Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quinta-feira, 4 de maio de 2023
Guiné 61/74 - P24283: Efemérides (391): No dia 25 de Abril, Faria celebrou a memória dos Alcaides e do Capitão Salgueiro Maia e Camaradas (Manuel Luís Lomba)
1. Mensagem do nosso camarada Manuel Luís Lomba (ex-Fur Mil Cav da CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66), datada de 3 de Maio de 2023, dando notícia de uma homenagem pelo 650.º aniversário do feito dos Alcaides de Faria, assim como ao Capitão Salgueiro Maia, a cargo do Grupo Alcaides de Faria, de que o Lomba é presidente, e da Junta da União de Freguesias de Milhazes, Vilar de Figos e Faria:
Faria celebrou a memória dos Alcaides e do Capitão Salgueiro Maia e Camaradas
O 25 de abril de 2023 foi a oportunidade da celebração conjunta da memória daqueles heróis nacionais pelo Grupo Alcaides de Faria e a Junta da União de Freguesias de Milhazes, Vilar de Figos e Faria. A solenidade foi iniciada às 11H00, com o hastear da Bandeira Nacional junto ao memorial pelo descendente dos Alcaides de Faria, Eduardo Felgueiras Gayo, dignificada com o Hino Nacional pelo instrumental da Banda do Galo do CCO, a deposição da coroa de flores pelo presidente e o vogal da Junta de Freguesia e a alocução alusiva do presidente do Grupo Alcaides de Faria:
“O mês de abril português é fértil de eventos históricos. O 25 de abril de 1127 será celebrado um dia: indícios empíricos apontam-no como o dia em que D. Afonso Henriques assumiu os castelos do Neiva, de Faria e outros, baseou-se e neste castelo proclamou-se “Príncipe dos Portugueses” de Entre Douro e Minho, mais de dois terços do Condado de Portugal. Um dia chegará em que o 25 de abril celebrará também a fundação da nacionalidade.
O feito dos Alcaides de Faria culminou em abril de 1373, há 650 anos, com o levantamento do cerco ao seu castelo e a retirada dos invasores para a Galiza. O Alcaide Nuno Gonçalves foi dar batalha a essa Primeira Invasão Castelhana do Norte, foi derrotado e aprisionado na freguesia de Carapeços, convenceu o general invasor a conduzi-lo ao castelo, consciente da fatalidade da sua exortação ao filho Gonçalo Nunes:
- Filho alcaide! Maldito sejas tu e sepultado no inferno como o traidor Judas, se estes que me vão matar entrarem nesse castelo sem tropeçarem no teu cadáver!...
O Alcaide Nuno Gonçalves de Faria doou conscientemente a sua vida à pátria, salvou o seu castelo e a sua guarnição reteve a invasão com a sua resiliência. Caso o inimigo tivesse progredido livremente e o Porto tivesse caído, o Tratado de Paz de Santarém não teria acontecido. Ante o assassínio do alcaide pela sua heroicidade, o fidalgo Diogo Lopes Pacheco, matador sobrevivo da linda Inês, que incluía a invasão como conselheiro do general galego, passou a mediador das pazes, o rei castelhano estava a contas com o cerco anfíbio a Lisboa, que o desenformou é plausível, que a invasão do Norte estava encalhada em Faria e que as tropas de Barcelos e do Bispo do Porto estavam a cortar-lhe a linha de retirada por Ponte do Lima.
A motivação foi comum a D. Afonso Henriques, aos Alcaides de Faria, ao capitão de abri Salgueiro Maia e camaradas: a liberdade e a dignidade dos Portugueses. Há 49 anos, a exortação do “capitão de abril de “vamos acabar com o estado a que isto chegou” galvanizou os seus comandados, avançaram de Santarém sobre Lisboa, ele expôs o peito à metralha em toda a manobra, o seu feito culminou no Largo do Carmo, a dar o fim ao impopular regime político e a conceder a rendição com dignidade ao seu chefe”.
Seguiu-se a romagem ao Cemitério Paroquial, para homenagear os filhos da terra e combatentes da Pátria na sua última morada, a canora Banda do Galo encabeçou-a e dedicou-lhes músicas fúnebres, os sinos dobraram a finados e a celebração culminou com a chamada nominal dos combatentes da I Grande Guerra e da Guerra do Ultramar: Joaquim Luís de Faria, António Peixoto, Américo Ponte, António Marques, Cândido Ferreira, Domingos Figueiredo, Joaquim Gonçalves, Joaquim Brito, Joaquim Lomba, José Amorim, Manuel Boucinha, Manuel Ferreira, Manuel Peixoto e os omissos.
Manuel Luís Lomba
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Nota do editor
Último poste da série de 2 DE MAIO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24277: Efemérides (390): Homenagem aos Combatentes da Guerra do Ultramar da Freguesia de Paus, Concelho de Resende, levada a efeito no passado dia 29 de Abril (Fátima Soledade / Fátima Silva)
domingo, 27 de novembro de 2022
Guiné 61/74 - P23822: (De)Caras (189): Joaquim de Araújo Cunha, ex-fur mil mec auto, CART 2715 / BART 2917 (Xime, 1970/72), natural de Barcelos, morto em combate, em 26/11/1970, no decurso da Op Abencerragem Candente
Guiné > Região de Bafatá >Xime > CART 2715> s/d > O Joaquim de Araújo Cunha parece ser o militar da direita, na brincadeira com um jovem guineense... Ainda se estava nos dias alegres do Xime... A foto chegou-nos sem legenda nem data, mas é seguramente anterior à trágico desfecho da Op Abencerragem Candente, em 26/11/1970... A legenda, galhofeira, podia ser: "Arraial minhoto no Xime: quem não tem cão, caça com gato"...
A CART 2715 tinha chegado ao Xime em final de maio de 1970... O comando e CCS do BART 2917 ficaram sedidados em Bambadinca (sector L1) (A CART 2714 em Mansambo e a CART 2716 no Xitoel).
Depois de efetuar a sobreposição e render a CART2520, a CART 2715 assumiu em 8 de junho de 1970 a responsabilidade do respectivo subsector, com um destacamento em Enxalé, sendo este guarnecido ora com um pelotão, ora com dois pelotões conforme as necessidades operacionais. Seis meses depois sofre um duro golpe com a morte de cinco dos seus militares, em 26/11/21970 (Op Abencerragem Candente). (O guia que foi morto, a 6ª vítima, Seco Camará, pertencia à CCS/BART 2917.)
Teve cinco comandantes de companhia (o primeiro, o cap art Vitor Manuel Amaro dos Santos). Em 14 de março de 1972, foi rendida no subsector de Xime pela CART 3494, tendo recolhido a Bissau a fim de efectuar o embarque de regresso.
Foto gentilmente cedida pela sobrinha do Joaquim de Araújo Cunha (1948-1970) Ana Rita Silva (Barcelos).
1. O Joaquim de Araújo Cunha, fur mil mec auto, da CART 2715 / BART 2917 (Xime, 1970/72), foi uma das seis vítimas mortais da violenta emboscada em L que as NT sofreram na antiga picada Xime - Ponta do Inglês, no decurso da Op Abencerragem Candente (Xime, 25-26 nov 1970 ) (*).
Ana Rita Silva: "Sou a sobrinha do Joaquim de Araújo Cunha. Não tive o prazer de conhecer o meu tio mas guardo algumas histórias. Agradeço em nome de toda a família - especialmente em nome dos irmãos ainda vivos- a lembrança e as palavras de carinho, apesar de tudo. Muita saúde para todos. Aproveito para desejar um Santo Natal e um próspero Ano Novo". (26 de novembro de 2022, 23:05).
(*) Vd. poste de 26 de novembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23818: Efemérides (376): foi há 52 anos, a carnificina da Op Abencerragem Candente, 26/11/1970, subsector do Xime..."Choro para uma morte anuncidada" (poema de Luís Graça)
(**) Vd. poste de 8 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9863: (De)caras (10): Relembrando o Fur Mil Joaquim de Araújo Cunha, natural de Barcelos, que pertencia à CART 2715 (Xime, 1970/72), e que foi morto de morte matada em 26/11/1970 (José Nascimento, CART 2520, Xime, 1969/70)
sexta-feira, 10 de janeiro de 2020
Guiné 61/74 – P20544: Agenda cultural (720): Lançamento do livro "Da Senhora e Da Franqueira: Memórias das nossas Origens", de Manuel Luís Lomba, a levar a efeito, amanhã, dia 11 de Janeiro de 2020, pelas 16,00 horas, no Auditório da Biblioteca Municipal de Barcelos, apresentação pelo professor aposentado, Dr. José Gomes Campinho
Lançamento do livro "Da Senhora e Da Franqueira: Memórias das nossas Origens", de Manuel Luís Lomba e prefácio de Cláudio Brochado, Mestre de Arqueologia, a levar a efeito, amanhã, dia 11 de Janeiro de 2020, pelas 16,00 horas, no Auditório da Biblioteca Municipal de Barcelos, apresentação pelo professor aposentado, Dr. José Gomes Campinho.
Sobre o livro:
Edição de autor
Título: Da Senhora e Da Franqueira, Memórias das nossas Origens
Autor: Manuel Luís Lomba
© Manuel Luís Lomba
Rua da Igreja, 44
4755-204 - Faria
manuelluislomba@gmail.com
Paginação e capa: Daniela Fernandes
Imagem da capa: Igreja de N. S. da Franqueira/Ruínas do Castelo de Faria
N.º de páginas: 475
Impressão: Papelmunde
1.ª edição: Dezembro de 2019
Depósito legal: 464886/19
ISBN:978-989-0194-4
Sobre o autor:
Manuel Luís Lomba nasceu em Faria (Concelho de Barcelos), em 1 de Maio de 1942.
Foi funcionário da construtora Soares da Costa onde alcançou o cargo de Director.
É autor dos dois volumes de Faria: "Terra-mãe da Nacionalidade".
Promoveu o renascimento e é Presidente da Direcção do Grupo de Alcaides de Faria.
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Nota do editor
Último poste da série de 15 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 – P20455: Agenda cultural (719): Fotos da sessão de lançamento do livro do José Saúde, “Um Ranger na Guerra Colonial: Guiné-Bissau 1973/74: Memórias de Gabu”, Beja, 10 de dezembro de 2019
sexta-feira, 6 de abril de 2018
Guiné 61/74 - P18494: Efemérides (272): No Centenário da Batalha de La Lys, homenagem aos Combatentes do Concelho de Barcelos (Manuel Luís Lomba)
Olá, Carlos.
O Grupo Alcaides Unidos, associação de que sou presidente, vai celebrar o Centenário da Batalha de La Lys no dia 8 de Abril de 2018.
Programa anexo.
Abraço
Manuel Luís Lomba
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Nota do editor
Último poste da série de 1 DE ABRIL DE 2018 > Guiné 61/74 - P18475: Efemérides (271): A minha Páscoa no mato, há 45 anos (José Claudino da Silva, ex-1º cabo cond auto, 3ª CART / BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74)