serpente sedutora.
Convincente.
Faz dos fracos fortes.
Derrama luz nas sombras.
Mestre-escola.
Pregadora.
Conselheira.

Verdadeira e trapaceira.
Servindo o bem e o mal.
Conforme a hora ou o dono.

Catavento.
Faz rir e faz chorar,
Conforme o vento.

Reluz ao sol,
Mas é no silêncio
Que ela brilha…

Ouvindo “Habanera” da Carmen
Berlim, 28 de Abril de 2017
8h39m
Jlmg
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Nota do editor

Último poste da série de 23 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17272: Blogpoesia (507): "Canção da terra..."; "A riqueza das palavras..." e "O nada...", poemas de J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Guiné 61/74 - P17298: XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 29 de Abril de 2017 (9): as primeiras fotos da nossa festa (Miguel Pessoa)


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > A nossa camarada Giselda Pessoa, que nesse dia fazia anos. O seu "postalinho de parabéns" teve mais de 670 visualizações (sem contar com a página do Facebook da Tabanca Grande)... Ela merece todos estes miminhos...
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Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > A nossa camarada Giselda Pessoa, a homenageada do dia. O nosso editor Luís Graça declamou-lhe um "soneto de parabéns" em nome de toda a Tabanca Grande.


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > Giselda (Lisboa), JERO (Alcobaça) e Eduardo Magalhães Ribeiro, nosso coeditor (Porto).


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > Da esquerda para a direita, a Maria Arminda Santos (Setúbal), a Maria de Lurdes Canhão (Oeiras) e a Giselda.


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > Da esquerda para a direita, a Giselda, a Maria Arminda Santos (que veio pela primeira vez a um encontro nacional da Tabanca Grande)  e a Maria de Lurdes (de perfil)


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 >  Em primeiro plano, o David Guimarães (Espinho) e o Jorge Canhão (Oeiras). Em segundo plano, o J. Casimiro Carvalho (Maia) e Armando Pires (Algés / Oeiras)


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > Da direita para a esquerda, os nossos colaboradores permanentes Hélder Sousa (Setúbal) e Jorge Cabral (Lisboa), mais o Armando Pires e o Jorge Rosales, "dois meninos da Linha"...


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > A "valente" representação do Norte: da esquerda para direita, o Joaquim Peixoto e o Zé Manel Cancela, ambos de Penafiel, e o Zé Manel Lopes (Régia) (que desta vez veio sem o seu GLS, leia-se,  sem a sua Luísa: "alguém tem que ficar a trabalhar na Quinta  Senhora da Graça - Turismo e Vinhos, disse-nos ele com bom humor).


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 > Na mesa da "frota celestial": o António Martins de Matos (o único general de três estrelas que temos na Tabanca Grande!) e a "strelada" Giselda


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017 >  Preparativos para a "foto de família" tirada na imponente escadaria  do hotel... Não é fácil pôr uma companhia em sentido....

Fotos: © MIguel Pessoa (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Depois de dadas as boas vindas aos cerca de 140 convivas, e já à mesa, em nome da comissão organizadora, e de todos os presentes, cantou-se "os parabéns a você" à nossa camarada Giselda, a única camarada no feminino que nos honrou, mais uma vez,  com a sua presença, a par da "periquita" Maria Arminda (uma das primeiras enfermeiras paraquedistas a ser mobilizada para a Guiné). 

Aqui fica, para memória futura, a letra do soneto que o Luís Graça declamou à nossa histórica camarada Giselda (casada com o Miguel Pessoa, autor destas fotos, que selecionámos)... De facto, e dada a coincidência de datas (o seu aniversário natalício e a nossa festa), a Giselda teve um merecido "xicoração especial":

Enfermeira paraquedista eu fui,
Na Guiné, nessa já esquecida guerra,
À medida que o tempo passa e flui,
Guardo as memórias boas dessa terra.

Fui, de todos, amiga e camarada,
Conheci o melhor e o pior,
Aterrei de emergência, fui “strelada”,
Enfim, sou “anjo do céu”, hoje sénior…

Dizem que dava um filme a minha história,
Minha e do Miguel, de guerra e amor,
Mas, vocês sabem, não sou de vanglória.

Só peço, p’ra todos nós, gratidão,
E p’ra mim, paz, saúde e bom humor,
Com direito, hoje, a... xicoração!

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Guiné 61/74 - P17297: Parabéns a você (1247): José Carlos Neves, ex-Soldado TRMS STM/CTIG (Guiné, 1974) e Manuel Luís Lomba, ex-Fur Mil Cav da CCAV 703 (Guiné, 1964/66)


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Nota do editor

Último poste da série 29 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17295: Parabéns a você (1246): Giselda Pessoa, ex-Sargento Enfermeira Paraquedista da BA 12 (Guiné, 1972/74)

domingo, 30 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17296: (In)citações (107): XXII convívio do BCAC 3872 (Galomaro, 1972/74)... Fátima, 29/4/2017... Quem não esteve, teve pena... mas para o ano há mais! (Juvenal Amado)


Fátima > 29 de abril de 2017 > XXII Convívio di BCAÇ 3872 (Galomaro, 1972/74) > Foto  de grupo: cerca de meia centena de ex-combatentes.



Fátima > 29 de abril de 2017 > XXII Convívio di BCAÇ 3872 (Galomaro, 1972/74) > Foto  do bolo de aniversário > Juntou-se malta sobretudo da CCS e  mas também das compamnhias operacionais, CCAÇ 3489 (Cancolim), 3490 (Saltinho) e 3491.(Dulombi e Galomaro).


Fotos: © Juvenal Amado (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça &  Camaradas da Guiné]

1. Mensagem do Juvenal Amado, com data de hoje, às 16h11


Mais uma vez se juntou a malta do BCAÇ 3872. Estavam lá do Saltinho, de Cancolim, Dulombi e a maioria da CCS.

Quem esteve ficou feliz, quem não pode esta presente,  julgo que teve pena, mas para o ano há mais, ali para os lados de Abrantes.

Um abraço

2. Crónica de 29 de Abril 2017

por Juvenal Amado



Sede bem-vindos com apetite,

Heróicos e destemidos,

Viestes de todos os lados,

Não temestes atalhos e caminhos.

De Norte vieram muitos,

Do Centro aos magotes,   

De mui outros locais compareceram.

Trouxestes mulheres e prole, 

Que viestes todos com vontade,

Não vos fizestes rogados, 

E agora que chegastes,

Avisados que estáveis,

À sombra do João Paulo II esperais,

A Palavra na Santíssima Trindade ouvistes

Mas logo que forças recuperais,

Avançais para o D. Nuno sem vacilar

Está lá o mapa para que no caminho não vos enganeis, 

P'ra de entrada degustar pasteis, croquetes e iguarias tais

Que empurrais com vinhos brancos e tintos,

E não tenhais piedade

E porque dos fracos não reza a história,

De dietas não faleis

Ao trinchar esse naco,

Estripai e cortai a direito ou enviesado.

Regai pois esse labor e bebei

Que nos dentes não tenhais dores

E que nunca fiqueis engasgados,

Até porque para o ano há mais.