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sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Guiné 61/74 - P27304: Notas de leitura (1849): "Ecos Coloniais", coordenação de Ana Guardião, Miguel Bandeira Jerónimo e Paulo Peixoto; edição Tinta-da-China 2022 (1) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 6 de Outubro de 2025:

Queridos amigos,
Só agora descobri este interessantíssimo livro editado pela Tinta-da-China em 2022, trata-se de um projeto coletivo envolvendo académicos, ativistas, museólogos, jornalistas que interrogam Lisboa através de um quadro sólido de instituições, entidades, espaços públicos, monumentos, infraestruturas e até nomes de ruas e que são ecos, e mesmo reminiscências, da nossa presença colonial. Dedica-se hoje atenção ao Arquivo Histórico Ultramarino, à Associação Comercial de Lisboa e ao Bairro das Colónias, o primeiro é um lugar fundamental de uma imensidade de estudos, para aqui convergiram documentos multisseculares, os arquivos do Ministério das Colónias, do Arsenal da Marinha, entre outros, deram-se muitas alterações, quando andei a pesquisar João Vicente Santana Barreto, tenente médico que esteve em Cabo Verde e prestou meritíssimos serviços na Guiné, pensei que o seu processo estivesse no Arquivo Geral do Exército, não senhor, o melhor que encontrei foi mesmo aqui; a Associação Comercial de Lisboa esteve ligada a nomes bem representativos de negócios africanos caso de Angola e São Tomé; e o Bairro das Colónias é assim tratado por toda a gente, só resiste a outro tratamento a antiga Praça do Ultramar, hoje Praça das Novas Nações, é um Bairro altamente miscigenado, tem a Farmácia Colonial e o Restaurante Sabores de Goa...

Um abraço do
Mário



Império e colonialismo: reverberações na Lisboa atual - 1

Mário Beja Santos

Ecos Coloniais resulta de um exercício coletivo de investigação sobre o património histórico e cultural, aqui se interrogam instituições, entidades, monumentos, obras de arte, palácios onde se interseccionam a história colonial e imperial portuguesa, do passado ao presente, edição ilustrada com fotografias de Pedro Medeiros e o acervo de textos tem a coordenação de Ana Guardião, Miguel Bandeira Jerónimo e Paulo Peixoto, edição Tinta-da-China 2022. Logo na introdução, os organizadores referem que este levantamento é uma obra consciente e que há muito por investigar e por saber, importa evitar generalidades e simplismos mobilizadores para escapar aos engenheiros e empreendedores da “história” e da “memória”.

A viagem começa no Arquivo Histórico Ultramarino, instituição criada na década de 1930, pensado desde o início como o arquivo histórico do Império. O seu próprio nome é revelador da profunda ligação que este projeto manteve com uma visão histórica do Império Colonial. Era intento do Estado Novo moldar a memória colonial para se obter uma narrativa oficial sobre o passado de Portugal enquanto nação imperial. Os autores do artigo contam a história deste arquivo que está instalado no Palácio dos Condes da Ega, na Calçada da Boa Hora n.º 30, na Junqueira, lembram a convergência de outros arquivos para aqui, a grande preocupação era a do investimento ideológico no controlo da memória e do discurso histórico sobre o Império. Prevendo-se, após a II Guerra Mundial, o surto da descolonização rebatizou-se o Arquivo Histórico Colonial de Ultramarino.

Depois do 25 de abril, o arquivo conheceu várias tutelas até que em 2015 foi incorporado na Universidade de Lisboa, está integrado na Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas. Há vários discursos e narrativas estratégicas na vida deste arquivo e fala-se agora muito de que é um património arquivístico comum da lusofonia. Observam os autores:
“É fundamental que a inventariação da enorme massa documental do Arquivo seja acompanhada por uma sensibilidade crítica relativamente à sombra que esta genealogia continua a projetar sobre o Arquivo”, e advertem que “convém ter presente que os sistemas coloniais de classificação documental podem ocultar certos sujeitos ou certos temas tidos no passado por secundários ou, de algum modo, irrelevantes ou inconvenientes”.
Os autores também referem que também se está a proceder na atualidade a um levantamento dos fundos do Conselho Ultramarino.

Passamos agora para a Associação Comercial de Lisboa, edifício projetado pelo arquiteto Álvaro Augusto Machado, o mesmo da Sociedade Nacional de Belas Artes, aqui se alojou inicialmente um espaço de diversão noturna, o Club Palace, quando este fechou as portas, foi aqui que a Associação se estabeleceu. Esta Associação transferira-se em 1895 para o antigo Palácio Seiscentista dos Condes de Povolide, o Ateneu Comercial de Lisboa. No século XIX fora constituída a Associação Mercantil Lisbonense, muitos dos seus dirigentes estavam ligados a negócios coloniais. “Entre os seus fundadores, muito poucos vinham dos tempos anteriores à abertura dos portos do Brasil à navegação estrangeira, em 1808. A regularização das relações comerciais com o Brasil, sobre as quais a direção solicitava ao Rei providências urgentes, foi uma das suas primeiras preocupações. O mesmo sucedeu com a promoção do comércio com as colónias de África. Logo em 1835, o Conselho da Associação apreciou o memorando sobre a situação de Angola após a abolição do tráfico de escravos. Após ter mudado de denominação para Associação Comercial de Lisboa, em 1855, a Associação formou várias comissões especializadas, uma das quais dedicadas às questões ultramarinas.”

Refere o autor as ligações da Associação com o Banco Nacional Ultramarino, com donos de roças São Tomé e Príncipe e Angola, entre outras, e escreve:
“É impressionante a identificação, durante quase um século entre a direção da Associação e os interesses coloniais. E ainda hoje, passadas décadas sobre a descolonização, embora se concentre mais nas suas funções de Câmara de Comércio e Indústria, a memória dessa relação vive no percurso de vida do atual presidente. À frente da Associação desde 2005, Bruno Pinto Basto Bobone viveu quase toda a sua infância em Moçambique, de onde só regressou depois do 25 de abril.”
Conclui nestes termos:
“Investigar organizações como a Associação Comercial de Lisboa, o processo de recrutamento dos seus dirigentes e de formação das suas posições, enquanto instituições que representam, no plano político, os mesmos interesses económicos coletivos ao longo do tempo, mas sondá-las também como lugares de encontro de indivíduos e de grupos, contribui-se certamente para compreender como mesmo na sociedade de hoje, se seguem certos rumos e se tomam certas opções.”

Da rua das Portas de Santo Antão, passamos para o Bairro das Colónias. Mudou o nome da Praça do Ultramar para Praça das Novas Nações, o nome das ruas mantém-se, há mesmo uma placa de trânsito a indicar o Bairro das Ex-Colónias. Este local corresponde a uma etapa da urbanização da cidade, foi um dos últimos bairros construídos em torno da Avenida Almirante Reis, resultou de um projeto apresentado à Câmara Municipal para urbanizar o espaço que restava da Quinta da Mineira e da Quinta da Charca, era um terreno que se situava entre dois bairros recentes, o Bairro Andrade e o Bairro de Inglaterra. O Bairro das Colónias começou a ser construído na década de 1930.

“Uma das forças mais eficazes na normalização da nomenclatura do Bairro das Colónias é o negócio imobiliário. Se alguém consultar as principais empresas imobiliárias com a intenção de comprar ou arrendar uma casa não encontrará nenhuma oferta no Bairro das Novas Nações. Já no Bairro das Colónias as possibilidades são diversas.”

As transformações do Bairro, a avalanche de nossos compradores levou a alterar o perfil do comércio; é verdade que ainda existe a Farmácia Colonial, o restaurante central das Colónias, a oficina de automóveis Auto-Colonial ou a Pastelaria Nova Ultramarina, mas este imaginário tem vindo a dar lugar a negócios geridos por imigrantes, sobretudo os provenientes do Nepal, do Bangladesh, do Paquistão e da Índia, o Bairro dispõe de massagens tailandesas, de um café com serviços para imigrantes, ostentam-se nos prédios bandeiras da Guiné-Bissau, do Nepal, do Senegal e da Roménia. E para concluir diz o autor:
“Com mais de noventa anos de história, maioritariamente vividos em democracia, o Bairro das Colónias passou por mudanças significativas, mas o seu anacrónico nome permanece sem aparente contestação”.

O autor recorda que o Bairro Africano de Berlim conheceu um movimento de contestação nacional e internacional que propôs a renomeação das ruas do Bairro, que mantinham alusões às antigas colónias e a colonialistas de renome. A não existência em Lisboa de movimentos semelhantes aos de Berlim não deveria suster a ação urgente dos poderes autárquicos locais, começando eventualmente pelas placas de trânsito. Num processo que deveria conduzir à tão necessária mudança do Bairro, seria igualmente relevante considerar que as populações que lá viveram e alguns dos que ficaram, escapando à fúria dos imobiliários, associam este nome às suas geografias sentimentais. Bem explicada, a ideia de que não se deve celebrar um regime colonial e predador será certamente compreendida pela maioria.

Regressamos falando do Banco Nacional Ultramarino e de vários monumentos espalhados pela cidade.

Palácio da Ega, Arquivo Histórico Ultramarino
Associação Comercial de Lisboa - Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa
Rua de Angola, Bairro das Colónias, imagem de Jorge Ferreira, com a devida vénia

(continua)
_____________

Nota do editor

Último post da série de 7 de outubro de 2025 > Guiné 61/74 - P27293: Notas de leitura (1848): "O capelão militar na guerra colonial", de Bártolo Paiva Pereira, capelão, major ref - Parte IV: "Até 1966 eram todos voluntários" (Luís Graça)

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26689: Recordações de um fulacundense (Armando Oliveira, ex-1º cabo, 3ª C/BART 6520/72, 1972/74) - Parte I



Foto nº 1 e 1A > O hastear da bandeira, logo pela manhã... Reconhecemos o alf mil Jorge Loureiro Pinto, na ponta esquerda, em farda nº 2... Pensamos que o autor das fotos, o Armando Oliveira, é quem está a hastear a nossa bandeira...




Foto nº 2 e 2A > O autor junto ao obus 10.5 cm





Foto nº 3 e 3A  > Sentado no monumento erigido pela CCAV 2492, "Boinas Negras" (Fulacunda, 1968/70). Foto nº 3A: A foto do guião dos "Boinas Negras" é uma cortesia de Carlos Coutinho (2009)




Fotos nº 4 e 5 > Junto ao monumento da CCAÇ 1624, que teve dois mortos, o sold Saliu Djassi (13-1-67) e o  sold Guilherme Moreira (21-1-68). A CCAÇ 1624 (1966/68) esteve em Fulacunda, Catió, Fulacunda, Bolama, Mejo, Porto Gole, Fulacunda, entre novembro de 1966 e agosto de 1968.


Foto nº  6 > Pose no jipe


Foto nº 7  > Junto à metralhadora pesada Breda, de que o Armando era o apontador,  montada no alto do fortim.
 

Foto nº 8 > Na LDG que levou os "Serrotes" a Fulacunda


Foto nº 9 > Montando segurança na foz do rio Fulacunda, afluente do rio Geba, a dois km do quartel e tabanca. 

Foto nº 10 >  Uma mascote (macaco-cão) numa  GMC, MG-04-82 (a famosa viatura do tempo da guerra da Coreia, dizia-se, que  "gastava 100 aos 100")...



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Fotos do álbum do Armandfo Oliveira, natural do Juncal, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses; vive no Porto.


Fotos (e legendas): © Armando Oliveira (2025). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complemerntar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  O Armando Oliveira, ex-1º cabo,  3ª C/BART 6520/72, "Os Serrotes" (Fulacunda, 1972/74), pertencia  ao 3º Pelotão, comandado pelo nosso amigo, camaradada e grão-tabanqueiro  Jorge Pinto, e passou há dias a sentar-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 901. 


A esta companhia também pertenceu o José Claudino da Silva, ex-1º cabo cond auto, tal como o ex-alf mil Fernando Carolino, de rendição individual.

É meu  conterrâneo,  da minha segunda terra, Marco de Canaveses, embora viva no Porto.  Trabalhou 37 anos, como civil,  no Hospital Militar Dom Pedro V, Porto.

Tem uma bela coleção de "slides" da Guiné, que mandou digitalizar. Uma parte dessas imagens já foram publicadas em postes do José Claudino da Silva, e nomeadamente na série "Ai, Dino, o que te fizeram"...

 Voltou  â Guiné-Bissau 4 vezes, tendo sempre passado por Fulacunda. Mandou-me pelo correio uma "pen"  com o seu espólio fotográfico, que só vou ver depois de regressar ao Sul, em passando a Páscoa. Estou "de férias em Candoz"...
 
As fotos que publico hoje são retiradas, com a devida vénia, da sua página do Facebook  (temos 24 amigos em comum).

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24867: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (31): Já estava com saudades de Farim e das canoas de transporte público...


Foto nº 1 >  A minha companhia para Farim, na canoa de transporte público


Foto nº 2 > Chegando ao cais de Farim


Foto nº 3  > Canoa de transporte de mercadorias


Foto nº 4 > Canoa de tipo "Uber" ...


Foto nº 5 >  Rio Farim: canoas de transporte público


Foto nº 6 > O nosso almoço em Farim

Foto nº 7 > Farim: monumento do tempo colonial, comemorativo do 5.º centenário da morte do Infante D. Henrique (1460-1960): ainda dá para perceber a estrofe de Camões. "Por mares nunca dantes navegados"... As letras e os algarismos, em metal, foram retirados (muito provavelmente roubados). De qualquer nodo, o monumento  resistiu ao "camartelo paigecista"... Já estava assim em 25 de abril de 2020. (*)


Foto nº 8 > Cais de Farim


Foto nº 9 > A minh canoa, no regresso

Guiné-Bissau > Região do Oio > Farim > 18 de novembro de 2023 

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem (e fotos) que nos foi enviada pelo  Patrício Ribeiro (nosso correspondente em Bissau, colaborador permanente da Tabanca Grande para as questões do ambiente, economia e geografia da Guiné-Bissau, onde vive desde 1984, e onde é empresário, fundador e diretor técnico da Impar Lda; tem mais de 130 referências no blogue; autor da série, entre outras, "Bom dia desde Bssau"):


 Data - domingo, 19/11/2023, 13:57 

Assunto - Bom dia desde Bissau: as canoas de Farim 

Bom dia, desde Bissau (**)...  Os meus passeios... No dia 18/11/23, fiz uma pequena volta até Farim, estava com saudades das canoas de transporte público. 

Saída de Bissau às 7h, passagem na ponte João Landim, percorri os buracos no pó vermelho até Bula, depois alcatrão até Bissorã e segui na estrada com pó para Mansoa. Dali para a frente, há boa estrada de alcatrão até a rampa sul do rio de Farim.
A viagem demorou 4 horas.
Na rampa do rio, lá encontrei diversas pirogas, algumas muito bonitas, algumas a remos e outras trabalham com um pequeno motor a gasolina, destinadas ao transporte público (Fotos nºs 1, 2, 3, 4, 5, e 9). Lá “cambarmos” dentro de uma, onde vão 12 pessoas, para a outra margem, onde está a cidade de Farim.

Encontrámos tudo na mesma (Fotos nºs 7 e 8)… Fizemos lá nosso trabalho, para pôr a funcionar o Banco de Sangue do Hospital.

Almoçámos o que havia (Foto nº 6)... No caminho de regresso, parar em algumas tabancas para afinar alguns equipamentos, do fornecimento de água nos fontanários, à população, assim como ver os sistemas de água das hortas das mulheres, agora é muito necessária, a chuva só volta dentro de 7 meses.

Visitámos também o projeto, de área protegida de Djalicunda, Mansabá,  onde se pode descansar e dormir (na Zona de K3 / Saliquinhedim).

Passado 13 horas, estávamos em Bissau prontos para outros passeios.

Abraço. Patricio Ribeiro
IMPAR Lda
Av. Domingos Ramos 43D - C.P. 489 - Bissau , Guine Bissau
Tel,00245 966623168 / 955290250
www.imparbissau.com
impar_bissau@hotmail.com
___________

Notas do editor:

 (*) Vd. poste de 26 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20907: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (14): O 25 de Abril passado em Farim, com crocodilos à mistura no rio Cacheu..., mas levando o luxo (!) da água e da luz ao hospital local... E, hoje, almocei ostras na grelha!

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22266: Blogues da nossa blogosfera (160): Vida e morte do capitão Sebastião Roby (Braga, 1883 - Angola, 1915) (Excerto de "O sal da história", de Cristiana Vargas)


Portugal > Braga > Av Central > 2013 > Monumento "À Memória dos Irmãos Roby, herróicos filhos desta cidade mortos  ao serviço da Pátria": João Roby, "morto no combate  de Umpungo, em 25 de setembro de 1904; e Sebastão Roby, "morto nas campanhas de Angola, em 10 de julho de 1915".  Autoria: escultor Zeferino Couto, c. 1955.
 Foto de Joseolgon (2013). Reproduzido e editado, com a devida vénia. Fonte: Wikimedia Commons

1. "O sal da história" é um blogue de Cristiana Vargas, natural de Alcácerdo Sal. Define.se a si própria como "jornalista de formação e coração, arquivista por acasoe
 – xistem acasos? –  e por enquanto. Apaixonada pela história e as suas estórias"... 
O seu blogue é descrito nestes termos: " Aventuras, curiosidades, insólitos, ligações improváveis... Heróis, vilões, vítimas e cidadãos comuns, aqui transformados em protagonistas de outros tempos."
 Teve início em dezembro de 2017.  Tem mais de 2 dezenas de seguidores. E dele reproduimos, com a devida vénia, este excerto relativo à vida e morte do capitão Sebastião Roby (Braga, 1883-Angola, 1915).(*)

2. Blogue "O sal da história", de Cristiana Vargas > 1 de Abril, 2021 > O verdadeiro Capitão Roby não era um burlão sedutor

(...) A sua morte também dava um filme, mas acabou quase esquecida, entre as muitas que Portugal sofreu ao defender as suas possessões em África. Os dois irmãos Roby queriam ser heróis.

Sabe quem era o capitão Roby? Provavelmente responderá que foi um pinga-amor célebre nos anos 80 do século XX por, alegadamente, ludibriar as suas apaixonadas, façanha que até valeu uma série televisiva baseada na sua vida. O problema é que o verdadeiro Capitão Roby, que poucos conhecem, nada teve que ver com tais proezas, embora a sua vida - ou antes, a sua morte - também pudesse dar um filme, muito menos picante, mas bem mais trágico. Há exatamente um século, os seus restos mortais chegavam a Portugal, quase ao mesmo tempo que os do Soldado Desconhecido, que bem podia representar.

(...) Em março de 1921, o capitão Sebastião Luiz de Faria Machado Pinto Roby de Miranda Pereira (**), regressou à metrópole como herói, embora morto, a bordo do navio “Zaire”, para finalmente repousar na sua terra natal, Braga. Tinha sucumbido quase seis anos antes, numa emboscada ocorrida em Angola, que as crónicas da época classificam como um autêntico massacre. Tinha apenas 31 anos de idade e participava nos esforços portugueses para defender o seu “Império” face à ameaça alemã, ainda antes da entrada oficial do nosso País na I Grande Guerra.

(...) Estava em África na coluna do general Pereira d’Eça e liderava uma companhia indígena. Ofereceu-se para levar por diante uma operação de reconhecimento extremamente arriscada e que implicaria a mais que provável chacina do grupo que a empreendesse.

Tratava-se de verificar as condições de um trilho importante para a movimentação das tropas, na província do Huila. Isto obrigava a uma incursão em área conhecida pelo terreno inóspito e os povos revoltosos.

O seu superior não o queria expor a tal perigo, dada a sua patente, ao que Sebastião terá respondido que “quando se serve a pátria não há postos, mas apenas deveres a cumprir”.

Face a tal determinação, seguiu comandando vinte homens, entre os quais um cabo. Não levavam bússola, o que terá contribuído para se afastarem da rota inicial e se irem colocar precisamente “na boca do lobo”, na zona de Quiteve.

(...) Corajoso, confiante na sua missão pacífica e na reduzida dimensão do seu grupo, que achava não inspirar animosidade, Roby não soube reconhecer os sinais de perigo real ao ser sucessivamente abordado por indígenas.

Quando se deu conta, já era tarde.

O Capitão ainda deu ordem de fogo e disparou alguns tiros, mas caiu fulminado no chão, trespassado por uma bala que lhe entrou pelas costas.

Os atacantes pediram então as armas, as munições, os animais e o corpo de Roby. O temerário cabo, que passou a ter a voz de comando, recusou as exigências, fez atar o cadáver do Capitão a um dos camelos, como se estivesse vivo, e ordenou fogo, em nome daquele.

A ordem repetir-se-ia várias vezes, até estarem a salvo, dez horas e 40 quilómetros depois. Chegaram exaustos, mas apenas perderam um homem pelo caminho.

Sebastião Roby, Capitão de Artilharia, feito mártir nesta contenda em que perdeu a vida, a 10 de junho de 1915, receberia a Cruz de Guerra de 1ª classe, a título póstumo.

Seria também homenageado, num monumento em Braga e na toponímia de várias cidades, aliás como o seu irmão João, segundo tenente e também “herói” da nossa guerra em África. (...)
____________
Notas do editor:

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22250: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (86): pedido de colaboração do dr. Ming, sediado em Londres, para projeto de investigação sobre o monumento, mandado erigir em Bolama, em 1931, por Mussolini, "ai caduti di Bolama"


Guné > Bolama > c. 2016 > Monumento italiano , com a inscrição "Mussolini: Ai caduti di Bolama" > "Uma bela fotografia de Francisco Nogueira para o mais belo monumento Arte Deco da Costa Ocidental Africana, com a cordialidade do Mário Beja Santos" (, enviada ao dr.Ming, em 2 do corrente)... Fonte: Rodrigo Rebelo de Andrade e Duarte Pape - “Bijagós, Património Arquitetónico”, Edições Tinta-da-China, 2016 (com a devida vénia...)



Guiné > Bolama > Agosto de 1966 > O José António Viegas, de pé, no pedestal do "monumento aos pilotos italianos"... "Se me lembro uma das coroas era da fábrica Fiat"...

Foto (e legenda): © José António Viegas (2012). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso leitor, dr. Ming, devidamente identificado, investigador académico, oriundo de uma prestigada universidade inglesa:

Date: quarta, 2/06/2021 à(s) 13:45
Subject: Bolama.
 
Sou investigador, baseado em Londres,  e tenciono desenvolver um projeto de investigação acerca do monumento italiano sito na Ilha de Bolama (Guiné-Bissau) e chamado "Monumento ai caduti di Bolama" (em português: "Monumento aos caídos de Bolama").

O monumento foi erguido pela ditadura de Mussolini no decurso do ano 1931 após cinco pilotos e tripulantes italianos terem falecido ao largo de Bolama a 6 de janeiro de 1931 no contexto das primeiras travessias aéreas transatlânticas entre a Europa e a América do Sul.

Vista a relativa escassez de informações sobre este assunto na literatura científica, estou à procura de fotografias e queria solicitar quaisquer informações gerais, técnicas ou históricas,  suscetíveis de me ajudar neste projeto.

Agradecendo de antemão todas as sugestões, endereço ao blogue as minhas melhores saudações.

Fico ao seu dispor para mais informações.

Saudações académicas,

Dr. Ming
Endereço de correio eletrónico:    bolamamonument@gmail.com 

PS - Muito obrigado, Luís Graça, pela sua pronta resposta ao meu pedido de ajuda e por disponibilizar os links dps postes que eu não consegui encontrar, para além do

Parabéns pelo seu site que contém inumeráveis informações pelo estudo e pela memória dum tão importante período da história de Portugal e da Guiné. A fim de manter um relativa anonimato na fase inicial da pesquisa, resolvi, até por sugestão sua, indicar apenas o meu apelido. Além disso, receio poder receber milhares de spams se o meu endereço eletrónico, pessoal ou profissional, fosse compartilhado no espaço público da Internet.

2. Resposta do nosso editor; 

Caro Ming: retomando a nossa conversa, obrigado pelas suas referências elogiosas ao blogue, e por ter aceite a minha sugestão para publicar a sua mensagem original, com as necessárias (e aconselháveis) adaptações,

Faço daqui apelo a mais contributos dos nossos leitores... Muitos dos militares portugueses, entre 1961 e 1974, passaram por Bolama, por aí haver um Centro de Instrução Militar,

Por outro lado, recordo aos meus camaradas que os acadmécios gostam de ser discretos em relação ao que estão a fazer e onde, nomeadamente na faze inicial dos seus projetos.

Saudações académicas, Luis Graça, Ph D

PS - Vou reencaminhar o seu pedido original ao nosso colaborador permanente e membro deste blogue coletivo, o Mário Beja Santos, autor do poste P17810:

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2017/09/guine-6174-p17810-historiografia-da.html

Mas aproveito para lhe indicar os links de outros postes com referências ao monumento "ai caduti de Bolama", com conhecimento aos seus autores,

Se nos autorizar, publicamos a sua mensagem no nosso blogue... É possível que ainda apareçam mais informações (e nomeadamente fotos) deste monumento erigido pela Itália de Mussolini aos seus aviadores caídos em Bolama, no Arquipélago dos Bijagós, em 1931.

Boa saúde, bom trabalho. O editor, Luís Graça, Ph D.

___________

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2010/11/guine-6374-p7212-album-fotografico-de.html

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2007/08/guin-6374-p2030-o-cruzeiro-das-nossas.html

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2015/02/guine-6374-p14213-historiografia-da.html

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2012/11/guine-6374-p10713-memoria-dos-lugares.html

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2010/09/guine-6374-p6979-actividade-da-cart-730.html

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2009/12/guine-6374-p5404-postais-ilustrados-17.html

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2005/08/guine-6374-clxxiii-informacao.html

3. Resposta do nosso camarada e colaborador permanente Mário Beja Santos:

Meu prezado Ming, o blogue e eu agradecemos-lhe os elogios, fazemos votos para que o seu trabalho venha a ser muitíssimo bem-sucedido. Falei há pouco com a Dr.ª Helena Grego, da Biblioteca da Sociedade de Geografia, pedi-lhe a amabilidade de ver nas publicações oficiais da Guiné o registo do acidente aéreo que vitimou membros da equipa que vinha fazer a viagem de travessia do Atlântico Sul, a partir de Roma. No meu livro sobre o BNU - Banco NacionalUltramarinio, da Guiné, creio que refiro superficialmente o que escreveu o delegado do banco.

Haverá com certeza referências à inauguração do monumento, ilustrações sobre o mesmo não faltam, houve uma tentativa a seguir à independência para o dinamitar, ficou felizmente intacto. Amanhã à tarde vou para a biblioteca ver o que existe e depois escrevo-lhe. Com muita cordialidade, Mário Beja Santos (...)

quinta-feira, 4 de março de 2021

Guiné 61/74 - P21969: Fotos à procura de... uma legenda (145): às vezes, é tudo uma questão de perspe(c)tiva... Será ?

I

Itália > Florença > Março de 2006 > David, homem, não saias do banho... sem a toalha! 

Réplica (, de 1873,)  da escultura original de David,  por Michelangelo (, datada de 1501-1504), em frente ao Palazzo Vecchio, na Piazza della Signoria,   


Itália > Pisa > Setembro de 2005 > Este fim de semana fui a Pisa, 80 km de Florença, numa pasteleira sem travões

A torre de Pisa, com cerca de 57 m de altura  (datada de 1174). é um ícone de Itália. Depois de longos trabalhos de estabilização, a sua inclinação é agora de 3,99 graus.


Fonte: cortesia de João Graça, blogue arriverdesci portogallo (2005/2006) (com a devida vénia). 

Fotos (e legendas): © João Graça (2021). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


perspectiva

perspectiva | n. f.
3ª pess. sing. pres. ind. de perspectivar
2ª pess. sing. imp. de perspectivar

pers·pec·ti·va |èt|

nome feminino

1. Arte de figurar no desenho as distâncias diversas que separam entre si os objectos representados.

2. Pintura no fim de galeria ou de alameda de jardim para iludir a vista.

3. Aspecto dos objectos vistos de longe.

4. Panorama, vista.

5. Aparência.

6. Esperança.

7. Receio.

8. Previsão.

ter em perspectiva
• Esperar, contar com, ter como provável, obter.

• Grafia alterada pelo Acordo Ortográfico de 1990: perspetiva.

"perspectiva", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/perspectiva [consultado em 04-03-2021].
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21757: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (81): o monumento ao capitão Teixeira Pinto, em Bissau, inauguraddo em 1929 (Carlos Silva, ex-fur mil arm pes Inf, CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Jumbembem, 1969/71; régulo da Tabanca dos Melros; dirigente da ONGD Ajuda Amiga)


Foto nº 1 > Bissau, 1929: O governador, coronel António Leite  de Magalhães, inaugura o monumento a Teixeira Pinta (Fonte: P20686 *)

Foto nº 2 > Bissau, 1930 > Monumento a João Teixeira Pinto 
(Fonte: P20041 **)


Foto nº 3 > Bissau, Monumento a Teixeira Pinto (Fonte: P17532 ***)


1. Mensagem do Carlos Silva [, ex-Fur Mil Inf, CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Jumbembem, 1969/71), Régulo da Tabanca dos Melros, dirigente da ONGD Ajuda Amiga, advogado e profundo conhecedor da atual Guiné-Bissau aonde se tem deslocado com frequência depois da independência]

Data - sexta, 8/01, 20:03 
Assunto - Monumento a Teixeira Pinto em Bissau

Luís

No seguimento da minha promessa em comentário ao post 21741, aqui vão as cópias que retirei do Blogue, e não como eu tinha pensado que tivesse digitalizado, que confirmam o que referi no mencionado comentário.

Nas fotos estão indicados os postes

Podes reencaminhar para a Ana Paula e publicar. (****)

Abraço

Carlos Silva
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 26 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20686: Historiografia da presença portuguesa em África (201): "A Guiné Através da História", pelo Coronel Leite de Magalhães; Cadernos Coloniais, Editorial Cosmos (1) (Mário Beja Santos)

(**) Vd. poste de 7 de agosto de 2019 > Guiné 61/74 - P20041: Historiografia da presença portuguesa em África (171): "Resumo do que era a Guiné Portuguesa há vinte anos e o que é já hoje" - Uma obra ímpar do 2.º Sargento António dos Anjos: A Guiné logo a seguir às operações da pacificação (1) (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21738: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (79): pedido de colaboração no âmbito de doutoramento: cedência de imagens: foto de José Nunes junto ao monumento a Teixeira Pinto, em Bissau (Ana Lúcia Mendes, Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa)



Guiné > Bissau > s/d  [c. 1960] > Monumento a Teixeira Pinto < Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, nº 112. (Edição Foto Serra, C.P. 239,  Bissau. Impresso em Portugal, Imprimarte, SARL) (*)

 
Colecção de postais ilustrados do nosso camarada Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), natural do concelho de Leiria.Selecção dos postais,  digitalização, edição de imagem e legendagam: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010)
 


Guiné > Bissau > c. 1968/70] > O nosso camarada Jo´se Nunes junto ao monumento a Teixeira Pinto <
(José Silvério Correia Nunes), ex-1º Cabo, BENG 447 (Brá, 1968/70) esteve na Guiné de 15jan68 a 15jan70).(**)

Foto (e legenda): © José Nunes (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Mensagem de Ana Lúcia Mendes, doutoranda em Escultura, Faculdade de Belas Artes,  Universidade de Lisboa:  

 
Data: terça, 5/01/2021 à(s) 19:49
Assunto: pedido de colaboração - ambito de doutoramento
 

Caro Luís Graça, 

 O meu nome é Ana Lúcia e sou estudante de doutoramento em Escultura, na Faculdade de Belas Artes - Universidade de Lisboa. 

A minha investigação incide no estudo da estatuária portuguesa do século XX, tendo como caso de estudo a obra do escultor Euclides Vaz [Ílhavo,1916 - Colares, Sintra, 1991].

Encontro-me de momento a redigir um artigo sobre o monumento a Teixeira Pinto, tendo encontrado uma fotografia no seu blog do seu colega José Nunes junto da estátua. Gostaria de solicitar o uso da mesma no meu projecto.

Como sabe as estátuas foram todas removidas dos locais originais após a independência das colónias e tem sido extremamente difícil encontrar fotografias das mesmas nos seus contextos de origem. Assim, a vossa colaboração seria uma enorme ajuda.

Muito agradeço,
Ana Lúcia

2. Resposta do editor LG:

Obrigado, Ana, pelo seu contacto e o seu pedido. O nosso blogue é, modéstia àparte, uma importante fonte de informação e conhecimento sobre a presença histórica de Portugal na Guiné (hoje, Guiné-Bissau).

O seu pedido tem o melhor acolhimento, da nossa parte, tanto dos editores do blogue como do nosso camarada José Nunes, fotografado junto à estátua do Teixeira Pinto em Bissau (*). Não sabia que um ilhavense, o Euclides Vaz, era o autor da escultura. Tenho em Ílhavo alguns bons amigos. E é, de resto, uma terra que muito prezo, pela sua secular ligação à nossa epopeia marítima (incluindo a pesca do bacalhau).

Fará o favor, depois,  de nos citar, ao Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné e ao nosso camarada José Silvério Correia Nunes. 

Fica também ao seu dipor a imagem (digitalizada)  do Monumento a Teixeira Pinto, Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, nº 112., Edição Foto Serra, Bissau, c. 1960/70. (**)

Sobre o capitão [João] Teixeira Pinto (Moçâmedes, Angola, 1876 — Negomano, Moçambique, 1917) temos mais de um meia centena de referências.

Desejo-lhe o melhor sucesso académico e votos de boa saúde e bom trabalho. Luís Graça. (***)
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Notas do editor:

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Guiné 61/74 - P21490: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (77): Memoriais Militares: obrigado pelo apoio da Tabanca Grande... Mas, atenção, o que procuro são as marcas, deixadas nos diferentes territórios ultramarinos pelas unidades que por lá passaram, e não monumentos aos combatentes da guerra do ultramar, erigidos nas nossas vilas e cidades (Serra Vaz, ex-fur mil inf / op esp, CCAÇ 2335, Angola, 1968 / 70)




Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Piche > Ponte Caium > Um dos mais belos e originais  monumentos aos nossos "caídos" no CTIG: neste caso,  de homenagem aos bravos de Caium... Sobravam, ainda em 2010, em cima do tabuleiro da ponte, que atravessa o rio Caium, na estrada Gabu-Piche-Buruntuma,  restos de dois memoriais distintos

(i) memorial, construído em 1973, de homenagem aos mortos da CCAÇ 3546 (1972/74): "Honra e Glória: Fur Mil Cardoso, 1º Cabo Torrão, Sold Gonçalves, Fernandes, Santos, Sold AP Dani Silva. 3º Gr Comb, Fantasmas e Lestos (?). Guiné- 72/74"; 

(ii) uma base de um nicho mariano, com os seguintes dizeres: "Nem só do pão vive o homem". Guiné, 1972-1974", reconstruído possivelmente pelo pelotão da CCAÇ 3546 que lá estave em 1973/74, mas mais antigo, lá lá se encontrava quando a CART 1742 (1967/69) tomou conta do sector que tinha sede em Buruntuma, diz o Abel Santos (*).

Fotos  (e legendas): © Eduardo Campos (2010).  Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Mensagem do nosso camarada Serra Vaz (**)

 
Date: quarta, 28/10/2020 à(s) 09:39
Subject: Agradecimento
 
Amigo Luís Graça;


Muito obrigado pelo teu E-mail, que passo em revista:

- Não tenho Facebook;

- O Ano passado fui a um almoço da Tabanca da Linha  no Caravela d' Ouro [, em Algés], onde me receberam muito bem, apesar de eu não ser "tabanqueiro", eu sou "sanzaleiro".

Entretanto , o teu (ou melhor, nosso ) antigo camarada João Crisóstomo, muito simpático, já me escreveu e eu vou já responder.

Abri o link e entrei no Blog; mais uma vez obrigado pelo "apelo" que tiveste a amabilidade de fazer, em meu nome.

Mas relativamente a esta questão, acho que se calhar não me fiz  nentender lá muto bem porque a matéria que eu estudo são os Memoriais Militares,  ou sejam,   as "Marcas", da nossa passagem por África (Cabo Verde e S. Tomé , incluídos),  que nós por lá deixámos, espalhados um pouco por todo o lado, e nada tem que ver com os Monumentos  de Homenagem aos Combatentes da Guerra do Utramar, erigidos em todas as vilas e cidades de Norte a Sul de Portugal.

No blog, aparece uma imagem do detalhe de um desses monumentos na  Lourinhã, (por acaso, conheço bem, ) que alimenta essa confusão.

Obrigado mais uma vez,  grande abraço

Serra Vaz

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Notas do editor:


domingo, 8 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20428: Recortes de imprensa (107): Homenagem, em Ribamar, Lourinhã, aos 23 pescadores, de um total de 38 mortos, que ficaram insepultos no mar nos últimos 50 anos ("Alvorada", 15 de novembro de 2019)




Notícia dado no suplemento "Grito Rural", do jornal quinzenário "Alvorada", Lourinhã, 15 de novembro de 2019. Com a devida vénia... (*)

1. Desde 1960,  38 pescadores de Ribamar, Lourinhã, naufragaram no mar, tendo perdido a vida... Desses, houve 23  corpos que  nunca foram recuperados, encontrando no fundo do mar a sua derradeira sepultura.  

É uma imensa e dolorosa história trágico-marítima para uma terra só... 

Ribamar, terra de que me orgulho por ser berço dos meus antepassados Maçaricos, quis fazer uma homenagem a estes "23 pescadores que o mar guardou", erguendo no cemitério local um "Farol Memorial", inspirado por farol do Cabo Carvoeiro que guia os pescadores desta vila, matriculados na capitania de Peniche (onde, atualmente, a maior parte da frota pesqueira, nomeadamente a do mar alto, é de gente de Ribamar)...

Além dos nomes dos homenageados, há uma inscrição onde se lê: "Não importa a distância que nos separa, há um céu  que nos une".

O monumento ‘Memorial aos que não tornaram’ é um projecto executado pela Junta de Freguesia de Ribamar, presidida pelo meu amigo Pedro Alexandre Rato,  através da edição de 2018 do orçamento participativo, do qual foi responsável Nuno Cruz.  A cerimónia teve a presença (inesperada) do Cardeal Patriarca de Lisboa. Apesar da chuva, por vezes torrencial, que caiu na manhã do dia 2 de novembro último, cerca de 120 pessoas não arredaram pé. (Fonte: Alvorada "on line", 5/11/2019).

De entre esses pobres náufragos, há gente meus parentes, e há seguramente alguns que fizeram a guerra do ultramar, tendo passado pela Guiné (**).

Há cerca de quatro anos atrás, foi inaugurado em Ribamar o monumento aos combatentes do Ultramar (***) que contou com a presença ativa de um dos filhos mais conhecidos da terra, o ten gen ref Jorge Manuel Silvério.

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