Mostrar mensagens com a etiqueta vídeos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta vídeos. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25629: Os 50 anos do 25 de Abril (28): Hoje, na RTP1, às 21:01, o 9º (e último) episódio da série documental, "A Conspiração", do realizador António-Pedro Vasconcelos (1939-2024)

 RTP > "A Conspiração", série documental de nove episódios, que passaram semanalmente entre 24 de abril  (1º episódio) e 10 de junho de 2024 (9º e último episódio). Trailer oficial: 0:46

Cortesia de RTP (2024) / You Tube RTP (2024) / You Tube 


1. O cineasta e escritor português António-Pedro Vasconcelos, que morreu no passado dia 5 de março, em véspera de completar os 85 anos, já não pôde infelizmente assistir à estreia da sua série documental, "A Conspiração", na RTP, a 24 de abril de 2024.

Trata-se de um produção televisiva que tem por fio condutor o processo conspirativo dos Capitães de Abril (como ficaram conhecidos na História), e que durou quase um ano. Como se sabe, tudo começou com a contestação dos Decretos-Leis 353/73 e 409/73, de Julho e Agosto de 1973, que vieram alterar as regras de acesso ao quadro permanente de oficiais do exército. 

De uma luta inicialmente corporativa, assistimos à crescente radicalização e politização dos jovens capitães, muitos deles endurecidos pela experiência da interminável guerra em África. O percurso conspirativo  fica bem documentada,  nesta série,  que reconstitui, nomeadamente,  com base em exaustivas entrevistas aos protagonistas ainda vivos,   e  recurso a fontes, de arquivo, nomeadamente com registos de memórias de outros militares já falecidos, os longos e incertos meses de reuniões clandestinas, que irão culminar na saída para a rua de cerca de 30 unidades militares, na madrugada do 25 de Abril de 1974 (Op Viragem Histórica). 

A série é um verdeiro trabalho de investigação, minucioso, exaustivo, objetivo, distanciado, que nos honra a todos. Uma peça fundamental para o conhecimento da nossa história contemporânea. 

A Comissão Comemorativa 50 anos do 25 de Abril, sob a tutela do Ministério da Cultura, foi uma das entidades que apoiou a produção desta série, onde o realizador se empenhou de alma e coração, quer como artista como português. Ele e a sua equipa. A série foi produzida pela Thrust Media em parceria com  a  nossa televisão pública. 

Os primeiros episódios ainda são narrados por António-Pedro Vasconcelos, entretanto substituído pelo jornalista e radialista Adelino Gomes, hoje com 79 anos. Ambos estavam no Largo do Carmo, no 25 de Abril de 1974.

A RTP1 dá hoje o último episódio.
___________
 
 RTP > Programas > A Conspiração > Episódio n.º 9 > Hoje na RTP1, 10 de junho de 2024, às 21: 01 >

Episódio 9 de 9 | Sinopse:

Após o golpe falhado de 16 de março (episódio nº 8), tudo parecia perdido. No entanto, o movimento não desiste e entra em total clandestinidade preparando o golpe que derrubaria o Estado Novo e devolveria a liberdade aos portugueses, em 25 de Abril de 1974.

Elenco: Adelino Gomes

_____________

Próximas emissões:

10 Jun 2024 21:01 RTP1 | 10 Jun 2024 21:01 RTP Internacional | 13 Jun 2024 02:35 |
RTP Internacional América | 13 Jun 2024 15:15 RTP Internacional Ásia

Rever na RTP Play os episódios anteriores

______________

Nota do editor:

Último poste da série > 8 de junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25621: Os 50 anos do 25 de Abril (27): "A Academia Militar, os Seus Militares e a Revolução dos Cravos", Exposição relativa aos 50 anos do 25 de Abril na Academia Militar

Vd. também:

3 de junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25598: Os 50 anos do 25 de Abril (25): Hoje, na RTP1, às 21:01, o 8º (e penúltimo) episódio da série documental, "A Conspiração", do realizador António-Pedro Vasconcelos (1939-2024)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2024/06/guine-6174-p25598-os-50-anos-do-25-de.html

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25568: Facebook...ando (58): "Os Bravos da Freguesia: Vidas Roubadas": homenagem da junta de freguesia de Figueira dos Cavaleiros, concelho de Ferreira do Alentejo, aos seus antigos combatentes - II (e última) Parte: Vídeo (51' 40''



"Os Bravos da Freguesia: Vidas Roubadas", Vídeo: 51' 40'' (Alojado na página do Facebook de Juvenália Salgado: ideia de Juvenália Salgado, produção da Junta de Freguesia de Figueira de Cavaleiros; disponível também no  You Tube / Conta de Juvenália Isabel Guerreiro Salgado (Reproduzido com a devida vénia...)




Cartaz da homenagem


1. Interessante vídeo com testemunhos de diversos antigos combatentes da freguesia de Figueira dos Cavaleiros, que falam da sua experência de vida, antes, durante e depois da sua participação na guerra do ultramar / guerra colonial. Entre eles, figura o nosso tabanqueiro Jacinto Cristina (*), de 74 anos. 


O vídeo foi apresentado, no passado dia 21 de abril, na junta de freguesia de Figueita dos Cavaleiros, no âmbito das Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril.

________________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 27 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25567: Facebook...ando (57): "Os Bravos da Freguesia: Vidas Roubadas": homenagem da junta de freguesia de Figueira dos Cavaleiros, concelho de Ferreira do Alentejo, aos seus antigos combatentes - Parte I: Fotos

domingo, 10 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25259: In Memoriam (501): António Lobato, maj pil av, ref (Melgaço, 1938 - Lisboa, 2024), autor de "Liberdade e Evasão: o Mais Longo Cativeiro": Falta uma dimensão ao homem que não conheceu a prisão, escreveu ele, citando o filósofo Emmanuel Mounier. A sua vida foi também ela uma luta contra o esquecimento e a ingratidão. Repousa, finalmente, em paz, em Rio de Mouro.


Capa do livro do António Lobato, "Liberdade ou evasão: o mais longo cativeiro da guerra" (5ª edição, DG  Edições, Linda-A-Velha, 2014, 276 p.).





Capa da Revista do Expresso, de 29 de Novembro de 1997 (pormenor). Uma notável reportagem do jornalista José Manuel Saraiva , que conseguiu juntar em Lisboa 16 dos 25 militares portugueses, presos em Conacri, às ordens do PAIGC, e libertados na sequência da Op Mar Verde, em 22 de Novembro de 1970. Trata-se, sem dúvida, de um documento para a história.

Imagem: Digitalização feita por Henrique Matos, da capa da revista, a partir de um exemplar, pessoal, que ele comprou e guardou no seu arquivo. Foi através desta já famosa capa que ele localizou o seu antigo fur mil Jão Neto Vaz, do Pel Caç Nat 52. 

Neste grupo de dezasseis, está também o António Lobato (que nos parece ser o último da segunda fila, à esuerda,  de cabelo branco).



1. Morreu no passado dia 8,
 no hospital onde estava internado.  o nosso camarada da FAP,  António Lourenço de Sousa Lobato: ia fazer 86 anos, amanhã,  dia 11.  Foi hoje inumado no cemitério de Rio de Mouro.

 família, aos amigos e aos camaradas da FAP manifestamos aqui a  solidariedade na dor por parte dos editores, colaboradores e demais mais membros da Tabanca Grande (*)

O nosso camarada nasceu em Sante, freguesia de Paderne, concelho de Melgaço. Era major piloto-aviador, na situação de reforma...  Tem 17 referências no nosso blogue.

De 22 de maio de 1963 a 22 de novembro de 1970 foi prisioneiro do PAIGC. Seguramente o mais célebre, o mais inconformado e o mais resistente dos militares portugueses que passaram pelos cárceres do PAIGC na Guiné-Conacri. Foi libertado na sequència da Op Mar Verde. A sua história é publicamente conhecida.

Escreveu um notável livro de memórias do seu longo cativeiro, um grande documento humano, que já tem várias várias edições e pelo menos em duas versões (1995 e 2015) , "Liberdade ou Evasão",  e de que temos vários notas de leitura publicadas no blogue.(*).



Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palace > 7 dde Março de 2008 > Último dia do Simpósio Internacional de Guileje (1-7 de Março de 2008) > Mensagem do Joseph Turpin, um histórico do PAIGC, para  o nosso camarada da FAP, hoje major piloto reformado, António Lobato, que esteve prisioneiro em Conacri, sete anos, de 1963 a 1970.

Vídeo (1' 36''): © Luís Graça (2008). 

Vídeo alojado em: You Tube >Nhabijoes.

2. Reproduz-se de novo o depoimento gravado por Luís Graça, em Bissau, no Hotel no dia 7 de Março, por voltas 13h11, no último dia do encerramento do Simpósio Internacional de Guileje (1-7 de Março de 2008) (**)

As condições de luz eram más e a máquina era uma digital, de fotografia e não de vídeo. Joseph Turpin era um dos históricos do PAIGC, juntamente com Carmen Pereira e Carlos Correia, que estiveram presentes no Simpósio. Pediu-nos para mandar uma mensagem para o António Lobato, o antigo sargento piloto aviador portuguesa, aprisionado pelo PAIGC na sequência da queda, por acidente,  do seu T 6  em 22 de maio de 1963, na Ilha do Como. 

Levado para a Guiné-Conacri,  permanecerá sete longos e penosos  anos de cativeiro, com várias tentativas, frustradas, de evasão. Eis uma alguns excertos da mensagem do Joseph Turpin, 

"Ó Lobato, depois da tempestade, depois de tantos anos, não sei se te vais lembrar de mim..." - são as primeiras palavras deste representant do PAIGC, na altura a viver em Conacri, sendo então membro do Conselho Superior da Luta. 

 Neste curto vídeo, o Turpin recorda os momentos em que, por diversas vezes, visitou o nosso camarada na prisão. Não esconde que foram momentos difíceis, para ambos, mas ao mesmo tempo emocionantes: dois inimigos que revelaram o melhor da nossa humanidade... 

"Eu compreendia, estavas desmoralizado...Havia animosidade"... 

Joseph Turpin agradece ao Lobato as palavras de apreço com ele se referiu à sua pessoa, ao evocar  em entrevista à rádio, a sua experiência de cativeiro. Agradece o exemplar do livro que o Lobato lhe mandou e que ele leu, com interesse. Diz que ficou sensibilizado com as palavras e o gesto do Lobato. 

"Mas tudo isso hoje faz parte da história...Seria bom que viesses a Bissau" - são as últimas palavras, deste homem afável, dirigidas ao teu antigo prisioneiro português que ele trata por camarada... 

 O Joseph Turpin insistiu comigo para entregar pessoalmente ao António Lobato esta mensagem.  Nunca tive nenhum contacto pessoal com o António Lobato, que só vi uma vez, por ocasião da estreia do filme-documentário As Duas Faces da Guerra, de Diana Andringa e Flora Gomes, e em que ele  é dos participantes.   

Para o António Lobato na alt7ura, em 2008, deixámos registada,  em nome pessoal,  dos demais editores, bem como de toda a nossa Tabanca Grande, "uma palavra de respeito, camaradagem, solidariedade e apreço". ~~

Presumimos que sim, mas nunca saberemos ao certo se esta menagem chegou ao seu destinatário. Quatro anos depois o único "feedback" que tivemos foi o da filha de Joseph Turpin (***)

____________




quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25150: Blogues da Nossa Blogosfera (187): "Des Gens Intéréssants", de João Schwarz da Silva (Bruxelas, nosso grão-tabanqueiro n.º 768, desde 30/3/2018) - II ( e última) Parte


Música Klezmer na casa de Clara Schwarz da Silva em São Martinho do Porto, por João Graça (violino). 7 de agosto de 2007. A mãe da Clara era russa, de Odessa, hoje Ucrânia. A Clara também formação musical superior, tocava violino. O João tocou o "Bulgar de Odessa", um tema "klezmer" clássico que a emocionou...(Tinha então 92 anos, morreria em 2016, com 101.) (LG)

Vídeo (1' 41'') / You Tube > Luís Graça 




I. Este e outros são alguns dos recursos, em suporte audiovisual, que estão disponíveis  no fabuloso blogue do nosso amigo João Schwarz da Silva (*), irmão do nosso Pepito (Bissau, 1949-Lisboa, 2012), filho de Clara Schwarz (Lisboa, 1915  - Oeiras, 2017) e de Artur Augusto Silva (Ilha Brava, 1912- Bissau, 1983.    

A sua antiga página sobre histórias de vida de gente "interessante" (seus familiares, uns mais próximos, outros mais afastados)  passou a ter um novo endereço:

https://des-gens-interessants.blogspot.com

Eis,  a seguir, mais  alguns vídeos (em geral, em português, alguns em francês), que podem interessar os nossos leitores. Recorde-se que, em vida do Pepito e da Clara Schwarz, havia um dia de agosto em que a casa do Facho, na Praia de São Martinho do Porto, se transformava em Tabanca de São Marinho do Porto...
 
Alguns de nós tivemos o privilégio de conhecer um pouco melhor o Pepito e a sua família, na inbtimidade,    a começar pela matriarca, a dra. Clara Schwarz da Silva (durante vários anos, até à sua morte, aos 101 anos, em 2016, foi a "decana da Tabanca Grande").

Estamoa falar da famosa "casa do Cruzeiro", em São Martinho do Porto, no sítio do Facho, uma casa que o pai da Clara (e avô do Pepito), o engenheiro de minas Samuel Schwarz (1880-1953), judeu de origem polaca, lhe comprara quando ainda solteira, antes da II Guerra Mundial...

Por seu turno, o pai do Pepito, Artur Augusto Silva (1912-1983) tinha sido advogado em Alcobaça e em Porto de Mós no pós-guerra. O casal viveu em Alcobaça entre 1945 e 1949, antes de partir para a Guiné (ele, em finais de 1948 e o resto da família em 1949). Foram amigos pessoais e visitas de casa do pintor Luciano Santos (Setúbal, 1911-Lisboa, 2006), que vivia então em Alcobaça. (**)
________________

  • Apresentação do livro “La Découverte des Marranes”, Musée d’Art et d'Histoire du Judaïsme de Paris, 18 de fevereiro de 2016 (em francês)

https://www.mahj.org/fr/media/quand-le-portugal-redecouvre-ses-marranes

  • Entrevista de Clara Schwarz, José Melo e Antonieta Garcia sobre a vida e obra de Samuel Schwarz. Filme realizado pela Comunidade Israelita de Lisboa em 2004

Entrevista de Clara Schwarz por Jose Melo e Antonieta Garcia

  • A comunidade marrana de Belmonte em Portugal, por João Schwarz (em francês):

https://www.youtube.com/watch?v=xCJWe8ZPjfM&t=1s

  • Entrevista de João Schwarz sobre a doação da familia ao Tikva Museu Judaico de Lisboa

Entrevista de João Schwarz para o Museu Judaico de Lisboa

  • A cidade de Tomar, a sua sinagoga e a sua história, por Samuel e João Schwarz. Filme de Livia Parnes (em francês)

https://www.youtube.com/watch?v=UnqmXYvRiJk&t=7s

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P25014: Natal 71, documentário de Margarida Cardoso (1999, 52 min)


NATAL 71 de Margarida Cardoso (1999) – excerto

(Reproduzido com a devida vénia...)

Ficha técnica:

Documentário : Natal 71 (1999) | 52 min

Realização: · Margarida Cardoso

Argumento: · Margarida Cardoso

Editado em DVD pelo jornal Público e pela Midas Filmes

Sinopse: 

(...) "Natal 71 é o nome de um disco oferecido aos militares em guerra no Ultramar português nesse mesmo ano.

Cancioneiro do Niassa é o nome que foi dado a uma cassete áudio, gravada clandestinamente por militares ao longo dos anos de guerra, em Moçambique.

Era o tempo em que Portugal era um grande império colonial pelo menos era o que eu lia nos livros da escola - e para que assim continuasse, o meu pai e grande parte da sua geração combateu nessa guerra, que durou treze anos.

Hoje transportamos, em silêncio, essas memórias. Olho para trás e tento ver.

Em casa do meu pai encontrei algumas fotografias, a cassete e o disco.

A cassete é uma voz de revolta, o disco é uma peça de propaganda nacionalista. São memórias de uma ditadura fascista. Memórias de um país fechado do resto do mundo, pobre e ignorante, adormecido por uma propaganda melosa e primária que nos tentava esconder todos os conflitos, e que nos impedia de pensar e de reconhecer a natureza repressiva do regime em que vivíamos. (...)

Fonte: Margarida Cardoso] (-) Fonte: CINEPT - Cinema Português (com a devida vénia...)

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24853: As nossas geografias emocionais (16): O novo rosto da "nossa" Bissau Velha: fotogramas de vídeo recente de @PauloCacela, ciceroneado por Tita Pipoka e Liliana Correia


Fotograma nº 1   > Bissau > Praça Heróis da Pátria (antiga Praça do Império) (é cruzada na vertical pela Av. Amílcar Cabral e na horizontal pela Av. Francisco Mendes)


Fotograma nº 2 > Bissau > Av. Amílcar Cabral (antiga Av. da República)... Ao fundo, o palácio presidencial (há uns anos reconstruído pelos chineses)... Do lado direito, a catedral de Bissau, do tempo colonial.


Fotograma nº 3 > Bissau > Forte da Amura (fortificação do séc. XVIII, hoje Panteão Nacional onde repousam os restos mortais de alguns heróis da liberdade da Pátria, como o Amílcar Cabral, o Domingos Ramos, o Osvaldo Vieira, etc.) (Sobre a nova toponímia de Bissau, a partir de 1975, vd. poste P20340 (*)


Fotograma nº 4 > Bissau >  Casa N'té, uma gelataria tradicional. Na foto o Paulo Cacela e a Tita Pipoka. A Casa N'té tem página no Facebook. Fica na Rua de Angola, frente à RTP.


Fotograma nº 5 > Bissau >  O novo Mercado Central de Bissau, recém construído no mesmo sítio do velho mercado do tempo colonial, em plena Bissau Velha, perto da  Amura. Foi inaugurado em 26/12/2023, é um edifício de três pisos contando com 360 lugares para venda e com capacidade para albergar 480 comerciantes. Na foto o Paulo Cacela comendo uma saborosa manga com casca.


Fotograma nº 6 >Bissau > Mais um artéria da cidade, em obras  


Fotograma nº 7 > Bissau > o novo Mercado Central de Bissau: entrada. O antigo mercado construido na época colonial, ficou fechado durante 16 anos devido aos bombardeamentos de que foi alvo durante a guerra de 7 de Junho 1998, tendo sido reabilitado um ano depois, mas, em 2006, um incêndio voltou a destruí-lo por completo. Os feirantes acabaram por montar o seu negócio ao longo das ruas adjacentes (Fonte: FAAPA, 27 dez 2022).

Guiné - Bissau > Bissau > 2023 > O "novo" rosto da cidade... Fotogramas do vídeo de Paulo Cacela na sua canal no You Tube, reproduzidos aqui e editados por nós, com a devida vénia>  

Fotogramas (e legendas): © Paulo Cacela (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. O vídeo tem pelo menos três meses, foi c0locado em 21/7/2023. O  nosso já conhecido Paulo Cacela, "youtuber", português a viver em Cabo Verde, desde 2010 (**), faz um visita de carro pela "nova" Bissau Velho, sendo guiado por dois conhecias "influencers", a Tita Pipoka e a Liliana Correia. A época ainda é a da estação seca, a avaliar pela ausência de poças de água nas ruas. (Surpreendeu-me a frota automóvel de Bissau: há ali dinheiro a correr...)

O vídeo, colocado no You Tube,  tem já mais  de 32 mil visualizações.

Sinopse

(...) "Junta-te a nós para acompanhar as mudanças urbanas que estão acontecer na capital Bissau. Ninguem melhor que Tita Pipoka e Liliana Correia que dispensam qualquer tipo de apresentaçãoes na comunidade da lingua portuguesa, para nos mostrar um pouco sobre as ruas da capital, vamos perceber o que est+a a ser feito em prol da melhoria urbana. Podem seguir no Facebook: Tita Pipoka e Mrs Correia no Facebook e no Youtube onde iráo certamente encontrar excelentes videos sobre a Guine Bissau. (...)

Não se esqueçam também de dar o respectivo like e subscrever também".(,,,)

O Paulo Cacela é conduzido por ruas da  "nova" Bissau Velha, umas já remodeladas e alcatroadas, outras ainda em obras (como é o caso da Av Amílcar Cabral, que vem  da antiga Praça do Império ao porto do Pijiguiti). 

Nesta avenida realizam-se as cerimónias da comemoração dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau (24 de setembro de 1973) (Vd foto abaixo, enviada há dias pelo nosso colaborador Patrício Ribeiro) (***).


2. O Paulo Cacela é já um nosso conhecido: jovem engenheiro civil português (formou-se em 2006, no ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto), mudou-se para Cabo Verde em 2010.

Até 2019 trabalhou na área da construção civil. E formou lá família. Com a pandemia de Covida-19 , decidiu viajar e mostrar as ilhas do arquipélago de Cabo Verde (vencendo a fobia de viajar de avião). Tornou-se "youtuber", criador de vídeos.

Mais recentemente, em meados de 2023, esteve na Guiné-Bissau, país de que se tornou rapidamente um apaixonado, Os seus vídeos (sobre Bissau, Bubaque, Bafatá, Bambadinca, Saltinho...) merecem ser vistos,

Como forma de o ajudar a tornar este projeto sustentável, sugerimos que subscrevam o seu canal. Tem já cerca de 23 mil subscritores, cerca de 190 vídeos de viagens. O número de visualizações atinge já os 3,5 milhões. Aderiu ao You Tube em 2013 (@PauloCacela). Tem também página no Instagram e no Facebook (aqui com 13 mil seguidores).

Há dias divulgámos um dos seus recentes vídeos, justamente sobre Bambadinca, a que ele chamou "a maior tabanca da Guiné-Bissau" (**).
 
Os fotogramas que reproduzimos, retirados do vídeo (com a devida vénia...) remetem-nos para lugares que pertencem às nossas geografias emocionais (****)


Guiné-Bissau > Bissau > Av Amílcar Cabral > 12 de novembro de 2023 > A tribuna VIP que irá receber as entidades oficiais (incluindo representantes do Estado Português), presesntes nas próximas celebrações dos 50 anos da independència do país (que se realizam hoje, 16 de novembro de 2023, com a presença. entre outros do nosso presidente da República e o nosso primeiro ministro). Por detrás da tribuna, o nosso velho conhecido cinema UDIB, ainda da época colonial.


Foto (e legenda): © Patrício Ribeiro (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
_________________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 13 de novembro de  2019 > Guiné 61/74 - P20340: Memória dos lugares (400): Roteiro de Bissau, antes e depois de 1975: principais artérias e pontos de referência


(*** ) Vd. poste de 13 de novembro de  2023 > Guiné 61/74 - P24844: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (28): A av Amílcar Cabral, a antiga av República, toda remodelada e engalanada para receber as entidades oficiais (incluindo representantes do Estado Português) que vão participar nas comemorações dos 50 anos da independência do país

Vd.  também poste de 28 de dezembro de  2022 > Guiné 61/74 - P23924: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (33): Fotos de Bissau Velho e Amura, na véspera de Natal

(****) Último poste da série : 4 de novembro de  2023 > Guiné 61/74 - P24821: As nossas geografias emocionais (15): o reordenamento de Nhabijões (ou Nha Bidjon), 300 casas de zinco que terão custado mais de 2700 contos (c. 700 mil euros a preços de hoje), fora a mão-de-obra, civil e militar, e ainda os custos indiretos e ocultos

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24811: Facebook...ando (44): Bafatá no dia 22 de agosto de 1974: a fonte pública de 1918 e a mesquita, de 1968, duas obras da arquitetura colonial (Amilcar Ventura, ex-fur mil mec auto, 1ª CCAV / BCAV 8323, Pirada, Bajocunda, Copá, 1973/74)

Foto Foto nº 1


Foto nº 2

Guiné > Região de  Bafatá > Bafatá > 22 de agosto de 1974 > Fonte pública de 1918, e mesquita.

Fotos (e legendas): © Amílcar Ventura (2023). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


1. Duas belas recordações de Bafatá, relativas à  presença histórica portugesa: 

(i) de um lado a fonte pública construída em 1918, ao tempo da I República,  no sítio da "Mãe de Água" ou "Sintra de Bafatá" (mais conhecido por "Boma", pelos guineenses da geração do Cherno Baldé, que estudou no liceu de Bafatá, a seguir à independência); 

(ii) do outro, a mesquita, inaugurada em abril de 1968, aquando da isita, à "princesa do Geba", do governador geral da Guiné, gen Arnaldo Schulz.

As duas fotos forma tiradas pelo Amílcar Ventura (ou pertencem ao seu álbum).

Comentários e legendas:

Foto nº 1:  "22 Agosto de 74, no  regresso a Bissau da minha Companhia que estava em Bajocunda, com passagem por Bafatá. Foto tirada no Fontanário de Bafatá. São os Furriéis da Companhia."

Foto nº 2: "No mesmo dia, mesquita de Bafatá" (percebe-se pelas poças de água, que estamos na época das chuvas)

O Amílcar Ventura foi fur mil mec auto, 1ª CCAV / BCAV 8323 (Pirada, Bajocunda, Copá, 1973/74); é natural de (e residente em) Silves; membro da nossa Tabanca Grande desde 9 de maio de 2009; publicou as fotos acima na nossa  na página do Facebook da Tabanca Grande Luís Graça, no passado dia 30 de 0utubro de 2023.


2. Sobre a mesquita de Bafatá, sugerimos o visionamento da reportagem da RTP sobre a visita do Governador Geral, gen Arnaldo Schulz, a Bafatá, num dos seus últimos atos públicos (abril de 1968). Apesar do vídeo não ter som, as suas imagens falam por si. Leia-se primeiro o resumo analítico disponível aqui, em RTP Arquivos. O vídeo tem a duração de 05' 34''. E passou no noticiário nacional da RTP de abril de 1968.

  • Aeródromo: esposa do Governador Geral cumprimenta individualidade militar, multidão nativa caminha na pista, guarda de honra da Mocidade Portuguesa, Arnaldo Schultz caminha no recinto;
  • caravana automóvel na estrada e a entrar em Bafatá
  • esposa do Governador Geral descerra lápide do Bairro Social Arnaldo Schultz, a construir; placa; Arnaldo Schultz, individualidades e populares assistem;
  • missa na igreja paroquial: Arnaldo Schultz dirige-se para o edifício e assiste à celebração, fiéis, crianças nativas e esposa do Governador assistem, celebração;
  • inauguração de instalação industrial: bênção, Arnaldo Schultz acciona manivela; comitiva na estrada.
(Resumo analítico: Revisão / fixação de texto / negritos: LG)
 
___________

Nota do editor:

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24794: As nossas geografias emocionais (9): Imagens recentes de Bambadinca e Nhabijões (fotogramas do viajante e criador de vídeos Paulo Cacela, Cabo Verde)


Foto nº 5


Foto nº 4


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8


Foto nº 1 


Foto nº 3


Foto nº 2

Fotogramas do vídeo de Paula Cacela (2923) : "Dentro da Maior Tabanca da Guiné-Bissau". 
(Editados e reproduzidos com a devida vénia...)



Fotos: © Paulo Cacela (2023). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Paulo Cacela é  um jovem engenheiro civil portuguès (formou-.se em 2006, no ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto). Mudou-se para Cabo Verde em 2010. 

Até 2019 trabalhou na área da construçáo civil.  E formou lá família. Com a pandemia de Covida-19 , decidiu viajar e mostrar as ilhas do arquipélapo de Cabo Verde (vencendo a fobia de viajar de avião). Tornou-se "youtuber", criador de vídeos. 

Mais recentemente, em meados de 2023, esteve na Guiné-Bissau, país de que se tornou rapidamente um apaixonado, Os seus vídeos (sobre Bissau, Bubaque, Bafatá, Bambadinca, Saltinho...) merecem ser vistos, 

C0mo forma de o ajudar a tornar este projeto sustentável,  sugerimos que subscrevam o seu canal. Tem já cerca de 23 mil subscritores, cerca de 190 vídeos de viagens. O número de visualizações atinge já os 3,5 milhões. Aderiu ao You Tube em 2013 (@PauloCacela). Tem também página no Instagram e no  Facebook (aqui com 13 mil seguidores).

Há dias divulgámos um dos seus recentes vídeos, justamente sobre Bambadinca, a que ele chamou "a maior tabanca da Guiné-Bissau" (*).

Hoje tomamos a liberdade de reproduzir, com a devida vénia, alguns dos seus fotogramas, com destaque para a parte do vídeo em que visitou os Nhabijóes e a "máe-de-água" de Bambadinca. 

A nossa legendagem complementar também  pretende ajudar a perceber melhor o conteúdo  do vídeo de cerca de uma hora,  e o seu contexto.  Para quem, como nós conheceu Bambadinca e os seus arredores, no tempo da guerra (incluindo Nhabijões, "de má memória", já que caímos lá em duas minas anticarro, em 13 de janeiro de 1971, na altura em que se estava a construir o respetivo reordenamento), este "regresso" é sempre emocionante... São lugares que pertencem às nossas geografias emocionais (**)


2. Transcreve-se o nosso comentário (*), agora enriquecido com os oito fotogramas do Paulo Cacela, reproduzimos acima (com a devida vénia) (trata-se de capturas de écrã):

Aconselha-se a ver o vídeo com legendas. O vídeo começa em Bafatá, onde o Paulo Cacela apanha uma carrinha de transporte público (tipo "toca-toca") para Bambadinba (ele diz "Babadinca", como toda a gente).

O alcatrão do tempo da tropa, na estrada Bafatá-Bambadinca, já desapareceu, em muitos troços... Parece haver bastante trânsito de camiões (de e para o leste, Gabu). Há paisagens que nos vêm, de imediato à memória (fot0 nº 1), das muitas viagens que fizemos entre junho de 1969 e março de 1971, ao temp0 em que estivemos em Contuboel (oito semanas) e depois em Bambadinca (21 meses). 

Na altura, o único troço de estrada alcatroada na zona leste (Regiões de Bafatá e de Gabu) eram justamente  os 30 km entre Bambadinca ("a cova do lagarto") e Bafatá ("a princesa do Geba").

Faz depois uma visita a Bambadinca, que o surpreendeu pela seu "mercado" e "formigueiro humano" (a expressão é nossa, o Paulo fala em "grande confusão", de gentes e viaturas) (Bambadinca tornou-.se a maior tabanca da Guiné, cresceu imenso depois da independência, 15 ou 20 vezes mais, hoje deve ter c. de 35 mil habitantes), e muito também graças à "eletrificação" operada em 2013/2014, com a instalação de um sistema fotovoltaico.

Na visita ele faz-se transportar de motorizada, conduzida por um futuro jovem professor, Sandji, que está ligado a uma ONG que apoia uma escola local e os direitos das mulheres (não conseguimos saber o nome dessa ONG)...

Depois o Paulo quer "conhecer uma tabanca", e o Sandji leva-o a Nhabijões  ou Nha Bidjon (o grande reordenamento do nosso tempo, com cerca de 300 casas, está bastante modificado, e há novas moranças) (fotos nºs 2, 3, 4 e 5).

Balantas e muçulmanos (mandingas e outros) estão separados, enquanto comunidades... Na foto nº 2, vè-se uma mesquista (que pendsamos ser do tempo da construção do reordenamento), e na º 3, uma escola corânica ou muçulmana ("madraça"),,, (A maior parte da população é balanta, mas havia um núcleo mandinga. que professa a religião muçulmana).

Podem-se ver aqui algumas das mais belas paisagens da Guiné: a grande bolanha de Nhabijões ("Nabedjon"), o cultivo do arroz, as mulheres a mondar, o duro trabalho braçal dos jovens, munidos do "radi", a enxada balanta, etc. (Fotos nºs 4 e 5).

A seguir o Paulo, sempre conduzido pelo Sandji, vai conhecer a instalação fotovoltaica que desde 2013/14 pôs Bambadinca no mapa. "Bafatá ficou parado no tempo", diz o jovem encarregado de gerir o sistema (que está com problemas de eficiència por falta de manutenção: as baterias atingiram o seu prazo de validade, já não funcionam, à noite e em dias sem sol tem se recorrer ao gerador e ao gasóleo...).

Mas em Bambadinca há luz, só há outra comunidade na Guiné (não se diz qual. ,mas julgamos ser Contuboel) que beneficia de luz eléctrica durante todo o dia e à noite até à meia noite.

O vídeo, de quase uma hora, termina na "mãe de água" que alimenta Bambadinca (pelo menos, a antiga zona colonial) e cuja localização exata ainda não descobrimos, numa primeira visualização rápida do vídeo... (E não temos ideia de a ter visitado, em 1969/71; a possível referència ao BART 3873, gravada no cimento, aparece ao minuto 53, já quase para o fim do vídeo). (Fotos nºs 7 e 8).

A paisagem (onde se localiza esta captação de água, do tempo colonial) é luxuriante. O "poço " ou "mina" está muma cota mais elevada (cerca de 50 metros, diz o Paulo, que é engenheiro). A água chega à antiga "baixa" de Bambadinca", a tabanca do nosso tempo, junto ao rio, por gravidade... 

Reconhecemos, isso, sim, o fontenário de Bambadinca, de 1948 (do tempo do grande governador Morais Sarmento) , agora pintado de branco e azul (foto nº 8), que aparece no fim, e que continua a dar água aos bambadinquenses, desde há 75 anos! (vd. poste P10806).

PS - Ainda não conseguimos localizar esta nascente... Pode ser, na carta de Bambadinca, um lugar chamado "Água Verde", entre Bambadincazinho (reordenamento onde ficava a "Missão do Sono") e o rio Geba, à cota 35. A distància até ao fontenário de 1948, na "baixa", na antiga tabanca de Bambadinca, seria de menos de 2 km.Pelo mapa vê-se que havia diversas "pontas" ao longo da margem esquerdo do rio Geba. A região é fértil em água. 
 ____________

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24791: Vídeo sobre Bambadinca, da autoria do youtuber Paulo Cacela, chegado até nós através de Mário Conceição, onde se pode ver uma referência ao BART 3873

1. Mensagem do nosso leitor Mário Conceição com data de 21 de Outubro de 2023, enviada através do Formulário de Contacto do Blogger:

Viva!

O Youtuber Paulo Cacela (https://www.youtube.com/@PauloCacela), um Eng Civil Português que reside em Cabo Verde, está a atualmente a fazer uma série de vídeos na Guiné.

Há dias esteve em Bambadinca e os habitantes foram mostrar-lhe uma nascente que abastece a Tabanca Grande(*), onde se encontra a inscrição "3873 TIRES".

Resolvi pesquisar e foi então que encontrei o vosso Blog. Acredito que alguns camaradas que lá estiveram irão gostar das imagens que o Paulo nos mostra.

O vídeo onde mostra a inscrição (por volta do minuto 47) pode ser visto aqui:

Mário Conceição




Paulo Cacela@PauloCacela | 22,8 mil subscritores | 186 vídeos 
(Reproduzido aqui com a devida vénia...)
____________

Nota dos editores (CV/LG):

(*) - Tabanca Grande de Bambadinca. 

Aconselha-se a ver o vídeo com legendas. O vídeo começa em Bafatá, onde o Paulo Cacela apanha uma carrinha de transporte público (tipo "toca-toca") para Bambadinba (ele diz "Babadinca", como toda a gente).

 O alcatrão do tempo da tropa,  na estrada Bafatá-Bambadinca,  já  desapareceu, em muitos troços...  Parece haver  bastante trânsito de camiões (de e para o leste, Gabu).

Faz depois uma visita a Bambadinca, que o surpreendeu pela seu "mercado" e "formigueiro humano" (a expressão é nossa, o Paulo fala em "confusão total") (Bambadinca tornou-.se a maior tabanca da Guiné, cresceu imenso depois da independência, 15 ou 20 vezes mais, hoje deve ter c. de 35 mil habitantes). 

Na visita ele faz-se transportar de motorizada, conduzida por um futuro jovem professor, Sandji, que está ligado a uma ONG que apoia uma escola local e os direitos das mulheres (não conseguimos saber o nome dessa ONG)... 

Depois o Paulo quer "conhecer uma tabanca", e o Sandji leva-o a Nhabijões (o grande reordenamento do nosso tempo,  com cerca de 300 casas, está bastante modificado, e há novas moranças)... Balantas e muçulmanos (mandingas e outros) estão separados, enquanto comunidades... Podem-se ver aqui algumas das mais belas paisagens da Guiné: a grande bolanha de Nhabijões ("Nabejon"), o cultivo do arroz, as mulheres a mondar, o duro trabalho braçal dos jovens, munidos do "radi", a enxada balanta, etc. 

A seguir o Paulo, sempre conduzido pelo Sandji, vai conhecer a instalação fotovoltaica que desde 2013/14 pôs Bambadinca no mapa. "Bafatá ficou parado no tempo", diz o jovem encarregado de gerir o sistema (que está com problemas de eficiència por falta de manutenção). Mas em Bambadinca há luz, só há outra comnunidade na Guiné  (não se diz qual) que beneficia de luz eléctrica durante todo o dia e à noite até à meia noite.

O vídeo, de quase uma hora, termina na "mãe de água" que alimenta  Bambadinca (pelo menos, a antiga zona colonial) e  cuja localização exata ainda não descobrimos, numa primeira visualização rápida do vídeo... (E não temos ideia de a ter visitado, em 1969/71; a possível referència ao BART 3873, gravada no cimento,  aparece ao minuto 53, já quase para o fim do vídeo).

A paisagem (onde se localiza esta captação de água, do tempo colonial) é luxuriante. O "poço " ou "mina" está muma cota mais elevada (cerca de 50 metros, diz o Paulo, que é engenheiro).  A água chega à antiga "baixa" de Bambadinca", a tabanca do nosso tempo, junto ao rio, por gravidade...  Reconhecemos, isso, sim, o fontenário de Bambadinca, de 1948 (do tempo do grande  governador Morais Sarmento) , agora pintado de branco e azul,    que aparece no fim, e que continua a dar água aos bambadinquenses (vd. poste P10806).


segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24737: Coisas & loisas do nosso tempo de meninos e moços (7): O Pão que Deus Amassou (Joaquim Costa, Vila Nova de Famalicão)

Marco de Canaveses > Paredes de Viadores > Candoz > Quinta de Candoz > 2012 > O forno a lenha onde se faz(ia) o milagre do pão... Agora só se acende para fazer "o anho assado com arroz de forno" em dias de festa,,, 

Foto (e legenda): © Luís Graça (2012). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



A família Costa (Foto nº 1A)


A família Costa (Foto nº 1B)

Vila Nova de Famalicão  > c. meados dos anos de 1950 > A família Costa: foto nº 1A, da esquerda para a direita na fila de trás: José (pai) e Gracinda (Mãe), e a irmã Maria;  na fila da frente o João (o Don Juan da família),  a Noémia e o Joaquim, o mais novo.

 Na foto nº 1B, da esquerda para a direita, os irmãos Avelino, Manuel (que esteve na Guiné) e Eduardo (o columbófilo) 

Foto (e legenda): © Joaquim Costa (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Joaquim Costa:

(i) ex-fur mil at Armas Pesadas Inf, CCAV 8351 (Cumbijã, 1972/74);

(ii) membro da Tabanca Grande desde 30/1/2021, tem cerca de 7 dezenas de referências no blogue;

(iii) autor da série "Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74)" (de que se publicaram 28 postes, desde 3/2/2021 a 28/7/2022), e que depois publicou em livro ("Memórias de um Tigre Azul - O Furriel Pequenina", por Joaquim Costa; Lugar da Palavra Editora, 2021, 180 pp);

(iv) tirou o curso de engenheiro técnico, no ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto;

(v) foi professor do ensino secundário;

(vi) minhoto, de Vila Nova de Fmalicão, vive em Fânzeres, Gondomar.


Data - segunda, 2/10/2023, 11:38 

Assunto - O Pão que Deus Amassou.

Olám  Luís,

Espero que tudo esteja bem contigo.

As histórias da nossa meninice estão a despertar a curiosidade dos nossos “tabanqueiros”! (*)

Deixo ao teu critério a oportunidade e interesse na publicação de mais este minha vivência no verde Minho.

Um abraço, Joaquim



O PÃO QUE DEUS AMASSOU

por Joaquim Costa

“É o Senhor que faz crescer o pasto para o gado,
e as plantas que o homem cultiva,
para da terra tirar o alimento: o vinho, que alegra o coração do homem;
o azeite, que lhe faz brilhar o rosto,
e o pão, que sustenta o seu vigor.”

Salmos 104:14-15


A Sexta Feira era o dia mais esperado. Dia de cozer uma fornada de pão para oito dias. Para além de ser o único dia da semana em que se comia pão fresco, era o dia em que eu começava a salivar logo pela manhãzinha pois não via chegar o momento de saborear a minha pequena malga de sopas de vinho tinto (sopas de cavalo cansado).

Ao contrária dos nosso netos, que julgam que tudo o que aparece nas superfícies comerciais é feito nas fábricas, no meu tempo, quando comia um “naco” de pão de milho sabia, melhor do que ninguém, como se chegou e este momento tão extraordinário de saborear esta dádiva da natureza.

A casa era rodeada por campos onde se cultivava, alternadamente, milho e centeio. Eu, da janela do meu quarto,  acompanhava todo o ciclo, rendido à força e sabedoria do homem e aos milagres da natureza:

  • era acordado pela alva com o som da charrua puxada por uma junta de bois lavrando a terra;
  • acompanhava extasiado a sementeira manual com gestos precisos e elegantes;
  • abria a janela todos os dias pela manhãzinha para ver o que a natureza tinha feito, durante a noite, à sementeira (às vezes, de madrugada, sorrateiramente abria a janela tentando surpreender a natureza vendo a semente romper a terra; como nunca vi ainda hoje penso que é um milagre);
  • assistia à rega do milho abrindo e tapando carreiros, com a ajuda de uma enxada, onde passava um pequeno regato de água (contam-se histórias de morte, neste Minho de gente calma e serena, por causa desta água quando retida por vizinhos);
  • caminhava por entre o milho, cortando uma espiga, ainda verde, para assar na lareira da cozinha;
  • fumava (às escondidas) os primeiros “cigarros” com as barbas de milho já secas enroladas em papel;
  • participava na apanha do milho, fazendo o trajeto para a eira em cima dos carros de bois com uma alegria espelhada no rosto que hoje até dói só de pensar;
  • participava nas magníficas, e tão esperadas, desfolhadas, com muitas cantorias acompanhadas pelas tradicionais concertinas e gaitas de beiços (a que chamávamos harmónica), com muito vinho e presunto; i clímax destes momentos era quando alguém desfolhava um milho-rei, com os rapazes em êxtase dando beijos às cachopas solteiras;
  • assistia à malha do milho com gestos precisos, coordenados e elegantes dos malhadores;
  • acompanhava o moleiro carregando os sacos de milho do lavrador até ao moinho de água, construído num ribeiro afluente do Ave e acompanhava-o no regresso já com a cara e a roupa toda enfarinhada;
  • ajudava a levar o moleiro em braços até à sua carroça, puxada por um elegante e inteligente cavalo, depois de adormecer, na taberna, bem bebido, e dar uma pancada certa no cavalo que o levava direitinho até casa, escolhendo o melhor caminho para não acordar o patrão.

Ainda hoje me comove ao ver na casa que foi dos meus pais, uma réplica de um jugo, feito por mim na aula de trabalhos manuais, que sempre me transporta para esses dias de grande felicidade. Como eram lindos os jugos, particularmente os utilizados nos dias de festa ou de feira.

Depois de todas estas tarefas do homem e do milagre da natureza, tudo ficava nas mãos da minha mãe:

  • amassar a farinha numa masseira de madeira, fazendo uma reza e benzendo várias vezes a massa já devidamente posta em sossego, depois de uma valente coça;
  • aquecer o forno com caruma (pruma) e carqueja apanhada nas bouças vizinhas (altura em que as matas estavam sempre limpas);
  • meter toda a fornada no forno já quente e limpo, utilizando uma gamela de madeira para dar forma à broa;
  • fechar o forno, tapar todas as frinchas com um material, que me escuso de desvendar evitando ferir a sensibilidade de leitores mais suscetíveis (sim!, é a bosta, com a sua licença, dos bois!), e mais uma reza e umas benzeduras.

Depois, o milagre acontece... com o pão, que “Deus” amassou... na malga embebido em vinho tinto: partia-se com a mão a broa quentinha e estaladiça, acabada de sair do forno, para uma malga onde se embebia em vinho verde tinto, ficava em sossego durante umas
horas e ao fim da tarde era um regalo ver todos os meus irmãos a “lambuzarem-se” com tão extraordinária iguaria.

Eu não ficava de fora e tinha direito a uma pequena tigela, onde deitava um pouco de açúcar. Não estava autorizado a beber vinho mas estava autorizado, uma vez por semana, a comê-lo (gostava mesmo daquilo).

Crentes e não crentes, acreditem: Todas as sextas feiras havia “milagre”.

“Amen"

Joaquim Costa


Lourinhã > Ribamar > Valmitão > 18 de Julho de 2009 > Dia de acender o forno a lenha, amassar a farinha, enfornar e cozer o pão de trigo... o delicioso pão de trigo da nossa infância. Ainda hoje há famílias que cozem o seu próprio pão, na região do oeste estremenho, como esta, a família do Ramiro Caruço e a Rosa, meus primos da grande família Maçarico, da vila de Ribamar... Voz off de Luís Graça, Alice Carneiro, Ramiro Carruço e uma neta do casal. A Rosa e eu temos antepassados comuns, conhecidos desde pelo menos meados do séc. XVIII. 

Vídeo (2' 51''): © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados 

Fonte: Blogue A Nossa Quinta de Candoz > 19 de julho de  2009 > Gente do sul (1): Cozendo o pão de trigo no forno a lenha 

Vd. também do autor o poste de 27 der setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24704: Coisas & loisas do nosso tempo de meninos e moços (1): A Feira (Joaquim Costa, Vila Nova de Famalicão)