Foto nº 1
Foto nº 2
Foto nº 3
Foto nº 4
Guiné-Bissau > Bissau > Amura > Maio de 2025 > Fotos nºs 1, 2 e 3 > Poilões
Guiné-Bissau > Quinhamel > Maio de 2025 > Foto nº 4 > Cabaceirta
Fotos do álbum do Facebook (João Reis Melo); (com a devida autorização do autor e vénia do editor LG...)
Fotos (e legendas): © João de Melo (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Par além do seu grande amor à Guiné e à sua gente, o João Melo é um excelente fotógrafo, a sua técnica tem vindo a ser apurada e melhorada com as viagens que tem feito desde 2017... (Referimo-nos a fotos e vídeos.)
Fotos (e legendas): © João de Melo (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Par além do seu grande amor à Guiné e à sua gente, o João Melo é um excelente fotógrafo, a sua técnica tem vindo a ser apurada e melhorada com as viagens que tem feito desde 2017... (Referimo-nos a fotos e vídeos.)
Nem sempre trazem legendas as imagens que ele nos disponibiliza na sua página do Facebook, mas o leitor reconhece que são um regalo para a vista e um bálsamo para as nossas saudades.
As quatro que publicamos hoje, são uma homenagem às grandes, centenárias árvores que resistem, de pé, naquela terra que continua a ser verde-rubra (sem qualquer conotação político-ideológica).
Os poilões da Amura (fotos nºs 1, 2 e 3) , por exemplo, se falassem, podiam contar os últimos 300 anos da história da Guiné-Bissau... São árvores de porte altivo, majestoso, protetor e hospitaleiro: não é por acaso que se erguem no centro de qualquer tabanca do interior da Guiné (tratando-se de tabancas antigas, que resistiram às guerras), dão sombra, acolhendo as gentes e convidando ao convívio.
Mais: ficou tristemente célebre o poilão de Brá, perto da estrada do aeroporto, por ocasião da guerra civil 1998–99, quando foram avistadas viaturas militares junto à sua base (mas, mesmo assim, sobreviveu à guerra e manteve‑se firme como árvore sagrada). Outros como o de Maqué, no Óio, são locais centrais de cerimónias tradicionais e julgamentos comunitários. Em Bambadinca, depois da guerra, também desgraçadamente serviram como local de fuzilamento dos "cáes dos colonialistas"...
Além de árvores sagradas, são verdadeiros monumentos vivos.
Temos cerca de 3 dezenas de referências ao descritor "poilão" (. O nome científico da árvore é Ceiba pentandra.)
A foto nº 4 parece-nos ser uma cabaceira. É também centenária, podendo em certos casos chegar aos mil anos! Mais longeva, portanto, que o "poilão".
Tanto o "poilão" como a "cabaceira", além de árvores de grande porte, são entidades sagradas, pontos de encontro social, marcos espirituais, testemunhas da História da Guiné‑Bissau. Não é, por acaso, que a nossa "Tabanca Grande" tem também o seu "poilão", com os seus bons irãs, a quem pedimos proteção...
2. Comparação entre o "poilão" e a "cabaceira (ou "baobá", no Senegal, embondeiro, em Angola) (Fonte: Chatpgt / Gemini IA / LG)
Característica | Poilão (Ceiba pentandra) | Cabaceira (Adansonia digitata) |
---|---|---|
Família botânica | Malvaceae | Malvaceae |
Altura | Muito alto (pode atingir 60-70 metros) | Mais baixo (até 25 metros) |
Tronco | Cilíndrico e ereto com raízes tabulares | Grosso e irregular, com forma de garrafa |
Folhagem | Caduca, folhas compostas palmadas | Caduca, folhas também palmadas |
Fruto | Vagens cheias de paina (fibra leve) | Cápsulas com polpa comestível e sementes |
Usos tradicionais | Madeira leve, usada em construção e artesanato; paina usada em almofadas | Polpa rica em vitamina C, sementes com óleo, usos medicinais |
Longevidade | Centenária (até 500 anos) | Milenária (até 2 mil anos) |
Distribuição | África tropical e América do Sul | África Subsariana, especialmente regiões áridas |
Simbolismo cultural | Espiritual e sagrado (ex: Poilão de Buba, Maqué, Brá, Mansoa) | Símbolo da resiliência e da vida nos países de clima semiárido |
Resumindo. estas duas árvores pertencem à mesma família botànica, as Malvaceae (têm, portanto,uma ancestralidade comum e algumas características morfológicas compartilhadas: as folhas palmadas e as flores com estames fundidos num tubo). São decíduas (perdem suas folhas durante a estação seca, uma adaptação importante para sobreviver em ambientes com períodos de seca).
Mais (e coisa que eu não sabia de todo!): as flores de ambas as espécies geralmente abrem à noite e são polinizadas por morcegos (tipo de polinização chamado quiropterofilia). As flores são grandes e muitas vezes perfumadas para atrair os seus polinizadores.
Têm, além disso, uma grande importância ecológica, económica, social e cultural (para além da produção de fibras e madeiras, tem diversas aplicações medicinais e alimentares, são veneradas pelos humanos, etc.).
Cada uma com a sua estratégia evolutiva, adaptarm-se muito bem a climas tropicais e subtropicais: o poilão preferindo ambientes húmidos, a cabaceira a savana seca (o seu tronco bulboso pode armezanar grandes quantidades de água!)
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Nota do editor
Último poste da série : 7 de julho de 2025 > Guiné 61/74 - P26991: Facebook...ando (86): João de Melo, ex-1º cabo op cripto, CCAV 8351 (1972/74): um "Tigre de Cumbijã", de corpo e alma - Parte IV: O mercado de Bambadinca, que se estende ao longo da antiga pista de aviação
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