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segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26064: Elementos para a história do Pel Caç Nat 54, "Águias Negras" (1966/74) - Parte III: Em Porto Gole, com a CART 1661 (de fev67 a mar68)...Quem se lembra do nome do ten mil médico, de origem goesa ? E do cap art Figueiredo ? E do nosso soldado "Papá das pernas altas", que ia ptra o mato em cuecas ? (José António Viegas)



Foto nº 1 > Guiné >  s/l [ Porto Gole]> s/d [1967/68] >  Eu (à esquerda) e o tenente médico da CART  1661,  mais o nosso "companheiro" [um macaco-cão]


Foto nº 2A > Guiné >  s/l [ Porto Gole]> s/d [1967/68] >  O cap art Figueiredo, sentado, e o "Papá das meias altas", de pé (1)


Foto nº 2B > Guiné >  s/l [ Porto Gole]> s/d [1967/68] >  O cap art Figueiredo, sentado, e o "Papá das meias altas", de pé (2)


Foto nº 2 > Guiné >  s/l [ Porto Gole]> s/d [1967/68] > Numa das várias operações na zona de Porto Gole, sentado descansando o capitão Figueiredo, cmdt da CART 1661 (em primeiro plano); de pé, um militar guineense [do Pel Caç Nat 54 ] conhecido como o "Papá das pernas altas", não gostava de camuflado,  era esta a indumentária com que saía para as operações.


Fotos (e legenda): © José António Viegas (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




O algarvio José António Viegas, nosso grã-tabanqueiro nº 587 (desde 11 de novembro de 2012), uma fonte privilegiada de informação sobre o seu Pel Caç Nat 54, de que é um dos "pais-fundadores"; as suas recordaçóes CTIG, de 1966 a 1968, são preciosas para se reconstituir a história desta subunidade (1966/74)... Infelizmente, deste dos outros Pel Caç Nat ... "não reza a História" .

 

1. Mensagem de José António Viegas, ex-fur mil do Pel Caç Nat 54 (Bolama, Enxalé,Missirá, Porto Gole e Ilha das Galinhas, 1966/68):

Data - segunda, 14/10/2024, 19:39

Assunto  - Recordações


Na 1ª foto eu e o médico da CART  1661 mais o nosso "companheiro" 
[um macaco-cão]
 
Tentei com vários camaradas da 1661 saber o nome do médico que acho era de origem goesa, mas não consegui que se recordem, nem sequer o enfermeiro.

Na 2ª foto, numa das várias operações na zona de Porto Gole, sentado descansando o capitão Figueiredo; de pé, um militar guineense 
[do Pel Caç Nat 54 ] conhecido como o "Papá das pernas altas", não gostava de camuflado,  era esta a indumentária com que saía para as operações.

Cumprimentos
Um abraço


2. Sabe-se que o Pel Caç Nat 54,  no início, em Bolama era constituído pelo alf mil  Carlos Alberto de Almeida e Marchã (ou Marchand); os fur mil  Álvaro Valentim Antunes (que será "morto na 1ª mina"), Arlindo Alves da Costa ("ferido na segunda mina", DFA); e José António Viegas; os 1ºs cabos Manuel Januário (DFA), Coelho (DFA) e João Simão (telegrafista); mais os soldados, do recrutamento local,que  eram das etnias Papel, Fula, Mandinga e Olof (um deles).

Em fevereiro de 1967, aquando da visita do genb Arnaldo Schukz, o Pel Caç Nat 54 estava em Porto Gole, juntamente já com parte do pessoal da CART 1611.

Esta subunidade, a CART 1661, passou por Fá Mandinga, Enxalé, Bissá e Porto Gole. Partiu em 1 de fevereiro de 1967 e regressou em 19 de Novembro de 1968. Teve três comandantes: 



Foto nº 3 > Guiné > Porto Gole > Fevereiro de 1967 > V
isita do general Arnaldo Schulz  e do brigadeiro Reimão Nogueira ao destacamento, onde se encontravam o Pel Caç Nat 54 e parte da CART 1661. Em primeiro plano, de costas, o tenente médico da CART 1661 (à direita)  e o alferes Carlos Marchã (ou Marchand),  comandante do Pel Caç Nat 54 (à esquerda).



Foto nº 3A > Guiné > Porto Gole, fevereiro de 1967 > O general Arnaldo Schulz, de máquina fotográfica ao ombro...  Em primeiro plano, visto de perfil, 
o tenente Médico da CART 1661, à direita,


Foto (e legenda): © José António Viegas (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


3. Companhia de Artilharia nº 1661 > Ficha de unidade

Identificação CArt 1661
Unidade Mob: RAC - Oeiras

Cmdt: Cap Mil Art Luís Vassalo Namorado Rosa | Alf Mil Art Fernando António de Sá | Cap Art Manuel Jorge Dias de Sousa Figueiredo
Divisa: -

Partida: Embarque em 01Fev67; desembarque em 06Fev67 | Regresso: Embarque em 19Nov68
 
Síntese da Actividade Operacional

Em 6fev67, deslocou-se para Fá Mandinga, a fim de substituir a CCaç 818 e realizar, inicialmente, um curto período de adaptação operacional, sob orientaçã do BCaç 1888 e actuar depois nas regiões de Xime, Enxalé e Xitole, até 8mar67.


Após rotação, por fracções, com a CCaç 1439, assumiu em 3abr67 a responsabilidade do subsector de Enxalé, com pelotões destacados em Missirá, Porto Gole e Bissá, mantendo-se integrada no dispositivo e manobra do BCaç 1888 e a partir de 1jul67 do BCaç 1912, por alteração dos limites dos sectores daqueles batalhões.

Em 21dez67, a sede da subunidade foi transferida para Porto Gole, com destacamentos em Enxalé e Bissá, mantendo-se no mesmo sector do BCaç 1912, onde a par de várias operações e acções efectuadas nas regiões de Mato Cão, Mantém, Malafo e Colicunda, orientou a sua actividade para a construção e desenvolvimento dos reordenamentos de Enxalé e Bissá, este a partir de mar68.

Em 7nov68, foi rendida no subsector de Porto Gole pela CArt 2411, tendo recolhido seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n.º 81 - 2.ª Div/4ª Sec, do AHM).
Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002,
pág. 450



Infogravura: © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné  (2009)





O autor, Abel Rei (ex-1º cabo at art, CART 1661, 1967/68, em Porto Gole, aqui na foto à esquerda  escrevendo o seu diário) nos possa dar uma ajuda, identificando o tenente médico da companhia... À direita,   a capa do seu livro,"Entre o Paraíso e o Inferno: De Fá a Bissá: Memórias da Guiné, 196/1968". [Prefácio do Ten Gen Júlio Faria de Oliveira. Edição de autor. 2002. 171 pp. Execução gráfica: Tipografia Lousanense, Lousã. 2002].


__________________

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24850: Efemérides (410): Há 56 anos: onze mortos (além de dezenas de feridos), da CART 1661, na estrada Porto Gole-Bissá, em duas minas A/C (uma incendiária), em 5 e 6 de outubro de 1967... Ainda hoje recordo os soldados queimados, alguns com o terço ao pescoço, rezando para os salvarmos! (José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54, Enxalé, Missirá, Porto Gole e Ilha das Galinhas, 1966/68)


Guiné> Região do Oio > Porto Gole > CART 1661 > O estado em que ficou umas das viaturas que acionou uma mina A/C, em 5 ou 6 de outubro de 1967, na estrada Porto Gole-Bissá

Foto (e legenda): © José Manuel Viegas (2023). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de José António Viegas, ex-fur mil do Pel Caç Nat 54 (Enxalé, Missirá, Porto Gole e Ilha das Galinhas, 1966/68), um dos animadores da Tabanca do Algarve:

Data: quinta, 5/10/2023 à(s) 10:47

Assunto: 56 anos passados

Faz hoje 56 anos do pior dia para a Cart 1661 e Pel Caç Nat 54, uma segunda mina na estrada Portogole - Bissá, com vários mortos, a maioria queimados. (*)

Ainda hoje recordo os soldados queimados, alguns com o terço ao pescoço rezando para os salvar. Dia difícil. Paz às suas almas. José Viegas.

2. Excerto do poste P20283, do nosso coeditor Jorge Araújo (**):

(...) A morte em "combate" do soldado condutor auto rodas Arménio Moutinho da Costa, natural de Gondim, Maia, em 7 de Outubro de 1967, sábado, no Hospital Militar 241, em Bissau, ocorreu um dia depois da viatura que conduzia ter accionado uma mina anticarro, incendiária, na estrada entre Porto Gole e Bissá.

Pertencia à CART 1661 (02Fev67-19Nov68) que, no espaço de três semanas, ficara sem dois condutores auto rodas, o primeiro - o soldado Manuel Pinto de Castro, em 16Set67 - caso abordado no poste anterior [P20217, ponto 3.8], e três viaturas, para além de outras baixas, entre feridos e mortos.

Para a descrição deste doloroso acontecimento, recorremos, de novo, à análise de conteúdo do livro (...) do camarada Abel de Jesus Carreira Rei «Entre o Paraíso e o Inferno: De Fá a Bissá: Memórias da Guiné, 1967/1968», edição de autor. Lousa. 2002 (...).

Refere que Setembro e Outubro de 1967 vão ser dois meses negros para a CART 1661, onde o primeiro morto da companhia ocorre ao oitavo mês de comissão, em 16Set67, por efeito da explosão de uma mina anticarro, no cruzamento da estrada para Mansoa, quando uma coluna auto, saída de Porto Gole, ia ao encontro de forças de Bissá com o objectivo de lhes fazer a entrega de géneros alimentícios.

Depois, a 5 de Outubro de 1967, 5.ª feira, uma outra viatura, na estrada Porto Gole - Bissá, faz accionar outra mina anticarro, originando mais uma baixa mortal e duas dezenas de feridos.

No dia seguinte, ou seja em 06Out67, 6.ª feira, uma nova mina anticarro, esta incendiária, é accionada perto do local da mina anterior, provocando alguns mortos e feridos, entre eles o soldado Arménio Moutinho da Costa que foi evacuado para o HM 241, juntamente com os seus camaradas com ferimentos graves, em particular queimaduras provocadas pela explosão.

Dos evacuados, seis acabariam por falecer em Bissau nos dias seguintes, enquanto dois pereceram no Hospital Militar Principal, em Lisboa, a 14 e 23 do mesmo mês.

Para que conste na historiografia desta ocorrência, elaborámos um quadro detalhado dos onze mortos provocados pelas duas minas anticarro, accionadas a 5 e 6 de Outubro de 1967, no cruzamento de Mansoa, no itinerário entre Porto Gole e Bissá, de que foram vítimas os seguintes militares da CART 1661. (...
)

____________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 1 de novembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24812: Efemérides (409): 1 de novembro, dia de lembrar e homenagear os nossos queridos mortos

(**) Vd. poste de 28 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20283: Jorge Araújo: ensaio sobre as mortes de militares do Exército no CTIG (1963/74), Condutores Auto-Rodas, devidas a combate, acidente ou doença - Parte IV

Vd. também poste de 14 de agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4820: Notas de leitura (15): As memórias do inferno de Abel Rei (Parte II) (Luís Graça)


 (...) A 5 de Outubro (de 1967), uma viatura saída de Porto Gole em direcção a Bissá fazaccionar outra mina A/C. Balanço: 1 morto e 26 feridos. 

A 6, uma nova mina (desta vez incendiária!) com emboscada (por um grupo calculado em 80 elementos), junto ao local do rebentamento da mina anterior, faz 10 mortos e mais de duas dezenas de feridos, “com queimaduras, todos evacuados para a Metrópole”…

Diz-nos o Abel, em nota de rodapé, que “para estas evacuações, foi preciso um avião especial de emergência que, ao chegar a Lisboa, fez correr a notícia de que Bissau tinha sido bombardeada, simultaneamente ‘boatado’ pelo inimigo)” (p. 114).

Nesse dia, Abel estava em Bissá, fazendo contas à vida de ‘cabo vagomestre’, sem comer para dar ao pessoal… mas no dia 8/10/67 fez o balanço desta “série negra” que fez de Bissá “o pior aquartelamento” (p. 166) da Guiné, nessa época.

“Tanto na mina como na emboscada, foi precisa imediata colaboração da aviação, que desta vez chegou de pronto, vindo dois bombardeiros que ajudaram os helicópteros a localizar o acidente” (8/10/67, Bissá, p. 115). (...)

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24359: Tugas, pocos pero locos: algumas das nossas operações temerárias (3): Op Foguetão: mais uma dramática incursão à península de Madina/Belel, 27 e 28 de novembro de 1967, segundo a versão de Abel Rei (CART 1661, Fá, Enxalé, Bissá, Porto Gole, 1967/68).


Guiné > Região do Oio > Porto Gole > CART 1661 (1967/68) > O Abel Rei, que pertencia ao 3º Gr Comb, está aqui escrever algumas linhas do seu diário, mais transformado em livro. Sáo dele as palabras revelkadotras de uma gradne honestidade intelkectual: "A minha escassa formação primária não me proporcionou melhores ideias. Tudo o que ficou escrito, não se tratou senão de simples partes vividas, onde a realidade dava lugar a maiores esclarecimentos. E acabei por impor a mim próprio a chamada memória selectiva, e omitir factos tão ruins que eu nem os conseguia descrever, e com a sua omissão convencer-me de que nunca aconteceram."

 Foto (e legenda): © Luís Graça (2002). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Abel de Jesus Carreira Rei.  nascido em 1945, em Maceira, Leira, 
vive em Embra, Marinha Grande. É membro da Tabanca Grande desdce


Capa do livro de Abel de Jesus Carreira Rei – Entre o Paraíso e o Inferno: De Fá a Bissá: Memórias da Guiné, 1967/1968. Prefácio do Ten Gen Júlio Faria de Oliveira. Edição de autor. 2002. 171 pp. (Execução gráfica: Tipografia Lousanense, Lousã. 2002)


1. Tivemos ontem notícias do Abel Rei, ex-1º cabo at art, CART 1661 (Fá, Enxalé, Bissá, Porto Gole, 1967/68), através do formulário de contacto do Blogger... Há mais de  um ano que andávamos à sua procura e a pedir-lhe que fizesse "prova de vida"(*)

31 maio 2023 17:39

Quero desejar ao amigo Beja Santos muitos Parabéns e um dia feliz com saúde e um grande abraço com a sincera amizade deste amigo,Abel Rei, Ex-combatente, RT 1661.

Cumprimentos, Abel Rei | abel.rei@hotmail.com



2.   Hoje fomos revistar alguns dos seus postes, e nomeadamente as notas de leitura que fizemos do seu livro de memórias.  Um desses postes chamou-nos a atenção por nele se referir a Op Foguetão (**), mais uma dramática incursão à península de Madina / Belel. Ou seja, mais uma operação temerária que fica bem na série "Tugas pocos pero locos" (***) 


Op Foguetão: mais uma dramática incursão à península de  Madina/Belel, 27 e 28 de novembro de 1967

Depois de 73 dias em Bissá, o nosso 1º cabo Abel Rei regressa a Porto Gole, exausto e adoentado. Visto pelo médico, que lhe receitou “três injecções e comprimidos” (sic), voltou a estar apto, ele e os demais “companheiros de Bissá”, ao fim de três dias.

A 27 e 28 de novembro de  1967 vemo-lo a participar na Op Foguetão, para um golpe de mão uma acampamento da guerrilha na região de Madina / Belel. Tratou-se da repetição da Op Frango, envolvendo forças da CCAÇ 1646 (Fá Mandinga) e da CCAÇ 1749 (Mansoa), além da CART 1661 (Porto Gole).

A CCAÇ 1646 (que passou por Bissau, Fá Mandinga, Xitole, Fá Mandinga e Bissau, entre janeiro de 1967 e outubro de 1968) pertencia ao BART 1904 (Bambadinca), tendo por comandante o cap mil art Manuel José Meirinhos.

A CCAÇ 1749, por sua vez, passou por Mansoa, Mansabá e Quinhamel, entre julho de 1967 e junho de 1969. Era comandada pelo cap mil art Germano da Silva Domingos.

Na Op Frango, que se realizara uns dias antes,  a 16 de novembro de 1967, as NT não tinham atingido o objectivo, por se terem perdido e por haver falha nas ligações com o PCV. Diz a história da CCAÇ 1661, citada pelo Abel Rei (p. 120), que “o único guia que nos foi possível arranjar, informou não saber atingir o objectivo pelo itinerário determinado superiormente”.

 O filme dos acontecimentos da Op Foguetão, de acordo com o diário do Abel Rei (29/11/1967, Enxalé, pp. 120-122) (**),  volta a mostrar-nos a ocorrência de alguns erros e falhas recorrentes nestas incursões à península de Madina / Belel, onde as NT iam uma vez por ano,  erros e falhas já listados, a título exemplifiativo,  na série "Tugas pocos pero locos" (***):
  • erros de planeamento;
  • guias que se perdiam ou que procuravam ludibriar as NT;
  • itinerários mal escolhidos ou de difícil progressão, com cursos de água de difícil cambança, capim alto, etc.;
  • PCV (antes da época dos Strela...) que denunciavam a presença das NT;
  •  falhas no abastecimento de água (ou na escolha das rações de combate);
  • progressão para o objectivo a horas proibidas (sob sol escaldante);
  • confusão de (ou chegada tardia aos objetivos);
  • flagelações e/ou queimadas do IN;
  • tabancas que se encontram abandonadas e que depois são queimadas pelas NT;
  • casos graves de exaustão, insolação e desidratação;
  • indisciplina de fogo;
  • ataques de abelhas e/ou formigas;
  • debandada geral;
  •  perda de armas e munições, e até de homens e cadáveres  que são transportados às costas em macas improvisadas;
  • regresso dramático ao Enxalé com viaturas a sair até São Belchior para transportar os mais "desgraçados";
  • tentativa de recuperação, no dia seguinte, do material perdido… e até dos cadáveres;
  •  e, claro, relatórios por vezes fantasiosos, pouco rigorosos, etc....
Eis, em resumo, o filme dos acontecimentos em 10  pontos, seguindo o teor do diário do Abel Rei (29/11/1967):

(i) (,,,) “partimos à meia noite do dia 27, com um ração de combate para cada dois homens, e a caminho dum acampamento dos ‘turras’, situado em Madina, onde eles tinham bastante armas pesadas, entre elas um ou dois morteiros 82 e canhão sem recuo (?)" (…);

(ii) as NT chegam ao objectivo por  “volta das dez e meia da manhã”;

(iii) nessa altura começam a ser sobrevoadas uma avioneta com um ‘major de operações’ (sic), leia-se, PCV

(iv) sob um “sol escandante”, depois de mais de uma hora parados e, obviamente, já localizados pelo IN, “fomos obrigados a avançar para o objectivo", quando "nessa ocasião fazia-se a entrada numa bolanha cheia de água” (recorde-se que estamos no fim da época das chuvas);

(v) há quatro baixas por exaustão e desidratação; esses  militares são helievacuados. ficam 20 homens a fazer segurança ao helicóptero. enquanto os restantes continuam a avançar para o objectivo;

(vi) a progressão faz-se no meio do capim alto (com “mais de três metros de altura”); a  zona em que o helicóptero está pousado, começa a ser batida por tiro de morteiro; avança-se para o objectivo;

(vii) (...)  “o tiroteio sucedia-se cobrindo aqueles matos!;  (…) os homens que ficaram atrás comigo, contaram que foram obrigados a retirar para fugir ao fogo dos ‘turras’ que batiam a zona; perderam-se…”

(viii) os “outros, são obrigados pelo capitão (de nome Figueiredo) [referência que nos parece explícita, ao cap Dias Sousa Figueiredo, da CART 1661], “a irmos contra as trincheiras do inimigo – apontando-lhes a sua arma, com ameaça de disparos, se não avançassem” (p. 122);

(ix) as NT sofrem “dois mortos e três feridos”, não lhes sendo possível “trazer os mortos: um soldado nativo das milícias, e o próprio guia, pois o fogo era intenso”;

(x) concluindo, chegaram já de noite, divididos em dois grupos, aqui ao quartel [do Enxalé], tendo andado perdidos uns dos outros; vinham estafados”…

A história da unidade (CART 1661) diz, seca, cínica e sucintamente, que “o objectivo de Madina foi atingido e destruído, tendo sido mortos 9 elementos IN; as NT tiveram um milícia morto e três feridos” (p. 122)… 

Não há qualquer referência ao pobre diabo do guia cujo cadáver lá ficou, também, para os jagudis… (Não sabemos se o guia era um prisioneiro, embora provavelmente o fosse, já que não foi contabilizado como baixa das NT.);

Só quinze dias depois é que o Abel volta escrever, para nos dar conta da existência da ‘arma secreta’ da CART 1661, o famoso ‘granadeiro’, uma “viatura pesada blindada com chapas metálicas e areia”, que é utilizada numa coluna auto, de reabastecimento a Bissá… “Pela estrada, em que fomos sempre pé, picando a área em todo o percurso, ao longo da nossa deslocação foram encontrados jornais de propaganda subversiva terrorista” (14/12/1967, Enxalé) (***ª)…

No final do ano de 1967, o comando da CART 1661 muda-se para Porto Gole, passando o Enxalé a ser apenas um simples destacamento, depois na primeira daquelas localidades se terem construído as necessárias instalações para o pessoal, bem como o depósito de material. Foi também construído uma pista de aterragem para aeronaves tipo D0 27…

(Seleção / compilação / revisão e fixação de texto / negritos e itálicos:  LG)


3. Ficha de Unidade> Companhia de Artilharia nº  1661

Identificação:  CArt 1661
Unidade Mob: RAC - Oeiras
Crndt: Cap Mil Art Luís Vassalo Namorado Rosa (1935-2018) | Alf Mil Art Fernando António de Sá | Cap Art Manuel Jorge Dias de Sousa Figueiredo
Divisa: -
Partida: Embarque em 01Fev67; desembarque em 06Fev67 | Regresso: Embarque em 19Nov68

Síntese da Actividade Operacional

Em 06Fev67, deslocou-se para Fá Mandinga, a fim de substituir a CCaç 818 e realizar, inicialmente, um curto período de adaptação operacional, sob orientação do BCaç 1888 e actuar depois nas regiões de Xime, Enxalé e Xitole, até 08Mar67.

Após rotação, por fracções, com a CCaç 1439, assumiu em 03Abr67 a responsabilidade do subsector de Enxalé, com pelotões destacados em Missirá, Porto Gole e Bissá, mantendo-se integrada no dispositivo e manobra do BCaç 1888 e a partir de O1Jul67 do BCaç 1912, por alteração dos limites dos sectores daqueles batalhões.

Em 21Dez67, a sede da subunidade foi transferida para Porto Gole, com destacamentos em Enxalé e Bissá, mantendo-se no mesmo sector do BCaç 1912, onde a par de várias operações e acções efectuadas nas regiões de Mato Cão, Mantém, Malafo e Colicunda, orientou a sua actividade para a construção e desenvolvimento dos reordenamentos de Enxalé e Bissá, este a partir de Mar68.

Em 07Nov68, foi rendida no subsector de Porto Gole pela CArt 2411, tendo recolhido seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n." 81 - 2.ª Div/4ª  Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 450
___________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 27 de janeiro de 2022 > Guiné 61/74 - P22942: O que é feito de ti, camarada ? (15): Abel Rei, ex-1º cabo, CART 1661 (Fá, Enxalé, Bissá, Porto Gole, 1967/68), autor do livro, "Entre paraíso e inferno, de Fá a Bissá, memórias da Guiné, 1967/68... O João Crisóstomo manda-te um "hello", de Nova Iorque

`(**) Vd. pposte de 24 de agosto de 2009 > Guiné 1963/74 - P4858: Notas de leitura (16): Memórias do inferno de Abel Rei (Parte III) (Luís Graça)


30 de agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4882: Notas de leitura (18): As memórias do inferno de Abel Rei (Parte IV e última) (Luís Graça)

(***) Último poste da série > 25 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24339: Tugas, pocos pero locos: algumas das nossas operações temerárias (2): Op Gavião (Madina / Belel, 4-6 de abril de 1968): 300 homens desbaratados pelas abelhas, armas extraviadas, um cadáver abandonado, um homem perdido, etc.

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Guiné 61/74 - P23369: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte III: tabanca balanta e destacamento de Bissá, c. 1970






Guiné > Região do Oio > Sector 4 (Mansoa > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > s/ d > c. 1970 > Tabanca e destacamento de Bissá. A população era balanta. Na 4ª foto acontar de cima, ao lado da mulher que remenda roupa, pode ver-se em "ouri" ou "uril", um jogo tradicional africano de estratégia.

Os militares que se vêem nas fotos possivelmente pertenciam à CCAÇ 2587 / BCAÇ 2885, que em 5mar70, rendendo a CArt 2411, assumiu a responsabilidade do subsector de Porto Gole, com um destacamento em Bissá.

Fotos (e legenda): © José Torres Neves (2022). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71).


Organização e a seleção feitas pelo seu amigo e nosso camarada Ernestino Caniço, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2208 (Mansabá e Mansoa) e Rep ACAP - Repartição de Assuntos Civis e Ação Psicológica, (Bissau) (Fev 1970/Dez 1971) (médico, foi diretor do Hospital de Tomar, 6 anos, de 1990 a 1996, e diretor clínico cumulativamente 3 anos, de 1994 a 1996, vivendo então em Abrantes; hoje vive em Tomar).

O José Torres Neves é missionário da Consolata, ainda no ativo. Vai fazer 86 anos. Vive num PALOP. Esteve no CTIG, como capelão de 7/5/1969 a 3/3/1971.

As fotos (de um álbum com cerca de 200 imagens) estão a ser enviadas, não por ordem cronológica, mas por localidade, aquartelamentos ou destacamentos do sector de Mansoa. Sobre Bissá, emos cerca de 3 dezenas de referências no nosso blogue. A tabanca de Bissá (e o reseptivo destacamento, guarnecido por um 1 Gr Comb) ficava a oste de Porto Gole.



Guiné > Carta de Fulacunda (1955) > Escala 1/50 mil > Pormenor: posição relativa de Porto Gole e Bissá, e de outras povoações na margem direita do rio Geba, algumas abandonadas com a guerra.

Segundo o nosso camarada Abel de Jesus Carreira Rei, autor do livro  "Entre o Paraíso e o Inferno: De Fá a Bissá: Memórias da Guiné, 1967/1968" (Prefácio do ten gen Júlio Faria de Oliveira. Edição de autor. 2002. 171 pp. Execução gráfica: Tipografia Lousanense, Lousã. 2002), a ocupação de Bissá pelaos NT remontava a 7 de abril de 1967.  

Passaria a ser um destacamento, guarnecido por um pelotão (-) da CART 1661 e uma companhia (-) da Polícia Administrativa de Porto Gole, Uns dias depois, a 15 de abril de 1967, seria um “dia trágico”: um ataque do PAIGC a Bissá, de duas horas, na noite de 14 para 15, faria sete mortos e cinco feridos. Entre os mortos, contou-se o Abna Na Onça, capitão de 2ª linha, balanta. Na sequência deste desastre, o destacamento foi (temporariamente) abandonado e depois reocupado pelas NT.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2019)
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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Guiné 61/74 - P22942: O que é feito de ti, camarada ? (15): Abel Rei, ex-1º cabo, CART 1661 (Fá, Enxalé, Bissá, Porto Gole, 1967/68), autor do livro, "Entre paraíso e inferno, de Fá a Bissá, memórias da Guiné, 1967/68... O João Crisóstomo manda-te um "hello", de Nova Iorque



O Abel Rei, foto atual  da sua página no Facebook.



Abel de Jesus Carreira Rei – Entre o Paraíso e o Inferno: De Fá a Bissá: Memórias da Guiné, 1967/1968. Prefácio do ten gen Júlio Faria de Oliveira. Edição de autor. 2002. 171 pp. (Execução gráfica: Tipografia Lousanense, Lousã. 2002).



O Abel Rei autografando o seu livro (, presume-se que pro volta de 2002, numa sessão de lançamento). Foto da sua página no Facebook.



Almeirim > 10 de maio de 2014 > XXIII Encontro do pessoal da CCAÇ 1439, Pel Caç Nat 52, Pel Caç Nat 54, e Pel Mort 1028, que passaram pelo Enxalé (1965/67). 

 O Abel Rei é o primero da primeira fila, do lado direito. Alguns camaradas nossos conhecidos (e membros ds Tabanca Grande): Henrique Matos (Pel Caç Nat 52), José António Viegas (Pel Caç Nat 54), Júlio Pereira (CÇAÇ 1439). 

O "Mafra" é a alcunha do Manuel Calhanda Leitão, também já convidado para integrar a Tabanca Grande: foi o organizador do último encontro do pessoal em 18 de maio de 2019, na Ericeira... 

Em 2010, houve um encontro histórico, deste pessoal, o 19º Encontro, onde estiveram presentes, entre outros, o Henrique Matos, o Mário Beja Santos, o Jorge Rosales, o João Crisóstomo, o madeirense António Freitas (um dos quatro alferes da CCAÇ 1439), o João Neto Vaz, o Luís Cunha, e outros.

Foto (e legenda): © Henrique Matos (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de João Crisóstomo (ex-alf mil at inf, CCAÇ 1439, 1965/67; a viver em Nova Iorque, desde 1977):

Data - sábado, 22/01, 17:01 (há 4 dias)
Assunto - Contacto do Abel Rei


Meus caros Luis Graca e Carlos Vinhal,

Numa das vezes que estive em Portugal num dos encontros/convívios em que tive oportunidade de estar presente ( deve ter sido em Monte Real, mas não tenho a certeza) deparei com o Abel Rei que na altura até me autografou o seu livro “Entre o Paraíso e o Inferno”. 

 Quando cheguei arrumei o livro com intenção de o ler logo que oportunidade surgisse mas o tempo foi passando e o livro acabou mesmo por ficar esquecido no meio de muitos, alguns deles esperando que tempo e ocasião se proporcionassem. 

Tenho quase vergonha do meu lapso mas a verdade é que, tendo várias vezes ouvido e lido das duas memórias me esqueci completamente que tinha o livro dele comigo. E ontem ao procurar algo na estante deparei com o livro dele. Comecei logo a lê-lo e já vou quase a meio.

Procurei mas o nome do Abel Rei não consta na lista que o Carlos Vinhal fez o favor de me enviar em Julho do ano passado. Talvez vocês ou algum outro camarada tenha essa informação. Se for o caso podem-me ajudar?

Embora tarde quero-o contactar; não só para o felicitar pelo seu livro, como para lhe pedir desculpa de só agora o fazer. Foi falta grande da minha parte, "mea culpa mea culpa”, mas... antes tarde do que nunca! 

 Até porque ao ler o livro verifico que nos meses de Fevereiro e Março de 1967 andamos pelos mesmos sítios: eu ainda estava na Guiné, quase de saída; e ele, ainda periquito descreve as suas primeiras impressões de Enxalé, Finete, Porto Gole, Mato Cão… escrevendo :” fiz a mais dura viagem… numa estrada com quase trinta quilómetros… cheia de buracos…com perto de um metro de fundo…"

Nas páginas 38 e 39 descreve uma saída, que já eu tinha esquecido, mas que ao ler o livro me veio à memória com muita nitidez. Porque na zona de Bissá havia muito gado bovino era lá que a nossa companhia “ se abastecia” … Recordo bem que nessas saídas ao mato, procurando víveres,   nunca faltava o nosso furriel/enfermeiro Geraldes que a si mesmo tinha chamado o cargo de cuidar das vacas e bezerras,( o que deu azo a muitas peripécias de morrer a rir, que agora me vêm à lembrança.

Eu fiz parte dessa saída que o Abel Rei menciona e que me parece merecer ser descrita: ”Saímos a pé, por uma enorme bolanha, toda coberta de capim com mais de dois metros de altura, pelas três e meia da madrugada, com destino a Bissá, onde chegámos às sete meia, para fim, quase exclusivamente, de compra de gado bovino.”

Lembro bem que o capitão Pires ( da nossa CCaç 1439) fazia questão de ser sempre ele mesmo a fazer essas negociações, como muito bem descreve o Abel Rei : 

”Instalámo-nos em redor das tabancas, para montar segurança ao capitão da CCaç 1439 ( ele diz Cart nº 1439) enquanto (este) negociava com os nativos , vistos os mesmos tanto nos venderem a nós, como aos nossos inimigos. “ (...).  “foram mais de cindo horas, de aldeia em aldeia"… “o calor era intenso”…” e com imenso desgaste de energias até à exaustão”. 

E o Abel Rei, então ainda periquito, pergunta-se e pondera:” hoje pude avaliar quão grandes teriam sido as dificuldades que os nossos antecessores sofreram, e eu ainda terei de sofrer(?)”…" bebia-se todo o líquido que nos aparecia, quer nas poças do terreno, ou nos poucos cursos de água, fosse ela da cor que fosse”...

Nas páginas 55 do seu livro menciona:  “...a 26 de Março ( 1967) esta companhia passou do aquartelamento de Fá para o de Enxalé a fim de render a CCaç 1439….”

 Ora eu lembro-me ter partido/saido de Missirá onde estive estacionado nos últimos dias antes do regresso; portanto não estava em Enxalé quando ele chegou, com a Companhia dele,  para render a CCaç 1439. Por isso não recordo ter feito conhecimento com ele na altura . Mas gostava mesmo de o chamar pelo telefone; e se não for pelo telefone será mesmo por E-mail...( talvez ele me forneça depois o número dele ).

(...) Se tiverem não se esqueçam do contacto do Abel Rei, OK?

Aos dois, e às vossas melhores metades, e demais queridos um grande abraço
João e Vilma


 2. Comentário do editor LG:

João, o Carlos Vinhal já te forneceu o endereço de email do Abel Rei. Não temos o seu número de telemóvel. Sabemos que mora na Marinha Grande, mas o nosso camarada Joaquim Mexia Alves, seu vizinho,  também não tem notícias dele. Faz anos a 30 de março, mas não tem feito a competente "prova de vida"... 

A sua página no Facebook está inativa desde 31 de março de 2021, o que pode não ser bom sinal...  Nessa altura agradeceu os parabéns que lhe deram amigos  e camaradas, incluindo o José António Viegas, do Pel Caç Nat 54, e o Henrique Matos, do Pel Caç Nat 52.

O Abel de Jesus Carreira Rei, ex-1º cabo, CART 1661 (1967/68), ou simplesmente Abel Rei, tem 17 referências no blogue, é amigo da página do Facebook da Tabanca Grande, é autor de um livro de memórias sobre a sua passagem na Guiné, já participou num dos nossos encontros nacionais, o IV, em Ortigosa, Monte Real, Leiria, em 2009. Mas, por lapso nosso, só foi registado formalmente como membro da Tabanc Grande em 2019 (**)


3. Mensagem do João Crisóstomo dirigida ao Abel Rei:

Data - domingo, 23/01/2022, 14:13  
Assunto - Hello de Nova Iorque



Caro Abel Rei,

Estou em dívida para contigo. Num encontro passado tive a oportunidade de te cumprimentar e na altura até me autografaste o teu livro diário sobre a tua experiência na Guiné. Tinha intenção de o ler logo que chegasse, pois várias vezes tinha ouvido falar de ti; mas não o fiz logo e…mea culpa mea culpa, o tempo foi passando. 

Ontem ao vascular prateleiras deparei com ele. Peguei-o e comecei a ler. Só interrompi a leitura porque tinha de ir a Nova Iorque. Mas quando voltei peguei nele de novo e foi de uma assentada até à ùltima página. 

Verifico que calcorreamos muitos lugares comuns, novidade para mim. Foi uma enxurrada de emoções. Mas sobre estas coisas não dá para falar muito por E mail. Na próxima oportunidade que estiver em Portugal , dentro de alguns meses, espero, temos de nos encontrar, pode ser? Entretanto, se não te importas, dá-me o teu contacto telefónico e eu ligo para ti.

Quero-te dizer pessoalmente da minha admiração, quase inveja , pela tua ideia de ires escrevendo as tuas impressões e experiências na Guiné quando as ias vivendo. Ao fazê-lo enriqueceste a tua vida e a de muitos outros , como a minha agora. Obrigado.
Um grande abraço com muita amizade

João Crisóstomo, Queens, Nova Iorque 

[ Seguem na mensagem os contactos e a morada do nosso camarada luso-americano, que não publicamos por razões de privacidade e segurança, embora ele se nos autorize a sua divulgação ]

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Notas do editor: