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sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24798: As nossas geografias emocionais (10): O fontenário de Bambadinca de 1948, de que quase ninguém... já se lembra(va)!


Foto nº 1 > Guiné >  Zona leste :- Região de Bafatá > Bambadinca > O fontenário, de 1948 (melhoramento do tempo do governador Sarmento Rodrigues, tal como outros espalhados pelo interior da Guine) , em foto de 1964... Enviada pelo nosso camarada Libério Lopes, que foi 2º sarg mil inf da CCAÇ 526 (Bambadinca e Xime, 1963/65), portanto um dos nossos veteranos, natural de Penamacor,  aqui na foto sentado ao lado de uma linda bajuda bambadinquense. 

Foto (e legenda): ©t Libério Lopes (2012). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Fotos nºs 2 e 3 : Guiné >  Zona leste :- Região de Bafatá > Sctor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > O fur mil amanuense, com a especialidade de contabilidade e pagadoria, José Carlos Lopes no cimo da famoso fontenário de Bambadinca... 

Poucos fotógrafos deram contam  deste equipamento (que hoje pode ser considerado um onumento, de resto parece-nos tem traço de arquiteto, talvez do GAC - Gabinete de Arquitectura Colonial). E, no entanto, milhares e milhares de homens em armas passaram ao seu lado... É uma construção dos anos 40 (conforme inscrição, visível na foto: 1948).  O Zé Carlos Lopes, pelas suas funções,  tinha que dar fé desta construção, uma vez que deslocava-se com frequència ao porto fluvial e ao destacamento da intendência, na margem esquerda do rio Geba Estreito

Fotos: © José Carlos Lopes  (2012). Todos os direitos reservadosodos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > 1996 >  Fonte de Bambadinca. Quando o Humberto Reis, meu camatrada da CCAL 12,  voltou à Guiné, em viagem de negócios e de saudade, passou por Bambadinca e tirou esta chapa. A fonte ainda estava lá, e - o mais importante - funcionava!... E continuou a lá estar, até hoje (vd. foto nº 5).

Fotos: © Humbertoo Reis  (2005). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Foto nº 5 >  Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > Meados de 2023 > O fontenário, que ainda hoje continua a funcionar. Fotogramas do vídeo de Paulo Cacela (2923) : "Dentro da Maior Tabanca da Guiné-Bissau". 

(Editado e reproduzido com a devida vénia...)

Foto © Paulo Cacela (2023). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Fotos nºs 6, 7 e 8 >  Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > A zona ribeirinha de Bambadinca, na margem esquerda do Rio Geba (Estreito), alagada no tempo das chuvas... Foto provavelmente de meados de 1968 ou 1969... Em meados de 1970, no tempo da CCS/BART 2917 (1970/72), já havia um novo troço de estrada ligando por fora (isto é, contornado o planalto onde se situava o aquartelamento e o posto administrativo de Bambadinca) a estrada do Xime com a de Bafatá. (Vd. foto nº 13).

Nestas 3 fotos aparece um dos ícones de Bambadinca, o fontenario, raramente fotografado por quem lá esteve ou por lá passou... Eu próprio, que lá estive, na CCAÇ 12 (1969/71) também já não me lembrava do fontenário. Outros camaradas que passaram por lá (iam a tasca do Zé Maria ou ao porto) ambém já confessaram que se nao se lembravan: o nosso saudoso Torcato Mendonça, o Paulo Santiago (que foi 
aqui formador de milícias), etc. ( O Paulo Santiago escreveu: "Não esperava esta!!! Seis meses em Bambadinca, muitas sortidas ao Zé Maria, e nunca vi a fonte...estaria camuflada??? | 15 de dezembro de 2012 às 23:55 ).

Fotos © José Carlos Lopes (2012). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

 

Foto nº 9 > Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c- 1968/70 >  A tabanca, vista do alto do depósito de água do quartel... Do lado norte / nordeste: tabanca, estrada para o rio Geba Estreito e picada de Finete/Missirá, acesso, à direita,  à estrada (alcatroada) Bambadinca-Bafatá.  Assianalado a vermelho o fontenário, que ficava numa cota mais baixa. Foto do álbum do Jaime Machado,  cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70)


Foto nº 10 > Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c. 1968/70 > Em primeiro plano, o depósito de água que abastecia o quartel e as nstalações civis (o posto administrativo, a casa do chefe de posto, a escola, a casa da professora, a capela, a missão católica, etc.)... A tabanca beneficiava do fontenário público, assinalado a amarelo...

Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Foto nº 11 > Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1970 > Vista (parcial) da tabanca de Bambadinca, com o Rio Geba ao fundo. Em primeiro plano, contígua ao arame farpado, a casa e o estabelecimento comercial do Rodrigo  Rendeiro, um dos poucos colonos portugueses que conhecemos na Guiné, em 1969/71, natural da Murtosa. Assinalado a vermelho, o fontenário. Se não erramos, ficava junto ao mercado local.


Foto nº 12 > Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1970 > O fontenário visto de mais perto.


Foto nº 13 > Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1970 > CCAÇ 12 (1969/71) > Vista aérea da tabanca de Bambadinca, tirada no sentido sul-norte. Em primeiro plano, a saída (lado leste) do aquartelamento, ligando à estrada (alcatroada) Bambadinca-Bafatá. Este troço que ladeava o "morro" (ou promontório) de  Bambadinca, fazia a ligação com a estrada, em construção, Bambadinca-Xime (que será posteriormente asfaltada, em 1971/72). Ao fundo, o Rio Geba Estreito. São visíveis as instalações do Pelotão de Intendência, junto ao importante porto fluvial de Bambadinca. O fontenário de aqui falamos, construído em 1948, está sinalizado com um círculo a vermelho.


Foto nº 14 > Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > 1970 > Entrada principal, pelo lado leste (sentido Bafatá), do aquartelamento. A famosa (e perigosa)  rampa . O fontenário está sinalizado com um círculo a vermelho, ficava a uns 100 metros da casa e estabelecimento comercial do Rendeiro (não vísivel, à esquerda).

 Fotos © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Nota do editor:

Último poste da série > 26 de outubro de 2023 > Guiné 61/74 - P24794: As nossas geografias emocionais (9): Imagens recentes de Bambadinca e Nhabijões (fotogramas do viajante e criador de vídeos Paulo Cacela, Cabo Verde)

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Guiné 61/74 - P23641: Companhias e outras subunidades sem representantes na Tabanca Grande (4): CCAÇ 2637, mobilizada pelo BII 18, Ponta Delgada, Açores (Teixeira Pinto, 1969/71), e a que pertenceu o fur mil enf Fernando Almeida Serrano, natural de Penamacor e futuro novo membro da Tabanca Grande




Guião e crachá da CCAÇ 2637 (Teixeira Pinto, 1969/71). 

Coleção: Carlos Coutinho (com a devida vénia...)


1. Ontem, no 49º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, em Algés, fiquei,  na mesa,  ao lado do camarada Fernando Almeida Serrano. Foi a segnda vez que ele veio a esta tertúlia, onde não conhecia ninguém. Fui eu que o puxei para a minha mesa. E tivémos uma longa, agradável, franca e proveitosa conversa. 

Fiquei a saber que era professor primário, natural de Penamacor,  conterrâneo, amigo, colega e camarada do Libério Lopes (ex-2º srgt mil, CCAÇ 526, Bambadinca e Xime, 1963/65). Falámos também da sua terra, e do seu ilustre conterrâneo, o médico cristão novo António Nunes Ribeiro Sanches (Penamacor, 1699 - Paris, 1783), cujas obras  (as principais, em edição moderna da Universidade da Beira Interior, em formato pdf), lhe fiquei de mandar uma cópia em próxima oportunidade. (É um dos grandes pioneiros da saúde pública, e o nosso maior médico do séc. XVIII, especialista em "males de amores", e figura que eu muito admiro; é o único português que tem uma entrada na famosa enciclopédia de Diderot e D'Alambert, Paris, 1751-1772, justamente sobre "venerologia": "Maladie vénérienne inflamatoire chronique", ou seja, "doença venérea inflamatória crónica").

O Fernando reside desde 1972 em Carnaxide, Oeiras onde deu aulas juntamente com a esposa.  Foi furriel mil enfermeiro da "açoriana" CCAÇ 2637 (Teixeira Pinto, 1969/71), de que, como é frequente, com as unidades moblizadas pelo BII 18, Ponta Delgada (e também BII 17 e BII 19), não temos nenhum representante na Tabanca Grande... A emigraçao, nomeadamente transatlântica, levou para longe muitos dos nossos camaradas açorianos e madeirenses. 

O Fernando Almeida Serrano conhece o nosso blogue e manifestou vontade em juntar-se aos 864 membros da Tabanca Grande. Tem uma forte ligação aos seus "irmãos açorianos", se bem que muitos dos antigos militares da CCAÇ 2637, tenham seguido os caminhos da emigração.  A sua casa é a casa deles, qaundo vêm ao Continente, e a casa deles, nos Açores, é a sua casa, quando ele lá vai.   

Tem uma página na Net, que eu ainda não localizei, "Guiné-Recordações" (julgamos que se trata de uma página no Facebook, de um grupo privado, com 5 mil membros, criado há 2 anos). Tem também página pessoal no Facebook. É amigo (e cunhado) do nosso grã-tabanqueiro, ten cor art ref, José Francisco Robalo Borrego (qye foi fur art,  Grupo de Artilharia n.º 7 de Bissau, e 9.º Pel Art, Bajocunda, 1970/72). Aporesentei-o ao António Graça de Abreu, que esteve em Teixeira Pinto, no CAOP1, em 1972, ao tempo do coronel paraqueista Rafael Durão, mas não chegaram a estar juntos, o Fernando e o António, já que a CCAÇ 2673 terminou a sua comissão em agosto de 1971.

Publicamos, para já a ficha da unidade, referente a esta companhia, mobilizada pelo BII 18.


Ficha de Unidade > Companhia de Caçadores nº 2637

Identificação: CCaç 2637

Unidade Mob: BII 18 - Ponta Delgada

Crndt: Cap Inf José Cândido de Oliveira Bessa Meneses

Divisa: "As armas não deixarão enquanto a vida não os deixar"

Partida: Embarque em 220ut69; desembarque em 280ut69 | Regresso: Embarque em OçSet71


Síntese da Actividade Operacional

Em 300ut69, seguiu para Teixeira Pinto, a fim de efectuar o treino operacional sob orientação do BCaç 2845 e substituir a CCaç 2368 no reforço àquele batalhão e depois ao BCaç 2905, como subunidade de intervenção e reserva do sector, a partir de 17Dez69, tendo realizado diversas acções nas regiões de Pechilal, Bajope e Belenguerez, entre outras.

Em 07Jan70, mantendo o comando em Teixeira Pinto, passou a orientar a sua actividade para a realização dos trabalhos dos reordenamentos de Bassarel, Bajope, Chulame, Blequisse e Batucar, este último até 150ut70, e para a promoção socioeconómica das respectivas populações.

Em 28Jun71, com a instalação da CCaç 3327 em Bassarel, transferiu a sua sede, temporariamente, para o reordenamento de Chulame, permanecendo efectivos da subunidade nos reordenamentos de Bajope e Blequisse.

Em 20Ago71, foi substituída nos reordenamentos por efectivos da CCaç 3327 e recolheu a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Observações > Tem História da Unidade (Caixa n.º 86 - 2.ª Div/4ª Sec, do AHM)

Fonte: Excerto de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: fichas das unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 384.

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Nota do editor:

sábado, 11 de dezembro de 2021

Guiné 61/74 - P22798: O nosso blogue por descritores (6): "O meu Natal no mato": tem mais de 80 referências... Por curiosidade, o poste P5522, de 8 de dezembro de 2009, da autoria do Joaquim Mexia Alves ["Era lá noite de se embrulhar!"...] bateu o recorde de visualizações de páginas (n=4627) e de comentários (n=15).

 

Guiné > Região de Bafatá  > Sector L1 (Bambadinca) > Xime > CCAÇ 526 (Bambadinca e Xime, 1963/65) > No Xime, esteve destacado um grupo de combate.

Foto: © Libério Lopes (2008).  Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]




Guiné > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > Mato Cão > Pel Caç Nast 52 (1973/74) > Natal de 1973 > A garrafeira e a doçaria... Não faltou nada, a não ser o cartão de boas festas e feliz ano novo dos nossos vizinhos de Madina / Belel

Fotos (e legendas): © Luís Mourato Oliveira (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Inaugurámos em maio passado uma nova série, "O nosso blogue por descritores" (*)... Com mais de 5 700 "descritores", de A a Z, torna-se difícil (se não impossível) aos nossos leitores fazer uma pesquisa exaustiva de um determinado tema ou assunto no nosso blogue que já tem 17 anos de existência e quase de 22 mil e oitocentos  postes.

O descritor "O meu Natal no mato” tem mais de 8 dezenas de referências. Nesta listagem. que a seguir se publica,  além de uma mini-imagem, cada poste é refenciado por:

(i) data;
(ii) número de ordem (cronológica) (do mais recente ao mais antigo);
(iii) série em que vem inserido;
(iv) título (e subtítulo);
(v) autor(es) (dentro de parênteses, no final) (não aparecendo este campo, o poste é, por defeito, da autoria de um ou mais editores do blogue)

A listagem só não traz o link de cada poste, porque seria muito consumidor de tempo para os editores recuperá-lo. Mas os nossos leitores podem consultar o poste inserindo o seu número na janela do canto superior esquerdo do blogue, antecedido sempre da consoante P, de poste: por exemplo P21675.

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2020/12/guine-6174-p21675-o-meu-natal-no-mato.html


Esperemos que esta lista seja útil a autores e leitores. (Alguns autores infelizmente já  não são vivos. João Rebola, Raul Albino,  Torcato Mendonça, Jorge Teixeira / Portojo...)

Refira-se, por simples curiosidade, que, quanto a este descritor "O meu Natal no mato", o poste P5522, 8 de dezembro de 2009, da autoria do Joaquim Mexia Alves [...Era lá noite de se embrulhar!...] bateu o recorde de visualizações de páginas (n=4627) e decomentários (n=15). (**)

Segue-se o poste P5512 (***) com 2927 visualizações de páginas mas zero comentários. É da autoria do Libério Lopes, um dos veteranos da Guiné, de 1963/65: (...) Apanhados em flagrante, a pôr duas minas no 'sapatinho', na estrada Xime-Bambadinca-

Mas recordemos também aqui, em época natalícia, a mensagem, gravada para a RTP, no Natal de 1968, pelo alf mil pil, AL III, BA 12, Bissalanca, 1968/70, Jorge Félix, então ainda  "periquito" (****):

A minha mensagem de 1968 na RTP: Um 69 em grande para os meus amigos
 

(...) Eu também falei na RTP. Vou contar...

Naquele tempo, 1968, os Canibais residentes não estavam interessados em aparecer na televisão. Não havia voluntários, logo, foram os mais periquitos que tiveram que representar a classe de Pilotos da Esquadra. Por tal motivo tive que ser eu e recordo-me que também gravou mensagem o Sargento Piloto Marta. Eu por ser o mais novo, ele porque iria partir em breve.

Não estava nada interessado em falar e arranjei uma maneira de ser censurado. Então que fiz eu? Debitei uma laracha que não fosse transmitida e disse o seguinte:

" Um beijo para os meus pais e um sessenta e nove em grande para os meus amigos".

O Operador, Serra Fernandes, homem que vim a encontrar passados anos na RTP, disse logo:
- Tem que dizer outra mensagem que isso não vai para o ar.

E eu respondi:
- Ou vai isto ou não vai nada.

Sempre fiquei com a ideia que não iria passar nos ecrãs da TV mas a verdade é que passou. Na altura, 1969, contaram-me alguns amigos que foi uma barraca muito comentada.

Há dias a falar com o nosso Amigo, Belarmino Gonçalves, alferes Piloto em Bissalanca nos mesmos anos que eu, recordou-me esta história, quando lhe desejei um Bom Natal ele atirou o "um 69 em grande para os meus amigos". (...) (****)


O nosso blogue por descritores (6) >  "O meu Natal no mato"
(que tem mais de 8 dezenas de referências)



(****) Vd. poste de 31 de dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5575: O meu Natal no mato (31): A minha mensagem de 1968 na RTP: Um 69 em grande para os meus amigos (Jorge Félix)

terça-feira, 8 de março de 2016

Guiné 63/74 - P15832: Controvérsias (130): O "nosso Cabo Miliciano", que em 1965 ganhava 90 escudos de pré (34,24 euros, hoje), fazendo o serviço de sargento... (Mário Gaspar)


Artigo do nosso camarada Mário Gaspar, publicado na revista da ADFA, "Elo", de 15 de janeiro de 2016. Foi-nos na mesma altura também enviado para publicação no blogue. Ficou em lista de espera... 

Achámos por bem publicá-lo agora, na nossa série Controvérsias (*)... Por curiosidade, o 1.º Cabo Miliciano em meados dos anos 60, no tempo do Mário Gaspar, ganhava 90 escudos de pré... Ficam os nossos leitores a saber quanto equivalia essa importância hoje, em euros, conforme o ano: em 1960, 38,72 €; em 1965, 34,24€; em 1970, 25,64 €; e 1974, 14,58 €... Já em tempos recuados o nosso camarada Libério Lopes escreveu um poste semelhante (**), nesta série (que tem tido pouco uso, ultimamente) ...

1. Mensagem,  com data de 20 de janeiro de 2016,  do Mário Gaspar,

[Foto à esquerda: Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68; lapidor de diamantes, reformado; cofundador e antigo dirigente da APOIAR - Associação de Apoio aos Ex-Combatentes Vítimas do Stress de Guerra]

Camaradas,

Enviei este texto para o Jornal ELO, e foi publicado. Se considerar ser de publicar no Blogue podem fazê-lo

Mário Vitorino Gaspar
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 6 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12402: Controvérsias (129): Pequena reflexão (António Matos)

(**) 26 de junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4584: Controvérsias (26): Cabo Miliciano: Cabo, Sargento ou Soldado? (Libério Lopes)
(...) Dizia o Manuel Maia, há alguns dias, que o único país do Mundo onde existiu o posto de Cabo Miliciano foi em Portugal. E tem razão. Só em Portugal isso podia acontecer e foi devido à lucidez brilhante de um Ministro do Exército do Governo de Salazar que isto podia acontecer. Se não me engano foi o Santos Costa. Se não for, e se alguém souber ao certo quem foi, é bom transmitir a todos os camaradas para lhe prestarmos as nossas homenagens…

Foi um indivíduo inteligente ao tomar esta atitude, poupou milhões ao Estado, só que criou inúmeros problemas.

Com o vencimento de um soldado, tinha um Cabo a fazer um serviço de Sargento. É claro que alguns comandantes usavam e abusavam do seu poder discriminatório para rebaixar os Cabos Milicianos.

Fui Cabo Miliciano no Batalhão de Caçadores 6, em Castelo Branco, desde Janeiro de 62 a Abril de 63. Dei salvo erro três recrutas e, por falta de aspirantes muitas vezes comandámos pelotões de 100 recrutas.

Neste quartel aconteceram, com o comandante de então, coisas interessantes. Ao Cabo Miliciano era proibido frequentar o bar dos soldados, porque faziam serviço de Sargento. Só que os sargentos do QP não nos deixavam entrar no seu Bar.

Houve, inclusivamente, um Cabo Miliciano de Sargento de Dia ao Batalhão que, ao querer tomar café no Bar de Sargentos, durante a noite, foi posto na rua por um 1.º Sargento. Isto serviu para que os Cabos Milicianos se juntassem e conseguissem uma pequena sala onde se reuniam e tinham uma máquina de café.

Como defesa da classe, deliberamos só responder quando nos tratassem por Cabo Miliciano e não por cabo. Ainda estou a ver o Comandante a chamar o Silva… gritando: ó nosso cabo… ó nosso cabo - e o Silva… não lhe respondia. O comandante aproxima-se dele e pergunta-lhe se não o tinha ouvido chamar. O Silva retorquiu-lhe: O meu comandante desculpe mas chamou nosso cabo e eu sou Cabo Miliciano. O Comandante engoliu e calou. Serviu de exemplo para todo o quartel.

Esse mesmo senhor quis aplicar-me como castigo, de me ver à civil na rua, uma carecada (”écada” no meu tempo).

Em Março de 1963 fomos promovidos a Furriéis Milicianos. Nunca nenhum de nós entrou alguma vez no Bar de Sargentos. (...)

domingo, 7 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13982: Fotos à procura de... uma legenda (47): Os primeiros combatentes do Xime, colocados lá a partir de 1/7/1963, a nível de pelotão (Libério Lopes, ex-2º sgrt mil inf, CCAÇ 526, Bambadinca e Xime, 1963/65)




Foto nº 7  > Nesta estou com um chapéu colonial.




Foto nº 8 >  Nesta estou com um chapéu colonial.


Guiné > Zona Leste > Xime > CCAÇ 536 (Xime e Bambadinca, 1963/65) >  Mais duas fotos do álbum do Libério Lopes (*).

Fotos (e legendas): © Libério Candeias Lopes (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. O Libério Lopes, ex-srgt mil inf, pertenceu à CCAÇ 526 (Bambadinca e Xime, 1963/65) e é um dos nossos veteraníssimos camaradas, do tempo do caqui amarelo e do chapéu colonial... Professor primário reformado, é de Aranhas, Penamacor, E, é justo referi-lo, foi o principal impulsionador do monumento aos combatentes da guerra do ultramar existente em Penamacor.

Também terá sido um dos primeiros "tugas" a andar pelo regulado Xime, no início da guerra, em 1963. Terá sido inclusive o primeiro professor do Xime, quando lá esteve, em 1963/64, com um pelotão.

Onde estarão estes camaradas que, com uma só pelotão, aguentaram o início da guerra no subsetor dao Xime que, por sua vez, pertencia ao subsetor de Bambadinca, mais tarde, setor L1 que correspondia ao triângulo Bambadinca-Xime-Xitole, uma vasta região de 1500 km2, duas vezes superior à superfície da Ilha da Madeira. (***).




Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca ) >  Xime > CCAÇ 526 (Bambadinca e Xime, 1963/65) > Aquartelamento do Xime, onde estava destacado o pelotão do Libério Lopes > Da esquerda para a direita, fur mil Virgílio e Tibério (falecido), allf mil Correia Pinto (falecido) e fur mil Libério Lopes. Em primeiro palnos, "meninos do Xime". (**)

Foto (e legenda): © Libério Candeias Lopes (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 3 de junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4457: Memória dos lugares (27): Álbum fotográfico do Xime, CCAÇ 526, 1963/65 (Libério Lopes)


(**) Vd. postes de:

3 de outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8852 Recortes de imprensa (50): Medalha de mérito militar chega 43 anos depois... A história do 2º Srgt Mil Libério Candeias Lopes, de Penamacor (CCAÇ 526, Bambadinca e Xime, 1963/65)

11 de fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3869: CCAÇ 526 (Bambadinca e Xime, 1963/65), História da Unidade (Libério Lopes)


(...) Resumo da actividade operacional da CCAÇ 526 (Bambadinca e Xime, 1963/65):


(i) Mobilizada pelo RI 7;

(ii)  embarcou, a 2 de maio de 1963, a bordo do paquete «India», juntamente com o Comando dos BCAÇ n.º 506, 507, 599, e 600;

(iii) comandante da subunidade: Cap Inf Luís Francisco Soares de Albergaria Carreiro da Câmara;

(iv) até 30 de junho de 1963, a Companhia ficou aquartelada em Brá; 

(v) ainda neste período, de a 28/6/63, partiu um pelotão para Catió, tendo tomado parte em operações que aí se realizavam;

(vi) a  1/7/63, partiu a Companhia para a Zona Leste ficando a depender do Batalhão de Bafatá;

(vii) foi-lhe atribuído um subsetor com a área aproximada de 1500 km2 constituída pelos Regulados de Badora, Xime, Cossé, Cabomba e Corubal (parte Norte);

(viii) o Comando da Companhia ficou instalado em Bambadinca, tendo sido destacado um pelotão para Xime, nesse mesmo dia 1 de julho de 1963;

(ix) A 15/7/63, outro pelotão da Companhia seguiu para o Xitole, em reforço das tropas ali aquarteladas, donde regressou a 5/8/63;

(x) em 26/8/63, assumiu o Comando da Companhia o Capitão Hleder José François Sarmento;

(xi) no subsetor, tomou parte nas seguintes operações de conjunto:

8 de julho de 1963 e 12 de julho 63 na margem direita do Rio Corubal;
Op Inglês  - janeiro de 1964; 
Op Marte - fevereiro de 1964;
Op Bala . março de 1964;
Op Vai à Toca - novembro de 1964
Op Brinco - dezembro de 1965
e Op Farol -  janeiro de 1965.

(xii) Fora do subsetor, atuou nas seguintes operações:

Op Verde - novembro de 1963;
Estrada do Xitole - Agosto - Outubro - Novembro de 1963
Mato Madeira - Chicri - janeiro de 1964;
Paton - agosto de 1964.

(xiii) No sector à sua responsabilidade,  o IN que já actuara a Oeste e Sul de Xime até ao Rio Corubal, levando para os matos uma parte da população e fazendo fugir a restante, tentou expandir a sua acção para Leste para o que atacou tabancas e quartéis, roubou culturas, emboscou as NT e procurou tornar intransitáveis as estradas;

(xiv) A Companhia, por uma permanente atividade operacional à base de pequenas acções de combate, emboscadas, constantes patrulhamentos de estradas e caminhos e protecção às populações, permanecendo nas tabancas e locais de trabalho, conseguiu manter em completa normalidade a zona a Leste de Xime e levar a guerrilha a acantonar-se no mato;

(xv) Durante os 21 meses de permanência no subsetor, a Companhia teve 108 acções de fogo em contactos com o IN;

(xvi) Em resultado dessas ações, o IN sofreu 48 baixas confirmadas pelas NT, havendo contudo um número muitíssimo superior de mortos e feridos referido por prisioneiros;

(xvii) Foram apreendidas 5 espingardas, 5 pistolas-metralhadoras, 1 pistola, grande número de granadas de mão de diversos modelos e vários milhares de cartuchos;

(xviii) Na tentativa de cortar os itinerários, o IN utilizou 15 engenhos A/C e 3 minas A/P. Um fornilho A/C destruiu um jipe e os restantes 14 engenhos A/C foram detectados e levantados; as 3 minas A/P funcionaram, causando dois feridos: um às NT e outro à população;

(xix) A Companhia só teve duas baixas por acidente e nove feridos em combate, um dos quais evacuado para a Metrópole.

Quartel em Bissau, 2 de Abril de 1965. Adaptado de História da unidade,  CCAÇ 526 (Bambadinca e Xime, 1963/65).
(Para saber mais, clicar aqui)


(***) Último poste da série > 5 de dezembro de 2014 > Guiné 53/74 - P13978: Fotos à procura de... uma legenda (46): Portugueses do Xime, posando com a bandeira portuguesa (Libério Lopes, ex-sgrt mil inf, CCAÇ 526, Bambadinca e Xime, 1963/65)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Guiné 53/74 - P13978: Fotos à procura de... uma legenda (46): Portugueses do Xime, posando com a bandeira portuguesa (Libério Lopes, ex-sgrt mil inf, CCAÇ 526, Bambadinca e Xime, 1963/65)






Guiné > Zona Leste > Xime > CCAÇ 536 (Xime e Bambadinca, 1963/65) > "Foto 9 - O homem do chapéu colonial era nosso guia e morava junto ao quartel. O mais alto, acho que era o chefe da tabanca. Ia connosco para o mato e, devido á sua altura, salvou-me de morrer afogado numa bolanha perto do Xime, num dia para esquecer." (*)

Foto (e legenda): © Libério Candeias Lopes (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. O Libério Lopes, ex-srgt mil inf, pertenceu à CCAÇ 526 (Bambadinca e Xime, 1963/65) e é um dos nossos veteraníssimos camaradas, do tempo do caqui amarelo e do chapéu colonial... Professor primário reformado, é de Aranhas, Penamacor, E, é justop referir, foi  "o principal impulsionador do monumento aos combatentes da guerra do ultramar existente em Penamacor" (, segundo informação do nosso camarada C. Caria).

Também sido um dos primeiros "tugas" a andar pelo regulado Xime, no início da guerra, em 1963. Terá sido inclusive o primeiro professor do Xime, quando lá esteve, em 1963/64, com um pelotão. Sobre a população do Xime, escreveu (*):

(...) "A maioria da população do Xime era simpática connosco, e de vez em quando juntávamo-nos para umas danças africanas, nas quais eu gostava de participar.

Além disso os putos conheciam-me porque ainda os juntei para lhe dar umas aulas. Foi uma tentativa que não resultou, devido a não me ter sido concedido o tempo necessário para isso.

No Xime estava só um pelotão e éramos poucos para a missão militar que tínhamos em mãos. Foi pena porque a minha profissão era professor e, certamente, teria feito um trabalho mais útil. " (...).

A foto, editada por nós e publicada em em cima, com quatros enquadramentos diferentes, merece uma legenda, um comentário, um pequeno texto (**)....

Quem seria o guia nas NT em 1963/64 ? Pela estatura, parece-me ser o malogrado Seco Camará, morto em 26/11/1970, na Op Abencerragem Candente. (Morto à roquetada, fizemos uma trouxa, com os seus poucos restos mortais; vieram embrulhados numa capa impermeável; guia e picador das NT, era assalariado da CCS/BART 2917,  tendo passado a viver em Bambadinca; dizia-se que era hostilizado pelos outros mandingas do Xime).

Talvez o "menino do Xime", o José Carlos Mussá Biai nos possa ajudar a identificar estes dois homens, um deles, o mais alto, acompanhado da esposa e filha ou das duas esposas...  A jovem, com ar envergonhado, segura uma das pontas da bandeira; o homem de chapéu colonial (o Seco Camará?) segura a outra ponta... Pareece ser um clara manifestação de apoio à causa nacional, num regulado em que grande parte da população "fugiu para o mato" no início da guerra (Samba Silate, Poindom...).

Por outro lado, a lealdade dos mandingas do Xime, ou de um parte deles, era sempre posta em causa pelos sucessivos batalhões que passaram por Bambadinca, sede do setor L1... Pelo menos até ao BART 2917 (Bambadinca, 1970/72). Leia-se o que eles escreveram,  nas respetivas histórias da unidade (Cito dois batalhões do meu tempo):


(i) BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70),Cap II:

(...) "No Sector L1 podemos considerar duas raças (sic) distintas: para Leste da estrada Bambadinca-Xitole onde predomina a raça Fula, e para Oeste da mesma estrada onde predominam as raças Balanta e Beafada.

"A população Fula de um modo geral é nos favorável, sendo de destacar o regulado de Badora, que tem como Chefe / Régulo um homem de valor e considerado pela população como um Deus. Esse homem é o Tenente Mamadu, já conhecido do meio militar pelos seus feitos valorosos e dignos de exemplo. Da outra população, fortes dúvidas se tem, especialmente as dos Nhabijões, Xime e Mero.

"Com o início do reordenamento da população em auto-defessa, num futuro próximo o IN se verá com sérias dificuldades, pois deixará de ter apopio e de ter a possibilçidade de roubar para deste modo poder sobreviver" (...)


(ii) BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), Cap II:

(...) 2 – Os ”Mandingas”

(...) A sua atitude perante o terrorismo deve ser interpretada com todo o bom senso, eles viram no PAIGC a oportunidade de reaver a sua independência política, em face aos Fulas, e vingar um Século de prepotências a que estiveram sujeitos pelos Fulas; depois, nos primeiros anos de terrorismo, Mandingas era sinónimo de terrorista e temos de ter a coragem para admitir os erros de procedimento que as NT e Autoridades tiveram perante os indivíduos que eram rotulados de “terroristas”.

Hoje os Mandingas estão convictos de que não é mais possível, no Sector, ser-se acusado pelas Autoridades de “terrorista” apenas porque se pertence a esta etnia ou, se denunciam erros de indivíduos ligados às Autoridades, Militares ou Civis, Europeus ou Africanos (embora ainda existem no Sector alguns residentes Europeus a assimilados que, por convicção ou interesse, propalam, especialmente a quem chega de novo, que todos os Mandingas são “terroristas”).

Tal convicção associada ao seu desencantamento em relação ao PAIGC onde “calcinhas e oportunistas” ocupam lugares de mando que os Mandingas julgam deveriam ser concedidos aos seus Chefes, criou uma brecha que, a curto prazo, pode levar, se bem explorada pelas NT ao divórcio total desta etnia com o PAIGC." (...)

(...) Zona controlada pelo IN

- Todos os dados de que se dispõe são estimados e as notícias contraditórias, podemos contudo, sem grande margem de erro, avaliar em cerca de 5400 pessoas na sua maioria de etnia Balanta, Beafada ou Mandinga, a população controlada pelo IN no Sectir L-1 dividida pelos seguintes núcleos:

- A NW do Sector espalhada pelos Regulados do Enxalé e Cuor – 1900 Pessoas.

- No Regulado do Xime, ao longo do Rio Corubal e a Sul da Ponta do Inglês – 2000 pessoas.

- No Regulado do CorubalL ao longo deste rio e para jusante da foz do Rio Pulom – 1500 pessoas.



 Pessoalmente, tinha a ideia de haver mais mandingas no Xime [, presumo que haja um erro na história do BART 2917: de um total de 872 habitantes recenseado no regulado do Xime  (Xime, Amedalai, Taibatá e Demba Tacó),    745  eram fulas e os restantes, 127, mandingas, concentrados no Xime; apenas 22 mandingas, como vem no documento, parece-me um erro grosseiro; só a famíla, alargada, do José Carlos Mussá Biai deveria ser bem superior a 22...]. (LG)


(iii) BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), Cap II:

(...) 1 – Na Zona controlada pelas NT

- É a seguinte a distribuição de população recenseada por grupos éticos e por Regulados:

Cuor: Mandingas:  221 pessoas;

Enxalé:  Balantas:  400 pessoas; Mandingas e Beafadas: 350 pessoas;

Xime: Fulas:745 pessoas; Mandingas 127 [e não 22]  pessoas; [ nº de habitantes: Xime: 250; Amedalai: 160; Taibatá, sede de Regulado do Xime: 228; Demba Tacó: 234];

Corubal:  Fulas: 1460 pessoas; Mandingas; 85 pessoas; Beafadas; 6 pessoas; Outros; 17 pessoas;

Badora; Fulas: 5934 pessoas; Mandingas: 2551 pessoas; Balantas; 2418 pessoas; Mansoancas: 403 pessoas; Beafadas; 52 pessoas; Outros: 540 pessoas (...)  
(LG)


2. Comentário de L.G.:

Não, não é o Seco Camará... Fui dar uma volta aos arquivos, e tenho aqui aqui uma mensagem do "menino Xime", o José Carlos Mussá Biai, de 3 de junho de 2009, a dizer o seguinte:

(...) Caro Luís: Fico sempre com muita emoção quando vejo fotos, sejam elas de paisagens ou gentes da minha terra natal. Por isso deste vez não foi excepção.


Quanto as pessoas que estão nas fotografias, apenas a foto 9 é que tem duas caras que me são familiares. Trata-se de um primo e um tio.

Mas de qualquer maneira por alguns bons minutos voltei a Xime.

Um abraço e muita saúde,

José C. Mussá Biai (...)

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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13973: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (91): Uma foto velhinha, com mais de meio século, do ferryboat BOR, navegando ao longo da margem direita do Rio Geba, junto ao Enxalé, a caminho de Bambadinca (Libério Lopes, sgrt mil inf, CCAÇ 526, Xime e Bambadinca, 1963/65)



Guiné > Zona Leste > Xime > CCAÇ  536 (Xime e Bambadinca, 1963/65) >  O Bor navegando junto à margem direita do Rio Geba, junto ao Enxalé e ao Xime, a caminho de Bambadinca. (*)

Foto (e legenda): © Libério Candeias Lopes (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


Libério Candeias Lopes
1. O Libério Lopes, 2º Sarg Mil Inf,  pertenceu à CCAÇ 526 (Bambadinca e Xime, 1963/65) e  é um dos nossos veteraníssimos camaradas, do tempo do caqui amarelo e do chapéu colonial... Professor primário reformado, é de Penamacor. Terá sido o primeiro professor do Xime, quando lá esteve, em 1963/64, com um pelotão. Mandou-nos ontem mais uma foto (velhinha) do seu álbum. com a seguinte mensagem:

Caro Luís

Depois de consultar o meu álbum fotográfico, encontrei esta foto da embarcação BOR a navegar no Rio Geba, em frente ao Xime e em direcção a Bambadinca. Navegava sempre do lado do Enxalé, talvez com o receio de algum ataque do lado da Ponte do Inglês.

Já vi uma foto no blog, mas não quis deixar de dar também o meu testemunho.

Viajei na Bor três vezes: duas de Bambadinca para Bissau e uma no sentido inverso. A minha companhia regressou a Bissau nela. Para a época, a Bor era considerada um autêntico paquete.

A foto já perdeu qualidade (tem 51 anos) e as máquinas da altura não eram como as de hoje.

Aproveito para responder ao inquérito. Na altura havia muito poucas máquinas e eu, certamente não a teria se a não tivesse ganho no jogo da lerpa.(**)

Um abraço
Libério Lopes 





Guiné > Zona Leste > Xime > CCAÇ  536 (Xime e Bambadinca, 1963/65) > Foto nº 1 >  O Libério Lopes com um grupo de mulheres, mandingas,  do Xime. Foto do álbum do Libério Candeias Lopes (*).

Fotos (e legendas): © Libério Candeias Lopes (2009). Todos os direitos reservados [Edição: LG]
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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 3 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13969: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (90): Foto do ferryboat BOR que levou a CART 730, de Bissau para Bolama, um dia depois de desembaracar do T/T Niassa (João Parreira, ex-fur mil op esp e cmd, CART 730 / BART 733, Bissorã, 1964/65; Gr Cmds Fantasmas, CTIG, Brá, 1965/66)