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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Guiné 61/74 - P27492: O nosso livro de visitas (228): Em Nhacra organizei uma equipa de futebol de 11, e uma equipa de andebol de 7. Era a equipa das transmissões (António Viegas de Carvalho, ex-1º srgt radiomontador, STM, Nhacra, 1970/72)





Guiné > Bissau > Nhacra > Maio de 1972 > Equipa de futebol de transmissões. O 1º srgt Viegas de Carvalho  era o capitão da equipa, o segundo, a contar da esquerda para a direita, assinalado da amarelo.

Foto (e legenda): © António Viegas de Carvalho (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso leitor António Viegas de Carvalho, e nosso antigo camarada, em Nhacra, 1970/72, onde foi 1º srgt radiomontador do S TM - Serviço de Telecomumicações Militares.
 

Data - 2 de dezembro de 2025 18:33 
Assunto - Vamos desfazer as confusões (*)

Estive na Guiné de 1970 a 1972 no STM (Serviço de Telecomunicações Militares) como Primeiro Sargento Radiomontador (26 anos). 

Tinha a meu cargo a execução e manutenção do Centro Emissor (Antula) e Centro Receptor (Agrupamento de Transmissões) que estabelecia as ligações com Lisboa, Cabo Verde e Angola. 

Tinha ainda a meu cargo a execução e manutenção dos feixes hertezianos que ligavam telefonicamente Bissau com Mansoa, Teixeira Pinto, Cumuré, Bambadinca e Tite.

Por minha iniciativa construímos uma equipa de futebol de 11 e uma equipa de andebol de 7.

As equipas tinham um primeiro sargento (eu) e vários furriéis milicianos, cabos e soldados pertencentes ao STM e ao Agrupamento de Transmissões.

Como eu era o mais graduado,  tinha a braçadeira de capitão de equipa e jogava a defesa direito no futebol e a guarda-redes no andebol.

Quem vê a fotografia de frente,  sou o segundo em pé do lado esquerdo.

Um Abraço a todos que pisaram terras da Guiné Bissau (**)

Viegas de Carvalho

2. Comentário do editor LG:

Já pedi desculpas aos dois "António Carvalho" por erro de troca de identidades, na edição do poste P27487 (*), erro lgo corrigido.

Como já expliquei aos dois, Confundi o Viegas de Carvalho com o Carvalho de Mampatá. Os seus  endereços de email induziram-me em erro. Estou a habituado a lidar com o António S. Carvalho há "manga de luas"...

Naturalmente o António S Carvalho não conhece o António V Carvalho, não se conhecem, nem provavelmente se cruzaram na Guiné.

António Carvalho (mais conhecido por "Carvalho de Mampatá") só há um na lista alfabética dos 909 amigos e camaradas da Guiné, que se sentam à sombra do poilão da Tabanca Grande. O António Viegas de Carvalho ainda não está lá, mas vai dar-nos o prazer da sua companhia, sentando-se desde já no lugar nº 910.

Fica feito o convite... Só me faltam, afinal, o OK dele, que espero recebever na volta do correior, mais uma foto atual e outra do antigamente, e ainda duas linhas a completar o seu currículo, a dizer-nos pro onde andou e a fazer o quê...

A gente aqui trata-se por tu, somos todos praticamente da mesma idade, somos de um grande geração que soube fazer a paz e a guerra.  

Com um alfa bravo, Luís Graça  

PS1 - Já pedi desculpa, de viva voz, ao António S Carvalho pela confusão que armei...O Viegas de Carvalho, por certo, também vai entender e desculpar-me. Já corrigi o poste (que vinha originalmente em nome do Antóniio Carvalho, ex-fur mil enf, CART 6250772, Mampatá, 19872/74).

PS2 - Segundo a sítio História das Transmissões Militares, o nosso camarada António Maria Viegas de Cravalho:

(ii) é hoje Tenente-Coronel Técnico de Manutenção da Arma de Transmissões

(ii)  incorporado em 1961 na Escola Militar de Electromecânica (EMElm) como 2.º Sargento Radiomontador oriundo do Instituto dos Pupilos do Exército onde frequentou o curso de Electricidade, Rádio, Radar e Televisão;

(iii) fez duas comissões de serviço no Ultramar: Angola (1963/65) no Batalhão de Caçadores 460 e Guiné-Bissau (1970/72) no Serviço de Telecomunicações Militares (STM);

(iv) foi Comandante do Batalhão e Diretor dos Cursos de Transmissões na EMElm, Chefe do Grupo de Manutenção no DGMTm, Comandante do Destacamento de Transmissões na Região Autónoma da Madeira, Diretor Técnico do Projeto de Transmissões no âmbito da Cooperação Técnico-Militar com a República da Guiné-Bissau. 

(v) é autor de um interessantísismo artigo, ilustrado, sobre Os Primeiros Radio Telegrafistyas em Cabo Verde durante a II GM


(**) Último poste da série> 25 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26728: O nosso livro de visitas (227): Jacinto Rodrigues, ex-alf mil, de rendição individual, cmdt do Pel Caç Nat 57 (Cutia, Mansabá e Cutia, set 1969 / set 1971)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Guiné 61/74 - P27487: E fazíamos grandes jogatanas de futebol (5): Equipa do pessoal de transmissões, do STM - Serviço de Telecomunicações Militares, e do Agrupamento de Tr,ms, Nhacra, maio de 1972 (António Viegas de Carvalho, ex-1º srgt, STM, Nhacra, 1970/72))








Guiné > Bissau > Nhacra > Maio de 1972 > Equipa de futebol de transmissões. O 1º srgt Viegas de Caravlho era o capitão  da equipa, o segundo, de pé, a contar da esquerda para a direita.

Foto (e legenda): © António Viegas de Carvalho  (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem do António Viegas de Carvalho, ex-1º srgt, STM (Nhacra, 1970/72)

Data - terça, 2/12/2025, 16:32 
Assunto - Futebol em Nhacra

Equipa de futebol das Transmissões que era constituída por militares técnicos (Sargentos, Cabos e Soldados) do STM (Serviço de Telecomunicações Militares) e do Agrupamento de Transmissões.

Jogo realizado em Nhacra em maio de 1972.

Quem se reconhecer nesta fotografia que se apresente.

Viegas de Carvalho

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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Guiné 61/74 - P21677: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (22): Natal Santo que a todos nos abraça... (João Afonso Bento Soares, maj gen ref)


Guiné > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 2885 (1969/71) > 1969 > O cap eng trms, STM, Bento Soares, à direita, à civil,  com o alf graduado capelão José Torres Neves. São conterrâneos, ambos naturais de Meimoa, Penamacor.

Foto (e legenda): © João Afonso Bento Soares (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Mensagem de João Afonso Bento Soares ex-capitão eng trms, STM / QG / CTIG (1968/70), hoje maj gen ref, nosso grã-tabanqueiro nº 785]

  
Data: domingo, 20/12/2020 à(s) 18:18
Assunto: Boas Festas e Pergunta 

Caro Amigo Luís Graça:

1 - Acabo de ler o último mail da Nossa Tabanca, com muitos votos de Boas Festas para todos nós, aos quais gostosamente me associo, retribuindo para todos os companheiros e suas Famílias, com uns meus  dizeres de modesto bardo, alusivos à sempre linda Quadra que atravessamos (abaixo e em anexo):


Cascais, São Domingos de Rana, Natal 2020


NATAL SANTO

Natal Santo que a todos nos abraça
É festa da Família em união,
É onda de amor que nos trespassa
Deixando ver no outro, um nosso irmão.

É o sol quente beijando a vidraça,
É calor da lareira, é tição,
É como vinho, despejada a taça,
Que enrija a alma, adoça o coração.

Por mais anos que viva lembrarei
O encanto que tem a Consoada,
A mesa posta, o lume, o sentimento…

Oh! Deus Menino – também Cristo Rei:
Contigo aqui estamos, de mão dada,
Fruindo a Graça do Teu Nascimento.

João Afonso

2. Aproveitava esta ocasião para lhe pedir o envio, caso seja possível, do e-mail do co-tabanqueiro Ernestino Caniço que vejo referido no mail. 

Isto peço, porque queria contactá-lo para o estimular a produzir o apontamento (para o que se terá prontificado a fazer) alusivo ao Pe Capelão José Torres Neves

 O meu interesse deriva do facto de ele ser meu conterrâneo (aldeia de Meimoa) e eu, enquanto Capitão Comandante do STM - Guiné, o ter visitado em Mansoa, num fim de semana em 1969- ver foto anexa com ele, estando eu à paisana.

O forte e sempre mui amigo abraço

Maj Gen João Afonso Bento Soares

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Nota do editor:

Último poste da série >  22 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21676: Boas Festas 2020/21 (21): "A Covid/19, a tecnologia e o Natal"; poema de Paulo Salgado, ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2721

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Guiné 61/74 - P21401: Memória dos lugares (413): O meu Seiko 5 (five), comprado na Casa Costa Pinheiro, parou ao fim de 50 anos... (Carlos Pinheiro, ex-1.º Cabo TRMS Op Mensagens)



1. Mensagem do nosso camarada Carlos Pinheiro (ex-1.º Cabo TRMS Op MSG, Centro de Mensagens do STM/QG/CTIG, 1968/70) com data de 27 de Setembro de 2020:

O meu Seiko 5 (five) parou ao fim se 50 anos...

Comprei-o na Guiné, na Casa Costa Pinheiro em Bissau, onde trabalhava no escritório nas minhas horas vagas.
Já não me lembro quanto dei por ele mas não era barato, mas era e foi muito bom durante estes cinquenta anos.
Foi a peça que lá comprei que durou mais anos.

Comprei lá também um transístor SONY que não sei quanto tempo durou porque um camarada apropriou-se dele, enquanto estava a tomar o último banho da Guiné, poucas horas antes de seguir para o cais de regresso a casa depois de 25 meses e 10 dias de Guiné.

Também comprei uma máquina fotográfica FUJICA que durou ainda bastantes anos mas certamente por deficiência de uso também um dia parou mesmo de tirar retratos.

Mas o Seiko 5 deixou-me hoje ao fim de tantos anos.

A Casa Costa Pinheiro era talvez a maior casa comercial logo a seguir à Casa Gouveia da CUF.
Importava de tudo e tudo vendia em quantidades impressionantes.

Eram os automóveis Toyota Corolla, os Crown, as carrinhas Hi-Lux e as Staut e acima de tudo os camiões Toyota que por cá nunca apareceram.
Eram os relógios Seiko como facilmente do texto se pode deduzir bem como todos o material SONY, desde os pequenos transístores até aos mais potentes gravadores profissionais, de fita como era uso naqueles tempos e claro, as máquinas fotográficas FUJICA e respectivos acessórios e os indispensáveis rolos.
Eram as motas e as motorizadas Suzuky que nessa altura começaram a superar a Honda.
Era o material de som NIVICO, mas também o Garrard, para grandes salões e para profissionais.
Eram os produtos de beleza da Max Factor para as senhoras... a Colgate Palmolive que toda a gente usava nos quartéis, excepto no nas operações no mato claro, as esferográficas BIC que tantos milhares de aerogramas encheram de noticias, os tapetes da Issing Trading de Itália, que a malta comprava como recordação, eram os discos da Ansónia dos EUA, com os meregues a toda a prova, as porcelanas da Prago Export da Checoslováquia depois de ter também importado, em anos anteriores, os automóveis Skoda.

Enfim. Era uma casa muito grande se bem que não dava muito nas vistas, mas facturava muito bem.
Tantos milhares de letras ali preenchi referentes às vendas a prestações, especialmente dos carros e das motorizadas e motas.
As letras ficavam em carteira e os juros ficavam em casa sem intervenção do BNU que na altura era o único Banco da Guiné.

Nas madrugadas em que o Boeing da TAP ia a Bissau e voltava para Lisboa, era o dia e a noite toda a fazer-se correio para os mais variados fornecedores por esse mundo fora e para as mais variadas companhias de seguros porque parte importante das mercadorias perdia-se na viagem entre Lisboa e Bissau, sabe-se lá porquê. Mas as Companhias, depois do exame prévio na Alfandega e com a confirmação do Agente das seguradoras, garantiam a cobertura dos prejuízos.

E tudo isto para dizer que o meu Seiko 5 parou, ao fim destes 50 anos de vida e de trabalho sem parar... até que parou.

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Nota do editor

Último poste da série de 23 de setembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21386: Memória dos lugares (412): Ponta de Jabadá, na região de Quínara, sentinela do rio Geba, reconquistada ao PAIGC em 29 de janeiro de 1965

domingo, 12 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20851: Efemérides (322): O meu domingo de Páscoa de 1968 (Carlos Pinheiro, ex-1.º Cabo TRMS Op MSG)

Ressurreição de Cristo - Rafael


1. Em mensagem de hoje, dia 12 de Abril de 2020, o nosso camarada Carlos Pinheiro (ex-1.º Cabo TRMS Op MSG, Centro de Mensagens do STM/QG/CTIG, 1968/70), lembra o seu dia de Páscoa de 1968.


O Domingo de Páscoa de 1968

Já estava na tropa desde Outubro de 67 quando no dia 10 daquele mês assentei praça na EPC em Santarém, de má memória, onde chumbei no CSM e mais 200 camaradas – sim chumbámos 201 em 360 - tendo passado para o Contingente Geral e no início do ano de 68 sido transferido para o RTM no Porto onde tirei a especialidade de Operador de Mensagens bem como a Escola de Cabos.

Mal acabada a especialidade, fui transferido para o BT na Graça em Lisboa, mas rapidamente colocado a prestar serviço na Delegação do STM – Serviço de Telecomunicações Militares – no Quartel General da 2.ª Região Militar, em Tomar.

Estava desarranchado, dormia num quarto com mais dois camaradas em três divãs separados, em casa do Cabo RD Almeida, como também ali dormiam noutros quartos mais camaradas de armas. Aquilo não era bem um quartel, mas principalmente de manhã, apesar de não haver toque de alvorada, todos nos movimentávamos bem e depressa.

Comia no Restaurante Diamante Verde, na Rua dos Arcos, por trás do Quartel General. Acho que o desarranchamento eram 500$. Do quarto pagava 120$ e do Restaurante pagava 500$. Mas como “matava” alguns serviços de camaradas que se podiam safar e pagar, a coisa compunha-se.

Todos estes serviços de “matança” eram “coordenados” pelo Sargento, chefe do Posto do STM.
O STM era nas águas furtadas do QG onde, para além do Centro de Mensagens (a minha especialidade), existiam a Central de Teleimpressores com contacto com o Batalhão de Telegrafistas em Lisboa e com o QG do Campo Militar de Santa Margarida, bem como com os outros Quartéis Generais do País e, claro, o Posto de Rádio, em grafia, que comunicava com as mesmas entidades.

Existia ali ainda um aparelho do tempo da 2.ª Grande Guerra, um fac-simile da altura, marca Siemens, que todos os dias era posto à prova com uma transmissão de exploração para o BT e a devida resposta. Aquilo era mesmo antigo. A técnica era baseada num cilindro onde se acoplava o documento a transmitir e ia rodando, depois de se fazer a ligação telefónica para transmitir o documento. Usava um tinteiro e um sistema com um aparo que ia impressionando o papel conforme a imagem do documento. Claro que por vezes borrava-se a pintura… mas aquilo tinha que ser posto à prova todos os dias como mandavam as normas.

No 1.º andar, para além dos Gabinetes do Brigadeiro Comandante da Região Militar e do Coronel Chefe do Estado-Maior e outras repartições, havia o Centro de Cripto onde, nós quando recebíamos alguma mensagem classificada, íamos ao postigo daquele Centro entregar a mesma por protocolo e eles, depois de fazerem a passagem a cifra, vinham ao postigo do nosso Posto entregá-la para ser encaminhada e transmitida para o ou os destinatários. Era assim o dia a dia.

No Rés do Chão, para além dos serviços do quartel General e as instalações da PM, havia a Central Telefónica do QG, com uma Central Civil e outra Militar que eram operadas por telefonistas do STM. Era dali que de vez em quando, sem grandes abusos, conseguíamos fazer uma ou outra chamada para casa, para dar notícias, ou para algum dos nossos vizinhos que tivesse telefone porque naquela altura esses aparelhos eram raros.

Era assim a vida dentro daquelas quatro paredes. Falta dizer que no Rés-do-Chão, virado para uma pequena parada interna, havia a Cantina muito frequentada por todo o pessoal do QG, do STM e da PM que ali estava instalada.

A comida no Restaurante não podia ser muita nem nós podíamos ser exigentes dado o preço que se pagava. Mas comia-se sempre uma boa sopa, um prato de peixe ou de carne, pouco abundante para se manter a linha, um jarrinho de vinho e algumas vezes uma peça de fruta.

Ora, no Domingo de Páscoa de 1968, estava de serviço e lá fui almoçar. A senhora D. Rosa avisou-me que havia rancho melhorado. De facto, veio uma canjinha de galinha apetitosa e depois arroz com frango corado no forno. O arroz estava muito bom, mas o frango ou a galinha vinha aleijado. Só havia patas e pescoços… pelo que perguntei se ela tinha ido comprar o frango ao Entroncamento que nessa altura estava na sua grande época dos fenómenos. Ainda bem que fiz aquela pergunta pelo que a senhora sempre me arranjou uns bocados de carne para ajudar a empurrar o arroz.

Coisas da tropa, neste caso passadas fora do Quartel, mas mesmo ali ao lado.

Boa Páscoa para todos os amigos e, já agora cuidem-se e não façam aventuras porque a Pandemia está bem viva, anda por aí cheia de força, a fazer a vida negra a uma população indefesa. Por isso temos que nos resguardar em casa, nada de visitas, nada de cumprimentos mesmo que ocasionais, porque todo o cuidado é pouco. Mas temos que ter esperança e esperar melhores dias porque depois da tempestade vem sempre a bonança. Esperamos que desta vez também seja assim. Mas, entretanto, toca a recolher em casa.

Um abraço colectivo para todos os amigos.

Carlos Pinheiro
12.04.2020
Domingo de Páscoa caseiro…
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Nota do editor

Último poste da série de 4 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20812: Efemérides (321): No dia 4 de Abril de 1970, saiu a CCAV 2721 do cais de Alcântara em direcção a Bissau (Paulo Salgado)

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Guiné 61/74 - P19994: Facebook...ando (52): Viva o STM - Serviço de Transmissões Militares, embora as nossas "comunicações" andem um bocado lentas... (Guilherme Morgado / Hélder Sousa)


Sintra > Praia da Aguda > c. 1980 > O Guilherme Morgado. Foto de cronologia da sua página no Facebook, com a devida vénia...


1. Afinal de contas, já tínhamos trocado "galhardetes", em 23 de junho de 2015, na nossa página do Facebook, o Guilherme Morgado (*), o editor Luís Graça e o nosso colaborador permanente Hélder Sousa... Levamos 4 anos a retomar as nossas conversas,o que na vida de um homem é muito tempo (5% da atual esperança média de vida de um português). Em boa verdade, as nossas "comunicações" andam lentas...

Aqui vai um apanhado delas, das nossas "comunicações" (**)...

(i) Guilherme Morgado  (já era então, em 2015,  nosso amigo no Facebook):

O meu nome completo é Guilherme António Resendes Morgado. Fui Furriel Miliciano nr mec. 016819/69. Estive na Guiné Bissau de Abril de 1971 a Maio de 1973, no STM de Santa Luzia no QG desta cidade. 

Conheci toda a Guiné à conta das instalações radio telefónicas dos VHF e conheci o seu blogg através do artigo que o jornal Público tem apresentado sobre um assunto sobre o qual tenho uma crítica pouco favorável. Aliás já lhes apresentei as razões da minha discordância sobre este tipo de trabalho. Enfim, jornalistas! 

Mas bastou-me saber que existe uma bela plataforma informática de antigos combatentes da Guiné (terra que muito amei, amo e onde deixei amores) para me recordar de alguns dos melhores anos da minha vida, mau grado o estado de guerra que se viveu. 

Proximamente enviarei fotos e pdf´s de alguma documentação minha para constar nos vossos files. Um grande abraço para si e para todos os camaradas que estiveram na Guiné. Realmente o mundo é pequeno, mas a nossa Tabanca é grande. Até à próxima.

2. Houve, na altura, 3 comentários, do editor da Tabanca Grande, do Hélder Sousa e do próprio Guilherme Morgado:

Guilherme, és bem vindo!.. Temos muito gosto em acolher-te!... Na Tabanca Grande todos os camaradas da Guiné cabem com tudo aquilo que os une e até com aquilo que os separa... Manda o teu material através do nosso endereço de email: O blogue é a nossa casa comum... Esta página do Facebook é apenas o "hall" de entrada... Endereço de email: luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com


(iii) Hélder Valério de Sousa


Caro Guilherme, devemos ter tido algum cruzamento no tempo por lá, já que a minha comissão foi de Novembro de 1970 a Novembro de 1972. Também pertenci ao STM e por via disso fui para Piche até quase ao final de 1971 donde vim para ingressar na "Escuta"… e onde estive até ao final da comissão. 

Faz como está indicado, vai pelo endereço de mail do Blogue e conta-nos as tuas memórias. Nesse tempo, comigo na "Escuta" estavam os Fur. Mil. Eduardo Pinto, o Nelson Batalha, o Manuel Martinho, o José Fanha, todos do meu Curso,  e ainda havia o António Calmeiro. talvez também te lembres do Vítor Raposeiro. No Blogue também estão o Vasconcelos, o Belarmino Sardinha, o Manuel Dias Pinheiro Gomes, e outros que assim de repente não recordo.

(iv) Guilherme Morgado

Lembro-me bem do [Belarmino] Sardinha e seguramente estive com mais alguns. Fui a Piche quando fomos instalar o rádio telefone VHF que ligava esta povoação a Nova Lamego onde também tinha estado anteriormente a instalar o mesmo sistema.

Fiz Nova Lamego-Piche-Nova Lamego numa Chaimite. Jamais me esquecerei dessa deslocação por várias razões e uma delas bastante triste; em Piche deu-se um acidente que acabou por ser mortal a um camarada nosso atirador quando estava a limpar a arma após uma chegada de uma operação no mato. Há nomes que,  se me disseres,  já não me recordo. Vou-vos enviar algumas fotos através do Blog. Vamos contactando seguramente.

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Notas do editor:

(*) Vd, poste de 19 de julho de  2019 > Guiné 61/74 - P19991: O nosso livro de visitas (201): Guilherme António Resendes Morgado, ex-fur mil mecânico rádio e radar, STM, Bissau, Santa Luzia, 1971/73

(**) Último poste da série > 19 de junho de 2019 > Guiné 61/74 - P19902: Facebook...ando (51): Altamiro Claro, ex-alf mil op esp, da CCAÇ 3548 / BCAÇ 3884 (Geba, 1972/74), atual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Valpaços

Guiné 61/74 - P19991: O nosso livro de visitas (201): Guilherme António Resendes Morgado, ex-fur mil mecânico rádio e radar, STM, Bissau, Santa Luzia, 1971/73


Guiné > Bissau > Santa Luzia > 1972 > Quartel do Agrupamento de Transmissões

Foto (e legenda): © Sousa de Castro (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso leitor e camarada Guilherme António Resendes Morgado:

Data: terça, 16/07/2019 à(s) 13:33
Assunto: Camarada da Guine


Olá, camarada!

O meu nome é Guilherme António Resendes Morgado.

Fui furriel miliciano mecânico de rádio e radar. Estive na Guiné de 1971 a 1973, no STM de Bissau,  em Santa Luzia. O meu nº mecanografico era o 017819 69.

Gostei muito de tomar conhecimento deste teu blogue. Serei seu seguidor e,  caso consiga sem dor entrar bem fundo nas minhas recordações guineenses, terei muito gosto em dar o conhecimento que elas bem merecem.

Afinal a Tabanca é Grande. Não há lugar para esconder seja o que for.

Um grande abraço

Os meus emails são [...]

Guilherme Morgado

NB - Desculpa a acentuação e pontuação não serem correctas mas não me dou e fujo sempre que posso do sistema Apple, que a minha filha, Isabel Morgado, me emprestou.
Para mim só Microsoft. Manias!

2. Comentário do editor Luís Graça:

Camarada Morgado, tens toda a razão, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!... Temos, por isso, um lugar à tua espera, para te poderes sentar, confortavelmente, à sombra do nosso poilão: o lugar nº 794 ou números seguintes, até 800. Estamos a fazer uma campanha de angariação de novos membros da Tabanca Grande... Queremos chegar aos 800, até pelo menos ao Natal... Na calha, para o nº 794, tenho já o Lúcio Vieira, que vive em Torres Novas, e que pertenceu à CCAV 788 / BCAV 790, Guiné, 1965/67. Tu podes ser o nº 795, se entretanto me mandares, no "gosse gosse" [, ou seja, depressa...],  as duas fotos da praxe, uma do teu tempo em Bissau, e outra mais atual.

Vais encontrar aqui muita malta da tua arma de transmissões, do STM de Bissau, e do teu tempo, 1971/73.

Sobre o STM temos mais de 40 referências no nosso blogue. Também temos uma meia dúzia sobre Santa Luzia.

Precisamos de histórias, memórias, fotos, documentos... Vê o que nos podes arranjar para enriquecer as nossas "geografias emocionais"... Manda pelo mesmo endereço do blogue, que utilizaste. Creio que és o primeiro furriel mecânico que se apresenta com a "dupla especialidade" de rádio e radar... Tinha a ideia de que não havia radares (operacionais)... no CTIG. Não sei se é verdade, e eu estou a cometer uma injustiça para com a nossa gloriosa FAP... Tens de nos explicar o que fazias em Santa Luzia... Não devias antes estar em Bissalanca, na BA 12, onde havia um radar de defesa mas que não funcionava ?!

Até a uma próxima. Um alfabravo do Luís Graça, fundador, administrador e um dos editores do blogue.
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Nota do editor:

Último poste da série >  3 de julho de 2019 > Guiné 61/74 - P19941: O nosso livro de visitas (200): Ana Catarina Tavares, sobrinha-neta do capelão Libório Tavares (, nascido em 1933, em Rabo de Peixe, São Miguel; esteve em Nova Lamego, ao tempo do BCAÇ 2835, 1968/69; foi pároco em Brampton, Toronto, Canadá)

domingo, 12 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19776: Tabanca Grande (478): José Ramos, ex-fur mil, Destacamento do STM do CTIG (1968/70), chefe do Posto do STM de Bafatá, sob o comando do então cap eng trms, João Afonso Bento Soares... Passa a ser o grã-tabanqueiro nº 789 e já marcou presença em Monte Real, no próximo dia 25...







Guiné > Região de Bafatá > Destacamento do STM (Serviço de Telecomunicações Militares) > Posto do STM de Bafatá > José Ramos, ex-fur mil trms

Fotos: © José Ramos (STM) (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagen: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Mensagem do José Ramos, com data de 10 de corrente, 17h23

Caro Amigo Luís Graça: 

É com enorme prazer e satisfação, que venho responder ao seu amável e oficial convite para integrar a vetusta Tabanca Grande. 

Para tanto, envio os elementos pedidos: 

(i) o meu Nome é José Ramos, ex Furriel Miliciano do Destacamento do STM / Guiné 68-70, chefe do Posto do STM de Bafatá, sob o Comando do então Capitão Engº de Trms, João Afonso Bento Soares [, nosso grã-tabanqueiro nº 785]; 

(ii) o STM (Serviço de Telecomunicações Militares) destinava-se a apoiar as Forças do CTIG na área das Transmissões Permanentes, facultando ligações rádio e tegráficas de Bissau para a Metrópole e de Bissau para todos os comandos de Agrupamento, de Batalhão e COP;

(iii) a minha missão específica situava-se ao nível de Recepção e Envio de mensagens em morse, a partir do Posto de Bafatá que eu chefiava e que servia no local um Comando de Agrupamento, um Esquadrão de Cavalaria e um Batalhão de Caçadores.

Devido à importância funcional e estratégica destas três Unidades, o nosso posto era, logo a seguir ao de Bissau, o de maior tráfego de mensagens na Guiné, o que exigia grande esforço e dedicação de toda a equipa. 

Junto em anexo três fotos do meu tempo de Guiné e uma foto actual. 

Um grande abraço e até ao dia 25 de Maio,  em Monte Real.

José Ramos

2. Comentário do editor Luís Graça:

Zé, como camaradas que fomos, no TO da Guiné, tratamo-nos por tu. São, de resto, estas normas (facultativas) do nosso blogue. O tratamento por tu facilita a comunicação entre nós, nomeadamente pessoal miliciano e praças.

Por outro lado, verifico que estivemos no TO da Guiné, mais ou menos na mesma altura e na mesma região, a de Bafatá, tu entre 1968/70 e eu entre junho de 1969 e março de 1971.  A minha companhia, CCAÇ 12, africana, esteve ao serviço, como subunidade de intervenção, de dois batalhões sediados em Bambadinca: BCAÇ 2852 (1968/70) e BART 2917 (1970/72)... Seguramente que nos cruzámos em Bafatá, aonde íamos com regularidade (em lazer, em serviço, etc.).

Já temos, na Tabanca Grande, uma "morança" com a tabuleta "José Ramos", ex-1º cabo cav, EREC 3432 (Bula, 1972/74), Para não ocnfusão com a tua "morança", vou.te chamar José Ramos (STM) ou, em alternativa, José Ramos (Lisboa) ou ainda José Ramos (Bafatá)...  Mas, na volta do correio, podes sugerir outro nome: por exemplo, pôr uma apelido intermédio... Em qualquer altura podemos emendar, corrigir, neste caso, "desambiguar"...

Tu é que me dizes como queres ser conhecido na Tabanca Grande, sabendo à partida que já há um José Ramos, da arma de cavalaria... Uma vez que a antiguidade é um posto, também na Tabanca Grande, e sendo tu mais "periquito" (nestas andanças bloguísticas), temos de arranjar um solução de compromisso... O teu nome bai ficar, na lista alfabética dos membros da Tabanca Grande, a  seguir ao José Ramos, como José Ramos (STM) (Vd. coluna estática, do blogue, do lado esquerdo.)

Quanto ao resto, és recebido de braços abertos por mim, demais editores, colaboradores permanentes e demais pessoal da Tabanca Grande: contigo passamos a ser 789 os grã-tabanqueiros, dos quais, infelizmente 72 já deixaram a terra da alegria... A sua presença, o seu nome, as suas fotos e hstórias continuam a ser um forte estímulo para prosseguirmos, ao fim destes 15 anos, a honrosa  missão de  partilhar memórias (e afetos) à volta da Guiné e das nossas comissões de serviço militar, entre 1961 e 1974.

Até Monte Real, sábado, dia 25 de maio!... Luís Graça

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Guiné 61/74 - P19650: Tabanca Grande (474): João Afonso Bento Soares, ex-Cap Eng TRMS, STM / QG / CTIG (1968/70), hoje Maj Gen ref. senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 785


Guiné > Bissau > STM - Serviço de Transmissões Militares  / QG / CTIG  (Fev 1968/fev 1970)  > O comandante, no seu gabinete, o então cap eng trms, João Afonso Bento Soares

Foto (e legenda): © João Afonso Bento Soares  (2019) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Mensagem do João Afonso Bento Soares, na sequência do convite do nosso editor Luís Graça para passar a integrar a Tabanca Grande sob o nº 785. [Uma detalhada nota biográfica do nosso novo grã-tabanqueiro já foi publicada anteriormente, no poste P19645 (*)]

Data - quinta, 4 abr 2019 00:01

Assunto . Admissão na Tabanca Grande

Caríssimo Amigo: Bem-haja pela atenção havida na publicação do assunto proposto (*).

Igualmente grato pelo honroso convite de me integrar na Tabanca Grande pelo que gostosamente aceito então o nº 785 logo a seguir a um camarada amigo do meu tempo! [, o cor art ref Morais da Silva] (**)

Digitalizei uma foto no meu gabinete de Comandante do Destacamento do STM/Guiné, função que desempenhei no período de fev 68 - fev 70, como Cap Eng de Transmissões. Se a digitalização anexa não ficou aproveitável, diga-me para tentar outra alternativa.

Também já deve ter recebido o mail onde o Carlos Pinheiro refere como se integrou no STM em que prestou um excelente serviço.

Também anotei com prazer o facto de o meu amigo referir a sua aptidão para compor umas rimas. Pela minha parte sou um modestíssimo bardo. Ainda assim fiz, por exemplo, uma série de sonetos que apresentava nos convívios da CCE 266 (para que era convidado posteriormente à conclusão do assunto que publicou). Anexo um desses poemas.

João Afonso Bento Soares.
________________

VELHOS SOLDADOS 

É sempre muito grata a missão
De estar junto aos INFANTES neste dia,
Em preito de homenagem aos que então
Pertenceram à nobre COMPANHIA.

São bravos e valentes CAÇADORES
Unidos por um mesmo sentimento:
Honrar a Lusa Pátria e seus Valores,
E dela recolher merecimento.


Perdure neste Encontro a Amizade
Comungando momentos de Verdade
Nos pedaços de vida recontados…

Uma História que vem desde o Sertão
Tocando, bem no fundo, o coração
De cada um de vós: “VELHOS SOLDADOS”!

Com o muito amigo abraço aos Familiares
e “Velhos Soldados” da CCaç 266

João Afonso Bento Soares
Major General

Figueira da Foz aos 7 de Junho de 2008

2. Mensagem do Carlos Pinheiro, já publicada como comentário ao poste P19645 (**)

Fico grato ao camarigo Luis Graça pelo acolhimento cordial, franco e sincero que fez a este novo Tabanqueiro que, por sinal e mero acaso (, fui para a Guiné mobilizado, erm rendição individual, para o BCac 1911 que veio logo após a minha chegada aquele território onde nem sequer me mandaram apresentar,) foi meu Comandante na Guiné.

Andei por ali uns dias aos papéis e,  como já tinha uma experiência de 6 meses do STM no QG da 2ª RM (Tomar) onde exerci as funções da minha especialidade, assim, solitário em Bissau só perguntei onde era o STM e, depois de me terem dado as coordenadas, lá me apresentei e me ofereci para trabalhar no Centro de Mensagens do STM do CTIG, tendo sido aceite de imediato. 

Foram 25 meses, a maior parte debaixo do Comando do Capitão Bento Soares. Foram tempos dificeis, com muitas tragédias pelo meio - o caso da jangada  de Madina do Boé, o caso da morte dos 3 Majores, o caso da queda do Heli com os deputados e com o Capitão Andrade, que tinha sido meu Comandante na EPC em Santarém, onde todos morreram, o caso da operação Conacri a terminar a minha comissão - e tanta coisa mais, pelo que não esperaria outra atitude do Luís Graça. 

Parabéns a todos,  e boas vindas a esta Tabanca Grande do Major General João Afonso Bento Soares. 
Um abraço colectivo.

sábado, 11 de agosto de 2018

Guiné 61/74 - P18914: Memória dos lugares (379): No restaurante e cervejaria Pelicano, à noite, acabado de desembarcar em Bissau, em 9 de novembro de 1970, ouvindo "embrulhar" lá longe, talvez Tite, talvez Fulacunda...(Hélder Sousa)



Guiné-Bissau > Bissau > 1996 > Rua onde ficava a célebre cervejaria Solmar, aqui evocada pelo Hélder Sousa, acabado de chegar a Bissau, em 9 de novembro de 1970: "Após o jantar, uma voltinha para desmoer e reconhecer os vários locais de interesse, a Solmar, o Solar do 10, a Ronda, o inevitável Café do Bento (5ª Rep.), a casa das ostras na rua paralela à marginal, o Pelicano"...

Foto: © Humberto Reis (2005). Todos os sireitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



Guiné-Bissau >  Região de Bafatá > Saltinho > Abril de 2006 > Um olhar de esperança no futuro ?... É, pelo menos, o que gostaríamos de adivinhar neste olhar inocente de uma criança às costas de sua mãe... O que mudou na Guiné-Bissau, desde que o Hélder Sousa desembarcou, em Bissau, do T/T Ambrizete, em rendição individual, em 9 de Novembro de 1970 ?...

Foto: © Hugo Costa (2006). Todos os sireitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O nosso camarada, amigo e grã-tabanqueiro  Hélder Sousa (ex-Fur Mil de Transmissões TSF, Piche e Bissau, 1970/72), desembarcou, em Bissau, do T/T Ambrizete, em rendição individual, em 9 de novembro de 1970 (, tendo partido de Lisboa ao findar dia 3). 

Apresentou-se no STM (Serviço de Transmissões Militares), em Santa Luzia, e depois foi dar uma volta para conhecer Bissau "by night"... São as primeiras impressões da cidade que ele relata aqui, telegraficamente (*).  É mais um contributo para a nossa "memória dos lugares" (**)... Curiosamente, do seu roteiro inicial de Bissau, "by night", não constava o Chez Toi..."Boite", "cabaret", "night club"...era a coqueluche de Bissau "by night", no início da década de 1970...Não havia cão nem gato que não conhecesse ou quisesse conhecer o "Chez Toi" onde "gajas brancas",,,


(...) O camarada que fui substituir deixou-me depois aos cuidados dos meus conterrâneos vilafranquenses, furriéis milicianos José Augusto Gonçalves e Vitor Ferreira, o primeiro deles meu colega da Escola Industrial e o outro das tertúlias do Café A Brasileira, mais parceiro que adversário das partidas de bilhar, os quais estavam integrados nas Transmissões (nessa ocasião ainda estava em criação o futuro Agrupamento de Transmissões) os quais arranjaram um espaço para me acomodar no quarto que compartilhavam nas instalações para sargentos em Santa Luzia, juntamente com outro Furriel, de apelido Pechincha, que tinha estado numa Companhia de Caçadores Nativos [, CART 11,] e que estava agora destacado numa repartição qualquer do QG.

Levaram-me a jantar à Meta (já li algumas referências no Blogue mas não me parece que lhe tenham dado o relevo que de facto tinha naqueles finais de 1970), lugar muito frequentado, com uma zona de Bar, zona de restauração e uma enorme pista de minicarros, muito maior que as que conhecia cá na Metrópole e que era palco de acesas e renhidas disputas de competição dos vários miniaceleras que por lá iam gastando o seu tempo e dinheiro.

Após o jantar, uma voltinha para desmoer e reconhecer os vários locais de interesse:

  • a Solmar;
  • o Solar do 10;
  • a Ronda;
  • o inevitável Café do Bento (5ª Rep.);
  • a casa das ostras na rua paralela à marginal;
  • o Pelicano.
Aqui no Pelicano, quando para me integrar saboreava a minha coca-cola com uísque (era um privilegiado, já tinha tido a oportunidade de beber aquela coisa quando em 1968 estivera em França, Bélgica e Inglaterra), tive contacto directo com mais algumas das realidades do mundo onde estava a entrar...

O primeiro foi a sensação estranha de estar ali na esplanada a ouvir embrulhar lá longe, do outro lado do grande e largo Geba, diziam que era em Tite, ou Fulacunda ou qualquer outro nome que para mim naquela ocasião não assumia personalidade, coisa que mais tarde já não era assim, os nomes tinham depois uma identidade própria, acho mesmo que havia até uma como que espécie de hierarquia, no que respeita à forma como eram identificados pelas dificuladdes de vida que lhes eram inerentes.

Estar ali a ouvir os rebentamentos abafados pela distância e a ver alguns clarões deu logo um arrepiozinho na espinha, com aquele misto de temor e de ansiedade que nessas ocasiões nos assaltam, mas também com um pensamento de solidaridade e angústia pela impotência de quem só pode assistir e não intervir.

O segundo contacto foi mais do género de constactar a degradação moral que a permanência em situações daquelas podia produzir em espíritos mais fracos. Já se falava do que acontecia no Vietname com os soldados americanos consumindo droga para resolver os seus problemas mas ali no Pelicano não foi esse o caso.

Tratou-se apenas do facto de que em determinado momento um desgraçado qualquer acercou-se da mesa onde estávamos e procurou vender uma fotos "de gaijas nuas". É claro que recusámos mas fui depois esclarecido de que não se tratavam de "gaijas" mas sim de "uma gaija", a própria mulher dele, a quem ele (diziam que era um fulano já bastante apanhado do clima) enviava fotos que tirava a si mesmo sem roupa e pedindo que ela lhe enviasse fotos do mesmo jeito, que ele depois reproduzia e tentava vender.

Fiquei bastante impressionado com aquela demonstração prática da alienação a que o clima de guerra e o consequente improviso da vivência podiam produzir em seres humanos e jurei a mim mesmo que haveria de sair da Guiné são de cabeça e mais determinado em contribuir para as mudanças inevitáveis que haveriam de ocorrer na nossa sociedade. (...)

_____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 6 de fevereiro de 2008 >  Guiné 63/74 - P2509: Estórias de Bissau (15): Na esplanada do Pelicano, a ouvir embrulhar lá longe (Hélder Sousa)

(**) 10 de agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18910: Memória dos lugares (378): Restaurante, pensão e "boite", o Chez Toi fazia parte do roteiro de "Bissau, by night"... O estabelecimento situava-se na rua engº Sá Carneiro... Desdobrável publicitário: cortesia de Carlos Vinhal.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Guiné 63/74 - P18838: Recordações dos tempos de Bissau (Carlos Pinheiro, ex-1.º Cabo TRMS) (7): Recordações do STM/CTIG

Aqui estou eu, compenetradíssimo, a passar a stencil a Presse


1. Em mensagem do dia 8 de Julho de 2018, o nosso camarada Carlos Pinheiro (ex-1.º Cabo TRMS Op MSG, Centro de Mensagens do STM/QG/CTIG, 1968/70), enviou-nos esta recordação do seu  tempo de Bissau:


RECORDAÇÕES DOS TEMPOS DE BISSAU

PEDAÇOS DA HISTÓRIA DA GUINÉ
 
7 - Recordações do STM/CTIG

Procurando rememorar o STM de Bissau, onde passei 25 meses, entendo dever procurar fazer um pouco de história acerca do STM que eu já conhecia antes de chegar à Guiné - comecei a fazer serviço como Operador de Mensagens no QG da 2.ª Região Militar em Tomar a partir de Março de 1968 - começarei por dizer que Transmissões sempre existiram em todos os Exércitos, em todos os tempos, com os meios e as técnicas que existiam, porque a troca de informações, para o êxito das missões, sempre foi considerada indispensável. Porém, diga-se em abono da verdade que Transmissões propriamente ditas, independentes das várias Armas, nomeadamente da Arma Mãe, a Engenharia, só começaram a existir no nosso Exército a partir da década de 50 com a criação do STM – Serviço de Telecomunicações Militares no antigo BT – Batalhão de Telegrafistas - na Graça, em Lisboa, e posteriormente com a instalação do Regimento de Transmissões, no Quartel da Arca de Água, no Porto.

No Centro de Transmissões de Tomar, para além do Centro de Mensagens, existia o Posto de Rádio com ligações ao Batalhão, às Unidades Militares da Região, incluindo o QG do Campo Militar de Santa Margarida e às outras Regiões Militares, existia ainda o Posto de Teleimpressores que tinha ligações directas com o Batalhão e com o QG do Campo Militar e também tínhamos um Posto de Fac-simile, um aparelho Siemens da 2.ª Grande Guerra, que todos os dias fazia exploração com o Batalhão para garantir e confirmar a sua operacionalidade. Fazendo um apelo à memória já cansada, penso que ainda me lembro de vários indicativos dos teleimpressores, RPFE, RPTB, etc., como me lembro de indicativos telegráficos como o TECOMUNICATERRA, Direcção do Serviço de Telecomunicações Militares, o CHEMILDOIS, Chefe do Estado Maior da 2.ª Região Militar, etc.

Entrando agora no STM de Bissau, começo por dizer que naqueles tempos longínquos, quando ninguém sabia o que eram telemóveis e a Rádio não era nada do que hoje é, algumas notícias ouviam-se em Onda Curta, mas sempre com má qualidade e normalmente a horas impróprias, sentia-se a falta de informação escrita, apesar de Bissau ter um periódico que saía de vez em quando.
Mas notícias chegavam todos os dias a Bissau, expedidas de Lisboa, para todo o mundo, em Morse. Havia que trabalhá-las.

Por isso, para suprir aquela falta de notícias, o Destacamento do STM do CTIG começou por organizar a sua recepção, a sua interpretação, a sua impressão e a sua posterior divulgação pelas Unidades Militares de Bissau.
Davam cara a este trabalho voluntário, como o 1.º Sargento Liberal da Silva gostava sempre de sublinhar, para além dele próprio, o 2.º Sargento Caldas da Silva, o 1.º Cabo RADIOT Irineu e este modesto escriba que fazia a interpretação do “apanhado”, o trabalho dactilográfico nas folhas de stencil, a impressão no duplicador Gestetner e muitas vezes até a distribuição pelos serviços do QG, pelas Messes do QG e Unidades de Bissau.

Era uma equipa pluridisciplinar digna de todo o registo, digna de ser recordada ao fim de todos estes anos, mas seja-me permitido dizer, o Irineu, o RADIOT era uma peça chave, por razões óbvias, mas acima de tudo pela sua grande capacidade de recepção.

Tudo funcionava sob o comando e orientação do Comandante do Destacamento, o então jovem Capitão João Afonso Bento Soares, hoje distinto General na reforma.

O 1.º Sargento Liberal Silva, coordenava a equipa, se bem que esta muitas vezes já funcionasse automaticamente como se estivesse em auto-gestão, o 2.º Sargento Caldas da Silva tratava da Expedição já que era o CMsgs, que ele chefiava, que tinha as viaturas e os estafetas.

Seja-me permitida uma palavra de saudade para estes dois últimos amigos que já nos deixaram há muito, e de uma forma especial para a memória do Sargento Caldas, grande amigo, que naquelas terras africanas passou grande parte da sua vida.

Como já tive oportunidade de referir, completava a equipa o Radiotelegrafista Irineu, este modesto mas atrevido escriba, os estafetas e os motoristas de serviço.

De vez em quando acontecia um ou outro contratempo. Era o stencil que se rompia e tudo tinha que voltar à primeira forma. Era a tinta que borrava o trabalho e tudo também voltava ao princípio, mas a noite era nossa e tudo acabava sempre em bem.

No outro dia de manhã, quando o serviço o permitia, eram dirigidos vários exemplares às 4 Repartições do QG, ao CEM, ao COMCHEFE, ao Palácio do Governador e a cada Unidade de Bissau, sendo que esse trabalho acabava sempre perto da hora da 2.ª refeição, tudo feito com recurso a Protocolo.
Como se pode imaginar, o STM, para além de ter posto no ar as 4 Redes de Rádio para o interior da Guiné e fazer a sua manutenção para que as mesmas estivessem sempre operacionais nas 24 horas de cada dia, mantinha também uma Rede para o Metrópole, no BT, para a Comando Chefe, para a Marinha e para a Força Aérea existiam também redes de Teleimpressor, como também para Mansoa, mas, por questões de segurança, por causa de algumas vulnerabilidades, só eram usadas em situações que não envolvessem matérias sigilosas, dizia o STM de Bissau para além das suas responsabilidades no contexto operacional que se vivia, também sabia colaborar em missões de informação geral como era o caso da distribuição da Presse Lusitânia como se pode constatar pelas reproduções.

Assim, por mera curiosidade, mas também para matar algumas saudades acumuladas com o andar dos tempos daquelas noites loucas, vão aqui dois exemplares, sendo o primeiro do dia 13 de Julho de 1969. Na 1.ª página fala-se da visita Presidencial ao Brasil, o Professor Marcello Caetano, da viagem no avião a jacto da TAP, da sua chegada e da calorosa recepção que teve à sua chegada aquele país irmão.


Nesta segunda página, como poderão verificar, temos a chamada VIDA DESPORTIVA, fala-se de futebol, da Taça Ribeiro dos Reis, de atletismo, da digressão do Vitória de Setúbal a Angola e a Moçambique e dava-se conhecimento da Chave do TOTOBOLA daquela semana, sendo que na semana em análise só pontificavam equipas secundárias, possivelmente devido a alguma interrupção do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, quem sabe se motivada por algum jogo da Selecção Nacional.
Mas esta da Chave do Totobola, não deixa de ser interessante recordar já que para além da Lotaria Nacional, naquela altura, o Totobola era o único Jogo Social explorado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e era muito apreciado e procurado naquela época.

Na página seguinte reproduz-se a PRESSE do dia 31 de Julho de 1969.

Nesta 1.ª página, para além das notícias da política da altura, e muitas vezes eram exaustivas como convinha, regista-se a chegada a Lisboa do Paquete “Vera Cruz” com tropas de regresso do Ultramar, mas também se dá nota da VIDA DESPORTIVA que inclui ciclismo – VIII Grande Prémio Robbialac – dum acidente dentro desse Grande Prémio onde esteve envolvido o grande Joaquim Agostinho e termina a página com uma referência ao Campeonato Nacional de Juniores de Andebol de Onze.

Nesta página é dada nota de alguma dificuldade de ligação do grande Eusébio ao Benfica.
A página completa-se com notícias da chamada Vida Internacional.
Era assim que o Destacamento do STM do CTIG, colaborava na difusão das notícias do mundo junto das outras Unidades Militares.

É mesmo bom recordar, para que a memória não esqueça.

Carlos Pinheiro, no dia 4 de Dezembro de 2011, passados mais de 42 anos dos factos.
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Nota do editor

Último poste da série de 26 de dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9273: Recordações dos tempos de Bissau (Carlos Pinheiro) (6): Notícias da Guiné de 9 de Fevereiro de 1969

terça-feira, 13 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17463: Convívios (810): STM - Almoço dos velhos com novos à mistura, assim foi no dia 3 de Junho de 2017, no Porto, no antigo Quartel de Arca d'Água (Belarmino Sardinha)



1. Mensagem do nosso camarada Belarmino Sardinha (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista STM, Mansoa, Bolama, Aldeia Formosa e Bissau, 1972/74), com data de 4 de Junho de 2017:

 
STM - Almoço dos velhos com novos à mistura 

Foi ontem, dia 03 de junho de 2017, que ocorreu no Porto, com encontro no antigo quartel de Arca D’Água, Regimento de Transmissões de Engenharia, hoje parque de estacionamento da PSP, que se reuniu o pessoal que queria reencontrar-se ou voltar a encontrar-se com alguns dos seus antigos camaradas de armas. 

Elaborei esta nota simples, sem preocupações, para mostrar que também aqueles que, não pertencendo a nenhum Batalhão, Companhia ou Pelotão, por serem de rendição individual, se reúnem e confraternizam parecendo até, passados todos estes anos, terem sido um Batalhão. 

Foi o meu primeiro ano nestas andanças, curiosamente chegou ao meu conhecimento este evento através de um camarada que vive em Espanha, veja-se, mas que se encontra também aqui inscrito a fazer a sua prova de vida na Tabanca Grande. Sem ele não sabia destes encontros. 

Ainda há muito a fazer para reunir neste espaço os camaradas que desconhecemos por onde andam, se estão vivos ou não. Se o almoço não justiçou o preço, ficou isso superado, pelo menos para mim, com o encontro de camaradas e amigos cujo paradeiro desconhecia e nada sabia há mais de quarenta anos. Esse reencontro valeu tudo. 

Houve ainda o reviver das nossas tarefas da altura, com a visita ao museu do STM no Quartel do Porto onde decorreu o almoço. 

Ficou já definido que para o ano nos vamos encontrar, os que puderem e quiserem, no Alentejo, em Mora, vamos aguardar a chamada para esse efeito e esperar que possamos ser ainda mais que este ano. 

Para os organizadores do que passou e para os que se comprometeram com a tarefa de organizarem o próximo, aqui fica um grande abraço de agradecimento e a certeza de que, nada havendo que o impeça lá estarei a fazer a minha prova de vida e a dar-vos um abraço. 

Sobre o espaço onde nos reunimos para seguir para o novo quartel nada digo, as imagens demonstram bem como se pode deixar degradar o património. 

Até para o ano. 

Envio algumas fotos que tirei e espero ilustrem condignamente o encontro.

Belarmino Sardinha















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Nota do editor

Último poste da série de 9 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17450: Convívios (809): Encontro do pessoal da CCAV 2748/BCAV 2922, levado a efeito no passado dia 3 de Junho de 2017, em Almeirim (Francisco Palma)

sábado, 12 de março de 2016

Guiné 63/74 - P15845: Inquérito 'on line' (42): Eu, como 1º cabo radiotelegrafista STM e chefe de turno, não me podia dar ao luxo de apanhar um pifo de caixão à cova.... Alegre, sim, confesso que muitas vezes estive... (Belarmino Sardinha)

1. Mensagem do Belarmino Sardinha [ex-1.º Cabo Radiotelegrafista STM, Mansoa, Bolama, Aldeia FormosaBissau, 1972/74; trabalhou na Sociedade Portuguesa de Autores; alentejano, vive hoje no Cadaval]:


Data: 10 de março de 2016 às 16:01

Assunto: Inquérito

Olá, Luis e Carlos,

Tenho respondido a quase todos,  se não mesmo a todos, os inquéritos que têm aparecido no blogue, mas confesso que a este, embora ainda não o tenha visto na página, a não ser o seu enunciado, porque nada me aparece para poder votar, gostava de sugerir uma pequena alteração: é que nunca apanhei nenhuma de caixão à cova pelo simples facto de não poder, caso isso acontecesse via-me a braços com uma porrada que podia levar-me a ainda lá estar a cumprir serviço.

Nós funcionávamos por turnos e individualmente e em caso de não comparecermos era complicado fazer uma substituição imediata, não havia reforços que previssem essas situações e também nem sempre tínhamos hierarquia de vigilância. No meu caso, enquanto estive em Bissau, ainda pior por, sempre que estive de serviço, ser o chefe do turno, sem qualquer autoridade e sem nada poder fazer a não ser informar depois superiormente se isso acontecesse.

Não me recordo de alguma vez ter acontecido. Qualquer bebida a mais tinha que ser curada antes ou marcada a presença mesmo que agoniado, com vómitos e mal disposto, isso sim, acontecia, a qualidade do serviço não sei, não posso avaliá-la.

Sugeria por isso que houvesse diferentes graus na pergunta, pois alegre confesso que muitas vezes estive, mesmo muitas, de caixão à cova só depois de estar cá, já descansado e com outras responsabilidades.

Não vejam aqui qualquer coisa que não esteja escrita, não havia meninos de coro nem éramos diferentes nem melhor que ninguém, acontece é que num grupo ou num pelotão pode faltar um elemento, mas onde um é a totalidade não pode faltar ninguém.

Penso que já em tempos escrevi onde referia que,  durante um período de convalescença de um camarada e amigo, bebíamos diariamente uma garrafa de gin, cada dia pagava um, daí resultar um dos estados de alegre em que me encontrei diversas vezes, mas não bêbado. Ou será que estava e não sabia e por isso não me lembro de muitas coisas hoje em dia?

Espero ter contribuído para poder melhorar o inquérito.

Um abraço,

BS

2. Comentário do editor:

A sugestão é bem vinda e faz todo o sentido. Simplesmente o inquérito já está no ar e o prazo de resposta acaba na 3ª feira, dia 15, às 18h00. Desde o momento que a malta começa a votar, já não é possível corrigir a pergunta ou as hipóteses de resposta, a não ser "remover" o questionário e fazer um de novo, sem possibilidade de recuperação das respostas já dadas...

E depois o inquérito só pode ter uma pergunta... E a pergunta tem que ser fechada (sim, não, talvez, não sei...). Não é nada flexível, mas o objetivo não é "científico": queremos apenas a pôr a malta a refrescar a memória e a escrever sobre  o "in illo tempore",  aquele tempo em que tínhamos idade para ter todos os sonhos e fomos mandados para a guerra...

Felizmente que não vivemos num país puritano (, pelo menos, por enquanto), e não é política, ética e socialmente incorreto recordar em público os "pecadilhos" da juventude passada, incluindo "pifos de caixão à cova" que apanhámos lá na "Guiné, longe do Vietname" (, como eu gostava de dizer, nas minhas cartas, que nunca pus no correio)... Um abraço valente... LG
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