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sábado, 5 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26654: (De)Caras (229): Mais postais ilustrados da coleção do Agostinho Gaspar (ex-1.º cabo mec auto, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), que ontem fez 75 anos, três quartos de século

 

Guiné > Bissau > s/d  (c. 1960/70) >  "Banho de menino (Fulacunda)". Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 140". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL).

Guiné > Bissau > s/d  (c. 1960/70) > "Fulas batendo pano (Bissau)". Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 114". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL).

Guiné > Bissau > s/d  (c. 1960/70) > "Mercado nativo (Bissau). Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 103". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal). Imprimarte, SARL.


Guiné > Bissau > s/d  (c. 1960/70) >   "Nova Lamego, Guiné Portugesa".  Colecção "Guiné Portuguesa, (s/n) ". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte, SARL).

Guiné > Bissau >  s/d (c. 1960/70) > "Bafatá".  Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 136". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal). Imprimarte, SARL.

De cima para baixo, edifício da administração de Bafatá (circunscrição) (as duas primeiras imagens); o mercado (3ª); a mesquita (4ª); a catedral (católica) (5ª); vista aérea (6ª); postal ilustrado nº 136, da edição Foto Serra.

Guiné > Bissau >  s/d (c. 1960) > Aeroporto Craveiro Lopes. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 121". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte, SARL).  

Coleção: Agostinho Gaspar / Digitalizações, edição e legendagem: Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).


1. Continuação da publicação de uma seleção dos postais ilustrados da Guiné do
nosso tempo (c. 1960/70),  da coleção do nosso camarada, natural do concelho de Leiria, Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74). 
O pretexto foram os seus 75 anos (*).

Para além da Foto Serra, havia outros editores de postais ilustrados:

  • Agência-Geral do Ultramar.
  • Casa Mendes (com destaque para o fotógrafo A. B. Geraldo);
  • Casa Gouveia;
  • Foto Íris, etc-

 2. Comentário do editor LG:

Aproveita-se a oportunidade para pedir aos nossos camaradas o envio de cópias digitalizadas, com boa resolução, dos postais dos seus álbuns, que eventualmente ainda tenham guardados no "baú da Guiné"... Imagens e respetivas legendas, por favor (como as que acima reproduzimos)...

É uma pena que estes postais se percam, dado o seu valor iconográfico e documental.  Mais: é "pecado" estes postais irem para o lixo... E um "crime" de lesa-memória, lesa-património...

Digam lá se não é um ternura aquele primeiro postal que publicamos, a de uma mãe (biafada ?), em Fulacunda, a dar o banho ao seu menino numa cabaça cortada ao meio ?!... Claro   que o Facebook não mo deixa publicar, a esta hora já removeu o "conteúdo por  nudez e atividade sexual" (!)...

Pergunto: amigos e camaradas, o que é feito deles, desses postais ilustrados, com motivos do folclore local ou paisagens da Guiné, que comprávamos em Bafatá, Nova Lamego, Teixeira Pinto ou em Bissau, como lembranças ou como  bilhetes de correio que, depois de devidamente selados, mandávamos para a família, vizinhos, colegas  e amigos, com uma simples nota a dizer que "estávamos de boa saúde mas cheios de saudades"?!..

Muitos terão acabado, ingloriamente, no caixote do lixo, tal como os nossos aerogramas e cartas. Outros, compram-se agora por aí, em alfarrabistas e antiquários, procurados por coleccionadores de postais, saudosistas da Guiné, da África, do Império, ou apenas por simples coleccionadores... Outros ainda pairam no fundo dos nossos baús... Quantos, onde ?...

Bom, no último caso, é altura de lá ir tirar-lhes o pó, digitalizá-los e mandar-nos a respectiva imagem, para publicação no blogue, se possível com a reprodução dos respectivos dizeres... 

No caso de o bilhete postal (ilustrado) ter alguma mensagem escrita que possa ter interesse para o nosso blogue, para o conhecimento e a compreensão do nosso quotidiano de guerra, ou até para a divulgação da história e da cultura dos povos da Guiné-Bissau, peço para me tirarem também uma cópia...

Para alguns de nós, estes postais podem ter algum valor afectivo, sentimental, raramente estético... Noutros casos, eles podem ter interesse, documental, para os estudiosos da Guiné e da guerra colonial: sociólogos, antropólogos, historiadores... Terão seguramente algum interesse para os mais jovens, portugueses e guineenses, com pouca ou nenhuma informação sobre os seus países, de há 50/60 anos atrás...

Não vale a pena também esconder que muitos deles eram um arma de propaganda, usada pelo regime político de então, para reforçar a ideia do Portugal plurirracial e pluricontinental, que ia supostamente do Minho a Timor...  Têm valor também por isso. Sobvretudo, fazem parte da nossa história, a grande e a pequena.


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sexta-feira, 4 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26650: (De)Caras (228): Homenagem ao leiriense Agostinho Gaspar (ex-1.º cabo mec auto, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), que hoje faz 75 anos, três quartos de século, e tem uma bela coleção de postais ilustrados da "nossa Guiné"




Guiné > Bissau > s/d (c. 1960/70) > Vista aérea de Bissau. Ao centro, o Palácio do Governador e a Praça do Império. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 118". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal, Imprimarte - Publicações e Artes Gráficas, SARL).

Guiné > Bissau > s/d (c. 1960/70) >  Guarda de honra do palácio do Governador: desfile na Praça do Império >  Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 104". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL.)

Guiné > Bissau > s/d (c. 1960/70) >  "Monumento ao Esforço da Raça (Bissau)". Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 131". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL).

Guiné > Bissau > s/d (c. 1960/70) >  "Monumento ao Esforço da Raça (Bissau)". Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 109". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL). 

Guiné > Bissau >  s/d (c. 1960/70) > "Praça Honório Barreto e Hotel Portugal".  Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 130". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL).

Guiné > Bissau > s/d (c. 1960/70) > Centro de Estudos da Guiné Portuguesa. Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 143". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL).


Guiné > Bissau > s/d  (c. 1960/70) > Avenida da República, ao fundo o Palácio do Governador. Bilhete Postal. Colecção "Guiné Portuguesa, 138. (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL). 

Guiné > Bissau > s/d  (c. 1960/70) > Avenida da República (hoje, Av Amílcar Cabral)  ao fundo o Palácio do Governador. Do lado esquerrdo, a Cadsa Gouveia.  Bilhete Postal. (Edição Comer, Trav do Alecrim, 1, Lisboa).

Guiné > Bissau > s/d  (c. 1960/70) >  Palácio do Governador. Bilhete Postal. Colecção "Guiné Portuguesa, 139. (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL). 


Guiné > Bissau > s/d (c. 1960/70) >    Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Bissau Bilhete Postal. Colecção "Guiné Portuguesa, 144. (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL)


Guiné > Bissau > s/d (c. 1960/70) >  
Monumento a Diogo Gomes e Edifício das Alfândegas.  Bilhete Postal. Colecção "Guiné Portuguesa, 136. (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal. Imprimarte, SARL)


Guiné > Bissau > s/d (c. 1960/70>  "Mesquita muçulmana". Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 145". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal.  Imprimarte, SARL)


Guiné > Bissau > s/d (c. 1960/70>  
Vista aérea da Ponte Cais,  Bilhete Postal, Colecção "Guiné Portuguesa, 119". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal.  Imprimarte, SARL)

Guiné > Bissau > s/d (c. 1960/70>   Ponte-cais, do aldo da Fortela da Amura.  Em primeiro, vê-se o monumento a Diogo Cão. Ao fundo, o ilha de Rei. Bilhete Postal, colecção "Guiné Portuguesa, 110". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte, SARL).


Guiné > Bissau > s/d (c. 1960/70>   "Paisagem da Guiné" (sic)... Marginal, junto ao estuário0 do Geba. . Bilhete Postal. Edição exclusiva das Galerias Jota Éme para a "Casa Gouvêa".

Colecção: Agostinho Gaspar / Digitalizações, edição e legendagem: Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).



1. Agostinho Carreira Gaspar, Alqueidão, Boavista, 2420-378 Leiria. (Boavista, em Leiria, a terra de bom leitão...).  Mecânico na Mitsubish, como mecâncio e responsável de sector.  Reformado.  Ex-1º cabo mecâncio auto, 3ª C / BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74


Faz hoje 75 anos (*). Três quartos de século. Merece um poste especial. Entrou para a Tabanca Grande em 27/2/2010... Tem 53 referências no nosso blogue. 

Acompanhava o nosso blogue, de há muito, mas até então ainda "não tinha tido jeito" de se inscrever formalmente. Usava até 2010 o mail da filha, mas ainda não lidava bem com estas novas tecnologias.

Hoje já tem página no Facebook, e já voltou à Guiné-Bissau, onde tem amigos.

Em 2010 já fazia (e continuava a fazer) parte da Tabanca do Centro. Conheci-o em 2009, se não erro. Esteve presente no nosso IV Encontro Nacional da Tabanca Grande, em 20 de Junho de 2009, Ortigosa, Monte Real. Voltei a encontrá-lo uns meses depois, em 26/2/2010, mas em Monte Real, por ocasião do convívio da Tabanca do Centro.

Disse-me que não tinha histórias de guerra para contar. Em contrapartida, trazia um saco de plástico onde guardava, como algo de precioso, a sua colecção de recordações da Guiné, constituída por vários álbuns: moedas, selos, notas e postas ilustrados...Insistiu em que levasse a sua colecção, para digitalizar e depois devolver. Trouxe apenas, a título de empréstimo, o seu álbum de postais ilustrados (cerca de 90).,

 Em dia de festa por ocasião do seu 75º aniversário natalício, quero desejar ao Agostinho boa continuação da caminhada pela picada da vida. Saúde, muita e boa, é a gente precisa agora, Agostinho. Um grande dia para ti e os teus. (**)

Mas deixem-me, caros leitores, fazer aqui hoje uma selcção dos melhores postais ilusttrados da coleção do Agostinho Gaspar, do seu álbum da Guiné. Eram, em 2010, quase uma centena (alguns dos postais, eram a poreto e branco). Devo ter selecionado e digitalizado um quarto ou um terço. 

Para ele hoje selecionei uns tantos, da cidade(zinha) de Bissau, que continua no nosso coração, como o resto daquela terra verde-rubra e do povo da Guiné-Bissau para quem desejamos omelhor do mundo. Muita coisa mudfou, a coneçar pela toponímia de Bissau (***). Mas estes postais da "época colonial" (e quase todas da  "Foto Serra") t`^em um grande valor iconogrãfico e documental.


2. Comentário do editor L.G.: 

A propósito desta coleção... Quem de nós não mandou à família e amigos um postalinho da Bissau colonial dos anos 60/70 ? Escrito à pressa, tranquilizador, a 4 mil quilõmetros de distâqncia de caas... "Nós por cá todos bem, como podem ver isto até é bonito, e calmo, e limpinho, há gente a passear nas ruas e avenidas novas"... 

Quem de nós não passou uns dias, desenfiado em Bissau, longe do Vietname, ou simplesmente em trânsito, e portanto quem não reconhece estes lugares ? Muitos dos nossos camaradas que não se podiam dar ao luxo de vir à Metrópole no gozo da licença de férias, escolheram Bissau como a solução menos dispendiosa...É certo que não havia muito para fazer e para ver em Bissau, mas sempre se saía dos Bura..kos em que vivíamos, no sul, no leste, no oeste...

A colecção de postais ilustrados "Guiné Portuguesa", editada pela Foto Serra (C.P. 239, Bissau), era provavelmente a mais conhecida e a de melhor qualidade fotográfica... Muitos destes postais (a colecção completa deverá ter deverá ter perto de 2 centenas) eram impressos em Portugal, na Imprimarte - Publicações e Artes Gráficas, SARL. 

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Notas do editor LG:

(*) Vd. poste de 4 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26649: Parabéns a você (2363): Agostinho Gaspar, ex-1.º Cabo Mecânico Auto da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72 (Mansoa, 1972/74)

(**) Último poste da série > 14 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26494: (De)Caras (227): A Cecílica Supico Pinto (2021-2011), que eu conheci, em Có, em visita do MNF, a 2 de maio de 1969 (Miguel Rocha, ex-alf mil inf, a exercer na altura as funções de cmdt, CCAÇ 2367, 1968/70)

(***) Vd. poste de 13 de novembro de 2019  > Guiné 61/74 - P20340: Memória dos lugares (400): Roteiro de Bissau, antes e depois de 1975: principais artérias e pontos de referência

domingo, 23 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26608: Os 50 Anos do 25 de Abril (37): Lisboa, Belém, Museu de Etnologia, até 2/11/2025: Exposição "Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário. O Colonialismo Português em África: Mitos e Realidades" - Parte III


De acordo com a legenda, esta imagem é a reprodução de um postal de c. 1906 (Fonte: João Loureiro: "A Sociedade Angolana de há 100 anos", pref. António Barreto.  Lisboa: Maisimagem, 2008. pág. 94).


Painel II . "Missão Civilizadora" e "Progresso" > 3. O trabalho indígena: modalidades, violência e denúncias.


Exposição > “Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário. 
O Colonialismo Português em África: 
Mitos e Realidades”

 Lisboa, Belém,
30 out 2024 / 2 nov 2025


1. Continuamos a "visita resumida"  desta exposição, que pode ser vista até 2 de novembro de 2025. (Há visitas guiadas, tem que se reservar.)

Requer "tempo, vagar e... distanciamento crítico"! ... Merece pelo menos duas visitas, para se lidar com tanta informação. 

Para já é uma oportunidade única para se conhecer uma tão vasta e rica  documentação fotográfica, que ilustra os diferentes painéis, e que é proveniente de diversos arquivos, públicos e privados, incluindo o Arquivo Histórico-Militar, o Arquivo Histórico Ultramarino e o Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Sem esquecer a notável coleção de postais antigos do dr. João Loureiro (ou João M. Loureiro:): uma das suas obras, "Postais Antigos da Guiné", já foi aqui, oportunamente objeto de recensão em quatro postes do nosso crítico literário, Mário Beja Santos. "Uma relíquia", este trabalho, de um grande colecionador que percebeu o valor iconográfico de um simples bilhete-postal... 

De resto, desde cedo, no blogue, fizemos um esforço por recolher e salvaguardar os nossos velhos postais ilustrados (temos meia centena de referências).

Por outro lado, estamos a falar de um período da nossa história (e da história africana) mal conhecido de todos nós. antigos combatentes: grosso modo, vai do último quartel do séc. XIX até à descolonização.

Quem é que no nosso tempo de escola (incluindo o liceu), nos anos 50/60,  ouviu falar em "trabalho forçado", "imposto de palhota". "assimilados", "colonialismo",   "código do trabalho indígena", "acto colonial", "luso-tropicalismo", "nacionalismo africano", etc. ?!... 

Eu não ouvi, nem me perguntaram nada disso no exame de admissão ao liceu, em 1958... Era lá coisa para uma criança de 10 anos ter que saber!.. Perguntaram-me, isso sim, os nomes e cognomes de todos os reis de Portugal... (Felizmente, sabia-os, na ponta da língua!)

Nós já somos do tempo, em que as "colónias" passaram a "províncias"... Mas não sabíamos que só em 1962 fora"abolido legalmente o trabalho forçado", era então ministro do ultramar  o professor Adriano Moreira (1922-2022)... Tinha eu 15 anos.  

O  objetivo desta exposição pretende ser  "pedagógico e didático",  resultando da colaboração de 3 dezenas de especialistas mas não deixando de ter o cunho muito pessoal, profissional, metodológico e teórico-ideológico da sua curadora, Isabel Castro Henriques (vd. aqui a entrevista que deu à RTP África). 

A exposição é organizada pelo CEsA Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento (do ISEG / UL)  e pelo Museu Nacional de Etnologia, com curadoria da historiadora Isabel Castro Henriques. Integra as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.


2. Recorde-se que, de acordo com a folha de sala, a "narrativa da exposição" centra-se em dois  eixos:

(i) um primeiro eixo baseado  "em painéis temáticos, nos quais texto e imagem se articulam, pondo em evidência as linhas de força do colonialismo português dos séculos XIX e XX, e dando a palavra ao conhecimento histórico"; 

(ii) e um  segundo eixo que "pretende 'fazer falar' as   [139] obras de arte africanas", quase todas do espólio do Museu Nacional de Etnologia (que, acrescente-se,  não é um museu do colonialismo...)  como "evidências materiais do pensamento e da cultura africanas, evidenciando a complexidade organizativa dos sistemas sociais e culturais destas sociedades, permitindo mostrar a criatividade, a vitalidade, a sabedoria, a racionalidade, a diversidade identitária e as competências africanas e contribuindo para evidenciar e desconstruir a natureza falsificadora dos mitos coloniais portugueses."

Ainda não visitámos a exposição toda que, se não erramos, tem oito painéis (sendo o último dedicado à descolonização e o legado colonial).



3. O segundo painel  (*) tem como subtemas os seguintes (pelo menos, os que eu registei na minha máquina fotográfica), e que são profusamente ilustrados com imagens da época (mais de Angola, Moçambique e São Tomé, e muito menos da Guiné, que não era uma "colónia de povoamento"):

(i) a criação do "indígena" e o "grémio da civilização";

(ii) a obra civilizadora da Igreja: evangelização e instrução:

(iii) o trabalho indígena: modalidades, violência e denúncias;

(iv) o imposto indígena: caracterização e significado histórico.

Seguem-se alguns conteúdos (reproduzidos aqui com a devida vénia, e a pensar sobretudo nos nossos leitores fora de Lisboa que dificilmente terão oportunidade de se deslocar ao Museu Nacional de Etnologia, no Restelo, de entrada gratuita para os antigos combatentes)... 

A exposição é muito rica do ponto de vista documental, com se pode aferir pela pequena amostra que apresentamos (seleção de c. de 220 imagens que fiz de metade dos painéis):



























"Sacralização da vida: objetos e rituais" (Uma das diversas vitrines com objetos de arte africana , na sua maioria espólio do Museu Nacional de Etonologia)






















(Imagens obtidas da exposição "in situ",  sem flash, com a devida vénia, e aqui reproduzidas com propósito meramente informativo...)


(Fotos, seleção, edição: LG)

(Continua)

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Nota do editor:

(*) Vd. postes anteriores:


15 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26499: Os 50 Anos do 25 de Abril (36): Lisboa, Belém, Museu de Etnologia, até 2/11/2025: Exposição "Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário. O Colonialismo Português em África: Mitos e Realidades" - Parte II