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sábado, 17 de agosto de 2024

Guiné 61/74 - P25851: Ser solidário (271): 25.ª Expedição da Missão Dulombi à Guiné-Bissau. Reportagem da jornalista Carolina Cunha da CMTV, que pode ser vista no Youtube

1. O nosso camarada Fernando Barata, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2700 / BCAÇ 2912 (Dulombi, 1970/72) enviou-nos o link do Youtube para a reportagem da 25.ª Expedição da Missão Dulombi à Guiné-Bissau, mais exactamente a Dulombi, intitulada "Dulombi, Missão de Vida", da jornalista da CMTV, Carolina Cunha, que acompanhou Gil Ramos, filho do Antigo Combatente Fernando Ramos da CCAÇ 2700, já falecido.
Gil Ramos, voluntário, juntamente com outras pessoas de boa vontade, ali iniciou uma obra que já se vê e que continua, perpetuando assim a memória de seu pai naquela localidade guineense.



REPORTAGEM CMTV: Gil Ramos e a sua Missão Dulombi falam das origens da Organização, dos trabalhos presentes e do futuro da aldeia de Dulombi na Guiné-Bissau.
Acompanhando a 25ª Expedição à Guiné-Bissau, a jornalista Carolina Cunha fez um retrato de uma aldeia mágica e das atividades da pequena organização criada pelo vilacondense Gil Ramos.

©CMTV 2024
©DULOMBI 2024
Todos os direitos reservados.

Os frames abaixo reproduzidos, retirados
  com a devida vénia da reportagem da CMTV à 25.ª Expedição da Missão Dulombi à Guiné-Bissau, apresentam quatro personagens ligadas a Dulombi e à causa do voluntariado que ali tem obra feita: 
O antigo Combatente Fernando Ramos da CCAÇ 2700 que esteve em quadrícula em Dulombi entre Maio de 1970 e Março de 1972, durante uma visita à terra que lhe ficou no coração. 
Gil Ramos, filho do Fernando Ramos, que tem feito obra de voluntariado em Dulombi, diz querer continuar, porque acha que seria essa a vontade de seu pai. Será também uma forma de homenagear a sua memória.
Além deste Jardim de Infância, a que foi dado o nome de Fernando Ramos, construído de raiz para o efeito, Gil Ramos e a sua Missão Dulombi, recuperou a Escola Primária local, danificada por um temporal.
Amadu Colubali que é o responsavel pelo funcionamento e manutenção do Jardim de Infância Fernando Ramos, que é frequentado por meninas e meninos de Dulombi a partir dos dois anos de idade.
Uri Colubali é o homem mais velho de Dulombi. Diz que conheceu Fernando Ramos no tempo da guerra e está muito grato ao filho, Gil Ramos, pelo que tem feito pela população de Dulombi.

O melhor mesmo é ver a reportagem, porque além da alegria expontânea das crianças de Dulombi, ficamos a conhecer uma quantidade de pessoas que se voluntarizam para em Dulombi cuidar da saúe e do bem estar daquele povo que tendo tão pouco, com pouco se contentam.

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Nota do editor

Último post da série de 2 de junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25593: Ser solidário (270): Bilhete-postal que vai dando notícias sobre a "viagem" da campanha de recolha de fundos para construir uma escola na aldeia de Sincha Alfa - Guiné-Bissau (8): Arquitectos da natureza (Renato Brito)

domingo, 21 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25096: Blogpoesia (795): "Os sítios que são só recordações", por Juvenal Amado, ex-1.º Cabo CAR da CCS / BCAÇ 3872

Galomaro depois de forte chuvada. Foto: © Ex-Fur Mil Sapador António Maria Fernandes (BCAÇ 3872)


1. Em mensagem de 20 de Janeiro de 2024, o nosso camarada Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor Auto Rodas da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), enviou-nos este seu poema:


Os sítios que são só recordações

Vivíamos para o futuro
Como se estes momentos fossem um interlúdio
Um compasso de tempo
Sabíamos da beleza que nos rodeava
Não sei se estávamos tão presentes para ela
Estávamos obcecados por outras paragens.
Depois veio a saudade.
Fizemos planos para voltar
Chamemos-lhe quimera dos sentidos
Utopia que construímos
Nunca reencontraríamos a nossa juventude
Há muito perdida naqueles lugares.


Juvenal Sacadura Amado
09/01/2024

A caminho do Dulombi
Pôr-do-sol
Pôr-do-sol

Fotos: © Ex-Fur Mil Sapador António Maria Fernandes (BCAÇ 3872)
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Notado editor

Último poste da série de 17 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24665: Blogpoesia (794): "Lágrima de Sol", por Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 / BCAÇ 1887 (Canquelifá e Bigene, 1966/68)

sábado, 13 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25066: In Memoriam (493): Falecimento do Capitão Miliciano de Artª da CCAÇ 3491 / BCAÇ 3872 (Dulombi e Galomaro, 1971/74), engº Fernando Pires (Luís Dias)




1. O nosso Camarada Luís Dias, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 3491 / BCAÇ 3872 (Dulombi e Galomaro, 1971/74), enviou-nos  a seguinte mensagem:





           Falecimento do meu capitão
 

Perder um companheiro que esteve connosco na guerra, mas especialmente alguém que era um bom amigo é imensamente doloroso. Fui hoje informado por um dos seus filhos, que o Engº FERNANDO PIRES, ex-Capitão Miliciano de Artª, que comandou a CCAÇ 3491, pertencente ao BCAÇ 3872, faleceu no dia 11 de Janeiro, no Hospital de Cascais, aos 81 anos, devido a problemas respiratórios. 

Antes do Natal, tinha falado com ele ao telefone e tínhamos combinado encontrar-nos no fim deste mês, pois ainda estava em convalescença de uma intervenção cirúrgica melindrosa. 

A história militar deste meu amigo é um "produto" daqueles tempos em que estávamos em três frentes de Guerra. O meu amigo esteve no Serviço Militar Obrigatório, em 1963, com a idade normal com que se era "chamado" e serviu o percurso normal de um oficial miliciano da especialidade de artilharia e teve a sorte, pensava ele, de não ter sido mobilizado para o Ultramar. Terminado o seu tempo de serviço, voltou à sua vida civil, trabalhava na EFACEC, namorava e tinha a sua vida organizada e um futuro promissor. Contudo, em 1971, foi "re-pescado" para ir para a Escola Prática de Infantaria - Mafra, tirar o Curso Para Capitães (CPC) e mais tarde vir a ser mobilizado para a Guiné a comandar uma companhia de caçadores, jovens "chavalos", onde, a seguir ao 1º Sargento Gama, era o mais velho, com cerca de 30 anos e eu o "puto" mais novo.

O Capitão Pires dirigia uma companhia (cerca de 150 elementos), também 2 pelotões de milícias e era responsável por 250 elementos da população que viviam numa Tabanca anexa ao nosso aquartelamento, isto no Dulombi, Leste da Guiné, região de Bafatá. Foi o nosso comandante entre 18 de Dezembro de 1971 e 4 de Abril de 1974 e dirigiu a companhia com competência e elevado brio profissional, sem nunca deixar de ser um excelente ser humano. Soube das dificuldades que era comandar tanta gente, pois eu próprio fui comandante da mesma, nas suas ausências e férias, o que me foi muito útil, quando fui nomeado comandante do CIM de Bambadinca, em Agosto de 1973.

Depois de terminada a nossa comissão e seguindo cada um o seu rumo, encontrávamo-nos, de quando em vez, mas após o 1º Convívio da companhia, realizado no então R.I. nº2, em Abrantes, de onde partíramos para a Guiné, almoçávamos muitas vezes e íamos aos convívios juntos. 


Na foto, em 1º plano, o Capitão Pires, com o General Spínola, estando eu em 2º plano, no dia da inauguração do nosso quartel em Abril de 1972.

Caro amigo Fernando Pires, que descanse em paz e até um dia destes, para voltarmos a falar da amizade que nos uniu nesta "vida". 

Luís Dias 
Alf Mil Inf da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872 
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

10 DE JANEIRO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25055: In Memoriam (492): Fernando Peixinho de Cristo (1947-2004), ex-cap mil inf, cmdt, CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883 (Canquelifá, 1972/74); natural de Coimbra, e reputado hidrogeólogo a nível nacional e internacional

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Guiné 61/74 - P22900: Tabanca Grande (530): José Carlos Rocha da Silva, ex-Fur Mil Inf da 1.ª CCAÇ/BCAÇ 4518/73 (Dulombi e Nova Lamego, 1974) que se senta no lugar 857 da nossa tertúlia

1. Mensagem enviada ao nosso camarada e novo tertuliano José Carlos Rocha da Silva (foto à direita), ex-Fur Mil Inf da 1.ª CCAÇ/BCAÇ 4518/73, (Dulombi e Nova Lamego, 1974), em resposta a uma mensagem sua deixada no Formulário do Blogger:

Caro camarada de armas José Carlos:

Muito obrigado pelo teu contacto.

Teremos o maior gosto em receber-te na nossa Tabanca Grande onde reservamos desde já um lugar bem à sombra do nosso poilão sagrado.
Manda-nos por favor uma foto actual e outra dos tempos de Guiné assim como nos diz qual foi a tua especialidade e os locais por onde andaste, tanto quanto sei a companhia foi desmembrada em pelotões.

Já que pertences à geração do fim da guerra, poderás contar-nos a tua experiência de contacto com o ex-IN na fase de entabulamento de conversações e entrega de aquartelamentos.
Se tiveres fotos, também serão bem-vindas. Digitaliza-as e envia-nos acompanhadas das respectivas legendas que, se possível, deverão indicar os locais, datas e fotografados.

Contamos com a tua colaboração já que da tua Companhia nada sabemos. Manda as tuas coisa para este meu endereço e para o do editor Luís Graça (luis.graca.prof@gmail.com).
Para saberes o que temos sobre o teu Batalhão, acede a este marcador:

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/BCA%C3%87%204518

Ficamos a aguardar o teu novo contacto.
Segue um abraço em nome da tertúlia e dos editores
Carlos Vinhal


********************

2. No mesmo dia recebemos esta resposta do José Carlos:

Chamo-me José Carlos Rocha da Silva, nascido na freguesia de Lagoa, concelho de Vila Nova de Famalicão, a 19 de Março de 1952.

Fui incorporado a 22 de Janeiro de 73, no RI 5.

De Abril de 73 a Junho do mesmo ano, frequentei o curso de Sargentos Milicianos no CISMI, especialidade de atirador de infantaria.

De Julho a Setembro de 73 estive no RI 8, em Braga, a ministrar uma recruta.

Em Setembro de 73 fui para o RI 15, em Tomar, onde formei o Batalhão 4518.

Em 29 de Dezembro de 73 embarquei no navio NIASSA, com destino à Guiné. Aqui, inicialmente o batalhão foi para a ilha de Bolama, onde tivemos a formação do IAO. Depois a CCS ficou em Galomaro e a nossa companhia, a 1.ª do batalhão, foi colocada em Dulombi.

Em Março de 74 o quartel do Dulombi foi abandonado e a nossa companhia passou a companhia de intervenção da CAOP 2, em Nova Lamego, donde regressámos em Setembro de 74.


José Carlos Silva, "hoje"
José Carlos Silva, "ontem"
Um momento de lazer na piscina de Bolama
À porta de armas do quartel de Nova Lamego
O momento da entrega de um dos nossos quarteis a elementos do PAIGC
As lavadeiras na bolanha de Nova Lamego

********************

3. Comentário do editor:

Caro camarada de armas e amigo José Carlos, estás apresentado formalmente à tertúlia. És mais um antigo combatente da Guiné a engrossar as fileiras do nosso Blogue, no ano passado muito desfalcado por motivo do falecimento de alguns dos nossos companheiros que nos acompanhavam há anos.

Como te disse já, a tua 1.ª CCAÇ não estava representada na Tabanca Grande, logo cabe-te a responsabilidade de construir a sua história aqui.

Vai-nos mandando as tuas memórias e as tuas fotos, que nesta página ficarão para memória futura. Cabe-nos a responsabilidade de contarmos nós a história da guerra vivemos na primeira pessoa, antes que outros, que nunca lá estiveram, o façam por nós.

Ficas com o lugar 857 da nossa tertúlia, igualzinho a todos os outros porque aqui não se destaca ninguém, seja pelo posto militar, formação académica ou profissão. O teu nome, José Carlos Silva, passa agora a constar na badana do blogue, a coluna estática do lado esquerd
o: Vê em dos TABANCA GRANDE - LISTA ALFABÉTICA DOS 857 AMIGOS & CAMARADAS DA GUINÉ, na secção dos Josés (que são, contigo, 83).

Deixo-te o habitual abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores e colaboradores permanentes deste Blogue.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22291: Fichas de unidades (18): BCAÇ 2912 (Sector L5, Galomaro), CCAÇ 2699 (Cancolim), CCAÇ 2700 (Dulombi) e CCAÇ 2701 (Saltinho)


BCAÇ 2912 (Sector L5, Galomaro, 1970/72) > 
"Excelente e Valoroso"

Batalhão de Caçadores n.º 2912

Identificação: BCaç 2912 (Tem cerca de 6 dezenas de referências no nosso blogue)

Unidade Mob: RI 2 - Abrantes

Cmdt: TCor Inf Octávio Hugo de Almeida e Vasconcelos Pimentel

2.° Cmdt: Maj Inf Arnaldo Alfredo do Carmo Sousa Teles

OInfOp/Adj: Maj Inf José Baptista Mendes

Cmdts Comp:

CCS: Cap Inf Joaquim Rafael Ramos dos Santos

CCaç 2699: Cap Mil Art João Fernando Rosa Caetano

CCaç 2700: Cap Inf Carlos Alberto Maurício Gomes

CCaç 2701: Cap Inf Carlos Trindade Clemente

Divisa: "Excelente e Valoroso"

Partida: Embarque em 24Abr70; desembarque em 01Mai70 | Regresso: Embarque em 20Mar72 (CCaç 2699), 22Mar72 (CCaç 2700), e 23Mar72 (restante)


Síntese da Actividade Operacional


Em 10Mai70, após sobreposição com o BCaç 2851, assumiu a responsabilidade do Sector L5, com sede em Galomaro e abrangendo os subsectores de Dulombi, Saltinho, Cancolim e Galomaro.

Desenvolveu intensa actividade operacional de patrulhamento, reconhecimentos, emboscadas e de vigilância das infiltrações inimigas no rio Corubal e sobre o eixo Boé-Bafatá, efectuando algumas operações e acções sobre grupos inimigos esporadicamente instalados na zona de acção. 

A par disso, actuou prioritariamente no campo da acção psicossocial, apoiando a organização do sistema de autodefesa das populações e a construção de diversos postos escolares e de reordenamentos, nomeadamente os de Contabane e Deba.

Da sua actividade refere-se a detecção e levantamento de 17 minas.

Em 11Mar72, foi rendido no sector pelo BCaç 3872, recolhendo a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.


A CCaç 2699 (com 5 referências no nosso blogue) manteve-se inicialmente no sector de Bissau, na dependência do BArt 2866, tendo substituído a CCaç 2401 no dispositivo de segurança e protecção das instalações e das populações da área.

Em 22Jun70, iniciou o deslocamento, por fracções, para Cancolim (vd. carta de Cansissé), a fim de render, por troca, a CCaç 2446, tendo, em 30Jun70, assumido a responsabilidade do respectivo subsector, com um pelotão destacado em Sangué Cabomba, ficando integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão.

Em 10Mar72, foi rendida pela CCaç 2489 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

 

A CCaç 2700 (tem cerca de 3 dezenas de referências no nosso blogue) seguiu em 4Mai70 para Dulombi (vd, carta de Duas Fontes) a fim de efectuar a sobreposição e render a CCaç 2405. 

Em 10Mai70, assumiu a responsabilidade do respectivo subsector de Dulombi, ficando integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão, tendo ainda tomado a seu cargo a continuação de construção dos reordenamentos de Sangué Cabomba e Cancolim.

Em 10Mar72, foi rendida pela CCaç 3491 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

A CCaç 2701 (tem mais de 4 dezenas de referências no blogue) seguiu em 4Mai70 para Saltinho, a fim de render a CCaç 2406. Em 10Mai70, assumiu a responsabilidade do respectivo subsector, com pelotões destacados em Cassamange, até meados de Jun71 e Cansonco, até meados de Jan72, ficando integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão.

A partir de 9Nov72, destacou ainda um pelotão para Cansamba, no subsector de Galomaro.

Em 11Mar73, foi rendida pela CCaç 3490 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

Observações:  Tem História da Unidade (Caixa n.º 93 - 2ª. Div/4.ª Sec, do AHM).


Fonte: Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 6.º Volume - Aspectos da Actividade Operacional: Tomo II - Guiné - Livro I (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2014), pp. 144/145.

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Nota do editor:

Último poste da série > 10 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P21989: Fichas de unidade (17): CCAÇ 1550 / BCAÇ 1888 (Farim, Binta e Xime, 1966/68)

Guiné 61/74 - P22290: Memória dos lugares (421): quartel do BENG 447, Brá, Bissau, um hotel de cinco estrelas


Guiné > Bissau > Brá > O quartel do BENG 447, em Brá, perto do aeroporto (*), O autor da foto é o Serafim António da Silva, ex-1.º cabo de engenhria,  do BENG 447 (1970/72).



Serafim Silva, em Brá (1970/72) e em Lagoa (onde vive)


1. Lê-se no blogue, editado pelo Fernando Barata e o Ricardo Lemos, CCAÇ 2700 - Dulombi, 1970/72 (**):

O Serafim Silva nasceu no dia 30 de outubro de 1948. Foi 1º cabo de engenharia, do BENG 447 (Brá, 1970/72).

Teve uma passagem breve por Dulombi, ao tempo da CCAÇ 2700, em funções relativas ao reordenamento da tabanca de Dulombi, nomeadamente no transporte de materiais de construção, sob a supervisão do furriel mil Manuel Maurício (***). Presentemente, o Serafim Silva encontra-se na situação de reformado, tendo trabalhado na arte de marceneiro. Vive em Lagoa.

Em Lagoa, também vive o José Bernardo Martins Franco, ex-soldado pertencente ao BENG 447 Engenharia, já se encontrava em Dulombi quando a CCAÇ 2700  lá chegou. Ficou sob o comando do Furriel Manuel Maurício. Estava a cumprir uma 2.ª Comissão. Tinha a especialidade de pedreiro. (**)
 

Guiné > Bissau > Brá > O quartel do BENG 447, em Brá, perto do aeroporto, Novinha em folha. As melhores instalações da cidade, na altura da guerra colonial (1961/74).  

A foto, reproduzida com a devida vénia, é da página do Facebook da comunidade BENG 447 Brá - Guiné, criada em abril de 2013, e que no entanto deixou de estar activa desde o final de 2017. Por outro lado, a maior das fotos publicadas são de convívios do pessoal.

Alguém acrescenta, o José Silvério: "Não existe, foi remodelado no pós-independência, mas na guerra de 1998 caiu uma granada no paiol e foi tudo pelos ares, Agora existe o novo Hospital Militar e casa de civis."

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segunda-feira, 14 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22280: (De)Caras (171): Manuel Maurício, fur mil, chefe da equipa do BENG 447, que fez a construção das instalações do aquartelamento de Dulombi, ao tempo da CCAÇ 2700 (1970/72)


Foto nº 1 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) >  "O pessoal nativo contratado para as obras. Nesta foto podem ver-se 22 elementos trabalhadores nativos, uns pedreiros e outros serventes. Ainda se visualizam 2 elementos brancos, talvez o soldado Franco e o 1º cabo Domingos Pires."
 


Foto nº 2 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72)  >  Os serventes, recolhendo areia para um Unimog."

Foto nº 3 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > Os pedreiros, rebocando as paredes de uma caserna, com a supervisão do Maurício. Em 1.º plano encontra-se o Vítor Rodrigues."



Foto nº 4 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) >  10 de dezembro de 1970 > "Em primeiro palno o furriel Maurício. Ao fundo, a construção do edifício dos Comandos. Os pedreiros já levantaram as paredes e os carpinteiros trabalham na construção do telhado"



Foto nº 5 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "Uma caserna em construção"... Não há guindaste, e os andaimes são improvisados...



Foto nº  6 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > Construção da messe. O soldado Franco e o furriel Maurício.


Foto nº 7 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "O Maurício, agarrado ao 'aguadeiro' da obra,  e tendo a seu lao, de pé, o condutor Calado. Veem-se também blocos da obra e um aspecto da tabanca ao fundo”.


Foto nº 8 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "O Maurício sobre um abrigo,  vendo-se ao fundo a construção de uma caserna".... O teto era feito de troncos de cibe, assentes sobre bidões cheios de terra...


Foto nº 9 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "Acidente no trabalho: a equipa de enfermagem, constituída pelos enfermeiros Santos e Cunha, entram em acção. O condutor Rodrigues assiste ao tratamento. A vítma: o furrile Maurício".



Foto nº 10 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) >  Descascando batatas: da esquerda para a direita, cozinheiro Machado, "Bolinhas", cozinheiro Torre, cozinheiro Euclides, desconhecido, furriel Maurício, Terraço e Miguel Teixeira"



Foto nº 11 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "O Maurício colocando carta ou aerograma ma caixa do correio".


Foto nº 12 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "Maurício e Leandro"



Foto nº 13 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "Os furriéis Maurício e Barbosa em ameno passeio de jipe".



Foto nº 13 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) >  29 de janeiro de 1971 > Local: instalações sanitárias... Em dia deanos , o Maurício, à esquerda com o comdutor Luís Maria; do lado direito, o Vieira e "Fafe" assistem...

Fotos (e legendas). © Manuel Maurício (2014). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Fernando Barata / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O Fernando Barata, ex-alf mil inf,  CCAÇ 2700 (Dulombi, 1970/72), nosso grã.tabanqueiro da primeira hora, coimbrão, criou em 2007 (e tem mantido até hoje, sempre ativo e produtivo) o blogue CCAÇ 2700 - Dulombi (1970/72). Está associado ao nosso blogue, que acompanha diariamente.

Foto à esquerda: 2013, aos 65 anos. De seu nome completo, Fernando Manuel Madeira Mendes Barata, foi o comandante do 2.º Pelotão. Natural de Canas de Senhorim (concelho de Nelas, ainda...), vive em Coimbram, desde que passou à "peluda".  Trabalhou na Rank Xerox, Quintino Velho - Desp. Oficiais, Comissão de Coordenação da Região Centro. É licenciado pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.  ]
  
 
É um caso extraordinário de dedicação, persistência e camaradagem. São raros os exemplos, na Net, de longevidade de páginas e blogues, nas redes sociais, dedicados a uma unidade ou subunidade que tenha passado pelo CTIG... Houve um "boom" de criação de blogues, a seguir ao aparecimento do nosso (em 2004)... Mas, passados uns tempos, o entusiasmo e a curiosidade vão definhando, a maior parte das vezes por falta de colaboração (em textos, fotos e outros documentos) do pessoal. 

Em 15 anos, o Fernando Barata (com o seu coeditor  Ricardo Lemos, ex-fur mil mec) publicou até 839  postes. No ano em curso, foram 35, Considerando osúltimos 14 anos dá  uma média anual de 57,4 postes (Mínimo, 37 em 2016: máximo, 136, em 2012). Em suma, são cerca de 5 postes por mês. Só é pena que o blogue não tem uma lista de descritores ou marcadores, de modo a facilitar a pesquisa.



Manuel S. Maurício, ex.fur mil, BENG 447 (1970/72).
Professor do ensino básico reformado. Vive na Ericeira, Mafra.
É da colheita de 1948,faz anos a 29 de janeiro, É um "dulombiano",
por adoção.
  
2. Há dias chamou-nos a atenção a história da construção do aquartelamento de Dulombi, ao tempo da CCAÇ 2700. Com a devida vénia aos editores e ao autor das fotos  (Manuel Maurício, ex-fur mil, BENG 447, Bissau  Dulombi, 1970/72), vamos reproduzir parte do poste P473, de 18 de agosto de 2013, editado pelo Fernando Barato (*), dado o seu interessante documental, mas também em homenagem aos nossos anónimos 'engenheiros' que fizeram o seu melhor para nos dar algum conforto e segurança nos nossos 'resorts turísticos'...


O Maurício chegou a Dulombi no dia 17 de Junho de 1970 com a missão de construir o aquartelamento de Dulombi, projectado com duas casernas, um edifício de comando, um depósito de géneros, um refeitório, uma messe, uma central eléctrica, quatro postos de sentinela mais conhecidos por torreões, assim como o saneamento básico,  incluindo fossa séptica com três compartimentos. 

Quando chegou a Dulombi já lá se encontrava o soldado Franco,  pertencente ao Batalhão de Engenharia, o BENG 447, o qual já tinha dado início às construções, visto que uma cópia do projecto do aquartelamento já se encontrava na nossa Companhia, a CCAÇ 2700.

O soldado Franco era um militar oriundo do Algarve e estava a cumprir a 2.ª Comissão devido a problemas disciplinares por ter tido um grave acidente com uma viatura do exército. Tendo sido condenado a prisão militar, esta foi substituída por uma segunda Comissão. Na altura deveria ter cerca de 27 anos e era pedreiro, como profissão militar.

 Chegado a Dulombi, o Maurício deu início efectivo a todo o projecto, recrutando pessoal nativo. Este pelotão de pessoal nativo era constituído por cerca de 20 a 40 indivíduos, dependendo das necessidades temporais. Havia duas classes de contratados: os serventes e os pedreiros

Os serventes tinham como missão retirar areia e cascalho das proximidades de Dulombi, fazer os blocos para a construção de edifícios e ajudar os pedreiros nas suas tarefas. Era um trabalho árduo e mal pago. Ganhavam cerca de 30 pesos por dia (equivalente a 27 escudos da metrópole, a preços de hoje, cerca de 8 euros).

Os pedreiros eram os operários melhor remunerados. Tinham como missão construir os edifícios erguendo as paredes, fazer o chão, executar a rebocagem com massa das casernas e outros edifícios, entre outras funções especializadas. Ganhavam entre 40 (=36 escudos) a 60 (=54 escudos) pesos por  dia (10,6 e 15,9 euros, respetivamente), conforme a sua experiência. Os valores mensais pagos aos nativos eram definidos pelo Maurício. 

De salientar que o Maurício dependia directa e hierarquicamente do Batalhão de Engenharia 447, através do alferes da Zona. O batalhão de Engenharia foi criado em 1 de Julho de 1964, como unidade da guarnição normal da Guiné, tendo integrado todos os elementos de engenharia existentes na Guiné, nomeadamente a Companhia de Engenharia 447, mobilizada no Regimento de Engenharia 1 (Pontinha – Lisboa), que era constituída por, além do Comando, 1 Pelotão de Equipamento Mecânico, 2 Pelotões de Sapadores e 1 Pelotão de Pontoneiros, sendo este pelotão que garantia a ligação fluvial por barco em diversos pontos. 

O BENG 447 destacou elementos para colaborar na execução e/ou reparação das estruturas de aquartelamentos (edifícios, electrificação, depósitos de água), construção de estradas e formação de pessoal local nas especialidades de pedreiro, carpinteiro, canalizador, electricista e operador de máquinas de terraplanagem. Foi extinto em 14 de Outubro de 1974 com a entrega das instalações e equipamento. 

O Manuel Maurício tinha como funções: 
  • Requisitar pessoal
  • Estipular vencimentos, que eram pagos através da secretaria de Dulombi
  • Coordenar todo o trabalho inerente às obras
  • Requisitar materiais e ferramentas
 O furriel Maurício era coadjuvado pelo 1.º cabo Domingos Manuel Pires que, além desta função, exercia as funções de carpinteiro. O Manuel Maurício desembarcou em Bissau no dia 14 de Junho de 1970, seguindo para Dulombi passados três dias. Permaneceu em Dulombi até finais de Outubro de 1971, regressando à base, o Batalhão de Engenharia, aquartelado em Bissau. Regressou à Metrópole no dia 12 de Julho de 1972. (**)

[ Seleção, revisão e fixação de texto, para efeitos de edição deste poste P22280:  LG]
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Notas do editor:

(*) Vd. Blogue CCAÇ 2700 - Dulombi (1970/72) > 18 de agosto de 2013 >  P473: Relíquias fotográficas do Manuel Maurício

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21778: Fotos à procura de... uma legenda (138): um desertor do PAIGC, uma ave de grande porte e o manual do oficial miliciano, uma raridade (Luís Dias, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74)


Foto nº 1 >  Guerrilheiro do PAIGC, equipado com uma pistola-metralhadora Shpagin PPSH-41 (Costureirinha). que se apresentou a uma patrulha da CCAÇ 3491, perto do quartel do Dulombi, em 8 de Março de 1973, vindo da zona do Boé, donde desertou, após o assassinato de Amílcar Cabral.



Foto nº 2 > O  1º Cabo Avelino, a segurar um pássaro de grande porte (que até hoje não conseguimos identificar), que teve o azar de pousar ou tropeçar num dos arames que ligavam as nossas minas AP, colocadas numa das frentes do quartel, em Dulombi.



Foto nº 3 > Manuais do oficial miliciano


Fotos (e legendas): © Luís Dias (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Mensagem de Luís Dias [, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 3491/BCAÇ
3872 (Dulombi e Galomaro, 1971/74), o nosso especialista em armamento; tem cerca de 85 referências no nosso blogue]:

 
Date: sexta, 6/11/2020 à(s) 12:27
Subject: Material que pode também interessar
 

Caro Luís Graça

Incluso fotos dos manuais do Oficial miliciano [, foto nº 3], em que o volume sobre operações contra bandos armados e guerrilhas era difícil de obter. Espero um dia destes oferecê-los ao Museu Militar, caso não os tenham. 

Também uma foto do 1º Cabo Avelino, a segurar um pássaro de grande porte (que até hoje não conseguimos identificar), que teve o azar de pousar ou tropeçar num dos arames que ligavam as nossas minas AP, colocadas numa das frentes do quartel e que trazido para o quartel, ninguém quis degustá-lo, nem mesmo o pessoal da tabanca, porque não o conheciam. [Foto nº 2]

Julgo ser uma ave de mar ou mesmo rio mas, de facto, apesar de ter visto muitas fotos de pássaros africanos não consegui ver o que era este bicho. Pode ser que alguém da nossa Tabanca Grande consiga identificar.

Junto também foto de um elemento do IN, equipado com uma pistola-metralhadora Shpagin PPSH-41 (Costureirinha). que se apresentou a uma patrulha da CCAÇ 3491, perto do quartel do Dulombi, em 8 de Março de 1973, vindo da zona do Boé, donde desertou, após o assassinato de Amílcar Cabral.[Foto nº 1].


Grande Abraço
Luís Dias
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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Guiné 61/74: P21559: Arte guineense, fula e mandinga (Luís Dias, ex-alf mil inf, CCAÇ 3491/BCAÇ 3872, Dulombi e Galomaro, 1971/74)


Foto nº 1 > Guiné > Região de Bafatá > Setor de Galomaro > Dulombi > 1972 > O chefe da tabanca, com o traje usado durante o período do Ramadão [detalhe: usa ao peito um colar de prata, trabalho que só podia ser de ourives mandinga, vd. foto nº 8]


 Foto nº 2 > Guiné > Região de Bafatá > Setor de Galomaro > Dulombi > 1972 > Cerimónia do Ramadão


Foto nº 3 > Guiné > Região de Bafatá > Setor de Galomaro > Dulombi >  s/d [c. 1972/74] > Arte fula; alfange  e punhais, com bainha de couro




Foto nº 4 Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > s/d , c. 1972/74]  > Arte mandinga, pulseira em prata do ourives de Bafatá


Foto nº 6 Guiné > Região de Bafatá > Setor de Galomaro > Dulombi > 1972 > Arte fula; machados da fertilidade: o masculino, à esquerda;o feminino, à direita.


Foto nº 6 Guiné > Região de Bafatá > Setor de Galomaro > Dulombi > 1972 > Arte fula  [?} > O alf mil Luís Dias empunhando um canhangulo de caça grossa


Foto nº 7  Guiné > Região de Bafatá > Bafatá >> 1972 > Arte mandinga:trabalho do ourives de Bafatá, o Tchame, já falecido.

Fotos (e legendas): © Luís Dias (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Foto nº 8 > Guiné-Bissau > s/l > s/d > Arte mandinga: colares de prata



1. Mensagem de Luís Dias [, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 3491/BCAÇ 3872 (Dulombi e Galomaro, 1971/74), o nosso especialista em armamento; tem mais de 8 dezenas de referências no nosso blogue]:


Data - sexta, 6/11, 12:10
Assunto - mais fotos agora de material de arte fula 


Seguem mais fotos, agora de arte fula e algumas de arte mandinga:.

(i) Arte fula: machados da fertilidade (representado à esquerda, o macho, e à direita a fêmea) [Foto nº 6];

(ii) Arte guerreira fula: alfange com com bainha de  couro  [, Foto nº 3];

(iii) Trabalhos em prata do famoso ourives de Bafatá [, de seu nome Tchame] [Fotos nºs 4 e 7];

(iv) Traje de cerimónia do Chefe da Tabanca do Dulombi, no período do Ramadão [Foto nº 1] e o Ramadão na Tabanca do Dulombi, ambas de 1972 [Foto nº 2];

7ª Um canhangulo usado pela população do Dulombi para abater animais de maior porte.



Foto nº 9 > Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > c. 1968/70 > O Tchame, o famoso ourives de Bafatá, em dia de Ramadão frente à Mesquita, com os seus dentes de ouro.


Foto nº 10 > Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > c. 1968/70 > Uma pulseira, executada pelo ourives de Bafatá, , que a minha amiga Regina Gouveia, esposa do nosso camarada Fernando Gouveia.


(...) De seu nome Chame (não sei se é assim que se escreve o nome), era conhecido em toda a Guiné pelo seu trabalho de ourives. Executava peças de prata e de ouro como qualquer oficina de ourivesaria de Gondomar e digo isto porque o género de trabalho mais praticado por ele era muito semelhante à nossa filigrana. 

Por mais que uma vez estive na sua oficina, uma pequena palhota na tabanca da Ponte Nova. No chão uma pequena fogueira ladeada por duas pedras onde eram colocados os cadinhos para derreter os metais e onde, soprando com o auxílio de um maçarico de boca, se iam soldando os fios dos metais preciosos. Completava a oficina, uma pequena mesa com ferramentas rudimentares. 

Lamento não ter tirado uma foto das instalações, mas não tinha flash. Numa das vezes fui lá com a minha mulher e comprámos-lhe uma pulseira (ver foto). Mas talvez o mais espectacular é que era o artífice das coroas de ouro dos seus próprios dentes, serviço que não fazia a mais ninguém. (...)

Fotos (e legendas): © Fernando Gouveia (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Nota do editor: