Pesquisar neste blogue

Mostrar mensagens com a etiqueta Galiza. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Galiza. Mostrar todas as mensagens

sábado, 2 de agosto de 2025

Guiné 61/74 - P27082: Felizmente ainda há verão em 2025 (7): se forem a Santiago de Compostela, rezem por nós e bebam, com as tapas, uma malga de vinho tinto da Ribeira Sacra













Caminho e cidade de Santiago de Compostela, 23 de agosto de 2006


Fotos (e legenda): © Luís Graça  (20o6). Todos os direitos reservados [Edição:  Blogue Luís Garça & Camaradas da Guiné]



Capa do livro do Abílio Machado - " Diário dos Caminhos de Santiago". Porto: Edita-me, 2013, 358 pp., ISBN 987-989-743-011-4
 


1. Já temos, na Tabanca Grande, pelo menos 4 caminheiros de Santiago de Compostela, o Virgílio Teixeira, o Abílio Machado, o Paulo Santiago e... o nosso editor Luís Graça. Em boa verdade, este último foi mais turista do que caminheiro, quando lá esteve em 23 de agosto de 2006, em Santiago. Por certo, muitos outros nossos camaradas, antigos combatentes, já foram visitar o túmulo do santo e/ou rezar na sua catedral. 

Devotos, confessos, do Santo são mesmo o Abílio Machado (que já fez os 7 caminhos e jã escreveu um livro, cuja capa reproduzimos acima ) e o Paulo Santiago (que esteve lá pelo menos em 2006 e 2007) (*)  (**).

Recorde-se o que escrevi a propósito destas imagens, acima reproduzidas.

Em 30 de novembro de 2006 (*), o Paulo Santiago comunicou-nos que a sua esposa ia levá-lo, de manhã, de carro, a Porto Marin, perto de Pontevreda, para depois fazer, a pé, o resto do caminho de Santiago. E que esperava dentro de quatro a cinco dias chegar a Santiago. Tinha feito uma tentativa anterior, em agosto desse ano, gorada por falta de tempo.

Desta vez, ele podia queixar-se da mochila que ia "um pouco mais pesada, devido à roupa da época"...Estava-se em pleno outono.  Mas nõs esperávmos que as mazelas contraídas no Saltinho (onde comandou o Pel Caç Nat 53, 1970/72) não o deixassem  ficar mal, nem perante o Santo - que era mui fero e guerreiro, como o Paulo - nem perante os seus camaradas da Guiné que muito o estimavam e admiravam... Sem falar da sua equipa de râguebi, sénior...

Sabemos que daquela vez ele corttou a meta e marcou preseça na catedral de Santiago de Compostela E seguramente que lá, nesse famoso santuário cristão, também pensou em nós, nos seus amigos e camaradas da Guiné. E até  terá rezado por nós, santos e pecadores...

Em sua homenagem (dele, Paulo, peregrino, caminheiro, ex-comandante de um pelotão de caçadores nativos noutra "incarnação"), eu fiz questão de  publicar aqui algumas fotos do caminho de Santiago que eu fizera antes, no verão desse ano de 2006. Comodamente,  de carro, como turista...

Declaração de interesse:  disse então publicamente  que o Santiago não era (nem podia ser) um santo da minha devoção, sendo eu meio-cristão e meio-mouro... Sempre o achara, de resto, muito guerreiro, para o gosto de paisano... 

De qualquer modo, apesar da massificação do turismo, Santiago de Compostela ainda era. naquele tempos (e hoje ainda mais) um lugar desta "jangada de pedra" que é a nossa Península Ibérica (parafraseando o José Saramagto)... 

Em Santiago confesso que senti que  também podia haver ali sortilégio, magia e espiritualidade, uma das nossas geografias emocionais onde  o profano e o sagrado se casavam bem... 

E deixava uma sugestão (que continua a ser válida, 19 anos depois, agora em pelno verão de 2025) (***): 

(...) Se lá forem, rezem também por todos nós, mas não deixem de passar por Gato Negro, centnário bar e restaurante de tapas. E lá bebam, por favor,  uma malga de vinho da Ribeira Sacra,   por todos nós, pobres de Cristo, que palmilhámos as terras da Guiné e trouxemos de lá uma sede tamanha que só a água de Lisboa podia matar... 

Em Santiago de Compostela não se morria em 2006,  nem se morre hoje, de sede: era (é)da , de facto, uma das cidades não só da nossa querida Galiza como de toda a Espanha, com mais bares de tapas, bodegas, tabernas e chiringuitos por metro quadrado... Ou não tivesse o santo também olho para o negócio. (...)

3. E já agora uma sugestão de vinhos da região da Ribeira Sacra... Perguntei ao meu "Sabe-Tudo", o assistente de IA (ChatGPT):

P - Qual o vinho que me recomendas, apropriado para beber em "O Gato Preto" (passe a publicidade), centenário restaurante e bar de  tapas em Santiago de Compostela, depois de ter ido rezar ao santo ?

R - Dito pelo ChatGPT:

Excelente escolha de contexto: depois de rezar ao Santo em Santiago de Compostela, sentar-se no "O Gato Preto", com tapas e ambiente descontraído, merece um vinho que una estas três coisas:  alma galega, espiritualidade e prazer vínico.

  (i) Recomendação principal: Ribeira Sacra Mencía (tinto jovem ou com ligeira madeira)

Ideal para harmonizar com tapas típicas galegas (polvo, pimentos de Padrón, queijos, embutidos) e manter a leveza e frescura do momento pós-peregrinação.

Produtor recomendado (omite-se a informação, porque pode ser publicidade)...

(ii) Alternativa branca, se preferires algo mais fresco: Godello (casta) da Ribeira Sacra ou do Valdeorras

Se preferires vinho branco (e se estiver quente ou fores comer mariscos ou queijo galego), um Godello estruturado é perfeito.

Sugestões (omite-se as marcas, porque pode parecer  publicidade)

E resumo, castas Mencia (tinto) e Godello (branco).

(iii) Porquê estas escolhas?

  • Espírito local: são vinhos que expressam a identidade galega, ligados à terra e à tradição monástica que está na raiz da viticultura da Ribeira Sacra.
  • Simbolismo: beber Mencía ou Godello num lugar chamado "O Gato Preto" (ou outro bar de tapas), depois de visitar o túmulo de Santiago, é unir o sagrado e o profano com inteligência e prazer.

(iv) e por último um brinde, em galego:

"Polo camiño andado 
e polo que falta,
polo Santo que nos guía 
e o viño que nos canta.

Que nunca nos falte lume no peito,
pan na mesa,
e un tinto da Ribeira 
que nos lembre que estamos vivos.

Saúde e bo proveito!"

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Guiné 61/74 - P21430: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (75): procuro mais notas biográficas sobre o cor pilav Gualdino Moura Pinto, dado erradamente como morto no acidente do avião da TAP, TP425, no Funchal, em 19/11/1977 (Santiago Garrido, jornalista, "La Voz de Galicia")



Gualdino Moura Pinto, cor pilav, 
Comandante da Zona Aérea de Cabo Verde e Guiné, 
Comandante da Base Aérea nº 12, em 1973
(Fotografia de Arnaldo Sousa, quando se despediu da Guiné
 como Comandante da Zona Aérea e Piloto, junto de pessoal 
que compunha a linha da frente dos Fiat... Com a devida vénia...) (*)


1. Mensagem de Santiago Garrido Rial, jornalista de "La Voz de Galicia":


De: Santiago Garrido Rial <santiago.garrido@lavoz.es>
Date: terça, 22/09/2020 à(s) 18:34
Subject: Galicia 

Estimado Luís

Soy Santiago Garrido, periodista de La Voz de Galicia. Le escribo en castellano porque lamentablemente no sé hacerlo en portugués (sí en gallego, si le resulta más cómodo). En caso de no entender algunas palabras o frases, se las traduciré.

He llegado hasta su página buscando información sobre el comandante Gualdino Moura Pinto, del que leí un artículo sobre su fallecimiento en el accidente de la TAP en Funchal en 1977. Y muchos más de sus numerosos méritos.

Cuando era joven, con apenas 25 años, en 1950, tuvo que realizar un aterrizaje forzoso en una finca de labranza de Ponteceso (Provincia de A Coruña). Fue un hecho muy comentado, ya que no le pasó nada, ni a él, ni al avión. Había salido de Bragança y, por diversas circunstancias, llegó a este punto de Galicia.

Me gustaría reconstruír algún dato sobre él, tal vez hablando con su hijo, que veo que también es aviador en el Ejército del Aire. O alguna foto... No sé si usted podría ayudarme.

En todo caso, muchas gracias por su atención. (**)

Santiago Garrido Rial
La Voz de Galicia, Redacción Carballo
981704210, 606 968 683
@santiagogrial




Título de caixa alta do Diário de Lisboa, de 21 de novembro de 1977. Cortesia de Fundação Mário Soares, Casa Comum, Documentos Ruella Ramos.

Citação:
(1977), "Diário de Lisboa", nº 19511, Ano 57, Segunda, 21 de Novembro de 1977, Fundação Mário Soares / DRR - Documentos Ruella Ramos, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_22565 (2020-10-7)

2. Resposta do editor Luís Graça:

Sugerimos ao Santiago Garrido Rial que explore o blogue Especialistas da Base Aérea 12 Guiné 65/74 onde há mais informação sobre o cor pilav Gualdino Moura Pinto, que era Comandante da Zona Aérea de Cabo Verde e Guiné, e Comandante da Base Aérea nº 12, Bissalanca, em 1973.

No nosso blogue não temos muito mais informação sobre ele. Pode ser que algum dos nossos leitores possa ajudar. Boa sorte nas pesquisas e nos contactos. Sabemos que, em 2016, o filho, António Gualdino Ventura Moura Pinto, era Coronel de Infantaria, mas de quem, infelizmente, não temos o contacto.

3. Correção à nossa inf0rmação inicial:

O cor pilav Moura Pinto não morreu nesse acidente aéreo, mas sim de doença, em data, que não podemos precisar. 

Houve uma lamentável troca de identidades, numa notícica dada pela APTCA- Associação do Pessoal Tripulação e Cabine, ao referir a Homenagem aos Tripulantes e Passageiros vitimados no acidente da TAP, 30 anos após, por iniciativa do SNPVAC - Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil... Na lista dos tripulantes mortos vinha o "técnico de voo" Gualdino Maria Moura Pinto... Ora o técnico de voo (TV) que morreu no Funchal, era de apelido Encarnação. Este assunto está, de há muito,  esclarecido no blogue Especialistas da Base Aérea 12, Guiné 65/74.


________________

Notas do editor:


(**) Último poste da série > 9 de agosto de 2020 > Guiné 61/74 - P21242: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (74): Canábis - II (e última) Parte : Efeitos psicoativos, imediatos e a longo prazo

quinta-feira, 21 de março de 2019

Guiné 61/74 - P19607: In Memoriam (342): Fiquei muito chocado com a morte do Jorge Rosales (Francisco Baptista, ex-Alf Mil Inf)


Comandante Jorge Rosales
Foto: Manuel Resende


1. Mensagem de Francisco Baptista (ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72), datada de 20 de Março de 2019, com uma dedicatória ao já saudoso nosso camarada Jorge Rosales que nos deixou recentemente:


No dia 19 de Fevereiro de 2019 morreu o Jorge Rosales

Fiquei muito chocado com a morte do Jorge Rosales, tinha acompanhado o seu internamento no hospital, por telefone, enquanto ele o pôde atender, depois o amigo Manuel Resende deu-me algumas informações sobre intervenções cirúrgicas a que foi sujeito, que não eram boas notícias. Como ele era um homem grande com espírito forte e uma compleição física avantajada e robusta pensei que resistisse. Fui adiando a minha ida a Lisboa para o visitar no hospital, entretanto morreu e eu senti uma mágoa muito grande por nunca lhe ter feito essa visita.

Não fui ao funeral pois achei que dum amigo, se pudermos, com a discrição necessária, devemos despedir-nos em vida. Somente hoje ganhei coragem para falar dele e estas palavras são parte do meu luto para me libertar da tristeza que me causou a sua perda.

Tínhamos muitas afinidades, um pouco como tinham no passado a Galiza e Trás-os-Montes, no trabalho, na pobreza, no isolamento, na emigração, em muitos vocábulos e no carácter das suas gentes. Ele era um citadino a morar na linha do Estoril mas com profundas raízes rústicas galegas que herdara dos pais, eu um camponês, nascido e criado em Trás-os-Montes. O Jorge, ele disse-me, gostava muito de ler os textos que eu escrevia sobre Brunhoso, a minha aldeia, afinal as aldeias galegas de antigamente não eram muito diferentes.

Antes de adoecer tivemos ainda bastantes conversas por telefone

Com alguns camaradas dos Bandalhos, almoçámos um dia na Taberna do Valentim, em Viana do Castelo, com muitos camaradas almoçámos um dia em Algés na Tabanca da Linha que tu dirigias, Grande Comandante, com o Manuel Resende, antes também com o José Manuel Matos Dinis.

Disseste-me algumas vezes que um dia irias a Brunhoso e convidaste-me a ir à Galiza onde ainda tinhas propriedades rústicas e ao Couço no Ribatejo, onde tinhas casa e uma vinha que produzia um pipo de vinho, de que tinhas tanto orgulho. Algumas vezes me prometeste uma garrafa desse vinho, partiste sem ma dar.

Foram poucos anos mas tivemos um convívio bom e saudável.
Gostei muito de te conhecer.

Até sempre Comandante Rosales(*)

Francisco Batista
____________

Nota do editor

(*) Vd. poste de 22 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19517: In Memoriam (340): Até sempre, 'comandante' Jorge Rosales (1939-2019)

Último poste da série de 6 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19555: In Memoriam (341): Falecimento, no passado dia 3 de Março, do 1.º Sargento João da Costa Rita da CART 2732 (Carlos Vinhal, ex-Fur Mil Art MA)

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Guiné 61/74 - P18923: Agenda cultural (646): Conferência "História da Pesca do Bacalhau na Terra Nova", sexta-feira, 24 de agosto, às 20H00, no Ateneo Ferrolan, Madalena, Ferrol, província da Corunha, Galiza, Espanha (Capitão Aveiro)


1. Do nosso amigo Capitão Aveiro (Valdemar Aveiro, da Costa Nova, Ílhavo), receebemos o seguinte convite, que divulganos com o todo o gosto:

El Ateneo Ferrolán, la Editorial Áncora de Lisboa y Aetinape te invitan a conocer la apasionante aventura de la pesca del bacalao en los mares de Terranova"

Estimado amigo y compañero:

Te invitamos a la Conferencia-Proyeccion-Colóquio "Historia de la pesca del bacalao en Terranova", organizada por la Asociación Española de Titulados Náutico-Pesquera (AETINAPE) y la Editorial Âncora, de Lisboa, con la colaboración del Ateneo Ferrolán y el cantautor Manolo Bacallao, que fue tripulante en los caladeros de Terranova.

Su autor es una persona entrañable, Valdemar Aveiro, capitán portugués que se jubiló al mando del bou "Coimbra", buque insignia de la pesca portuguesa. A sus 84 años conserva la ilusión y la inteligencia de relatar la dura vida de la pesca del bacalao. 

Valdemar es un gran erudito en la historia de estas pesquerías, con siete libros publicados por la Editorial Áncora de Lisboa. Es una persona culta, empática, profesional, con una gran dignidad, lo que le hizo cosechar importantes y profundas amistades con muchos profesionales gallegos y vascos que también se dedicaban a esta pesquería.

No exageramos si después de conocer su obra y mantener varias conversaciones con él reconocemos que estamos probablemente ante una de las personas con mayores conocimientos históricos de la pesca del bacalao que él maneja a través de datos históricos desde el siglo VIII.


Cabe recordar la gran importancia del puerto de Ferrol en las épocas doradas del bacalao, ya que la PYSBE (una de las grandes empresas pesqueras de la época) tenía aquí una de sus factorías más importantes y parte de su flota operaba desde Ferrol, que con A Coruña, Vigo y Pasajes, fue uno de los puertos y comarcas de referencia.

En el evento, participará también el editor Antonio Baptista Lópes.

Durante este evento, se proyectará un vídeo con números premios internacionales sobre la pesca del bacalao en Terranova con doris (embarcaciones que se transportaban en los grandes barcos bacaladeros y desde las que se pescaba con anzuelo)

Por todo ello, te rogamos que nos honres con tu asistencia a este acto y que hagas extensiva esta invitación a las personas que consideres oportuno.

La entrada es libre

CONFERENCIA-PROYECCIÓN-COLOQUIO DE VALDEMAR AVEIRO

HISTORIA DE LA PESCA DEL BACALAO EN TERRANOVA

DÍA: VIERNES, 24 DE AGOSTO

HORA: 20:00


LUGAR: ATENEO FERROLÁN (Magdalena 202-204-Ferrol)

Este acto estará presentado por el presidente de AETINAPE, José Manuel Muñiz Ríos.

[O convite é da responsabilidade dos organizadores do evento. Fixação e revisão de texto: LG. Sobre a pesca do bacalhau, que chegou a ser  "alternativa" à guerra do ultramar / guerra colonial, para alguns jovens da nossa geração, temos cerca de 3 dezenas de referências no nosso blogue] 
_______________

Nota do editor:

terça-feira, 6 de março de 2018

Guiné 61/74 - P18384: (In)citações (117): Devaneios com sustentação na História (Manuel Luís Lomba, ex-Fur Mil da CCAV 703)

Península Ibérica
Com a devida vénia a Infoescola


1. Em mensagem datada de 5 de Março de 2018, o nosso camarada Manuel Luís Lomba (ex-Fur Mil da CCAV 703/BCAV 705, BissauCufar e Buruntuma, 1964/66) enviou-nos este artigo de opinião para publicação:


Devaneios com sustentação na História

Amílcar Cabral teria sido um líder bem-aventurado, se tivesse começado por pugnar, junto da ONU e das instituições da Comunidade Internacional, a agregação da Galiza a Portugal, em troca da independência da Guiné!...

Pela facilidade com que pôs todas essas instituições do seu lado, fez da guerra o seu caminho.

A principal razão avocada: Portugal era ocupante ilegal da Guiné, havia mais de 500 anos!

Nem de facto nem de direito, senhor PAIGC (antigo), meu e nosso IN, antes de 1974.

A Guiné, abrangendo os futuros Senegal, Casamansa, Guiné-Conacri, Gâmbia e Serra Leoa, tornaram-se portugueses de direito, entre 1445-1974, pela Bula Manifestis Pontifex, de 8 de Janeiro de 1445, do Papa Nicolau V.

A Santa Sé foi detentora e geriu os poderes de Direito Internacional, até à Sociedade das Nações e à actual ONU, terminados com a fundação desta, após a II Guerra Mundial.

Continuemos a evocar a História.

Andava o nosso rei Afonso V, o Africano, a marchar por Castela com o Exército Português, encorajado a dar batalha aos “reis católicos” Isabel e Fernando, na sua ânsia pela dilatação do Portugal europeu, mas teve de pedir reforços ao filho, Príncipe João (futuro rei D. João II), para se poder apurar o vencedor da Batalha do Toro. O príncipe foi resolver habilmente a batalha a seu favor, os beligerantes chegaram a “capítulos” e o Rei Fernando permutou a Galiza com a desistência de Afonso V do seu expansionismo.

A Rainha Isabel não concordou, desautorizou o marido, mandou defender a Galiza e mandou os seus melhores capitães fazer guerra de corso aos interesses portugueses nos mares da Guiné, objectivada ao seu enfraquecimento.

Em reacção, D. Afonso V reiterou o pedido de reforços ao príncipe que, em vez de mandar tropas, mandou uma lição política e estratégica ao pai: “Desista da Galiza; o futuro de Portugal está traçado no mar”.

O Príncipe D. João desempenhava a regência e assumia a gestão dos assuntos da Guiné, desde os 19 anos. O PAIGC teve o Nino Vieira, o Arafan Mané, o Pansau Na Isna, etc. mas não teve o exclusivo dos iniciados aos 19 anos…

E, para pôr termo a essa guerra de corso e ficar com a Guiné, Portugal teve de deixar a Galiza e de reiterar a desistência da sua expansão à Espanha.

A independência da Guiné seria ética, justa, se Portugal recebesse a Galiza em troca. Mas o prejuízo sobrou só para Portugal.

Assim, se houvesse moral nas relações internacionais ou se ela não estivesse sujeita a tantas contingências e avarias, Amílcar Cabral sentir-se-ia obrigado a aplicar o seu talento diplomático e o seu poder de sedução junto da ONU e das instituições da Comunidade Internacional, nesse sentido.

Se Cabral tivesse de recorrer à guerra, seria um justum bellum, segundo o Luís Graça, o seu teatro seria a Galiza e não a Guiné. Teria os mais de 300 km da linha de fronteira no Minho e Trás-os-Montes, para dar largas à sua eficiência em corredores e infiltrações, e teria contado com os comandos, fusos, páras e pilav's tugas, sobre a terra e sobre o mar galegos, que não teve do seu lado, sobre a terra e sobre os rios da Guiné; poderia ter mantido o casamento com uma portuguesa e uma casa em Chaves. A Guiné seria uma Suíça africana, com lei e ordem e, ao invés dos guineenses, os galegos, os portugueses e os guineenses retribuíam-lhe o feito, com gratidão e estima e os próprios independentistas da Catalunha lhe reconheceriam o seu meio caminho andado.

A imitação por aqueles da Declaração independentista do PAIGC no Boé correu bem, mas com consequências – dos seus promotores, o principal fugiu e alguns foram hospedados na cadeia.

Moral da história: os veteranos da sua guerra, de ambos os campos, andam com a imagem churcilliana de uma Guiné de sangue, suor e lágrimas, colada às suas almas; e por que não a ver por outros prismas?…
____________

Nota do editor

Último poste da série de 7 de fevereiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18295: (In)citações (116): A 'mindjer grandi' Anabela Pires, de visita a Iemberém, até 2ª feira... Vai ser confrontada com uma série de memórias dolorosas: as perdas sucessivas dos nossos amigos comuns Cadi, Pepito, Alicinha... Esperemos que tenha notícias do nosso grã-tabanqueiro António Baldé, que voltou de mãos vazias, de Alfragide para Caboxanque, com o sonho desfeito de ser apicultor e dar um futuro melhor à Cadi e à Alicinha

terça-feira, 13 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17460: Recortes de imprensa (88): O nosso amigo capitão Valdemar Aveiro, em Vigo, Galiza, defendendo os pergaminhos da história da pesca do bacalhau ("Faro de Vigo", 10.06.2017)



Espanha > Galiza > Vigo > Club Faro de Vigo >Auditório Municipal e Areak > 9 de junho de 2017 > O capitão Valdemar Aveiro, à direita, com José Manuel Muñiz. presidente da Asociación de Titulados Náutico-Pesqueros (AETINAPE).


 Foto: Marta G. Brea. Fonte: Faro de Vigo, 10.06.2017 ( Com a devida vénia,,,)

Valdemar Aveiro > 
"Los políticos están destruyendo las flotas pesqueras"

Faro de Vigo | Ágatha De Santos Vigo 10.06.2017 | 03:03

(...) "Los caladeros están llenos de pescado y sin embargo, hay quienes continúan diciéndonos que tenemos que tener cuidado con lo que pescamos porque vamos a quedarnos sin recursos pesqueros". Así de contundente se mostró el invitado de ayer del Club FARO, Valdemar Aveiro, capitán portugués especialista en la pesca del bacalao, que repasó la historia de esta pesquería y habló de su presente y también de su futuro, uno futuro que no augura nada bueno.


"Los políticos y la Unión Europea están destruyendo las flotas (pesqueras) y aún dicen que tenemos que tener mucho cuidado con las cuotas si no queremos quedarnos sin pescado. Y no puedo entender que digan esto cuando hay tanta gente en paro", afirmó durante su intervención en el Auditorio Municipal do Areal, que fue presentada por José Manuel Muñiz, presidente de la Asociación de Titulados Náutico-Pesqueros (AETINAPE)."

El invitado del Club FARO aseguró que esta advertencia sobre la escasez de recursos marinos es falsa. Es más, según Aveiro los caladeros de pescado están llenos. "Hay tal cantidad de pescado que se están comiendo a sus crías", advirtió el capitán de pesca portugués, de 83 años, que añadió que esto supone un serio problema para el medio marino. "Quienes siguen empeñados en que creamos que no hay suficiente pescado, nos dicen también que hay un problema con el pescado pequeño, que no hay. Y no hay porque los peces grandes se están comiendo a los pequeñitos", insistió.

Tampoco es cierto, añadió, que el problema de la escasez aludida se deba a los ciclos de reproducción de los peces. No al menos en el caso del bacalao. "Es falso que el bacalao solo se reproduzca una vez al año. Además, la hembra del bacalao pone entre siete y ocho millones de huevos, aunque no sobreviven todos, por supuesto", explicó.

_________________________________________________________________________________


O jornalista lembra que o conferencista se matriclou co mo moço aos 15 anos, num barco de pesca de bacalhau tradicional, o duro sistema de pesca tradiconal português, baseado na pesca à ,linha com os "dóris", e que aos 21 anos se diplomou como capitão da marinha mercante. 

Dedicou toda uma vida à pesca do bacalhau na Terra Nova e na Groenlândia, tendo-se reformado como capitão do navio "Coimbra" [, foto à esquerda, de Valdemar Aveiro], o campeão da frota de pesca bacalhoeira portuguesa. 

Mantendo.-se ainda no ativo como gestor, é também um reputado e vigoroso cronista da história da pesca do bacalhau na segunda metade do século passado. É já autor de cinco livros sobre este setor piscatório que, durante anos e anos, foi fundamental para a economia não só portuguesa como também para a economia das regiões galega e basca.

_________________________________________________________________________________


(...) Durante los años que pasó embarcado, siempre dedicado a la pesca de arrastre, también ha sido testigo de naufragios, como el del "Santa Mónica". Aún así, continúo embarcado. Tampoco la dureza del oficio le disuadió para quedarse en tierra. "Hablar de la pesca del bacalao es hablar de una saga heroica", dijo refiriéndose a los cientos de marineros que hicieron de esta pesca su modo de vida.

A esto, se sumaría después las reducciones en el número de capturas de la Unión Europa. "Las cuotas miserables nos han perjudicado a todos", aseguró. Y por último, las plataformas petrolíferas, que limitan también la zona pesquera.

La política pesquera no ha beneficiado precisamente a las flotas pesqueras, ni a la gallega ni a la portuguesa. "No sé cuántos barcos tenía la flota española. Sé que era una de las más importantes del mundo. La portuguesa es mucho más pequeña, pero llegó a tener 77 barcos de pesca. Hoy no tenemos más de once, y no todos son portugueses, sino holandeses", dijo el ponente, que añadió que hoy en día nada de sorprende.

El conferenciante estuvo hace tres días en el Parlamento portugués precisamente para hablar sobre la situación de la flota pesquera portuguesa como experto en la materia. (...)

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10676: Recortes de imprensa (61): Un SOS para o pobo vencido da Guiné-Bissau, un país irmao, na fala e nas aspiracións de liberdade (Galicia Hoxe, Xosé Lois García)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Cantanhez > Iemberém > 6 de Dezembro de 2009 > O menino de Iemberém... que nos interpela, a todos, não só os pais-fundadores da República da Guiné-Bissau bem como os seus "homens grandes",  mas também todos nós, portugueses, europeus e cidadãos do mundo... "Que lugar há para mim neste mundo que devia ser meu e teu, o nosso mundo, o único lugar que temos para nascer, crescer, viver e morrer com saúde, em liberdade, com dignidade, em paz ?"

Foto: © João Graça (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados





Pagina do GaliciaHoxe.com


Recorte de imprensa, aqui reproduzido com a devida vénia (, obrigado ao autor e ao portal GaliciaHoxe.com), e por sugestão do nosso amigo (e camarada) do Facebook (Tabanca Grande) , Dálio  João Gil Carvalho, 

As preocupações com a grave situação na Guiné-Bissau, em matéria de respeito dos direitos humanos,  são comuns a toda a imprensa lusófona, incluindo a dos nossos irmãos galegos. Muitos dos amigos e camaradas da Guiné, aqui reunidos neste blogue, sentem que têm o dever moral de manifestar a sua solidariedade para com o povo da Guiné-Bissau, dentro do respeito da nossa regra nº 7 ( "não-intromissão, por parte dos portugueses, na vida política interna da atual República da Guiné-Bissau, que é um jovem país em construção, salvaguardando sempre o direito de opinião de cada um de nós, como seres livres e cidadãos (portugueses, europeus e do mundo"). É esse o sentido deste poste nº 61 da série 'Recortes de Imprensa'. (LG)

SOS á cidadanía de Guiné-Bissau > XOSÉ LOIS GARCÍA | 05.11.2012


O desamparo dos cidadáns da Guiné-Bissau o evidencia unha grave e drástica situación que os medios de comunicación de todo o mundo, así como institucións e asociacións sociais e culturais están informando sobre unha extensa caza de bruxas que os paranoicos militares están levando a cabo en diversos espazos e escenarios nun territorio e con unha poboación moito menor que a de Galiza.

A recente e turbulenta historia de Guiné-Bissau, complétase agora con un incremento de represións contra un pobo frecuentemente explorado e humillado. A situación actual non deixou de ser complexa para adquirir un grado de violencia extrema por parte dos comandos militares que non deixaron de ter un severo e atroz protagonismo no que confire as liberdades civís e ao principio democrático instaurado polo fundador da nación: Amílcar Cabral.

O que acontece na antiga colonia portuguesa non é de ficción, é dunha crueldade intolerábel, tal como manifestan os teletipos que chegan desde diversos escenarios e que codifican feitos intolerábeis para a comunidade internacional. O pasado 21 de outubro, chegan unha serie de informacións na que vemos a un país cercado e dilacerado, que excede ás convulsións que viña sufrindo desde hai décadas. Os militares golpistas estanse movendo nun ámbito de ilegalidade democrática e institucional. Por iso, a comunidade internacional ten o deber de paralos e devolver o poder civil ao pobo.

As tentativas de Golpe de Estado, desde o asasinato do presidente Nino Vieira, configuran un lastre moi nocivo contra unha cidadanía instrumentada e precaria polo subdesenvolvemento económico e pola falta de estructuras que veñen a acondicionar a un extracto de pobreza, moi peculiar e dentro do contexto dos países veciños.

Os gravísimos sucesos que están acontecendo na Guiné-Bissau están sensibilizando á comunidade internacional, fronte aos protagonistas que están a levar a este país africano ás maiores disidencias e a un desenlace brutal de represión e de matanzas indiscriminadas.

Guiné-Bissau é un país irmao, na fala e nas aspiracións de liberdade, que precisa de un SOS urxente por parte da cidadanía internacional, preocupándose por estes acontecementos a través das redes que nos falan deste inaudito conflicto e dun alto costo de vidas humanas. Un SOS para o pobo vencido da Guiné-Bissau.

_____________

Nota do editor:

Último poste da série > 14 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10669: Recortes de imprensa (60): A ONG de Pombal, Afectos com Letras, "dá Natal feliz a crianças da Guiné-Bissau" (Notícias do Centro / Carlos Pinheiro)