
Faleceu no dia 5 de Julho o escritor, romancista, poeta, autor e ensaiador de teatro José Henrique Álamo Oliveira, natural do Raminho, Angra do Heroísmo. Tinha 80 anos de idade. O Álamo Oliveira fez a sua comissão de serviço militar na então Província Ultramarina da Guiné, se bem julgo saber no período 1969/1971.
Durante parte da sua comissão o Álamo Oliveira esteve de serviço na Rádio em Bissau, cujas transmissões chegavam aos quatro cantos da Guiné e que eram dos melhores passatempos para os militares que então serviram na Guiné.
Numa nota pessoal tive o prazer de conviver com o Álamo Oliveira durante alguns dias, quando ele em representação da Diretora das Comunidades do Governo Regional dos Açores, se deslocou aos EUA para a homenagem que então foi feita ao imigrante Alfred Luís, também este um escritor de renome. Jamais esquecerei a sua afabilidade e compreensão para comigo nessa referia homenagem.
As minhas condolências.
Descansa em Paz companheiro e amigo.
Álamo Oliveira (com a devida vénia ao autor da foto)
Devidamente autorizado pelo Sr. Santos Narciso, ex-Alferes Miliciano na Guiné, a quem agradeço, publico esta tocante homenagem ao Álamo Oliveira, que comungo.
Morreu Álamo Oliveira. 80 anos. Raminho de seu nascimento sempre no coração, verdadeira alma terceirense e espírito açoriano e universal. Homem da Palavra escrita nas suas múltiplas vertentes, do teatro à poesia, do conto ao romance, da crónica ao ensaio. Tristes pela sua partida, não ficamos mais pobres, pois a herança cultural e literária que nos deixa, é de uma riqueza que atravessará os tempos.
José Henrique Álamo Oliveira, que conheci nos tempos em que estudamos no Seminário de Angra, ele mais velho três anos, foi um arauto incansável da divulgação da cultura na sua terra, e a sua obra, os seus projectos e os seus sucessos falam por si.
Hoje é apenas dia de fazer silêncio respeitoso e de pensar que cada página que escreveu é como um mar desbravado: a palavra corre, contorna, salta em comparações inesperadas como cascatas, detém-se na adjectivação imprevista, ora doce, ora agressiva, incisiva e inquietante e espraia-se no à-vontade de quem da mesma farinha consegue fazer o pão mais saboroso e cobiçado ou o bolo mais amargo e difícil de digerir.
Agora, na outra dimensão da vida, ele verá certamente como “A Catedral estava linda”; encontrar-se-á com o “Sábio da Miragaia” ou desvendará segredos da “Marta, A Verdadeira”, ouvindo ainda “Murmúrios com Vinho de Missa”.
Neste abraço para o tempo sem limites, que este meu Amigo descanse em paz. E para sua família, sentidos pêsames.
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Nota do editor
Vd. post de 8 de julho de 2025 > Guiné 61/74 - P26995: In memoriam (555): José Henrique Álamo Oliveira (1945-2025), poeta açoriamo e nosso camarada da Guiné (Mário Beja Santos)
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