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domingo, 17 de agosto de 2025

Guiné 61/74 - P27128: A nossa guerra em números (34): Colonos - Parte I: os sírio-libaneses


Guné > Região de Gabu > Nova Lamego > Pel Mort 4574 (1972/74) >  Eram tapetes, de estilo oriental, com motivos exóticos (como a fauna e a flora africanas), que os militares compravam aos comerciantes libaneses. Eles também aproveitaram a "economia de guerra"... Foto do álbum de Joaquim Cardoso [, ex-sold trms, Pel Mort 4574, Nova Lamego, 1972/74].

Foto (e legenda): © Joaquim Cardoso  (2014).  Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Caamaradas da Guiné]



Guiné > 1951 > Anúncio comercial da casa Fouad Faur > Tinha sede em Bafatá e "feitorias" em Piche, Paunca, Bajocunda e Bambadinca.

Fonte:  edição do "Diário Popular", de 20 de outubro de 1951 (e não 1961, como vem escrito por lapso na página da Hemeroteca Digital de Lisboa / Câmara Municipal de Lisboa, a quem agradecemos a cortesia).  É uma raridade bibliográfica: o suplemento dedicado ao Ultramar tem 218 páginas (22 dedicadas à Guiné, pp. 45-66).  Disponível  aqui em formato digital. 









Guiné > 1956 >  Amostra de anúncios de casas comerciais, pertencentes a sírio-libaneses ou seus descendentes.
 Foram publicados em Turismo - Revista de Arte, Paisagem e Costumes Portugueses, jan/fev 1956, ano XVIII, 2ª série, nº 2.

 
Havia, pelo menos, 6 comerciantes libaneses em Bafatá, em 1956, de acordo estes anúncios: 

(i) Jamil Heneni, com grandes plantações de arroz em Jabadá [e não Janbanda], na região de Quínara [mais um imperdoável  gralha!]; 

(ii) Toufic Mohamed [ou não seria Taufic ? Muitos dos anúncios vêm gralhados: por ex, Bambadinga, em vez de Bambadinca, Bajicunda em vez de Bajocunda; o que quer dizer a toponímica da Guiné era "estranha demais" aos nossos jornalistas e tipógrafos...];

(iii) Rachid Said

(iv) Salim Hassan ElAwar e irmão (com sede em Bafatá e filial em Cacine, e não Canine, como aparece no anúncio: mais uma gralha tipográfica a juntar-se a muitas outras desta edição especial da revista de Turismo...); há um membro da família, presume-se, Mamud ElAwar, que era um conceituado comerciante de Bissau;

(v) Fouad Faur, com lojas também em  Piche (grafado "Pitche"),  Paunca, Bajocunda  (grafado "Bajicunda") e Bambadinca.


Tinham peso económico e social... Por exemplo, Mamud ElAwar, tal como Aly. Souleiman e  Michel Ajouz,  era então um dos mais conhecidos comerciantes da Guiné, de origem libanesa.

 O  Salim Hassan ElAwar devia ser seu irmão  (ou membro da família):tinha lojas em Bafatá e Cacine.  E quem não conhecia o Tauffik  Saad, uma das melhores lojas de Bissau (onde havia de tudo de relógios a máquinas fotográficas) ?!.

Não sabemos se o Mamud ElAwar era muçulmano (provavelmente era, pelo nome e apelido). Já o Michel Ajouz devia ser cristão maronita, por celebrar o natal cristão e ter uísque em casa para oferecer aos militares de Bissorã, como foi o caso do nosso camarada Manuel Joaquim, que passou com ele o natal de 1965.  

Recorde-se que os  cristãos maronitas  são cerca de de 3,2 milhões em todo o mundo,  obedecem ao Papa da Igreja Católica, mas têm uma liturgia própria; no Líbano, serão um pouco mais de 1 milhão, constituindo cerca de 20% do total da população).



Guiné > Região de Bafatá > Bafatá : A zona da "Mãe de Água" ou "Sintra de Bafatá" > c. 1969/70 > Um piquenique

 Guia e especialista de Bafatá dos anos 1968/70, o arquiteto Fernando Gouveia ( que lá viveu como alferes miliciano, com a sua esposa,  a saudosa Regina Gouveia ), descreve esta zona num dos seus postes do roteiro de Bafatá como  sendo a "Mãe d'Água" ou a "Sintra de Bafatá", local aprazível e romântico onde havia umas mesas para piqueniques e que, de vez em quando, a esposa do comandante do Esquadrão organizava uns almoços dançantes em que eram convidados, além dos alferes, e alguns furriéis, "todas as meninas casadoiras de Bafatá, libanesas e não só"... 

O esquadrão acima referido deveria ser o  Esq Rec Fox 2640, Bafatá, 1969/71, cujo comandante era o cap cav Fernando da Costa Monteiro Vouga (reformou-se como coronel, e é autor de diversos livros sob o nome de Costa Monteiro).

Foto (e legenda): © Fernando Gouveia (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Pormenor de "A rapariga com brinco de pérola" (c. 1665)... Uma das obras primas da pintura ocidental, da autoria do pintor holandês (ou neerlandês) Johannes Vermeer (1632-1675). Óleo sobre tela (44,5 cm x 39 cm). Localização atual: Galeria Mauritshuis, Haia. Imagem do domínio público. Cortesia de Wikipedia.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2025) (Vd. poste P27127)


1. Os colonos na África Portuguesa não eram só cidadãos portugueses da metrópole (*), mas também das ilhas atlânticas (Madeiras, Açores e Cabo Verde) e igualmente  estrangeiros como os libaneses, ou sírio-libaneses, sem esquecer os luso-indianos de Goa, Damão e Diu, e até os macaenses. Pode-se falar de um mosaico de
 povos para classificar a  diversidade humana da colonização da África Portuguesa, de Cabo Verde a Timor.

É uma afirmação historicamente correta e de grande pertinência: a população de "colonos"  na África sob domínio português não era composta exclusivamente por cidadãos da metrópole. Pelo contrário, estes territórios acolheram uma diversidade de gentes oriundas de várias partes do Império Português e de outras regiões, formando uma sociedade colonial complexa e multifacetada. 

Entre estes grupos, destacam-se os libaneses (ou sírio-libaneses), os cabo-verdianos, os luso-indianos de Goa, Damão e Diu, e os chineses de Macau, cada um com as suas próprias idiossincrasias e só sobretudo razões para migrar,  e com papéis distintos na estrutura social e económica das colónias.

Hoje damos, mais uma vez, no nosso blogue, o devido destaque aos libaneses (ou sírio-libaneses, oriundos do império otomano a que a I Grande Guerra pôs fim),  comerciantes e empreendedores. 

A presença de comunidades sírio-libanesas, cristãos mas também muçulmanos, tornou-se notável em Angola e Moçambique a partir do final do século XIX e início do século XX. E sobretudo na Guiné (no tempo da I República). 

Estes imigrantes dedicaram-se principalmente ao comércio, estabelecendo redes de distribuição que iam dos centros urbanos às zonas mais recônditas do interior. 

Eram conhecidos pela sua capacidade de iniciativa e pelo seu papel no comércio de retalho, vendendo tecidos, utensílios e outros bens de consumo. A sua posição era frequentemente a de intermediários económicos entre as grandes companhias europeias (portuguesas e francesas)  e a população africana.


A Presença Libanesa na Guiné: Um Século de Comércio

 A presença de comerciantes libaneses, e mais amplamente sírio-libaneses, na Guiné é um facto histórico bem documentado, que remonta à transição do século XIX para o século XX. Estes imigrantes desempenharam um papel fundamental e duradouro na estrutura comercial do território, hoje Guiné-Bissau.

A chegada destes levantinos enquadra-se num movimento migratório mais vasto, que os levou a estabelecerem-se na Amércia do Suil (com destaque para o Brasil) e em vários pontos da África Ocidental (com destauqe para a Costa do Marfim: maior comunidade libanesa na África Ocidental; muito presentes em Abidjan e no setor comercial).

Na então Guiné Portuguesa, encontraram um nicho económico, posicionando-se como intermediários cruciais no circuito comercial. A sua principal atividade consistia em fazer a ponte entre as grandes casas comerciais europeias e a população local.

O termo “sírio-libaneses” refere-se sobretudo à emigração anterior a 1920, quando a Síria e e o Líbano ainda eram parte do Império Otomano e depois do Mandato francês-

O Papel dos Comerciantes Sírio-Libaneses:

  • Comércio de Proximidade: ao contrário das grandes companhias portuguesas (como a Casa Giouveia ou a Ultramarin), que se focavam na exportação de produtos como a mancarra (amendoim) e o coconote, os sírio-libaneses especializaram-se no comércio a retalho; montaram lojas e estabelecimentos nos principais centros urbanos e vilas do interior, como Bissau, Bolama, Bafatá, Teixeira Pinto, Bissorã, Farim, Geba, Bambadinca, Xitole, Jabadá, Catió, Cacine, Gadamael, etc.
  • Rede de Distribuição: forneciam às populações locais bens de consumo importados da Europa, como tecidos, utensílios domésticos, e outros produtos manufaturados, a sua mobilidade e capacidade de se fixarem no interior permitiu-lhes criar uma rede capilar que penetrava profundamente no território;
  • Impacto Económico: o seu sucesso foi notável; de acordo com registos da época, em meados do século XX, as firmas pertencentes a sírio-libaneses representavam uma fatia muito significativa, por vezes perto de metade, dos estabelecimentos comerciais em importantes centros de trocas do interior da colónia.

Esta comunidade, embora não numerosa em termos absolutos (umas escassas centenas., concentrados hoje em Bissau), teve um impacto desproporcional na vida económica e social da Guiné. 

Tornaram-se uma figura familiar e indispensável no quotidiano de muitas regiões, consolidando a sua presença ao longo de todo o século XX e mantendo a sua relevância até à atualidade. A sua história é um testemunho da complexa teia de relações comerciais e migratórias que moldaram a África Ocidental na era colonial.

No nosso blogue temos cerca de meia centena de referências aos libaneses.

Os sírio-libaneses, que se começaram a radicar no território a partir de 1910, alguns acabaram por ligar-se, pelo casamento, a famílias portuguesas... Inicialmente não eram, porém, bem vistos pela concorrência nem até pelas autoridades locais.

Por outro lado, em 1974, todos já teriam a nacionalidade portuguesa...Mas parte desta comunidade optou por ficar no novo país lusófono, a Guiné-Bissau. Mas não se deram bem com o regime de Luís Cabral...


Fontes...

Segue  uma lista de fontes académicas e publicações que corroboram e aprofundam a informação sobre a presença de comerciantes sírio-libaneses na Guiné desde o início do século XX. Estas fontes são essenciais para quem deseja estudar o tema com rigor académico.

Fontes Académicas Específicas:


Janequine, Olívia Gonçalves. Os sírio-libaneses na Guiné Portuguesa, 1910-1926. Dissertação de Mestrado em História, Universidade de Évora, 2011.(*)

Resumo: Este é talvez o trabalho académico em língua portuguesa mais focado e detalhado sobre o início da presença sírio-libanesa na Guiné. A autora analisa a sua chegada, o estabelecimento das suas redes comerciais e a sua relação com a administração colonial e com as populações locais no período crucial de 1910 a 1926. É uma fonte primária.


Forrest, Joshua B. Lineages of State Fragility: Rural Civil Society in Guinea-Bissau. Ohio University Press, 2003.

Resumo: Embora o foco seja a sociedade civil e a formação do Estado, este proeminente historiador da Guiné-Bissau dedica várias passagens à estrutura económica da colónia. Ele descreve o papel fundamental dos comerciantes sírio-libaneses como intermediários económicos, destacando como eles preencheram um vácuo deixado pelas grandes companhias portuguesas, especialmente no interior.

Galli, Rosemary E. & Jones, Jocelyn. Guinea-Bissau: Politics, Economics and Society. Frances Pinter Publishers, 1987.

Resumo: Um estudo clássico sobre a Guiné-Bissau que, ao analisar a economia colonial, faz referência explícita à importância das comunidades de comerciantes estrangeiros, nomeadamente os sírio-libaneses, na estrutura do comércio a retalho.

Fontes sobre a Diáspora e Contexto Regional:

Leite, Joana Pereira. "Comerciantes sírio-libaneses em Moçambique: perfis e percursos de uma minoria." Revista de História da Sociedade e da Cultura, vol. 18, 2018, pp. 245-266.

Resumo: Apesar de o foco ser Moçambique, este artigo é útil porque contextualiza o fenómeno da migração sírio-libanesa para as colónias portuguesas em geral. Explica os padrões de migração, as redes familiares e os modelos de negócio que eram comuns a estas comunidades em toda a África Lusófona, incluindo a Guiné.

Boumedouha, Said. "Change and continuity in the relationship between the Lebanese in Senegal and the Mouride brotherhood." In The Lebanese in the World: A Century of Emigration, editado por Albert Hourani e Nadim Shehadi, I.B. Tauris, 1992.

Resumo: Este livro é uma obra de referência sobre a diáspora libanesa a nível mundial. O capítulo sobre o Senegal é particularmente relevante porque a Guiné-Bissau partilha muitas dinâmicas históricas e comerciais com a sua vizinhança na África Ocidental. Descreve o modelo de negócio dos comerciantes libaneses na região, que é perfeitamente aplicável ao caso da Guiné.

Estas fontes demonstram que a presença e a importância dos comerciantes libaneses e sírio-libaneses na Guiné-Bissau não são apenas um facto conhecido, mas também um objeto de estudo académico consolidado. A dissertação de Olívia Janequine (**), em particular, é a referência mais direta e aprofundada sobre o tema.

Face à indepenmdência, os comerciantes sírio-libaneses dividiram-se: uns partiram para Portugal e outras paragens; outrros acrediataram nas promessas d0 PAIGC e ficaram. O regime de partido único e de economia planificada (1974/91) dei cabo deles, com a inesperadda ajuda dos suecos  (***).

(Pesquida: IA / Gemini / ChatGPT /  LG | Revisão / fixação de texto, negritos, itálicos: LG)
________________

Notas do editor LG:


(**) Vd. poste de 29 de agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18962: Antropologia (28): Os sírio-libaneses na Guiné Portuguesa, 1910-1926; Dissertação de Mestrado em Antropologia Social por Olívia Gonçalves Janequine (Mário Beja Santos)


(...) "A principal produção da Guiné-Bissau, além da agricutura de autossubsistência, era o arroz e o amendoim, os dois produtos de exportação.

O comércio entre os produtores e o porto de Bissau estava nas mãos dos libaneses. Estes usavam carrinhas de marca Peugeot, em estradas lamacentas e com pouca manutenção, para transportarem para o interior produtos importados (artigos de plástico, tecidos e outros), consumidos pelas populações, e no regresso a Bissau voltavam carregados com arroz e amendoim.

O governo não estava nada satisfeito com este sistema por considerar que os libaneses ganhavam demasiado com estes negócios de verdadeira exploração dos produtores locais. Considerava também que as pequenas quantidades transportadas não eram economicamente viáveis na perspetica da exportação em grande escala.

Ambos os problemas foram resolvidos com um plano que previa a nacionalização do comércio por grosso e a retalho e o transporte das mercadorias a realizar por camiões modernos.

Claro está que foi a Suécia quem, a meu pedido, veio a fornecer umas dúzias de moderníssimos camiões Volvo, desembarcados em Bissau em poucos meses.

Estes camiões último modelo,com ar condicionado, rádio estereofónico e confortável cabine para o condutor dormir, eram naves espaciais aos olhos da populção, e depressa se tornaram num instrumento de "engate" das belezas locais nas ruas de Bissau.

Durante uns tempos era mais importante esta "mercadoria" do que os tradicionais produtos de plástico e tecidos a serem transportados para o interior.

Se o problema tivesse sido só esse, as coisas näo teriam sido tão graves. Mas...quando os camionistas mais consciencios finalmente se puseram a caminho do interior (o que não deveriam ter feito!), concluiu-se que as estradas existentes ["picadas",] não foram feitas para estes mastodontes ma sim para as carrinhas Peugeot.

Todos os tipos imagináveis de problemas surgiram, acabando por liquidar este tipo de transporte. Em menos de seis meses todos os camiões Volvo estavam parados.

Sendo as marcas de camiões Volvo e Scania as mais vendidas mundialmente, e utilizadas nas condições mais extremas, foi enviada a Bissau uma equipa de mecâncios para estudar o problema surgido.

Chegou-se à conclusão de que, para além dos problemas quanto ao peso que as estradas não suportavam, ambém tinham surgido pequenos problemas de manutenção das viaturas, do tipo: esqueceram-se de mudar o óleo, houve componentes dos motores que desaparecera, etc.

Com a falta de intermediários tradicionais, como os comerciantes libaneses, os camponeses não conseguiam escoar a sua produção, pelo que se voltaram a concentrar-se na produção para consumo local.

O arroz passou a não chegar para alimentar a população de Bissau. Aí a coisa tornou-se grave! 

O Presidente [Luís Cabral,] justificou perante mim, que as coisas tinham-se agravado por razões climatéricas que teriam acarretado doenças para as plantas. Devido a isto, perguntou-me de imediato se seria possível um aumento da ajuda económica estipulada para estas situações de emegência.

Telegrafei de imediato para os escritórios centrais da SIDA (que são as iniciais ou o acrónimo da Agência Estatal Sueca para a ajuda aos países em vias de desenvolvimento) e, em muito curto espaço de tempo, tínhamos em Bissau um barco fretado, chinês, que transportava 3 mil toneladas de arroz para que a população não morresse de fome.

Estou a simplicar mas as coisas passaram-se basicamente assim.

História semelhante poderia ser aqui contada quanto ao enorme apoio económico sueco à indústria da pesca local"  (...)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14069: Blogoterapia (264): Infelizmente para mim e para quem me é mais próximo, este Natal não será como dantes (Joaquim Cardoso)

1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Cardoso (ex-Soldado de TRMS do Pel Mort 4574, Nova Lamego, 1972/74), com data de 22 de Dezembro de 2014:

Caros amigos:
Luís Graça, Carlos Vinhal, restantes editores e camaradas em geral.
Vivendo-se já tempos de advento e, faltando apenas quatro dias para o Natal, é pois altura de, através deste meio, enderessar meu desejo de que todos tenhais um Natal cheio de amor e alegria na companhia de quem vos é mais querido.

Infelizmente para mim e para quem me é mais próximo, este Natal não será como dantes, porque notar-se-á um lugar à mesa por preencher. 
Sinto e, sentirei mais nesse dia, a ausência da minha esposa, Maria Teresa, que durante 38 anos me fez companhia.
Quis o destino ou a lei da natureza o ordenou, que no dia 11 do passado mês de outubro nos deixasse partindo para outro mundo. Faltaram apenas 9 dias para o seu quinquagésimo nono aniversário.
Lá, onde estiver, que tenha eterno descanso.

À parte, envio estes versos que são fruto das minhas angustiadas memórias da Guiné, ano de 1972/74.
É o primeiro poema, (se assim se pode chamar), que escrevo, pedindo desde já desculpa aos poetas pela minha ousadia, pois reconheço que não o sou nem pretendo obter tal título, apenas é uma forma de ocupação de tempos livres.


O Pilão e Grão

Tum tom, tum tom
De parte incerta chega o som
Longe ou perto, estou certo,
É o bate que bate do pilão

Bem aprumado
Por mãos agarrado
Sobe e desce e sem paixão
Com sua forte batida
Vai moendo e remoendo
O doirado grão

E o grão coitado
Tão mal tratado
Relado, esmagado
perde seu nome
De milho passa a farinha
E desta ao pão que se come

Da desfeita não se queixa
É grande a sua nobreza
Tudo aceita nada enjeita
Desde o campo até à mesa

Ei-lo chegado aqui
Acabado de cozer
Tem gosto e dará gosto
A quem o puder comer

E ao grãozinho doirado
Só uma coisa o consome
Ver tanto pão estragar-se
E haver crianças com fome

Joaquim Cardoso
Ex-Soldado TRMS
Nova Lamego
Guiné, 1972/74

************

Comentário do Editor:

Obrigado caro amigo Joaquim Cardoso, por, apesar de estares a sofrer pela recente perda da tua esposa, vires até nós para, generosamente, desejares a todos nós aquilo que tu não vais ter, uma noite de Natal com alegria.

Embora com atraso, aqui deixamos a nossa solidariedade e a certeza de que na noite do dia 24, muitos de nós irão dedicar uns momentos de introspecção em memória da tua esposa.

Recebe um abraço amigo
Carlos Vinhal
____________

Nota do editor

Último poste da série de 20 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13920: Blogoterapia (263): O Homem entre o Amor e a Guerra (Francisco Baptista, ex-Alf Mil da CCAÇ 2616 e CART 2732)

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13597: Dossiê Os Libaneses, de ontem (e de hoje), na Guiné-Bissau (4): os comerciantes de Nova Lamego... Era gente de confiança ? (Joaquim Cardoso, ex-sold trms, Pel Mort 4574, 1972/74)



Guné > Região de Gabu > Nova Lamgo > Pel Mort 4574 (1972/74) > Eram tapetes, de estilo oriental, com motivos exóticos (como a fauna e a flora africanas), que os militares  compravam aos comerciantes libaneses. Eles também aproveitaram a "economia de guerra" (LG).

Fotos: © Joaquim Cardoso  (2014). Todos os direitos reservados.



1. Mensagem de Joaquim Cardoso [, ex-sold trms,   Pel Mort 4574, Nova Lamego, 1972/74],, com data de 17 de agosto passado:

Olá, caro amigo Vinhal

Este simples Olá, é o cumprimento sugerido, em e-mail do nosso " Comandante "Luís Graça, em gozo de férias (?), que, apesar de simples, encerra nele toda a minha consideração, esperando, estou certo, que te encontrarás muito bem por essas praias Matosinhenses, tomando banhos de água e sol.

No dito e-mail, o Luis refere-se também ao estado da sua nova anca e, pelo que diz, está em evolução muito positiva. Ainda bem, pois certamente toda a tertúlia espera que em breve fique em condições de fazer parte de uma qualquer corrida de atletismo ou até de tríplo salto!

Comento de seguida o tema que o Luís colocou, relativo aos Libaneses na Guiné (*):

Tendo estado em Nova Lamego em 1972/74,  direi, sem ter a certeza, que nessa altura na localidade, não chegariam a meia dúzia os estabelecimentos pertencentes a Libaneses, onde se vendiam entre outras coisas, tapetes de estilo oriental, idênticos aos das fotos que junto, adquiridos esencialmente por militares para suas recordações, e tecidos para a feitura de panos com que as nativas tapavam algumas das suas "vergonhas".

Partindo do pressuposto, que essas pessoas eram refugiadas de guerra no seu País, o seu refúgio na Guiné, também em guerra, era por isso muito polémico.

Era voz corrente que, sendo os militares os maiores compradores, esses comerciantes estariam interessados na continuação do conflito por forma a manter os seus negócios, colaborando por isso com o IN. Dizia-se também que, sempre que houvesse encerramento temporário dos seus estabelecimentos, estava à vista ataque iminente!

A ser verdade, é evidente que teriam informação antecipada, por parte do nosso adversário, permitindo-lhes, assim, a possibilidade de se ausentarem do local ou tempo suficiente para uma melhor proteção.

Nessa altura, nos dois principais ataques com foguetões a Nova Lamego, em que felizmente nada de grave aconteceu, não vi, nem obtive informações que dessem firmeza à versão desses procedimentos.

Termino, deixando estes simples apontamentos à consideração, com um fortíssimo abraço a todo o pessoal.

J. Cardoso
Ex-Sold. Transmissões em Nova Lamego - Guiné , 
1972/74 

[. Foto acima, com o António Santos, também do Pel Mort  4574, à sua direita, no posto de rádio]
_____________

Nota do editor:

terça-feira, 6 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13105: Os Nossos Regressos (31): O meu regresso prematuro por doença (Joaquim Cardoso)

1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Cardoso (ex-Soldado de TRMS do Pel Mort 4574, Nova Lamego, 1972/74), com data de 29 de Abril de 2014:

Caríssimo amigo Carlos Vinhal
Completando-se no próximo mês de maio, 40 anos do meu regresso da Guiné, eis-me aqui a dar-te de novo trabalho, enviando-te este texto, que descreve o que ainda consigo ler no meu arquivo neurológico, relativamente ao referido regresso.
Sem mais, para ti Carlos Vinhal e toda a tertúlia, um grande abraço.
J. Cardoso


O meu regresso prematuro da Guiné

Foi em meados do mês de abril de 1974.
Passados que foram 40 anos, não recordo o exato dia da semana nem a quantos dias do referido mês, porém, tomando como ponto de referência o 25 de abril, em que, quando este acontece, tinha sido hospitalizado há cerca de uma semana, presumo que rondasse o dia 20, somando por isso nessa altura, 20 meses de Gabu - Nova Lamego.

Pelas 14 horas de um desses dias, foi-me diagnosticada uma hepatite e, uma ou duas horas depois, fui evacuado para o Hospital Principal de Bissau num avião Nordatlas que se encontrava ocasionalmente estacionado na pista de Nova Lamego. A hora da descolagem do avião, aligeirou os meus preparativos de partida, seguindo com a farda que na altura envergava e, na mala de viagem, mais algumas peças de roupa militar, alguma roupa civil e, umas pequenas lembranças que havia adquirido na área.

Apesar de me encontrar em estado muito débil, (o meu peso rondava os 48 kg), pensava regressar a Nova Lamego, mas efetivamente não regressei!

Concluída a viagem, dei entrada no Hospital ao anoitecer, tendo sido colocado imediatamente a soro e, posteriormente fiquei a cumprir receituário.
Alguns dias depois de ter sido internado, ouvem-se notícias de um golpe de estado na Metrópole provocado por militares revoltosos que haviam destituído o Governo de Marcelo Caetano, e tomado o poder.
Era a revolução dos cravos, o 25 de abril, a implantação da Democracia em Portugal.

Após cerca de três semanas de internamento, numa consulta de rotina, o médico pergunta-me se estaria interessado em regressar à Metrópole! A esta pergunta fui tentado a responder com outra, perguntando se aquela, era pergunta que se fizesse! Mas, depois de uma breve pausa, inferi qual a razão por que a fez.

O médico informou-me que, devido à nova situação na Metrópole, estavam a facilitar o regresso dos militares hospitalizados com casos mais complicados, por ali haver cada vez menos condições para os tratar. Aceitei de imediato. No dia 18 de maio, embarquei em Bissau num avião 727 dos TAM de regresso a Lisboa, onde cheguei ao fim da tarde.

Tal como havia acontecido na ida, viajei isolado dos meus camaradas. Na ida, viajei mais tarde cerca de um mês, por motivos por mim desconhecidos. Na volta, viajei mais cedo, por doença, ou seja: fui mais tarde e vim mais cedo em relação aos meus camaradas.

Após a chegada a Lisboa, foi servido o jantar aos presentes num refeitório algures nas redondezas. O prato que escolhi tinha como condimento o azeite e, quando me preparava para começar a jantar, uma das senhoras do Movimento Nacional Feminino que acompanhavam e davam apoio, abeirando-se de mim, perguntou qual era o meu problema de saúde, uma vez que estava muito magro e amarelo! Quando respondi que estava com hepatite, a senhora pretendeu retirar-me o prato, dizendo, muito aflita que, com tal doença, não poderia comer gorduras, como era o caso e, que me serviria um prato diferente.

- Não se incomode - disse - Deixe-me comer que este é meu prato preferido e, se isto me faz mal, o que comi na Guiné já me tinha morto há muito tempo!

A senhora insistia com os seus argumentos, e eu contrariava com os meus, acabando ela finalmente por desistir.

Terminada a refeição, fomos transportados em autocarro para os diversos destinos. Durante a viagem vi, claramente visto e não presumo, (como dizia o poeta), o que jamais havia visto, o entusiasmo, para não dizer loucura, de pessoas anónimas que nas diversas ruas por onde ia passando o autocarro militar, batiam palmas, faziam com os dedos o V de vitória etc.
Sentia-se que a revolução estava em marcha, e era notório o sentimento carinhoso do povo para com o MFA!

Fiquei internado no HMDIC (Hospital Militar de Infeto-Contagiosas). Ali, senti a enorme diferença nos tratamentos administrados, em comparação com os do Hospital de Bissau.
Na Guiné não me recordo se alguma vez comi algo à base de dieta. No HMDIC, todas as refeições eram confecionadas nessa base, nada de gorduras e, a tomar soro em permanência.

Ao terceiro dia de internamento aconteceu-me o que na Guiné seria considerado normal, mas que, enquanto lá permaneci, nunca me tinha acontecido, um ataque de paludismo!
Passei cerca de 2 dias como que em estado de emergência. Recomposto deste último susto, ali continuei internado, e ao fim de um mês e meio, aproximadamente, fui transferido para o Hospital da Estrela, onde estive cerca de um mês. Dali, segui para um Quartel de Adidos, na Graça, para convalescença, indo a partir daí ao Anexo fazer as várias análises.

Após uma junta médica realizada no Hospital da Estrela, cito o que consta na minha caderneta militar:
Por despacho de 22 de outubro, foi confirmada a opinião da SHI (?), reunida no HMP em 27 de setembro, tendo sido julgado pronto para todo o serviço! (Fim de citação).

Regressado a casa após tão redutora sentença, alguns dias depois fui fazer o espólio ao RI 15 em Tomar. Ao entregar cerca de metade da roupa que me tinha sido distribuída, o militar do armazém perguntou pelo que faltava. Respirando nessa altura já ares de um país em liberdade, respondi-lhe com ironia que, nada mais tinha para entregar por ter vindo evacuado da Guiné, mas que aguardasse que era provável que um dia chegasse pelo correio!
E para admiração minha, chegou mesmo!
Não pelos Correios, mas pelos Caminhos de Ferro. Mais de 1 ano depois de ter regressado, recebi um postal da CP, avisando-me que na estação de Vila Meã, tinha uma encomenda para levantar.

Embora de nada estivesse à espera, compareci e, foi-me entregue a respectiva encomenda. Tratava-se de um caixote em madeira, com cerca de 70×70 centímetros, remetida pelo Ministério do Exército.

Duvidando que fosse eu o destinatário da dita, ali mesmo e na presença do chefe da estação, se retiraram duas tábuas ao referido caixote, para se verificar o que continha. E o que continha, era roupa militar. Mas nada que se estivesse em boas condições, que eu pudesse usar, dadas as suas dimensões, muito menos em farrapos como era o caso.

No meio de toda aquela miséria, a única peça que se "salvou", foi um quico camuflado, dado a um amigo, a seu pedido que, querendo ser figurante militar por momentos, o colocou na cabeça, batendo a pala ao pessoal presente.
De seguida, solicitei ao chefe da estação o favor de se dignar mandar colocar toda aquela farrapada no lugar correspondente, (caixote do lixo), ficando complementado desta forma o espólio respetivo.

Peluda... Regresso à vida civil.

 Nova Lamego - Eu junto ao obelisco da CCS do BArt 6523

Nova Lamego - Mostrando a nossa musculatura, o camarada Graça à esquerda, ao centro o António Santos e eu à direita.

Nova Lamego - Eu de guarda redes, que não era a minha posição em tempos de bola, e o António Santos, amigo inseparável, a rematar em tribela. Não me recordo se deu golo.

 Nova Lamego - Eu junto ao obelisco do pessoal das Daimlers.

Nova Lamego - Eu à direita com o António Santos, junto à porta do Centro de mensagens e Posto de Rádio onde fazíamos serviço.

Nova Lamego - Parte da equipa de futebol. Na fila de cima, só recordo o nome de dois: o Morim ao centro de camisola encarnada e à direita o António Santos. Em baixo, à esquerda: eu, o Pereira, o Cunha e o Graça. 

Castelões - Penafiel, aos 29 dias do mês de abril de 2014

J. Cardoso
Ex-Soldado TRMS
Nova Lamego - Guiné
1972/74
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Nota do editor

Último poste da série de 13 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P12978: Os Nossos Regressos (30): A nossa vinda foi, em Abril, há 40 anos (Jorge Araújo)

domingo, 15 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12454: Boas Festas (2013/14) (7): Alberto Sousa e Silva, Manuel Maia, Jorge Teixeira, Giselda e Miguel Pessoa, Felismina Costa, Hilário Peixeiro, Manuel Lema Santos e Joaquim Cardoso

1. Postal de Alberto Sousa e Silva, ex-Soldado TRMS da CCAÇ 2382, Buba, 1968/70



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2. Mensagem de Natal do nosso camarada Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine, 1972/74:

Para o Luís Graça e sus muchachos (co-editores do Blogue...) bem como para todos os camarigos, daqui envio os votos de um Natal cheio de saúde e alegria.

Que o 2014 possa surgir no horizonte coo um ano de esperança.

Um grande abraço
MM

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3. Mensagem do nosso camarada Jorge Teixeira, (ex-Fur Mil Art, CART 2412, Bigene - Guidage e Barro, 1968/70):

Caro Carlos Vinhal, amigo.
Na altura do Natal aproveitamos sempre para desejar Boas Festas, o problema é que de há uns tempos a esta parte, as "festas" têm sido todo o ano. Infelizmente muitos, ainda correm o risco de na altura que deviam ter Boas Festas, terem "amargos de boca"!...
Apesar de tudo desejo a todos Festas Felizes... dentro do possível, claro!

Um abraço
cumprim/jteix


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4. Dos nossos camaradas da FAP, BA 12 (Bissau), ex-2SAR Enf.ª Giselda Pessoa e Cor Pilav Ref Miguel Pessoa:


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5. Mensagem da nossa Grã-Tabanqueira e Amiga Felismina Costa:

Caríssimos Amigos Luís Graça e Carlos Vinhal
Não queria deixar passar esta quadra Natalícia, sem vos desejar um tempo de advento, de alegrias e Paz.
Que à vossa volta todos se sintam irmanados no espírito da quadra, e que prevaleça esse espírito para além, sempre para além do tempo.
Estendo a todos os vossos familiares os desejos de um Feliz-Natal e envio um abraço colectivo e sincero.

Amiga para sempre
Felismina Mealha


Mensagem Natalícia:

Caríssimos amigos da Tabanca Grande
Permitam-me uma saudação Natalícia!

Nem sempre a vida nos dá dias bonitos e inspiradores, e esse tem sido o meu caso!
Porém, a minha dívida para convosco, é imensa e eterna!
Somos irmãos no tempo que vivemos e vivemos. Partilhamos ao longo da vida, uma vida comum, se bem que “per si”. Cada um de nós partilhou e tomou conhecimento da evolução e do recuo da civilização, da evolução tecnológica, que nos permite o “encontro” à distância de um clic, e o reviver do passado, sempre presente.
E nesta contemporaneidade, nesta recta, que pretendo muito longa e de fácil caminhada para todos nós, à luz do conhecimento adquirido, do respeito e do carinho que todos me merecem, estou aqui para vos desejar para este Natal, uma reunião familiar, calorosa e sincera, onde cada um de nós, dê provas e passe a mensagem do valor da família, do saber quem somos, e porque somos.
Somos a geração responsável pelo próximo futuro e até mesmo já, pelo presente!
Gostava de deixar aos nossos filhos e netos um mundo de que se orgulhassem, mas contra as melhores vontades… as menos boas!
Desejo porém, que dias mais felizes cheguem, pois convenço-me cada vez mais, que as situações são cíclicas e portanto, o ciclo positivo chegará risonho no tempo aprazado!

Até lá, amigos, desejo-vos o melhor que houver, o melhor que conseguirdes para vós e para os vossos.

Renovo os desejos de Boas-Festas e envio aquele abraço fraterno que a todos contempla e o meu eterno obrigada!

Felismina mealha
Natal de 2013

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6. Mensagem do nosso camarada Hilário Peixeiro, ex-Cap Mil da CCAÇ 2403/BCAÇ 2851, Nova Lamego, Piche, Fá Mandinga, Olossato e Mansabá, 1968/70:

A todos os meus amigos desejo um Santo Natal e um Feliz Ano Novo e uma longa vida com qualidade, desejos que através do nosso chefe de Tabanca, Luis Graça, torno extensivos a todos os camaradas tabanqueiros.

Hilário Peixeiro

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7. Postal de Natal do nosso camarada ex-1.º Tenente da Reserva Naval Manuel Lema Santos


Votos sinceros para todos os Camaradas e Amigos, extensivos aos respectivos Familiares.
Manuel Lema Santos

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7. Mensagem natalícia do nosso camarada Joaquim Cardoso (ex-Soldado de TRMS do Pel Mort 4574, Nova Lamego, 1972/74):

Caríssimos Editores e Camaradas em geral
Eis que se aproxima a passos de gigante as Festas de Natal.
De seguida, o fim deste ano 2013, estando o novo 2014, já à "espreita" para lhe tomar o lugar.
Como este Natal é o primeiro que passo no "aconchego" da tabanca, é não só, mas também por isso, que venho desejar a todos que dela fazem parte, bem como aos seus familiares, um feliz Natal e, que o Ano Novo lhes traga tudo o desejam. 

Muita saúde e Boas Festas para todos.
Castelões-Penafiel 16/12/2013
J.Cardoso
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Nota do editor

Último poste da série de 13 DE DEZEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12445: Boas Festas (2013/14) (6): José Martins, José Rodrigues, José Santos, Joaquim Mexia Alves e Ernestino Caniço

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Guiné 63/74 - P12430: O que é que a malta lia, nas horas vagas (15): Livros oferecidos pelo Movimento Nacional Feminino e os meus livros pessoais, tais como: Seleta Literária, História Universal, Inglês e os Lusíadas (Joaquim Cardoso)



1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Cardoso (ex-Soldado de TRMS do Pel Mort 4574, Nova Lamego, 1972/74), com data de 8 de Dezembro de 2013:

Caríssimo amigo Luís Graça:
Respondendo à tua chamada, direi que, no que concerne à temática em título, sendo militar de transmissões e, fazendo somente turnos rotativos de serviço de 8 horas por dia no centro de mensagens do Quartel novo em Nova Lamego, tempo não me faltava para ler, porém, não tendo sido assinante de quaisquer jornais ou revistas, pouco ou nada lia da Imprensa diária.
As horas fora de serviço, a maior partes das vezes, eram ocupadas com os jogos da bola e das cartas, conforme a ocasião, sendo este último, como toda a malta sabe, por vezes "doloroso".
Apesar de tudo, sempre lia alguma coisa. Li por exemplo, alguns livros que me foram oferecidos pelo Movimento Nacional Feminino. Além destes, tinha também os meus livros pessoais, tais como:
Seleta Literária, História Universal, Inglês e os Lusíadas!

Leitura tão estranha merece uma explicação.
Como se sabe, estes livros faziam parte da secção de letras do antigo quinto ano liceal e, como antes de ingressar na vida militar era estudante pós "laboro" no Externato Rodrigues de Freitas no Porto, achei por bem fazer-me acompanhar deles para a Guiné, por forma a não perder "o fio à meada", pensando, caso algum momento se proporcionasse, submeter-me a exame algures, mas tal não aconteceu.

Posto isto, junto duas fotos que presumo, servirão para fazer prova do que foi dito. 

Uma nota final.
Acabado de escrever este episódio, dei por mim a pensar: pelas "armas" vê-se o espírito do guerreiro!

Para ti Luís e para o Carlos, um grande Abração extensivo a toda a tertúlia.

Castelões-Penafiel, 8/12/2013
J. Cardoso

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Nota do editor

Último poste da série de 10 de Dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12422: O que é que a malta lia, nas horas vagas (14): a 2ª CART/BART 6523, atirada para Cabuca, nas profundezas da mata do Leste, teve de facto uma Bibliioteca (com 400 livros), um jornal (O Abutre) e uma Rádio!... (Ricardo Figuiredo)

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12262: Memórias de um passado (Joaquim Cardoso) (3): Um bacalhau que ficou para a história

1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Cardoso (ex-Soldado de TRMS do Pel Mort 4574, Nova Lamego, 1972/74), com data de 4 de Novembro de 2013:

Meu caro amigo, Carlos Vinhal:
Envio o presente texto, que é mais um episódio dos que retenho na memória.
Peço-te o favor de o ler e, caso entendas ser digno de publicação, dá-lhe o teu toque pessoal e coloca-o no respectivo lugar. 
Um grande abraço para ti e toda a tertúlia
Até breve.
J.Cardoso.


MEMÓRIAS DE UM PASSADO

3 - Um bacalhau que ficou para a história

Decorria o ano de 1973 e, em Agosto desse ano, completava eu, ou tinha completado, 1 ano (?) de permanência no Gabú-Nova Lamego-Guiné.
Os ponteiros do relógio teimavam em ser demasiado lentos, dando a sensação de cada hora passada ser um dia, cada dia um ano e, um ano uma eternidade!

A monotonia do dia a dia, juntamente com as saudades da família, o stress começava a apertar! Como se isso não bastasse, a alimentação que nunca foi famosa por aquelas bandas, vinha piorando cada vez mais, a ponto de haver mais que um levantamento de rancho, (recusa de comer a respectiva refeição).

Na ementa diária constava, salvo raras exceções, num dia arroz com "estilhaços" no outro esparguete com "estilhaços" (pedacinhos de carne). Legumes, não havia! Dizia-se que o Vagomestre se estava a governar com o "pilim" que era devido a cada militar para sua alimentação.

Por essa altura escrevi a meus pais, queixando-me da dita alimentação. Que estava enjoado de comer constantemente arroz e esparguete e, em termos de desabafo, manifestei um desejo à minha saudosa mãe, dizendo-lhe:
- Ah mãe... Quem me dera comer uma boa posta de bacalhau. Fosse cozido, assado ou mesmo cru! (É meu prato preferido).

 Confesso que nunca imaginei o resultado deste meu desabafo! Apesar de meus pais viverem numa aldeia e serem pessoas de fracos recursos, minha mãe interiorizou o meu queixume e o amor de mãe falou mais alto. Deslocou-se aos correios, percorrendo a pé uma distância de aproximadamente 8 quilómetros, informando-se sobre a possibilidade ou não, do envio de uma encomenda para a Guiné. Como a resposta foi afirmativa, na volta do correio entre outras coisas, dizia mais ou menos seguinte:
- Meu filho, recebi as tua carta e tomei nota do que dizias relativo à alimentação. Sabendo dos teus desejos, fui aos Correios de Vila Meã e despachei um pacote com bacalhau. Quando o receberes, dá-me notícias. Reconheço que não será o suficiente para te matar a fome, mas creio, contribuirá para teres alguns momentos de satisfação.

Cabe aqui uma nota de agradecimento:
- Obrigada mãe. Onde quer que estejas, que tenhas a devida recompensa pelo bem que me fizeste. De mim, nesta altura que escrevo, só poderei a título póstumo, publicamente agradecer-te e saudosamente recordar-te, vertendo algumas lágrimas de emoção causada pela prática do teu ato.

Depois de tão surpreendente novidade, dei por mim a imaginar se tal encomenda chegaria ao destino! Tomasse ela o rumo de algumas "folhas de vide" (notas de 20 escudos), que eram enviadas dobradinhas junto às notícias dentro dos aerogramas e, dificilmente comeria bacalhau! 

Felizmente assim não aconteceu! Passadas que foram cerca de 3 semanas(?), recebi o aviso e levantei a dita encomenda! Fiquei maravilhado. Coloquei o pacote às costas com cerca 4 kg, dirigi-me à caserna, e imediatamente o abri. Ali estavam diante de meus olhos umas boas postas do fiel amigo!

Para o saborear, convidei meia dúzia dos meus amigos e camaradas mais próximos e, no final do repasto, o resultado fica à imaginação de cada um, bastando para tanto visualizar as fotos que junto. Quando mais tarde noticiei a minha mãe o gosto que me tinha dado, ela, algum tempo depois, repetiu a dose, e o resultado final do segundo foi idêntico ao do primeiro. 

Penafiel. 4/11/2013
Joaquim Moreira Cardoso
Ex-Sold.Trans. NM 194530/71


Nesta foto, a começar da esquerda em plano mais baixo: O Vasco e eu Cardoso. Em plano mais alto, Pereira e Cunha(?). Na direita e plano mais baixo, o Monteiro e Morim(?)



Nesta foto, à esquerda, o Graça, de costas o A.Santos e mais 3 colegas dos morteiros e na direita eu, Cardoso
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Nota do editor

Último poste da série de 20 DE SETEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12063: Memórias de um passado (Joaquim Cardoso) (2): Um só dia e uma só noite no mato bastaram para um grande susto

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Guiné 63/74 - P12063: Memórias de um passado (Joaquim Cardoso) (2): Um só dia e uma só noite no mato bastaram para um grande susto

1. Mensagem do nosso camarada Joaquim Cardoso (ex-Soldado de TRMS do Pel Mort 4574, Nova Lamego, 1972/74), com data de 17 de Setembro de 2013:

Caros Amigos e Camaradas:
Envio este texto, que é mais um pedaço daquilo que se vai mantendo no meu arquivo memorial. Certo das insuficiências que ele contém referentes a datas e, qual a Companhia e/ou Batalhão do pessoal que me acompanhou. Fiz algumas pesquisas, mas considerei insuficientes para arriscar as suas nomeações. Penso contudo que dará para subentender um momento de aflição por que passei em terras Africanas.


MEMÓRIAS DE UM PASSADO

2 - Um só dia e uma só noite no mato bastaram para um grande susto 

Foi em princípios do mês de Setembro de 1972 que cheguei ao Gabú-Sara em Nova Lamego na Guiné, isolado, (como já tive a oportunidade de referir noutro texto), dos meus companheiros do Pelotão de Morteiros 4574/72.
Após a chegada, comecei por contactar os serviços praticados no Posto de Rádio, Central Telefónica e Centro de Mensagens, afectos à CCS do BCAV 3854, de forma a obter experiência e, posteriormente, fazer parte da escala de serviço dos restantes companheiros de transmissões.

Três ou quatro dias(?) depois de ter chegado, fui informado pelo 1.° Sargento Martins que pertencia ao mesmo Pelotão, para na manhã do dia seguinte me equipar com a farda de mato para seguir para o CAOP, (Quartel Velho), a fim de acompanhar uma coluna em serviço de transmissões, (por falta de pessoal no dito Quartel), coluna essa que tinha como finalidade, (soube depois), o reconhecimento de um local que diziam ser muito perigoso e que já tinha sido utilizado pelas tropas opositoras nas suas ações de guerrilha.

Dando cumprimento à ordem que havia recebido, de manhã vesti o camuflado, preparei a mochila, enfiei 4 carregadores de munições no cinto, peguei na G3 e aguardei.
Transportaram-me depois num jeep até ao Quartel Velho e, após me ter juntado ao resto do pessoal, fomos transportados em Berliets e Unimogs que atravessaram a Bolanha, seguindo pela estrada alcatroada em direção a Oco Maúndo.

Percorridos alguns quilómetros(?), as viaturas pararam e apeámo-nos junto a uma picada em terra batida, tendo as ditas viaturas recolhido ao Quartel.
Não conhecia ninguém do grupo por duas razões: -Ter chegado há poucos dias ao Gabú e não pertencer àquele Quartel. Ali estava eu, junto daqueles operacionais, com a minha farda "novinha em folha" ainda a cheirar a naftalina, contrastando com a deles, em que se notava sem qualquer motivo para dúvidas, o desgaste provocado pelo tempo e/ou trabalhos já passados.

Mochila às costas, G3 num ombro e o rádio AVP1 (Banana) no outro. O rádio Racal que fazia parte do meu equipamento, para comunicações a longa distância, seguia às costas de um carregador, contratado para o efeito, (era um luxo!).

O Alferes que comandava a coluna apeada ordenou para o pessoal formar duas filas, uma no lado direito e a outra no lado esquerdo da picada. Já habituados àquelas "andanças", o pessoal começou desde logo a tomar posições de acordo com as funções que cada um desempenhava e, as filas em pouco tempo ficaram formadas. Eu porém mantinha-me fora da fila, juntamente com o acompanhante com o rádio às costas, esperando orientações.

O Alferes que ia acompanhando os movimentos do pessoal, ao ver-me fora da fila, perguntou:
- Ó transmissões, não vais para a tua posição?

Respondi:
- Meu Alferes, cheguei há poucos dias da Metrópole. É a primeira vez que faço este tipo de serviço e não sei que posição tomar!

Dito isto, olhou para mim com ar de preocupado, com voz alterada e em linguagem militar pergunta:
- Sabes trabalhar com essa "merda"? - apontando com o dedo para o rádio.

Respondi-lhe:
- Depois de terminar a especialidade, utilizei um rádio Racal em duas finais de curso de Comandos na Serra das Meadas em Lamego e, sendo os rádios iguais, não vejo motivo para dificuldades.

Tinha já em minha posse os códigos correspondentes, (os que utilizo a seguir são fictícios), coloquei os auscultadores, puxei a antena, coloquei o botão na respectiva frequência, peguei no microfone e chamei o Posto de escuta:
- OSCAR OSCAR, aqui PAPÁ, diga se me ouve? - Escuto.
O OSCAR respondeu:
- PAPÁ aqui OSCAR, afirmativo-informe
O PAPÁ de novo:
- OSCAR aqui PAPÁ, é uma chamada de experiência.
O OSCAR responde:
- PAPÁ aqui OSCAR, ouço em perfeitas condições.
Finalmente o PAPÁ:
- OSCAR aqui PAPÁ, Ok terminado.

Depois do PAPÁ conseguir comunicar, foi para o meio duma fila onde afinal era o seu lugar!
Seria meio da manhã e, à ordem de avanço, as filas puseram-se em movimento.
Seguimos em marcha moderada com os elementos que a compunham distanciados cerca de 3 metros entre si, a arma em posição de fogo e em permanente vigilância das duas partes do matagal. 

Por volta do meio dia, meia hora(?), parámos para comer a ração de combate. Alguém já conhecedor do meio ambiente, fez uma pequena fogueira, não por falta de calor, que disso estavam todos bem abastecidos, mas para tentar afastar a mosquitagem que além de nos morder constantemente, teimavam em pousar no conteúdo da lata de conserva para dar umas bicadas.

A água do cantil em pouco tempo esgotou e só foi possível reabastecê-lo mais tarde, com a água existente nuns charcos de uma clareira rochosa, "quente como caldo" como é habitual dizer-se.
O Enfermeiro distribuiu ao pessoal "quininos" (habituais comprimidos), para sua desinfeção, e não sendo agradável bebê-la naquelas condições, serviu para humedecer os lábios, limpando-lhes a saliva que se havia acumulado.

A meio da tarde a marcha prosseguia, começando a ouvir-se algumas vozes discordantes, queixando-se ao Alferes do esforço que o pessoal estava a fazer. Entretanto, a marcha mudou de direção. Deixámos a picada e entrámos "mato dentro", agora numa só fila.
Caminhámos por um trilho ladeado de capim com mais de 2 metros de altura. A marcha aqui, tornou-se mais lenta, não só devido ao cansaço dos muitos quilómetros percorridos mas também, pelo aumento das dificuldades que se iam encontrando à medida da sua progressão.
Deu para entender que era local perigoso. As ordens vinham da frente para trás e, em passa-palavra dizia-se:
- Redobrar atenção, aproximar 1 metro, alargar 2 metros, etc.

Passado esse trilho, chegámos ao fim da tarde a um local amplo, onde passámos a noite.

É neste local onde apanhei o que considero ser, o maior "cagaço" da minha vida!
O Alferes ordenou ao pessoal para formar um círculo. Eu fiquei, entre outros, no meio desse círculo, distanciado cerca de 3 metros do Alferes. Seriam, 23 ou 24 horas(?), não havia luar, não se podia acender um cigarro, era escuridão quase absoluta.

Estendido no chão, estava o meu cérebro, bem como o resto do corpo, a aliviar-se um pouco do cansaço que a marcha lhes tinha provocado, quando de repente senti, ou sonhei, um puxão na capa com que me cobria, dando a sensação de me quererem raptar!

Acordo terrivelmente assustado, com o coração a bater mais forte que nunca, mas na incerteza, não "piei". Segundos depois outro puxão, mas agora não tinha dúvidas, era mesmo realidade!
Porém, logo de seguida, uma voz em tom de silêncio e com pronúncia Africana chama:
- Meu Alfero?

Ah... que alívio. - Era o guia!

Homem negro, conhecedor do terreno, que orientava o pessoal em plena mata, procurava aos apalpões na escuridão o Alferes para lhe comunicar que ouviram um barulho e convinha fazer reconhecimento.
Verificou-se depois que o dito barulho, fora provocado por animais que passavam próximos, e não por alguém que certamente estaria no nosso imaginário.

Com muita dificuldade refiz-me do susto, voltando à posição inicial, mas o sono que também se terá assustado, naquela noite não voltou.

Ao romper da aurora, vieram ao nosso encontro algumas viaturas que nos transportaram de regresso ao Quartel.
Após a minha chegada, dirigi-me à Enfermaria e pedi algo para colocar nos pés e músculos por forma a reparar o mal que a marcha dos mais que prováveis 30kms (?), lhes tinham causado.

Finalizando, refiro um à-parte que para mim foi curioso:
O Alferes, Comandante do meu Pelotão, abordou-me e perguntou:
- Onde estiveste ontem que não te vi?

Fiquei admirado com tal pergunta, e expliquei-lhe o que tinha acontecido.
Respondeu-me que nada sabia acerca do assunto e, por esse motivo, sendo o nosso Pelotão Independente, de futuro não voltaria a sair do Quartel, para qualquer tipo de serviço, sem sua autorização.

Tomei nota da sua recomendação e, felizmente para mim, nunca mais voltei ao verdadeiro mato, bastando assim um só dia e uma só noite para apanhar um grande susto.

Castelões- Penafiel, dia 17 de Setembro de 2013
J.Cardoso,
Ex-Sold. Trans. 194530/71

Joaquim Cardoso e Graça

Joaquim Cardoso na Cabina Telefónica

António Santos e Joaquim Cardoso
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Nota do editor

Primeiro poste da série de 21 DE AGOSTO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11966: Memórias de um passado (Joaquim Cardoso) (1): O começo foi assim

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Guiné 63/74 - P12011: Memória dos lugares (246): Gabu / Nova Lamego, 1972/73 (Joaquim Cardoso)

1. Em mensagem do dia 27 de Agosto de 2013, o nosso camarada Joaquim Cardoso (ex-Soldado de TRMS do Pel Mort 4574, Nova Lamego, 1972/74), enviou-nos algumas memórias fotográficas de Gabu entre 1972 e 1973:


Nova Lamego > Graça; Santos e Cardoso das Transmissões

Gabu Sara/Nova Lamego > Joaquim Cardoso

Posto de Rádio do quartel novo > António Santos e Joaquim Cardoso

Gabu Sara/Nova Lamego > Joaquim Cardoso junto a um Memorial aos caídos em campanha

Joaquim Cardoso à civil em Nova Lamego

Gabu Sara/Nova Lamego > Natal de 1972 > A partir da direita: Vasco; amigo Santos; Alferes Sousa, CMDT de Pelotão; Graça e Joaquim Cardoso. Atrás mais um camarada dos Morteiros

Bilhete Postal do Natal de 1972
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Nota do editor

Último poste da série de 25 DE AGOSTO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11977: Memória dos lugares (245): Livro da 1.ª Classe do PAIGC recolhido nas matas do Cantanhez (1) (António Teixeira)