Foto (e legenda) © AD - Acção para o Desenvolvimento (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]
"Aí está! Chegou a hora do caju!
"Anualmente, por esta altura, o caju assume a sua omnipresença e todos se envolvem freneticamente nesta actividade, excluindo bem claro, os que estão mais preocupados em dar uso às fardas e às armas.
"Para além da castanha de caju, vendida ou trocada por arroz, num processo iniciado há mais de 20 anos e que subverteu por completo a lógica da segurança alimentar nacional, a qual deixou de se basear na nossa produção de arroz para passar a contar com a importação deste cereal, o que custou o ano passado 85 milhões de dólares. (Negritos nossos)
"Igualmente mobilizadora é a comercialização de vinho de caju extraído da polpa e que, uma vez introduzido em bidões de plástico de 20 litros, é comercializado, transportado e… arrastado em camiões por todo o país."

(...) O caju é uma fruta tropical originária do Nordeste do Brasil. Ele foi introduzido na África, incluindo a Guiné-Bissau, pelos portugueses no final do século XVIII.
Na Guiné-Bissau, o caju tem sido historicamente plantado ao longo das estradas e hoje forma vastas florestas de cajueiros, tornando-se o principal produto de exportação do país e um pilar fundamental da sua economia. (...) (Gemini IA / Google)
Exportação de Caju:
- Principal produto: A castanha de caju é o pilar da economia guineense, representando mais de 90% do total das exportações nacionais.
- Volume de exportação:
- Em 2022, o volume de exportação foi de 200.000 toneladas.
- A Guiné-Bissau está pronta para exportar 130 mil das 200 mil toneladas de castanha de caju que espera vender em 2025.
- Preço:
- O preço base de venda da castanha de caju para a campanha de 2025 foi fixado em 410 francos CFA (0,63 euros) por quilograma. Em 2024, o preço base foi de 350 francos CFA, mas chegou a 700 francos CFA devido à procura.
- Em 2022, o preço de venda efetivo foi de 363 FCFA/kg, o equivalente a 626 USD/tonelada.
- Destino: Mais de 95% da castanha de caju exportada pela Guiné-Bissau tem como destino a Índia.
Importação de Arroz:
- Consumo: O arroz é o principal alimento básico da população guineense, representando cerca de 80% do consumo de cereais no país.
- Volume de importação:
- A Guiné-Bissau importa anualmente mais de 200 mil toneladas de arroz.
- A produção nacional de arroz está longe de satisfazer as necessidades do consumo, que é de cerca de 200.886 toneladas por ano, com uma produção que não passa das 112 mil toneladas.
- Valor:
- Em abril de 2024, o governo decidiu aumentar os preços do arroz devido à incapacidade de continuar a subvencionar as empresas importadoras.
- Um saco de 50kg de arroz tipo "nhelém" 100% partido passou a custar 21.500 francos CFA (cerca de 32 euros).
- O arroz da qualidade 5% partido (grosso) passou a custar 24.000 francos CFA.
- Entre novembro de 2023 e abril de 2024, o governo gastou mais de quatro mil milhões de francos CFA (cerca de 6 milhões de euros) para financiar a subvenção do arroz no país.
É importante notar que há também um problema de contrabando de caju para países vizinhos, como Senegal, Gâmbia e Guiné-Conacri, o que afeta as receitas do Estado. O governo tem reforçado a vigilância nas fronteiras para combater essa prática.
Pergunta 2 - Análise SWOT da relação Caju (Exportação) / Arroz (Importação) na Guiné-Bissau.
Resposta do assistente de IA / Gemini, Google:
A relação entre a exportação de caju e a importação de arroz na Guiné-Bissau é um ponto central da sua economia, com implicações significativas para a segurança alimentar, balança comercial e desenvolvimento sustentável. Abaixo, é apresentada uma análise SWOT detalhada dessa dinâmica:
Forças (Strengths)
- Potencial de Exportação de Caju: O caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau, gerando divisas estrangeiras cruciais para a economia. A procura global por castanha de caju tem-se mantido robusta.
- Adaptação do Caju ao Clima: O caju é uma cultura bem adaptada às condições climáticas da Guiné-Bissau, exigindo relativamente poucos fatores de produção e sendo resiliente a períodos de seca.
- Geração de Emprego na Cadeia do Caju: A colheita e o processamento inicial do caju (ainda que limitados) geram empregos, especialmente em áreas rurais, contribuindo para a subsistência de muitas famílias.
- Disponibilidade de Terras para Arroz: A Guiné-Bissau possui extensas áreas de várzeas e bolanhas com potencial para o cultivo de arroz, uma cultura alimentar fundamental.
- Importância do Arroz na Dieta Local: O arroz é a base da dieta da população guineense, o que garante uma demanda interna constante e justificada para o seu consumo.
Fraquezas (Weaknesses)
- Dependência Excessiva do Caju: A economia da Guiné-Bissau é excessivamente dependente da exportação de caju, tornando-a vulnerável a flutuações nos preços internacionais e a choques externos.
- Baixo Valor Agregado do Caju: A maior parte do caju exportado é em bruto, o que significa que o país perde a oportunidade de agregar valor através do processamento industrial (descasque, torra, embalagem), limitando os ganhos económicos e a criação de empregos qualificados.
- Vulnerabilidade à Flutuação de Preços: Os preços do caju no mercado internacional podem ser voláteis, impactando diretamente as receitas de exportação e a rendimento dos produtores.
- Elevada Dependência da Importação de Arroz: A Guiné-Bissau importa uma parcela significativa do arroz que consome, tornando-a vulnerável a choques nos preços internacionais do arroz, flutuações cambiais e interrupções na cadeia de suprimentos.
- Baixa Produtividade do Arroz: A produção interna de arroz é frequentemente baixa devido a técnicas agrícolas tradicionais, falta de acesso a sementes melhoradas, fertilizantes e sistemas de irrigação adequados.
- Infraestrutura Deficiente: A infraestrutura precária (estradas, portos, eletricidade) dificulta o escoamento do caju e o transporte do arroz importado para o interior do país.
- Financiamento Limitado: O acesso limitado a financiamento para agricultores, tanto para o caju quanto para o arroz, impede investimentos em melhorias de produtividade e processamento.
Oportunidades (Opportunities)
- Agregação de Valor ao Caju: Investir no processamento local do caju pode aumentar significativamente as receitas de exportação, gerar empregos qualificados e promover o desenvolvimento industrial.
- Diversificação de Mercados para o Caju: Buscar novos mercados para o caju pode reduzir a dependência de um pequeno número de compradores e estabilizar as receitas.
- Aumento da Produtividade do Arroz: Adoção de novas tecnologias agrícolas, sementes melhoradas, técnicas de irrigação e formação para os agricultores pode impulsionar a produção interna de arroz e reduzir a necessidade de importação.
- Desenvolvimento de Cadeias de Valor Locais: Fortalecer as cadeias de valor do caju e do arroz, desde a produção até o consumidor final, pode criar novas oportunidades de negócio e empregos.
- Cooperação Regional e Internacional: Parcerias com países vizinhos e organizações internacionais podem facilitar o intercâmbio de conhecimentos, tecnologias e financiamento para o setor agrícola.
- Investimento em Infraestrutura: Melhorias na infraestrutura de transporte e armazenamento podem otimizar o escoamento do caju e a distribuição do arroz.
- Promoção de Práticas Agrícolas Sustentáveis: Implementar práticas agrícolas que melhorem a fertilidade do solo e a gestão da água pode aumentar a resiliência da produção de caju e arroz às mudanças climáticas.
Ameaças (Threats)
- Flutuações nos Preços Internacionais: A volatilidade dos preços do caju e do arroz no mercado mundial pode impactar negativamente a balança comercial e a segurança alimentar.
- Mudanças Climáticas: Secas, inundações e outras condições climáticas extremas podem afetar a produção de caju e arroz, colocando em risco a segurança alimentar e as receitas de exportação.
- Concorrência Internacional: A Guiné-Bissau enfrenta concorrência de outros países produtores de caju e arroz, o que pode pressionar os preços e a participação de mercado.
- Barreiras Comerciais: Novas tarifas ou regulamentações comerciais impostas por países importadores podem afetar negativamente as exportações de caju.
- Instabilidade Política e Social: A instabilidade pode perturbar as cadeias de produção e distribuição, afetando tanto a exportação de caju quanto a importação e distribuição de arroz.
- Doenças e Pragas: O surgimento de doenças ou pragas que afetam as culturas de caju ou arroz pode causar perdas significativas na produção.
- Dependência de Agentes Externos: A forte dependência de intermediários na cadeia de valor do caju pode resultar em menores retornos para os produtores locais.
Conclusão
A Guiné-Bissau enfrenta um desafio complexo na gestão da sua relação caju/arroz. Embora o caju seja uma força económica, a sua dependência excessiva e a falta de valor acrescentado representam vulnerabilidades significativas.
Por outro lado, a importação maciça de arroz sublinha uma fraqueza na segurança alimentar.
As oportunidades residem na agregação de valor ao caju, na diversificação da produção agrícola e no aumento da produtividade do arroz. No entanto, o país deve estar atento às ameaças externas, como as flutuações de preços e as mudanças climáticas, e internas, como a instabilidade política e a infraestrutura deficiente.
Para um futuro mais sustentável, a Guiné-Bissau precisa de uma estratégia integrada que promova a diversificação económica, o aumento da produtividade agrícola (especialmente do arroz), o processamento local do caju e o investimento em infraestrutura.
A resiliência económica do país dependerá da sua capacidade de transformar estas fraquezas e ameaças em oportunidades de crescimento e desenvolvimento.
(Perguntas, Revisáo / fixação de texto: LG / Respostas, Negritos: Gemini IA)
______________Notas do editor LG:
(*) Vd. poste de 12 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6376: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (14): Chegou a hora do caju... e do vinho de caju!