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quinta-feira, 7 de maio de 2020

Guiné 61/74 - P20949: (De)Caras (159): O comerciante Mário Soares, de Pirada, quem foi, afinal? Um "agente duplo"? - Parte VIII: O último comerciante branco de Pirada?... Depoimento de Frutuoso Ferreira, ex-1º cabo at cav, 3ª C/BCAV 8323 (set 1973/ set 1974)


Frutuoso Ferreira, em 2009, ostentando na mão esquerda um exemplar da história da sua unidade, o BCAV 8323 (Pirada, set 1973/set 1974). Fonte: cortesia de Jornal das Caldas


Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Setor L6 > Pirada > BCAV 8323 (1973/74) > 14 de Fevereiro de 1974, ten cor cav, cmdt do batalhão  Jorge Matias, à esquerda, de perfil, e ao centro, em primeiro plano, o célebre comerciante Mário Soares, até então uma verdadeira "eminência parda".  o seu papel de ligação das NT com o PAIGC, via autoridades senegaleses, ainda é pouco conhecido. (*)

O ten cor cav Jorge [Eduardo Rodrigues y Tenório Correia] Matias, cmdt do BCAV 8323/73, que estava sediado em Pirada (, o comando, a CCS e a 3ª C/BCAV 8323/73) faz aqui uma homenagem, emocionada aos bravos de Copá, o 4º pelotão, da 1ª C/BCAV 8323/73, comandado pelo alf mil at cav Manuel Joaquim Brás, e a que pertencia o nosso grã-tabanqueiro António Rodrigues (e que foi reforçada por uma secção do 1º pelotão, comandada pelo fur mil Carlos Eugénio A. P. Silva).(**)

Foto (e legenda): © António Rodrigues. (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Percorrendo a Net fui encontrar o depoimento de uma camarada da minha terra, Lourinhã, que esteve no TO da Guiné durante um ano (Set 73/Set 74) e que pertenceu ao BCAV 8323/73- Seu nome: Frutuoso João Ferreira. 

Esse depoimento está publicado no sítio do Jornal das Caldas (edição em linha),  um semanário da região do Oeste, que tem (ou tinha, em 2009), como diretor Jaime Costa e chefe de redação Francisco Gomes. Mantém também uma página no Facebook.

Por se revelar de grande interesse para os nossos camaradas que estiveram no leste da Guiné, no final da guerra, já tomámos em tempos a liberdade de reproduzir aqui, no nosso blogue, com a devida vénia, um excerto extenso do artigo, baseado numa longa entrevista. (***)

Na altura, tivemos ocasião de dar os parabéns ao autor do artigo, o Francisco Gomes  e ao seu jornal, bem como um alfabravo ao entrevistado, oosso camarada Frutuoso (e, no meu caso, conterrâneo). Bem gostaria que ele aceitasse, no caso de nos ler, o nosso convite para se juntar à nossa Tabanca Grande e de ter acesso à história da unidade.

Faltam-nos, infelizmente, no nosso blogue, mais depoimentos dos "últimos guerreiros do império". Por uma razão ou outra (pudor, medo de censura social, falta de tempo, de disponibilidade, de motivação, de oportunidade, etc.), muitos dos nossos camaradas que chegaram à Guiné nos último meses que antecederam o fim da guerra e o regresso a casa, ainda não passaram para o papel (ou  para o ecrã do computador) as suas memórias desse tempo, e os sentimentos contraditórios que muitos terão experimentado aquando da retração do nosso dispositivo militar, da "transferência da soberania" e, enfim,  do "regresso definitivo das naus"... Foram eles que arrearam, de vez, a bandeira portuguesa em terras da Guiné.

Por outro lado, os militares da CCS e da 3ª C/ BCAV 8323 (1973/74) foram a passar por Pirada. E sabemos que alguns dos seus oficiais foram visita da casa do comerciante Mário Soares (, que de resto só recebia oficiais...)

A crer na versão do Frutuoso Ferreira, o Mário Soares seria o único comerciante branco que restava em Pirada, onde vivia com a esposa e uma das filhas (, talvez a mais nova). Não sabemos exatamente o que lhe terá acontecido depois do 25 de Abril.

Temos a versão do ex-alf mil médico José Pratas, CCS/BCAV 3864 (Pirada, 1971/73):

(...) “Poucos dias depois, [o Mário Soares]  seria preso e enviado para Bissau. Ter-lhe-á valido a intervenção de Alpoim Calvão, que intercedendo a tempo junto do novo dono do Palácio do Governo [, Carlos Fabião], o terá arredado da mira das armas de um pelotão de fuzilamento. Deportado, chegou a Lisboa com a roupa suja que ainda trazia vestida, para ser detido de imediato no aeroporto da Portela pelo COPCON e arbitrariamente preso em Caxias sem culpa formada. Libertado sem julgamento, ultrapassou tranquilo todas as prepotências e perdoou com indiferença aos mandantes e funcionários do PREC”. (...) (****)

Também temos uma preciosa informação Domingos Pardal, chegada até nós, através do Manuel Luís Lomba, dois camaradas da CCAV 703... O Domingos, vou-o encontrando de tempos a tempos em Algés, na Tabanca da Linha... É um conceituado empresário, de Pero Pinheiro, a indústria de rochas ornamentais. Veja.se aqui o comentário do poste P20927 (*****):

(...) "O camarada Domingos Pardal, que se amesenda nas tainas da Tabanca da Linha, acaba de me dizer que o famigerado Mário Soares de Pirada veio parar a Aljezur, como retornado, o IARN financiou-lhe uma oficina de mármores nessa vila, que pouco tempo depois  entrou em falência" (...)

Isto significa que o Mário Soares não ficou na Guiné-Bissau, depois da independência, contrariamente à informação da historiadora Maria José Tríscar.


Tabanca da Linha > 35º convívio > Algés > 18 de janeiro de 2018 " Dois "homens grandes" de Buruntuma: da esquerda para a direita, o Jorge Ferreira e o Domingos Pardal, um de Oeiras, outro de Sintra.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Gabu > Pirada > CCS/ BCAV 8323 (Pirada, 1973/74) > "Residência do célebre sr. Mário Soares, um dos dois comerciantes instalados em Pirada em 1973. Três dos alferes do Batalhão: Transmissões, Tesoureiro e Médico (eu, à direita)"... De pé o criado Demba. Na parede, ao fundo, uma reprodução do célebre quadro do Picasso, "Guernica" (1937). A fotografia deve ter sido tirada pelo próprio Mário Soares.... [Quanto ao "tesoureiro", não seria antes o comandante da Companhia de Comando e Serviços (CCS), o tenente SGE Francisco Costa, de Coimbra ?]

Foto (e legenda): © Manuel Valente Fernandes (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


2. Recorde-se aqui a ficha do BCAV 8323/73:

(i) foi mobilizado pelo RC 3 (Estremoz);

(ii)  partiu para o TO da Guiné em 22/9/1973 e regressou 10/9/1974;

(iii) esteve um mês em Bolama a fazer a IAO - Instrução de Aperfeiçoamento Operacional;

(iv) de regresso a Bissau em 31/10/1973, o batalhão é colocado  em Pirada, setor L6, região de Gabu. leste da Guiné;

(v) comandante: ten cor cav Jorge Eduardo Rodrigues y Tenório Correia Matias [, natural da Ericeira, Mafra];

(vi) unidades de quadrícula: 1ª C/BCAV 8323/73: Paunca, Bajocunda; 2ª C/BCAV 8323/73: Piche, Buruntuma, Piche; 3ª C/BCAV 8323/73: Pirada;

(vii)  o facto mais saliente dessa época foi a heroica defesa do destacamento de Copá (, seguida depois  da sua  retirada, em 12/13 de fevereiro de 1974, por ordem expressa de Bissau).

Temos quatro dezenas de referências, no nosso blogue, a este batalhão, a maior parte relacionadas relacionadas com os acontecimentos de Copá, e aos bravos de Copá. Como se sabe, este destacamento acabou por ser retirado pelas NT em 14/2/1974. Pertencia à 1ª C/BCAV 8323/3, sedidada em Bajocunda.

Alguns camaradas deste Batalhão ("Os cavaleiros do Gabu"),  que integram a nossa Tabanca Grande, e que referenciamos numa pesquisa rápida pelo blogue:

(i) Amílcar Ventura, ex-fur mil da 1.ª C/BCAV 8323/73, Bajocunda, 1973/74, natural de (e residente em) Silves, membro da nossa Tabanca Grande desde maio de 2009;

(ii) António Rodrigues, ex-soldado condutor auto 1.ª C/BCAV 8323/73 (Bolama, Pirada, Paunca, Sissaucunda, Bajocunda, Copá e Buruntuma); é o autor da notável série "Memórias de Copá" (de que se publicaram pelo menos 6 postes):

(iii) Fernando [Manuel de Oliveira] Belo, ex-soldado condutor da 3.ª CCAV/BCAV 8323/73, Pirada, 1973/74;

(iv) Manuel Valente Fernandes, ex-alf mil médico do BCAV 8323 (Pirada, 1973/74).


3. Excertos de  Memórias da Guerra na Guiné > Frutuoso Ferreira > Jornal das Caldas, 28 de Janeiro de 2009  (Texto de Francisco Gomes)

[Adaptação, fixação e revisão de texto, para efeitos de publicação nosso blogue: LG]

Frutuoso João Ferreira, ex-1º cabo atirador  acv da 3ª C / Batalhão de Cavalaria 8323/73 (Pirada. 1973/74)

(i) nasceu em Abelheira, Lourinhã, em 1952 ou 1953 
(, tinha  56 anos, quando deu a entrevista);
(ii) antes de ir para a tropa, foi pedreiro da construção civil;
(iii) em 22 de setembro de 1973, partiu para o TO da Guiné,
no T/T Niassa,  já casado e com um filho;
(iv) depois, regressar à vida civil,  continuou a trabalhar como pedreiro, 
na sua terra natal,  por mais quatro anos;
(v) em 1978, ingressou na guarda-fiscal;:
(vi) a partir de 2005, passou à situação de reserva 
da Brigada Fiscal da GNR, estando hoje aposentado.


(...) “Quando acabou a formação [, o IAO; em Bolama], regressámos no dia 31 de Outubro [de 1973], a Bissau e deslocámo-nos para Pirada, uma pequena povoação que ficava a poucos metros da fronteira do Senegal, onde o inimigo – os guerrilheiros do PAIGC – tinha algumas das suas bases”; (...)

(...) Em Pirada estava a CCS e a 3ª companhia: “A nossa missão era proteger [a sede do batalhão,] e as populações locais – os brancos que lá havia era só um casal de comerciantes e a filha [, referência ao comerciante Mário Soares];

(...) "O comandante da Companhia de Comando e Serviços (CCS) era o tenente Francisco Costa, de Coimbra. O capitão Ângelo Cruz, da Amadora, chefiava a 1ª Companhia, enquanto que o capitão Aníbal Tapadinhas, de Lisboa, comandava a 2ª. Integrava ainda o Batalhão a Companhia de Caçadores 11, que tinha à frente o capitão Nuno Sousa, de Lisboa." (,,,)

(...) "Eu estava no 4º pelotão da 3ª companhia, comandada pelo capitão Ernesto Brito, de Lisboa. O alferes Alípio Cunha, de Vila Nova de Famalicão, comandava o meu pelotão e havia três furriéis – o Sousa, o Simão e o Esteves. Os outros comandantes de pelotão eram os alferes Manuel Gonçalves, Rodrigo Coelho e António Pereira, respectivamente do Fundão, Pinhel e Amarante",(...)

(...) "Foi numa dessas alturas que passei o primeiro susto e momento aflitivo. Quando íamos para Bajocunda, a 13 de Dezembro [de 1973], foram detetadas várias minas anticarro. Toda a gente se protegeu, ficando só o sapador da CCS – o soldado Fernando Almeida – que as levantou. Repetiu a operação quatro vezes, só que a seguinte foi-lhe fatal”. (...)

(...) “Gritava ele [, o sapador Fernando Almeida,]  para o alferes Alípio Cunha, dizendo-lhe, satisfeito, que ao levantar a quinta mina já tinha dinheiro para ir à metrópole de férias (a passagem de avião custava cerca de quatro mil escudos) [,  cerca de 845 euros; a preços de hoje]" )...)

(...) Os sapadores recebiam do Estado mil escudos" [, cerca de 211 euros, a preços de hoje...]  "por cada mina anticarro que levantassem"...

(...) Mas a mina estava armadilhada com outra antipessoal e rebentou” (...)..

(...) “O corpo ficou todo desfeito aos bocados, espalhados pelo mato. Um pé foi cair à minha frente. Juntou-se o que se pôde e ficámos muito impressionados e desmoralizados. Não estávamos assim há tanto tempo na Guiné e já havia uma baixa. A partir daí sentimos que estávamos na guerra a sério”, (...)

(...) No dia 18 de Dezembro houve um ataque inimigo a Amedalai e a 7 de Janeiro [de 1974] houve em Bajocunda uma emboscada com armas ligeiras a uma coluna que ia abastecer um pelotão que estava em Copá. Morreram dois soldados – Sebastião Dias e José Correia, da 2ª Companhia, que ficaram em cima das duas Berliet destruídas. O pelotão a que pertencia  o Frutuoso Ferreira] foi escalado para ir lá buscar os corpos e tentar trazer o que restava das viaturas, operação difícil mas conseguida.

(...) Durante o mês de Fevereiro [de 1974] registaram-se várias investidas em Copá e Bajocunda. A 1ª companhia também sofreu ataques e morreram o 1º cabo António Ribeiro e os soldados Rui Patrício, Silvano Alves e José Oliveira.

(...) “Passados uns dias fomos fazer protecção a Sissaucunda, povoação a quinze quilómetros de distância de Pirada, com meia dúzia de palhotas. Cada pelotão permanecia naquele fim do mundo durante um mês. A nossa alimentação era ao almoço arroz com marmelada e ao jantar esparguete com atum. No dia seguinte era quase a mesma e só variava com arroz com salsicha” (...)

(...)  "No dia 13 de Abril [de 1974] brindou-os [. ao Frutuoso Ferreira e seus camaradas] om um ataque de mísseis lançados desde o Senegal. O destino era Pirada" (...)

(...)  “Vi os mísseis passarem por cima de Sissaucunda e começámos todos a correr para as valas escavadas no chão para nos protegermos. Sentia os mísseis a ‘assobiarem’ por cima de nós e poucos segundos depois a caírem em Pirada. O objectivo deles era atingir o quartel, mas caíram na povoação e mataram muitos civis” (...)

(...) No dia 25 de Abril [de 1974], o PAIGC voltou a atacar Pirada e mataram civis africanos, mas “da nossa parte não houve feridos nem baixas” (...)

(...) A partir de 25 de Abril de 1974, em virtude das modificações políticas ocorridas em Portugal, “não tivemos mais problemas na Guiné, porque iniciaram-se os contactos e conversações com os chefes da zona, entre as nossas tropas, o PAIGC e a população." (...)

(...) "Ainda bem que assim foi, porque a guerra estava tão acesa naquele setor, que se tem continuado mais tempo não sei se estaria cá para contar a história”. (...)

(...) “A primeira vez que encontrámos o inimigo já como amigo, na fronteira do Senegal, houve um sentimento estranho. Mas baixaram as armas e começámos a trocar tabaco e bonés” (...).

(....)  “Passámos o resto do tempo a recolher material bélico [, das NT,] e, na companhia do PAIGC a fazer propaganda política”.

(...) A 21 de Agosto procedeu-se à entrega de Paunca ao PAIGC. No dia seguinte foi a vez de Bajocunda e a 25 de Agosto seguiu-se Pirada, com a recolha da CCS e da 3ª Companhia a Bissau.

(...) O Frutuoso Ferreira ainda prestou serviço no quartel-general em Bissau a guardar o palácio do brigadeiro Carlos Fabião, comandante-chefe das Forças Armadas na Guiné.

(...)  No dia 4 de Setembro, na parada do BCP 12, em Bissalanca, cerca de 500 homens do [BCAV] 8323 uniram-se em formatura geral, “sentindo cada homem palpitar dentro do seu peito a dignidade do soldado português, que enfrentou os perigos de uma guerra dura” (, as palavras são do entrevistado)

(...) O regresso  a Portugal foi no dia 12 de Setembro de 1974.
__________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 4 de novembro de  2015 > Guiné 63/74 - P15323: Em busca de... (262): Pessoal de Pirada ao tempo do BCAV 8323/73... Quem ouvir falar do episódio em que o ten cor cav Jorge Matias terá recebido, em janeiro de 1974, por intermédio do comissário político do PAIGC, em Velingará, um tal Biai, um pedido de Luís Cabral para entabular conversações com as autoridades portuguesas? (José Matos, historiador)

(...) Olá, Luís

Precisava de uma pequena ajuda tua, no sentido de divulgares uma situação que se passou em Pirada em janeiro de 74.

Nessa altura, o comandante do Batalhão de Cavalaria 8323/73, o ten cor Jorge Matias, recebeu uma informação do delegado político do PAIGC, em Velingará, um tipo chamado Biai, de que Luís Cabral queria falar com as autoridades portuguesas.

Perguntava se algum dos camaradas que estava em Pirada nessa altura ouviu alguma coisa sobre isso e se pode contar...

Ab

José Matos (...) 


quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14103: A minha máquina fotográfica (17): Comprei uma Canon no navio "Timor" e andei com ela muitas vezes no mato... Tirou centenas de fotos e "slides" (que mandava para a Alemanha, para revelar) (Abílio Duarte, ex-fur mil, CART 11, Nova Lamego, Paunca, 1969/1970)



Foto nº 1 > A minha Canon ou parecida... (Foto retirada da Net, com a devida vénia)



Foto nº 2 > Na psico em Paunca


Foto nº 3 > Na suite do Ali Babá em Gabu (Nova Lamego)


Foto nº 4 > Casino, hotel, resort de Contuboel


Foto nº5 > Entrada da Villa Country Club de Canquelifá



Fotos (e legendas): © Abílio Duarte (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Mensagem do Abílio Duarte [, ex-fur mil,CART 11, Nova Lamego, Paunca, 1969/1970,] com data de 20 de dezembro último;


Olá, Luís,

Entrando na tertúlia das máquinas fotográficas (*), não quero deixar de deixar algumas palavras sobre a minha CANON.

Comprei-a a bordo do navio que nos levou á Guiné, o "Timor", e que me acompanhou em toda a comissão, tendo ido muitas vezes para o mato.

Foi a minha 1ª camera, que me despertou muito para a actividade de fotágrafo, e com ela tirei centenas de fotos e slides. Aprendi o que era abertura vs velocidade, grandes planos, campo de profundidade etc.

Era uma máquina bastante resistente e tinha um bom estojo, que a salvou de muitas quedas, e apanhou bastantes chuvadas.Tive-a até bastante tempo depois de regressar, mas um dia caiu e já não teve conserto, para tristeza minha.



O T/T Timor. navio de carga e passageiros, c. 7.7 mil toneladas 
de arqueação bruta e c. 130 m de comprimento, e capacidade 
para um total de 387 passageiros. Armador: 
Companhia Nacional de Navegação, Lisboa 
Fui á Net, e encontrei uma foto da camara,
que envio, assim como outras, que como aquelas
que enviei anteriormente, foram tiradas pela mesma.

Uma coisa que estranhei, quando estava na Guiné, é que quando mandava slides para revelar,  para a Alemanha, nunca me desapareceu nenhum rolo, o que na altura me deixava bastante satisfeito.

Desejo-te umas BOAS FESTAS e FELIZ NATAL, assim como a todos os periquitos desta GRANDE TABANCA.

Só para memória futura, cheguei a Portugal em 22.12.1970, pelo que faz 44 anos que acabei a minha comissão, e o que eu passei para poder 
passar o Natal de 1970, já com a família.

Um Grande Abraço, Abílio Duarte

______

sexta-feira, 28 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12909: Memórias de um Lacrau (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70) (Parte XI): Em Paunca, onde irá ser extinta a CCAÇ 11 (herdeira da CART 11) e onde se irão passar acontecimentos graves, em agosto de 1974, na sequência na retração do nosso dispositvo militar


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) >  
Filhos dos nossos soldados


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) > Miúdfos da tabanca

Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) >
Aspeto parcial da tabanca


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) >Miúda, filha de um dos nossos soldados

Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) >Bajuda, lavadeira (1)


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) >Bajuda, lavadeira (2)


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) > > Penteado de bajuda



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) > Rua principal e quartel (1)


 Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) >
Rua principal e quartel (2)



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71 > Porta d'armas do quartel ... Em primeiro plano,o Valdemar Queiroz



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71) > Abertura de valas ao longo do perímetro interior do quartel e tabanca



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Paunca > CART 11 (1969/71)  > Pormenor da abertura de valas, com o concurso dos soldados guineenses da CART 11... [Trabalho violento, executado em condições muito duras, no intervalo da atividade operacional, e que os soldados fulas faziam com grande relutância e sob protesto... É certo que ninguém gostava de abrir valas, a pá e pica... Em boa verdade, os comandos de batahão tendiam a olhar para os soldados do recrutamento local com alguma sobranceiria colonial... O mesmo se passou connosco, CCAÇ 12, em Bambadinca...LG]


Fotos (e legendas): © Valdemar Queiroz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar. L.G.]



Valdemar Queiroz, Contuboel, 1969
1. Continuação da publicação do álbum do Valdemar Queiroz... Desta vez, as memórias fotográficas são de Paunca (sem acento na penúltima sílaba: temos 20 referências sobre Paunca e 35 sobre Paúnca, estando mal grafado o topónimo, que é Paunca e não Paúnca)...

Não sei quantos meses passou lá o Valdemar, entre 1969 e 1970, mas será em Paunca, em agosto de 1974, que se irão passar alguns acontecimentos graves, por ocasião da extinção da então CCAÇ  11 (que sucedeu à CART 11, no nome, uma vez que o pessoal era o mesmo) e da retração do nosso dispositivo militar (vd. Cartas de Punca, do J. Casimrio Carvalho).

Recorde.se o que aqui já escrevemos a esse respeito: a seguir ao 25 de Abril de 1974, fugido do inferno de Guileje e Gadamael, caído de paraquedas em Paúnca, na CCAÇ 11, o Casimiro Carvalhos vai conhecer o desespero e a raiva dos nossos aliados fulas, na fase do cessar-fogo e retração do nosso dispositivo militar no TO da Guiné... Este é um dos episódios mais chocantes da guerra da Guiné, aqui contados pelo nosso herói de Gadamael. Só é pena que ele tenha sido tão parco em palavras, no que diz respeito a este final da sua atribulada comissão, e se tenha extraviado, ainda pro cima,  a carta em que ele relatou os acontecimentos aos pais. Mas noutro documento relatou, em síntese, o seguinte:

(...)  "Fui então para Paunca, CCAÇ 11 – Os Lacraus, onde me mantive até ao fim da minha comissão.  Não sem antes levar um susto de morte, pois os militares africanos da CCAÇ 11 sublevaram-se. Quando eu estava a dormir, ouvi tiros, vim em calções com a Walther à cintura até ao paiol. Quando lá cheguei, eles estavam a armar-se e a disparar para o ar e eu, quando os interrogava pelo motivo de tal, senti o cano de uma arma nas costas, ordenando-me que seguisse em frente (até gelei)...Juntaram todos os quadros brancos e puseram-nos no mato...assim mesmo." (...)
______________

Nota do editor:

Último poste da série > 23 de março de 2014 >ão aão do nosso Quando a corte dos Lacraus chegou a Canquelifá...

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12726: Tabanca Grande (428): Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Os Lacraus (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70), grã-tabanqueiro nº 648



Guiné > Zona leste > Contuboel > Centro de Instrução Militar > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > O fur mil Valdemar Queiroz



O Valdemar Queirioz, foto atual



T/T Timor > 1969 > CART 2479 / CART 11 (1969/70) > "Da esquerda para a direita, o Pechincha, o Queiroz e Duarte"



Guiné > Zona leste > Contuboel > Centro de Instrução Militar > CART 2479 / CART 11 (1969/70)  > O fur mil Queiroz, com os jovens recrutas Cherno, Sori e Umaru.


Fotos (e legendas): © Valdemar Queiroz (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complemenetar: L.G.]


1. Mensagem de Valdemar Queiroz, com data de 9 do corrente:


Ora viva, caro Luís Graça!

Eu sou o ex-Furriel Mil Valdemar Queiroz, da CART 2479 / CART 11, "Os Lacraus" (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá,Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70).

Tenho acompanhado a Tabanca Grande desde que o Abílio Duarte entrou nela,  o que me deixou cheio de querer, também, ser um Tabanqueiro,

O que será feito do Cândido Cunha ?  Wntramos prá tropa em Santarém (10/07/67) e na EPC onde  até os ilhós das botas por onde passavam os atacadores tinham que ser areados!

Faz este mês 45 anos, em 18/02/69, da partida da rapaziada prá Guiné.
Em anexo um texto, despretensioso e como eu vi aquele tempo.

Noutro e-mail que, depois vou enviar, vão umas fotos daqueles tempos.



2. Comentário de L.G. [, ex-fur mil ap armas pes inf, CCAÇ 2590, Contuboel, jun/jul 1969, na foto,  à esquerda, com o Renato Monteiro, passeando de piroga no Rio Geba]:

Caro Queiroz, estivemos juntos em Contuboel, desde 2 de junho a 18 de julho de 1969 (e não erro), Eu fazia parte da CCAÇ 2590, futura CCAÇ 12 (colocada depois no setor L1, Bambadinca, onde fizemos a comissão, como unidade de intervenção.

Não me levas a mal se eu te disser que, pelo teu nome, já não ia lá... Com as fotos de Contuboel, acende-se um luzinha ao fundo do túnel... Da foto que me envias com três jovens recrutas, o Umaro Baldé, o mais puto de todos, reconheço-o de imediato. Não devia ter mais do que 16 anos. Fumava cachimbo para passar por "homem grande"... Não sei como é que ele - e outros, que eram ainda crianças! - passaram pelo "crivo" da tropa... O Cherno e o Sori também, podem ter ido parar à minha CCAÇ 12, mas não tenho a certeza...

Tivemos, na 3ª secção (fur mil José Sousa Vieira), do  3º Gr Comb (alf mil Abel Maria Rodrigues), o soldado 82109669 Cherno Baldé, de etnia fula... Era municiador da  Metr Lig HK 21m e o Sold 82109269,  Sori Jau, também fula, apontador de Dilagrama.

Também tivemos, na 1ª secção (fur mil Joaquim Augusto Matos Fernandes), do 4º Gr Comb (alf mil José António G. Rodrigues, já falecido), o Sold 82115269 Cherno Baldé, fula, ap Metr Lig HK 21.

O Sold 82115869 Umarú Baldé (Ap Mort 60), fula (já falecido, depois de viver na Amadora), pertencia ao 4º Gr Comb, 2ª secção (fur mil António Fernando R. Marques),

Na 3ª secção do 4º Gr Comb, havia um outro Sori Baldé, fula, Sold 82111069...

De qualquer modo, querido camarada de Contuboel, deste a recruta aos nossos 100 soldados do recrutamento local, oriundo dos regulados de Badora e de Cossé, que passaram depois para a CCAÇ 2590/CCAÇ 12. Fomos nós que lhes demos a instrução de especialidade e a IAO.

É com enorme alegria que te recebo na Tabanca Grande,  tão grande que cabemos cá todos, os camaradas que passaram pela Guiné desde 1961 até 1974, e que estiveram no noete e no sul, no leste  e no oeste.  Da tua companhia cá temos, pelo menos, o Renato Monteiro e o Abílio Duarte, dois nomes que me vêm logo à memória... Mas também o António Baldé, 1º cabo, fula, que é capaz de ser ainda do teu tempo... e que é natural de Contuboel! (É é agora meu vizinho... e "compadre", já que somos "padrinhos" da sua filha, a Alicinha do Cantanhez)... E ainda outros que passaram pela CART 11, mais tarde CCAÇ 11...

Valdemar, conheces as "regras do jogo" do nosso blogue... Vamos de seguida publicar o texto e as fotos  que mandaste.  Passas a ser o grã-tabanqueiro nº 648, e a ter direito a sentares-te sob o nosso poilão, mágico, fraternal e protetor. Manda também, ao Carlos Vinhal, editor de serviço 24 horas por dia, o teu contacto telefónico (telemóvel ou telefone fixo, só para uso interno, não devendo ser divulgado no blogue, a menos que autorizes).
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Nota do editor:

Último poste da série > 15 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12723: Tabanca Grande (427): António Cândido da Silva Medina, ex-Fur Mil Inf da CART 527 (Teixeira Pinto e Pelundo, 1963/65)

domingo, 26 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12640: Facebook...ando (33): Eu Queria pra Brancos Voltar Governar Guine de Novo... Bubacar Baldé dixit... Filho de 1º Cabo Tcherno Baldé, CCAÇ 11 (Paunca, 1974)... À conversa com J. Casimiro Carvalho (ex-fur mil op esp, CCAV 8350 e CCAÇ 11, 1972/74)




1. Um "chat" no Facebook entre o nosso camarada J. Casimiro Carvalho e o jovem guineense Bubacar Baldé, filho do 1º cabo Tcherno Baldé, da CCAÇ 11 onde ele [, o fur mil Carvalho,] estava em 1974, na altura da retração das NT...

O Bubacar Baldé é estudante, do curso de Contabilidade e Gestão, no ISEG, Dakar, Senegal, onde vive. É natural de Paunca, Gabu, Guinea-Bissau. Tem página no Facebook. E mandou a seguinte mensagem ao J. Casimiro Carvalho: "Adress de meu ermao Oscar, ele esta junto com me Pai Tcherno Cabo: Rua Samora Barros Edf Arco Iris Apartmnt 44 2esq, Código postal 8200-178 Albufeira, telfn 920 271 683. Oscar Cabiro Balde".

2. Aqui vai a reprodução do "chat",  sem emendas nem rasuras...

Bubacar Balde, 17/01/2014, 15:05

eu queria pra voces voltar ai na Guine.

José Casimiro Carvalho17/01/2014, 16:29

Todo o POVO da Guiné, no interior, falou assim para nós...

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:23

Ola Casimiro

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:27

No pinda.

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:37

djanton pimi an le?

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:42

Jarama nani,
Djarama nani.
Bo para di falar fula/crioulo, ca sabi. lol.

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:44

Anca la djarama bui na ceda.

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:44

Eu sempre estive com Futa Fula (Guileje) e Fula (Paunca).

Bubacar Balde 20/1/2014, 12:46

Assim fula e como um portugueis.

José Casimiro Carvalho20/1/2014, 12:46

Si um pouco, mas já passou 40 anos.

Bubacar Balde 20/1/2014, 12:47

O Pai queria flar com vce ele ta na portugal na Albufeira.

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:47

Mim ca podi, estou na Norte, Porto/Maia.

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:48

Oi muito longe.

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:48

Si.

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:49

posso dar me ermao fbook pra vce falar com ele.

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:51

O meu ? Claro qui podi, ele que peça minha amizadi.
Tambem eu estava na Colibuia/Cumbijã. Eu estive lá.
E na Prabis, perto de BOR.

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:53

Sim eu conhese la.

José Casimiro Carvalho, 20/1/2014, 12:54

Brancos qui combateu lá na bo terra, tem ela no coração. Político Não, claro.

Bubacar Balde, 20/1/2014, 12:56

Eu Queria pra Brancos Voltar Governar Guine de Novo.

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Nota do editor:

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12554: Ser solidário (157): O nosso camarada, lusoguineense, natural de Contuboel, desempregado, a residir em Alfragide, António U. Baldé, pai da Alicinha do Cantanhez, tem um sonho: ser apicultor em Caboxanque...

1. Já aqui apresentámos em tempo o António Ussumane Baldé, nascido  em Contuboel em 1944, de etnia fula (*) [Foto à esquerda, Alfragide, 27/7/2012, na casa do nosso editior Luís Graça]

Foi educado, até aos 12 anos, pelo chefe de posto local, o português José Pereira da Silva, ainda hoje vivo, com residências no concelho de Oeiras. Fez a 4ª classe e isso abriu-lhe outras portas a que outros miúdos da sua tabanca não tiveram acesso. Lembra-se bem da serração do Albano, que ainda existia no meu tempo (junho/julho de 1969, quando Contuboel foi Centro de Instrução Militar, donde saíram, de entre outras, as futuras CCAÇ 11 e 12).

Em 1966, foi chamado para a tropa. Fez a recruta e a especialidade no CIM de Bolama. Ficou lá dois anos. Promovido a 1º cabo, de artilharia, foi instrutor. Lá se formaram diversos Pel Caç Nat. Em 1969 é transferido para o Pel Caç Nat 56, sediado em S. João, frente a Bolama.  Em 1970 é transferido para a CART 11 (e mais tarde CCAÇ 11), que estava em Paúnca. O comandante do seu pelotão era o alf mil Matos, que é de Ovar, e com quem ainda hoje convive e fala ao telefone. Já foi uma ou mais vezes aos convívios da companhia.

Em 1969 casou-se. Será o primeiro de quatro  casamentos. Teve ou tem 15 filhos,  o último dos quais a Alicinha do Cantanhez, filha da saudosa  Cadi Indjai (1985-2013), nalu de Farim do Cantanhez [, foto à direita]. Mais recentemente perdeu um neto.

Saiu da tropa em finais de 1970 ou princípios de 1971. A mulher tinha ficado em Bolama. Assistiu depois à independência. Não tem boas memórias de Bambadinca desse tempo, mas  não teve quaisquer problemas com os novos senhores da Guiné-Bissau. 

Ainda antes da independência tinha começado a trabalhar nos serviços agrícolas da província. Fez formação em floricultura, se não me engano. Foi ele e outros estagiários quem fez o jardim do Bairro da Ajuda, em Bissau, no tempo do administrador Guerra Ribeiro. Depois da independência começou a trabalhar com o engº agr Carlos Scwharz, no DEPA, na região de Tombali. Tem uma grande admiração pelo Pepito e pelo trabalho dele em prol do desenvolvimento da sua terra, através da sua ONG AD.

No princípio deste século, veio a Portugal fazer um curso de apicultura, que é hoje a sua grande paixão. Acabou por ficar. Trabalhou, até há pouco tempo, como segurança numa empresa de construção, no concelho de Cascais. Entretanto, obteve a nacionalidade portuguesa. Tem um filho, de 13 ou 14 anos, o Umaro Baldé, que vive com ele deswde os 6 anos e que está a frequentar o 7º ano de escolaridade obrigatória, em Alfragide, e que ser informático.

De momento o António Baldé está desempregado. O seu sonho é voltar a Caboxanque onde tem casa, junto ao rio Cumbijã, e desenvolver o seu projeto de apicultura no Cantanhez. Está a preparar o seu regresso.  Bom muçulmano, vai todas as sextas feiras à mesquita de Lisboa. É uma homem afável, conhece meio mundo, fala e escreve bem o português, e pediu-me para ingressar na Tabanca Grande em março do ano passado (*). 

2. O António Baldé está interessado sobretudo em partilhar conhecimentos e experiências na área da apicultura, em que fez formação profissional. Está a preparar-se para regressar à sua terra natal e montar o seu negócio em Caboxanque.

Lembrei-me que o podia ajudar, publicando uma lista de materiais apícolas que ele precisar de comprar, uns novos, outros podendo ser em segunda mão. O Natal já passou mas pode ser que haja, entre os nossos leitores, algum Pai Natal, que seja ou tenha sido apicultor, que o queira e possa ajudar.... 

Às vezes ser solidário (**)  não custa muito. E podemos mudar a vida de outro humano, dar-lhe uma grande alegria, pô-lo de novo a sorrir e a ter esperança,  ajudar a construir o seu negócio ... Neste caso, ser apicultor em Caboxanque!

Aqui vai a lista de materiais apícolas que o António Baldé anda à procura. Podem contactá-lo pelo telemóvel 969 262 831 (de preferência) / telef  216 054 667 (noite)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12509: O que é que a malta lia, nas horas vagas (24): Leon Uris, entre outros, e muita música (Abílio Duarte)

1. Mensagem do nosso camarada Abílio Duarte, ex-Fur Mil Art da CART 2479 (que em JAN70 deu origem à CART 11 que por sua vez em JUN72 passou a designar-se CCAÇ 11), Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paunca, 1969/70), com data de 13 de Dezembro de 2013:


O que se lia, o que se ouvia e o que se via

Não me recordo o que estava a ler nesta foto, mas de certeza era qualquer tema relacionado com a criação do estado de Israel, e as guerras que tiveram em especial a guerra dos 6 dias.

Talvez influenciado pelos livros de Leon Uris, como Êxodus e Mila 18, era grande fã do general Moshe Dayan.
As reportagens e artigos sobre a guerra dos 6 dias eram as minhas preferidas.
E lendo-as, as minhas noções de estratégia e táctica, ficaram mais claras.
Para mim aquele general era um herói.

O que se ouvia era muita música italiana (Modugno, Cellentano, Milva, Morandi, etc.), brasileira (Sérgio Mendes+Brasil 66, Gilberto Gil, Caetano, Roberto Carlos) e norte-americana (Nina Simone, Ella, Ottis Reding, Beatles, Tijuana Brass, James Last, etc.)

Vem esta conversa a propósito do "bicho" gravador-leitor de cassetes que está na mesa.
Eu nunca tinha visto na metrópole tal aparelho, conhecia os gravadores de fita horizontais e verticais, os de cartuchos, e fiquei de olho naquilo numa das vezes que fui à Casa Pintosinho em Bissau, e na primeira oportunidade comprei um, salvo erro era um Sharp.
Depois era só aproveitar através do "Pifas" gravar as músicas preferidas. Era um espectáculo. Este aparelho ficou em Paunca, que ofereci à Rádio Lacrau.

Esta foto é de 1970 e foi captada, em Pirada, aquando uma das nossas deslocações para operar naquele sector, e vieram-me à memória algumas situações a que assisti e vi naquela localidade.

Para mim era estranho que a casa da delegação da PIDE, onde estava o tal agente Mário Soares, era fora do arame farpado, onde este recebia alguns soldados do Senegal e outros informadores.

Também estranho era a quantidade de gente que vinha ao posto de saúde de Pirada, a maior parte vinham do Senegal, e nunca me apercebi de ver alguém a controlar aquela gente.

Vem esta conversa a propósito de que em meados de 1970, onde por acaso não havia ninguém da minha Companhia, Pirada foi atacada a partir do seu interior. As noticias que nos chegaram foi que o PAIGC se misturou com a população que ia ao posto, instalou-se na tabanca e, ao anoitecer, atacou principalmente os abrigos e valas onde estavam soldados da companhia residente, salvo erro eram madeirenses, e se viram atacados pelas costas.
Dizem que foi um alvoroço dos antigos, penso que houve mortos e alguns nossos camaradas foram apanhados à mão.

Se algum membro da nossa tabanca tem melhores conhecimentos deste ataque, gostaria que o relatasse.

Não te roubo mais tempo, um grande abraço, boas festas para ti tua família e restante equipa do blog, assim como para todos os "piriquitos" desta nossa tabanca.

Abílio Duarte

OBS:- Ilustrações e links para o Youtube da responsabilidade do editor
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Nota do editor

Último poste da série de 24 DE DEZEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12499: O que é que a malta lia, nas horas vagas (23): Escrevia, estudava, ouvia música e jogava cartas (Manuel Moreira)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11074: Álbum fotográfico de Abílio Duarte (fur mil art da CART 2479, mais tarde CART 11/CCAÇ 11, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paúnca, 1969/70) (Parte I)

A CART 11... algures no Corubal


A CART 11... no Corubal... O descanso dos guerreiros


A CART 11,,, Fazendo exploração rádio


A CART 11... Deslocação no mato


A CART 11... Deslocação no mato, na época seca


A CART 11... Deslocação em coluna auto

Fotos (e legendas): © Abílio Duarte (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]



1. Duas mensagens recentes do Abílio Duarte,  ex-fur mil art da CART 2479 (mais tarde CART 11 e finalmente, já depois do regresso à Metrópole do Duarte,  CCAÇ 11, a famosa companhia de “Os Lacraus de Paúnca”) (Contuboel, Nova Lamego e Paúnca, 1969/70):

(i) Olá, Luis.

Em resposta ao teu e-mail anterior, solicitando fotos da minha companhia (*), junto mais estas, que farás o favor de juntar a outras do nosso ficheiro. Para recordação e memória futura. os meus agradecimentos. Abílio Duarte.

(ii) Sobre o [José Carlos] Lopes, almoçamos todos os meses, juntamente com outros colegas do BNU, e alguns deles, também estiveram na Guiné.

Já anteriormente te tinha comunicado que conhecia muito bem o Lopes, que era meu colega no BNU, e que tinha estado com ele várias vezes em Bambadinca.

Quando vocês pediram, ditados e frases que nós utilizavamos no nosso dia a dia, enviei-te uma, que precisamente que aprendi em Bambadinca, quando o Lopes me dava asilo lá na vossa messe, que era o "BIOXENE".

Ainda hoje, quando peço Whiskey, me lembro desse nome.

Tenho bastantes fotos, mas não estão digitalizadas, pelo que me é dificil enviá-las.

O Lopes já me tinha, falado do vosso próximo encontro [, na casa dele, em Linda a Velha]. Quando quiseres, estou à tua disposição.

Até sempre. Um Abraço.
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(*) Explicação do Abílio Duarte:

(...) Esta Companhia foi formada por quadros de Portugal e naturais da Guiné, quando o meu Camarada, e Comandante Chefe, Marechal Spínola, era o Governador da Guiné.

Foi constituída por soldados de 2ª linha, provenientes da evacuação de Madina do Boé, Cheche e Beli, ao sul do Rio Corubal.

Foi dada instrução militar, em Contuboel, donde se formaram duas Companhias de Fulas [, CART 11 e CCAÇ 12,] e um Pelotão de Mandingas, que foi depois enviado para a Zona de Bambadica e Xime. 

A nossa Companhia era Comandada, pelo Cap Mil Analido Aniceto Pinto, que muito considero, pois alinhou sempre.

Depois da Formação e Juramento de Bandeira em Bissau, fomos colocados no Leste da Guiné como força de Intervenção subordinada ao Com-Chefe, e depois ao COP 5 de Bafatá.

Durante 14 meses de Operações Militares de toda a espécie, Nomadizações, Colunas , Emboscadas, Segurança na Fronteira com o Senegal, Apoio Logístico no conflito de Buruntuma (Fronteira com a Guiné-Conakri) e Apoio no Deslocamento de Rebeldes de Nova Lamego até à Fronteira com a Guiné, para o Golpe de Estado contra Sekou Touré [, Op Mar Verde], tudo foi feito com dignidade e HONRA. (...)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11068: O Spínola que eu conheci (29): Depoimento de Jaime Antunes, ex-fur mil, CART 11 / CCAÇ 11 (Paunca, 1970/72)

1. Comentário,  de Jaime Antunes, nosso leitor (e camarada), ao poste P11028:

O nosso General Spínola  fez uma escala em Lisboa e aproveitou para selecionar os comandos para a CART 11, os quais  chegaram em Novembro de 70 a Bissau (os que embarcaram no Ana Mafalda foram os primeiros a chegar; o  Capitão que seguia a bordo conseguiu ficar por Bissau e depois surgiu, e muito bem, o Capitão Almeida). 

Não gostei de Spínola, não só por ter recorrido a Oficiais, Furriéis e Cabos Milicianos que já não estavam em lista de mobilizáveis (2 meses antes eu e o Teixeira tínhamos recusados  150.000$00 para tomar o lugar de um Furriel que era filho de um Coronel). 

E não gostava também porque era prepotente...O  facto de falar primeiro  com os soldados e depois com o Comandante... era uma treta. Por trás... 

Um aditamento, em 1970/72  a CCAÇ 11 / CART 11 esteve por toda a zona Leste. Estivemos ainda em Bafatá,  Bolama, Galomaro, Pirada (antes também éramos viajados). 

 Spínola também era de Cascais (já era meu conhecido). Na recepção à chegada a Bissau disse-me:
- Lamento mas... prometo que quando fizeres 21 meses estás a caminho da Metrópole... 

Foram 21 meses e 5 dias. 

Podia e tinha condições para ser um grande Comandante. Faltou-lhe um pouco de humildade no relacionamento com os seus Homens. Uma nota final, dou-lhe nota positiva e agradeço o Louvor recebido. 

Jaime Antunes
(Ex-Fur Mil Antunes,  CART 11 / CCAÇ 11)



Guiné > Zona leste A> Paunca > Alguns furriéis da CCAÇ 11. O único que era da Guiné, cabo-verdiano,  era o Reis Pires (em primeiro plano, ao centro).  Foto do álbum de Adriano Lopes dos Santos Neto, ex-Fur Mil da CART 3521 (Piche) e CCAÇ 11 (Paunca), 1971/74.

Foto: © Adriano Neto(2011). Todos os direitos reservados.


2. Outros comentários, anteriores, do Jaime Antunes (a quem reitero, mais uma vez, o convite para ingressar na nossa Tabanca Grande, juntando-se assim a outros camaradas da CART 2479, depois CART 11  e depois CCAÇ 11, que já aceitaram um lugar à sombra do nosso mágico e fraterno poilão, como o Renato Monteiro, o Abílio Duarte, o Adriano Neto...):

(i) 14 de dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9198: Tabanca Grande (311): Adriano Lopes dos Santos Neto, ex-Fur Mil da CART 3521 (Piche) e CCAÇ 11 (Paunca), 1971/74

 (...) Comentário: Olá, uns anitos passados. Li com atenção a passagem por Paunca. O meu Camarada foi um dos que contribuiu para o meu regresso a Lisboa. Fui rendido em Agosto de 72 e o regresso a Lisboa via TAP em 5 de Setembro de 1972. O jovem que me rendeu veio de uma outra Companhia e... foi literalmente "sacado" para ir para a CART 11 (CCAÇ 11 foi alteração que se verificou a meio da minha comissão),  por mim e um comerciante,  de nome João Evangelista,   radicado em Paunca na sua carrinha Toyota. Confesso que não me recordo do seu nome mas foi para me substituir no 4º Pelotão.  (...)


(ii) 23 de dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2377: Em busca de ... (13): Malta da CCAÇ 11, Paunca, 1970/72 (Jaime Antunes)

(...) 1. Mensagem de Jaime Antunes, a quem saudamos e convidamos a integrar a nossa Tabanca Grande:

(...) Nestas coisas da vida há recordações que sempre perduram. Como muitos dos Portugueses, na minha juventude, também estive em África. Por uma escolha do Senhor General Spínola, 25 Milicianos, no dia 20 de Novembro de 1970, embarcaram no navio Ana Mafalda com destino ao CTIG. Todos classificados nos primeiros lugares dos cursos. Esta situação levantou-nos muitas dúvidas que foram esclarecidas à nossa chegada ao QG. Tínhamos sido selecionados para integrar uma Companhia de Africanos... a CCART 11. Posteriormente e porque uma Companhia de Artilharia... não era ... uma Companhia de Infantaria... o Senhor General ... passou-nos a CCAÇ 11 para que já não houvesse reclamações quanto às constantes saídas de Paunca  para ir reforçar outras zonas.

Fui colocado no 4º Pelotão e ... cheguei em Novembro de 1970 e fui rendido em Setembro de 1972. 
Mantenho contacto com alguns dos elementos que estiveram nessa altura na CCAÇ 11 mas faltam outros a que perdemos o rasto. Manifesto a minha disponibilidade para conseguir reunir mais alguns camaradas (...).

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Nota do editor:

Último poste da série > 5 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11058: O Spínola que eu conheci (28): Figura incontornável da nossa História, que respeito mas não idolatro (Hélder Sousa, ex-fur mil trms TSF, 1970/72)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P11030: O Spínola que eu conheci (25): "Na Guiné nada acontece por acaso", Com-chefe dixit... (Abílio Duarte, ex-fur mil art, CART 2479/CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Paúnca, 1969/70)

1. Mensagem, com data de hoje, de Abílio Duarte, ex-fur nil art da CART 2479 (mais tarde CART 11 e finalmente a CCAÇ 11, a famosa companhia de “Os Lacraus de Paúnca”) (Contuboel, Nova Lamego e Paúnca, 1969/70):

Assunto: General António Spinola - Caco Baldé.

Olá,  Luis Graça,


Sobre a tertúlia do momento (*), quem era o Gen  Spinola, tenho que dar o meu testemunho.(**)

Nunca esperei, ao ir para o Ultramar, ter tantas vezes contactos e próximos com o Com-Chefe, que até parecia que estava em todo o lado. Talvez por essa proximidade, e sem qualquer preconceito, me despertou uma grande admiração pela pessoa, como militar e Comandante. É evidente, que ele não podia agradar a todos, mas quem andava no mato, sentia a sua liderança.

A primeira vez que o vi, ao vivo e a cores, foi nos adidos em Bissau, onde ele foi fazer a recepção aos militares, que tinham chegado, no Navio Timor, onde estava a minha CArt 2479 / CArt 11 / CCaç 11.

Estávamos nós alinhados, na Parada, e subindo ele a pé desde a Porta de Armas, com os seu Estado Maior, onde se destacava o Cap Almeida Bruno, o General parecia um manequim da Casa Butler. Onde raio foi ele arranjar aquele camuflado?. Foi logo o nosso comentário.

Foi nesse primeiro discurso, pois ouvi vários, que ele, ao falar aos militares, entre várias frases de alento e incentivo, para as  dificuldades que nos esperavam, teve aquela qu,  na nossa Companhia, foi sempre referida por todos, " Na Guiné nada acontece por acaso ", e assim foi. Nada acontecia por acaso.

Depois visitou a nossa CArt em Contuboel, onde estávamos a dar instrução aos militares de origem guineense, por três vezes, incluindo um dia que estavámos a fazer instrução de tiro algures no mato e o General apareceu lá,  sem mais nem menos, e aquilo, quer queiram ou não, impunha respeito.Vi-o depois em Bissau, aquando do Juramento de Bandeira dos militares que iriam  formar a CArt 11 e a CCaç 12. Outro discurso, de envolvimento, em que o pessoal reconhecia a sua capacidade de oratória.

A prenda que tivemos, nesse dia à noite, foi que em vez de nos prepararmos para regressar ao Leste (Contuboel), fomos de prevenção fazer a segurança próxima ao Hospital Militar, pois constava que estava lá um ferido importante, chegou a correr o boato que era o General, mas não, era o cubano Capitão Peralta, e por isso ficamos quase uma semana em Bissau, ao monte nos Adidos.

Atravessei-me com ele novamente em Bissau, no Hospital Militar, quando lá estive para me tratar de doença tropical. Aparecia sempre. Depois ainda o vi mais duas vezes, em Pirada e Nova Lamego.

Há uma coisa, que lhe reconheço, e ninguém pode negar, ele foi comandante Militar numa Guerra, mas também o principal protagonista para o fim da mesma, ao escrever o livro "Portugal e o Futuro", e a controvérsia  que esse livro criou, ajudou a acabar com a mortandade da juventude portuguesa, e não só. Por isto tudo, terá sempre a minha admiração e respeito.

Abílio Duarte
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 30 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11028: Facebook...ando (22): O Spínola que eu conheci... Opiniões e depoimentos de Francisco Palma, Torcato Mendonça, J. Pardete Ferreira, José Basílio Costa, Bernardino Cardoso, Armando Ferreira Martins, Armandino Oliveira, Manuel Reis, João Guerreiro, José Tavares, Francisco Gomes

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Guiné 63/74 - P10243: Passatempos de verão: Hoje quem faz de editor é o nosso leitor (7): Como se chamam estes frutos secos, três dos quais são usados para fazer saborosos sumos ?...


Quatro frutos secos da Guiné-Bissau, numerados de 1 a 4, da esquerda para a direita... Um deles é mais conhecido do consumidor ocidental. Todos eles são excelentes aperitivos. Três deles são excelentes sumos...


Fruto nº 1


Fruto nº 2


Fruto nº 3


Fruto nº 4

Fotos: © Luis Graça (2012) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.

1. Há dias recebemos, lá em casa, por intermédio do Pepito um encomenda com frutos secos da Guiné-Bissau... Não eram muito usados no nosso tempo. No nosso tempo, o aperativo mais popular era a mancarra (amendoím). Não figura neste lote.

O desafio que é feito aos nossos leitores é identificar estes frutos. Não é preciso ir à Guiné-Bissau para os comprar. Estão disponíveis nas lojas do Martim Moniz. São muito populares entre os guineenses que cá vivem.

Há dias conhecemos, eu e a Alice, o pai da Alicinha do Cantanhez, filha da Cadi. O António Baldé, que foi militar da CCAÇ 11, em Paúnca, por volta de 1970, e trabalhou com o Pepito no ministério da agricultura, ensinou-nos a fazer sumos com três destes frutos secos. Acreditem que são mesmo bons.... Que o diga o Xico Allen (vd. fotos em baixo, tiradas em Guileje,. num almoço realizado a 1 de março de 2008, por ocasião do Simpósio Internacional de Guiledge, Bissau, 1-7 de março de 2008).

Só uma ajudinha: os apreciados sumos da Guiné Bissau são, entre outros, o de cabaceira, farroba (ou alfarroba) e veludo... Podem-se misturar os três... (LG)






Guiné-Bissau> Região de Tombali > Guileje > Simpósio Internacional de Guileje (1 a 7 de Março de 2008) > Visita dos participantes ao Cantanhez, no sul do país > 1 de Março de 2008 > Almoço na antiga povoação e aquartelamento de Guileje > O nosso camarada Xico Allen (e, por detrás ele, o Armindo Pereira), preparando-se para provar uma das mais populares bebidas servidas no decorrer do Simpósio, o pó di pila, feito à base do fruto da cabaceira.  Eu, na altura, não toquei em sumos nenhuns... mas o Xico e o Armindo  é que podem testemunhar se este Viagra doméstico tem mesmo efeitos... afrodisíacos(L G)

Fotos: © Luis Graça (2008) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.
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Nota do editor:

Último poste da série > 8 de agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10237: Passatempos de verão: Hoje quem faz de editor é o nosso leitor (6): Fotos à procura de uma legenda... (Juvenal Amado, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74)