1. Mensagem do José Belo:
Data - 13/02/2020, 22:02
Assunto - Tabanca da Lapónia
Entretive-me umas horas a reconstruir a Tabanca da Lapónia numa versão evocativa de 40 anos de literais... congelamentos vários!
Algumas fotos e vídeos repescados das 4 versões anteriores a somarem-se a alguns novos.
Por faltas de paciência, várias das fotos contêm,de momento,pouco "paleio", oferecendo unicamente uma brisa fresca (!) desde bem dentro do Círculo Polar Árctico..
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José Belo |
O título do blog é :
Lusitano...40 Anos na Lapónia
Um abraço, José Belo
2. Dois dias depois, oui seja ontem, às 11h07, recebemos nova mensageem, com o seguinte teor:
Assunto - Convívio de... génios
Depois da "reinauguracäo" da Histórica (!) Tabanca da Lapónia, acabei por lá colocar , a título de "apifamento", alguns pensamentos de um ramalhete de de génios do tipo Ruy Belo, Fernando Pessoa e...J. Belo!
Escrita agora em *português de lei*, vamos ver se alguns Lusitanos ciberturistas acabam por surgir neste blogue.
As antigas Tabancas da Lapónia, escritas em inglës e sueco, conseguiram estabelecer contactos com amigos da Escandinávia e dos States mas, muito poucos em Portugal. (*)
É mais uma tentativa de "vender" o ar fresco do Círculo Polar Árctico.
Bem-vindo!
Um abraço.
(E a propósito de "portuguës de lei", acabei de aprender depois destas muitas décadas que a maneira correcta de escrever-se Lapónia na língua de Camöes é...LAPÔNIA!...LAPÔNIA??!?!
3. Para quem chegou ontem à Tabanca Grande... recorde-se que o José Belo:
(i) é o régulo da Tabanca da Lapónia, nas suas várias "versões";
(ii) é membro da Tabanca Grande, para onde entrou "de jure e de facto"
em 8 de março de 2009;
(iii) tem cerca de 140 referências no nosso blogue, ou seja, é um "contribuinte líquido", dá mais do que o que recebe;
(iv) formado em direito, foi jurista na América e na Suécia;
(v) a guerra, a paz e o amor levaram-no até à Suécia onde vive há mais de 4 décadas, e onde constituiu família;
(vi) continua a ter uma pontinha de orgulho nas suas velhas raízes portuguesas: de vez em quando escreve, no nosso blogue, uma crónica para a sua série "Da Suécia com saudade";
(vii) no século passado, nioutra reincarnação, foi alf mil inf da CCAÇ 2381,
Ingoré,
Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e
Empada, 1968/70, e manteve-se no ativo, no exército português, durante uma década;
(viii) está reformado como cap inf do exército português;
(ix) não sei se, como ao Camões, lhe pagam o mísero soldo, sendo um "autoexilado" (não cinfundir com... "desertor"): os amigos queixam-se de que a Pátria lhe foi Madrasta;
(x) reparte os dias do ano entre a Suécia (Estocolomo), o círculo polar ártico, na Lapónia (Abisko, Kiruna), e Key West, na Flórida, EUA, onde a família (os filhos) tem negócios e onde vivem os seus netos;
(xi) as vicissitudes da vida (, as suas "partidas"...) tornaram-no um "resistente" (ou diria: "resiliente"):
"Os meus 10 anos de vida militar, muito rica em 'acontecimentos' hoje incríveis, a somar-se a toda uma "tarimba" jurídica nos States, seguida de voluntariamente ter escolhido viver com o vizinho mais próximo a 297 km da minha porta, tornaram-me no que hoje sou....extremamente resistente. Quase como escreveu o poeta :"Deixei de ser aquele que esperava...isto é...deixei de ser aquele que nunca fui".
(xii) considera-se um exemplar de uma espécie em vias de extinção (**)
PS - Ah!, e não é primo do Ruy Belo... Belos há muitos, belos, bravos e bons é que... não!
4. Comentário do editor Luís Graça:
José: acho que te faz bem… a ti e a nós, sentir esse frio polar ártico a entrar pelos poros da pele, pelas narinas, pelos meurónios, pela "alma" (para quem ainda tem "alma")... mas não pelas frinchas das portas e janelas, que a tua Tabanca é climatizada!
Acho que te faz bem reabrir a Tabanca da Lapónia"… e assumir a tua “idiossincrasia” de lusitano das 7 partidas, “perdido” na Lapónia há 40 anos…
É, ademais, um gesto de grande hospitalidade, camaradagem e lhaneza, próprias de um puro lusitano como tu, abirr a tua casa ao "povo", depois de aí receberes a nobreza vikiNg e a burguesia ianque.
Como prometido, e com a devida vénia, fiz uma visita ao teu blogue e uma seleção das tuas imagens. (Os vídeos, esses, deixo-os para exploração dos mais "voyeuristas")…
Não sei a quem atribuir os créditos fotográficos. Mas, por defeito, pertencem ao régulo...A dificuldade é escolher, dada a magia de cada uma das fotos e sobretudo das legendas poéticas!... Sei que és um leitor de longa data de poetas portugueses como o Ruy Belo, o J. Belo (, que por acaso não são primos) e do Fernando Pessoa (ou dos Fernandos Pessoas)...
É uma boa terapia, a escrita, a blogoterapia, , a poesia.. E eu perguntei-te (e tu não me respondestes, estás nesse direito...) se tu não tinhas (ou nunca tiveste) um… diário.
Enfim, imagina que me lembrei de te lançar um desafio: fazeres um check-list das 24 horas do dia na vida de um lusitano na Lapónia… Os "lapões" da Tabanca Grande, uma vez reaberta, ao "povo" a tua Tabanca da Lapónia, vão querer saber mais coisas sobre a vida do régulo no seu dia-a-dia:
(i) a que horas é que te levantas ?
(ii) a que horas é que te deitas ? Aqui é os séniores deitam-se com as galinhas, aí será com as renas;
(iii) como é que tu te deslocas quando vais às compras ?
(iv) também vais à caça e à pesca ? ou és agora conservacionista ?
(v) e como é que te desenrascas quando as renas e os cães precisam de veterinário ?
(vi) enfim, o que é que se come e bebe aí na tasca da Tabanca da Lapónia ?
(vii) será que o régulo é mais peixeiro do que carneiro ?
(viii) o campismo é "tax free" ?
e coisas idiotas do género. O problema é que a Tabanca da Lapónia, apesar de toda esta recente publicidade, ainda não vem nos roteiros turísticos da Lusitânia. Vou pedir ao PInto Loes (agência do Porto) para te pô no mapa... Ou é melhor não ?!
Sabemos que, se o régulo quiser tomar um chá na casa da/o vizinha/o mais próxima/o, tem que fazer uns 300 quilómetros (, o equivalente à distância de Lisboa ao Porto)... Em trenó puxado a renas, deve demorar umas horas valentes...Aindapor cima à luz dos archotes...
Deve acrescentar-se que o termo "lapão" (feminino: "lapoa") pode ser considerado ofensivo e até racista...À cautela, vamos de futuro procurar evitá-lo... De resto, ele há coisas que, quem um dia for lá, à Tabanca da Lapónia, deve saber, para não fazer... "merda": Lapónia para os lapões é... Sápmi.
Lapöes é... Samer. Um Lapão é... Same. Uma Lapoa (mulher da Lapónia) é... Samisk kvinna. (**)
Meu caro régulo: a Lapónia (, sim, os brasileiros dizem Lapônia), por causa do sol da meia noite, das auroras boreais e do Pai Natal, tende a ser vista de maneira muito redutora e estereotipada... Por isso, se calhar é muito “voyeurismo", da parte dos nossos leitores, perguntarem-te estas coisas todas... Por razões até de segurança, não deves responder a nenhum delas...Quem quiser saber mais, que vá aí e te bata à porta: será por certo bem recebido, se for por bem, e com uma credencial da Tabanca Grande... Ah!, e não se esqueçam: levem também uma garrafinha da Aguardente Vínica DOC Lourinhã... (Na minha terra, quem a bebia, escapou à gripe espanhola, à "pneumónica", a pandemia de 1918/19, que matou mais de 60 mil portugueses...).
Zé, não leves a mal... Há camaradas da Tabanca Grande que, nem por um canudo, conseguem ver Braga, quanto mais a Lapónia… Mas Braga tinha obrigação de ter uma tabanca, e não tem. Tem uma arcebispo, tem uma sé, tem um clube de futebol... mas não tem uma tabanca!...As tabancas mais próximas são a dos Melros (Gomdomar, Fânzres), da Maia, a de Matosinhos...
A Lapónia, colónia sueca, que não tinha obrigação nenhuma, até tem uma tabanca!...E já "histórica", sim, senhor!...
Há 40 anos, é obra!...Grande lusitano!... Enfim, se estivesses mais perto, a gente até ia ter contigo um dia destes… Em abril vou aos países bálticos num daqueles esquemas de “turista estúpido”… mas não vai dar para beber um vodca contigo!... Como eu bem gostaria!... (****)
(***) Vd. postes de: