quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Guiné 61/74 - P23883: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (32): Viagem a Bolama, 25-27 de novembro de 2022


Foto nº 1 > Guiné-Bissau > Bissau > 25 de novembro de 2022 > 09:52 > Canoa nhominca
que faz a viagem até Bolama


Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Bissau > 25 de novembro de 2022 > 09:52 > 
Cais de Pindjiguiti


Foto nº 3 > Guiné-Bissau > Bolama > 26 de novembro de 2022 >07:17 > 
Nascer do sol


Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Bolama > 26 de novembro de 2022 >07:17 > Prodepa, ONG (Projecto de Desenvolvimento da Pesca Artesanal)


Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Bolama > 26 de novembro de 2022 >07:33> Casa de sobrado... Aqui viveu o comandante Alpoim Calvão, enquanto empresário.


Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Bolama > 26 de novembro de 2022 >09:33> 
Igreja católica


Foto nº 7 > Guiné-Bissau > Bolama > 26 de novembro de 2022 >09:36> 
Largo e coreto


Foto nº 8 > Guiné-Bissau > Bolama > 27 de novembro de 2022 >18:17> 
Porto


Foto nº 9 > Guiné-Bissau > Bolama > 27 de novembro de 2022 >18:22 > 
Cais

Fotos (e legenda): © Patrício Ribeiro (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Patrício Ribeiro (nosso correspondente em Bissau, colaborador permanente da Tabanca Grande para as questões do ambiente, economia e geografia da Guiné-Bissau, onde vive desde 1984, e onde é empresário, fundador e diretor técnico da Impar Lda; tem 130 referências no blogue: autor da série, entre outras, "Bom dia desde Bssau" (*):

Data - 1/12/2022, 12:30

Assunto - Bom dia desde Bissau: fotos de Bolama (**)

Luís,

Envio umas fotos tiradas em finais de dezembro nos meus passeios, desta vez passeio de uma semana em Bolama.

E como quando se visita Bolama, fica-nos a vontade tirar fotografias (ao museu de arquitetura Colonial Portuguesa).  Aqui vão mais umas fotos depois da época das chuvas.

Bolama é bonita. Estas fotos, foram tiradas desde o porto cais Pindijiguiti em Bissau, até ao cais de Bolama e ao transporte público marítimo existente, que são as canoas nhominca.

A viagem correu dentro do normal, os motores só avariaram uma vez meia hora, no meio do marão …

Como este ano, choveu até novembro, está tudo ainda muito verde e bonito, nesta época já devia estar frio (+- 18º de madrugada no litoral e interior pode chegar aos 12º=, não está a acontecer, as alterações climáticas não deixam, e os grilos não aparecem.

Junto fotos: porto de canoas em Bissau, porto de Bolama, nascer do sol em Bolama, igreja católica de Bolama, pelourinho no jardim, casa de sobrado (onde viveu os últimos anos o comandante Alpoim Calvão, ainda não caiu). Todas as fotos têm legenda.

Bolama, tem neste momento algumas centenas de alunos a estudar na Escola Superior de Educação de formação para professores. Como na sua maioria não são de Bolama, toda esta juventude dá muita vida à cidade.

Abraço,
Patricio Ribeiro 
____________

Notas do editor;

(*) Vd. poste de 12 de outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5099: História de vida (24): Patrício Ribeiro, 62 anos, "filho da escola", ex-grumete fuzileiro, empresário, a trabalhar e a viver na Guiné-Bissau desde 1984. apanhado do clima...

(...) (i) Nasci nas margens do Rio Vouga, centro do mundo, sou vizinho do D. Duarte Lemos, frequentei a Escola Industrial de Águeda;

(ii) fui Fuzileiro (Gr FZ) [, portanto "filho da escola"];

(iii) passei por Bissalanca em 1969, estava muito calor... omo não tinha roupa apropriada (tinha deixado o camuflado em Vale do Zebro, na escola de Fuzileiros), mandaram-me seguir para Luanda…

(iv) ao fim de uns anos, deixaram-me ir para casa, em Luanda, em 1972...

(v) por lá fiquei até ao último avião, da ponte aérea para Lisboa… enfim, outras guerras.

(v) a minha família viveu dezenas de anos no Huambo (antiga Nova Lisboa): pai, mãe e irmãos, etc.

(vi) minha mulher é natural do Huambo;

(vi) por questões profissionais, em 1984 fui para Bissau, gostei, fiquei…+agam-me para fazer coisas que gosto, em locais de difícil acesso, e porque é uma aventura permanente… já não sei viver sem ela! (...)

9 comentários:

Eduardo Estrela disse...

Olá Patrício bom dia!
É uma alegria muito grande voltar a Bolama através das fotografias com que nos brindas de vez em quando.
Aí permaneci, desde o início de Junho a 03 de Novembro de 1969.
Muito obrigado.
Desejos de muita saúde para ti e família e votos de Boas Festas.
Abraço fraterno
Eduardo Estrela

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado, Patrício, por a essa distância de 4 mil km, também te lembrares de nós, nas tuas andanºas... Belas fotos, só nos faltam os cheiros da "nossa" Guiné...

José Botelho Colaço disse...

Obrigado Patrício é caso para dizer Bolama quem te viu e quem te vê! mas aí parece ter sido falta de recursos? mas quando se vê hoje uma ucrãnea semi-destruida e continua a ser metralhada com misseis continuadamente o que dizer, prever do futuro do mundo. Será que quem governa enlouqueceu, endoideceu!?...

Valdemar Silva disse...

Talvez o Patrício Ribeiro saiba responder.
Essas casas, as chamadas casas coloniais, são de quem? Quem são os proprietários dessas casas abandonadas em ruínas?
Do que tenho visto, praticamente por toda a Guiné, as casas coloniais dos comerciantes europeus ou libaneses e de organismos públicos, que, entretanto, com o fim da guerra e a independência, vieram a ser abandonadas.
Por que não foram ocupadas por outras pessoas, em vez de caírem em ruinas?

Saúde da boa
Valdemar Queiroz

A. Murta disse...

Também eu agradeço ao Patrício Ribeiro estas lufadas de saudade e nostalgia que me aquecem a alma.
Apesar de ter tido uma breve passagem por Bolama, (o tempo de completar o IAO), a cidade e outras paragens da ilha por onde andei em operações, deixaram-me marcas indeléveis. Continuo, por vezes, a sonhar que ainda um dia lá voltarei.
O que tem de especial Bolama em ruínas (já no meu tempo tinha algumas), para me ter marcado para sempre? Tem de especial ser a imagem nostálgica de um passado anterior à minha idade. E não foi por ter existido o nefasto colonialismo que a pintura saiu borrada...

Grande abraço ao Patrício Ribeiro e, já agora para todos os camaradas, com votos de Feliz Natal e um Ano Novo (que se aguente!).

António Murta.

Antº Rosinha disse...

Temo que a pergunta de Valdemar a Patricio sobre o abandono de "velharias" do tuga fiquem ao abandono naquela antiga colónia portuguesa fiquem sem resposta.

Patrício tem mais que fazer que responder a perguntas que já estão respondidas há mais de 60 anos.

Eu declaro-me autorizado a responder ao Valdemar curioso: Há mais de sessenta anos, que os "herdeiros" da governação das diversas colónias, (excepto Caboverde e São Tomé) proclamavam alto e bom som que não precisavam de nada do que o colono fazia , porque eles iam fazer mais e melhor.

Isto diziam os futuros governantes, porque os velhos régulos queriam paz e descanso nas suas velhas e confortáveis palhotas.

Não precisavam de água canalizada, não precisavam de ar condicionado nem de aquecimento eléctrico, a palhota é absolutamente térmica ao contrário da "casa do branco".

Tudo o que é herança colonial é desprezível para o africano.

No caso guineense vemos que até o próprio Palácio do Governador Geral, obra tipicamente e "historicamente" colonial, já chegou a ser alvo de tentativa de destruição.

Valdemar, espero que com o correr dos anos nós todos saibamos o que de mal ou desnecessário o europeu fez em África.

O africano (povo) não ficou preocupado com o que o colonizador deixou, ficou mais a pensar no que o colonizador roubou.

Neste caso da Guiné, os guineenses ainda continuam com todas as riquezas intactas, nem precisam fazer contas ao que o colon levou.

Valdemar Silva disse...

Antº. Rosinha, quem sabe, sabe e estamos sempre a aprender.
Mas, "...não precisavam de água canalizada, não precisavam de ar condicionado nem de aquecimento eléctrico, a palhota é absolutamente térmica ao contrário da "casa do branco".", não será bem assim. Então o que é que o Patrício anda a fazer?
Eu nasci no Hospital da Misericórdia de Viana do Castelo, mas logo de seguida voltamos para casa da minha avó, na aldeia.
A casa da minha avó, em pedra e sem reboco, com acesso interno por uma escada de madeira para um piso superior, com soalho de madeira, com a sala e um quarto com tectos com resguardo das telhas, com uma larga janela que se vi o mar. Por baixo ficava a loja, a corte das cabras e a latrina.
Á entrada ficava a cozinha com chão em cimento, com um postigo alto e largo para entrar a claridade, telhas à vista e uma boa lareira com um forno. Não tinha água nem electricidade.
A casa da minha avó, na Estrada principal, tinha gravado 1796 e o chão, anteriormente, era em piso térreo.
As casas, por esse Portugal de província, no ano de 1945 não eram muito diferentes ou ainda piores.
Oh minha rica casinha, arejada no Verão e com o lume aceso quente no Inverno, não a trocava por nada, diziam as pessoas.
Depois, veio a emigração, a ida pras cidades com o abandono das casas e anos mais tarde começaram a aparecer novas construções com casas como deve ser e queriam lá saber das ricas casinhas arejadas no Verão e quentes da lareira no Inverno.

Antº. Rosinha, o mesmo acontecerá se a palhota for substituída por uma casa, e gente, diferente, com outras condições de habitabilidade. Muita gente já vive sem ser em palhotas.
A minha dúvida é saber se as casas têm dono, e por isso ser respeitado a não ocupação da propriedade.
E quanto ao resto, chegados lá há 500 anos, com fixação, propriamente, há menos de 200 e abandono há cerca de 50 anos, ou seja fomos "colons fixos" cerca de 150 anos.

Saúde da boa
Valdemar Queiroz

Antº Rosinha disse...

Valdemar, os chefões disseram em bom português que não queriam nada do colon, Luis Cabral chegou a exemplificar que os nossos amigos vão ajudar.

Só que esses chefões não lhe falta combustível para o seu gerador particular,na sua casa feita de novo com as comodidades que o velho colon não usufruia, porque eles eram bem claros, nós fazemos melhor que o tuga.

Tem mais, como as velhas casas não eram ocupadas, Nino Vieira chegou a promover e convidar o regresso dos donos e um ou outro chegaram a tentar a retoma, mas...chegaram, vieram e desistiram.

E numa terra onde um gerador público não funciona sem manutenção e sem combustível mais que dois dias consecutivos durante o ano, aquelas casas, bem que algumas podem estar habitadas num desenrasca, ou com conhecimento dos verdadeiros donos, ou com autorização do Estado tipo usocapião, não são nada convidativas, daí muitas ficarem com aspecto degradado, porque quem as habita não pintam nem fazem manutenção, nem renovam.

Mas sobre as palhotas ou as velhas casas das nossas aldeias, aquele clima tropical não permite que se façam comparações.

Só que as casas dos grandes chefes africanos, tanto apreciam uma boa casa à europeia, tanto em Bissau como em Cascais ou na Foz no Porto.

Até apreciam um fato e gravata num clima, onde o colon durante 500 anos usou a chamada camisa de macau, branca, fina, manga curta.

E sobre o Patrício, está lá ele e não é só ele, há muitos mais, então em Angola e Moçambique são multidões, isso era uma explicação para outro ambiente que não este, principalmente porque a maioria são ex-retornados.

Até eu estive na Guiné 13 anos, são motivos "emotivos" difíceis de explicar em duas linhas.

Cheguei a viver em velhas casas alugadas de antigos colonos, no Gabu e em Bissau, com gerador privado, ar condicionado, 24 sobre 24 horas.

Mas no meu tempo de colon, em Angola vivia vários anos na época de tempo seco, em acampamentos em tenda de campanha e sala de estar e jantar em bela palhota de colmo que dispensava ar condicionado.

E mais informo, nem o Patrício nem todos os outros pelos trópicos os veremos de fato e gravata.

Falo sem procuração de ninguém, mas sei que só quem tem competência é que se estabelece.

Valdemar, o africano está a tentar-se adaptar em África, é o que parece em certas reportagens vindas de vários países.

Em contra-partida adaptam-se com enorme facilidade na Europa.

Principalmente nas capitais, não vão muito para o interior de Portugal, mais algarve e Lisboa e subúrbios, menos norte e aldeias com as velhas casas de telhado vão que dava para fazer o fumeiro tradicional.

Mas essa prática já vem de muitos estudos deixados pelos velhos "estudantes do império", ao seu povo.

Cumprimentos

Valdemar Silva disse...

Antº. Rosinha
Sobre o que é que o Patrício anda a fazer, referia-me ao trabalho dele no tratamento de água e painéis de energia solar, que são melhoramentos nas tabancas.

Valdemar Queiroz