Mostrar mensagens com a etiqueta monumentos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta monumentos. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24867: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (31): Já estava com saudades de Farim e das canoas de transporte público...


Foto nº 1 >  A minha companhia para Farim, na canoa de transporte público


Foto nº 2 > Chegando ao cais de Farim


Foto nº 3  > Canoa de transporte de mercadorias


Foto nº 4 > Canoa de tipo "Uber" ...


Foto nº 5 >  Rio Farim: canoas de transporte público


Foto nº 6 > O nosso almoço em Farim

Foto nº 7 > Farim: monumento do tempo colonial, comemorativo do 5.º centenário da morte do Infante D. Henrique (1460-1960): ainda dá para perceber a estrofe de Camões. "Por mares nunca dantes navegados"... As letras e os algarismos, em metal, foram retirados (muito provavelmente roubados). De qualquer nodo, o monumento  resistiu ao "camartelo paigecista"... Já estava assim em 25 de abril de 2020. (*)


Foto nº 8 > Cais de Farim


Foto nº 9 > A minh canoa, no regresso

Guiné-Bissau > Região do Oio > Farim > 18 de novembro de 2023 

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem (e fotos) que nos foi enviada pelo  Patrício Ribeiro (nosso correspondente em Bissau, colaborador permanente da Tabanca Grande para as questões do ambiente, economia e geografia da Guiné-Bissau, onde vive desde 1984, e onde é empresário, fundador e diretor técnico da Impar Lda; tem mais de 130 referências no blogue; autor da série, entre outras, "Bom dia desde Bssau"):


 Data - domingo, 19/11/2023, 13:57 

Assunto - Bom dia desde Bissau: as canoas de Farim 

Bom dia, desde Bissau (**)...  Os meus passeios... No dia 18/11/23, fiz uma pequena volta até Farim, estava com saudades das canoas de transporte público. 

Saída de Bissau às 7h, passagem na ponte João Landim, percorri os buracos no pó vermelho até Bula, depois alcatrão até Bissorã e segui na estrada com pó para Mansoa. Dali para a frente, há boa estrada de alcatrão até a rampa sul do rio de Farim.
A viagem demorou 4 horas.
Na rampa do rio, lá encontrei diversas pirogas, algumas muito bonitas, algumas a remos e outras trabalham com um pequeno motor a gasolina, destinadas ao transporte público (Fotos nºs 1, 2, 3, 4, 5, e 9). Lá “cambarmos” dentro de uma, onde vão 12 pessoas, para a outra margem, onde está a cidade de Farim.

Encontrámos tudo na mesma (Fotos nºs 7 e 8)… Fizemos lá nosso trabalho, para pôr a funcionar o Banco de Sangue do Hospital.

Almoçámos o que havia (Foto nº 6)... No caminho de regresso, parar em algumas tabancas para afinar alguns equipamentos, do fornecimento de água nos fontanários, à população, assim como ver os sistemas de água das hortas das mulheres, agora é muito necessária, a chuva só volta dentro de 7 meses.

Visitámos também o projeto, de área protegida de Djalicunda, Mansabá,  onde se pode descansar e dormir (na Zona de K3 / Saliquinhedim).

Passado 13 horas, estávamos em Bissau prontos para outros passeios.

Abraço. Patricio Ribeiro
IMPAR Lda
Av. Domingos Ramos 43D - C.P. 489 - Bissau , Guine Bissau
Tel,00245 966623168 / 955290250
www.imparbissau.com
impar_bissau@hotmail.com
___________

Notas do editor:

 (*) Vd. poste de 26 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20907: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (14): O 25 de Abril passado em Farim, com crocodilos à mistura no rio Cacheu..., mas levando o luxo (!) da água e da luz ao hospital local... E, hoje, almocei ostras na grelha!

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22266: Blogues da nossa blogosfera (160): Vida e morte do capitão Sebastião Roby (Braga, 1883 - Angola, 1915) (Excerto de "O sal da história", de Cristiana Vargas)


Portugal > Braga > Av Central > 2013 > Monumento "À Memória dos Irmãos Roby, herróicos filhos desta cidade mortos  ao serviço da Pátria": João Roby, "morto no combate  de Umpungo, em 25 de setembro de 1904; e Sebastão Roby, "morto nas campanhas de Angola, em 10 de julho de 1915".  Autoria: escultor Zeferino Couto, c. 1955.
 Foto de Joseolgon (2013). Reproduzido e editado, com a devida vénia. Fonte: Wikimedia Commons

1. "O sal da história" é um blogue de Cristiana Vargas, natural de Alcácerdo Sal. Define.se a si própria como "jornalista de formação e coração, arquivista por acasoe
 – xistem acasos? –  e por enquanto. Apaixonada pela história e as suas estórias"... 
O seu blogue é descrito nestes termos: " Aventuras, curiosidades, insólitos, ligações improváveis... Heróis, vilões, vítimas e cidadãos comuns, aqui transformados em protagonistas de outros tempos."
 Teve início em dezembro de 2017.  Tem mais de 2 dezenas de seguidores. E dele reproduimos, com a devida vénia, este excerto relativo à vida e morte do capitão Sebastião Roby (Braga, 1883-Angola, 1915).(*)

2. Blogue "O sal da história", de Cristiana Vargas > 1 de Abril, 2021 > O verdadeiro Capitão Roby não era um burlão sedutor

(...) A sua morte também dava um filme, mas acabou quase esquecida, entre as muitas que Portugal sofreu ao defender as suas possessões em África. Os dois irmãos Roby queriam ser heróis.

Sabe quem era o capitão Roby? Provavelmente responderá que foi um pinga-amor célebre nos anos 80 do século XX por, alegadamente, ludibriar as suas apaixonadas, façanha que até valeu uma série televisiva baseada na sua vida. O problema é que o verdadeiro Capitão Roby, que poucos conhecem, nada teve que ver com tais proezas, embora a sua vida - ou antes, a sua morte - também pudesse dar um filme, muito menos picante, mas bem mais trágico. Há exatamente um século, os seus restos mortais chegavam a Portugal, quase ao mesmo tempo que os do Soldado Desconhecido, que bem podia representar.

(...) Em março de 1921, o capitão Sebastião Luiz de Faria Machado Pinto Roby de Miranda Pereira (**), regressou à metrópole como herói, embora morto, a bordo do navio “Zaire”, para finalmente repousar na sua terra natal, Braga. Tinha sucumbido quase seis anos antes, numa emboscada ocorrida em Angola, que as crónicas da época classificam como um autêntico massacre. Tinha apenas 31 anos de idade e participava nos esforços portugueses para defender o seu “Império” face à ameaça alemã, ainda antes da entrada oficial do nosso País na I Grande Guerra.

(...) Estava em África na coluna do general Pereira d’Eça e liderava uma companhia indígena. Ofereceu-se para levar por diante uma operação de reconhecimento extremamente arriscada e que implicaria a mais que provável chacina do grupo que a empreendesse.

Tratava-se de verificar as condições de um trilho importante para a movimentação das tropas, na província do Huila. Isto obrigava a uma incursão em área conhecida pelo terreno inóspito e os povos revoltosos.

O seu superior não o queria expor a tal perigo, dada a sua patente, ao que Sebastião terá respondido que “quando se serve a pátria não há postos, mas apenas deveres a cumprir”.

Face a tal determinação, seguiu comandando vinte homens, entre os quais um cabo. Não levavam bússola, o que terá contribuído para se afastarem da rota inicial e se irem colocar precisamente “na boca do lobo”, na zona de Quiteve.

(...) Corajoso, confiante na sua missão pacífica e na reduzida dimensão do seu grupo, que achava não inspirar animosidade, Roby não soube reconhecer os sinais de perigo real ao ser sucessivamente abordado por indígenas.

Quando se deu conta, já era tarde.

O Capitão ainda deu ordem de fogo e disparou alguns tiros, mas caiu fulminado no chão, trespassado por uma bala que lhe entrou pelas costas.

Os atacantes pediram então as armas, as munições, os animais e o corpo de Roby. O temerário cabo, que passou a ter a voz de comando, recusou as exigências, fez atar o cadáver do Capitão a um dos camelos, como se estivesse vivo, e ordenou fogo, em nome daquele.

A ordem repetir-se-ia várias vezes, até estarem a salvo, dez horas e 40 quilómetros depois. Chegaram exaustos, mas apenas perderam um homem pelo caminho.

Sebastião Roby, Capitão de Artilharia, feito mártir nesta contenda em que perdeu a vida, a 10 de junho de 1915, receberia a Cruz de Guerra de 1ª classe, a título póstumo.

Seria também homenageado, num monumento em Braga e na toponímia de várias cidades, aliás como o seu irmão João, segundo tenente e também “herói” da nossa guerra em África. (...)
____________
Notas do editor:

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22250: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (86): pedido de colaboração do dr. Ming, sediado em Londres, para projeto de investigação sobre o monumento, mandado erigir em Bolama, em 1931, por Mussolini, "ai caduti di Bolama"


Guné > Bolama > c. 2016 > Monumento italiano , com a inscrição "Mussolini: Ai caduti di Bolama" > "Uma bela fotografia de Francisco Nogueira para o mais belo monumento Arte Deco da Costa Ocidental Africana, com a cordialidade do Mário Beja Santos" (, enviada ao dr.Ming, em 2 do corrente)... Fonte: Rodrigo Rebelo de Andrade e Duarte Pape - “Bijagós, Património Arquitetónico”, Edições Tinta-da-China, 2016 (com a devida vénia...)



Guiné > Bolama > Agosto de 1966 > O José António Viegas, de pé, no pedestal do "monumento aos pilotos italianos"... "Se me lembro uma das coroas era da fábrica Fiat"...

Foto (e legenda): © José António Viegas (2012). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso leitor, dr. Ming, devidamente identificado, investigador académico, oriundo de uma prestigada universidade inglesa:

Date: quarta, 2/06/2021 à(s) 13:45
Subject: Bolama.
 
Sou investigador, baseado em Londres,  e tenciono desenvolver um projeto de investigação acerca do monumento italiano sito na Ilha de Bolama (Guiné-Bissau) e chamado "Monumento ai caduti di Bolama" (em português: "Monumento aos caídos de Bolama").

O monumento foi erguido pela ditadura de Mussolini no decurso do ano 1931 após cinco pilotos e tripulantes italianos terem falecido ao largo de Bolama a 6 de janeiro de 1931 no contexto das primeiras travessias aéreas transatlânticas entre a Europa e a América do Sul.

Vista a relativa escassez de informações sobre este assunto na literatura científica, estou à procura de fotografias e queria solicitar quaisquer informações gerais, técnicas ou históricas,  suscetíveis de me ajudar neste projeto.

Agradecendo de antemão todas as sugestões, endereço ao blogue as minhas melhores saudações.

Fico ao seu dispor para mais informações.

Saudações académicas,

Dr. Ming
Endereço de correio eletrónico:    bolamamonument@gmail.com 

PS - Muito obrigado, Luís Graça, pela sua pronta resposta ao meu pedido de ajuda e por disponibilizar os links dps postes que eu não consegui encontrar, para além do

Parabéns pelo seu site que contém inumeráveis informações pelo estudo e pela memória dum tão importante período da história de Portugal e da Guiné. A fim de manter um relativa anonimato na fase inicial da pesquisa, resolvi, até por sugestão sua, indicar apenas o meu apelido. Além disso, receio poder receber milhares de spams se o meu endereço eletrónico, pessoal ou profissional, fosse compartilhado no espaço público da Internet.

2. Resposta do nosso editor; 

Caro Ming: retomando a nossa conversa, obrigado pelas suas referências elogiosas ao blogue, e por ter aceite a minha sugestão para publicar a sua mensagem original, com as necessárias (e aconselháveis) adaptações,

Faço daqui apelo a mais contributos dos nossos leitores... Muitos dos militares portugueses, entre 1961 e 1974, passaram por Bolama, por aí haver um Centro de Instrução Militar,

Por outro lado, recordo aos meus camaradas que os acadmécios gostam de ser discretos em relação ao que estão a fazer e onde, nomeadamente na faze inicial dos seus projetos.

Saudações académicas, Luis Graça, Ph D

PS - Vou reencaminhar o seu pedido original ao nosso colaborador permanente e membro deste blogue coletivo, o Mário Beja Santos, autor do poste P17810:

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2017/09/guine-6174-p17810-historiografia-da.html

Mas aproveito para lhe indicar os links de outros postes com referências ao monumento "ai caduti de Bolama", com conhecimento aos seus autores,

Se nos autorizar, publicamos a sua mensagem no nosso blogue... É possível que ainda apareçam mais informações (e nomeadamente fotos) deste monumento erigido pela Itália de Mussolini aos seus aviadores caídos em Bolama, no Arquipélago dos Bijagós, em 1931.

Boa saúde, bom trabalho. O editor, Luís Graça, Ph D.

___________

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2010/11/guine-6374-p7212-album-fotografico-de.html

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2007/08/guin-6374-p2030-o-cruzeiro-das-nossas.html

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2015/02/guine-6374-p14213-historiografia-da.html

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2012/11/guine-6374-p10713-memoria-dos-lugares.html

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2010/09/guine-6374-p6979-actividade-da-cart-730.html

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2009/12/guine-6374-p5404-postais-ilustrados-17.html

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2005/08/guine-6374-clxxiii-informacao.html

3. Resposta do nosso camarada e colaborador permanente Mário Beja Santos:

Meu prezado Ming, o blogue e eu agradecemos-lhe os elogios, fazemos votos para que o seu trabalho venha a ser muitíssimo bem-sucedido. Falei há pouco com a Dr.ª Helena Grego, da Biblioteca da Sociedade de Geografia, pedi-lhe a amabilidade de ver nas publicações oficiais da Guiné o registo do acidente aéreo que vitimou membros da equipa que vinha fazer a viagem de travessia do Atlântico Sul, a partir de Roma. No meu livro sobre o BNU - Banco NacionalUltramarinio, da Guiné, creio que refiro superficialmente o que escreveu o delegado do banco.

Haverá com certeza referências à inauguração do monumento, ilustrações sobre o mesmo não faltam, houve uma tentativa a seguir à independência para o dinamitar, ficou felizmente intacto. Amanhã à tarde vou para a biblioteca ver o que existe e depois escrevo-lhe. Com muita cordialidade, Mário Beja Santos (...)

quinta-feira, 4 de março de 2021

Guiné 61/74 - P21969: Fotos à procura de... uma legenda (145): às vezes, é tudo uma questão de perspe(c)tiva... Será ?

I

Itália > Florença > Março de 2006 > David, homem, não saias do banho... sem a toalha! 

Réplica (, de 1873,)  da escultura original de David,  por Michelangelo (, datada de 1501-1504), em frente ao Palazzo Vecchio, na Piazza della Signoria,   


Itália > Pisa > Setembro de 2005 > Este fim de semana fui a Pisa, 80 km de Florença, numa pasteleira sem travões

A torre de Pisa, com cerca de 57 m de altura  (datada de 1174). é um ícone de Itália. Depois de longos trabalhos de estabilização, a sua inclinação é agora de 3,99 graus.


Fonte: cortesia de João Graça, blogue arriverdesci portogallo (2005/2006) (com a devida vénia). 

Fotos (e legendas): © João Graça (2021). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


perspectiva

perspectiva | n. f.
3ª pess. sing. pres. ind. de perspectivar
2ª pess. sing. imp. de perspectivar

pers·pec·ti·va |èt|

nome feminino

1. Arte de figurar no desenho as distâncias diversas que separam entre si os objectos representados.

2. Pintura no fim de galeria ou de alameda de jardim para iludir a vista.

3. Aspecto dos objectos vistos de longe.

4. Panorama, vista.

5. Aparência.

6. Esperança.

7. Receio.

8. Previsão.

ter em perspectiva
• Esperar, contar com, ter como provável, obter.

• Grafia alterada pelo Acordo Ortográfico de 1990: perspetiva.

"perspectiva", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/perspectiva [consultado em 04-03-2021].
______________

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21757: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (81): o monumento ao capitão Teixeira Pinto, em Bissau, inauguraddo em 1929 (Carlos Silva, ex-fur mil arm pes Inf, CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Jumbembem, 1969/71; régulo da Tabanca dos Melros; dirigente da ONGD Ajuda Amiga)


Foto nº 1 > Bissau, 1929: O governador, coronel António Leite  de Magalhães, inaugura o monumento a Teixeira Pinta (Fonte: P20686 *)

Foto nº 2 > Bissau, 1930 > Monumento a João Teixeira Pinto 
(Fonte: P20041 **)


Foto nº 3 > Bissau, Monumento a Teixeira Pinto (Fonte: P17532 ***)


1. Mensagem do Carlos Silva [, ex-Fur Mil Inf, CCAÇ 2548/BCAÇ 2879, Jumbembem, 1969/71), Régulo da Tabanca dos Melros, dirigente da ONGD Ajuda Amiga, advogado e profundo conhecedor da atual Guiné-Bissau aonde se tem deslocado com frequência depois da independência]

Data - sexta, 8/01, 20:03 
Assunto - Monumento a Teixeira Pinto em Bissau

Luís

No seguimento da minha promessa em comentário ao post 21741, aqui vão as cópias que retirei do Blogue, e não como eu tinha pensado que tivesse digitalizado, que confirmam o que referi no mencionado comentário.

Nas fotos estão indicados os postes

Podes reencaminhar para a Ana Paula e publicar. (****)

Abraço

Carlos Silva
__________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 26 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20686: Historiografia da presença portuguesa em África (201): "A Guiné Através da História", pelo Coronel Leite de Magalhães; Cadernos Coloniais, Editorial Cosmos (1) (Mário Beja Santos)

(**) Vd. poste de 7 de agosto de 2019 > Guiné 61/74 - P20041: Historiografia da presença portuguesa em África (171): "Resumo do que era a Guiné Portuguesa há vinte anos e o que é já hoje" - Uma obra ímpar do 2.º Sargento António dos Anjos: A Guiné logo a seguir às operações da pacificação (1) (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21738: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (79): pedido de colaboração no âmbito de doutoramento: cedência de imagens: foto de José Nunes junto ao monumento a Teixeira Pinto, em Bissau (Ana Lúcia Mendes, Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa)



Guiné > Bissau > s/d  [c. 1960] > Monumento a Teixeira Pinto < Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, nº 112. (Edição Foto Serra, C.P. 239,  Bissau. Impresso em Portugal, Imprimarte, SARL) (*)

 
Colecção de postais ilustrados do nosso camarada Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), natural do concelho de Leiria.Selecção dos postais,  digitalização, edição de imagem e legendagam: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010)
 


Guiné > Bissau > c. 1968/70] > O nosso camarada Jo´se Nunes junto ao monumento a Teixeira Pinto <
(José Silvério Correia Nunes), ex-1º Cabo, BENG 447 (Brá, 1968/70) esteve na Guiné de 15jan68 a 15jan70).(**)

Foto (e legenda): © José Nunes (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Mensagem de Ana Lúcia Mendes, doutoranda em Escultura, Faculdade de Belas Artes,  Universidade de Lisboa:  

 
Data: terça, 5/01/2021 à(s) 19:49
Assunto: pedido de colaboração - ambito de doutoramento
 

Caro Luís Graça, 

 O meu nome é Ana Lúcia e sou estudante de doutoramento em Escultura, na Faculdade de Belas Artes - Universidade de Lisboa. 

A minha investigação incide no estudo da estatuária portuguesa do século XX, tendo como caso de estudo a obra do escultor Euclides Vaz [Ílhavo,1916 - Colares, Sintra, 1991].

Encontro-me de momento a redigir um artigo sobre o monumento a Teixeira Pinto, tendo encontrado uma fotografia no seu blog do seu colega José Nunes junto da estátua. Gostaria de solicitar o uso da mesma no meu projecto.

Como sabe as estátuas foram todas removidas dos locais originais após a independência das colónias e tem sido extremamente difícil encontrar fotografias das mesmas nos seus contextos de origem. Assim, a vossa colaboração seria uma enorme ajuda.

Muito agradeço,
Ana Lúcia

2. Resposta do editor LG:

Obrigado, Ana, pelo seu contacto e o seu pedido. O nosso blogue é, modéstia àparte, uma importante fonte de informação e conhecimento sobre a presença histórica de Portugal na Guiné (hoje, Guiné-Bissau).

O seu pedido tem o melhor acolhimento, da nossa parte, tanto dos editores do blogue como do nosso camarada José Nunes, fotografado junto à estátua do Teixeira Pinto em Bissau (*). Não sabia que um ilhavense, o Euclides Vaz, era o autor da escultura. Tenho em Ílhavo alguns bons amigos. E é, de resto, uma terra que muito prezo, pela sua secular ligação à nossa epopeia marítima (incluindo a pesca do bacalhau).

Fará o favor, depois,  de nos citar, ao Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné e ao nosso camarada José Silvério Correia Nunes. 

Fica também ao seu dipor a imagem (digitalizada)  do Monumento a Teixeira Pinto, Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, nº 112., Edição Foto Serra, Bissau, c. 1960/70. (**)

Sobre o capitão [João] Teixeira Pinto (Moçâmedes, Angola, 1876 — Negomano, Moçambique, 1917) temos mais de um meia centena de referências.

Desejo-lhe o melhor sucesso académico e votos de boa saúde e bom trabalho. Luís Graça. (***)
___________

Notas do editor:

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Guiné 61/74 - P21490: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (77): Memoriais Militares: obrigado pelo apoio da Tabanca Grande... Mas, atenção, o que procuro são as marcas, deixadas nos diferentes territórios ultramarinos pelas unidades que por lá passaram, e não monumentos aos combatentes da guerra do ultramar, erigidos nas nossas vilas e cidades (Serra Vaz, ex-fur mil inf / op esp, CCAÇ 2335, Angola, 1968 / 70)




Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Piche > Ponte Caium > Um dos mais belos e originais  monumentos aos nossos "caídos" no CTIG: neste caso,  de homenagem aos bravos de Caium... Sobravam, ainda em 2010, em cima do tabuleiro da ponte, que atravessa o rio Caium, na estrada Gabu-Piche-Buruntuma,  restos de dois memoriais distintos

(i) memorial, construído em 1973, de homenagem aos mortos da CCAÇ 3546 (1972/74): "Honra e Glória: Fur Mil Cardoso, 1º Cabo Torrão, Sold Gonçalves, Fernandes, Santos, Sold AP Dani Silva. 3º Gr Comb, Fantasmas e Lestos (?). Guiné- 72/74"; 

(ii) uma base de um nicho mariano, com os seguintes dizeres: "Nem só do pão vive o homem". Guiné, 1972-1974", reconstruído possivelmente pelo pelotão da CCAÇ 3546 que lá estave em 1973/74, mas mais antigo, lá lá se encontrava quando a CART 1742 (1967/69) tomou conta do sector que tinha sede em Buruntuma, diz o Abel Santos (*).

Fotos  (e legendas): © Eduardo Campos (2010).  Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Mensagem do nosso camarada Serra Vaz (**)

 
Date: quarta, 28/10/2020 à(s) 09:39
Subject: Agradecimento
 
Amigo Luís Graça;


Muito obrigado pelo teu E-mail, que passo em revista:

- Não tenho Facebook;

- O Ano passado fui a um almoço da Tabanca da Linha  no Caravela d' Ouro [, em Algés], onde me receberam muito bem, apesar de eu não ser "tabanqueiro", eu sou "sanzaleiro".

Entretanto , o teu (ou melhor, nosso ) antigo camarada João Crisóstomo, muito simpático, já me escreveu e eu vou já responder.

Abri o link e entrei no Blog; mais uma vez obrigado pelo "apelo" que tiveste a amabilidade de fazer, em meu nome.

Mas relativamente a esta questão, acho que se calhar não me fiz  nentender lá muto bem porque a matéria que eu estudo são os Memoriais Militares,  ou sejam,   as "Marcas", da nossa passagem por África (Cabo Verde e S. Tomé , incluídos),  que nós por lá deixámos, espalhados um pouco por todo o lado, e nada tem que ver com os Monumentos  de Homenagem aos Combatentes da Guerra do Utramar, erigidos em todas as vilas e cidades de Norte a Sul de Portugal.

No blog, aparece uma imagem do detalhe de um desses monumentos na  Lourinhã, (por acaso, conheço bem, ) que alimenta essa confusão.

Obrigado mais uma vez,  grande abraço

Serra Vaz

__________

Notas do editor:


domingo, 8 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20428: Recortes de imprensa (107): Homenagem, em Ribamar, Lourinhã, aos 23 pescadores, de um total de 38 mortos, que ficaram insepultos no mar nos últimos 50 anos ("Alvorada", 15 de novembro de 2019)




Notícia dado no suplemento "Grito Rural", do jornal quinzenário "Alvorada", Lourinhã, 15 de novembro de 2019. Com a devida vénia... (*)

1. Desde 1960,  38 pescadores de Ribamar, Lourinhã, naufragaram no mar, tendo perdido a vida... Desses, houve 23  corpos que  nunca foram recuperados, encontrando no fundo do mar a sua derradeira sepultura.  

É uma imensa e dolorosa história trágico-marítima para uma terra só... 

Ribamar, terra de que me orgulho por ser berço dos meus antepassados Maçaricos, quis fazer uma homenagem a estes "23 pescadores que o mar guardou", erguendo no cemitério local um "Farol Memorial", inspirado por farol do Cabo Carvoeiro que guia os pescadores desta vila, matriculados na capitania de Peniche (onde, atualmente, a maior parte da frota pesqueira, nomeadamente a do mar alto, é de gente de Ribamar)...

Além dos nomes dos homenageados, há uma inscrição onde se lê: "Não importa a distância que nos separa, há um céu  que nos une".

O monumento ‘Memorial aos que não tornaram’ é um projecto executado pela Junta de Freguesia de Ribamar, presidida pelo meu amigo Pedro Alexandre Rato,  através da edição de 2018 do orçamento participativo, do qual foi responsável Nuno Cruz.  A cerimónia teve a presença (inesperada) do Cardeal Patriarca de Lisboa. Apesar da chuva, por vezes torrencial, que caiu na manhã do dia 2 de novembro último, cerca de 120 pessoas não arredaram pé. (Fonte: Alvorada "on line", 5/11/2019).

De entre esses pobres náufragos, há gente meus parentes, e há seguramente alguns que fizeram a guerra do ultramar, tendo passado pela Guiné (**).

Há cerca de quatro anos atrás, foi inaugurado em Ribamar o monumento aos combatentes do Ultramar (***) que contou com a presença ativa de um dos filhos mais conhecidos da terra, o ten gen ref Jorge Manuel Silvério.

______________


segunda-feira, 1 de julho de 2019

Guiné 61/74 - P19938: Efemérides (306): 75º aniversário do nascimento de Salgueiro Maia (1944-1992): homenagem da sua terra natal, Castelo de Vide


Foi hoje inaugurado, em Castelo de Vide, sua terra natal, o monumento de homenagem a Salgueiro Maia (1944-1992), justamente no dia em que faria 75 anos se fosse vivo (*).  O monumento consiste na museologização de um símbolo do 25 de Abril, a Chaimite V200, oferecida pelo Exército. (Fonte: CM de Castelo de Vide, com a devida vénia).

Também arrancaram, no passado dia 25 de abril, as obras para a construção da Casa da Cidadania Salgueiro Maia, que vai ficar localizada no castelo desta vila raiana do Alto Alentejo. Trata-se de  investimento superior a três milhões de euros e vai ser um espaço museológico e de educação cívica. O espólio de Salgueiro Maia, conforme a vontade expressa em testamento pelo capitão de abril, ficou na sua terra. Por outro lado, sabemos que este nosso camarada, que foi comandante da  CCAV 3420, Bula, 1971/73, fez questão, em vida, de ser inumado na sua terra natal, em campa rasa.

Por outro lado, a RTP passa hoje o documentário "Salgueiro Maia: rumo à eternidade". Ficha técnica > realização: Francisco Manso | produção: Cristina Mascarenhas | autoria: guião e texto: Francisco Manso | música: Luís Cília | intérpretes: locução de Rui Portulez | ano: 2019 | duração: 35 minutos. Depoimentos: Adelino Gomes, Alfredo da Cunha, Carlos Beato, Carlos Matos Gomes, Hermínio Martinho,  José Alves da Costa,  entre outros.

Vd. também a página no Facebook da Associação Salgueiro Maia. Tem página na Net aqui.

Fernando José Salgueiro Maia, tenenente coronel de cavalaria, foi agraciado, com as seguntes ordens honoríficas:  

(i) ainda em vida, em 1983, Ordem da Liberdade, Grau Cavaleiro;

(ii) a título póstumo, em  1992, com a Ordem da  Torre e Espada,  Valor, Lealdade e Mérito, no grau Grande Oficial:

(iii) a título póstumo, em 2016, Ordem do Infante D. Henrique, Grau Cavaleiro.


Lisboa > Av Berna > Muro da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa (FCSH / NOVA)> Destaque para a figura do cap cav Salgueiro Maia (comandante da CCAV 3420, Bula, 1971/73), nosso camarada da Guiné,  e que eu conheci pessoalmente no ano letivo de 1975/76 no então ISCPS - Instituto Superior de Ciências Políticas e Sociais, na Rua da Junqueira, onde fomos colegas, por um ano, no curso de licenciatura em Ciências Sociais e Políticas, embora sem qualquer relacionamento pessoal.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Como já escrevi em tempos: 

Na altura, quando andávamos no ISCSP, estupidamente (!), nem sequer me ocorreu falarmos da Guiné onde estivemos na guerra, embora em alturas e sítios diferentes, eu, de 1969/71, em Bambadinca, ele de 1971/73, em Bula ... 

Nessa época, eu só queria esquecer a Guiné!... E das vezes que nos cruzámos, recordo-o como um típico militar do QP, de cavalaria, distante, reservado, e equidistante dos diferentes grupos estudantis de esquerda e extrema-esquerda que então imperavam no ISCSP.  No tenho ideia de alguma vez o ver fardado. 

Alguns dos colegas de curso não lhe perdoavam a sua participação no 25 de novembro, e quase ninguém tinha distância 'afetiva e efetiva' para antever o seu lugar na história de Portugal, enquanto operacional do 25 de abril (e do 25 de novembro). 

A crispação político-ideológica era então muito grande em 1975 e ainda em 1976... Por outro lado, os portugueses, têm, de há muito, uma 'relação bipolar', de amor-ódio,  com os seus heróis... (mas também com os seus deuses, santos, diabos e diabretes; possivelmente, essa relação 'bipolar', senão mesmo 'esquizofrénica', é universal, está longe de ser exclusiva dos tugas)... (**).

E em comentário ao poste P16275, acrescentei:

(...) "Salgueiro Maia teve a felicidade (ou a infelicidade, para os que o amavam, a esposa, os filhos, os amigos...) de 'morrer cedo de mais' (desgraçadamente, foi traído, aos 47 anos, por um cancro, que hoje poderia ter tido cura).

Nunca mais esqueceremos a cena dramática, épica, que foi o seu 'duelo' com os carros de combate que vieram da Ajuda e que lhe queriam barrar o caminho para a liberdade... É uma página extraordinária da nossa história!... 


Como cruel, e mesquinha foi a 'vingança' da hierarquia político-militar corporativa e conservadora que retomou as rédeas do poder e fez tudo para o amesquinhar e até destruir... A última parte da sua carreira militar (, 'desterrado' para os Açores e depois colocado à frente do 'presídio militar' de Santareém, afastada da sua casa, a EPC...) é  das coisas mais vergonhosas que lhe fizeram: autêntico 'bullying' castrense,  do mais mesquinho!...

Não somos bons a julgar os nossos contemporâneos, e sobretudo os melhores de todos nós. Temos uma problema de 'ejaculação precoce' nos juízos históricos do presnente ... Somos incapazes de raciocionar de maneira sinóptica, de ver,  num só relance, os que são geniais, que são mais do que homens, menos do que deuses, os nossos heróis... Só somos bons, a fazer consensos 'post mortem'... Mesmo assim é preciso, muitas vezes,  que os de fora, os 'estrangeiros',  nos deem uma dica... Temos, em suma, um grave problema de autiavaliação, de autoestima e de autoconfiança...

Não sei se é cinismo, se é fatalismo, se é morbidez, se é mesquinhez, se é inveja.... Direi apenas que é 'alma 
 pequena'... Levamos tempo e temos dificuldade em perceber de imediato a genialidade, a generosidade, a heroicidade, a santidade... dos nossos melhores: Camões, padre António Vieira, Sanches Ribeiro, Bocage, Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz, Amadeo Sousa Cardoso, Fernando Pessoa, Aristides Sousa Mendes, Veira da Silva, Humberto Delgado, António Damásio, Eduardo Lourenço, Jose Saramago, António Lobo Antunes, Sofia de Melo Breyner Andresen, Herberto Hélder, Salgueiro Maia, Vhils... são apenas alguns exemplos que me ocorrem, assim de repente, no campo das letras, da ciência, das artes, da ação cívica e política...

Estranho povo este... Mas não temos volta a dar: afinal somos nós, no nosso melhor e no nosso pior"...

2. Este mural [, inagem acima,] resulta de um desafio lançado pelo Instituto de História Contemporânea (IHC), unidade de investigação da FCSH/NOVA, a minha Universidade,   a que respondeu Vhils, co-fundador da plataforma Underdogs... o qual convidou mais quatro artistas (Miguel Januário, Frederico Draw, Diogo Machado e Gonçalo Ribeiro) para, em conjunto, pintarem o muro da Faculdade. 

 É uma visão (artística) do passado, do presente e do futuro do 25 de Abril de 1974. O objectivo foi “mostrar como esta nova geração de artistas interpreta o 25 de Abril e como esta data influenciou as suas vidas”, afirmou na altura, em 2014, Vhils, também conhecido por Alexandre Farto (n. Lisboa, 1987), e hoje já mundialmente famoso como artista da chamada "street art" ou arte urbana  (Fonte: FCSH/UNL).

__________

Notas do editor:


segunda-feira, 18 de março de 2019

Guiné 61/74 - P19599: Notas de leitura (1160): “Bijagós, Património Arquitetónico", por Duarte Pape e Rodrigo Rebelo de Andrade, Fotografia de Francisco Nogueira (Mário Beja Santos)



1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 17 de Novembro de 2016:

Queridos amigos,

O livro é irresistível, pelo rigor do conteúdo e pela preciosidade das imagens. Os Bijagós sempre provocaram um grande fascínio tanto pelos dons naturais, pela cultura, pela identidade do povo que durante séculos viveu em contenda com o continente, nomeadamente com os Beafadas, os vizinhos mais próximos.

Não se pode ficar indiferente com estes cadastros do legado colonial, impressiona o que se construiu e o que ainda está a tempo de ser conservado. Felizmente que alguma cooperação garante restauros e trava o aniquilamento de edifícios emblemáticos do que fora concebido com capital com contornos imperais.

Quem perdura o seu amor pela Guiné não pode deixar de olhar esta obra primorosa sem orgulho e indignação.

Um abraço
do Mário



Bijagós e o seu património arquitetónico: que beleza de livro!

Beja Santos

O património arquitetónico dos Bijagós é uma edição da Tinta-da-China, tem por autores Duarte Pape e Rodrigo Rebelo de Andrade e fotografias de altíssima qualidade de Francisco Nogueira. Tem história, enquadramento urbanístico, análise do espaço tradicional Bijagó e do espaço colonial e desvela os mais significativos edifícios coloniais. 

Na base do empreendimento está o projeto “Bijagós, Bemba di Vida! Ação cívica para o resgate e valorização de um património da humanidade”, uma parceria do Instituto Marquês de Valle Flôr e da organização não-governamental Tiniguena. Trata-se de um estudo que se insere no projeto de conservação dos recursos naturais e de desenvolvimento socioeconómico numa das zonas centrais da Reserva da Biosfera do Arquipélago de Bolama-Bijagós: as ilhas Urok.

Os autores preparam-se bem e o resultado está à vista, nesta edição cuidada, edição para guardar pelo cuidado posto no grafismo e na riqueza das imagens, fala-se dos Bijagós e de um património colonial que ameaça ruína, as imagens são tão impressivas que ninguém pode deixar de indignar-se com o descalabro que por ali vai.

A herança arquitetónica bijagó compreende o passado, através da compreensão dos textos, dos enquadramentos e das suas influências em comparação com outros patrimónios guineenses e coloniais; está o registo fotográfico do património existente e indaga-se o futuro, alguém tem que responder pela salvaguarda de um património comum de uma região com 88 ilhas e ilhéus, num total de 10 mil quilómetros quadrados. 

Há menção dos Bijagós em documentos dos descobridores a partir de 1457, são da maior importância as narrativas do navegador veneziano Luís de Cadamosto e do navegador genovês Uso de Mare. Os primeiros registos cartográficos surgiram em 1468 quando o navegador alemão Valentim Fernandes terá chegado às imediações de Canhabaque.

O processo de crescimento de Bolama está relacionado com a história e a cultural mercantil na região de Quínara e no rio Grande de Buba. O povo Bijagó vivia em permanente tensão com os Beafadas que se espraiavam entre Tombali e Fulacunda. A presença portuguesa era episódica e a hostilidade Bijagó indisfarçável aos colonos. Bolama foi fundada em 1752, muito depois de outras vilas e cidades da Guiné, quando o governo português ordenou ao Coronel Francisco Roque de Sotto-Mayor, Governador de Bissau, que tomasse posse da ilha, erguendo um padrão esculpido com as armas dos reis de Portugal. Recorde-se que a ilha de Bolama só pertenceu oficialmente a Portugal em 1870, após a arbitragem pelo presidente norte-americano Ulysses Grant do conflito luso-britânico.

A estrutura urbana baseia-se em modelos europeus: grelha ortogonal, reticulada, implantada a nordeste da ilha, e em contracto direto com o mar. Impuseram-se inicialmente os edifícios da Alfândega, o Palácio do Governador e Casa Comercial Gouveia. Surgiram depois outros edifícios-chave: o Banco Nacional Ultramarino, a Escola, o Arsenal e o Hospital, a Câmara Municipal e os Paços de Concelho. A escala da cidade de Bolama, observam os autores, é definida por um grande número de edificações térreas, pontualmente marcada por construções com dois ou mais pisos. Nos anos 20 do século XX, surgem planos da autoria do engenheiro Guedes Quinhones inspirados nos modelos humanos ingleses do final do século XIX, da Garden City, de Sir Ebenezer Howard e dos ideais norte-americanos da City Beatiful Movement.

Quando Bolama deixou de ser capital, em 1941, tentou-se torná-la um destino turístico muito apetecível, daí as piscinas municipais, o cineteatro e o complexo balnear da praia de Ofir. Hoje, os seus largos e praças perderam grande parte do caráter, em virtude do abandono dos serviços públicos. Era tal a beleza e a graciosidade da cidade que muitos a tratavam por Nova Mindelo e nos meios intelectuais dizia-se que aqui se tinha radicado o berço do crioulo.

Folheia-se o álbum fotográfico e sentimos o coração pequenino com as ruínas do antigo Palácio do Governador, as ruínas de Bubaque, estão entregues às ervas a casa de férias de Luís Cabral e as casas inacabadas para generais. De premeio, os autores mostram-nos a organização das tabancas Bijagós, construídas em clareiras, têm um ar delicado na envolvente paisagística.

Uma imagem muito bela pode potenciar no leitor um cruel sofrimento, ele tem que perguntar porquê a decomposição daquele edifício da central elétrica, como ainda guarda majestade a Câmara Municipal em ruínas, como é grotesco o belo exótico das ruínas do Hospital Militar e Civil, e como ainda resiste o Palácio do Governador e o Quartel Militar. Há uma Bolama que nasce e renasce. Por exemplo, o edifício da Alfândega foi totalmente recuperado pela cooperação espanhola, AICCID. O cineteatro de Bolama resiste, é um assombro de Arte Deco já tardio. A Escola Superior de Educação é um dos equipamentos de maior interesse da Bolama atual. Ficamos sem fôlego a ver a notável Imprensa Nacional, os autores advertem para o seu enorme potencial turístico e museológico.

A análise patrimonial não se circunscreve à ilha de Bolama, já se falou de Bubaque, Canhabaque tem património em decadência, aqui se mantém de pé o monumento comemorativo das operações de pacificação de 1935-1936.

Os autores concluem que é muito grande a qualidade patrimonial deste arquipélago e que é iniludível a importância do legado patrimonial do colonialismo português, ainda há muita recuperação, conservação e restauro que podiam tornar esta região muitíssimo apetecível pelos dons que a natureza que lhe ofereceu.

Enquanto lia com sentimentos contraditórios este álbum de indiscutível interesse, procurando conhecer as linhas da presença colonial, tanto na fase de consolidação de Bolama como capital da província da Guiné e o período posterior, até ao momento da independência, sempre de coração contrito com o património em ruínas, lembrava da visita que aqui fiz em 1991, a embarcação a chegar ao cais de onde se avista aquele espantoso monumento em pedra que Mussolini ofereceu à cidade de Bolama em homenagem aos aviadores italianos mortos, procurava as placas esmaltadas com os nomes insignes dos políticos da I República que aqui ficaram consagrados, passeara-me neste mar de ruínas perplexo como era possível dois povos espezinharem esta esplendorosa memória de uma vida em comum.

Pescadores bijagós
Imagem retirada do blogue LusONDA, com a devida vénia
____________

Nota do editor

Último poste da série de 15 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19588: Notas de leitura (1159): Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné (77) (Mário Beja Santos)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Guiné 61/74 - P19504: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (10): Porto Gole: homenagem aos portugueses que aqui chegaram antes de nós, há mais de 5 séculos e meio...


Foto nº 1 > Guiné-Bissau > Região do Oio > Porto Gole > 14 de fevereiro de 2019


Foto nº 1A > Guiné-Bissau > Região do Oio > Porto Gole > 14 de fevereiro de 2019


Foto nº 2A  > Guiné-Bissau > Região do Oio > Porto Gole > 14 de fevereiro de 2019


Foto nº 2 >  Guiné-Bissau > Região do Oio > Porto Gole > 14 de fevereiro de 2019


Foto nº 3 > Guiné-Bissau > Região do Oio > Porto Gole > 14 de fevereiro de 2019 [Antiga  Casa do Chefe do Posto, que fazia do parte do aquartelamento, conjuntamente com o celeiro]


Foto nº 3A > Guiné-Bissau > Região do Oio > Porto Gole > 14 de fevereiro de 2019


Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Região do Oio > Porto Gole > 14 de fevereiro de 2019


Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Região do Oio > Porto Gole > 14 de fevereiro de 2019


Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Região do Oio > Porto Gole > 14 de fevereiro de 2019

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2019) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso amaigo e camarada Patrício Ribeiro, empresário (Impar Lda), que vive entre Águeda e Bissau, e que tem vindo a fotografar os restos dos cacos do nosso império na pátria de Amílcar Cabral:

[Patrício Ribeiro é um português, natural de Águeda, criado e casado em Angola, Huambo, ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial, a viver na Guiné-Bissau desde meados dos anos 80 do séc. passado, fundador, sócio-gerente e director técnico da firma Impar, Lda.]

De: IMPAR Lda energia
Enviado: 14 de fevereiro de 2019 08:01
 Assunto: Portogol (fotos)

Bom dia, desde Bissau

Não sei se estes, quando aqui chegaram no ano de 1456, também tiraram uma foto.

Ao que parece chegaram um pouco antes de nós.

Para os outros que por aqui andaram, envio fotos com o cheiro do capim e da lama.

Como este meu texto é curto, cortem a palha e cubram o resto da casa, com os vossos comentários.

PS - A pedra do monumento [, inaugurado em 1946, no âmbito do 'V Centenário do Descobrimento da Guiné', sendo governador-geral Sarmento Rodrigues]  é boa para afiar catanas.

Abraço
Patrício Ribeiro

IMPAR Lda
Av. Domingos Ramos 43D - C.P. 489 - Bissau , Guine Bissau
Tel,00245 966623168 / 955290250
www.imparbissau.com
impar_bissau@hotmail.com
______________

Nota dos editores:

Último poste da série > 1 de agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18886: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (9): Bolama e a Fonte Nova de São João (1945)