quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 – P5682: Armamento (1): Morteiros, Lança-Granadas, Granadas e Dilagrama (Luís Dias)

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1. O nosso Camarada Luís Dias*, ex-Alf Mil At Inf da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74, enviou-nos em 13 de Janeiro de 2010, a seguinte mensagem:
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ARMAMENTO E EQUIPAMENTO DAS FORÇAS ARMADAS PORTUGUESAS E DOS GUERRILHEIROS DO PAIGC NA GUERRA COLONIAL

GUINÉ
1971 - 1974

2ª PARTE

1. OS MORTEIROS 60 mm

1.1 FORÇAS PORTUGUESAS

No apoio imediato às tropas portuguesas foi largamente utilizado o morteiro 60 mm, quer na defesa de aquartelamentos, quer nas deslocações, tanto apeadas, como em colunas auto. De facto, face à falta de um lança granadas foguete que se adequasse ao combate na selva, os grupos de combate utilizavam o morteiro 60 mm, retirando o prato base para o tornar mais leve e transportável.

Depois, com o desenvolvimento do denominado morteirete, que era composto unicamente pelo tubo e com uma base arredondada e um pouco mais larga para não se enterrar no chão, contendo uma bandoleira onde estavam fixadas chapas com as distâncias alcançáveis, era este o modelo amplamente utilizado.

O morteiro é uma arma de tiro curvo, capaz de bater alvos desenfiados ou em contra-encosta.O morteiro 60 mm mais utilizado era o M2 m/952, de origem norte americana.

Morteiro M2 60 mm m/952

Características desta arma:
  • TIPO: morteiro ligeiro
  • PESO: 17 kg
  • COMPRIMENTO: 720 mm
  • ALCANCE MÁXIMO (para carga explosiva): 1815 m
  • CADÊNCIA DE TIRO: 18 g p/m
  • GRANADAS: explosivas, de iluminação, de fumos e de exercício
  • COMPOSIÇÃO GERAL DA ARMA: cano, suporte, prato base e aparelho de pontaria
  • FUNCIONAMENTO: arma de ante carga, culatra roscada, de alma lisa e percutor fixo. O lançamento é proporcionado pelos gases que se formam na explosão da carga propulsora e suplementares (se for necessário), quando a granada é percutida, após percorrer o cano por inércia.
O morteirete atribuído às forças armadas portuguesa foi desenvolvido pela FBP, com conceito de origem francesa (o Hotchkiss-Brandt 60 mm commando mortar), como sendo o modelo FBP m/68.

Morteirete 60 mm FBP m/68

Características desta arma:
  • TIPO: morteiro comando
  • PESO: 5 kg
  • COMPRIMENTO: 650 mm
  • ALCANCE MÁXIMO (para carga explosiva): 1070 m
  • CADÊNCIA DE TIRO: 30 g p/m
  • GRANADAS: explosivas, iluminantes e de fumos
  • COMPOSIÇÃO GERAL DA ARMA: cano, bandoleira graduada, polinómetro, tampa de boca em borracha.
  • FUNCIONAMENTO: arma de ante carga, de alma lisa e percutor fixo, sendo que o lançamento da granada é efectuado por acção dos gases que se formam, aquando da percussão da carga propulsora, depois da granada atingir o percutor por inércia.

1.2 FORÇAS DO PAIGC

O PAIGC usava morteiros 60 mm de diversas procedências, nomeadamente da antiga URSS, da China (T-31 e T-63) e de outros países do Leste Europeu.

1.3 OBSERVAÇÕES

Deve ser salientado o nosso morteirete, pelo seu peso, pela facilidade de utilização, aliado a um jeito natural que o soldado português tem para este tipo de armas, que já vem dos tempos da Iª Guerra Mundial, segundo rezam algumas crónicas da época.

Face à base arredondada, pudemos testemunhar o feito que um soldado africano, de forte compleição física, numa situação de contacto com guerrilheiros do PAIGC (Operação “Alma Forte”, no dia 11 de Março de 1972, pelas 18h00, 2 grupos de combate da C.CAÇ 3491 – Dulombi) em que fomos emboscados pelo IN, junto ao Rio de Lemenei/Paiai Lemenei, foi de grande influência a intervenção do soldado Manga Camará, que colocando o morteirete à barriga e aguentando o forte coice da arma, lançou algumas granadas que vieram a atingir o IN, pondo-o em retirada com diversas baixas.

2. OS LANÇA GRANADAS FOGUETE (LGF)

2.1 FORÇAS PORTUGUESAS

O lança granadas foguete (LGF) é, como se sabe, uma arma essencialmente anti-carro, e será por esse facto que Portugal não terá procurado para a guerra que suportava nas colónias um LGF que se adaptasse às necessidades que as tropas sentiam naqueles específicos terrenos de ter uma arma deste tipo, mas mais manejável que as que estavam distribuídas. Os LGF (vulgarmente conhecidos como Bazukas, do inglês Bazooka) existiam em Portugal nos modelos de 6 cm M/955 e 8,9 cm M/952, foram largamente utilizados durante a guerra colonial, em especial o último modelo, embora, na maior parte das vezes, unicamente utilizando granadas anti-carro (Heat – High Explosive Anti Tank), de pouca eficácia anti-pessoal, compensando com o poder contundente do troar da sua explosão.

Para concorrer com os RPG do IN, os portugueses desenvolveram em Angola um lança “rockets” originalmente concebido para tiro ar-solo (utilizado nos aviões T-6), que foi também muito utilizado na Guiné, em especial pelas forças pára-quedistas, o SNEB de 37 mm, de origem francesa, bastante mais leve e manejável que a bazuca, a que alguns chamavam de “roquetim”, facilmente reconhecível pela manga do tubo furada.

No entanto, o LGF mais utilizado como arma de apoio dos grupos de combate foi o LGF 8,9 cm M20 e M20A1, de origem EUA, conhecidos pela “bazooka” e “Super bazooka”, respectivamente. Algumas unidades possuíam o LGF Instalaza 8,9 cm, de origem espanhola, muito semelhante à bazuca americana, mas que tinha uma protecção para o atirador.

Elementos das Forças pára-quedistas, algures numa bolanha da Guiné, podendo ver-se que o elemento da frente transporta o LGF SNEB 37mm.

LGF M20A1 8, 9 cm

Características do LGF M20/M20A1 8,9 cm
  • TIPO: Lança granadas foguete
  • ORIGEM: EUA
  • ANO DE FABRICO (primeiros modelos): 1942
  • COMPRIMENTO: 153 cmPESO: 5,9 Kg
  • ALCANCE MÁXIMO 150/200 m
  • VELOCIDADE: 160 m/S
  • CAPACIDADE: Perfura 280 mm de blindagem
  • FUNCIONAMENTO: Arma de retro-carga, de disparo eléctrico, movendo-se a granada por acção de foguete propulsor.
2.2 FORÇAS DO PAIGC

Os guerrilheiros do PAIGC possuíam como lança granadas foguete o RPG-2 e o RPG-7, de origem soviética, que usavam com grande profusão. Outro LGF que foi utilizado era o P-27 Pancerovka, com origem na então Checoslováquia, mas já era menos visto nos anos em estudo.

RPG-2

Características do RPG-2
  • TIPO: Lança Granadas Foguete (RPG - Ruchnoy Protivotankovyi Granatomyot)
  • ORIGEM: URSS
  • ANO DE ENTRADA AO SERVIÇO: 1949
  • CALIBRE: 40 mm (diâmetro do tubo), 82 mm (diâmetro da cabeça explosiva da granada)
  • PESO: 2,83 Kg, 4,67 Kg com granada introduzida
  • COMPRIMENTO: 650 mm
  • VELOCIDADE: ALCANCE EFECTIVO: 100 a 150 m, ALCANCE MÁXIMO: 200/300 m
  • CAPACIDADE: Perfura 200 mm de blindagem
  • FUNCIONAMENTO: Arma de carregar pela frente, usando o tipo de granada HEAT, propulsionada por foguete acoplado ao corpo da granada, de percussão mecânica, com seis alhetas estabilizadoras que se soltam aquando da saída da granada.

RPG-7
Características do RPG-7
  • TIPO: Lança granadas foguete (RPG – Ruchnoy Protivotankovyi Granatomyot)
  • ORIGEM: URSS
  • DATA DE ENTRADA AO SERVIÇO: 1961
  • CALIBRE: 40 mm (diâmetro do tubo) e entre 70 a 105 mm (cabeça explosiva da granada)
  • PESO: 6, 3 Kg, 8, 5 Kg com granada introduzida
  • COMPRIMENTO: 650 mm
  • VELOCIDADE: Primeiramente a granada é lançada a cerca de 120 m/s, mas depois com a entrada em funcionamento do motor próprio acelera até aos 240 m/s
  • ALCANCE EFECTIVO: 500 mALCANCE MÁXIMO: 900 m
  • CAPACIDADE: Perfura 260 mm de blindagem
  • FUNCIONAMENTO: Arma de carregar pela frente, podendo usar diversos tipos de granadas, embora a mais utilizada fosse a HEAT, propulsionadas por foguete acoplado ao corpo da granada, de percussão mecânica, com estabilizadores articulados. Quando se dá a propulsão e a saída da granada do tubo e a cerca de 10/ 20 m depois, inicia-se uma aceleração, através do motor da propulsão, com a abertura dos estabilizadores que conferem uma melhor direcção ao projéctil.
Granada de RPG-7

2.3 OBSERVAÇÕES

Os RPG são armas desenvolvidas pela antiga URSS, com origem nos famosos “Panzerfaust” alemães da II Guerra Mundial. São armas bastante portáteis, relativamente baratas e de fácil manejo. Como todos os LGF tinha de haver cuidado com o cone posterior de fogo (20 a 30 m), mas eram mais fáceis de manobrar no terreno, em que nos defrontávamos, do que os nossos LGF. No caso do RPG-2 o atirador transportava, normalmente, 1 gr. na arma e 3 numa bolsa especial usada às costas, tendo ainda um municiador com mais duas granadas. No caso do RPG-7, o atirador podia transportar uma gr. na arma e mais duas numa bolsa adequada que levava às costas e um municiador com mais 3 granadas também em bolsa, que levava às costas.

No caso do nosso LGF não havia bolsas próprias e, normalmente, o atirador transportava uma gr. na arma e levava mais duas e o seu municiador outras duas ou quatro, dado tratarem-se de granadas pesadas.

O IN utilizava com grande à vontade este tipo de LGF, usando-o em todas as actividades operacionais, fossem elas contra aquartelamentos, contra viaturas ou em emboscadas sobre as nossas tropas. O RPG-2 não era uma arma muito eficiente, mas o RPG-7 já era um LGF de muita qualidade que perdurou no tempo e foi utilizado em muitas frentes e guerras. As granadas de RPG-2 explodiam por contacto, enquanto as de RPG-7, para além de explodirem por contacto, também explodiam ao fim de 4,5 segundos, caso não encontrassem um obstáculo, o que produzia estilhaços em chuva sobre o inimigo. Segundo um guerrilheiro capturado pela minha companhia, a dificuldade em apreendermos RPG-7, ao contrário dos RPG-2, era devido a que estes eram entregues aos melhores combatentes, sendo também em menor quantidade.

No meu caso pessoal, ao fim de alguns meses de mato, decidi que o meu grupo de combate só levasse a bazuca 8,9 cm na escolta a colunas, pois o seu peso, o das granadas e a dificuldade de manobrá-la (preocupações com o cone de fogo que produzia), não a tornavam apetecível para a progressão no mato. Lembro, contudo, de em vez de usarmos as granadas HEAT habituais para o LGF, usávamos umas granadas Energa (belgas), com ponta em mola, que originavam um coice na arma, praticamente impeditivo de atirar ao ombro. O disparo era efectuado à anca. Assim, a bazuca era mais utilizada na defesa do aquartelamento.

Neste tipo de armamento é que as forças portuguesas ficavam a perder. Logo no comprimento e envergadura dos LGF a vantagem era nítida do PAIGC. Também o peso das granadas não ajudava e o efeito das mesmas não era tão efectivo como, por exemplo, um tiro de dilagrama.

Cone de fogo produzido por um LGF, aquando do disparo de uma granada

Estilhaços de granadas de RPG-2 (esquerda) e de RPG-7 (direita), encontrados após uma das flagelações do PAIGC ao quartel do Dulombi, em 1972.

3. AS GRANADAS DE MÃO

3.1 FORÇAS PORTUGUESAS

As tropas portuguesas usavam, essencialmente, dois tipos de granadas de mão: as ofensivas e as defensivas. Eram também usuais as granadas de fumo (cores vivas) para assinalar locais no mato para aterragem urgente de hélios e para identificar a zona onde se encontravam as nossas forças, quando se solicitava ataque aéreo e muito raramente se utilizavam as incendiárias.

As granadas ofensivas eram de fraco raio de acção, essencialmente actuando por sopro e choque, podendo ser empregues quando as tropas que as lançavam estão a descoberto, dado que os seus poucos estilhaços, normalmente, não tinham alcances superiores a 15 m.

As granadas defensivas eram de um raio de acção superior a 100 m, embora o raio de acção de eficácia fosse de 15/20 m, actuando por meio de fragmentação em estilhaços do seu próprio corpo e da espiral existente no seu interior. Destinam-se a ser empregues quando as forças que as lançam estão abrigadas, protegidas da acção dos efeitos da própria granada.

Outra utilização para as granadas defensivas era o seu arremesso, através de um dispositivo colocado na G3, com recurso à utilização de uma munição especial, para distâncias superiores aos atingidos pelo lançamento manual - este conjunto chamava-se dilagrama.

Características da Granada Ofensiva M/62
  • TIPO: Arma de arremesso, destinada ao combate próximo, podendo bater ângulos mortos
  • PESO: 310 g
  • CARGA: 190 g TNTRAIO DE ACÇÂO: 10 a 15 m
  • ALCANCE: Dependente da potência do braço do lançador
  • ESPOLETA: De tempos, de percussão prévia automática. Duração de combustão do misto retardador – 4 a 5 segundos.
  • FUNCIONAMENTO: Após ser retirada a cavilha de segurança, puxada pela argola existente na cabeça da granada, largando em seguida a alavanca de segurança, o percutor acciona a combustão do misto retardador e posteriormente atingindo o detonador, este acciona a carga ignidora e em seguida a carga base, dando-se a explosão.
Características da Granada Defensiva M/963 (M26 ou M26A1)
  • TIPO: Arma de arremesso, destinada ao combate próximo, podendo bater ângulos mortos
  • ORIGEM: EUA
  • PESO: 455 g
  • CARGA: 165 g de Composição B
  • RAIO DE ACÇÃO EFICAZ: 20/30 m
  • RAIO DE ACÇÃO PERIGOSO: 185 m
  • ALCANCE: Dependente da potência do braço do lançador
  • ESPOLETA: De tempos, de percussão prévia automática. Duração de combustão do misto retardador – 4 a 5 segundos
  • FRAGMENTAÇÃO: Através de uma espiral em aço em forma de barril, existente no interior do corpo. Mola fragmentada
  • FUNCIONAMENTO: Após ser retirada a cavilha de segurança, puxada pela argola existente na cabeça da granada, largando em seguida a alavanca de segurança, o percutor acciona a combustão do misto retardador e posteriormente atingindo o detonador, este acciona a carga ignidora e em seguida a carga base, dando-se a explosão.
A granada defensiva M26A1 M/63

O Dilagrama

O Dilagrama era um dispositivo que, conjuntamente com a granada de mão defensiva M/63, ao qual era fixado, aplicado na espingarda automática G3, permitia-nos obter alcances superiores aos conseguidos pelo arremesso manual da granada, reduzindo os riscos para as nossas tropas na sua utilização. O Dilagrama permitia bater ângulos mortos, sendo possível o seu emprego contra elementos IN abrigados.

O Dilagrama era constituído por:
  • Um adaptador da granada;
  • Um tubo em forma cilíndrica;
  • Uma empenagem;
  • A granada defensiva M/63 e
  • Um cartucho especial propulsor.
Retirada a cavilha da granada, a alavanca de segurança ficava presa pelo retentor. Quando se premia o gatilho da arma e o cartucho era percutido, a acção de gases que se seguia impulsionava o conjunto, lançando-o pelo ar e pela acção da inércia o grampo de armar recuava, partindo o retentor, soltando-se, então, a alavanca de segurança da granada, iniciando-se a combustão do misto retardador e consequentemente a explosão, com fragmentação de todo o conjunto.

Normalmente, a granada atirada por este dispositivo, rebentava acima do solo. Num disparo a 45º, verificávamos que, efectuando uma contagem rápida de 1 a 15, o rebentamento se dava, por norma, nesta altura.

O disparo deste dispositivo dava um forte coice, em especial no dedo que dava ao gatilho, por isso, os soldados eram instruídos para efectuarem o disparo como se dedilhassem uma guitarra (só usando a ponta do dedo) e dispararem a arma apoiada no chão, prendendo-se com um dos pés a bandoleira e colocando a arma no ângulo pretendido. No entanto, em acção, a maior parte dos atiradores que me acompanhavam e que utilizavam o dilagrama, efectuaram os disparos do mesmo ao ombro, sem quaisquer problemas.

Dilagrama M26A1

Características desta arma:
  • TIPO: Dispositivo de lançamento de granada defensiva através de uma espingarda
  • ORIGEM: EUAPESO: 455 g
  • EXPLOSIVO: Composição B
  • FRAGMENTAÇÃO: Espiral de aço em forma de barril no interior da granada, bem como o restante conjunto, fabricado em metal.
  • CAPACIDADE: Acção efectiva nos 15 m em redor do local da explosão.
  • ALCANCE MÀXIMO: 160 m
Durante o ano de 1973, surgiu outro tipo de dispositivo (ao que creio, o FRG-RFL 40BT, de origem belga), em que a granada não era acoplada, mas fazia parte integrante do conjunto (tipo bola), no calibre de 40 mm, rebentando por impacto e, dado ser um conjunto mais leve que o conjunto anterior (355 g), o seu alcance era sensivelmente o dobro (350 m), lançando cerca de 300 fragmentos, em 30 m envolta do local da explosão.

3.2 FORÇAS DO PAIGC

Os guerrilheiros do PAIGC utilizavam, normalmente, as granadas defensivas chinesas de cabo de madeira (alguma semelhança com as dos alemães utilizadas na 2ª Guerra Mundial) e as granadas de fragmentação russas RGD5 e F1, também fabricadas pela China.

Granadas defensivas F 1

Características da granada defensiva F 1
  • TIPO: Granada de fragmentação
  • ORIGEM: URSS
  • DATA: 2ª G.M.
  • PESO: 600 g
  • EXPLOSIVO: 60 g TNT
  • FRAGMENTAÇÂO: Pinha em aço
  • RAIO DE ACÇÂO EFICAZ: Acção efectiva até 20 m do local da explosão
  • ESPOLETA: De tempo, com temporizador regulado para os 3 a 4 segundos
  • FUNCIONAMENTO: Semelhante à nossa granada
3.3 OBSERVAÇÕES

A nossa granada, utilizada através do dispositivo denominado dilagrama, era mais útil que as utilizadas manualmente, tendo mais capacidade de causar baixas no IN. Também a M26A1 era uma granada mais moderna, produzindo mais estilhaços do que as do PAIGC, nomeadamente a F1, conhecida pelos russos como Limonka (granada limão) e que já não era fabricada pela URSS, mas era ainda utilizada nos países satélites e em várias guerras de libertação.

Nota do autor: Na recolha para este trabalho foram coligidos elementos, material e fotos, com a devida vénia, da Wikipédia/Internet; How stuff Works.com; Infantry Weapons of the World, da Brassens, Editor J.L.H. Owen; Guerra Colonial, de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, Edição Diário de Notícias; Moderrn Firearms & Ammunition Encyclopedie; Armamento do Exército Português, Vol. I – Armamento Ligeiro, de António José Telo e Mário Álvares, da Prefácio; Armas de Fogo, seus Componentes, Capacidades e o seu Uso pelas Forças Policiais, de Luís Dias (PJ - Maio de 2004) e apontamentos e fotos diversas do próprio autor. Foto do LGF SNEB obtida do blogue do BCP 12 (com a devida vénia).

Um abraço,
Luís Dias
Alf Mil At Inf da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872
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Nota de M.R.:

Este é o primeiro poste desta série.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 - P5681: Em busca de... (111): Procuro notícias do Ex-Capitão Miliciano Vasco Vale, Cuntima, 1973 (Carlos Matos Gomes)


1. O nosso Camarada Carlos Matos Gomes, Coronel COMANDO na situação reserva, enviou-nos a seguinte mensagem, em 20 de Janeiro 2010:

Pedido de informação

Camaradas,

Aqui estou eu a fazer de intermediário para um pedido de contacto. Isto é, para ver se nesta enorme rede de encontros e de passa-palavra da Tabanca é possível saber do paradeiro de um homem que combateu na Guiné.

Como sabem o jornalista Joaquim Furtado tem estado a produzir para a RTP um programa sobre a guerra, em que eu colaboro na medida das minhas possibilidades. Agora pediu-me ajuda para encontrar (para futuro contacto) o seguinte militar, com as seguintes coordenadas:

Ex-capitão miliciano Vasco Vale, que foi comandante da companhia de Cuntima em 1973, quando o comandante do sector era o coronel Vaz Antunes.

Alguém tem um contacto? Ou alguém conhece alguém que possa saber dele?

Ficávamos eu e o Joaquim Furtado muito agradecidos e poderíamos ter mais uma história da Guiné.

Um abraço,
Carlos Matos Gomes
Cor COMANDO reserva

P.S. - Desde já agradeço que toda e qualquer informação seja enviada para o meu e-mail pessoal: matosgomesC@netcabo.pt
__________
Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em:


Guiné 63/74 - P5680: Efemérides (41): No 37º aniversário da morte de Amílcar Cabral, recordando o sucesso diplomático que foi a visita da missão da ONU às regiões libertadas, no sul, 2-8 de Abril de 1972


Fundação Mário Soares / Documentos Amílcar Cabral > s/d > Amílcar Cabral em reunião com combatentes nas Regiões Libertadas. Distinguem-se Constantino Teixeira, Aristides Pereira, Bacar Cassamá, José Turé e André Gomes.


Fundação Mário Soares / Documentos Amílcar Cabral > Abril de 1972 > Região de Tombali > "Visita da Missão Especial da ONU a Cubucaré [, a sul do Rio Cacine,] distinguindo-se Fidelis Cabral de Almada e José Araújo. Com a inscrição manuscrita a lápis no verso: Recebida, com entusiasmo pela população, a missão especial chega ao local de um grande meeting popular, em Cubucaré". Guiné-Bissau, 2 a 8 de Abril de 1972."



Fundação Mário Soares / Documentos Amílcar Cabral > Região de Tombali > "Missão Especial da ONU visita uma tabanca destruída pela aviação portuguesa. 2 a 8 de Abril de 1972."



Fundação Mário Soares / Documentos Amílcar Cabral > Rgeião de Tombali > "Grupo de diplomatas do Comité de Descolonização da ONU visita quartel destruído. 2 a 8 de Abril de 1972."

Fotos e legendas: Cortesia de Fundação Mário Soares / Documentos Amílcar Cabral (2003)


1. No 37º aniversário da morte de Amílcar Cabral (1924-1973), que se celebra hoje, tanto na Guiné-Bissau como em Cabo Verde, vale a pena evocar aqui a célebre (e inédita)  visita da de uma missão da ONU, a convite do PAIGC, às então chamadas Regiões Libertadas, missão essa que correu no sul, à actual região de Tombali  entre 2 e 8 de Abril de 1972. Foi uma maiores vitórias diplomáticas de Amílcar Cabral. A Região de Tombali engloba, hoje, os sectores de Bedanda, Catió, Como, Quebo e Quitafine, tendo  um total de cerca de 3700 km2 e 90 mil habitantes.

Segundo Carlos Matos Gomes e Aniceto Afomo (Os Anos dfa Guerra Colonial, Vol 13, 1972 - Negar uam solução política para a guerra, Matosinhos, QuidNovi, 2009,  pp. 20-21), "a missão que visitou a Guiné era constituída por três membros efectivos, representantes do Equador, Suécia e Tunísia e por dois funcionários da ONU"... 

Os diplomatas estiveram nas zonas de Catió e Quitafine onde, segundo o relatório  observaram "estuturas militares, escolas e aramazéns". Mais concretamente, do relatório "constam apreciações sobre a situação no campo do ensino, da saúde, da administração da justiça, da reconstrução da economia e da formação de uma assembleia nacional".

Segundo os autores citados, "esta visita (...) contribuiu decisivamente para uma crescente aceitação daquilo que veio a tornar-se inevitável - a declaração unilateral da independência da Guiné-Bissau", em 24 de Setembro de 1973, na região do Boé.

Ainda de acordo com os mesmos autores, entre 2 de Novembro e 14 de Dezembro de 1972, a Assembleia Geral da ONU produziu 11 resoluções  condenando abertamente a política africana do regime de Marcelo Caetano. "As mais significativas foram as 2 e 14 de Novembro e a de 12 de  Dezembro" (op. cit., p. 97)

Qual foi, entretanto,  a resposta das autoridades portuguesas à visita da missão da ONU de 2 a 8 de Abril de 1972 ?

 Sabe-se que "enquanto decorreu a visita, as forças portuguesas tentaram perturbá-la com acções militares, mas sem porem em em risco a a vida dos membros das ONU" (sic)...  Escrevem Carlos Matos Gomes e Aniceto Afonso:

"As grandes acções ocorreram após a visita. Para demonstrar  a inexistência de regiões libertadas, condição essencial para a Guiné viessse a ser reconhecida como Estado independente, foram realizadas  várias operaçõe no Cantanhez e nas zonas onde o PAIGC  tinha uma forte componente militar - regiões de Bedanda, Cabolol, Tombali, Guileje".

A 23 de Novembro de 1972, é a vez de uma missão da OUA - Organização para a Unidade Africana, tendo à frente o seu secretário executivo, o major Mbita,   visitar as mesmas regiões, durante cinco dias.  Desse dia é a Directiva 23/72,  de Spínola, com ordens para a reocupação do Cantanhez...

A Op Grande Empresa, conduzida pelo recém-criado COP 4, teve início em 8 de Dezermbro, com desembarque de forças e a  sua instalação   nas tabancas de Cadique Ialala, Caboxanque e Cadique. "Seria tmbém ocupada a região de Jemberém e construída uma estrada táctica a ligar as duas margens da península do Cantanhez" (op. cit., p. 70). Na sua mensagem de  Ano Novo 1973, Amílcar Cabral denuncia e reconhece as tentativas de reocupação do Cantanhez, aos microfones da Rádio Libertação, três semanas antes de ser assassinado (Oiça-se o registo aúdio, disponível no Dossier Amílcar Cabral, da Fundação Mário Soares).

Um dos diplomatas que visitou o sul da Guiné, de 2 a 8 de Abril de 1972,  foi o equatoriano Horácio Sevilla Borja, neste momento em visita a Cabo Verde. 

No Arquivo de Amílcar Cabral, a cargo da Fundação Mário Soares, e em boa hora disponível em linha, não há infelizmente muitas imagens desta visita. Selecionamos alguns, reproduzidas acima, com a devida vénia. A missão da ONU integrava um fotógrafo japonês... Se alguém souber como se chamava, que nos diga... Acho que já vi fotos dele tiradas no âmbito dessa visita... E, já agora, seria interessante localizar o relatório da missão, ou obter um cópia, em inglês ou espanhol....

A propósito desta efeméride (o vil asssassínio de um grande intelectual, dirigente africano, homem e cidadão do mundo), e sobre as circunstâncias e o móbil do crime - nunca totalmente esclarecidos -, leia o poste da Diana Andringa Conversas sobre Cabral, com data de hoje, no blogue Caminhos da Memória  (de cuja redacção ela faz parte, juntamente com o nosso camarada João Tunes e outros). (LG).

2. Mensagem de 18 do corrente, do nosso amigo Nelson Herbert, guineense, jornalista da Voz da América, enviando-nos o seguinte recorte de imprensa:

Embaixadores da ONU que visitaram as zonas libertadas da Guiné-Bissau em Cabo Verde



No âmbito das comemorações do dia dos Heróis Nacionais, a 20 de Janeiro, estará em Cabo Verde, a convite do Presidente da República, Pedro Pires, os embaixadores Horácio Sevilla Borja, equatoriano, e Folke Lofgren, sueco, para participarem na palestra intitulada "A Diplomacia ao Serviço da Luta de Libertação Nacional", que se realiza no próximo dia 19, pelas 17 horas na Biblioteca Nacional, tendo como oradores a antropóloga Irosanda Barros e o Professor da Universidade de Santiago, Aquilino Barbos.


Os embaixadores Horácio Sevilla Borja e Folke Lofgren são os únicos sobreviventes da missão especial da ONU enviada às áreas libertadas da Guiné-Bissau, em 1972, até então sob a administração colonial portuguesa.

(Fonte: Expresso das Ilhas, Cabo Verde >  18 de Janeiro de 2010 )


3. Mensagem de 19 do corrente, do nosso Nelson Herbert, com envio de outro recorte, que se publica em parte, com a devida vénia ao jornal  A Semana, e para o competente conhecimento dos  leitores deste blogue.

(...) Retratos >  Horácio Sevilla Borja, observador da ONU às zonas libertadas da Guiné: 'Com a nossa missão tudo mudou'

Entrevista de JVL. A Semana, 19 Janeiro 2010  (Excertos, com a devida vénia)




Há 38 anos a ONU enviou uma missão de observadores às zonas libertadas pelo PAIGC na Guiné-Bissau. Chefiada pelo equatoriano Horácio Sevilla Borja, integrada pelo tunisino Kamel Belkhiria e pelo sueco Folke Lofgren, o grupo percorreu durante oito dias o interior daquele território cujo domínio (em dois terços) era reivindicado pelo PAIGC.


Quase 40 anos depois, Sevilla Borja [, foto à esquerda,] relembra nesta entrevista os significados da missão.  (...)

Foto e texto: Cortesia de A Semana


Para os portugueses, na altura, vocês não entraram nunca na Guiné. Tudo não passou de uma ficção.

Isso realmente foi dito por eles, nomeadamente, pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Patrício. Mas, claro, a nossa missão estava documentada, fotografada, de maneira firme. Fomos perseguidos pelos portugueses, que nos bombardearam quase o tempo todo. Mesmo assim, caminhamos oito dias pelas zonas libertadas pelo PAIGC.

Num dado lugar, Quedanda [, Bedanda ?], se não me engano, passámos ao lado de um quartel português, a dois quilómetros. Portanto, a missão foi real, não foi uma ficção, como quiseram fazer crer. Uma decisão revolucionária,

Como é que se deu a sua escolha para essa missão?

A decisão aconteceu no âmbito do Comité dos 24, da ONU, que se ocupava da descolonização. A proposta, quando submetida à Assembleia Geral, foi aprovada por uma larga maioria. Tratou-se de uma missão inédita, um passo em frente, se quiser, uma revolução nos anais da ONU. Na altura deveríamos ir também a Angola e a Moçambique, também convidados pelo MPLA e pela Frelimo. Mas o primeiro convite surgiu do PAIGC.

Por que diz que foi uma "revolução"?

Foi uma revolução porque, pela primeira vez, na ONU, um movimento de libertação convidou a comunidade internacional a visitar um território. Até aí eram as potências administrantes a convidar as missões de visita da ONU, nelas procuravam mostrar os passos que estavam a dar em benefício dos povos por elas tutelados, com vista à sua autodeterminação e independência.

Com o convite do PAIGC, romperam-se todos os moldes, as formas de trabalho da ONU no processo de descolonização. E dada a tenacidade de Portugal de conservar as suas colónias, negando a realidade, a ONU deu um passo em frente, com a abstenção de uns poucos países que o apoiavam, dentre eles os EUA, a França, etc. Portugal se opôs por todos os meios ao seu alcance.

Vocês eram quantos?

Éramos três e estávamos apoiados por dois membros da secretaria da ONU. O secretário-geral na altura era o austríaco Kurt Waldeim. No caso do Equador a escolha recaiu sobre mim, mas também estavam os meus colegas da Tunísia [, Kamel Belkhiria, ] e da Suécia [, Folke Lofgren]. A distribuição era geográfica. Um dos elementos de apoio era do Senegal, o Sr. Gaye, e o fotógrafo era japonês. Portanto, havia gente de todos os continentes.

E foi com base no vosso relatório que o PAIGC pôde declarar a independência da Guiné-Bissau, não?

Sim. No nosso regresso dissemos que efectivamente o PAIGC controlava a maior parte do território da Guiné-Bissau. Mais do que isso, tinha organizado a sociedade. Era incrível como um movimento de libertação, em condições tão difíceis e precárias, tinha conseguido montar escolas, serviços de saúde, de abastecimento às populações, etc. Com base nisso, a ONU declarou que o único movimento representante desse povo era o PAIGC e não a potência colonial.

Diante disso também, recomendou-se a todos os estados para que reconhecessem o PAIGC como o único representante dos povos da Guiné e Cabo Verde, e se instruiu também a todas as agências da ONU a ter em conta nos seus programas esses dois territórios. A missão mudou totalmente o quadro político na Guiné-Bissau e por isso foi uma tremenda vitória diplomática do PAIGC e dos seus líderes.

 
Fora isso, também fizemos uma série de recomendações militares. Do nosso ponto de vista, os portugueses estavam entrincheirados nos seus quartéis e apenas por via aérea conseguiam mover-se, destruindo muitas vezes o que o PAIGC tinha construído ou estava a construir. Lembro-me que, depois da missão, um dia, Amílcar Cabral nos enviou um telegrama a dizer que uma dada escola no interior, que chegámos a visitar, tinha sido bombardeada e destruída, com morte de várias crianças.

Com base nisso tudo, se pediu aos Estados que ajudassem a luta do PAIGC, com as armas necessárias, para enfrentar os helicópteros e outros meios aéreos utilizados pelos portugueses. Ou seja, com a nossa missão, tudo mudou, e isso acelerou e permitiu a independência da Guiné que foi logo reconhecida por dezenas de outros países.

E pressões, tiveram muitas?

Portugal, sobretudo, exerceu muita pressão sobre o Equador. As autoridades portuguesas consideravam que a missão era um ataque a Portugal, a uma província autónoma sua, e que, portanto, um país amigo, como Equador, não devia estar numa missão a favor da independência de um dos territórios que supostamente eram parte de Portugal. Mas houve também pressões directamente contra a minha pessoa, nomeadamente, no meu Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Mas a posição do Equador era muito clara. Se lutamos há 200 anos atrás pela nossa independência, através de uma luta armada conduzida pelo nosso Amílcar Cabral – Simon Bolívar – , entendíamos que devíamos apoiar outros povos no mesmo sentido.

Convém recordar que nessa época estávamos a viver na segunda metade do século passado, em 1972, e já em 1960 a ONU havia aprovado a resolução 1542 dizendo que tinha de terminar o colonialismo.

Nessa missão à Guiné o que é que mais o marcou?

Duas coisas. Primeiro, o povo. Na missão pudemos ver e contactar pessoas, às vezes, em grandes aglomerados, vimos e falámos com responsáveis dos vários sectores (mulheres, jovens, etc.) que, apesar de muitas carestias, estavam determinadas, queriam ser independentes, para conseguirem melhores condições de vida. A outra coisa era a capacidade dos líderes do PAIGC. E não me refiro só a Amílcar Cabral.

Quem em particular?

Refiro-me, por exemplo, a Pedro Pires. Tivemos a oportunidade de falar duas vezes com ele na altura, à chegada e no fim. Mas também me recordo do José Araújo, Fidélis Cabral Almada, Nino Vieira... Lembro-me que numa noite, depois de uma longa marcha, exaustos, em plena selva, ouvindo os bombardeios, conversámos sobre filosofia, literatura, etc. com algumas desses dirigentes. Eram pessoas que tinham ideias claras, uma capacidade humana extraordinária. Nessa noite, ao mesmo tempo que ouvíamos ao fundo o som de bombardeios e discutíamos literatura, filosofia, através de um aparelho, ouvimos um concerto de J.S. Bach.

Continuou a acompanhar o processo guineense?

Sim, na medida do possível, com preocupação, os seus altos e baixos. Infelizmente, vários dos seus lideres que conheci durante a missão morreram ou foram mortos. Quem me protegeu durante toda a missão foi o Constantino Teixeira, comandante Tchutcho. Ele morreu em circunstâncias trágicas, eu soube, e isso me deixou triste. E é também com muita tristeza o que vejo o que se passa na Guiné. Em contrapartida, sinto-me confortado com Cabo Verde. (...)

[ Revisão / fxação de texto / selecção / bold: L.G.]


Recorde-se a sequência dos acontecimentos (LG):

1972 - 2 de Fevereiro

 Perante o Conselho de Segurança da ONU, reunido na sua 163ª sessão, em Adis Abeba, Cabral convida a Assembleia Geral das Nações Unidas a enviar uma delegação às 'zonas libertadas'.

 4 de Fevereiro

Resolução 312 do Conselho de Segurança sobre a situação dos territórios sob a administração portuguesa. É autorizada uma missão às regiões libertadas da futura Guiné-Bissau.

2 a 8 de Abril

Visita de um grupo de Diplomatas do Comité de Descolonização da ONU aos territórios libertados.
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Guiné 63/74 - P5679: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (7): Álbum fotográfico de 1995 (Miguel e Giselda Pessoa)

1. O nosso Camarada Miguel Pessoa, Cor Pilav Ref (ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74) e a sua querida esposa e nossa Camarada de armas Giselda Pessoa (ex-Srgt Enf Pára-quedista), enviaram-nos a seguinte mensagem, com data de 17 de Janeiro:
Camaradas,

A propósito da próxima inauguração do Núcleo Museulógico Memória de Guileje vieram-me à memória algumas fotos que tirei quando da nossa visita (minha e da Giselda) àquele local, integrados numa equipa que em 1995 ali filmou um documentário sobre a retirada de Guileje (realizado pelo José Manuel Saraiva).


Uma delas já foi publicada, mas não foi muito elucidado que se tratava de uma foto da antiga placa de helicópteros, então já inundada de uma vegetação frondosa, fruto de 20 anos de abandono...

As outras três, que nunca cheguei a enviar-vos, testemunham o crescimento de uma árvore através de uma viatura militar ali abandonada (uma Berliet?).

A árvore atravessou a estrutura da viatura e só não levantou mais esta porque outra vegetação à volta o impediu... Para se ver a força da natureza! Provavelmente a viatura agora já desapareceu...

Enfim, se acharem de interesse publiquem. Sempre mata as saudades a uns tantos...

Um abraço de,
Miguel Pessoa (Cor Pilav Ref), e
Giselda Pessoa (ex-Srgt Enf Pára-quedista)

Fotos: © Miguel Pessoa (1995). Direitos reservados
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em: