F11 – Na barra de elevações com a Suzi, filha do Coronel "Lavrador", chefe daquilo tudo. Abril68. [ Seria coronel de intfantaria Saraiva, diretor do Clube Militar de Oficiais em 1 de julho de 1972 ? Vd. comentário abaixo do editor LG]
F14 – Deitado na prancha da piscina, com algumas pessoas. Abril68.
F15 - Preparando-me para um mergulho. Abr68.
F16 – Tomando um duche na piscina, e pelo aparato deve ser o bar de piscina, sem certezas,
F17 – A descançar na piscina fumando um cigarro. 02Abril/68
Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2025). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Continuação da publicação de uma seleção de fotos do álbum do Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69).
1.1. Comentário do autor (enviado por email, 17 jun 2025, 12:25) ao poste P26922 de 15junho2025 > O Biafra » O Clube de Oficiais de Santa Luzia (*)
(...) Entenda-se que não estamos a fazer uma tese de doutoramento, nem uma pesquisa para a História de Portugal. São noções que ainda vamos tendo do que se passou em 67 a 69, já passaram 58 anos, a memória já é curta e confusa. Depois existem comentários e outras descrições em diversas fontes, aqui eu falo do periodo de 21set67 a 04agosto69. Acredito que com o andar dos anos, muita coisa fosse melhorada ou até piorando, mas não é da minha lavra.
Como já disse o "Biafra" era o então barracão de madeira e teto de chapas de zinco, onde eram colocados oficiais inferiores, que andavam de passagem. O nome de "Biafra" advém portanto das péssimas condições de alojamento, mas era um local de passagem, ninguém vivia lá em permanência, até porque passavam por lá não só os chamados "periquitos", como também a malta da pesada já com uma grande tarimba, e pirados da cabeça, ou apanhados pelo clima.
O nome advém, julgo eu, porque nesse ano de 1967, já se notavam movimentações de aviões e material para a guerra do Biafra, na Nigéria, essa sim sem nenhumas condições. A associação é fácil de compreender.
O então novo empreendimento situado ao cimo da estrada de Santa Luzia, com Porta de Armas, chamado por vários nomes: Clube de Santa Luzia, Clube de Oficiais do QG, Messe do QG, ou até Piscina do QG, era tudo do mesmo. Aqui já eram instalações de certo luxo relativo, não tem nada a ver com a guerra do Biafra.
A caserna dormitório, onde se alojavam, passe o termo, os oficiais milicianos de aviário, era então o chamado pejorativamente o "Biafra"
Não me consta a existência dessa praxe de atirarem com lapas para cima da chapa, simulando um ataque dos turras!
Se existia o termo de "Biafra" da Base Aérea eu desconheço, e ainda lá fui uma única vez, enquanto esperava transporte para Nova Lamego.
Esta é a minha versão do excelente Clube de Oficiais de Santa Luzia, com a sua piscina, messe, esplanadas, bares, salas de jogos e muito mais.
O local icónico que não dá para esquecer, pois aqui, ao invés do Café Bento (ou 5ª Rep), não se discutia a guerra, era coisa que passava ao lado. Sei que depois, anos depois já não era local seguro.
"Biafra" de Sargentos e Biafra de Praças???
Francamente não tenho a mínima noção da sua existência, pois mal se viam sargentos neste espaço, e Praças muito menos. Será que ocupavam as instalações do Quartel do 600 que fazia a segurança do QG? Ficava por trás do Clube.
Conforme já li entretanto nos comentários, constato que na realidade nunca vi um "Biafra" para Sargentos e muito menos para Praças.
Isto leva-me a pensar melhor como se ia para lá parar.
Eu, pessoalmente, vinha a Bissau em serviço, com Guia de Marcha e apresentação no QG. Logo tinha estadia no Clube de Oficiais, cama, mesa e roupa lavada. Mas quando passei lá por duas vezes, a caminho de férias na metrópole, e depois no regresso, era tudo por minha conta, inclusive a estadia e alimentação.
É aí que recorro à estadia no "Grande Hotel", e comidas e bebidas nos vários pontos, nomeadamente, o "Solar dos 10".
Fala-se muito no "Pelicano", mas já vi as fotos e não me lembro de existir no meu tempo.
O pessoal, sargentos e praças, que estariam em serviço em Bissau, tinham as instalações dos Adidos, em Brá, e como já foi dito, eram muito más, faz-me lembrar o levantamento de rancho quando fiz um Oficial de Dia.
Os quartos eram abafados e quentes, verdadeiros viveiros de baratas, que me alteraram o sistema nervoso, e foi uma das causas que me levou ao internamento na Psiquiatria do HM 241, entre outros problemas, nomeadamente de colocação após ter terminado a minha função no CA do BCAÇ 1933. (...)
(Seleção, reedição e numeração das fotos, revisão / fixação de texto: LG)
1.2. Comentário do editor LG:
A propósito do coronel "Lavrador", pai da Susy das fotos 11 e 12, cito aquu um excerto do depoimento do Coronel Engº de Transmissões Jorge Golias, publicado em
Memórias do Agrupamento de Transmissões e Histórias de Guerra na Guiné – 1972/74(..:) Cheguei ao aeroporto de Bissalanca no dia 1 de Julho de 1972 (...)
(...) Seguiu-se a apresentação e, logo nesse mesmo dia, a passagem do testemunho pelo Cap. Cordeiro, que eu ia render.(...)
A segunda emoção da minha chegada à Guiné acontece quando, já de noite e tomando um digestivo na mesma esplanada, assisto a uma debandada geral dos presentes, apenas porque umas gotas de água refrescantes começavam a cair. (...)
(...) À noite recolhi a casa do Cap Cordeiro (por alcunha o Verde) que eu ia render. Seria nesta casa que me instalaria, aguardando a chegada da família, que só viria a estar comigo seis meses, por questões de segurança. Esta casa ficava na Rua Gen. Arnaldo Schulz, o anterior governador, e onde era vizinho do Coronel Saraiva, um camarada de Infantaria que não tinha casa no Continente e que sempre tinha vivido no Ultramar até uma idade já avançada e com duas filhas adultas.
Era ele o Director do Clube Militar de Oficiais. Curiosamente viria ainda a cruzar-me com ele nos Açores onde, já na Reserva, viria a acabar o seu serviço militar, refugiando-se a seguir e, finalmente, não no Continente, mas na ilha de Santa Maria!
Era ele o Director do Clube Militar de Oficiais. Curiosamente viria ainda a cruzar-me com ele nos Açores onde, já na Reserva, viria a acabar o seu serviço militar, refugiando-se a seguir e, finalmente, não no Continente, mas na ilha de Santa Maria!
E ao escrever estas linhas ao correr da pena, recordo-o com saudade pela companhia que me fez na Guiné e nos Açores e porque é dele a frase para mim mais marcante que ouvi na altura do PREC (processo revolucionário em curso) e que foi dita aos oficiais que comandava numa unidade da RMN: os senhores mantenham-se sempre unidos, nem que seja contra mim! (...)
(Seleção, revisão / fixação de texto, itálicos e negritos: LG)
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Nota do editor:
(*) Último poste da série > 15 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26922: A Bissau do Meu Tempo (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte IIIa: O "Biafra", "o barraco-dormitório dos oficiais milicianos de passagem", que fazia parte do "Clube de Oficiais" do QG/CTIG, em Santa Luzia (Fotos de 1 a 10)