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sábado, 11 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16192: Efemérides (230): O 10 de junho de 2016, em Belém: um herói vivo, cor inf cmd Raul Folques e um grupo de grã-tabanqueiros que não costumam faltar a este convívio de antigos combatentes, entre outros, António Fernando Marques, Arménio Estorninho, Carlos Silva, E. Magalhães Ribeiro, Fernando Jesus Sousa, Francisco Silva, João Carlos Silva, Joaquim Nunes Sequeira, José Nascimento, Mário Fitas, Miguel & Giselda Pessoa, e Silvério Lobo


Foto nº 1 > Um herói vivo, o cor inf comando ref Raul Folques, com os seus 76 anos, condecorado em 9/10/2015 com o Grau Oficial, com Palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

Recorde-se, de acordo com o respetivo sítio Oficial, na Net,. que a "Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito é a mais importante Ordem Honorífica portuguesa", destinando-se "a galardoar méritos excecionalmente distintos no exercício das funções dos cargos supremos dos órgãos de soberania ou no comando de tropas em campanha. Da mesma forma, premeia feitos excecionais de heroísmo militar ou cívico e atos ou serviços excecionais de abnegação e sacrifício pela Pátria e pela Humanidade."


Foto  nº 2 > Mário Fitas e Raul Folques


Foto nº 3 > Raul Folques com duas crianças a quem o pai fez questão de apresentar e mostrar um "herói vivo", português, de Portugal... Na escola, já não se fala de heróis, muito menos vivos, e muito menos da "guerra do ultramar"... Temos dificuldade em lidar com o nosso passado recente em relação ao qual vai demorando o aparecimento de uma terceira via, mais suave, mais assertiva, mais despojada de emoções, entre  as duas leituras, redutoras e extremadas do "10 de junho", do nosso espectro político-ideológico, a da extrema direita (discreta nas habitualmente presente neste espaço simbólico)  e a da extrema esquerda (completamente ausente)...


Foto nº 4 >  O nosso coeditor e "ranger" Magalhães Ribeiro, membro, este ano, da organização do XXIII Encontro Nacional de Combatentes... Um dos "últimos soldados do império",  que continua a ser um combatente dedicado e generoso.


Foto nº  5 > O Magalhães Ribeiro, de Matosinhos, nunca falta ao 10 de junho em Belém... Não me lembro de nunca o ter visto nos anos anteriores, mesmo sendo eu presença irregular nestes eventos que, confesso, me deprimem, desde sempre: este ano já éramos menos, até por causa da ponte (longa, de 6ª feira a 2ª feira, em Lisboa)... 

Cada vez seremos menos, e daqui a dez anos, vamos todos em cadeira de rodas, os que tiverem o privilégio ou a sorte de lá chegar... Recordo sempre o provérbio popular que diz: "Muita saúde e pouca vida, que Deus não dá tudo"... Não foi Deus que disse que "a sorte protege os audazes". Usemos (,mas não abusemos de) a  sorte...

Entretanto, o mundo  pulou e avançou e já ninguém terá pachorra para ouvir falar da "guerra do ultramar".... Esta é que é a verdade "nua e crua"... Até lá, daqui a 10 anos, compete-nos continuar a viver, a sobreviver e a mostrar, aos mais novos, que fomos uma grande geração... que soube fazer a guerra e a paz!... Fizemos a guerra, os nossos representantes tinham que saber fazer a paz... Não a fizeram, não quiseram ou não a souberam fazer, tivemos nós, afinal,  que saber fazer a guerra e a paz... 

Quem, daqui a 100 anos, nos vai acusar de quem fomos incompetentes nos dois tabuleiros? Camaradas, não nos compete fazer parte do tribunal da história... Fomos nós que a fizemos, a história, não nos compete escrevê-la... Mas não cedamos à chantagem daqueles que nos querem calar, à esquerda, ao centro ou à direita... Acho que é isso que estas fotos querem dizer...


Foto nº 6 > O Núcleo de Sintra da Liga dos Combatentes, representado pelo nosso grã-tabanqueiro (nº 608)  Joaquim Nunes Sequeira... Pela 23ª vez, levando o guião do Núcleo de Sintra. A seu lado, o nosso "gandulo" Mário Fitas.


Foto nº 7 > João Carlos Silva, ex-1º cabo especialista MMA, da FAP (BA 6, Montijo, 1979/82), que nos dá a honra de se sentar à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande, desde 22/2/2009.  Aqui com o  guião da AEFA - Associação dos Especialistas da Força Aérea.

Também encontrei o Victor Barata,  fundador, administrador e editor do blogue Especialistas da BA 12, Guiné 1965-74, e nosso grã-tabanqueiro da primeira hora, mas infelizmente esqueci-me de tirar uma foto com ele (e o irmão)... Transmitiu-me uma ideia que fica aqui registada: as relações entre os especialistas MMA, da BA 12, Bissalanca, com os pilotos, nomeadamente dos Fiat G-91,  eram boas, mas poderiam ter sido excelentes... É uma opinião.  Mas eu poderia dizer o mesmo: a distância (social), no Exército, entre os combatentes e os seus comandantes (nomeadamente a nível de batalhão) era, em  geral, muito grande e talvez perniciosa.

 Os nossos oficiais superiores, nomeadamente no exército, nunca perceberam que essa distância podia comprometer, irremediavelmente, o desempenho operacional. Com a exceção de Spínola, ao nível dos generais, e talvez das tropas especiais (BCP 12, fuzileiros, etc.), ninguém, percebeu ou estava interessado em perceber isso; que um líder é aquele que vai à frente, mostrando o caminho...

Nunca tive um comandante de batalhão que me mostrasse o caminho, e a única vez em que um tenente coronel alinhou ao meu lado, no mato, fui eu, fomos nós, que lhe mostrámos o caminho. Esse oficial superior chamava-se Polidoro Monteiro, mas contavam-se pelos dedos os líderes militares, os grandes comandantes operacionais, como o Raul Folques, o Alpoim Calvão ou o capitão Comando graduado Bacar Jaló ou o ten cor pqdt Araújo e Sá...  Ao nível dos graduados subalternos, milicianos (oficiais e sargentos), a seleção e a formação não terão sido menos desastrosas... Em suma, fomos todos entregues aos bichos... Ou melhor, e para não ser tão radical: às vezes, eu tive a sensação de que estávamos entregues aos bichos...


Foto nº 8 > A banda da GNR - Guarda Nacional Repúblicana, que abrilhantou a cerimónia


Foto nº 9 > Aspeto parcial dos participantes e do Monumento aos Combatentes do Ultramar


Foto nº 10 > O casal mais "strelado" do mundo: o Miguel e a Giselda Pessoa (atrás, de óculos)


Foto nº 11 > Da direita para a esquerda; o Francisco Silva, o "nosso" cirurgião ortopedista, o algravio Arménio Estorninho (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, CCAÇ 2381, Ingoré, Aldeia Formosa, Buba e Empada, 1968/70),  mais outro camarada que veio com ele. e que esteve em Porto Gole com o Jorge Rosales (lamentavelmente, não fixámos o seu nome)


Foto nº 12 > Ao centro o Mário Fitas, nas pontas o José Nascimento (CART 2520) e o Arménio Estorninho (CCAÇ  2381)




Foto  nº 13 > O Silvério Lobo, mais um camarada da sua companhia (de quem também não fixei o nome mas que, segundo o Hèlder Sousa, é o Lino Rei, de Pinhal Novo)


Foto nº 13 > O José do Nascimento e o Arménio Estorninho, dois camaradas  do Barlavento algarvio, mais exatamente de Lagoa, que também é a terra do António Camilo. 


Foto nº 14  > O Fernando de Jesus Sousa,  bedandense,  DFA... > Depois de uma livro aubiográfico vai lançar um de poesia proximamente, lá para novembro,,,


Foto nº 15 > Carlos Silva e António Fernando Marques



Foto nº 16 > Luís Graça e António Fernando Marques, dois velhos camaradas da CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71)


Foto nº 17 > O guião da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, com sede na Lourinhã


Foto nº 18 > Em primeiro plano, o António Basto, um dos dirigentes da AVECO


Foto nº 19 > Acabadas as "hostilidades", reconfortada a alma, matadas as saudades, é preciso alimentar o corpo: o piquenique da malta da AVECO.

Lisboa, Belém, Forte do Bom Sucesso, Monumento aos Combatentes do Ultramar > XXIII Encontro Nacional de Combatentes >  10 de junho de 2016 > Alguns camaradas com quem falei e a quem fotografei...

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Guiné 63/74 - P7866: Parabéns a você (221): João Carlos Silva, ex-Cabo Especialista da FAP (Tertúlia / Editores)


PARABÉNS A VOCÊ

26 DE FEVEREIRO DE 2011

JOÃO CARLOS SILVA*

Caro jovem camarada João Carlos, recebe os parabéns da Tabanca Grande.

Aqui estão os Editores (roídos de inveja... ai se nós ainda não tivéssemos 50), em nome de toda a Tertúlia, a desejar-te um feliz dia de aniversário junto dos teus familiares e amigos.

Que esta data se festeje por muitos anos, tantos que estes velhotes os não consigam contar, repletos de saúde, tendo sempre por perto aqueles que amas e prezas.

Na hora do brinde, não esqueças os teus camaradas e amigos do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, que irão erguer também uma taça pela tua saúde, juventude e longevidade.
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Notas de CV:

O postal de aniversário é de autoria do nosso camarada Miguel Pessoa, Coronel Pilav Ref da FAP

(*) João Carlos Silva foi Cabo Especialista da FAP e prestou serviço na Base Aérea n.º 6 do Montijo nos anos de 1979/82.

(*) Vd. poste de 26 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5885: Parabéns a você (82): João Carlos Silva, ex-Cabo Especialista da FAP, BA6 (Montijo, 1979/82) (Editores)

Vd. último poste da série de 25 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7858: Parabéns a você (220): Gumerzindo Silva, ex-Soldado Condutor da CART 3331 (Tertúlia / Editores)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Guiné 63/74 - P5885: Parabéns a você (82): João Carlos Silva, ex-Cabo Especialista da FAP, BA6 (Montijo, 1979/82) (Editores)

1. É com muito prazer e alguma inveja que, hoje dia 26 de Fevereiro de 2010, prestamos homenagem ao nosso camarada e amigo João Carlos Silva (ex-Cabo Especialista da FAP, BA6-Montijo, 1979/82) que está de parabéns.

Este misto de prazer e inveja, primeiro, tem a ver com a alegria que todos sentimos quando um camarada festeja o seu aniversário, logo desconta mais um ano aos que lhe faltam calcorrear até à meta, os 100. Em segundo lugar, não nos movendo nada de pessoal contra o João, sentimos já alguma nostalgia da ternura dos nossos 40 e tal anos. Que saudade... que inveja...


Muito a sério caro amigo João Carlos, estes teus camaradas um pouco menos novos, desejam-te uma longa vida, feliz e com saúde junto daqueles que são o motivo e o orgulho da tua vida.

Que este dia, em especial, seja passado com alegria junto dos teus familares e amigos, e que esta data seja festejada para além da existência terrestre destes teus amigos e camaradas mais velhotes, já que chegarão aos 100 muito primeiro do que tu.



2. Passou algum tempo desde que João Carlos Silva nos escreveu para nos envaidecer com as suas palavras de incentivo e admiração. Vamos lembrar:

Em primeiro lugar apresento-me, sou o João Carlos Silva “alfacinha” de gema pois nasci na “velha” rua da Palma (sabem aquele Fado “…ai Mouraria da velha rua da Palma…”, pois é essa mesmo) e vivi 24 anos na Freguesia dos Anjos. Actualmente (há quase outros tantos) resido no concelho de Almada (sempre com Lisboa à vista…, ou quase). Militarmente falando, servi na Força Aérea Portuguesa de 1979 a 1982, como cabo Especialista MMA na BA6, na esquadra 301 onde operavam os FIAT G-91 (esquadra criada em 1978, antes disso e desde Agosto de 1974 era a esquadra 62 com as aeronaves vindas do Ultramar e da BA5, in Historial da Esquadra 301). Resumidamente, comecei na Manutenção (como era da praxe) tendo posteriormente trabalhado sempre na Linha da Frente. Faço parte da tertúlia da linha da frente do blog Especialistas da BA 12 do companheiro Victor Barata, pelas razões que expresso nesta mensagem e porque ele (e restantes companheiros) me acolheu nesse espaço de forma generosa.

Porquê esta minha “atabalhoada” mensagem ? Bom, por várias razões. A principal, como se vocês precisassem com quase 1 milhão de visitantes desde Abril de 2005, será porque quero partilhar convosco o que pode sentir (por isso a objectividade não será o forte deste texto) alguém que não esteve na Guerra Colonial por via da idade.

Como é que chegamos aqui ?

Bem, eu lembro-me bem de quando “miúdo” pensar, com bastante receio, que em breve seria a minha vez de avançar para África no cumprimento de um dever que afectava toda uma geração de jovens portugueses (e também de jovens guineenses, só agora tenho essa percepção, o vosso blog também tem essa virtude). Para este sentimento muito contribuiu a comissão do meu primo Victor Condeço (membro da vossa Tabanca Grande) por terras da Guiné, mais concretamente em Catió, e especialmente quando o fomos esperar ao cais da Rocha Conde de Óbidos em Alcântara. Além disso, tenho vagas memórias das preocupações porque passava a família.

Adicionalmente, tenho um outro parente, por parte da minha mulher, que serviu na Marinha e teve 2 comissões na Guiné, operando nas lanchas naqueles perigosos rios. Mais recentemente, constatei que dois antigos colegas meus de trabalho fazem parte da Tabanca Grande, o Raul Albino e o António Matos (Garcia de Matos). Provavelmente não se lembrarão de mim, mas, eu como mais “moderno”, lembro-me deles.

Depois, porque tenho vindo a absorver toda a informação e especialmente nos últimos dias me chamaram especial atenção algumas mensagens. Por exemplo, o complexo tema de Guiledje, como podem existir visões tão distintas sobre os mesmos acontecimentos, as mensagens do António Martins de Matos e a resposta de Nuno Rubim na mensagem 3811, a mensagem 3816 do Miguel Pessoa, que muito bem dizes em comentário “Na América já estavas no cinema…em Portugal, nem sequer te (re)conhecem…”, a mensagem 3820 do Joaquim Mexia Alves, com a qual eu concordo bastante, e a mensagem 3824 do Virgínio Briote (comentário à mensagem 3820 do Mexia Alves).

Bom, eu leio tudo isto e fico preso a estes relatos que muitos dos mais jovens simplesmente ignoram ou não fazem ideia porque parece que foi considerado tabú (ver mensagem 3824 do Virgínio Briote).

É notável o número de visitantes que a vossa Tabanca Grande tem tido, reflexo significativo da importância que tem este assunto da Guerra Colonial e da possibilidade de os protagonistas expressarem a sua visão e os seus sentimentos.

É de louvar os contributos na primeira pessoa e a dedicação dos Editores do blog que permitem que todas estas mensagens cheguem a todos nós e que possam ficar registadas para que os vindouros venham a conhecer, assimilar e respeitar o passado. Não é possível criar uma identidade sem considerar o passado.

De certeza que já receberam, refiro-me a malta mais “moderna”, inúmeras manifestações de respeito e admiração pela missão cumprida no meio de todos estes sacrifícios físicos e psicológicos, no entanto, nesta sociedade actual em que muitos fazem gala em “rotular”, rebaixar ou tentar anular, os parceiros do lado sem sequer se darem ao trabalho de os conhecer (profissionalmente ou pessoalmente) apenas por um alegado espírito de competitividade aplicado superficialmente e sem nexo e que não sei aonde nos vai levar (parece que não está a dar resultado), faço questão de transmitir de forma muito clara o meu respeito e admiração por todos os ex-combatentes e às respectivas famílias que tanto sofreram.


Estas foram as suas impressões em Fevereiro de 2009. É da nossa responsabilidade não o desiludir.


3. Deixo agora estas fotos que temos em arquivo:

João Carlos Silva enquanto Cabo Especialista da FAP

João Carlos Silva aos comandos de um Fiat G91

João Carlos Silva na Base Aérea da OTA

João Carlos Silva, Especialista da Força Aérea Portuguesa, esteve presente no nosso IV Encontro acompanhado de seu tio Alberto Bártolo, à direita da foto, que é Reformado da Marinha de Guerra Portuguesa e que conhece muito bem os rios da Guiné.
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Notas de CV:

Vd. postes de João Carlos Silva de:

5 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3844: FAP (5): Reflexões sobre o Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (João Carlos Silva)
e
22 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3923: Tabanca Grande (122): João Carlos Silva, ex-Cabo Especialista da Força Aérea Portuguesa (1979/82)

Vd. último poste da série de 25 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5880: Parabéns a você (81): Gumerzindo Silva, ex-Soldado Condutor da CART 3331, Cuntima, 1970/72 (Editores)

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3923: Tabanca Grande (122): João Carlos Silva, ex-Cabo Especialista da Força Aérea Portuguesa (1979/82)

1. Mensagem de João Carlos Sousa Silva (1), Cabo Especialista da FAP (1979/82), com data de 19 de Fevereiro de 2009:

Caro Carlos Vinhal,

Após algumas hesitações, aproveito a oportunidade dada por vários Posts para responder ao vosso convite/desafio para integrar a Tabanca Grande. Assim, envio uma fotografia do tempo militar enquanto Cabo Especialista e outras duas actuais. A militar foi tirada num FIAT G-91 T-3 (versão de treino com dois lugares) na BA6 Montijo por volta de 1981, das actuais uma foi tirada na BA2 Ota, 29 anos depois no mesmo local da foto do meu pelotão na recruta, mas infelizmente sem os restantes companheiros (através do blog Especialistas da BA12 percebi que era da praxe tirar essas fotografias em todas as recrutas).

Fui voluntário para a FAP com 17 anos em Junho de 1979 (2.ª/79), tendo tirado a Especialidade de Mecânico de Material Aéreo (MMA), Recruta e Curso na BA2 Ota.

Posteriormente fui colocado na BA6 Montijo na Esquadra 301 Jaguares como Mecânico de FIAT G-91, onde estive até sair da FAP, 3 anos depois. Tive uma passagem de 3 meses pela BA4 Lajes em 1980 com os FIAT.

Feitas as apresentações, agora os tais Posts que acima referi. Destaco o P3885 (2) e o P3887 (3). O primeiro pela enorme satisfação em ver reconhecida a valorosa acção dos elementos da FAP na Guiné, por essa nobre instituição ADFA e pela carga simbólica que a mesma implica. Louvo também as diversas mensagens relativas às Enfas. Pára-Quedistas quanto à necessidade da sua inclusão nessa homenagem. O segundo pela mensagem franca, pura, bonita, emocionante dirigida pelo ex-Fur Mil Op Esp J. Casimiro Carvalho ao Cor Pilav Miguel Pessoa.

Adicionalmente, lendo atentamente os Posts mais recentes do Ten Gen António Matos, do Cor Art Nuno Rubim e do Cor Art Coutinho e Lima sobre o dossiê Guiledje, vários pensamentos me ocorrem. O primeiro é o de que sem dúvida foi uma situação de guerra muito complicada em que os intervenientes passaram momentos muito difíceis e nem sempre com o apoio necessário. Depois, fico pasmado como é possível existirem versões tão diferentes dos mesmos acontecimentos. Pessoalmente não considero que a versão aérea ou a vivência do ar versus a versão terrestre ou a vivência terrestre seja menos correcta ou verdadeira, e vice-versa, considero que ambas terão vantagens e desvantagens, por isso até deveriam ser complementares. Não consideram uma mais valia importante a informação obtida por esses dois prismas? Não seria a informação mais completa e correcta? Não poderia permitir uma melhor actuação e eficácia?

Leio e releio e, seguramente que os intervenientes são pessoas de bem, por isso mesmo é–me difícil entender tanta discrepância. Consigo identificar algumas respostas pouco claras que não invalidam afirmações feitas e consigo encontrar contradições que poderiam dar azo a novas questões, originando um sem fim de mensagens e por ventura uma difícil conclusão.

Estando de fora (por não ter vivido esses acontecimentos), mas não pouco interessado em relação ao que esses acontecimentos representaram na História do meu País e na vida dos nossos ex-Combatentes, tenho pena que não se consiga ter uma visão comum sobre os mesmos factos, mas, como dizia o José Dinis num comentário ao meu anterior P3844 (1), "...isso continuará a ser o resultado dos diferentes olhares, das diferentes maneiras como os vimos, como os entendemos, ou como ouvimos falar deles.". Eu acrescentaria e o resultado de diferentes conhecimentos dos dados que originaram que determinada acção tivesse sido conduzida de uma determinada forma (o que a tornará por vezes ininteligível para outros envolvidos).

Parece-me claro que, também como vamos aprendendo na vida, ninguém é dono da verdade absoluta. Também me parece claro e parafraseando o Cor Pilav Miguel Pessoa no seu P3816 (4) "… que isto de combater, cada um fá-lo da maneira que pode e sabe, e nas funções para que está mais habilitado.". Eu pessoalmente acredito que todos fizeram o melhor que estava ao seu alcance em cada momento em que foram chamados a intervir.

Considero muito importante que se possa saber destes diferentes pontos de vista, pois para além de ser revelador de sã liberdade de expressão, permite a quem está realmente interessado, um conhecimento mais abrangente, completo e porque não mais verdadeiro desses acontecimentos.

Ao preparar esta mensagem, li hoje o P3911 (5) do Cor Pilav Miguel Pessoa confirmando, para mais, as suas 400 missões mesmo com 4 meses de interregno. Também referindo que as do Ten Gen Pilav António Matos terão sido mais. É obra e como creio que não tenham sido só eles, realmente não foi deixar de voar após Strela. Seguramente passaram a fazê-lo de forma diferente, originando uma percepção também diferente para quem necessitava do apoio que vinha do Ar. Especialmente na fase mais complicada do conflito para todos os envolvidos.

Desculpem-me o atrevimento de opinar, se calhar de forma tão superficial, sobre tão delicado tema, mas, creiam que o faço por genuíno interesse em informar-me sobre tantos esforços e perigos passados por esta geração de ex-Combatentes ao serviço de Portugal.

"De Nada a Forte Gente se Temia" – Lema da Esquadra 301 Jaguares

Saudações Especiais
João Carlos Silva
MMA,
Jaguares (FIAT G-91)
2ª/79

João Carlos Silva na Base Aérea do Montijo, quando Especialista da FAP

João Carlos Silva, na actualidade, na Base Aérea da OTA



2. Comentário de CV

Caro João, obrigado por teres aceite o nosso convite. É um prazer enorme ter entre a macacada, tropa de elite como a FA e a Marinha.

Peço-te que não te coíbas de fazer qualquer comentário que aches oportuno, porque como se infere das tuas palavras, mesmo entre os intervenientes há pontos de vista diferentes, logo quem não viveu os acontecimentos poderá ter uma visão mais clara e desapaixonada.

Claro que reparaste que nos estamos a tratar já por tu, o que é normal entre camaradas. Idades, antigos postos e condição social, não são para aqui chamados.

Deixo-te o abraço fraterno em nome da tertúlia e votos de que estejas entre nós o mais tempo possível. Somos um pouco mais velhos (menos novos), mas isso não impede uma sã convivência.

CV
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Notas de CV:

Vd. os seguintes postes:

(1) de 5 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3844: FAP (5): Reflexões sobre o Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (João Carlos Silva)

(2) de 13 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3885: FAP (10): Obrigado, Tenente Piloto Aviador Pessoa (J. Casimiro Carvalho, CCAV 88350, Piratas de Guileje)

(3) de 13 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3887: Iniciativas da ADFA em Lisboa (Luís Nabais)

(4) de 29 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3816: Dossiê Guileje / Gadamael 1973 (5): Strellado nos céus de Guileje, em 25 de Março de 1973 (Miguel Pessoa, ex-Ten Pilav)

(5) de 18 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3911: Dossiê Madina do Boé e o 24 de Setembro (1): Em 1995, confirmaram-me que o local da cerimónia foi mais a sul (Miguel Pessoa)

Vd. último poste da série de 20 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3916: Tabanca Grande (121): Giselda Antunes Pessoa, ex-Enfermeira Pára-quedista (Agosto de 1970 / Maio de 1974)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3844: FAP (5): Reflexões sobre o Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (João Carlos Silva)

1. Mensagem João Carlos Sousa Silva, Cabo Especialista MMA na BA6, com data de 1 de Fevereiro de 2009: Caros Luís Graça, Carlos Vinhal e Virgínio Briote, Sei que estarão assoberbados de mensagens, mas, após vários meses de leitura diária do vosso blog, decidi hoje passar para o papel (digo computador) algumas ideias que me têm ocorrido e que gostaria de partilhar. Para quando tiverem alguma disponibilidade. Partilho esta mensagem com o meu companheiro Victor Barata pois foi através do seu blog Especialistas da BA12 que aprendi mais coisas sobre este tema (e é portanto também para ele esta mensagem), com quem já partilhei algumas ideias e que cheguei ao vosso blog. Junto envio fotografia (para a fotografia) na linha da frente da esquadra 301, na BA6 Montijo.

De Nada a Forte Gente se Temia – Lema da esquadra 301 Jaguares Saudações Especiais, João Carlos Silva, MMA, Jaguares (FIAT G-91), 2ª/79 2. Em primeiro lugar apresento-me, sou o João Carlos Silva “alfacinha” de gema pois nasci na “velha” rua da Palma (sabem aquele Fado “…ai Mouraria da velha rua da Palma…”, pois é essa mesmo) e vivi 24 anos na Freguesia dos Anjos. Actualmente (há quase outros tantos) resido no concelho de Almada (sempre com Lisboa à vista…, ou quase). Militarmente falando, servi na Força Aérea Portuguesa de 1979 a 1982, como cabo Especialista MMA na BA6, na esquadra 301 onde operavam os FIAT G-91 (esquadra criada em 1978, antes disso e desde Agosto de 1974 era a esquadra 62 com as aeronaves vindas do Ultramar e da BA5, in Historial da Esquadra 301). Resumidamente, comecei na Manutenção (como era da praxe) tendo posteriormente trabalhado sempre na Linha da Frente. Faço parte da tertúlia da linha da frente do blog Especialistas da BA 12 do companheiro Victor Barata, pelas razões que expresso nesta mensagem e porque ele (e restantes companheiros) me acolheu nesse espaço de forma generosa. Porquê esta minha “atabalhoada” mensagem ? Bom, por várias razões. A principal, como se vocês precisassem com quase 1 milhão de visitantes desde Abril de 2005, será porque quero partilhar convosco o que pode sentir (por isso a objectividade não será o forte deste texto) alguém que não esteve na Guerra Colonial por via da idade. Como é que chegamos aqui ? Bem, eu lembro-me bem de quando “miúdo” pensar, com bastante receio, que em breve seria a minha vez de avançar para África no cumprimento de um dever que afectava toda uma geração de jovens portugueses (e também de jovens guineenses, só agora tenho essa percepção, o vosso blog também tem essa virtude). Para este sentimento muito contribuiu a comissão do meu primo Victor Condeço (membro da vossa Tabanca Grande) por terras da Guiné, mais concretamente em Catió, e especialmente quando o fomos esperar ao cais da Rocha Conde de Óbidos em Alcântara. Além disso, tenho vagas memórias das preocupações porque passava a família. Adicionalmente, tenho um outro parente, por parte da minha mulher, que serviu na Marinha e teve 2 comissões na Guiné, operando nas lanchas naqueles perigosos rios. Mais recentemente, constatei que dois antigos colegas meus de trabalho fazem parte da Tabanca Grande, o Raul Albino e o António Matos (Garcia de Matos). Provavelmente não se lembrarão de mim, mas, eu como mais “moderno”, lembro-me deles. Depois, porque tenho vindo a absorver toda a informação e especialmente nos últimos dias me chamaram especial atenção algumas mensagens. Por exemplo, o complexo tema de Guiledje, como podem existir visões tão distintas sobre os mesmos acontecimentos, as mensagens do António Martins de Matos e a resposta de Nuno Rubim na mensagem 3811, a mensagem 3816 do Miguel Pessoa, que muito bem dizes em comentário “Na América já estavas no cinema…em Portugal, nem sequer te (re)conhecem…”, a mensagem 3820 do Joaquim Mexia Alves, com a qual eu concordo bastante, e a mensagem 3824 do Virgínio Briote (comentário à mensagem 3820 do Mexia Alves). Bom, eu leio tudo isto e fico preso a estes relatos que muitos dos mais jovens simplesmente ignoram ou não fazem ideia porque parece que foi considerado tabú (ver mensagem 3824 do Virgínio Briote). É notável o número de visitantes que a vossa Tabanca Grande tem tido, reflexo significativo da importância que tem este assunto da Guerra Colonial e da possibilidade de os protagonistas expressarem a sua visão e os seus sentimentos. É de louvar os contributos na primeira pessoa e a dedicação dos Editores do blog que permitem que todas estas mensagens cheguem a todos nós e que possam ficar registadas para que os vindouros venham a conhecer, assimilar e respeitar o passado. Não é possível criar uma identidade sem considerar o passado. De certeza que já receberam, refiro-me a malta mais “moderna”, inúmeras manifestações de respeito e admiração pela missão cumprida no meio de todos estes sacrifícios físicos e psicológicos, no entanto, nesta sociedade actual em que muitos fazem gala em “rotular”, rebaixar ou tentar anular, os parceiros do lado sem sequer se darem ao trabalho de os conhecer (profissionalmente ou pessoalmente) apenas por um alegado espírito de competitividade aplicado superficialmente e sem nexo e que não sei aonde nos vai levar (parece que não está a dar resultado), faço questão de transmitir de forma muito clara o meu respeito e admiração por todos os ex-combatentes e às respectivas famílias que tanto sofreram. De Nada a Forte Gente se Temia – Lema da esquadra 301 Jaguares Saudações Especiais, João Carlos Silva, MMA, Jaguares (FIAT G-91), 2ª/79 3. Comentário de CV Caro João Carlos Silva, obrigado pelos teus comentários ao nosso Blogue, que representam para nós a certeza de que estamos a chegar a gente mais nova, que viveu um tempo em que já não era necessário ir combater na Guerra Colonial.

O facto de nos leres e te interessares por acontecimentos que, aparentemente, não te dizem respeito, faz com que te convidemos a fazeres parte da Tabanca Grande, como camarada não combatente, mas não menos importante. Esperamos que nos vás transmitindo as tuas impressões desinteressadas e desapaixonadas, qualidades próprias de quem como tu não participou na guerra. Esperamos notícias tuas, quanto à adesão à Tabanca. Envia-nos uma foto actual e outra do teu tempo de Cabo Especialista da FA, já que a que eu editei não tem grande qualidade. Para ti, um abraço da Tertúlia __________ Nota de CV: Vd. último poste da série de 4 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3839: FAP (4): Drama, humor e... propaganda sob os céus de Tombali (Miguel Pessoa, Cor Pilav Ref)