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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Guiné 63/74 – P7507: Parabéns a você (193): José Pedro Neves (ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 4745 (Editores)


1. Completa hoje o seu 59º Aniversário o nosso Camarada José Pedro Neves, que foi Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 4745/73 - Águias de Binta,
Binta, 1973/74:
O pedro Neves com o seu jovial e amigo pai na festa da Natal RANGER em Fátima
O Pedro Neves na festa Anual da Associação de Operações Especiais, com a sua inseparável esposa Ana
Fotos: © Magalhães Ribeiro (2010). Direitos reservados.
2. Em nome do nosso Camarada Luís Graça, colaboradores deste blogue e demais elementos desta tertúlia “tabancal” desejo, que no festejo de mais este aniversário, sejas muito feliz junto da tua querida família e que esta data se repita por muitos, bons e férteis anos, plenos de saúde, felicidade e alegria.
Que por muitos mais e boas décadas, este "aquartelamento" de Camaradas & Amigos te possa enviar mensagens idênticas a esta e às que hoje lerás no “cantinho” reservado aos comentários.Estes são os sinceros e melhores desejos destes teus Amigos e Camaradas, com um grande abraço
fraterno.
___________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:

20 de Dezembro de 2010 >
Guiné 63/74 – P7476: Parabéns a você (192): José Casimiro Carvalho (ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAV 8350 (Miguel Pessoa & Editores)

sábado, 13 de novembro de 2010

Guiné 63/74 – P7277: Controvérsias (110): O que era ser ranger entre 1960 e 1974? (3) (Pedro Neves, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 4745/73)


1. O nosso Camarada Pedro Neves, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 4745/73 - Águias de Binta,
Binta, 1973/74, enviou-nos, com data de 10 de Novembro de 2010, a seguinte mensagem:

Camaradas,
Depois de ler os textos dos Rangers (uma vez Ranger… Ranger para sempre!) José Gonçalves e Magalhães Ribeiro (Grande Amigo), devo dizer que estou de acordo com o pensamento deles e demais camaradas, sobre o treino operacional que nos era ministrado, em Penude-Lamego e devo esclarecer o seguinte:
- Fui colocado na C.CAÇ. 4745-Águias de BINTA e quando cheguei e me apresentei na mesma, já o I.A.O (Instrução de Adaptação Operacional) tinha acabado, tendo seguido dois dias depois, para Binta, sem conhecer praticamente ninguém, fui colocado no 4º pelotão de combate e como se sabe os pelotões eram formados desde os alferes, furriéis, cabos e soldados, por ordem de classificação, sendo 1º pelotão, os elementos que melhores classificações tiveram durante a especialidade e os restantes pelotões formados pela mesma ordem.
- Fui colocado no 4º pelotão, por duas razões:
1ª- Eu era o furriel mais novo da CCAÇ, porque todos os outros eram do 3º turno e eu era do 4º de 72, apesar da minha nota de fim de curso de Operações Especiais ser superior à dos outros camaradas furriéis.
2ª- Fui colocado no 4º pelotão, com o pedido do Comandante de Companhia, Cap. Capucho, de incutir disciplina no grupo, uma vez que era formado com operacionais com as notas mais baixas da especialidade e citando as palavras dele, era o pelotão dos “básicos”.
3º- Verifiquei ser verdade, porque na primeira saída do meu grupo, iam aos pares, falavam alto, riam e mais parecia que iam para uma romaria.
4º- Falei com o Alf Mil Pimenta e com os Fur Mil Andrade e Rebelo e demonstrei, sem grande alarde, como se deveria actuar no mato. Devo dizer que aceitaram de bom grado tudo o que tinha aprendido no curso de Operações Especiais. Pouco tempo depois, actuávamos como um autêntico grupo de combate e a nossa amizade nunca foi beliscada, por eu ser de Operações Especiais e em cada Cabo e Soldado, tinha um amigo (e ainda tenho).
5º- Devo acrescentar que com dois meses de comissão, o Furriel Andrade foi evacuado, ferido na viatura que rebentou uma mina anti-carro e cujo condutor faleceu, o Furriel Rebelo (já falecido), foi destacado para tomar a responsabilidade das minas e armadilhas de protecção do destacamento, isto já em Polibaque, sector de Mansoa, destacamento de apoio à construção da estrada Jugudul-Babadinca (não havia população junto de nós), o transmissões, 1º Cabo Manteigas, do meu pelotão, ficou a tomar conta do gerador do destacamento, porque era electricista, antes de ir para a “tropa” e o Alf Mil Pimenta esteve durante alguns meses com problemas de saúde, em Bissau, no Hospital Militar. Fiquei sozinho a comandar o meu pelotão e era ao mesmo tempo o homem das transmissões. Assumi sem problemas e só cá para nós, preferia ser eu a andar com o AVP-1 (banana), assim sabia de tudo, em 1ª “mão”.
6º- Devo acrescentar que na CCAÇ 4745, só tínhamos, desde a formação da mesma, o Alf Mil Louro e eu furriel, como graduados de Operações Especiais, sendo o Alf Mil Louro do 1º pelotão e 2º Companhia de Companhia.
7º- Tudo isto para vos transmitir, que assumi sozinho, o que acabei de relatar e independentemente de outros terem, eventualmente feito o mesmo, ou mais e melhor, sem serem de Operações Especiais, entendo que o que aprendi em Penude, me foi bastante útil e é com muito orgulho, que posso gritar: “RANGER… YÁÁÁ!!!”.
Só quem passou por lá, sabe dar o real valor à palavra RANGER e ao seu significado!!!
Cumprimentos a todos os membros do Blogue e em especial aos aniversariantes do mês de Novembro e restantes camaradas.
Um abraço,
Pedro Neves
Fur Mil OpEsp/RANGER da CCAÇ 4745

__________
Nota de M.R.:
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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Guiné 63/74 – P6739: Estórias do Tomás Carneiro (3): O meu 1º whisky

Guiné 63/74 – P6294: Estórias do Tomás Carneiro (2): De Binta a Jugudul

1. O nosso Camarada Tomás Carneiro, ex-1.º Cabo Condutor da CCAÇ 4745/73 - Águias de Binta, Binta, Cumeré e Farim – 1973/74, enviou-nos dos Açores, onde nasceu e vive, uma mensagem com data de 13 de Julho de 2010: Olá meus queridos e saudosos Amigos,
Antes de entrar na historinha que vos quero contar hoje, só vos digo que saudades é mesmo isso… saudades. É o que eu sinto neste e noutros momentos, a saudade aqui no meio do atlântico, que é diferente da vossa aí no continente e porquê (perguntar-me-ão vocês).
Enquanto no continente vocês se podem deslocar de carro, comboio, ou outro transporte qualquer, aqui é mais difícil. Na época de verão ainda há transportes marítimos inter-ilhas, mas no inverno só nos movimentamos pelo ar e, de esta última via, já eu gostei mais.
Então não é que eu arranjei mais uma “corisca” de uma saudade, que não é, nem mais nem menos, do que lembrar-me desta boa gente tertuliana que se encontrou e conviveu, como poucos o sabem fazer, há poucos dias atrás em Monte Real – Leiria -, e onde eu também convivi, deslocando-me expressamente para esse fim daqui dos Açores.
O que me está a acontecer agora é que ando para aqui a pensar que ainda falta tanto tempo para o próximo encontro… chiça tantas saudades que eu já arranjei daí.
Coisa mesmo de um ilhéu… mas o tempo voa não é?
Eu, no meu ressort em jugudul
O meu 1º whisky
De whisky eu já tinha lido muita coisa porque quando acabei a minha 4ª classe, com 12 anos e qualquer coisa, fui logo trabalhar para uma britadeira.
Acartar pedra às costas para um lado e brita para o outro, isto até aos 18/19 anos. Depois do trabalho quando, chegava a casa, gostava muito de ler aqueles livrinhos de figurinhas, tão na moda, da colecção “Seis balas”, a que vulgarmente chamávamos “coboiadas”.
No meio dos duelos e das perseguições aos infindáveis bandidos e salteadores de bancos, os “cowboys” passavam os seus tempos livres nos “Saloons” a jogar às cartas e a emborcar whisky atrás de whisky.
Portanto, eu tinha uma ideia dos efeitos do referido líquido altamente alcoólico, sem no entanto jamais o ter provado.
Um dia qualquer na Guiné, nas instalações do quartel, esperávamos o novo furriel para a secção auto e o Alferes Miliciano Louro chamou por mim, dizendo-me: “Sousa, hoje não vais para Jugudul, vamos fazer uma brincadeira para receber o teu novo furriel. Vais arrear-te bem e vais fazer de oficial dia.”
Eu comecei por recusar, mas os oficiais e sargentos com quem me dava muito bem tanto insistiram, que acabei por aceder aos seus pedidos.
Foi bonito, vesti-me a preceito, com um pingalim na mão e óculos escuros, e, antes do Furriel Miliciano Salema (assim se chamava o periquito) chegar, eu aproveitei-me da situação e comecei logo a esvaziar umas bazucas por “conta da casa”.
Quando o Salema chegou apresentou-se-me (ao oficial de dia) e eu a seguir apresentei-o aos outros camaradas.
Começamos a forçá-lo a pagar as bebidas da praxe e, então, vi alguém a beber um whisky.
Pensei cá para mim, é hoje que vou provar o tal líquido americano e toca a beber não sei quantos (sempre por conta da casa), ou do Salema, não vi quem pagou a conta final.
Sei que a coisa correu bem e no dia seguinte fiquei com receio de me encontrar com o meu novo furriel, que quando soube da “marosca” aceitou bem a brincadeira e daí para a frente demo-nos muito bem, enquanto estive com a minha CCAÇ 4745.
É esta a historinha que tinha para vos contar sobre o meu 1º whisky depois de lhe tomar o gosto… já se seguiram mais uns tantos.
E daqui do meio do Atlântico,
Um abraço com saudade e até qualquer dia.
Tomás Carneiro
1º Cabo Cond CCAÇ 4745
Fotos: © Tomás Carneiro (2009). Direitos reservados.

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Nota de M.R.:
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2 de Maio de 2010 >

domingo, 2 de maio de 2010

Guiné 63/74 – P6294: Estórias do Tomás Carneiro (2): De Binta a Jugudul


1. O nosso Camarada Tomás Carneiro, ex-1.º Cabo Condutor da CCAÇ 4745/73 - Águias de Binta (Binta, Cumeré e Farim – 1973/74), enviou-nos dos Açores onde vive, uma mensagem com data de 27 de Abril:


Olá camaradas e amigos,

Hoje envio-vos a última parte da minha história da guerra.
Como já havia dito noutro texto anterior, tinha que dormir em Jugudul para fazer o transporte do pessoal, para os trabalhos na frente da estrada Jugudul/Bambadinca.
Debaixo de fogo INNo dia 9 de Maio de 1974, em Jugudul formamos a coluna como de costume e arrancamos estrada fora. Ele chegou-se para mais perto de mim
e disse-me: “Isso não é nada!”

Entretanto apareceram os enfermeiros que começaram a tratar-me. Não tenho mais estórias, nem histórias, para escrever. Fotos: © Tomás Carneiro (2009). Direitos reservados.____________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

16 de Janeiro de 2010 >
Guiné 63/74 – P5659: Estórias do Tomás Carneiro (1): De Binta a Jugudul


O IN havia preparado bem esta emboscada, porque, ao mesmo tempo, atacaram também o quartel no intuito de não deixar sair socorros à nossa coluna.
Atacaram em toda a zona da frente do quartel e conseguiram colocar uma morteirada certeira no espaldão do morteiro de 81 mm, onde morreu um furriel miliciano e feriu com gravidade um 1º cabo.
Quando o combate acalmou puseram-me na caixa de um Unimog 404 e transportaram-me para Mansoa.
Ali chegado e a bater os dentes de frio (sinal evidente de febre), deitaram-me numa ambulância, que logo de seguida partiu para o Hospital Militar de Bissau.
No HMB, fui directo para o bloco, onde fui visto por dois médicos e um 1º sargento enfermeiro (creio que o seu nome era Santos), tendo-me preparado para uma cirurgia, com anestesia de meio corpo.
Disseram-me que não era grave, mas quando estavam a operar, alertaram-me para a necessidade de me extrair o testículo direito.
Meus amigos, aqui é que começou o meu maior drama, eu, um puto de 21 anos cheio de vida, estava a ver-me privado de uma coisa tão importante do meu corpo.
Chorei silenciosamente a pensar no que seria meu futuro assim mutilado.
Finda a intervenção fui para a enfermaria, permanecendo aí em estado de recuperação. Uma semana depois alguém me disse que tinha um colega numa outra enfermaria e fui vê-lo.
Era o 1º cabo que tinha sido ferido no espaldão e estava crivado de estilhaços, mas consciente. Falamos sobre o sucedido e então é que soube que o furriel tinha morrido no ataque, que acima acabei de descrever.
Entretanto tiram-me a algália e quando fui urinar verifiquei, com enorme espanto, que estava a urinar para trás e para a frente. Conclusão, tinha a uretra “partida”.
Fui então evacuado para o HMP à Estrela, em Lisboa, por avião, no dia 13 de Junho à noite.
Chegado ao aeroporto, meteram-me numa Morris com capota e segui para as urgências, após o que me mandaram numa ambulância, para um quartel na Graça tendo aí passado a noite.
De manhã, falei com o oficial-de-dia, contei-lhe a minha situação e ele mandou-me de volta para o hospital, ficando lá internado na enfermaria de urologia.
Um dia ou dois depois, estava eu encovado na cama e chegou junto de mim um médico, que começou a consultar-me.
Como entretanto comecei a chorar, ele perguntou-me o que se passava e eu contei-lhe as minhas preocupações quanto ao futuro, dizendo-lhe que me tinha sido retirado um testículo.
Ele começou a sorrir e explicou-me: “A partir de agora, você tem que fazer com um, o que os outros fazem com dois… mais nada!”
Senti-me mais aliviado a partir daí.
Fui submetido a muitos exames e a 4 operações, duas delas duplas, pelo que fiquei no hospital 23 meses.
Sofri muito nesse tempo sem ter a família perto, que me prestasse algum apoio e carinho.
Fui sempre bem tratado pelo pessoal que ali trabalhava e familiares de outros doentes, que lá se encontravam hospitalizados, tendo ganho algumas boas amizades.
Quero aqui agradecer, justa e sentidamente, a um Homem - o Doutor Barcelos Vaz -, que me ajudou muito, física e psicologicamente, e deixar-lhe aqui, caso ele tenha conhecimento desta mensagem, um grande abraço Amigo e um Muito Obrigado por tudo.
Outro grande abraço meu, vai para o 1º Sargento Lopes que sempre bem-disposto e brincalhão, comigo e com os outros Camaradas que com ele trabalhavam, me transmitiram ânimo e disposição, que muito me ajudaram a ultrapassar os piores e mais dolorosos momentos da minha vida.
Foi assim que terminou a guerra para mim.
Daqui para afrente, continuarei a ler este grande blogue, enquanto a saúde e o discernimento mo permitirem.
A partir deste momento passo novamente à condição de silêncio, sobre esta fase da minha vida, porque eu não gosto de falar muitas vezes sobre o que passei então.
As fotos foram tiradas no HM de Bissau.
Um abraço daqui do meio do atlântico com muita amizade para todos vós e até breve no nosso V Encontro, em Monte Real.
Tomás Carneiro
1º Cabo Cond CCAÇ 4745


Decorria tudo bem, com uma Daimler à frente, um Unimog 411 logo atrás (penso que nesta segunda viatura viajava o Cap. Contreiras, que vinha a comandar o pessoal) e depois vinha eu, numa Berliet repleta de trabalhadores, uns apeados e outros sentados.
Quando nos faltava cerca de 600/800 metros para chegar ao quartel, eis que rebentou um “fogachal” tremendo que não consigo descrever por palavras.
De imediato travei a viatura, que se colou de imediato ao piso da estrada e, como é de prever, o pessoal que eu transportava projecta-se para a frente, caindo uns por cima dos outros, tocando-me uma parte deles em cima.
Livrei-me rapidamente deles e lancei-me para o chão, rastejando para debaixo/frente do carro e fiquei, agora eu, ali colado ao asfalto da estrada.
Como a estrada tinha uma pequena inclinação, reparei que a Berliet começou a deslizar na minha direcção e como eu estava deitado entre os rodados, levantei-me de repente e desatei a correr para o mato, em busca de alguma protecção.
Corria agachado, como mandam as regras, quando senti uma queimadura na nádega esquerda. Lancei-me para o mato que estava num plano mais baixo que a estrada, para me tentar abrigar do fogo do IN e senti uma nova dor, na parte frontal (zona inguinal direita), onde coloquei a mão e senti qualquer coisa quente e viscosa.
Olhei para a mão e vi sangue. Fiquei aterrado e pensei: “Estou ferido!”
A meu lado estava um trabalhador que olhou para a minha mão e perguntou se eu estava ferido. Disse-lhe que sim.
Tirou o seu quico e pô-lo em cima da ferida para estancar o sangue.
Depois continuou a falar comigo, continuadamente, a transmitir-me confiança e “força”.
Este Guineense dava-se muito bem comigo e, habitualmente, andava sentado ao meu lado nas viaturas.
Não sei quanto tempo demorou o tiroteio, mas, para mim, foi muito tempo e, ainda por cima, no estado em que eu me encontrava.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 – P5659: Estórias do Tomás Carneiro (1): De Binta a Jugudul


1. Mensagem de Tomás Carneiro, ex-1.º Cabo Condutor da CCAÇ 4745/73 - Águias de Binta, (Binta, Cumeré e Farim – 1973/74), nosso Camarada que vive nos Açores, com data de 13 de Janeiro:

Olá saudosos Amigos e Camaradas,

Oxalá estejam todos bem é o que eu espero. Por cá vou-me safando, a ler alguma coisa da nossa passagem pela guerra na Guine.

Hoje vou escrever uma estoriazinha sobre o que por lá passei.


De Binta a Jugudul


Fiz parte da CCaç 4745, que esteve sediada em Binta, desde 21de Agosto a 27 de Outubro de 1973. Naqueles 3 meses passamos algumas situações de risco.

Eu como condutor só as passei pelo perigo nas “auto-estradas”, mas os meus camaradas “de mato”, podem contar muitas outras bem mais terríveis, que eu, felizmente, não passei.

A CCaç 4745 fez algumas colunas Binta/Farim/Binta, para efectuar reabastecimentos e fomos, várias vezes, ao encontro de colunas que vinham de Guidage, também para reabastecer.

Estas operações eram bastante problemáticas, porque para conduzir no meio da lama toda, atolados aqui, atolados acolá, obrigando-nos a passar os guinchos de uns carros para os outros para nos safarmos, além de moroso, era extremamente exaustivo.

Lembro-me que da 1ª vez que fomos fazer um reabastecimento a Guidage e passámos no Cufeu, eu fiquei doido com o que lá vi, nomeadamente a terra esburacada, a vegetação queimada e o estranho cheiro correspondente entre vários destroços de viaturas emboscadas por fogo IN.

Eu não sabia o que se tinha ali passado antes de chegarmos a Binta, mas jamais esquecerei que, no momento, pensei: ”Esta merda é mesmo guerra!”

Depois de passado este local, ficámos a aguardar a chegada dos nossos Camaradas de Guidage, fazendo segurança à “auto-estrada” Binta/Guidage e, passado algum tempo, apareceu-nos o Alf Mil Ávila (que penso ser natural de S. Jorge).

Quando ele chegou eu estava junto de um atirador e junto dele, no chão, estava uma granada de morteiro 60 mm.
Pergunta-me o alferes: - Oh Sousa quem é que deixou esta p... aqui no chão?

Respondi-lhe: - Não fui eu, porque nem sei isso o que é (brinquei com ele).
Disse-me ele novamente: “Isso é serio.”

Depois chegou-se a uma conclusão que era uma granada não deflagrada, do célebre ataque a Guidage em Maio de 1973.

Uma parte do que queria escrever sobre a estadia em Binta, já o fiz em anteriores postes, logo a seguir ao formidável encontro da Tabanca Grande, em Junho de 2009 na Ortigosa.

No poste P5490, está a foto do meu inesquecível e grande Amigo, o 1º Cabo Condutor Jacinto Custódio falecido devido a ferimentos causados por uma mina A/C, no dia 24 de Setembro quando seguíamos de Binta para Farim e que jamais esquecerei.

Em fins de Outubro, princípios de Novembro de 1973, fomos transferidos para um quartel novo, que se situava entre o Jugudul e Porto Gole, numa altura em que estava a ser construída uma estrada entre Jugudul e Bambadinca e a cujas obras fizemos segurança. Nesta mudança, esperámos por alguém que nos viria acompanhar e quem devia ser esse algiuém? Nada mais, nada menos, do que os-meus companheiros e amigos “Os Gringos do Guileje”.

Foi uma alegria tão grande encontrá-los 3 meses depois de partimos de Binta. Eles, os Gringos, diziam que a estrada entre o K3 e Mansoa, era bastante perigosa, submetida a inúmeras emboscadas e golpes de mão sobre as NT, que tinham sofrido várias baixas e algumas perdas de militares (apanhados pelo IN “à mão”).

A partir daí viajamos sempre com o credo na boca, não fosse o diabo tecê-las, mas, felizmente, nada de anormal ocorreu durante aquela mudança e chegamos a Jugudul ao fim da tarde, sem qualquer problema.

Passamos a primeira noite dentro do quartel, mas tivemos que preparar os nossos aposentos recorrendo ao habitual “desenrascanço” individual. Nós, os da “ferrugem”, safámo-nos da melhor maneira possível com as cobertas das viaturas e deu certo.

Por hoje é tudo. Brevemente, contarei mais algumas estórias, mas tenho que vasculhar o meu “disco rígido”.

Um Abraço desde o meio do Atlântico,
Tomás Carneiro
1º Cabo Cond CCAÇ 4745

Foto: © Tomás Carneiro (2009). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

Este é o primeiro poste desta série.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Guiné 63/74 - P5490: Álbum fotográfico de Tomás Carneiro (2): Fotos de Binta






1. Mensagem de Tomás Carneiro, ex-1.º Cabo Condutor da CCAÇ 4745/73 - Águias de Binta – 1973/74, nosso Camarada que vive nos Açores, com data de 17 de Dezembro:

Camaradas,

Hoje envio-vos mais algumas fotos de Binta que fui descobrindo no meu álbum fotográfico.


1ª Subindo-o Rio Cacheu numa LDG




Votos de Boas Festas e Feliz Ano Novo.

Por hoje é tudo.

Um Abraço desde o meio do Atlântico,
Tomás Carneiro
1º Cabo Cond CCAÇ 4745


Fotos: © Tomás Carneiro (2009). Direitos reservados.


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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:


2ª No interior da messe de oficiais que construímos em tempo recorde

3ª Binta: O meu amigo Jacinto Custódio, cuja viatura accionou uma mina anti-carro entre Binta e Farim, que lhe originou a morte, no dia 24 de Setembro de 73

4ª Eu, no Rio Cacheu, dentro de uma canoa que mandamos construir e por lá ficou como legado da Ccaç 4745

5ª Cufeu: Pose para a fotografia, obtida no trajecto de uma coluna para Guidage, num local arrepiante onde se pode ver a mata toda destroçada, resultante do “fogachal” trocado com o IN, em várias emboscadas ao longo do tempo

6ª Polibaque: Quadra natalícia de 1973

E, 36 anos depois, como estamos com mais uma quadra festiva de Natal à porta, aproveito a oportunidade e o último postal, para desejar a todos os Camaradas:

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5351: Álbum fotográfico de Tomás Carneiro (1): Fotos do Cumeré





1. Mensagem de Tomás Carneiro, ex-1.º Cabo Condutor da CCAÇ 4745/73 - Águias de Binta, nosso Camarada que vive nos Açores, com data de 25 de Novembro de 2009:


Fotos do Cumeré

Olá Camaradas,

Bom dia a todos. Hoje resolvi mandar algumas fotos do meu tempo na Guiné. Estas foram obtidas ainda no Cumeré, logo no 1º ou 2º dia.


Na foto 1, estão colegas da minha freguesia de Capelas. Em cima, da esquerda p/ a direita: António Cordeiro, José Reis, Tobias Câmara e Miguel Botelho. Em baixo: João Pimenta e José Revoredo.


O Reis naquele momento estava em Bissau, para seguir de férias para os Açores. Não sei qual era a companhia dele. Os outros cinco são dos “Gringos do Guileje”, que estavam sediados em Nhacra, Julho de 73.
Foto 2, da esquerda p/ a direita: Moreira (da minha CCAÇ), Francisco Cabral, Eu e o Humberto Viveiros. O outro elemento é da minha CCAÇ, mas de quem não me lembro do seu nome. O Cabral e o Viveiros são dos “Bebés” que estavam no Dugal.

Na foto 3, são os mesmos da foto 2.

Na foto 4: um africano que se encontrava ali connosco, o David Martins (mecânico auto da minha CCAÇ) e Eu.
Camaradas, eu estou aqui a tentar escrever alguma coisa no tempo e no espaço correctos. Como sabem muitos açorianos saíram destas ilhas, do meio da bruma, para melhorar a sua vida. Mesmo da minha CCAÇ não é fácil eu encontrar alguém. Aqui mesmo ao lado, tenho um vizinho dos Bebés e um pouco mais longe outro dos Gringos. Eu já falei com o Cordeiro dos Gringos, ele diz que não quer falar mais em coisas da guerra.



Eu imprimi uma foto do Guileje e do seu Capitão, com o Zé Carioca e o Sérgio Sousa, quando eles foram à Guine, em Fevereiro/Março de 2008. Estão com uma imagem de Nª Senhora de Fátima, por lá encontrada.

Por hoje é só, meus amigos.

Um abraço a todos do tamanho da nossa camaradagem, que corre ligeira na crista de uma onda gigante, desde o meio do Atlântico.

Tomás Carneiro
1º Cabo Cond CCAÇ 4745

Fotos: © Tomás Carneiro (2009). Direitos reservados.
____________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Guiné 63/74 - P4805: Parabéns a você (17): Alberto Nascimento da CCAÇ 84 e Tomás Carneiro da CCAÇ 4745 (Os Editores)

Hoje, dia 10 de Agosto de 2009, fazem anos os nossos camaradas:
Alberto Nascimento da CCAÇ 84 e
Tomás Carneiro da CCAÇ 4745/73 - Águias de Binta.



Alberto Nascimento (*), ex-Sold Cond Auto da CCAÇ 84, Bambadinca, 1961/63.


1. Alberto Nascimento dirigia-se assim ao Blogue em 9 de Junho de 2008:

Caro Dr. Luís Graça:

Sou um ex-militar, soldado condutor-auto, que cumpriu dois anos de serviço na então província da Guiné, entre 6/4/61 e 9/4/63, integrado na Companhia de Caçadores 84.

Como não podia deixar de ser, estes dois anos de convivência com as populações das várias etnias com quem tive contacto, mantiveram em mim o desejo de acompanhar, o mais perto possível, a vida daquele país e daquelas gentes tão maltratados antes e depois da independência.

Sou um dos visitantes assíduos do seu blogue Guiné 63/74, na tentativa de identificar alguns lugares por onde passei ou estive destacado, já que a CCAÇ 84, três meses depois de aterrar no aeroporto de Bissalanca, foi literalmente fragmentada e enviada para os mais diversos pontos do território, tendo o meu pelotão tido como último destacamento, entre Novembro de 1962 e 7 ou 8 de Abril de 1963, Bambadinca, sob o Comando de Bafatá
.[...]


2. Ao Alberto Nascimento, toda a Tabanca deseja um dia de aniversário bem passado junto dos seus familiares e amigos. Que nestas páginas, a contagem dos anos de vida deste nosso camarada, se contem por muitos e plenos de saúde.

Aqui ficam umas fotos ao acaso:



Guiné > Região do Oio > Farim > CCAÇ 84 > 1961 > Eu, à direita com capacete na mão, e o meu camarada e amigo Maximino, de G3 ao ombro

Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 84 > 1962 > Mais uma pose para a fotografia, a G3 sem carregador

Região do Oio > Farim > CCAÇ 84 > 1961 > Eu, num baga-baga, com a G3, a armar-me aos cucos

Fotos: © Alberto Nascimento (2008). Direitos reservados

____________________


Tomás Carneiro (**), ex-1.º Cabo Condutor da CCAÇ 4745 (Águias de Binta), Binta, 1973/74

Recordemos Tomás Carneiro no dia 24 de Junho deste ano, poucos dias depois do nosso IV Encontro em Ortigosa:

Apresento-me, Tomás Carneiro, ex-1.º Cabo Condutor da CCAÇ 4745 - Aguias de Binta

Caros amigos,
Como alguns já sabem quem eu sou, aqui vai um texto.

Eu estive na Guine entre 1973 e 1974. Era Condutor e cheguei à Guiné no dia 8 de Julho de 1973.
[...]


Para quem já não se lembra, Soares Carneiro veio na véspera do nosso IV Encontro, de propósito dos Açores, Ilha de S. Miguel, para se encontrar com um seu antigo camarada de Companhia. Regressou à sua Ilha no dia 21.

O alvo de tão grande manifestação de amizade e dedicação foi o nosso camarada Pedro Neves.

Duas fotografias desse encontro memorável para ambos, já que não se viam desde o regresso da Guiné, há cerca de 35 anos.

Pedro Neves e Tomás Carneiro. Um reencontro proporcionado pela Tabanca Grande. O mundo é tão pequeno quando visto da porta da nossa Caserna.

Nesta foto aparece também a esposa do Pedro, a Ana Maria, que nos confidenciou que ficou feliz por ver a alegria de ambos quando se reencontraram.

Nesta foto, Henrique Matos e Tomás Carneiro. Que os une? Ambos são ilhéus do Arquipélago dos Açores. Dois representantes daquele valente povo insular.

Fotos: © Eduadro Magalhães Ribeiro (2009). Direitos reservados


Para o nosso camarada Carneiro enviamos um abraço tão grande quanto o mar que nos separa.
No barco da amizade vão os nossos votos de longa vida, plena de saúde junto da família e amigos.
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Notas de CV:

(*) Vd. postes de Alberto Nascimento com datas de:

11 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2930: Bambadinca, 1963: Terror em Samba Silate e Poindom (Alberto Nascimento, ex-Sold Cond Auto, CCAÇ 84, 1961/63)

10 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3044: Estórias avulsas (16): Os cães de Bambadinca (Alberto Nascimento, CCAÇ 84, 1961/63)

14 de Julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3059: Memórias dos lugares ( 9): Bambadinca , 1963 (Alberto Nascimento, CCAÇ 84, 1961/63)

7 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3181: História de vida (17): A falsa Mariama, mandinga de Bambadinca, a sua filha, e o seu amigo... (Alberto Nascimento)

16 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3459: Histórias da velhice (1): Eu e o 1º Pelotão da CCAÇ 84 em Farim, em Julho de 1961, em socorro de... Guidaje (Alberto Nascimento)

21 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3492: Controvérsias (9): Eu fui para Farim, em Julho de 1961, com a G3, com o 1º Gr Comb da CCAÇ 84 (Alberto Nascimento)

2 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P3964: Nuvens negras sobre Bissau (6): O Nino morreu vítima de si próprio (Alberto Nascimento)

18 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4049: As abelhinhas, nossas amigas (5): As abelhas e a NEP (Alberto Nascimento)

8 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4796: Estórias avulsas (47): O enfermeiro Lomelino (Alberto Nascimento)


(**) Vd. postes de Tomás Carneiro com data de:

22 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4560: IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (6): De São Miguel, Açores, com emoção e amizade (Tomás Carneiro, CCAÇ 4745, 1973/74)

28 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4596: Tabanca Grande (156): O açoriano Tomás Carneiro, ex-1º Cabo Cond Auto, CCAÇ 4745 (Binta, 1973/74)

Vd. último poste da série de 4 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4776: Parabéns a você (16): Rui Alexandrino Ferreira, Cor Reformado (Editores)

domingo, 28 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4596: Tabanca Grande (156): O açoriano Tomás Carneiro, ex-1º Cabo Cond Auto, CCAÇ 4745 (Binta, 1973/74)

1. Mensagem de Tomás Carneiro, ex-1.º Cabo Condutor da CCAÇ 4745/73 - Águias de Binta, o nosso novo camarada que veio expressamente dos Açores ao IV Encontro da Tertúlia (*), e que agora se apresenta à Tabanca Grande, em mensagem com data de 24 de Junho de 2009:

Apresento-me, Tomas Carneiro, ex-1.º Cabo Condutor da CCAÇ 4745 - Aguias de Binta

Caros amigos,
Como alguns já sabem quem eu sou, aqui vai um texto.

Eu estive na Guine entre 1973 e 1974. Era Condutor e cheguei à Guiné no dia 8 de Julho de 1973.

Fiz a viagem de avião. Chegados a Bissau estavam à nossa espera para nos levar, mais a bagagem para o Cumere. Pela estrada fora, uns em pé outros sentados, o saca do condutor mandava-nos baixar por causa do inimigo, estava a gozar com os piras, é claro que o faziamos, porque estavamos todos acagaçados. Chegados ao Cumeré, fomos para as casernas e ficámos por ali o resto do dia.

No domingo começa o IAO, dias depois embarcamos para Binta a bordo de uma LDG. Chegados a Binta, perguntámos:
- Onde estão as casernas?
- Não há casernas para ninguém.

Toca a dormir num barracão grande que lá havia, colchões de ar espalhados pelo chão e cada um que se cuide. Como condutor nunca dormi no mato, ia deixá-los lá e voltava ao quartel.

Fizemos colunas a Farim sem nenhum problema, mas eis que chegou o dia 24 de Setembro de 1973. Coluna para Farim, falta um carro e o Capitão diz-me para arranjar mais um. Vou ter com o Cabo Jacinto que estava sentado a olhar o rio Cacheu e digo-lhe para avançar a mando do Comandante. Ele barafusta comigo que não quer ir, mas um pouco mais tarde aparece, estava eu com o carro logo a seguir ao rebenta minas. Olha-me a rir e põe o seu 411 entre as duas Berliet. Dali a pouco arrancámos, não sei quanto tempo depois ele pisa uma mina anticarro e foi pelos ares. Com ele iam mais dois furrieis. O Jacinto ficou em muito mau estado. Quando pude fui vê-lo, estava a gritar com dores e a pedir água.

Depois de chegar o pessoal de Farim, seguimos, ele foi para a enfermaria e aguardávamos por noticias boas. Por volta das 13 horas ele estava junto do Dornier, mas já estava morto. Foi muito triste porque era um bom companheiro. Aquele dia marcou-me porque eu penso que tive qualquer coisa a ver com a sua morte, de tanto insistir com ele para avançar.

Desde o meio do Atlântico um abraço para todos.

Tomás Carneiro


2. Comentário de CV

Caro camarada Carneiro, bem-vindo à Tabanca que já conheces razoavelmente, porque nos deste o prazer da tua companhia no nosso IV Encontro.

A tua história de entrada não é nada alegre, antes pelo contrário, denotando que ainda sentes um complexo de culpa pelo que aconteceu ao teu camarada Jacinto (**). Infelizmente toda a gente que morreu, foi vítima do cumprimento de uma ordem que alguém lhe deu. Tu apenas foste o transmissor do mando do teu Comandante para ele.

O acaso quis que fosse a viatura do Jacinto a passar por cima da mina, mas podia ter sido a tua.

Está na hora de tirares esse peso de cima de ti.

Quando puderes manda uma foto do teu tempo de Guiné

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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 22 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4560: IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (6): De São Miguel, Açores, com emoção e amizade (Tomás Carneiro, CCAÇ 4745, 1973/74)

Vd. também poste de 21 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4556: IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (2): Os meus agradecimentos (José Pedro Neves, CCAÇ 4745, Águias de Binta )

(**) De seu nome completo, Manuel Jacinto Carreiro de Almeida Custódio, 1º Cabo Condutor Auto.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4560: IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (6): De São Miguel, Açores, com emoção e amizade (Tomás Carneiro, CCAÇ 4745, 1973/74)


Quinta do Paul, Ortigosa, Monte Real, Leiria > IV Encontro Nacional do nosso blogue > 20 de Junho de 2009 > Dois camaradas da CCAÇ 4745/73 - Águias de Binta (1973/74) que caiem nos braços um do outro ao fim de 35 anos!!!... O Tomás Carneiro (aqui à direita) veio expressamente da sua terra, São Miguel, para reencontrar-se com o seu amigo José Pedro Neves (e esposa, Ana Maria, primeira foto de cima) (*)

Fotos: © Eduadro Magalhães Ribeiro (2009). Direitos reservados

1. Mensagem do novo membro da nossa Tabanca Grande, Tomás Carneiro, residente em São Miguel - Região Autónoma dos Açores, e que pertenceu à CCAÇ 475/73:


Olá, amigos de ontem, de hoje e para sempre: neste momento ainda sinto um nó na garganta, mas estou teimoso, vou continuar a escrever. O ir [à Ortigosa], com a garantia de encontrar o meu amigo Pedro, deu-me uma força que não resisti, fui por aí fora, no sábado estava com os nervos à flor da pele, porque só conhecia o Pedro, e como falar com os amigos desconhecidos?

Mas estava seguro da minha muleta que era o Pedro,e aquele momento, que jamais esquecerei... u chego ao pé,ele olha-me, eu fico estático, dois palavrões e abraço, choro, tremideira sem articular palavra... Com a Ana foi o mesmo, não sei,fiquei atordoado, passaram-se 35 anos sem nos vermos depois relaxámos com o passar do tempo.

Pois é, meus amigos, aqui estou a agradecer todo o carinho que demonstraram por mim, fico agradecido pela atenção, e que eu possa corresponder às expectativas ontem criadas.

Um abraço para todos os camaradas, obrigado Vinhal pela persistência junto do Pedro, em ela não sei o que sentiria hoje.

telf. 296298757 (casa)
mail: tomascarneiro@sapo.pt

2. A Ana Maria acaba, por sua vez, de lhe mandar o seguinte mail:

Olá, Amigo Tomás.

Posso tratar-te assim?

Hoje quem escreve sou eu, Ana.

Obrigada por teres proporcionado um dia muito feliz ao meu marido.

Também gostei muito de te conhecer, és tal e qual a pessoa que o Zé Pedro me descrevia, pessoa simples e genuína, o Magalhães Ribeiro mandou as nossas fotos,
o que muito agradeço ao amigo de longa data, M.R.

Espero que haja muitos encontros desta natureza, foi um momento muito bonito, agradeço também ao amigo Vinhal, ele sabe o porquê...

Um beijo muito grande para ti, Tomás.
Da amiga Ana.

3. Comentário de L.G.:

No meio de tudo, não fora a insistência do Carlos Vinhal, o Tomás e José Pedro (e já agora, a Ana) ter-se-iam desencontrado... Enfim, tudo está bem quando acaba em bem... Foi uma feliz coincidência e o mínimo que se pode dizer é que o mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande.

Quando cheguei a Monte Real, por volta das 11h de sábdo, fui directo à Pensão Rita, para estar com os elementos da Comissão Organizadora do nosso encontro (Carlos Vinhal, J. Mexia Alves e Miguel Pessoa), tendo-me deparado com o Tomás Carneiro que eu não conhecia pessoalmente e que confundi com...o pessoal de serviço na recepção... Imaginem!... Com o seu ar tímido, só mais tarde é que ele se deu a conhecer.... Em suma, uma das muitas histórias de emoção, amizade e camaradagem que aconteceram no sábado passado, no âmbito do nosso IV Encontro... Esta fica aqui sumariamente contada, para mais tarde... recordar. (**)

Vou só pedir ao Tomás mais alguns elementos informativos a seu respeito, e mais a concretamente algumas fotos da época em que esteve na Guiné (1973/74), para que a sua apresentação à Tabanca Grande fique completa. Para, para a o José Pedro e para a Ana (e para o fotógrafo de ocasião), um Alfa Bravo.
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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 21 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4556: IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (2): Os meus agradecimentos (José Pedro Neves, CCAÇ 4745, Águias de Binta )

(...) "Após 36 anos, rencontrar o Tomás Carneiro, que veio de propósito dos Açores - S. Miguel, sem me avisar, e que se colocou junto de mim, quando eu trocava umas palavras com outros camaradas e reconheci de imediato, como sendo um dos elementos da nossa CCaç 4745- Águias de Binta... O Tomás quis fazer-me esta surpresa e conseguiu, uma vez que ele sabia que eu ia ao Encontro Nacional e inscreveu-se à última da hora, para eu não ver o nome dele na lista de presenças e assim conseguir proporcionar o efeito surpresa. Obrigado por esta surpresa, Tomás!!!" (...)



(**) Vd. os outros postes anteriores desta série :

22 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4559: IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (5): Esse nobre sentimento..., na voz do fadista J. Mexia Alves... (Luís Graça)

21 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4558: IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (4): Até nem faltou o Lion Brand, o repelente antimosquito... (Luís Graça)

21 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4557: IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (3): Um dia caloroso, em que fizemos novos amigos (Joaquim e Margarida Peixoto)

21 de Junho de 2009 >Guiné 63/74 - P4555: IV Encontro Nacional do Nosso Blogue (1): Muito calor físico e humano... (Luís Graça)