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sábado, 18 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13755: Convívios (636): Já lá vão mais de 9 anos de almoços/convívos semanais da tertúlia da Tabanca de Matosinhos (José Teixeira)

1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux. Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), com data de 16 de Outubro de 2014:

Estávamos no princípio de Maio de 2005.
Três carolas ex-combatentes, regressados de uma visita à Guiné, meteram os pés debaixo da mesa num restaurante em Matosinhos, para saborearem umas sardinhas assadas, enquanto faziam o balanço da viagem.

Depois de bem almoçados e bem avinhados, decidiram voltar na semana seguinte, à mesma hora, no mesmo local, com a mesma ementa. E continuaram porque as suas conversas sobre a Guiné não tinham fim.

Assim nasceu a Tabanca de Matosinhos, já lã vão mais de 9 anos.

A notícia espalhou-se e como por encanto começaram a surgir novos convivas a alimentar o sonho. Ao fim de algum tempo tivemos de mudar de poiso. Não cabíamos no Restaurante.

Da Casa Teresa passámos para o Restaurante Milho Rei, na Rua Heróis de França em Matosinhos. Umas largas centenas de ex-combatentes, vindos de todo o País e até do estrangeiro, têm transformado as Quartas-Feiras neste restaurante, num espaço de convívio, de crescimento e partilha de amizades.

Uns são um “ferrinho” todas as semanas, outros vêm de vez em quando, outros de longe a longe e outros gostavam de vir, mas… as finanças ou a distância são o grande impeditivo. Outros, desconhecem, mas quando aparece um “periquito” chamado por um camarada ou por ter tomado conhecimento, fica encantado e volta, sempre.

A Tabanca de Matosinhos é uma autêntica caserna em pleno funcionamento onde, semanalmente, oficiais, sargentos e praças de outrora se irmanam num projeto comum de viver a vida que vai restando.

No dia 15 de Outubro juntou perto de quarenta convivas, numa alegria contagiante de quem se conhece e se identifica numa base comum – a passagem pela guerra colonial na Guiné.

Entre os convivas registamos o Manuel Vidal – um emigrante que todos os anos nos visita. Emigrou com 17 anos e regressou para o serviço militar e logo enviado para a Guiné. Ao fim de catorze meses é apanhado pelo PAIGC em Catió e fica retido entre Conakry e Madina de Boé durante trinta longos meses, fazendo companhia ao nosso António Baptista – o “morto vivo”, tendo sido libertado em 23 de Setembro de 1974. Emigrou de novo e por lá anda pela França. Quando vem de férias a Viana do Castelo, a sua terra, aproveita uma vinda ao Porto para visitar em Santa Cruz do Bispo o seu companheiro de infortúnio e vem abraçar os amigos da Tabanca de Matosinhos e trouxe a família.

Como quase sempre acontece, tivemos a presença de mais um “periquito” o Mário Marinho que andou pelo Xime e por Encheia, entre 1970 e 1972, com estórias tristes como quase todos nós os que por lá passamos. Registamos a tristeza com que contou o episódio do GC - o quarto pelotão da sua Companhia, quando se deslocava para Encheia, viu, 10 dos seus homens serem engolidos no Geba pelo macaréu.

Dos restantes convivas, já se conhecem as suas estórias, mas há sempre uma que ficou por contar para enriquecer as horas do convívio.

Na próxima quarta-feira, lá estaremos de novo para comer e conviver sadiamente.

Deixamos um convite a todos os ex-combatentes e familiares – Venham daí e não darão o tempo como perdido.

José Teixeira

 Aspecto geral do Convívio

O Manuel Vidal contando um pouco da sua história

O Pires com a tia que sempre o acompanha, pois é ele que está a apoiá-la na velhice.

O Mário Marinho a apresentar-se à Tabanca e a contar um pouco do que foi a sua vida na Guiné.

Um brinde aos presentes do casal Basto.

Aspecto geral com o Manuel Vidal e os seus familiares

Um aspecto geral do Convívio

Aspecto geral do Convívio
____________

Notas do editor:

Podemos visitar a Tabanca de Matosinhos na sua página Tabanca Pequena ONGD
e no Facebook em: Tabanca de Matosinhos Tertúlia

Último poste da série de 12 de Outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13725: Convívios (635): XX Encontro do pessoal da CART 566 (Cabo Verde e Guiné, 1963/65), dia 18 de Outubro de 2014 em Vila Nova de Gaia (José Augusto Miranda Ribeiro)

sábado, 4 de outubro de 2008

Guiné 63/74 - P3268: Tabanca de Matosinhos (2): Mudança de abrigo (José Teixeira)

1. O nosso camarada José Teixeira, porta-voz da Tabanca de Matosinhos, em mensagem com data de hoje, pede para avisar todos os camaradas, especialmente os que podem vir a participar na difícil e perigosa missão que é o almoço das quartas-feiras, que mudaram de armas e bagagens para outro Restaurante. Melhor dizendo, a partir de agora metem os pés debaixo da mesa num outro restaurante mais a sul da mesma Rua, uma vez que o layout da Casa Teresa não chegava para tanta procura.

A TABANCA DE MATOSINHOS MUDOU DE ABRIGO

Por José teixeira

Decorria o ano de 2005, quando três antigos combatentes da Guiné resolveram montar tabanca na Casa Teresa em Matosinhos, todas as quartas-feiras, para conviverem e petiscarem uma sardinhada.

Uma história comum os unia e fortalecia a sua amizade – outrora combatentes da guerra que Portugal travava na Guiné, com parte do seu tempo de campanha passado na tabanca de Empada, pese embora em épocas diferentes, hoje companheiros de viagem terrestre, de novo até àquelas paragens, mas agora voluntários.

Os tempos modernos com as novas tecnologias de informação e comunicação, tem destas coisas. Pouco tempo depois, éramos 5, depois 7... 9... 11... no dia um de Setembro éramos 19 convivas.

Na actualidade, a mesa continua a crescer e há sempre mais um que chega e responde pronto ou seja – estou aqui para comer, conviver, ouvir as estórias dos outros e contar as minhas. Logo é assaltado por perguntas tão estranhas como: Onde estiveste? Qual era a tua especialidade? Conheceste fulano, ou sicrano... lembraste de... adivinhem o resto.

Como consequência, a messe onde cabem todos os antigos combatentes da Guiné e seus amigos, embora a predominância sejam milicianos e lateiros, continua a crescer e já não cabe na Teresa. Corremos sério risco de ficarmos com a lata na mão e a colher no bolso, a aguardar que o cabo cozinheiro, arranje mesas vagas para tanta gente.

Logo o Silvério Lobo, que era mecânico, nas suas andanças por Aldeia Formosa (Quebo) e tanto quanto sei, percorria as tascas todas, deixando as viaturas atascadas na bolanha, se dispôs a farejar um novo abrigo que tivesse condições para acolher os agora guerrilheiros de faca e garfo.


Imagem que já faz parte do passado > Matosinhos > Restaurante Casa Teresa > 9 de Abril de 2008 > Reunião habitual, às 4.ªs feiras, da Tabanca de Matosinhos, a que compareceram desta vez os seguintes camaradas da Guiné, da esquerda para a direita: de pé, A. Marques Lopes, João Rocha, Eduardo Reis, José Teixeira, Armindo; na primeira fila, Jorge Félix, Xico Allen e Silvério Lobo... À entrada da Casa Teresa, o António Pimentel.

Farejou! Farejou! E encontrou.

O novo poiso, embora provisório, é o RESTAURANTE MILHO REI na mesma Rua, mas no extremo sul, ou seja: Rua Heróis de França, 721, Telf. 229385685 – Matosinhos.
(Note-se que consta já estar a correr um abaixo assinado (?) a solicitar para que o nome da rua seja mudado para: Rua Heróis Comilões da Guiné)

Agora, estão criadas as condições para todos os camaradas que quiserem ter o gosto de nos dar o prazer de vir ao nosso encontro semanal às quartas-feiras, terá de trazer a carteira com algumas granadas e vontade de comer, pois não aceitamos enjoados.

Há sempre lugar para mais um, ou como diz o ditado, para mais um chega sempre .

A propósito, o camarada Jorge Ribeiro apareceu por lá e gostou. A prova disso é que voltou.

Convido os camaradas a lerem o que ele escreveu no seu blogue pessoal.
http://www.jportojo.blogspot.com/

Zé Teixeira
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Nota de CV

Vd. primeiro poste da série de 16 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3212: Tabanca de Matosinhos (1): Apresentação e Golpe de mão à casa do Delfim Santos (José Teixeira)

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3212: Tabanca de Matosinhos (1): Apresentação e Golpe de mão à casa do Delfim Santos (José Teixeira)

Matosinhos > Restaurante Casa Teresa > 9 de Abril de 2008 > Reunião habitual, às 4ªs feiras, da Tertúlia de Matosinhos, a que compareceram desta vez os seguintes camaradas da Guiné, da esquerda para a direita: de pé, A. Marques Lopes, João Rocha, Eduardo Reis, José Teixeira, Armindo; na primeira fila, Jorge Félix, Xico Allen e Silvério Lobo... À entrada da Casa Teresa, o António Pimentel.

1. Apresentação da Tabanca de Matosinhos

A Minitertúlia de Matosinhos nasceu há já algum tempo. Agora vai ter o seu nome oficializado, parece que de acordo com os seus principais mentores, como Tabanca de Matosinhos. Acredito que o Luís se sinta honrado por ter uma congénere no Norte, perfeitamente autónoma, com fins diferentes, mas irmã no espírito de camaradagem, convívio e troca de ideias entre camaradas que fizeram a sua guerra na Guiné (*).

Na verdade o início deste simpático e bem disposto grupo começou com os camaradas do Blogue do Luís, senão todos, pelo menos alguns. Discute-se a Guiné, onde estiveste, quando foste, qual a tua Companhia, quem era o teu Comandante e por aí fora.

Muito importante, fala-se da Guiné-Bissau de agora. Alguns dos elementos do grupo já a visitaram mais que uma vez, porque sentem e vivem a necessidade daquela gente, a quem a liberdade merecida não trouxe ainda o bem-estar e o mínimo de condições para uma vida condigna. Têm lá verdadeiros amigos, não só entre antigos camaradas de armas, mas também, pasme-se, entre antigos combatentes do PAIGC, que não negam a sua estima ao inimigo de ontem que hoje consideram irmãos.

As reuniões de trabalho começaram na Casa Teresa e nelas podem participar todos os ex-combatentes da Guiné (e não só) de todos os pontos de Portugal. Começa-se a pôr um problema logístico, pois a capacidade da Casa fica pelas costuras às quartas-feiras. A realidade é esta, o Contigente é grande e o Refeitório começa a ficar pequeno.

Na Casa Teresa, nas mesas do lado, já ninguém estranha que estes avozinhos falem alto e se portem mal, qual grupo de adolescentes. E não são? Pergunto eu. Afinal, ali não se recua ao tempo de uma adolescência mal vivida, interrompida por uma guerra que os (nos) marcou para sempre?

Lá que é bonito de se ver, é.

Diz a propósito o Zé Teixeira, o nosso Enfermeiro de Mampatá:

Alguém nos batizou de Mini-tertúlia de Matosinhos. Não sei quem foi, nem interessa. De Matosinhos herdou o nome por ser o lugar da concentração.

Creio não errar ao afirmar que os fundadores são o Xico Allen, de Gaia, e o Santos, da Póvoa de Varzim, que de vez em quando se encontravam para conversar e iam à Casa Teresa.

Em 2005 apareci eu, após a nossa ida (os três à Guiné) e adoptámos o principio de nos encontrarmos às quarta-feiras para almoçar e conviver. Depois chegou o Marques Lopes, o Álvaro... hoje estávamos 14, mas já contei 25 convivas.

Pretende ser um ponto de encontro de todos os camaradas que passaram pela Guiné, de qualquer ponto do País, que nos queira honrar com a sua presença. E se aparecer alguém que não tenha passado pela Guiné, é bem vindo, como já conteceu recentemente com um coronel que fez a sua guerra em Moçambique e ficou encantado com a fraternidade que o grupo expira.


Feita esta introdução e porque a Tabanca de Matosinhos (TM) tem um historial operacinal já muito considerável, comecemos, não pelo princípio como seria lógico, mas pelo fim, ou seja, um assalto no dia 10 de Setembro à casa do camarada Delfim Santos, em Rio Mau, Vila Verde, Braga, terra de muitos perigos, onde é precisa a maior atenção para evitar os efeitos secundários do Verde.

Carlos Vinhal

2. Assalto à Casa do Delfim Santos

Texto e fotos do José Teixeira

A Tabanca de Matosinhos fez um assalto à casa do Delfim Santos.

O camarada Delfim Santos, um dos fundadores da Tabanca, há uns meses que deixou de aparecer.

Era urgente verificar o que se passava, pelo que foi decidido fazer um assalto à sua linda e bem tratada quinta que possui no Ângulo 40, em Rio Mau, Vila Verde, Braga. O coronel na reforma, Marques Lopes, assumiu o comando das operações organizando devidamente os participantes no assalto.

A preparação para o “ataque”, vendo-se na imagem o Zé Manel, o Barroso, o Lobo, o Machado, o Guimarães, o Xico Allen e o Artur Ribeiro (periquito nestas andanças, que expressa um certo ar de preocupação)

Consultado o visado, aí vamos nós no dia previsto, 10 de Setembro de 2008, estrada fora.

Catorze (14) camaradas, alguns já conhecedores do local, pelo que não foi preciso picar a estrada nem usar o GPS, seguem caminho armados de um forte apetite. Para transporte, o Barroso teve a amabilidade de trazer o seu salta pocinhas de nove lugares. Mais duas viaturas conduzidas pelo Xico e pelo Carvalho. Este último para azar próprio viu-se em palpos de aranha para nos encontrar, correndo o risco de se perder e não participar na operação, pelo que teve de ser apanhado à mão quase a chegar ao destino.

Já no local, o Marques Lopes prepara a estratégia, sob o olhar atento do Delfim Santos, do Silvério Lobo e do Artur Ribeiro, agora um pouco mais confiante.

Esperavam-nos o Delfim Santos e a sua esposa, Maria Idalina, que nos receberam principescamente.

Uma visão da espectacular quintinha que a família Santos possui em Rio Mau, Vila Verde

Depois de afectuosos cumprimentos, o que permitiu dispensarem-se as G3ertrudes, uma visita às espectaculares instalações, um passar de olhos à bem tratada quinta e ao ambiente envolvente que é no mínimo cativante, fomos ao assalto da bela sardinha que a Maria Idalina, muito discretamente, já tinha preparado. Seguiu-se um franguinho pica no chão apetitoso e, para atestar, uma feijoada.

Um aspecto do repasto, sob o olhar atento do anfitrião

O Zé Manel, como sempre o tem feito desde a sua entrada na Tabanca, trouxe o vinho da Régua, para não destoar com a qualidade do petisco. No entanto faça-se justiça ao excelente verdinho que o Santos cultiva e tinha disponibilizado.

De nada valeu a insistência do Santos e da esposa:
– Comam! Comam! Há ali mais comida.

Pareciam leões esfomeados. O que nos safou, foram os digestivos finais, que iam pondo alguns de nós, KO.

Um pouco exaustos de tanto sacrifício, ainda nos apareceu um bolo especial, para acompanhar com um espumante de alto gabarito.

Deu para desenferrujar um pouco a língua, até porque nos fez companhia um camarada novo nestas lides, oriundo dos Catedráticos de Empada e posteriormente da CCAÇ 18, de Aldeia Formosa – O Artur Ribeiro.

Em amena cavaqueira, vendo-se o Artur Ribeiro a explicar-nos como se processou a desmobilização dos seus soldados africanos da CCaç 18, de Aldeia Formosa, em 1974. Segundo ele, todos os soldados de origem guineense, integrados no Exército Português, foram convidados a virem para Portugal, ou aceitarem a desmobilização e receberem 90 contos contra a entrega da G3. Todos os seus homens preferiram ficar nas suas terras com a família e receber os 90 contos. Ele deixou-lhes a G3 (contra as ordens que tinha) bem como as munições que quiseram, mais um conselho: 'Desapareçam por uns tempos para o Senegal'.

Os participantes, com os anfitriões, ficando de fora apenas o fotógrafo e autor desta noticia – o Zé Teixeira. Na fila de trás: Artur Ribeiro, Pimentel, Barrosos, Machado, Guimarães, Pires, Custóias, D. Idalina e o Santos. Sentados: O Marques Lopes, João Rocha, Xico Allen, Lobo, Carvalho e Zé Manel.


A conversa ia longa, tal como a tarde ia alta, e, porque o casal que tão bem nos recebeu, ainda tinha de preparar o jantar para comemorar os primeiro aniversário da sua filhota Marília, a quem desejamos as maiores felicidades, foi decido levantar a emboscada e partirmos de regresso ao Porto.

Bem hajam, Delfim e Idalina. Prometemos voltar.

Para a semana há mais... na Casa Teresa (enquanto lá coubermos)

José Teixeira, editor da Tabanca de Matosinho.

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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 5 de Dezembro de 2007> Guiné 63/74 - P2329: O Hino de Gandembel cantado ao vivo na já famosa Casa Teresa, em Matosinhos, sede da delegação Norte da Tabanca Grande

terça-feira, 20 de maio de 2008

Guiné 63/74 - P2864: Mitos (1): As aeronaves e os pilotos do PAIGC (Jorge Félix)

Matosinhos > Leixões > Restaurante Casa Teresa > 9 de Abril de 2008 > Reunião habitual, às 4ªs feiras, da Tertúlia de Matosinhos > Da esquerda para a direita: A. Marques Lopes, João Rocha, António Pimentel, Silvério Lobo e Eduardo Reis... De costas, Xico Allen.

Matosinhos > Leixões > Restaurante Casa Teresa > 9 de Abril de 2008 > Reunião habitual, às 4ªs feiras, da Tertúlia de Matosinhos, a que compareceram desta vez os seguintes camaradas da Guiné, da esquerda para a direita: (i) de pé, A. Marques Lopes, João Rocha, Eduardo Reis, José Teixeira, Armindo; na primeira fila, Jorge Félix, Xico Allen e Silvério Lobo... À entrada da Casa Teresa, o António Pimentel. O Jorge Félçix, que vive em V.N. Gaia, não voltou entretanto a frequentar a reunião de 4ª feira, segundo as últimas informações que nos foram dadas pelo A. Marques.

Fotos: © Jorge Félix (2008). Direitos reservados.

1. Mensagem do Jorge Félix (1), de 15 de Abril último:

Caro Luís:

São por demais as situações que vou encontrando no Blogue e não só, em que se põe em dúvida o voo noturno feito pelos Pilotos Portugueses (2), mas se tem a certeza de evacuações feitas com helis pelo PAIGC. In extremis, esta situação é esclarecida (?) por se ter falado com a mítica dirigente [do PAIGC], [Carmen] Pereira.

Não havendo este douto esclarecimento sobre o assunto, ainda hoje se estaria pensando que o PAIGC tinha helis para fazer evacuações na Guiné Bissau. Os aviadores da FAP não tinham capacidade para as fazer, mesmo conhecendo o terreno como ninguém, mas um IN , de uma nacionalidade qualquer, num ápice, entrava por qualquer Bolanha e resgatava o ferido. Passados este anos todos, custa ter que ler estas coisas.( Depois de ler o Blog P2762 de 15 Abril de 2008) (2).

Sem mais, Jorge Félix

2. Mensagem de Jorge Félix, de 9 de Abril:

Caro Luís, seguem duas fotos que testemunham "as quartas de Matosinhos" com pessoal da Guiné. Não faltou água da Bolanha, piscado do Geba e tabaco pra c....Pra semana há mais. Seguem os nomes do pessoal que não teve falta: Marques Lopes, José Teixeira, João Rocha, Francisco Allen, Lobo, Armindo, Eduardo Reis, António Pimentel e eu, Jorge Félix.

Até sempre

3. Comentário(s) de L.G.:

Jorge:

(i) Embora atrasadíssimo, vai ser publicado o teu oportuno, relevante, contundente comentário… Espero que nos releves a falta: o nosso serviço editorial é lento, não tem a eficácia e a eficiência da nossa gloriosa FAP na Guiné. Não temos um sistema de evacuação Ypsilon, por exemplo... Salvou muitas vidas, algumas de camaradas meus da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)...

(ii) Repara: ninguém disse que o PAIGC fazia evacuações de feridos a partir do interior da Guiné… Estamos a citar um Supintrep, de 1971, que fala em evacuações, por via aérea, da Guiné-Conacri para o estrangeiro (hospitais na antiga Alemanha de Leste, por exemplo). De facto, o PAIGC nunca teve (nem podia esperar ter) aeronaves e pilotos, muito menos de elite como os nossos… Ainda hoje a Guiné-Bissau não tem nem umas nem outros… Há semanas atrás, em Bissau, a Carmen Pereira fez questão de, mais um vez, desmentir que o PAIGC alguma vez tivesse aeronaves, e nomeadamente helis... Já agora, o seu a seu dono: a dirigente (histórica) do PAIGC que eu citei originalmente não é Carminda, mas Carmen Pereira (n. 1937), uma mulher notável, de resto, que eu tive o privilégio de conhecer em Bissau... Peço desculpa pelo lapso (3).

(iii) Este é um pretexto para começarmos uma nova série sobre Mitos da guerra da Guiné... Mitos, mistificações, lendas, baboseiras, calinadas, erros grosseiras, bocas, bojardas... de um lado e de outro. Mitos, sempre os houve em todas as guerras. Começas tu, e começas bem, garantindo, de viva voz, e de experiência própria, que havia evacuações nocturnas, por parte da nossa força aérea, e que o PAICG nunca teve helicópteros...

(iv) Finalmente tenho uma foto tua, junto à Casa Teresa, que vou igualmente publicar. Tirei-te pela pinta, não me enganei... Vai aparecendo. E vai usando o helicanhão contra eventuais baboseiras que a tropa-macaca possa escrever... É gente que sabe um bocado sobre a terra (que mordia, quando embrulhava...), mas pouco dos outros elementos: água e ar... Felizmente por isso temos, na tertúlia, gente da FAP e da Marinha. Poucos mas bons.

(v) Utiliza, de preferência, o mail do blogue (luisgracaecamaradasdaguine@gmail.com), em vez do meu mail pessoal ou profissional. Para evitar que a tua passagem fique para aí perdida ou congelada por uns tempos...

(vi) Deixa-me dizer-te, entretanto, que é sempre uma honra e um prazer ter, na Tabanca Grande, um lídimo representante dos Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (em inglês, que soa mais fino, Those Magnificent Men in Their Flying Machines, um filme de 1965, da nossa serôdia adolescência ... Lembras-te ? Terá porventura contribuído para o aumento do número de voluntários alistados nas FAP nesse e nos anos seguintes... Ou não ?).

(vii) Até Gaia, até Matosinhos, até um dia destes. L.G.
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Notas de L.G.

(1) Vd. postes de:

28 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2592: Voando sob os céus de Bambadinca, na Op Lança Afiada, em Março de 1969 (Jorge Félix, ex-Alf Pil Av Al III)

12 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2627: Vídeos da Guerra (8): Nha Bolanha (Jorge Félix, ex-Alf Mil Piloto Aviador, 1968/70)

(2) Vd,. postes de 18 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2660: Notas de leitura (10): Jorge Félix, o nosso piloto aviador, fala do livro do Beja Santos e evoca o Alf Mil Brandão (CCAÇ 2403)

(3) Vd. poste de 15 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2762: PAIGC: Instrução, táctica e logística (11): Supintrep nº 32, Junho de 1971 (XI Parte): A máquina logística (A. Marques Lopes)

(...)"As fotos acima ilustram alguns aspectos da máquina logística do PAIGC de cuja grandeza e complexidade muitos de nós, combatentes portugueses, no terreno, não tínhamos uma ideia exacta... Ao ler este documento, insuspeito, ficamos a saber que a população e a guerrilha do PAIGC, no interior do TO da Guiné, era abastecida regularmente (em alimentos, medicamentos, armamento, equipamento, etc.).

"Ficamos a saber que havia evacuações (incluindo por meios aéreos) de feridos graves para os hospitais de rectaguarda (Ziguinchor, no Senegal; Conacri, Koundara e Boké, na Guiné-Conacri). Devo, no entanto, acrescentar que foi recentemente desmentida, por uma histórica e mítica dirigente do PAIGC, Carmen Pereira - no Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1 a 7 de Março de 2008) - que houvesse helicópteros ("O PAIGC nunca teve helicópteros ou outras aeronaves"). Agora também é verdade que foi fundamental para o PAIGC o apoio, sem reservas, dado pelo regime de Sékou Touré. Já no Senegal, o PAIGC não se movimentava tão à vontade" (...) (LG).

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Guiné 63/74 - P2573: Futebol em Bedanda, CCAÇ 6, 1971/72 (Ayala Botto / Mário Bravo)

Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1971/72 > O Alf Mil Médico Mário Bravo e o terceiro, de pé, a contar, da esquerda. Da primeira fila, à direita, segurando a bola, então Comandante da CCAÇ 6, Ayala Botto que, na Guiné, também foi ajudante de campo do Gen Spínola. 

 Foto: © Mário Bravo (2007). Direitos reservados 


  1. Mensagem de Ayala Botto, Cor Cav, na reforma, e membro da nossa terúlia (1) 

 Assunto - Poste do nosso Dr. Mário Bravo (2) 

 Caro Luís Graça: 

 A foto do nosso ilustre clínico... Reconheço: em pé o Dr. Bravo, à sua direita o Alferes Teixeira da Silva, Cmdt do 4º Pelotão e à direita deste penso ser o 2º Ten Serradas Duarte que nos ia abastecer mensalmente, via marítima. À esquerda do Bravo, parece-me um Alferes Açoriano de que não me lembro o nome. Em baixo à esquerda, creio ser o Alferes Artilheiro e na ponta direita este seu amigo, com a bola e muito magro em relação a hoje! 

 Um abraço e obrigado pelo excelente trabalho Carlos Ayala Botto 

  2. Comentário do Mário Bravo (3) 

 Caro Luis: Conforme sugeres, vou dar resposta ao mail do Ayala Botto, através do blogue. Na fotografia da futebolada, tenho a dizer que os dois atletas de barbas são da Marinha. O artilheiro, em baixo, chama-se Baltasar e o outro, em pé, é mesmo açoreano e chama-se Borges. Eu digo chamam-se e espero ter razão ! 

 Há cerca de oito dias, ligou-me para o telemóvel o António Pimentel, pois tinha dúvidas acerca de mim. Julgava que eu era de Vizela, próximo de Guimarâes. Lá me contou, durante um bom e agradável bocado de tempo, das iniciativas de ida à Guiné e também de um almoço que fazem de modo regular. Disse-me que se juntam em Matosinhos, numa tasquinha à maneira, para comerem umas especilaliades gastronómicas e também vinicolas- q.b.! (4) 

 Brevemente irei enviar mais fotos e noticias. Agora vou parar.

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Notas de L.G.:

(1) Vd poste de 6 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1407: Tertúlia: apresenta-se o Coronel de Cavalaria Carlos Ayala Botto, ajudante de campo do General Spínola

(2) Vd pos21 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2566: Em busca de ... (21): Malta de Bedanda, do futebol e dos serviços de saúde (Mário Bravo, Alf Mil Médico, CCAÇ 6, 1971/72)

(3) Vd. poste de 23 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1457: Tertúlia: Apresenta-se o Alf Mil Médico Mário Bravo, CCAÇ 6, Bedanda (1971/72)

(4) O António Pimentel (ex-Alf Mil Rec Info, CCS/BCAÇ 2851, Mansabá e Galomaro, 1968/70) é um dos nossos queridos camaradas (de armas) e companheiros (de mesa) da Tertúlia do Norte... Está neste momento a caminho de Bissau, devendo já estar na Mauritânia... Aproveitamos para mais uma vez desejar-lhe boa viagem: que os bons ventos de África o leve, a ele e aos restantes camaradas (Álvaro Basto, Xico Allen, etc.), direitinho a Bissau, com saúde e alegria... Vd. postes de:

21 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2567: Ser solidário (6): Pimentel, Álvaro Basto e Xico Allen: Juntos a caminho de Bissau, na rota do Porto-Dakar (A. Marques Lopes)

24 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2476: Ser solidário (2): Notícias do Almiro Mendes e do Xico Allen na rota do Dakar, a caminho de Bissau (Álvaro Basto)

A Tertúlia de Matosinhos (ou do Norte) reune-se habitualmente na Casa Teresa, junto ao Porto de Leixões, às 4ªs feiras, à hora de almoço. Mário, espero que um dia possas aparecer.

5 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2329: O Hino de Gandembel cantado ao vivo na já famosa Casa Teresa, em Matosinhos, sede da delegação Norte da Tabanca Grande

31 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2395: Tertúlia de Matosinhos: Jantar de Natal, 27 de Dezembro de 2007 (Luís Graça / Zé Teixeira)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2329: O Hino de Gandembel cantado ao vivo na já famosa Casa Teresa, em Matosinhos, sede da delegação Norte da Tabanca Grande



1. Mensagem de ontem do A. Marques Lopes, tendo em anexo este vídeo supra:

Foi na quarta-feira passada, 28 de Novembro, na Casa Teresa (1), em Matosinhos: o Álvaro Basto trouxe a máquina de filmar e a viola e o Almeida cantou o Hino de Gandembel (2) A assistência era: eu, José Teixeira, Rocha, Xico Allen, António Pimentel, Barroso, Custóias, Álvaro Bastos e seu pai. O Álvaro Bastos acompanhou à viola.

Havia mais gente (paisanos, como diz o Idálio Reis) noutra mesa ao lado... e os que estavam no rés-do-chão também ouviram, claro. Gostaram e não nos chamaram pimbas (3).


A. Marques Lopes


2. Comentário de L.G.:

António: Já cá chegou... Fico grato ao cineasta, Álvaro Basto, nosso querido camarada do Xitole... E a ti, que inseriste o vídeo no You Tube, na tua conta Cantacunda

A Casa Teresa já é famosa... na Internet. É a sede - todas as quartas feiras ao almoço - da vossa tertúlia de Matosinhos & Arredores (sem ofensa para os do Porto, Vila Nova de Gaia, Maia...). Como está a crescer, é melhor é chamar-lhe Delegação Norte da Tabanca Grande.

O pessoal estava divertido, mas já é altura de saberem a letra de cor... Para a próxima, toca a cantar o refrão como deve ser, senão chamo os... críticos musicais! ... Ou, em último caso, a ASAE! (Não faço isso, senão nunca mais poderia saborear aquela marvilhosa feijoada de búzios que lá comi da outra vez!!!)...

Bom, vocês são gente de poucos galões e de muitas estrelas!... Gente, maravilhosa, que tem sempre uma resposta na ponta da língua, e um grande sentido de amizade, camaradagem, hospitalidadade... e humor... Enfim, vocês não param de nos surpreender! São uma delegação de referência da nossa Tabanca Grande!

Os meus respeitosos cumprimentos à Teresa, dona da casa...

PS - António:

Amanhã, 5ª feira, dia 6, vou estar no Porto, às 23h, no Contagiarte, para assistir a um concerto da banda de música klezmer Melech Mechaya onde toca (violino) o meu filho, João... A iniciativa integra-se no Festival Etnias... A entrada é de borla, ou tem um preço simbólico, julgo eu ... Se alguém (dsa Delegação Norte da Tabanca Grande) quiser lá aparecer, beberemos um copo juntos!...

O Bar Contagiarte fica na Rua Álvares Cabral, 372, 4050- 040 PORTO... Fica perto da Praça da República.


Vê o sítio do Contagiarte :

Não é um simples bar, é muito mais do que isso… é um espaço de sensibilização, formação e dinâmica cultural. Situado numa zona classificada no centro da cidade do Porto, o Contagiarte foi inaugurado em 11 de Dezembro de 2003 e tem-se vindo a tornar como espaço focal de divertimento e entretenimento na cidade do Porto frequentado diariamente por centenas de pessoas desta cidade e de cidades circundantes.
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Notas de L.G.:

(1) Vd. referências no nosso blogue à Casa Teresa, que já faz parte obrigatória do roteiro gastronómico, cultural, sentimental e convival da nossa tertúlia ou Tabanca Grande:

9 de Janeiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1412: A minitertúlia de Matosinhos e... Leça da Palmeira (Carlos Vinhal / Xico Allen)

29 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1393: Saudações tertulianas na chegada do novo ano de 2007 (1) : Luís Graça / Pedro Lauret

(2) Sobre o Hino de Gandembel, vd post de 1 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2319: Hino de Gandembel: interpretação de António Almeida (CCAÇ 2317, Gandembel/Balana, 1968/69)

Vd. ainda os posts de:


3 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2326: O Hino de Gandembel e a iconografia do soldado atormentado pelo desassossego (Idálio Reis)


22 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2295: Hino de Gandembel, cantado no almoço da mini-tertúlia de Matosinhos (A. Marques Lopes / Carlos Vinhal)


4 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2153: Hino de Gandembel: talvez a mais popular canção entre as NT no ano de 1969 (José Teixeira)


4 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2152: Hino de Gandembel, hoje um hino de alegria (Idálio Reis / Gabriel Gonçalves)


3 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2150: O Hino de Gandembel, cantado pelo GG [Gabriel Gonçalves], o baladeiro da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)


3 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2149: Hino de Gandembel: Quem foi o autor da letra ? (José Teixeira / Idálio Reis)


26 de Setembro de 2006> Guiné 63/74 - P2133: Guileje: Simpósio Internacional (1-7 de Março de 2008)(4): Hino de Gandembel, quem se lembra da música ? (Pepito / Luís Graça)


(3) Vd. posts de:

1 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2321: Humor de caserna (3): Hino de Gandembel: hino de guerra ou música pimba ? (Manuel Trindade)

2 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2323: Um insulto aos heróis de Gandembel (Zé Teixeira)

2 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2324: (Ex)citações (1): Um pouco de humor de vez em quando também nos faz bem (Henrique Matos)