terça-feira, 18 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P19025: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XLIV: Bajudas de São Domingos, 1968: felupes, balantas, manjacas, caboianas, papéis,


Foto nº 1 > Felupe


Foto nº 7 > Felupe


Foto nº 8 > Felupe


Foto nº 6 > Papel



Foto nº 3 > Manjaca



Fotp nº 2 > Balanta


Foto nº 4 > Manjaca



Foto nº 5 > Caboiana


Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > CCS / BCAÇ 1933 (1967/69) > 1968 >   Bajudas de São Domingos, "chão felupe"

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]  



1. Mensagem do Virgílio Teixeira, com data de 17 do corrente:



Caro amigo e camarada Luís Graça,

Estas fotos já foram enviadas em Janeiro deste ano, juntamente com aquelas outras das Felupes da Ilha Maldita. Mas muitas outras, das quais retirei agora estas 8 fotos, nunca foram editadas. Vai agora este pequeno lote, mas tenho para mais 2 ou 3 lotes delas.

Estas fotos foram captadas por mim, com autorização delas [, as bajudas,], depois ofereci uma cópia a cada uma, quando vieram reveladas. Era assim que eu mantinha um bom relacionamento com estas jovens, e com quem convivia no dia a dia.

Com estas apenas pretendo mostrar os vários tipo  de mulher guineense, sem qualquer outro propósito.

Obrigado pela compreensão, e ficam à espera de haver lugar na fila das edições.

Um abraço

Em, 19-02-2018, Virgilio

Revisto hoje, dia 17 de Setembro de 2018


2. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Virgílio Teixeira (*), ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, set 1967/ ago 69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem já cerca de 90 referências no nosso blogue.

Guiné 1967/69 - Álbum de Temas:

T300 – Postais de Nus Etnográficos: Mulheres e Etnias na Guiné – Bajudas de São Domingos

I - Anotações e Introdução ao tema:

Estas fotos foram captadas exclusivamente para mostrar a grande variedade de modelos e formas dos rostos e troncos nus das Bajudas, as raparigas, solteiras, das diferentes etnias que eu conheci na Guiné, entre 1967 e 1969. São também uma homenagem à beleza da mulher africana.

Este tema já foi parcialmente publicado noutras datas anteriores, ficaram outras fotos, por esquecimento. O texto que vou inserir nesta fase e em outras fases é o mesmo, adaptando-se a cada tipo de fotografias e mulheres.

A primeira parte da minha colecção de fotos, aqui representadas, refere-se a mulheres bajudas de diferentes etnias, habitantes no chão de São Domingos, do Norte da Guiné.

Capturadas predominantemente em São Domingos, Susana e Varela, na zona Norte, redgião do Cacheu, onde passei a maior parte do meu tempo – 18 meses, e na zona Leste, em Nova Lamego, nos primeiros 5 meses da comissão.

Em São Domingos existiam vários tipos de etnias: felupes, fulas, balantas, caboianas, manjacos, banhuns, mancanhas, cassangas, mandingas, e outras.

Em Nova Lamego predominavam de longe os fulas, seguidos, em menor núnero, dos mandingas e pajadincas, E entre os fulas havia castas, tais como futa fulas, futa fula preto, fula forro, fula preto.

As felupes já andavam avançadas 50 anos em relação ao Ocidente, pois usavam apenas tanga e fio dental, como se pode ver. Já utilizavam muitas pulseiras e colares por todo o corpo, era ume espécie de selecção entre elas.

As fotografias a preto e branco foram capturadas entre setembro 67 e fevereiro de 68 em Nova Lamego e depois desta data algumas em Bissau em Março 68, finalmente em São Domingos a partir de abril de 68.

As fotografias – slides – a cores só começam em finais do 1º semestre de 68, embora também tenha a preto e branco depois dessa data, pois que, ora fazia fotos a preto e branco, ora a cores, conforme a câamara e os rolos que havia disponíveis.

Era mais fácil tirar fotos às bajudas, aparigas solteiras e ainda muito jovens. As mulheres grandes só deixavam tirar fotos se o régulo ou o marido autorizassem, e depois dava-lhes uma foto para elas, em troca do favor.

Não afirmo que todas as raças estejam certas, era o que escrevia nas fotos, mas a maioria só escrevia passado algum tempo, e depois nos slides não dava para escrever, é apenas por intuição e lembrança das mesmas.

As felupes são fáceis de identificar, pela sua nudez, tanga e fio dental, pelos roncos usados como pulseiras nos braços, no tronco, colares ao pescoço, cabelos trabalhados e por tudo aquilo que desse mais nas vistas aos rapazes guineenses, era isso a que normalmente se dizia de ‘fazer ronco’.

Espero que quem as visualizar, goste, é esse o meu propósito, sem qualquer interesse que não seja mostrar as gerações vindouras, como era a diversidade cultural no continente africano e em particular no nosso território da Guiné, na época em que lá fiz a minha comissão de serviço militar.


II – As Legendas das fotos:


F01 – Bajuda Felupe, São Domingos, 1968.

F02 – Bajuda Balanta, São Domingos, 1968.

F03 – Bajuda Manjaca, São Domingos, 1968.

F04 – Bajuda Manjaca, São Domingos, 1968.

F05 – Bajuda Caboiana, São Domingos, 1968.

F06 – Bajuda Papel, São Domingos, 1968.

F07 – Bajuda Felupe, São Domingos, 1968.

F08 – Bajuda Felupe, São Domingos, 1968.


«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BATCAÇ1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».

Virgílio Teixeira

Em 17-09-2018

 NOTA FINAL DO AUTOR:

As legendas das fotos em cada um dos Temas dos meus álbuns, não são factos cientificamente históricos, por isso podem conter inexactidões, omissões e erros, até grosseiros. Podem ocorrer datas não coincidentes com cada foto, motivos descritos não exactos, locais indicados diferentes do real, acontecimentos e factos não totalmente certos, e outros lapsos não premeditados. 

Os relatos estão a ser feitos, 50 anos depois dos acontecimentos, com material esquecido no baú das memórias passadas, e o autor baseia-se essencialmente na sua ainda razoável capacidade de memória, em especial a memória visual, mas também com recurso a outras ajudas como a História da Unidade do seu Batalhão, e demais documentos escritos em seu poder. 

Estas fotos são legendadas de acordo com aquilo que sei, ou julgo que sei, daquilo que presenciei com os meus olhos, e as minhas opiniões, longe de serem ‘juízos de valor’ são o meu olhar sobre os acontecimentos, e a forma peculiar de me exprimir. 

Em, 2018-09-17

Virgílio Teixeira

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Nota do editor:

Último poste da série > 15 de setembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19017: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XLIII: O alf mil capelão Carlos Augusto Leal Moita

Guiné 61/74 - P19024: Os nossos capelães (10): O "romance do Padre Puim", por Carlos Rebelo (1948-2009), ex-fur mil sapador, CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72)


Guiné > Região de Bafatá > Bmbadinca > CCS/ BART 2917 (1970/72) >  c. 1970/71 > Arsénio Puim (açoriano, da Ilha de São Jorge, ex-alf mil capelão;  foi expulso do Batalhão e do CTIG em Maio de 1971, apenas com um ano de comissão; no final da década de 1970 deixou o sacerdócio, formou-se em enfermagem, casou-se, teve 2 filhos; vive na Ilha de São Miguel; está reformado; é membro da nossa Tabanca Grande; tem cerca de 40 referências no nosso blogue.

Outros casos como o do alf mil capelão Puim  foi: (i) o do Mário de Oliveira (BCAÇ 1912,  Mansoa, 1967/68); e, eventualmente, (ii) o do Carlos Manuel Valente Borges de Pinho  (BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, 1973/74)... Também nenhum destes dois completou a comissão, que era normalmente de 21/22 meses. (O Carlos Manuel Valente Borges de Pinho nem sequer chegou a conhecer Aldeia Formosa, tendo partido de Bolama para a metrópole. Desconhecemos os motivos. Os seus camaradas de batalhão dizem-me que deixou o sacerdócio.)

Foto: © Gualberto Magno Passos Marques (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


Guiné > Bissau > c. 1970 > Da esquerda para a direita 3 furriéis milicianos da CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) , José Adelino Santos, Benjamim Durães e Carlos Rebelo (1948-2009).


Setúbal > Convívio do pessoal da CCS/BART  2917 (Bambadinca, 1970/72) > 2008 > Da esquerda para a direita: Carlos Rebelo, Luís Moreira e David Guimarães no último convívio em que esteve presente o Carlos Rebelo (1948-2009).


Viana do Castelo > Convívio do pessoal da CCS do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) > 16 de maio de 2009 > Da esquerda para a direita, o Benjamim Durães (ex-fur mil do Pel Rec Inf);  o Arsénio Puim (ex-alf mil capelão) e o Jorge Cabral (ex-alf mil art, Pel Caç Nat 63, Fá Mandinga e Missirá, 1969). O Arsénio Puim veio propositadamente dos Açores, para esta 3ª edição do convívio, mas já não pôde abraçar o seu amigo e camarada Carlos Rebelo, acabado de falecer uns dias antes. (*)

Fotos (e legendas): © Benjamim Durães (2009).Todos os  direitos reservados. [Edição e legendagem comnplementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


ROMANCE DO PADRE PUIM
OU UM EPISÓDIO DA GUERRA COLONIAL (***)

por Carlos Rebelo

(Para o Padre Puim,
onde quer que se encontre, tantos anos depois)


Foi mais ou menos assim
que se passou com Puim,
padre daquela fornada
do Vaticano Segundo
e capelão militar:
criticou a hierarquia
por usar e abusar
dos prisioneiros de guerra,
velhos, mulheres e crianças,
que a tropa em suas andanças
trazia ao aquartelamento.

Padre Puim predicava
contra o facto e apontava
certos atos desumanos
que o exército praticava.

Isto caiu muito mal
no goto de um general
que pôs a PIDE em ação:
Puim foi notificado
e, digamos, convidado
a calar-se, ou então...

... Então foi o que aconteceu:
padre Puim foi detido
e de imediato trazido
desde o mato à capital
para falar com o tal,
no seu quartel general.

Reafirmou o que disse
e até disse inda mais:
que não gostava da guerra
e pouco de generais.
E disse querer saber
qual a razão de ter sido
demitido.

Aqui o tal general
escusou-se a dizer tal,
mas perante a insistência
e o tom de veemência
dos protestos de Puim,
retorqui-lhe assim:
 - Digamos que o senhor foi
considerado  indesejável
ao CTIG (*)

Padre Puim perguntou:
- Sim ? Mas..., porquê ?
Ao que o general repetiu
o que antes já dissera,
e assim, 
uma, outra e outra vez.

Ficou à espera Puim
da explicação que não vinha,
até que disse o que disse:
 - Se eu sou indesejável ao CTIG,
O CTIG é indesejável para mim.
Boa tarde!

Virou as costas, saiu,
nunca mais ninguém o viu
a falar com generais
e outros assim que tais.

Eu, que fui seu amigo,
sei dos cuidados e dores,
quando entrou no avião
de regresso aos Açores,
donde era natural,
 e então um simples padre,
antes de ser capelão
no exército de Portugal.

(1) Comando Territorial Independente da Guiné

[Revisão / fixação de texto para esta edição no blogue: L.G.] (****)


Carlos [Augusto Travassos] Rebelo

(i) ex-fur mil sapador, CCS/BART 2917 (Bambadinca, 1970/72);

(ii) faleceu em 6 de Maio de 2009, em Gueifães, Maia, onde morava (**);

(iii) escreveu este "romance" em 2007 e entregou-o ao seu camarada e amigo Benjamim Durães para ser lido no 1º Encontro-Convívio da CCS/BART 2917 que se realizou em Setúbal;

(iv) o texto foi publicados no Jornal dos Serviços Sociais da CGD - Caixa Geral de Depósitos, e reproduzido posteriormente no nosso blogue (***).

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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P19023: Os nossos capelães militares (9): segundo os dados disponíveis, serviram no CTIG 113 capelães, 90% pertenciam ao Exército, e eram na sua grande maioria oriundos do clero secular ou diocesano. Houve ainda 7 franciscanos, 3 jesuitas, 2 salesianos e 1 dominicano.









Fonte: Henrique Pinto Rema - "História das Missões Católicas da Guiné": Editorial Franciscana, Braga, 1982, pp. 709-712 (Vd. a extensa recensão bibliográfica feita pelo nosso camarada e colaborador permanente Mário Beja Santos)


1. Vendo a lista,  supra, dos capelães militares (sim, porque também há capelães hospitalares, há ou havia capelães nas prisões, nos navios da marinha mercante, etc.), que seviram no TO da Guiné, entre 1961 e 1974, podemos fazer algumas leituras interessantes, em complemento dos comentários já feitos pelos nossos leitores (*):

O exército é de longe o ramo das forças armadas que mais mobilizou capelães: 102 num total de 113, ou seja, mais de 90%.  A presença de capelães na FAP (n=7) e na Marinha (n=4) é diminuta. Na Marinha, só há registo da presença do 1º capelão a partir de finais de 1965. E na FAP,  logo no início de 1964.




Fonte: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2018)


Foram mobilizados, em média, 7 capelões por ano, no período entre o início (1961) e o fim da guerra (1974). Mínimo: 2 (em 1962) e máximo 13 (em 1969 e em 1970) (Gráfico nº 1).

Em dois casos (os nºs 92 e 93 da lista supra) sabe-se que terminaram a comissão em 23/9/1974, mas é omisso o ano de início: presumimos que fosse 1973.

Constata-se  que todos, no geral, cumpriram a comissão de 21/22 meses, que era a norma no TO da Guiné, para o pessoal do Exército. Um ou outro fez "mais do que uma comissão".

Um dos capelães que esteve mais tempo no CTIG é o Joaquim Dias Coelho (nº 16): esteve lá 5 anos, deu-se bem com a Guiné... Percebe-se: era o capelão-chefe (fevereiro de 1964/ março de 1969). E devia viver, em Bissau, no célebre "Vaticano",  a moradia reservada aos capelões-chefe.

O salesiano Serafim Alves Monteiro Gama (nº 15 da lista) também exerceu funções de capelania durante mais de 5 anos (de 1964 a 1969).

Mas deve ter sido o franciscano (OFM) Manuel Pereira Gonçalves (nº 91 da lista ) que deve ter batido o recorde em termos de tempo: 6 anos (maio de 1968 / junho de 1974).

OFM quer dizer Ordem dos Frades Menores, vulgarmente conhecidos como Franciscanos.  É o clero regular mais representado (, são 7 ao todo), nesta amostra de capelães militares. (O  meu parente  Horácio Neto Fernandes, nascido em Ribamar, Lourinhã,  nº 42 da lista, era franciscano, e esteve lá dois anos, primeiro em Catió e depois em Bambadinca e Bissau, de novembro de 1967 a novembro de 1969; pormenor intrigante, nunca nos encontrámos em Bambadinca, nem eu conheci nenhum capelão, entre julho de 1969 e maio de 1970,  em Bambdainca, no primeiro  batalhão, a que esteve adida a minha companhia, a CCAÇ 12: refiro-me ao BCAÇ 2852 (1968/70). É possível que não houvesse número suficiente de capelães militares para as necessidades do exército, no TO da Guiné. E o BART 2917 ficou sem capelão (que era o Arsémio Puim) ao fim de ano...

O restante clero regular está escassamente representado por: (i)  um dominicano (OP= Ordem dos Pregadores); (ii) dois salesianos; e (iii) três jesuitas (SJ=Sociedade de Jesus). O resto (a grande maioria, mais de 80%) é clero secular ou diocesano, dependendo portanto de um bispo...  Há 4 capelões-chefe, que muito provavelmente pertenciam ao quadro permanente do Exército, e que terão feito várias comissões, em diferentes teatros de operações (Guiné, Angola, Moçambique...). Vamos contabilizá-los à parte. Os restantes, terminadas as suas comissões, voltavam às suas dioceses ou casas religiosas.

Há, porém, dois ou três, que foram para casa mais cedo, dois deles, meus conhecidos (e membros da nossa Tabanca Grande), por "razões disciplinares" (, ou seja, "mal com Deus e com César"):

(i) Mário de Oliveira (nº 39 da lista): só cumpriu 3 a 4 meses (de outubro de 1967 a janeiro de 1968);

(ii) Arsénio Chaves Puim (nº 66): só cumpriu 12 meses (de maio de 1970 a maio de 1971). (**)

O Carlos Manuel Valente Borges de Pinho (nº 89) também só cumpriu a sua missão durante uns  escassos seis meses, de março a setembro de 1973. Sabemos, por informação do nosso camarada Fernando Costa, de 4 de setembro de  2014, que o alf mil capelão Carlos Manuel Valente Borges de Pinho pertenceu à CCS/BCAÇ  4513 (Aldeia Formosa, 1973/74).

O nº 1 da lista, António Alberto Alves Machado, também só cumpriu pouco mais de um ano (janeiro de 1961/fevereiro de 1962)... Pode ter adoecido, não sabemos...

Os que estiveram menos tempo (poucos meses) foram naturalmente os que vieram em finais de 1973/ princípios de 1974 ou até pós-25 de abril (há um caso, de um capelão da FAP, Eduardo Raposo do Couto Resende que veio em agosto de 1974 e regressou em outubro, não deu para "aquecer o altar"...).

O Augusto Pereira Baptista  (nº 50) também é membro da nossa Tabanca Grande. Pertenceu à CCS/BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70).

Obrigado ao Mário Beja Santos, por ter "recuperado" e disponibilizado esta preciosa lista... que presumimos esteja completa. (***)

Mais contributos precisam-se,  dos leitores do blogue, sobre os nossos capelães. Gostávamos sobretudo de saber a que batalhões pertenceram estes nossos camaradas, supracitados... Na maior parte dos casos, não ainda temos essa informação.

PS - Temos mais de 80 referências no nosso blogue com o descritor "capelães"... E pelos menos a mais os seguintes "nossos capelões":

(i) Abel Gonçalves (Força Aérea, agosto de 1970 / agosto de 1974); tinha passado anteriormente pelo exército: BCAÇ 1911 (Teixeira Pinto, Pelundo, Có e Jolmete, 1967/69) e pelo BCAV 1905  (Teixeira Pinto, Bissau e Bafatá, 1967/68).

(ii) Libório Tavares [nome completo: Libório Jacinto Cunha Tavares], açoriano, capelão no BCAÇ 2835(Nova Lamego, 17/1/1968 - 4/12/196).

_____________

(...) O Puim considera-se duplamente maltrado pela instituição militar e pela hierarquia religiosa. À data era capelão-mor, no CTIG, o Padre Gamboa [, Pedro Maria da Costa de Sousa Melo de Gamboa Bandeira de Melo, ] que tinha o posto de major, coordenando e supervisionando todo o trabalho de capelania (Vivia, em instalações próprias, em Bissau, conhecidas por Vaticano). Em Fevereiro de 1971, o Puim ainda tinha participado, em Bolama, num retiro espiritual, com os demais capelães da Guiné, dirigido pelo Major Capelão Gamboa. Houve discussão acesa, foi discutido o papel dos capelães na guerra colonial, a posição da Igreja, etc. (...)

Guiné 61/74 - P19022: Notas de leitura (1101): “Contos de N’Nori”; Edição UNEAS (União Nacional dos Escritores e Artistas de S. Tomé e Príncipe), 2005 (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 28 de Junho de 2016:

Queridos amigos,
O guineense Carlos-Edmilson Marques Vieira é diplomata de profissão, apresenta-se como poeta, declamador e músico. Escreve em português, francês e crioulo guineense. Nota-se claramente que procuram um rumo para a literatura nacional, explora vários caminhos que vão desde a memória da luta de libertação, a presença colonial, as raízes da literatura oral, as lendas e tradições e a crítica ao cansaço, esta é uma constante da sua apreciação de um país que resignadamente espera pela hora da dignidade nacional.
A propósito do conto Mafingharawé? O escritor João de Melo sugere que se trata de uma metáfora quanto a um país em tempo de anarquia, violência e dissolução, a história em parte absurda de um homem que acaba às mãos de uma revolta do lixo e que é exibido como o culpado de uma grande contaminação que assola o país.

Um abraço do
Mário


Contos de N’Nori, por Carlos-Edmilson M. Vieira

Beja Santos

Não é a primeira vez que falamos aqui do escritor Carlos-Edmilson Vieira(*). É um diplomata de carreira que se orgulha de pôr no seu currículo que é poeta, declamador e músico. Por exemplo, compôs melodias para poemas seus cantados por Tabanca Jazz e N’Kassa Cobra. É um escritor cujas temáticas cobrem o mundo de Bissau e o tecido rural, sente-se que está apetrechado para tratar na atualidade lendas e tradições da Guiné-Bissau, são frequentes as suas incursões por histórias da infância, não ilude a sensualidade e muito menos esquece que é oriundo de um país onde houve uma pesada luta armada, onde graça a desilusão, os paradoxos e gritantes contradições.

“Contos de N’Nori”, Edição UNEAS (União Nacional dos Escritores e Artistas de S. Tomé e Príncipe), 2005, é um espelho deste largo amplexo de preocupações. Abre com o conto Noiba Nobo, em que o tio Pagode é pai de Tagara, uma menina muito requestada, o pai perde a cabeça e promete a mão da jovem a diferentes pretendentes. Metido numa camisa de onze varas, o tio Pagode contou a verdade a Tagara e esta chamou o porco, a vaca e a cabra e pediu-lhes conselho para resolver o problema. Veja-se a procura de exemplaridade no final do conto quando o tio Pagode se confrontou com quatro pretendentes à mão de Tagara:

“De repente, apareceu o tio Pagode. Todos se calaram! E maior foi o silêncio quando viram quatro meninas igualíssimas, quatro Tagaras que se alinharam atrás do tio Pagode.
Este levantou a cabeça cheio de orgulho, fez um breve discurso de conselhos e recomendações aos seus quatro genros, que partiram felizes cada um com uma mulher.
É por isso que, hoje em dia, de todo o homem cuja mulher é desarrumada e mantém a casa sempre suja se diz: este casou-se com o porco. Daquele cuja mulher está sempre a brigar: casou-se com a vaca e daquele cuja mulher é leviana: casou-se com a cabra. Só um dos homens casou com a verdadeira Tagara”.

Trata-se de um conto baseado em lendas e tradições da Guiné, onde não é incomum os animais falarem e tomarem formas antropomórficas.

O conto “O homem da flauta” faz cruzar outra forma de exemplaridade que é o combate à indiferença, com lembranças do período colonial. O homem da flauta dirige-se a toda a gente pelo nome próprio, é um vagabundo com hábitos rotinados, mata a fome prestando serviços. Um dia é desancado brutalmente por fuzileiros, procura correr desesperadamente e é atropelado por um carro. É levado para o hospital central de Bissau, o médico de plantão pergunta-lhe como se chama, ele abre os olhos e balbucia: “É a primeira vez que alguém me pergunta o meu nome”. O homem da flauta fora preso e trazido pela PIDE para Bissau. Quando o soltaram, anos mais tarde, tinha perdido a memória da família, só identificava as pessoas que via todos os dias e que o cumprimentavam e a quem prestava serviços.

De grande intensidade dramática é o conto “Mafingharawé?”. É um conto moral e de crítica política. O senhor Obopolô-camba-mar, um respeitável funcionário público, enquanto toma o pequeno-almoço ouve ler na rádio um estranhíssimo comunicado oficial: nenhum cidadão deve sair de casa, deve mesmo fechar as portas e as janelas, está em curso uma revolta do lixo para pôr cobro aos longos anos de irresponsabilidade de traição de todos quanto pactuaram com os que dirigem a cidade. Terrível é o comunicado oficial que adianta que os revoltosos testemunharam a decadência irreprimível da cidade, que foi ficando sem luz nas ruas, com energia elétrica e água potável intermitentes, as estradas cheias de buracos, alguns pontos da cidade parecem mesmo um depósito internacional de lixos, mesmo que alguns cidadãos andem desavergonhadamente com jipes 4x4, andam sempre com os vidros fechados para não sentirem cheiros.

O senhor Obopolô-camba-mar sente-se desorientado, desapoiado, mas ao mesmo tempo aquele texto de comunicado oficial que o obriga a estar quieto na escuridão, sem telefone e sem água, obriga-o a refletir e a ver o filme da sua vida em retrospetiva, há algo que bate certo entre o comunicado e a realidade: a progressiva miséria, o sentimento coletivo de abandono por esses governantes incapazes de governar. “O senhor Obopolô-camba-mar ficou horas em profunda meditação, a passar e a repassar em revista as diferentes facetas da sua vida nesta cidade. Ele que nasceu no interior do país, veio para a cidade com a revolução que acabou com a colonização. Católico não praticante, aplicado no trabalho, ocupou altos cargos administrativos durante a era colonial, ao mesmo tempo que desempenhava um papel relevante na luta clandestina contra o colonialismo, arriscando várias vezes a sua própria vida. Experiência que lhe conferiu uma ampla visão do funcionamento dos serviços públicos”. Ali esteve dois e duas noites retido em casa, na madrugada da terceira noite os lixos entraram aos empurrões e deram-lhe voz de prisão. Foi levado para a esquadra. E um dia, que ele já nem sabia que dia era, foi levado para um interrogatório. Fizeram-lhe perguntas que ele não compreendia, a fraqueza era tal que mal pôde balbuciar nas palavras. Bateram-lhe, humilhado, erguendo-se a custo, falou aos seus algozes como se estivesse a falar em nome de um país: “Estou cansado de dizer que estou cansado… Estou cansado de estar cansado. Lá fora, prosseguia a revolução dos lixos, com destruições, pilhagens, saques. Por fim, deram-lhe um tiro de misericórdia, e o senhor Obopolô, antes de cair, gritou-lhes: porque é que me estão a matar?"

No posfácio, o escritor João de Melo, atribui esta multiplicação de vozes à procura de um estilo e com uma tentativa de derrubar o silêncio de um país literário ainda por existir. Este amplexo em que se desdobra Carlos-Edmilson M. Vieira corresponde a um país à espera, a um país cansado, é um testemunho de uma Guiné-Bissau desfalecida pela violência gratuita, pelo modo como se espezinha a tradição e até a literatura oral. Como observa Leopoldo Amado, a Guiné-Bissau é um país cuja sina se chama a coitadessa (pobreza em crioulo, sofrimento) com a falência de modelos ideológicos, está tudo em aberto entre as pulsões arcaizantes, a espiritualidade que resta da luta pela independência nacional, a reação contra o cansaço e o impasse que se prolonga na Guiné-Bissau.
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Notas do editor

(*) - Vd. poste de 24 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11757: Notas de leitura (494): "Adormecer de um Sonho" por Carlos-Edmilson M. Vieira (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 14 de setembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19014: Notas de leitura (1100): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (51) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P19021: Os nossos capelães (8): Adelino Apolinário da Silva Gouveia, do BCAÇ 506: "Os filhos da p... matam-me!"... (Alcídio Marinho, ex-fur mil, CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65)


Lista dos capelães militares que serviram no CTIG, de 1961 a 1974: excerto, os primeiros vinte nomes da lista (de 1961 a 1966), de um total de 102 (Exército) (a Força Aérea e a Armada tiveram 7 e 4, capelões militares, no CTIG, respetivamente) (*)


1. Texto de Alcídio Marinho, inserido como comentário ao poste P16636:

[Foto à esquerda: Alcídio [José Gonçalves] Marinho, ex-fur mil inf, CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65): vive no Porto; é membro da nossa Tabanca Gande; tem cerca de 20 referências no nosso blogue; foto atual, à direita]



Na lista [, dos capelães militares que serviram no CTIG, de 1961 a 1974], está o Padre Adelino Apolinário da Silva Gouveia, que eu conheci: pertenceu ao BCAÇ 506.

Acompanhou o pessoal da CCAÇ 412 em muitas operações e deslocava-se aos vários destacamentos no mato, para rezar missa e dar apoio religioso e psicológico a todo  o pessoal. Era como um irmão nosso. Tive algumas conversas com ele.

Era madeirense. Mais tarde, saiu de padre e casou, morava em Lisboa. [Foi assesssor da Estação Agronómica Nacional.] O episódio mais caricato a que assisti, passado com ele, foi o seguinte:

A 27 de fevereiro de 1964, foi lançada a "Operação Marte" à Ponta de Inglês [, subsetor do Xime], onde a nossa companhia sofreu três emboscadas. Na primeira ficou ferido um soldado da minha secção, com um tiro de pistola, pelas costas. Ele que seguia pelo interior do mato, deu a correr para a estrada [Xime-Ponta do Inglês], apesar de lhe ter recomendado que,  em caso de ataque, enfrentasse o mesmo que eu iria socorrê-lo. Quando olho para o lado, está ele deitado, dizendo:
– Marinho, estou ferido.

Verifiquei onde estava ferido e sosseguei-o, dizendo:
– Ó pá,  isso não é nada, tem calma, eu vou chamar o enfermeiro.

Tinha levado um tiro de pistola. Só se via nas costa do seu lado esquerdo, na direcção do baço, uma pequena roseta, por onde tinha entrado o projéctil e veio alojar-se na frente, onde se via uma pequena mancha escura. Nunca foi retirada e ainda, actualmente, se apalpa o projéctil, na sua barriga.

Na segunda emboscada eles atacaram mesmo junto á estrada, e um dos turras viu o capelão Apolinário meter-se atrás da roda traseira dum Unimogue e toca de fazer fogo com uma PPSH (costureirinha).

Então só se ouvia uma voz que gritava:
–  Filhos da pu...ta, mer...da, cara..lho! Quem me acode? Os filhos da puta... matam-me!

Começamos a atacar o local donde vinha o fogo, afastando o perigo do Unimogue. Eis, quando vimos sair,  debaixo do Unimogue, o Padre Apolinário, branco como a cal, com a pistola Walther na mão, tremendo todo como varas verdes. Começamo-nos todos a rir.

Diz ele:
– Se alguém disser o que ouviu e viu, eu juro, a pés juntos, que é tudo calúnias e participo do engraçadinho.

A malta ainda mais se riu. ontinuamos a marcha, e sofremos a terceira emboscada. Fomos atacados por enxames de abelhas.

Naquele pedaço de estrada, nas árvores das bermas, tinham colocado, lá no alto, uma espécie de cortiços, pareciam melões, feitos de barro, onde estavam as abelhas. Quando começou a emboscada, atacaram-nos e, ao mesmo tempo, atiraram aos cortiços, que caíram e partiram, destruindo o habitat das abelhas.

Estas, furiosas, atacavam tudo e todos. Um motorista, o Cândido, caiu e as abelhas atacaram-no e. coitado, acabou por falecer. Tinha em cima dele mais de um palmo de abelhas.

Tirei do meu bornal um volume de tabaco , que distribui pelo pessoal, indicando que metessem nos lábios três ou quatro cigarros e os acendem-se e soprassem para fora, fazendo fumo. Também cortamos capim e toca a fazer archotes para fazer fumo e afastar as abelhas, pois elas eram aos milhares.

Fui picado por uma abelha, na orelha direita que,  passado pouco tempo, ficou dura como uma tábua e do tamanho duma mão.

Entretanto, na refrega da emboscada, ouvimos e vimos o capitão Braga, descalço, tinha tirado as botas e tentava despir-se, parecia um louco e berrava muito.

Os pés já estavam todos queimados, eram duas horas e meia da tarde, o sol queimava e as areias da estrada torravam, de quentes que estavam (52º,  ao sol).

O furriel enfermeiro Silva teve que sedar o capitão. Aí acabou a operação. Toca a voltar para Xime e Bambadinca. (**)

Abraços

Alcídio Marinho
CCaç 412

[Revisão / fixação de texto: LG]

________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 25 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16636: Os nossos capelães (5): Relação, até à sua independência, dos Capelães Militares que prestaram serviço no Comando Territorial Independente da Guiné desde 1961 até 1974 (Mário Beja Santos)

(**) Último poste da série >  15 de setembro de  2018 > Guiné 61/74 - P19018: Os nossos capelães (7): o 1º curso de formação de capelães militares foi em 1967, na Academia Militar

domingo, 16 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P19020: O Cancioneiro da Nossa Guerra (10): O fado "Tudo isto é tropa" (recolha de Gabriel Gonçalves, ex-1º cabo cripto, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71)

Gabriel Gonçalves
1. Mais uma letra de fado (parodiada...) a juntar ao Cancioneiro da Nossa Guerra. Foi-nos enviada pelo nosso grã-tabanqueiro Gabriel Gonçalves (ex-1.º cabo cripto, CCAÇ 2590 / CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71), com a seguinte mensagem, datada de 29/11/2011 (*):


(...) Já que estamos em maré de fados, junto um fadinho, de que não sei quem é o autor. Também não me lembro como o aprendi (...), mas é bastante giro, pois retrata bem a nossa triste vida, na tropa!

Já agora, dei-me ao luxo de alterar a última quadra; onde se lê "cuidado" [2º verso da IV quadra], substituí por "azar" e para rimar..."estás a lerpar"!... Achei que era mais giro.

De resto, acho que este fado é anterior ao nosso tempo [, de Guiné,] porque fala em botas cardadas. No nosso tempo as botas já não tinham cardas! (...)

2. Renovo aqui o que em tempos escrevi sobre o "Arcanjo São Gabriel" ou "GuêGuê":

Não sei por que te fizeram arcanjo e santo ... Talvez porque, simbolicamente, nos ajudaste,  a nós, operacionais da CCAÇ 12, a dar de beber à dor... e assim nos inunizaste e nos protegeste!

Sempre foste um grande senhor e um  camaradão... Com a tua viola e a tua bela voz, animaste muitas das nossas noites, quer no bar de sargentos de Bambadinca, quer também no nosso quarto (conhecido por quarto das 'putas'.  como a devida vénia ao Humberto Reis, o autor da expressão: não por elas terem autorização de lá entrar, mas por ser o quarto da rebaldaria, só habitado por anjos e arcanjos: eu, o Humberto Reis, o Tony Levezinho, o Joaquim Fernandes e o José Luís Sousa - o madeirense...). Não era o céu, era o que se podia arranjar mais próximo do céu, naquele cantinho do inferno...

Tenho eu, temos nós,  uma dívida de gratidão. para contigo, GuêGuê!  E mais grato ainda te fico   por teres salvo e enviado esta letra de fado que tu cantavas, nós cantávamos, nesses tempos, juntamente com outras que já recuperámos e que já  fazem  (ou vão fazer) parte de O Cancioneiro da Nossa Guerra   (**)

É justo lembrar que tu eras, de todos nós, o que tinhas mais "cultura fadista", sendo alfacinha e rapaz vivido...A tua viola e a tua voz animarama muitas noitadas e tainadas em Bambadinca... Muitas ? Aquelas que conseguíamos roubar ao tempo da guerra, do teu serviço cripto e das nossas saídas para o mato, das nossas operações, etc. Não tenho sabido de ti. Dá notícias. 

3. Letra fado "Tudo isto é tropa"

Com música de "Tudo isto é fado" (Letra: Aníbal Nazaré; Música: Fernando Carvalho; criação de Amália Rodrigues).[Clicar no atalho para ver e ouvir vídeo no YouTube]


Tudo isto é tropa

I

Perguntaste-me outro dia
O que era a vida militar,
Eu disse que não sabia
Mas estava-te a enganar.

II

Sem saber o que dizia,
Menti-te naquela hora,
Eu disse que não sabia
Mas vou-te dizer agora.

Refrão


Botas cardadas, mal engraxadas, sempre a marchar.
Batendo a pala, como um magala, sem refilar.
Toda a semana, numa má cama, sem ter cachopa.
Tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é tropa.


III

Se pensas tomar chuveiro,
E andar bem asseado,
Perde a esperança, companheiro,
Pois vais ser desenganado.

IV

Quando limpas a espingarda,
Quer tenhas ou não cuidado, [azar]
Vais sujar de massa a farda,
E depois ser castigado, [ estás a lerpar].



Refrão


Botas cardadas,  etc.,  etc.


[ Recolha: Gabriel Gonçalves, Lisboa, 2011. Revisão e fixação de texto: LG]

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Nota do editor:

(*) Vd. poste de 29 de novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9111: O nosso fad...ário (2): Fado Tudo isto é tropa (Gabriel Gonçalves, ex-1º Cabo Cripto, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71)

(**) Último poste da série >  14 de agosto de 2018 >  Guiné 61/74 - P18921: O Cancioneiro da Nossa Guerra (9): Os bravos de Bambadinca

Guiné 61/74 - P19019: Blogpoesia (585): "Inspiração", "O farol solitário" e "De mãos dadas...", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

1. Do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) estes belíssimos poemas, da sua autoria, enviados entre outros, durante a semana, ao nosso blogue, que publicamos com prazer:


Inspiração

Deito achas na fogueira e sopro forte
para avivar a inspiração.
Está gelada.
Saltam chispas. Faúlhas vivas.
Labaredas não.
Minha alma sofre buscando um tema.
Eis senão quando a chama acende.
Se alarga o mundo.
Alcanço ao longe e respiro fundo.
Uma ideia vem.
Bruxuleando e rindo.
Me enterneço a vê-la.
Como sereia rodopia e baila.
Faz piruetas.
Brinca comigo ao esconde-esconde.
Depois, sossega.
Se entrega toda num amplexo ardente.
A chama é forte.
Quase derrete e funde.
Meus olhos brilham.
Minha boca seca.
É delirante.
A sensação é boa.
Deixa saudade...

Bar do Edeka em Berlim, 15 de Setembro de 2018
10h34m
Jlmg

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O farol solitário

Se ergue, alto e luminoso, entre a terra e o mar.
Dorme de dia e trabalha de noite.
Por preço igual.
Seu lema é rodar.
Estrela do norte,
Cruzeiro do sul.
Derrama nas águas um rasto de luz.
Quanto mais longe melhor.
Aponta o caminho.
Se contenta com pouco.
Não pede benesses.
Que o vejam os nautas perdidos
P'ra, seguros, voltarem.
Um guarda o cuida como se fosse o patrão.
Parceiros da sorte,
Inverno e Verão.

Bar dos "Motocas" arredores de Berlim, 14 de Setembro de 2018 
11h2m
O cuco cantou...
Jlmg

********************

De mãos dadas...

Sigamos de mãos dadas pelos caminhos deste mundo.
Se tropeçarmos, logo alguém nos deita a mão,
Será menor a dor e assim se alcançará o fim.
Com a união de todos tudo ficará mais perto.
Pedra a pedra, grão a grão,
Se conseguiu elevar a pirâmide de Gisé.
Se vasa a montanha com um túnel
Que nos abrevia o caminho.
E nos compensa em tempo.
Quem se afasta ficará sózinho.
Exposto a tudo que possa acontecer.
De bom ou não.
Só com todos a vida tem sentido.
Porque somos limitados.
Todos temos muito para dar.
E cada um tem seus condons.
Um quadro belo é a soma de pontos diferentes que geram a harmonia e a beleza...

Henrik Chaim Goldschmidt plays "Gabriel's Oboe"
Berlim, 13 de Setembro de 2018
8h27m
Jlmg
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Nota do editor

Último poste da série de 9 DE SETEMBRO DE 2018 > Guiné 61/74 - P18998: Blogpoesia (584): "Deixem as ondas rolar...", "Lá se foi o primeiro poema..." e "Nariz empinado", da autoria de J. L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

sábado, 15 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P19018: Os nossos capelães (7): o 1º curso de formação de capelães militares foi em 1967, na Academia Militar


Lisboa > Academia Militar > 23 de outubro de 2017 > Comemoração  dos 50 anos do 1º curso de formação de capelães militares. Foto: Agência ECCLESIA/HM (reditada pelo Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, com a devida vénia...)






1º Curso de Formação de Capelães Militares, realizado na Academia Militar, de 23 de agosto a 17 de setembro de 1967. Lista  dos sacerdores, graduados em aspirante a oficial, que o frequentaram, por ramos das Forças Armadas (Marinha, Força Aérea e Exército).

Fonte: Ordinariato Castrense  (sítio da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança)


1. Entre os 58 participantes deste 1º curso de formação de capelães militares estão dois membros da nossa Tabanca Grande:

(i) Mário de Oliveira (ex-alf mil capelão, CCS/BCAÇ 1912, Mansoa, entre novembro de 1967 e em março 1968);

(ii) e Horácio Fernandes.(ex-alf mil capelão, BART 1913, Catió, 1967/69).

Outro dos participantes foi deste histórico curso foi padre Carlos Augusto  Leal Moita, entretanto já falecido, segundo informação do nosso camarada Virgílio Teixeira. Em 1988, tinha o posto de major capelão.

50 anos depois, em 2017, o Ordinariato Castrense celebrou este histórico curso de formação de capelães militares. Ver aqui vídeo da Agência Ecclesia. Ver também aqui a notícia escrita, de 23 de outubro de 2017.

Antes de 1967, já havia capelães militares no TO da Guiné, mas sem formação específica (que passou a ser prevista no art. 10º do decreto-lei nº 47188, de 8 de setembro de 1966)..

O nosso blogue tem 80 referências com o descritor capelães. Temos ainda a série Os Nossos Capelães, com 13 referências.

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Nota do editor:

Útimo poste da série > 25 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16638: Os nossos capelães (6): Libório [Jacinto Cunha] Tavares, o meu Capelini, capelão dos "Gatos Negros", açoriano de São Miguel, vive hoje, reformado, em Brampton, AM Toronto, província de Ontario, Canadá (José Martins, ex-fur mil trms, CCAÇ 5, Canjadude, 1968/70)

Vd. postes anteriores da série:

25 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16636: Os nossos capelães (5): Relação, até à sua independência, dos Capelães Militares que prestaram serviço no Comando Territorial Independente da Guiné desde 1961 até 1974 (Mário Beja Santos)

17 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13616: Os nossos capelães (4): O bispo de Madarsuma, capelão-mor das Forças Armadas, em Gandembel, no natal de 1968 (Idálio Reis, ex-alf mil, CCAÇ 2317, Gandembel / Balana, 1968/69)

5 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13577: Os nossos capelães (3): O capelão do BCAÇ 619 ia, de Catió, ao Cachil dizer missa... Creio que era Pinho de apelido, e tinha a patente de capitão (José Colaço, ex-sold trms, CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65)

5 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13576: Os nossos capelães (2): Convivi com o ten mil Gama, de alcunha, "pardal espantado"... Muitas vezes era incompreendido, até indesejado por alguns, pois tinha coragem para denunciar os abusos, quando os presenciava (Domingos Gonçalves, ex-allf mil, CCAÇ 1546 / BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68)

5 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13575: Os nossos capelães (1): Conheci em Bedanda o ten mil Pinho... Ia visitar-nos uma vez por mês para dizer missa... E 'pirava-se' logo que podia (Rui Santos, ex-alf mil, 4.ª CCAÇ, Bedanda, 1963/65)

Guiné 61/74 - P19017: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XLIII: O alf mil capelão Carlos Augusto Leal Moita


Foto nº 7 > Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > CCS / BCAÇ 1933 (1967/69) > 1969 > O nosso Capelão, à civil, lendo a Bíblia [?].
~


Foto nº 8 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (1967/69) > Dezembro de 1967 > Cerimónia religiosa local, Natal 67.


Foto nº 4A > Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > CCS / BCAÇ 1933 (1967/69) > Noiute de Natal > 24 de dezembro de 1968. 9h e meia da noite. Noite. Em primeiro plano, o capelão Moita fumando. O Virgílio Teixeira, é p segundo, de óculos, na segunda fila, a contar da esquerda para a direita.


Foto nº 4A > Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > CCS / BCAÇ 1933 (1967/69) > Noiute de Natal > 24 de dezembro de 1968. 9h e meia da noite.


 Foto nº  5 > Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > CCS / BCAÇ 1933 (1967/69) > Noite de Natal > 24 de dezembro de 1968 >  Outra foto da consoada. Fim de jantar.


Foto nº 1 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (1967/69) > Numa coluna na estrada de Nova Lamego-Piche, Novembro 67. Eu sou o do meio do grupo, e do lado esquerdo o Capelão Moita, e à direita o Alferes Mesquita, responsável das Transmissões.


Foto nº 2 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (1967/69) >Na coluna para Piche, em cima do mesmo Unimog, agora noutra perspectiva. Nov./67. O operador da Bazooka tinha de ser eu, para a foto, ao lado o Capelão Moita e outro pessoal
  

Foto nº  3 > Guiné > Região do Cacheu > Piche > CCS / BCAÇ 1933 (1967/69) > Novembro de 1967 > Já no Quartel de Piche, sendo a figura principal o Capelão Moita de costas. O médico Lema Santos, que ali está de óculos, ao meu lado.


Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem do Virgílio Teixeira:

Data: 21/08/2018, 17:25
Assunto - Guerra e Paz, a Alma e o Espírito: o alferes capelão Moita

Caro amigo e camarada Luís Graça:

Vou procurando e encontro novos temas, mais pequenos, mais fáceis de digerir.

Acho que este é um tema que ainda não vi tratado aqui, e parece interessar a alguns praticantes e não só. A presença de um representante da Igreja no seio daquele conflito, era sempre bem vindo. Já morreu, Paz à sua alma.

Vai para o lote, espero que não cause problemas na tua organização. Obrigado e até muito breve.

Virgílio Teixeira


2. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Virgílio Teixeira (*), ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, set 1967/ ago 69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem já cerca de 80 referências no nosso blogue.

Guiné - Portugal 67/69 - Álbum de Temas:

T055 – O NOSSO CAPELÃO, ALFERES GRADUADO MOITA, QUE SE JUNTOU MAIS TARDE AO BCAÇ1933


I - Anotações e Introdução ao tema:

INTRODUÇÃO:

A nossa guerra não se fez só de armas, minas, emboscadas, flagelações, bebedeiras, mulheres e outras coisas mais, também o espirito precisava de alguma paz de alma, e para aqueles que nunca se esqueceram da fé, da religião, da missa, de um conforto, então cada Unidade – maior ou menor – tinha o seu Padre Capelão, normalmente Alferes Graduados, acho que era assim, mas não tenho a certeza disso.

O meu batalhão [, o BCAÇ 1933,] partiu sem Capelão, e ainda esteve um mês pelo menos sem ele, mas quando chegou foi bem-vindo, a passou a integrar na perfeição as tropas todas que já estavam no terreno, foi uma companhia muito interessante.

Ele tinha de se deslocar às várias unidades aquarteladas pelos Sector a que pertencia, e foi a todas, penso eu, até talvez a Madina do Boé, não garanto, se alguém souber da sua presença pode e deve vir contrariar este texto.

Eu tenho de confessar que não fui daqueles que mais ‘utilizou’ o seu trabalho, a sua missão. Estivemos juntos num ou noutro ‘velório’ e pouco mais, em termos religiosos, acho que nunca assisti a uma missa naquele tempo todo.

Aliás, e pensando bem, já nem me lembro bem onde ficavam as capelas, em Nova Lamego conheço, porque lá estive num velório, mas em São Domingos não me lembro mesmo nada.  Nem sei onde eram as suas instalações, ele devia ter alguma coisa só para ele.

Fomos amigos e camaradas, andamos em várias colunas, mas não tenho grandes reportagens disso, pois as saídas em coluna só em Nova Lamego, em São Domingos só de barco, e não me lembro de ele nos acompanhar nessas deslocações, nem interessa isso.

Ele fazia as suas refeições na messe de oficiais como era da praxe, mas muitas vezes estaria por fora, noutros aquartelamentos.

Foi um bom companheiro, além do culto religioso, era também brincalhão, quase não parecia um padre, mas um amigo.

Juntei alguns elementos, fotos, onde ele aparece, devo ter mais, mas estes chegam para nos lembrarmos da sua memória, pois já faleceu, segundo disseram num almoço convívio. Ele foi a alguns, mas eu nunca mais o encontrei, viajamos no Uíge e depois acabou.

Espero que os leitores gostem e apreciem também estes ex-combatentes, independentemente da sua religião, porque eles estavam lá, mas não tinham arma distribuída.

Paz à sua alma.

Alferes Miliciano Carlos Augusto Leal Moita, desconheço qual a sua localidade de origem.

[Nota do editor LG: 

Soubemos, por pesquisa na Net, que em 1988 continuava como capelão militar, com o posto de major... Em 1967, frequentou o 1º Curso de Formação de Capelães Militares , integrado num grupo de mais de 50. O curso realizou-se na Academia Militar, de 23 de agosto a 17 de setembro de 1967. Nele participaram, por exemplo, dois membros da nossa Tabanca Grande: Horácio Neto Fernandes, e Mário de Oliveira (mais tarde conhecido como Padre Mário da Lixa)]

II – As Legendas das fotos:

F1 – Numa coluna na estrada de Nova Lamego-Piche, Novembro 67. Eu sou o do meio do grupo, e do lado esquerdo o Capelão Moita, e à direita o Alferes Mesquita responsável das Transmissões.

F2 – Na coluna para Piche, em cima do mesmo Unimog, agora noutra perspectiva. Nov./67. O operador da Bazooka tinha de ser eu, para a foto, ao lado o Capelão Moita e outro pessoal, que leva a tiracolo uma máquina fotográfica e pela capa parece a minha, uma Konica, talvez seja apenas a capa pois a máquina tirava-se fora, e a foto é da minha máquina.

F3 – Já no Quartel de Piche, sendo a figura principal o Capelão Moita de costas. Piche, Nov./67. Esta foto já conhecida a quando do paradeiro do Médico Lema Santos, que ali está de óculos, ao meu lado, e mais longe o Capitão comandante da CCAÇ1662, e lamento não saber agora o nome dele. Está também o alferes Mesquita ao lado de outro que não sei quem é, e o respectivo ‘empregado de mesa’ a servir a malta.

F4 / F4A – O Capelão Moita, fumando a sua cigarrada, no fim do jantar. São Domingos, 1968. Também não sei a data desta foto, mas parece um jantar na messe de oficiais, com algum motivo especial, pois o nosso Tenente Bigodes está com uma garrafa de champanhe na mão. Ao lado esquerdo do capelão Moita, de costas, parece-me o alferes Almodôvar, ainda lá estava pelos vistos. Ao lado de olhar esgueiro o alferes Mesquita. Lá atrás, temos da esquerda para a direita, o Capitão Martins, o alferes Carneiro, o alferes Teixeira, o Tenente Bigodes, depois em pé um soldado condutor que servia na messe, muito educado e de boas maneiras, e sentado na ponta o alferes Machado, mais conhecido por ‘Machadão’ dado o seu enorme corpo e peso, era o Minas e Armadilhas. Era do Porto, encontrei-o algumas vezes, mais tarde soube que já tinha falecido, devido talvez ao coração, pois ficou ainda mais pesado do que era.

Não vejo a mesa do Comando, e esta disposição não era a usual, por isso me leva a pensar que já é posterior à evacuação do nosso comandante, Tenente Coronel Armando Saraiva, ocorrida em Novembro de 1968, por isso ou é a noite de Natal, ou a noite de Fim de Ano, por causa da garrafa de champanhe. E pelas roupas e pelo aparato da mesa, deve ser um destes eventos.

F5 – Outra foto mas o mesmo tema, o Capelão Moita. Fim de jantar em São Domingos, 24dez1968. Aqui além dos restantes indicados acima, pode ver-se em primeiro plano o nosso Capitão Cardoso, novo comandante da CCS/BCAÇ1933, e a sua jovem esposa ainda em plena Lua-de-mel. Acho que esta cabeça em frente é do Major Graciano Henriques, o nosso Comandante não estava mesmo lá.

F7 – O nosso Capelão, à civil, lendo a Bíblia. São Domingos, 1969.

F8 - Cerimónia religiosa local, Natal 67, Nova Lamego Dez 67

Em, 2018-08-21

Virgílio Teixeira

«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BATCAÇ1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 10 de setembro de 2018 >Á Pistas e aeronaves (ii): Nova Lamego, 1º trimestre de 1968