Pesquisar neste blogue

Mostrar mensagens com a etiqueta arquitectura colonial. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta arquitectura colonial. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Guiné 61/74 - P27198: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XXVII: a igreja de Santa Ana, em Mansoa

Foto nº 1 > Guiné  > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71)  >  A avenida da igreja... À esquerda,  a igreja de Santa Ana (há quem lhe chame apenas capela, mas há diferenças do ponto de vista arquitetónico e litúrgico engre capela e igreja); e o edifício dos CTT à direita.


Foto nº 1A >Guiné  > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71)  >  A avenida principal: à esquerda, ficava a igreja, e à direita, visível na foto, a, o edifício dos CTT (que era "chapa um", igual em todo lado)... A avenida  tinha postos de iluminação pública (pelo menos desde o início dos anos 60, a avalora por fotos mais antigas ... Ao fundo, há edifícios, presumivelmente de comerciantes. Mansoa era sede de cirunscrição.



Foto nº 1B > Guiné  > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71)  > Em primeiro plano, um militar, um 1º cabo (?), muito provavelmente da CCS/
BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71).



Foto nº 2 > Guiné > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Interior da igreja de Santa Ana, de uma só nave, O edifício deve ser dos anos 50, desenhado pelo Gabinete de Urbanização Ultramarina (1951-1957), designado anteriormente por Gabinete de Urbanização Colonial (1944-1974), e a que sucedeu, a partir de 1857, a Direcção de Serviços de Urbanismo e Habitação do Ministério do Ultramar, tudo sempre centralizado em Lisboa.



Foto nº 3 > Guiné > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71)  > Igreja da paróquia de Santa Ana: pormenor do altar-mor, e da imagem da Santa Ana e da Virgem Maria. O pároco na época era o padre José Patrocínio. 


Foto nº 4 > Guiné  > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Ábside e torre sineira da capela... Não sabemos como era a orientação geográfica do edifício, mas em princípio a ábside (onde fica o altar-mor) nas  igrejas católicas é virada para leste, enquanto a fachada (ou entrada principal) é para ponte.  Esta orientação  do altar-mor para o leste, era tradicionalmente uma prática da arquitetura religiosa cristão chamada   ad orientem, simbolizando a espera pelo retorno de Cristo pela “luz” do nascer do sol.



Foto nº 4A > Guiné  > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Se esta foto foi tirada, como parece pela vegetação, no tempo das chuvas (maio / outubro), o galo (/catavento) na torre sineira indicaria que o ventio estava a soprar predominantemente no sentido Sudoeste / Nordeste, vindo do Oceano Atlântics (esstes ventos, conhecidos como monções, são quentes e carregados de humidade, sendo os responsáveis pela elevada pluviosidade que caracteriza esta época do ano naquela parte de África). Sendo assim, a ijreja foi construída "ad orientem".



Foto nº 4B > Guiné  > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > 
BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Igreja católica de Santa Ana (pormenor): parte da ábside e da torre sineira; ao fundo, do lado esquerdo, o edifício dos CTT; em primeiro plano, o capelão, sentado no muro exterior.



Foto nº 5 > Guiné  > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > 
BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) >  Igreja de Santa Ana: vista do muro exterior, da ábise, da torre sinera e parte do corpo principal de uma só nave; pela luz, parece a que disposição do edifício é "ad orientem", isto é, com a ábside orientada para leste.  Em 1971/72, a torre sineira terá sido  danificada por um ataque do  PAIGC (facto a confirmar ou documentar).



Foto nº 6 > Guiné  > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > 
BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Igreja de Santa Ana: fachada (entrada principal); grupo de cinco jovens sentados no muro circundante, exterior.



Foto nº 6A> Guiné  > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > 
BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) >  Igreja de Santa Ana: grupo de jovens,
 sentados no muro circundante, exterior; pareecem ser "assimilados" (pelo vestuário), e provavelmente  ligadis à paróquia.
  


Foto nº 7> Guiné  > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > 
BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Outra vista da entrada principal (fachada), que dava para a "avenida da igreja"... Em frente, do lado direito, ficava o edifício dos CTT.



Foto nº 7A > Guiné  > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > 
BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Igreja de Santa Ana, poormenor da fachada (1)



Foto nº 7B> Guiné  > Zona Oeste > Região do Oio > Mansoa > 
BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Igreja de Santa Ana, poormenor da fachada (2)

Fotos do álbum do Padre José Torres Neves, antigo capelão militar.

Fotos (e legendas): © José Torres Neves (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

 


 1. Mais um conjunto de fotos (17) enviadas no passado dia passado dia 2 de agosto pelo nosso  camarada e amigo Ernestino Caniço;

(i) ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2208, Mansabá e Mansoa; Rep ACAP - Repartição de Assuntos Civis e Ação Psicológica, Bissau, fev 1970/fev 1971, hoje médico, a residir em Tomar; o Ernestino Caniço fez amizade com o Zé Neves, e este confiou-lhe o seu álbum fotográfico da Guiné, que temos vindo a publicar desde março de 2022; são cerca de duas centenas de imagens, provenientes dos seus diapositivos, digitalizados; uma coleção única, preciosa;

(ii) o Ernestino Caniço tem sido o zeloso e diligente guardião do álbum fotográfico da

O capelão José Torres Neves,
missionário da Consolata

 Guiné, deste padre missionário da Consolata, José Torres Neves, natural de Meimoa,  Penamacor,  merecendo os dois os nossos melhores elogios e saudações.

(iii) o Padre Neves, nosso grão-tabanqueiro, reformou-se recentemente de uma vida inteira, generosa,  abnegada, dedicada às missões católicas, nomeadamente em África; tm já cerca de 4 dezenas de referências no nosso blogue


2. Neste poste, selecionámos apenas fotos da igrejade Santa Ana. 

Mansoa, localizada na região de Oio, foi um centro de resistência balanta contra a colonização portuguesa até o início do século XX, quando os portugueses estabeleceram um posto militar permanente em 1913 após várias "campanhas de pacificação", onde se destacou o "capitão-diabo" (Teixeira Pinto). (1913-1915). A povoação balanta pertencia ao regulado de Braia.

A missão católica em Mansoa foi fundada oficialmente apenas em 1953, quando monsenhor José Ribeiro criou a missão de Santa Ana de Mansoa e a confiou ao padre franciscano Júlio do Patrocínio. Isso mostra que a presença missionária católica institucional em Mansoa é relativamente recente e só se tornou possível depois do controle colonial efetivo. Até então a presença da igreja católica estava circunscrita ao Cacheu e a Bissau.

_______________

Nota do editor LG:

Último poste da série > 15 de julho de 2025 > Guiné 61/74 - P27017: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XXVI: a presença da Igreja Católica em Mansoa

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Guiné 61/74 - P26459: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (53): O antigo Café Bento já não é do meu tempo, e foi vítima do "bota-abaixo"...Foi remodelado e até 2023 estave lá instalada a delegação da RTP África







Guiné - Bissau > Bissau > 2 de fevereiro de 2025 > Aqui foi o local do antigo Café Bento / 5ª Rep > Confluência da Av Amílcar Cabral com a Rua António Nbana 


Fotos (e legenda): © Patrício Ribeiro (2025. Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Patrício Ribeiro, nosso amigo e camarada (foi fuzileiro em Angola, 1969/72), histórico membro da Tabanca Grande, nosso "embaixador em Bissau",  cicerone, autor da série "Bom dia desde Bissau"; fundador da empresa Impar Lda; vive na Guiné-Bissau há 4 dezenas de anos; tem mais de 180 referências no blogue.


1. Mensagem do Patrício Ribeiro (*), com data de domingo, 2,   por volta das 23h30:


Café Bento, não conheci a funcionar.
Assisti às obras para ser o restaurante Nmetchi
t (?)... Pelo Fernando Barata de aquando da construção do Hotel em Cacheu.

Depois foi entregue a um antigo presidente, foi alugado á RTP África,  até há pouco mais de um ano. 
De onde retirei parte dos equipamentos, para o novo edifício da Delegação da RTP no Chão de Papel.

Matennhas. Patrício

2. Comentário do editor LG:

Centenas, milhares de camaradas nossos passaram pelo Café Bento , ao longo da guerra (!)...Não há uma única foto do raio da esplanada da famosa 5ª Rep, com a malta na esplanda em primeiro plano!... Toda a gente se gaba de lá ter passado e transpirado (e alguns, "conspirado"), mas ninguém ficou com um "recuerdo", a não ser alguma foto de grupo, tirada na esplanada ou  no interior... Aliás, o mesmo se passou com outros lugares do roteiro da "noite" de Bissau: cervejaria Solmar, resturante Pelicano, pastelaria Império, restaurante Solar dos 10, boite Chez Toi... 

Perdão: o Carlos Silva tem duas ou três fotos da zona na sua página do Facebook, que, com a devida vénia, iremos republicar... (O Café Bento ficava em frente à Casa Gouveia...Para a malta do nosso tempo, a Av da República, larga e comprida, ia do palácio do Governador até à 5ª Rep, a "civilização" acabava ali.)

Temos dezena e meia de referências ao Café Bento. Obrigado, Patrício, és o melhor cicerone de Bissau e da Guiné-Bissau toda. Aproveito para (re)publicar uma foto da Av Amílcar Cabral, renascida como a Fénix. Surpreendente, devo-te dizer. (A seta a amarelo sinaliza o antigo edifício do Café Bento.




Guiné-Bissau > Bissau > Av Amílcar Cabral (até 1975, Av da República) > Até dá gosto lá voltar e andar a pé, desde a Praça dos Heróis da Independência até à avenida marginal (3 de Agosto), e o cais do Pijiguiti (ou Pidjiguiti, ou Pindjiguiti, ou Pindinguiti...)   A foto, usada aqui com a devida vénia,  é da Forbes - África Lusófona > Kadidja Pinto Monteiro > 24 Janeiro, 2024 17:38 >  Inaugurada Av. Amílcar Lopes Cabral na Guiné-Bissau   (Observ.: A Forbes Portugal é uma publicação da Emerald Europe, Lda, publicada sob o acordo de licenciamento com a Forbes Media LLC. “Forbes” é uma marca usada sob a licença da Forbes LLC.)
 
____________

Nota do editor:

Último poste da série > 3 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26454: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (52): A antiga Cervejaria Solmar, na Av Domingos Ramos, perto do mercado novo e da Segurança Social

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26364: S(C)em comentários (55): O fantasma do "capitão-diabo" (João Teixeira Pinto) e o "djubi" que, na fortaleza do Cacheu, de costas voltadas, não está a pensar no futuro-mais-que-perfeito, mas no presente mais comesinho e mais premente: o que é que eu vou comer hoje ao almoço… (Luís Graça)

 



Guiné > Região de Cacheu > Cacheu > Estátua desmantelada do cap inf João Teixeira Pinto (o "capitão-diabo"), agora na fortaleza do Cacheu. Fotograma do vídeo do Carlos Silva, "Guiné-Bisssau, Estatuária" (2020) (7' 01") 


 
1. O nosso camarada Carlos Silva, que conhece bem o território, de antes e depois da independência, pôs, em 2020, à nossa disposição um vídeo sobre a estatuária colonial portuguesa na Guiné e as suas "andanças" desde 1974 (vd. a sua página, Jumbembem, no You Tube).

A estátua do Teixeira Pinto fora erguido em Bissau,  no Alto do Crim, parque municipal (atual Largo da Assembleia Municipal). É da autoria de Euclides Vaz (Ílhavo, 1916 - Lisboa, 1991) e deve ter sido executada emf inais dos anos 50/princípios dos anos 60.

A estátua, em bronze, desmantelada, encontra-se há muitos anos, ao ar livre, no forte do Cacheu, que funciona, infeliz e vergonhosamente, como uma espécie de caixote do lixo da presença histórica dos portugueses na Guiné.

É pena, porque, quer queiramos ou não, temos uma história comum, e só podemos ganhar, uns e outros, os portugueses e os guineenses, se soubermos construir pontes ligando o passado, o presente e o futuro, Está na altura de fazermos as pazes com o passado... E o passado deve ser explicado aos nossos filhos e netos. Essa pedagogia histórica está por fazer.

2. Ao jovem guineense que, na imagem acima, aparece de costas para a estátua, desmantelada, do "Capitão-Diabo", eu diria o seguinte:

"Que adianta, 'djubi', virares as costas ao passado, ou seja,  à História ?...Não terás futuro se não souberes aprender as lições do passado e do presente... Percebo a tua postura: não tens direito ao sonho,  estás a pensar,  não no futuro-mais-que-perfeito,  mas no presente mais comesinho e mais premente: o que é que eu vou comer hoje ao almoço… 

Que Deus, Alá e os bons irãs te protejam!"...  Luís Graça
______________

Nota doo editor:

Último poste da série > 7 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26358: S(C)em Comentários (54): "Fui saneada em 17 de abril de 1975 do Hospital da Força Aérea que ia abrir em janeiro de 1976" (Maria Ivone Reis, ex-maj enfermeira paraquedista, 1929-2022)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26229: Foto à procura de... uma legenda (190): O Portugal do Minho a Timor... O passatempo teve pouca participação, afinal não dava... "patacão".



Foto nº 1 > Moçambique > Lourenço Marques > 1951 > Vista aérea


Foto nº 1A > Moçambique > Lourenço Marques > 1951 > Vista aérea


Foto nº 1B > Moçambique > Lourenço Marques > 1951 > Vista aérea


Foto nº 1C > Moçambique > Lourenço Marques > 1951 > Vista aérea

Foto nº 2 > Macau e o seu porto interior

Foto nº 3 >  Timor, uma embarcação típica, o "beiro"


Foto nº 4 >  Arquipélago de Cabo Verde > Ilha do Sal > As salinas de Santa Maria


Foto nº 5 > Índia Portuguesa > Goa > O novo hospital psiquiátrico

Foto nº 6 >  Guiné > A capital, Bissau, vista de avião

Foto nº 7 > Ilha de São Tomé > Um troço da costa...


Fonte: "Diário Popular", 20 de outubro de 1951, suplemento dedicado ao Ultramar Português (Cortesia de Hemeroteca Digital de Lisboa / Câmara Municipal de Lisboa, é uma raridade bibliográfica, disponível aqui em formato digital. )


(Fotos reeditadas: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, 2024, com a devida vénia)


1. Estas fotos eram do princípio dos anos 50.  Ainda nós éramos umas crianças... Diziam respeito às ex-colónias portuguesas, promovidas no ano de 1951 à categoria de "províncias ultramarinas" (com a revogação do famigerado Acto Colonial e a revisáo constitucional desse ano).. 

Estão aqui representadas todas as parcelas do "Portugal Ultramarino", menos Angola (e, claro, as "ilhas adjacentes" da ;Madeira e dos Açores)...Como aprendemos na escolinha...

A nº 1 não tinha nada que enganar: era Lourenço Marques (hoje Maputo), com algumas das suas artérias e edifícios emblemáticos:


 As outras fotos (de 2 a 7) reconhecemos serem mais difíceis de identificar: 

  • um trecho de costa (nº 7)... (Ilha de Sáo Tomé);
  • a vista aérea de uma capital (nº 6)... (Bissau)
  • um hospital psiquiátrico recém-inaugurado (nº 5)... (Goa);
  • umas salinas (nº 4)... (Ilha do Sal, Cabo Verde);
  • uma embarcação típica (nº 3)... (Timor);
  • mais uma vista aérea de uma capital com a sua conhecida baía (nº 2 )... (Macau, hoje China).
 
2. É pressuposto termos,  entre os nossos leitores, gente que conheceu bem o nosso antigo "império colonial", o Portugal que ia do Minho a Timor, e que agora encolheu, vai do Minho... até à ilha do Corvo.
 
Obrigado a todos os que se esforçaram por dar uma ajuda. Mesmo recorrendo ao Google Lens, 

Um leitor de Cabo Verde (RF), comentou:

(..:) A fotografia nº 4 é das Salinas de Santa Maria na ilha do Sal, Cabo Verde. Conheço bem dado que é a minha terra. É uma fotografia antiga, provavelmente dos anos 50/60 do século passado. A empresa que explorava a salina fechou portas,  creio que em 1981/82. A maior exportação de sal que fazia era para o ex-Congo belga e alguma quantidade para a então Metrópole. Foi baixando o rendimento e acabou por fechar portas nessa altura. Ainda se explora hoje em dia sal ali mas em pouca quantidade.   2024 Nov 30 00:10 | (...)

O nosso amigo Henk Eggens identificou a nº 2:
 
(...)  
Usei Google Lens para tentar identificar as fotografias que apresentaste no blogue. Viva a tecnologia moderna!

Só consegui identificar Foto nº 2 > Macau! Tem foto com colinas de fundo bem parecidas neste site: https://cronicasmacaenses.com/2013/10/30/macau-uma-cidade-famosa-no-oriente-escreve-maria-archer-em-1960/  

| 2024 Nov 30 09:10 |

 Em relação à foto nº 5 eu próprio acrescentei:

(...) Goa, Damão e Diu, lembram-se ?... A "joia da coroa" do império colonial português, por quem Salazar pediu que a desgraçada guarnição militar que lá estava, em 17 de dezembro de 1961, lutasse até à morte, até à última gota de sangue, contra as tropas do "Pandita" Nehru... (Tive primos e vizinhos que lá ficaram, no cativeiro, e quando regressaram, chegaram a casa, humilhados, ofendidos, acabrunhados, miseravelmente maltratados pelo regime de então... Era primeiro ministro Salazar, e presidente da República Américo Tomás...)

Mais ninguém quis arriscar...  Além disso, o passatempo não dava... "patacão"!

_____________

Nota do editor:

sábado, 28 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24803: As nossas geografias emocionais (11): Ainda a nascente de água e o fontenário de Bambadinca, inaugurados em 1948 pelo governmador Sarmento Rodrigues

Foto nº 1 


Foto nº 2

Foto nº 3

Guiné-Bissau _ Região de Bafatá > Bambadinca >2023 > A nascente e depósito de águia (em "Agua Verde", presumimoS) (Fotos nºs 1 e 2) e o fontenário que desde 1948 abastece a antiga tabanca de Bambadinca (Foto nº 3). Fotogramas capturados do vídeo de Paulo Cacela (2023), "Dentro da Maior Tabanca da Guiné-Bissua" (*)

 Fotos © Paulo Cacela (2023). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Foto nº 4>   Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70)  e Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) > A zona ribeirinha de Bambadinca, na margem esquerda do Rio Geba (Estreito), alagada no tempo das chuvas... Foto provavelmente de meados de 1968 ou 1969...  

Nesta foto, mostrando uma coluna a chegar a Bambadinca, vinda de Bafatá,  são visíveis o fontenário (assinalado a vermelho) e o depósito de água do quartel e posto adminmistrativo (assinalado a azul).  Julgamos que o quartel era abastecido pela mesma nascente ou depósito de água existente no sítio da Água Verde.

Foto © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Carta de Bambadinca (1955) / Escala 1/50 mil > Posição relativa de Bambadinca, Nhabijões, Rio Geba, Finete e Fá, e estradas para Xime  (sudoeste) e Xitole e Saltinhp (sul). E ainda, nas imediações de Bambadinca, Água Verde e Bambadincazinho (cotas entre 45 e 42). O pequeno planalto ou morro onde se situava o quartel do nosso tempo devia estar a uma cota de 27.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaaradas da Guiné (2023)


Guiné > Região de Zona  Leste >  Região de  Gabu > Ñova Lamego > Fonte de Nova Lamego... Aspeto parcial com ornamentação de azulejo português, pintado à mão, com a seguinte inscrição: «Fonte da Várzea CABO (sic) 1945». Obra do tempo do governador Sarmento Rodrigues (1945-1949), como diversas outras.
 
Foto (parcial) de postal ilustrada: "Nova Lamego, Guiné Portuguesa".  Colecção "Guiné Portuguesa, nº 153". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal, Imprimarte, SARL). 

A partir de exemplar da colecção do nosso camarada Agostinho Gaspar (ex-1.º cabo mec auto rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), natural do concelho de Leiria.

Digitalização e edição de imagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).


1.  O  recente vídeo, já aqui mostrado,  do "youtuber" Paulo Cacela, sobre Bambadinca ("Dentro da maior tabanca da Guiné-Bissau") revelou-nos a existència do "depósito de água", nascente ou  "mãe de água" que abastecia a  Bambadinca do nosso tempo. E que continua a funcionar, desde a sua inauguração, em 1948, com a presença do governador Sarmento Rodrigues (Freixo de Espada à Cinta, 1899-Lisboa, 1979)  (de acordo com fotos do seu arquivo particular, disponíveis no Arquivo Histórico de Marinha)

Na altura não conseguimos apurar a localização exata. E nunca visitámos esta nascente ou depósito de água, nas imediaçóes de Bambadinca,  no tempo em que lá estivemos (1969/71).

A paisagem (onde se localiza esta captação de água, do tempo colonial) é luxuriante,a  avaliar pelo vídeo. O "poço " ou "mina" ou "depósito" está muma cota mais elevada, numa zona de rocha. A água sabia a ferro (no nosso tempo). O Paulo Cacela também não a achou particularmente saborosa. A existència e a captação  de água potável na Guiné  sempre foram um velho problema.

Explorando a carta de Bambadinca (vd. infografia acima), e verificando as diversas cotas, achamos que o sítio deve chamar-se "Água Verde", perto de Bambadinzinho (um reordenamento no nosso tempo)  e estar a uma cota de 35/42.   

O fontanário, por sua vez, estará à cota 5, na baixa de Bambadinca, a escassos 100 metros da margem esquerda do rio Geba Estreito, do destacamento de Intendència e do antigo porto fluvial (um troço de rio que deixou há muito de ser navegável devido ao assoreamento; no nosso tempo, os barcos civis ou "barcos turras" iam inclusive até Bafatá; e até 1968/69, as LGD da nossa Marinha chegavam a Bambadinca).

Não sabemos também a exata distància entre a nascente e o fontenário. Mas pelos nossos cálculos deve ser, no máximo, de 2 km. Tudo indica que a água corre, por gravidade, em tubos (ou manilhas), da cota 35/42 até ao destino final (na cota 5)... 

Mas abastecia também, quanto julgamos, o posto administrativo de Bambadinca e demais instalações civis (incluindo a escola primária e a casa da professora, cabo-verdiana), sitas num morro, que estaria à cota 20 e tal. (No nosso tempo havia um depósito de água no quartel, perto do arame farpado, donde se avistava a tabanca de Bambadinca e o rio Geba (Foto nº 4, tirada de norte para sul, ou seja, da zona fluvial para o quartel, cujo acesso era feito por uma rampa relativamente íngreme). 

A possível referência ao BART 3873, gravada no cimento, aparece ao minuto 53, já quase para o fim do vídeo (*). (Foto nº 2). Á direita do número (3873) percebem-se as letras "...IRES". Com um pouco de boa vontade, pode ser um apelido de um militar "PIRES" que terá feito um trabalho de reparação no depósito, ao tempo em que aquela unidade, ou a respetiva CCS  (Companhia de Comandos e Serviços) esteve em Bambadinca e no Sector L1 (Xime, Mansambo e Xitole) (1972/74). Esta nascente ou depósito de água também foi inaugurada em 1948 pelo governador Sarmento Rodrigues.

 O fontenário de Bambadinca, de 1948  já pouca gente se lembrava dele (**)... Mas temos fotos que documentam a sua existência, ao longo do tempo, de camaradas nossos como o Libério Lopes (1964), o José Carlos Lopes (c. 1968/70), o  Jaime Machado (c. 1968/69), o Humberto Reis (c. 1969/71 e depois 1996).... 

Está agora pintado de branco e azul (não devia sera  cor originalI) (foto nº 3), conforme fotograma do vídeo do Paulo Cacela: continua a funcionar e  dar água aos bambadinquenses, desde há 75 anos!  


Guiné > Reegião de Bafatá > Bafatá > 1959 >  "A fonte pública de Bafatá, 1918" [ Esta belíssima fonte, na "Mãe de Água", na zona conhecida como "Nova Sintra",  de Bafatá, também aparece no filme de Silas Tiny, "Bafatá Filme Clube" (***), mas já muto degradada, bem, como aliás todo o seu meio envolvente... 

O nosso especialista, o arquiteto Fernando Gouveia, que esteve em Bafatá como alferes miliciano nos anos de 1968/70, descreve esta zona nestes termos, num dos seus postes do roteiro de Bafatá: "A Mãe d'Água ou a 'Sintra de Bafatá', local aprazível e romântico onde se realizavam almoços dançantes para os quais se convidavam os senhores alferes, alguns furriéis e as moças casadoiras".

Foto disponibilizada pelo nosso camarada Leopoldo Correia (ex-fur mil da CART 564, Nhacra, Quinhamel, Binar, Teixeira Pinto, Encheia e Mansoa, 1963/65); e e outras fotos otos de Bafatá, de 1959, foram tiradas por um familiar do nosso camaraada.  "ligado ao comércio local (Casa Marques Silva), casado com uma senhora libanesa, filha do senhor Faraha Heneni",


2. Durante a governação de Sarmento Rodrigues (1945-1949) construiram-se pelo menos três dezenas de fontes, fontanários, nascentes  e depósitos de água, de acordo com registos (fotográficos) constantes do Arquivo Particular do Almirante Manuel Maria Sarmento Rodrigues, que integra o Arquivo Histórico de Marinha (as fotos ainda não foram digitalizadas, o que é uma pena) ... O desenho destas fontes ou fontanários deve ter sido da responsabilidade do GAC - Gabinete de Arquitetura Colonial, em Liusbvo

01 Fonte de Maussim, Jabicunda
02 Fonte de Dandum, Bafatá.
03 Uma Fonte em Fulacunda
04 Fonte de Lenquetó, Gabu.
05 Uma Fonte em Fulacunda
06 Fonte de Várzea do Cabo, Nova Lamego.
07 Fonte de Várzea do Cabo, Nova Lamego.
08 Fonte de Madina, Gabu.
09 Fonte de Quinlandi. 1945-05/1945-05
010 Fonte da Horta de Sónaco, Gabu.
011 Fonte do caminho de Biambe ,Mansôa.
010 Fonte da Horta de Sónaco, Gabu.
011 Fonte do caminho de Biambe ,Mansôa.
012 Fonte Frondosa de Empada, Fulacunda
013 Nascente nº 1, Bafatá. 1946-04/1946-04
014 Depósito nº 1, em Bafatá. 1946-04/1946-04
015 Fonte de Sónaco (circunscrição de Gabu). 1946-05/1946-05
016 Fonte de Madina. 1946-05/1946-05
017 Fonte de Madina no Boé. 1946-05/1946-05
018 Obras de Captação da Nascente nº 2, Bafatá. 1946-05/1946-05
019 Fonte de Nhacra, em Construção. 1946-06/1946-06
020 Poço de Enchudé, Acabado de Reparar. 1946-06/1946-06
021 Fonte de Safim, em Construção. 1946-06/1946-06
022 Fonte de Biambi. 1946-08/1946-08
023 Fonte de Contubel. 1946-09/1946-09
024 Fontanário de Fulacunda. 1947/1947
025 Fonte das Mocinhas. 1948/1948
026 Fonte de Timbó. 1948/1948
027 Fonte de Lenquerim. 1948/1948
028 Fontanário de Bambadinca. 1948/1948
029 Fontanário de Bambadinca. 1948/1948
030 Fontanário de Bambadinca. 1948/1948
031 Fontanário de Bafatá. 1945-05/1945-05
032 Fontes de S. João. 1946-09/1946-09
033 Fontes e Miradouro de S. João. 1946-09/1946-09
034 Fonte de Binar. 1946-08/1946-08
035 Fonte de Tór. 1946-06/1946-06
036 Fonte de Tór. 1946-06/1946-06
037 Fonte de Gam Grande. 1946-08/1946-08
_____________

Notas do editor:


(**) Último poste da série > 27 de outubro de  2023 > Guiné 61/74 - P24798: As nossas geografias emocionais (10): O fontenário de Bambadinca de 1948, de que quase ninguém... já se lembra(va)!

(***) Vd. poste de 5 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14120: Manuscrito(s) (Luís Graça) (43): Notas à margem do documentário de Silas Tiny, "Bafatá Filme Clube", com direção de fotografia da Marta Pessoa (Portugal e Guiné-Bissau, 2012, 78')

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Guiné 61/74 - P23883: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (32): Viagem a Bolama, 25-27 de novembro de 2022


Foto nº 1 > Guiné-Bissau > Bissau > 25 de novembro de 2022 > 09:52 > Canoa nhominca
que faz a viagem até Bolama


Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Bissau > 25 de novembro de 2022 > 09:52 > 
Cais de Pindjiguiti


Foto nº 3 > Guiné-Bissau > Bolama > 26 de novembro de 2022 >07:17 > 
Nascer do sol


Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Bolama > 26 de novembro de 2022 >07:17 > Prodepa, ONG (Projecto de Desenvolvimento da Pesca Artesanal)


Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Bolama > 26 de novembro de 2022 >07:33> Casa de sobrado... Aqui viveu o comandante Alpoim Calvão, enquanto empresário.


Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Bolama > 26 de novembro de 2022 >09:33> 
Igreja católica


Foto nº 7 > Guiné-Bissau > Bolama > 26 de novembro de 2022 >09:36> 
Largo e coreto


Foto nº 8 > Guiné-Bissau > Bolama > 27 de novembro de 2022 >18:17> 
Porto


Foto nº 9 > Guiné-Bissau > Bolama > 27 de novembro de 2022 >18:22 > 
Cais

Fotos (e legenda): © Patrício Ribeiro (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Patrício Ribeiro (nosso correspondente em Bissau, colaborador permanente da Tabanca Grande para as questões do ambiente, economia e geografia da Guiné-Bissau, onde vive desde 1984, e onde é empresário, fundador e diretor técnico da Impar Lda; tem 130 referências no blogue: autor da série, entre outras, "Bom dia desde Bssau" (*):

Data - 1/12/2022, 12:30

Assunto - Bom dia desde Bissau: fotos de Bolama (**)

Luís,

Envio umas fotos tiradas em finais de dezembro nos meus passeios, desta vez passeio de uma semana em Bolama.

E como quando se visita Bolama, fica-nos a vontade tirar fotografias (ao museu de arquitetura Colonial Portuguesa).  Aqui vão mais umas fotos depois da época das chuvas.

Bolama é bonita. Estas fotos, foram tiradas desde o porto cais Pindijiguiti em Bissau, até ao cais de Bolama e ao transporte público marítimo existente, que são as canoas nhominca.

A viagem correu dentro do normal, os motores só avariaram uma vez meia hora, no meio do marão …

Como este ano, choveu até novembro, está tudo ainda muito verde e bonito, nesta época já devia estar frio (+- 18º de madrugada no litoral e interior pode chegar aos 12º=, não está a acontecer, as alterações climáticas não deixam, e os grilos não aparecem.

Junto fotos: porto de canoas em Bissau, porto de Bolama, nascer do sol em Bolama, igreja católica de Bolama, pelourinho no jardim, casa de sobrado (onde viveu os últimos anos o comandante Alpoim Calvão, ainda não caiu). Todas as fotos têm legenda.

Bolama, tem neste momento algumas centenas de alunos a estudar na Escola Superior de Educação de formação para professores. Como na sua maioria não são de Bolama, toda esta juventude dá muita vida à cidade.

Abraço,
Patricio Ribeiro 
____________

Notas do editor;

(*) Vd. poste de 12 de outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5099: História de vida (24): Patrício Ribeiro, 62 anos, "filho da escola", ex-grumete fuzileiro, empresário, a trabalhar e a viver na Guiné-Bissau desde 1984. apanhado do clima...

(...) (i) Nasci nas margens do Rio Vouga, centro do mundo, sou vizinho do D. Duarte Lemos, frequentei a Escola Industrial de Águeda;

(ii) fui Fuzileiro (Gr FZ) [, portanto "filho da escola"];

(iii) passei por Bissalanca em 1969, estava muito calor... omo não tinha roupa apropriada (tinha deixado o camuflado em Vale do Zebro, na escola de Fuzileiros), mandaram-me seguir para Luanda…

(iv) ao fim de uns anos, deixaram-me ir para casa, em Luanda, em 1972...

(v) por lá fiquei até ao último avião, da ponte aérea para Lisboa… enfim, outras guerras.

(v) a minha família viveu dezenas de anos no Huambo (antiga Nova Lisboa): pai, mãe e irmãos, etc.

(vi) minha mulher é natural do Huambo;

(vi) por questões profissionais, em 1984 fui para Bissau, gostei, fiquei…+agam-me para fazer coisas que gosto, em locais de difícil acesso, e porque é uma aventura permanente… já não sei viver sem ela! (...)