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terça-feira, 20 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26821: S(C)em Comentários (67): P*rra, dou agora conta, 50 e tal anos depois, que nunca me sentei no rancho geral, para partilhar uma refeição com os meus cabos, que eram metropolitanos, e que tinham uma barriga igual à minha... Em Bambadinca, existia o "apartheid", nobreza, clero e povo, devidamente segregados, em termos sociais e espaciais (Luís Graça)


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª CART / BCART 6520/72 (1972/74) > s/d > Os camaradas (etimologicammente, os que dormem na mesma "câmara", quarto, camarata, no mesmo "buraco", que dormem, comem, vivem e... morrem juntos), sempre presentes no dia a dia da guerra, vão substituindo a família, os vizinhos, os colegas de escola, os amigos, etc. que ficaram lá longe, na terra... São também companheiros, porque comem o mesmo mão à mesma mesa (do latim, cum + panis, o que partilha o pão connosco).


Foto (e legenda): © Armando Oliveira (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Comentário de Luís Graça ao poste P26816 (*):


Há uma coisa que muitos oficiais e sargentos do QP, bem como milicianos (alferes e furriéis) não compreendem (ou pura e simplesmente já esqueceram): as nossas praças (sobretudo o pessoal metropolitano) tiveram que se "desenrascar"... em matéria de comes & bebes.

Comiam "mal e porcamente" (e eu creio que a metáfora do porco não é insulto para ninguém!|)... No mato, nos quartéis do mato (não falo de Bissau)... Mesmo quando "a comida era igual para todos" (nos aquartelamentos das unidades de quadrícula: 1 capitão, 4 alferes, 16 sargentos e furriéis, e o resto cabos e soldados, uns 130/140), as praças comiam sempre pior...

Já não falo nos destacamentos, guarnecidos por 1 Grupo de Combate...onde nem cozinheiro havia, e o reabastecimento (genéros alimentícios, munições, etc.) era sempre um "bico de obra"...

Ninguém é capaz de admitir hoje que "passou fome" na guerra, na Guiné, até por que o "tuga" era sempre capaz de se "desenrascar"...

 Fome ?... Talvez, pontualmente, no mato, em operações... Mesmo "intragáveis", as rações de combate que nos fornecia o exército português,  ainda tinham uma ou outra coisa aceitável para enganar o estômago, sem provocar uma sede do caraças... (Depressa aprendi a prescindir delas, ou de grande parte do seu recheio!)

Mas as nossas operações podiam durar 24 h, 48, 72 h, no máximo... No regresso ao quartel, havia sempre uma sopa quente, com muita água, pouco azeite e poucos legumes, mas ainda assim quente. E havia, graças a Deus e aos bons irãs, e à Intendência (a quem tiro o quico!),  cerveja, muita cerveja, mesmo que que fosse "choca". E coca-cola, e uísque... E até barris de vinho oiu "ãgua de Lisboa"!...

O José Claudino da Silva, cantineiro, em Fulacunda, logo em finais de 1972, requisitava, 12 mil cervejas por mês, com medo do "apagão da Intendência", estamos a menos de dois anos do fim da guerra, num quartel isolado, no mato, a 3ª CART / BART 6520/72, que além dos seus 150 homens metropolitanos, tinha mais um Pel Art (em que as praças eram africanas) e um Pel Mil (também de pessoal africano).

De resto, muitos dos nossos militares, sobretudo oriundos das zonas rurais, do interior do país, de Trás-os-Montes ao Alentejo, foram habituados, desde pequeninos, à "frugalidade": 

  • quem é que bebia leite ?
  • quem é que comia queijo ?
  • quem é que sabia o que era um iorgurte ?
  • quem já tinha provado fiambre ?
  • quem comia peixe fresco ?
  • e carne (sem ser da salgadeira) ?
  • e bacalhau (sem ser no Natal e na Quaresma) ?
  • quem bebia cerveja ?
  • e leite com chocolate ?
  • e sumol ?
  • e café ?...
  • (Para não falar da "coca-cola", uma "americanice" que não entrava no Portugal do Estado Novo).

Porra, e ninguém se revoltava !... E a malta aguentuou 13 anos!... Fala-se em sangue, suor e lágrimas, mas ninguém acrescenta a merda, a fome, a sede!...13 nos anos com a canga em cima, a G3, as cartucheiras, as granadas de mão, as granadas de morteiro (ou de bazuca) às costas, mais os 2 cantis de água... Mais os feridos e os mortos em padiola!...

Eu fiz alguns milhares de quilómetros a penantes, na Guiné, com os meus/nossos "pretos" da CCAÇ 12, entre junho de 1969 e março de 1971...Sei do que falo... Mas chegava a Bambadinca, dois ou três dias depois, com 2, 3 ou 4 quilos a menos, tomava um duche reparador... e não me podia queixar da messe de sargentos..
.

Nunca me faltou o uísque com água de Perrier e duas pedras de gelo!... Nem o gin tónico com limão ou lima!... Não bebia cerveja nem "água de Lisboa", a não ser às refeições...

Mas, porra, dou agora conta, 50 e tal anos depois, que nunca me sentei no rancho geral, para partilhar uma refeição com os meus cabos, que eram metropolitanos, e que tinham uma barriga igual à minha... Em Bambidina, existia o "apartheid", nobreza, clero e povo, devidamente segregados, em termos sociais e espaciais (**)...

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(**) Último poste da série > 16 de maio de 2025 >  Guiné 61/74 - P26807: S(C)em Comentários (66): Eletrificação - As primeiras redes de energia elétrica na Guiné nas décadas de 1930 a 1950 (Manfred Stoppok)

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26798: Recortes de imprensa (145): José Claudino da Silva (ex-1º cabo cond auto, 3ª C/BART 6520/72, Fulacunda, 1972/73, nosso grão tabanqueiro nº 756): "O 25 de Abril deu-me voz, deixei de ter medo" (entrevista recente ao jornal "A Verdade", do Marco de Canaveses)... Um camarada que tem um espólio de c. 1800 cartas e aerogramas, escritos e recebidos, durante a comissão.


Foto: O nosso camarada José Claudino da Silva durante a entrevista.  Jornal "A Verdade" (2025), com a devida vénia...



José Claudino
da Silva.
Arquivo pessoal,
1. Com a devida vénia, ao entrevistado e ao jornal, transcrevemos alguns excertos (só texto, excluindo vídeos e fotos, a não ser a de cima) da entrevista que o nosso camarada José Claudino da Silva, ex-1º cabo cond auto, 3ª C/BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) deu ao jornal "A Verdade",  com sede no Marco de Canaveses. 

Disponível no Facebook do Jonal A Verdade,. 25
de Abril de 2025, 21:46
, bem como na página do facebook do nosso camarada, membro da Tabanca Grande com o nº 756. Tem 63 referências no nosso blogue. Natural de Penafiel, trabalhou em Amarante, vive hoje na Lixa, Felgueiras. 





Informação diária on-line da região do Tâmega e Sousa, com cerca de um milhão de visualizações mensais. Cobertura informativa dos municípios das regiões de Douro, Tâmega.


entrevista a José Claudino da Silva


Penafiel, 25 abril 2025, 21:00

Entre junho de 1972 e junho de 1974, José Claudino da Silva escreveu 1108 cartas enquanto cumpria o
serviço militar na Guiné. Recebeu 692. Estão quase todas guardadas, como um diário da vida em tempo de guerra e de mudança.

José Claudino da Silva, hoje com 74 anos, recorda com lucidez e emoção os tempos em que foi mobilizado para a guerra colonial. Aprovado na inspeção militar em 1971, ingressou nas Forças Armadas em janeiro do ano seguinte, começando uma viagem que o levaria da recruta no Porto até Fulacunda, na Guiné, onde esteve até junho de 1974.

Sem medo, mas com um firme sentido de dever, Claudino foi preparado para “defender Portugal e o regime”. Apesar da perda de um amigo próximo na guerra, manteve-se firme na missão:

“Estava preparado, não senti medo, mas estranhei estar rodeado de arame farpado, daí as minhas inquietações, e só depois percebi que não tinha liberdade”, diz. 

Foi como condutor de viaturas que encontrou o papel no terreno, ajudando a resgatar carros presos, em zonas minadas e perigosas.

Mas foi fora do campo de batalha que Claudino encontrou uma forma de resistir ao isolamento: a escrita. Escrevia diariamente, mais do que uma carta por dia, e não apenas para si, mas também para os colegas que não sabiam escrever. 

“Cheguei a escrever cartas de amor para as namoradas deles, copiando o que dizia à minha”, conta com humor.

Ao todo, redigiu 1108 cartas e recebeu 692. Hoje, guarda-as como um tesouro: um retrato íntimo e honesto da vida de um soldado, dos medos silenciosos e da paixão pela palavra. É, para ele, a forma de manter viva a memória de um tempo que moldou uma geração. O 25 de Abril chegou quando Claudino ainda estava na Guiné. Sentiu, de imediato, uma diferença no comportamento dos seus superiores: mais respeito, menos distância. “Foi a primeira vez que senti que algo estava mesmo a mudar".

De regresso a Portugal, mergulhou nas transformações da nova liberdade: frequentou comícios, escreveu para jornais, inclusive em protesto contra o modo como os soldados eram retratados e tratados. Após o regresso da guerra na Guiné, encontrou um país diferente e com mais liberdade. 

“Antes da Revolução escrevi um pequeno texto para o Século Ilustrado, fui censurado pelo meu capitão”, recorda.

“O 25 de Abril deu-me voz. Deixei de ter medo"


“O 25 de Abril deu-me voz. Deixei de ter medo. Passei a escrever sobre tudo e ainda hoje escrevo”, afirma Claudino, que guarda desses tempos não só as cartas, mas também os poemas e textos que continua a produzir, com uma visão crítica sobre o país, sobretudo no que toca à educação e ao futuro da juventude. Em criança lembra como foi colocado na última fila da sala de aula por ser de uma zona pobre, e como, mesmo assim, nunca deixou de querer aprender e escrever.

Com o 25 de Abril, também o contacto com a cultura e a liberdade de expressão se transformaram. “Antes não podia ler Marx. Depois comecei a ir a comícios e a ler tudo o que antes era proibido".

Num testemunho emocionado, Claudino alerta, ainda, para os perigos da regressão social:

 “Temo não por mim, mas pela minha neta. A liberdade de hoje existe, mas não sabemos interpretá-la".

Num paralelo com a infância, refere que Portugal continua a liderar negativamente no número de crianças institucionalizadas, como há 50 anos. “Isso não é liberdade. Há problemas que resistem à revolução".

Esta história é um testemunho vivo de um tempo difícil, mas também de esperança e transformação. As cartas que escreveu, e que hoje guarda, são mais do que palavras, são pedaços de história, de vida e de liberdade.


(Seleção, negritos, revisão e fixação de texto para efeitos de publicação no blogue: LG)

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Nota do editor:

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26779: Recordações de um fulacundense (Armando Oliveira, ex-1º cabo, 3ª C/BART 6520/72, 1972/74) - Parte VII

 


Foto nº 1 > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª CART / BCART 6520/72 (1972/74) > s/d > Oficiais milician0s, à mesa, provavelmente em dia de anos de algum, ou numa vulgar confraternização. Em cima da mesa, uma garrafa de espumante e pelo menos três garrafas de uisque velho... Um balde de gelo. Não se vêem garrafas de água mineral (Perrier, Vichy ou Castelo). Reconhecemos o Fernando Carolino (ao fundo, ao centro) e Jorge Pinto (o segundo à esquerda). 


Foto nº 2 > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª CART / BCART 6520/72 (1972/74) > Festa de aniversário do alf mil Jorge Pinto (que faz anos a 10 de outubro; natural de Alcobça, vive em Sintra)...



Foto nº 3> Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª CART / BCART 6520/72 (1972/74) > s/d > Festa de aniversário do Jorge Pint0


Foto nº 4 > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª CART / BCART 6520/72 (1972/74) > s/d > Militares do 3º pelotão ? Quem está de costa, parece-nos ser o alf mil Jorge Pinto, seu comandante. À hora da refeição, as praças bebiam cerveja (0,33 l, marca Cristal, neste caso)

Foto nº 5> Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª CART / BCART 6520/72 (1972/74) > s/d > Uma mesa de 1ºs cabos condutores auto ? Em primeiro plano de costas, o 1º cabo José Claudino da Silva, que também era o "cantineiro". Além de vinho verde (em garrafa), também se bebia cerveja Sagres, em lata. Esta mesa tinha por detrás uma fiada de "ventoínhas" (que só deviam funcionar à noite, quando fosse ligado o gerador).

Fotoo nº 6 > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª CART / BCART 6520/72 (1972/74) > s/d >  Os camaradas (etimologicammente, os que dormem na mesma "câmara", quarto, camarata, no mesmo "buraco",  que dormem, comem, vivem e... morrem juntos), sempre presentes no dia a dia da guerra, vão substituindo a família, os vizinhos, os colegas de escola, os amigos, etc. que ficaram lá longe, na terra... São também companheiros, porque comem o mesmo mão à mesma mesa (do latim, cum + panis, o que partilha o pão connosco). 

 Fotos (e legenda): © Armando Oliveira (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné >  Bissau > BNU > 1973 > Nota de 50 escudos (pesos), verso. O banco emissor era o BNU - Banco Nacional Ultramarino. Uma nota destas, em 1973,  dava para comprar, na cantina do Zé Soldado, no mato uma caixa de 12 cervejas de  0,3 l... Um 1º cabo radiotelegrafista, como o Sousa de Castro, ganhava, 1300$00 na época.  Uma nota destas davam também para comprar uma garrafa de uísque novo, e ainda sobrava uns pesos...

Foto: © Sousa de Castro (2005). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. 

1. O marcoense Armando Oliveira foi 1º cabo at inf, 3ª C/BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74), tendo pertencido ao 3º Pelotão, comandado pelo nosso amigo, camaradada e grão-tabanqueiro Jorge Pinto. Era o apontador da metralhadora pesada Breda, instalada no alto do fortim. Também exercia, no quartel, a sua profissão de barbeiro. E, como "hobby", fazia fotografia. Era uma d0s militares que tinha máquina fotográfica. É dele o melhor álbum fotográfico de Fulacunda.

É membro recente da nossa Tabanca Grande (nº 901). Tem página do Facebook. Mora no Porto. Já voltou à Guiné-Bissau 4 vezes, tendo sempre passado por Fulacunda. Pretende voltar lá em 2026

Como na maior parte dos casos as fotos que ele nos disponibilizou,  não trazem legendas, temos que as tentar reconstituir, e contar com a ajuda dele como dos outros camaradas "fulacundenses" que também fazem parte da Tabanca Grande: o Jorge Pinto e o José Claudino da Silva. (Bem como do Fernando Carolino, de quem aguardamos  o OK para ser apresentado).

2. As fotos que hoje publicamos são interessantes para documentar o consumo diferenciado de bebidas alcoólicas nos nossos aquartelamentso do mato e para estimar níveis de consumo:

(i) os oficiais e sargentos bebiam preferencialmente uísque com um pedra de gelo e água mineral, ou um gin tónico;

(ii) as praças optavam em geral pela cerveja (com os frigoríficos a petróleo, ou alimentados à noite pela energia elétrica do gerador, era possível ter bebidas sofrivelmente frescas, além de gelo).

Não sabemos quantidade de cervejas que eram fornecidas pelo BINT (Batalhão de Intendência) às subunidades no mato (150/160 homnens), mas podia ser uma méda mensal de 10 a 12 mil garrafas (de 0,33 l e 0,6,), o que levantava também problemas logísticos, de transporte e de armazenamento (que não vamos considerar aqui).

Peguemos num exemplo, o movimento da cantina da CCAV 2483, Nova Sintra:

(iii) em maio de 1970, consumiu-se cerca de 1,5 mil litros de cerveja (3977 garrafas de 0,33 l, e 268 de 0,6l, das marcas Sagres e Cristal), grossso modo 3,5 mil garrafas de 0,33 (a dividir por 150 dá 10 l de consumo médio mensal ou 30 garrafas de 0,33);

(iii) no final do mês de junho (não temos a existência de mercvadorias  no final do mês de maio), o "stock" era de 3,2 mil litros (5865 garrafas de 0,33 l e 2144, de 0,6l) (daria uma média de 21,3 l ou  cerca de 65 garrafas de 0,33 l(.

Em outubro de 1972, a 3ª C/BART 6520/72, de Fulacunda, passou a requisitar, quinzenalmente, 6 mil garrafas (quer de 0,33 l como de 0,6 l) em vez das 5 mil, segundo informação do cantineiro, o José Claudino da Silva...

12 mil garrafas por mês, numa subunidade (Fulacunda) que deveria ter 200 militares (1 companhia, 1 Pel Art e 1 Pel  Mil), dava uma previsão de consumo de 2 garrafas, por dia e "per capita" (ou 60 por mês)...Claro que havia quem não bebesse (por exemplo, os militares e milícias muçulmanos, por razões religiosas ou culturais)...

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Nota do editor LG:

Último poste da série > 4 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26762 Recordações de um fulacundense (Armando Oliveira, ex-1º cabo, 3ª C/BART 6520/72, 1972/74) - Parte VI

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26660: Tabanca Grande (571): Armando Oliveira, ex-1º cabo, 3ª C/BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74): senta-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 901



 Foto nº 1 >  O Armando Oliveira, ex-1º cabo: passa a integrar a Tabanca Grande sob o nº 901



Foro nº 2A e 2  > Reabastecimento da companhia no porto fuvial de Fulacaunda


Foto nº 3 > O célebre fortim de Fulacunda


Foto nº 4 > A casa do adminisyrador da circunscrição de Fulacaunda


Foto nº 5 > O "campo de futebol" de Fulacunda



Foto nº 6 > Vista do quartel de Fulacunda


Foto nº 7 > O nosso cabno Armando Oliveira junto ao rio Fulacunda



Foto nº 8 > Uma voltinha de "motoreta"


Foto nº 8 > Em dia ade anos do Armando Oliveira (à esquerda, na segunda fila) (?)...No grupo reconmhecemos o oficial de dia, o nosso amigo e camarada Jorge Pinto (era o cmdt do 3º Pelotão)


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Fotos do álbum do Armandfo Oliveira, ex-1º cabo. natural do Marco de Canaveses, vive no Porto.


Fotos (e legendas): © Armando Oliveira (2025). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complemerntar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  Na passada sexta, dia 4, tive o prazer de atender uma chamada do Armando Oliveira, que pertenceu à 3ª C/BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74), tendo integrado o 3º Pelotão, comandado pelo nosso amigo e camaradada Jorge Pinto. 


A esta companhia também pertenceu o José Claudino da Silva, ex-1º cabo cond auto, tal como o ex-alf mil Fernando Carolino.

Embora eu fosse em viagem, deu para registar o seguinte a respeito do Armando Oliveira:

(i) é conterrâneo da Alice Carneiro; nassceu no Juncal, a escassos quilómetros de Condoz, freguesia de Paredes de Viadores, concelho de Marco de Canaveses;

(ii) no Juncal ainda tem 3 irmãos, e um outro em Soalhães (outra freguesia, e antiga vila e sede de  c0ncelho, extinto em 1852);

(iii) vive hoje no Porto, tendo trabalhado 37 anos no Hospital Militar do Porto;

(iv)  já foi â Guiné-Bissau 4 vezes, tendo sempre passado por Fulacunda; 

(v) tem a melhor coleção de "slides" da Fulacunda do seu tempo: uma parte das imagens sobre o quartel e a tabanca  já foram publicadas no nosso blogue, tendo-as cedido ao seu amigo e camarada José Claudino da Silva;

(vi) já nos encontrámos pelo menos no XIII Encontro Nacional da Tabanca Grandre, em Monte Real, em 5 de  maio de 2018;

(vii) foi amigo do Xico Allen; é amigo da Inês Allen (com quem foi a Empada, para em 23 de março de 2024 inauguar o Campo de Futebol Xico Allen);

(viii) é amigo da página do Facebook da Tabanca Grande (24 amigos em comum).


Armando Oliveira (Vila Nova de Gaia) e Carlos Vinhal. O Oliveira é "periquito" aqui em Monte Real...



Carlos Camacho Lobo (Maia) e Jorge Pinto. O camarada Camacho Lobo foi alf  mil médico do BART 6520/72 (Tite, 1972/74). É dermatologista, e veio da Maia. Convidei-o a integrar o nosso blogue...



Camacho Lobo (Maia) e Armando Oliveira (Vila Nova de Gaia)

Monte Real > XIII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 5 de maio de 2018 >  >  Caras "novas" e "velhas"... Foi uma alegria ver gente desta geração que  faz 100, 200, 300 quilómetros para se encontrar e "matar saudades"... Outros vinha, pela primeira vez à procura dos camaradas da Guiné... Foi caso do Armando Oliveira (ao lado dpo Carlos Vinhal, na primeira fot;  e ao lado do Camacho Lobo (Maia), ex-alf mil médico do BART 6520/72 (Tite, 1972/74), na terceira foto. Na 2º foto, o Camacho Lobo e o Jorge Pinto.

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]





2. Excerto da página do Facebook de Armando Oliveira > 24 de junho de 2023 21:34

Faz hoje 51 anos que na Secretaria da unidade do Regimento de Infantaria 15 em Tomar, e sem a menor cerimónia, foi me dito: "você está mobilizado"...


Fiquei então a saber que tinha sido colocado na 3ª Companhia do Batalhão 6520 que estava a ser formado em Penafiel,com destino Guiné-Bissau.

Aqueles 10 dias de férias,sabendo a pouco,caíram que nem sopa no mel,tanto mais que me permitiram passar o S.João em família numa das Festas mais significativas da minha Cidade.

Terminadas as Festas São Joaninhas ,regresso a Penafiel,para no dia 25 todos o comboio com destino à capital,para no dia 26 rumar à Guiné. 

Havia, pois chegado a hora do pesadelo,se começar a tornar realidade ,no dia seguinte rumei à ilha de Bolama,para a realização da IAO.  .Logo em Bolama tivemos contacto com o inimigo,aquela noite de tréguas,os ataques insidioso daqueles minúsculos vampiros soube a uma estadia no Paraíso,na verdade,ainda nem sequer chegando ao aquartelamento de destino é já me sentia verdadeiramente flagelado.

Após a realização da IAO,  rumámos à Fulacunda.

Regressámos  a 21 de agosto de 1974.

Por último,quero aqui prestar a minha homenagem a todos os Combatentes da 3ª CART / BART 6520/72, que duma forma ou doutra viram as suas vidas condicionadas pela guerra,ou por causa dela,se viram na mesma vicissitudes Abraço a todos os Combatentes.
 

3. Comentário do editor LG:

Por todas as razões e mais uma (a de ser "conterrâneo", meu e da Alice), o Armando já cá devia estar desde 2018 na nossa Tabanca Grande. Expressei-lhe a minha vontade de o ver aqui entre nós, preenchendo o lugar de tantos camaraadas que deixaram a "Terra da Alegria", a começar pelo Xico Allen.  

Acabei de telefonar, para retribuir a gentileza de ter sido ele, há dias, a fazê-lo.  Aceitou, com entusiasmo, o meu convite. Já na sexta, dia 4, me tinha enviado montes de fotos da sua ida  a Empada, o ano passado, com a Inês Allen e outra malta dos "Metralhas". 

Vai-me mandar mais imagens dos seus excelentes "slides". (Um dos seus "hobbies" em Fulacunda era a fotografia.)

Fica doravente sentado à sombra do nosso poilão, sob o lugar nº 901. O seu nome passa a constar na lista alfabética dos nossos grãos-tabanqueiros. 

Prometemos encontrar-nos um dia destes no Porto ou na praia da Madalena. Desejo-lhe saúde e longa vida na continuação da sua caminhada pela picada da vida.

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Nota do editor LG:

(*) Último poste da série > 2 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26544: Tabanca Grande (569): Vilma Crisóstomo, esposa do nosso camarada João Crisóstomo, que se senta no lugar n.º 900 sob o nosso "poilão sagrado"


domingo, 16 de fevereiro de 2025

Guiné 61/74 - P26500: As nossas geografias emocionais (44): A Fulacunda do meu tempo (José Claudino da Silva, "Dino", ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART /BART 6520 / 72, Fulacunda, 1972/74) - Parte III



Foto nº 13A e 13... Vista parcial da tabanca e do aquartelamento (ao fundo, à direita)



Foto nº 15 e 15A... De costas,  à ponta da mesa, o nosso "Dino"


Foto nº 3... Ào fundo da mesa, o "Dino"



Foto nº 6 e 6A...A cozinha e o depósito de água


Foto nº 16A ... O fotógrafo e o modelo


Foto nº 23A... O "Dino" junto à horta.



Foto nº 24A e 24B... Junto a um bagabaga


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª C/BART 6520/72, 1972/74) > s/d > Fotos do álbum do José Claudino da Silva. Legendagem do editor, sujeita a revisão.


Fotos: © José Claudino da Silva (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]



1.  Continuação da publicação de fotos de Fulacunda, terceiro lote de um  conjunto de 36 fotos extraídas de "slides", tirados pelo fotógrafo da companhia. Enviadas pelo José Claudino da Silva, em 18 de janeiro passado. Sem legendas. A numeração é arbitrária.

O José Claudino da Silva ("Dino", para os amigos) tem cerca de 6 dezenas de referências no nosso blogue para o qual entrou em 10/10/2017. Natural de Penafiel, viveu 50 anos em Amarante, vive atualmente na Lixa, Felgueiras. 

Foi 1º cabo cond auto, 3ª C/BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74. Tem trÊs livros publicados. Tem página no Facebook.


(Seleção, edição e legendagem das fotos: LG)


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Nota do editor:

Último poste da série > 12 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26486: As nossas geografias emocionais (43): A Fulacunda do meu tempo (José Claudino da Silva, "Dino", ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART /BART 6520 / 72, Fulacunda, 1972/74) - Parte II

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Guiné 61/74 - P26486: As nossas geografias emocionais (43): A Fulacunda do meu tempo (José Claudino da Silva, "Dino", ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART /BART 6520 / 72, Fulacunda, 1972/74) - Parte II


Foto nº 18A > Fulacunda > Obus 10, 5 (2 º Pel Art,  em 10/4/1974; em 1/7/1973, havia o 31º Pel Art, obs 14cm; em 1/7/72, ao tempo da CART 2772, não havia artilharia)


Foto nº  19 > Fulacunda > Foz do rio Fulacunda > Morteiro médio 81


Foto nº 17A > Fulacunda >  Obus 10,5 

Foto nº 20A > Fulacunda : Metralhadora pesada não identificada. (Seria uma arma, de fabrico soviético, apreendidfa ao PAIGC ?).

Foto nº 21 > Metralhadora pesada Browning  (e também antiaérea) 12,7

Foto nº 31A  > Fulacunda > Jipe, com o "Dino" ao volante

Foto nº 22A > Fulacunda >  Foz do rio Fulacunda  (ficava a 2 km do aquartelamento)>  O Dino


Foto nº 35A >  Fulacunda > Foz do rio Fulacunda > Partida de embarcaçáo (civil)


Foto nº 35 > Fulacunda > Foz do rio Fulacunda > Partida de embarcaçáo (civil), 
na maré-alta


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3ª C/BART 6520/72, 1972/74) > s/d > Fotos do álbum do José Claudino da Silva. Legendagem do editor, sujeita a revisão.


Fotos: © José Claudino da Silva (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]



1. Mais um lote de  fotos de Fulacunda, parte de um conjunto de 36 fotos extraídas de "slides", tirados pelo fotógrafo da companhia, o Armanjdo Oliveira. Enviadas pelo José Claudino da Silva, em 18 de janeiro passado. Sem legendas.


O José Claudino da Silva ("Dino", para os amigos) tem cerca de 6 dezenas de referências no nosso blogue para o qual entrou em 10/10/2017. Natural de Penafiel, vive atualmente na Lixa, Felgueiras. Foi 1º cabo cond auto, 3ª C/BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74.

(Seleção, edição e legendagem das fotos: LG)

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