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sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Guiné 61/74 - P27076: Felizmente ainda há verão em 2025 (5): afinal, Vila do Conde é um dos pontos-chave do Caminho Português da Costa que leva a "pelingrina" italiana a Santiago... (Virgílio Teixeira)



Vila do Conde, Caminho Português da Costa, na rota de Santiago... 31 de julho de 2025 ...Uma selfie do quase-pelingrino Virgílio Teixeira...

Foto: Vt (2025). Direitos reservados


Texto e foto enviados pelo Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69; é  do Porto, com gosto; vive em Vila do Conde, a contra-gosto)


Data - 31 de julho de 2025 | 16:11

Assunto - P27074 - Férias Devido à Canícula


"Há, por fim, uma crise de inspiração e transpiração... Vamos ter que põr ar condicionado na Tabanca Grande, sob pena da Alta Autoridade para as Condições de Trabalho mandar fechar o estaminé" (*)


Claro, vai ter que haver um tempo de espera, como o Solnado dizia, vamos parar a guerra para a gente poder descansar...

O Ar condicionado fica em "stand by". Não gosto de ar frio, os dentes sofrem e já tenho poucos.

De qualquer modo,  isto não está nada saudável, mas cá pela minha porta por vezes vai aos 30º;  à noite, se não houver nortada, fica pelos 20º e chega. Com a nortada vai aos 17º.

Temos de ter alguns privilégios, eu não me importo com o calor, e ainda visto, quando saio, um colete fino com bolsos para por toda a tralha.

Na noite anterior quando acordo lá para as 10h00, olho está tudo fechado e estou sozinho!!!

Lá fui procurar pelos quartos virados a Norte e lá estava a minha Manuela a dormir no nosso segundo quarto, conforme os climas.

Esta noite passamos definitivamente a Norte e deixamos o Sul, de muito calor, para mim não!

Qualquer dia aparecem por aí os "Ocupas" e dizem que tenho quartos a mais e tomam conta de 3 vazios.

Viva o Verão e o resto é conversa.

Hoje de manhã, 12 e tal, quando vou comprar o pão, fui sondado por uma "peregrina" que estava hoje na Vila e amanhã vai para Viana etc.... Uma hora de conversa, já soube da história toda dela, italiana, 52 anos, sozinha, professora de Ginástica.

Cuidado,  que já não tenho pedalada para ginasticar muito. Tiramos fotos, depois mando uma, despedimo-nos com um longo abraço e muitos beijinhos.


Fim da história

Abraços,

Virgilio

2025-07-31

PS - A minha filha mais velha faz hoje 26 anos de casada, anda pelos Algarves....


2. Comentário do editor LG: Virgílio, obrigado pelo tua crónica, levezinha, fresquinha ( pela brisa do mar)  e sobretudo bem humorada. (A gente agora o que precisa é de amor & humor.)

Contra a canícula, marchar, marchar!... Gosto da tua atitude, positiva, respondendo ao desafio dos editores, vítimas da canícula e da penúria de colaborações, em chegando o verão.

 Por causa da "pelingrina" (como se dizia em medievos tempos), e para mais italiana, e para mais sozinha, e para mais ainda "ginasticada", fui descobrir que tu estás aí, em Vila do Conde (terra de que não gostas), num dos pontos-chave do Caminho Português de Santiago, o Caminho da Costa. Eureca!, juro que não sabia.

Fui consultar o "Sabe-Tudo", o meu assistente de IA, que me informou:. 

(i) Vila do Conde é de facto um dos pontos-chave no Caminho Português de Santiago, mais especificamente no chamado Caminho da Costa. 

Este itinerário é cada vez mais popular entre os "pelingrinos", tanto portugueses como estrangeiros, por combinar paisagens atlânticas deslumbrantes, riqueza histórica e hospitalidade local.

Aqui estão alguns pontos relevantes sobre Vila do Conde no contexto do Caminho:

(ii) Vila do Conde no Caminho da Costa:
  • localização estratégica: Vila do Conde situa-se entre Porto e Esposende, sendo um dos primeiros grandes núcleos urbanos após os "pelingrinos" deixarem a cidade do Porto,  rumo a Santiago de Compostela;
  • integração no Caminho da Costa: este caminho segue a linha do litoral atlântico e é uma alternativa ao Caminho Central; tem ganho popularidade devido ao clima mais ameno, vistas sobre o mar e menor densidade de "pelingrinos".
(iii) Património e espiritualidade
  • Mosteiro de Santa Clara: imponente edifício do século XIV, com grande valor arquitetónico e simbólico no Caminho; a sua silhueta domina a cidade e inspira muitos "pelingrinos" (como terá sido o caso da tia italiana...).
  • Aqueduto de Vila do Conde: um dos maiores de Portugal, com cerca de 4 km; cruza o percurso dos caminhantes e é um marco fotogénico.
  • Igreja Matriz de São João Baptista: de origem medieval, é outro ponto de paragem e reflexão para muitos "pelingrinos".
  • Albergues e apoio: a cidade dispõe de várias estruturas de apoio aos "pelingrinos",  incluindo albergues municipais e privados, bem como cafés e restaurantes acolhedores.
(iv) Um caminho de beleza atlântica

Caminhar por Vila do Conde é ter mar, rio (o Ave) e património urbano histórico, tudo num só troço.

As praias e os passadiços de madeira ao longo da costa tornam o percurso particularmente agradável e tranquilo. Muitos "pelingrinos" aproveitam para descansar aqui, pernoitar e apreciar a gastronomia local.

(v) Caminhos alternativos e confluência de rotas: em Vila do Conde, os "pelingrinos" podem optar por seguir:

 Fonte: Pesquisa: ChatGPT / LG | Revisão / fixação de texto, negritos,  links:  LG

3.  Comentário do editor LG: 

Virgílio, não publiquei a tua foto com a "pelingrina" italiana, não tanto por ela (que não nos deu autorização por escrito), como sobretudo por ti: prometi proteger a tua privacidade... e sobretudo a tua família...  Por isso na "selfie" apareces só tu, e estás muito bem, com bom ar, de chapéu de palha

Eles/elas, lá em casa, a começar pela tua Santa Manuela, sabem que és muito generoso e impulsivo...Já estava a ver que te esquecias do recado (ir à padaria buscar o pão para o almoço!) e te oferecias para mostrar à "pelingrina" (e ainda por cima italiana...)  o caminho até Santiago... 

Bolas, que me assustaste!... É uma operação para uma semana e tal, duas semanas, ainda são uns 270 km,  a penantes!... Já viste a falta que depois fazias ? Lá em casa e aqui no blogue ?!...

E eu não quero que a tua Santa Manuela  te interprete mal, te dê com o rolo da massa, e te ponha a dormir no quarto Sul...Felizmente que ela não vê o blogue ( e só foi uma vez, por engano, á Tabanca de Matosinhos)... 

PS - Parabéns, por outro lado,  à tua filha, bem casada.

Em italiano de praia:

Virgilio, vedo che, dopotutto, anche la tua (seconda) terra, Vila do Conde, ha il suo fascino: hai appena "scoperto" il Cammino di Santiago..., il santo devoto di altri nostri amici come Paulo Santiago e Abílio Machado... Ma fai attenzione alle pellegrine italiane, soprattutto se da sole e istruttrici di ginnastica... E stai attento soprattutto al mattarello ("rolo da massa") di Santa Manuela... Ciao, arrivederci, buon agosto e buon incontri...

P.S. D'altra parte, congratulazioni a tua figlia per il bel matrimonio.

___________________

Nota do editor LG:

(*) Último poste da série > 31 de julho de 2025 > Guiné 61/74 - P27074: Felizmente ainda há verão em 2025 (4): alzheimareados com a canícula...

sábado, 26 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P27055: A Bissau do Meu Tempo (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte V: Arredores: Safim, João Landim, Ensalmá e Nhacra

 


Foto nº 116A e 116


Foto nº 117A e 177



Foto nº 118 e 118A



Foto nº 114 e 114A


Foto nº 107A e 107




Foto nº  106, 106A e 106B


Foto nº 108A e 108

Foto nº 109A e 109


Foto nº 110A


Foto nº 111A


Foto nº 112


Foto nº 113A

Guiné > Ilha de Bissau   > Arredores: Safim, João Landim, Ensalmá e Nhacra

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2025). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1.  Continuação da publicação de fotos do álbum do Virgílio Teixeira  (ex-alf mil, SAM, CCS/BCaç 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) (*)


A Bissau do meu tempo > Arredores: Safim, João Landim, Ensalmá e Nhacra


Legendas das fotos:

F106 – Cruzamento de estradas em Safim: Logo ao sair de Safim, está um cruzamento: para o lado esquerdo, Landim  (8 km) e Bula;  Para o lado direito, Ensalmá (5 km), Nhacra (e depois, Mansoa e Mansabá). Mas também uma ligaçáo mais curta e direta entre Bissau e Nhacra. 11 março 1968

 F107 – Ponte de Ensalmá, sobre o rio Impernal, afluente do rio Mansoa.  Ficava entre Safim e Nhacra. A 5 km do cruzamento em Safim a caminho de Nhacra, segundo diz na placa. 11 março 1968.

F108 – Vista da povoação de Nhacra. Por aqui já se viam casas e ruas arranjadas, erauma zona aparentemente calma, nessa época, mais tarde não era assim. Não me lembro de encontrar um tasco qualquer para comer umas coisas, acho que não havia, Safim ficava perto, e passava lá a tropa.  11 março 1968

F109 - Vista da povoação de Nhacra.  11 março 1968

F110 - Vista da povoação de Nhacra. 11 março 1968

F111 – Uma tarde de lazer , sentado na berma da piscina do quartel de Nhacra.  11 março 1968

F112 – Vista geral da pequena piscina do quartel de Nhacra.  11 março 1968.

F113 – Salto mortal e barrigada na piscina.  11 março 1968.

F114 – Caminhada de Safim até  João Landim.  11 março 1968

F116 – Jangada em João Landim. Junto com outro militar que ainda não sei quem era, mas andava muito comigo...11 agosto 1968.

F117 – Partida da jangada de João Landim a caminho do outro lado do Rio Mansoa..11 agosto 1968.

F118 – Na jangada na cambança do rio. 11 agosto 1968.


(Revisão / fixação de texto: LG)


2. Comentário de António Rosinha (*):


O canal Impernal que liga o Rio Geba ao Rio Mansoa, foi tão navegável que em Ensalmá foi construída uma ponte levadiça, na altura dos anos 40, uma obra caríssima de certeza, e tecnicamente interessantíssima.

O canal assoreou e em 1993 só fazia de Bissau um ilha na maré cheia.

E era em Ensalmá, onde o leito do canal dava mais pé, e um simples aqueduto resolveu a circulação da água e a ponte desativou-se.

O assoreamento deu-se, provavelmente,  porque os diques, "ouriques" em crioulo, que serviam para regularizar a água para os arrozais, não foram mais mantidos, porque a mão de obra foi para a guerra.

Talvez o amigo Virgílio ainda tenha circulado em cima da ponte de bicicleta.

Ainda conheci a ponte por cima e por baixo, uma "pérola", dava para passar uma regata de veleiros.

Hoje, no google Earth vê-se a ruina da ponte e dos encontros.


Guiné 61/74 - P27054: A Bissau do Meu Tempo (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte IV: Arredores: Safim



Foto nº 101


Foto nº 102



Foto nº 103


Foto nº 104


Foto nº 105





Foto nº 106A e 106



Foto nº 115 e 115A

 

Foto nº 119






Foto nº 120, 120A e 120B



Foto nº  114A e 114

Guiné > Ilha de Bissau   >  Safim >  1968 > 

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2025). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de Virgílio Teixeira  (ex-alf mil, SAM, CCS/BCaç 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69):

Data - segunda, 30/06/2025, 23:47

Assunto - Safim, Nhacra, Landim, Ensalma

Meu caro amigo e camarada Luis,

Tenho seguido diariamente, várias vezes, o Blogue e todas as histórias, que não são infelizmente deste tipo que aqui trago. (...)

Este poste ando há cerca de 15 dias a tentar acabar, mas sempre algo me aparece e me faz parar, também o tema não é dos mais atractivos. É o que tenho, e ando a refazer o meu ábum e depois perco-me como uma criança que não sabe o caminho de casa.

As minhas dificuldades estão a agravar-se mas tenho sempre muitas outras coisas a fazer em prol da familia, porque todos , o quase, recorrem a mim para os mais variados assuntos sem interesse. Sou especialista em contestar multas de trânsito, e isso ocupa muito tempo, mas vale a pena.

Vamos ver em continuação como posso ir ajudando. (...)

Um grande abraço, e boa noite (...)

Em, 2025-06-30

Virgilio Teixeira

2.  A Bissau do Meu Tempo - Parte IV: Arredores: Safim 

2.1.  Introdução

O presente Poste sobre este tema, pode ferir a susceptibilidade de alguns combatentes, que não se revêm nestas fotos e descrição das mesmas.

É um tema que esteve sempre guardado, por respeito àqueles que não tiveram estas oportunidades, posso até dizer que pode ser um atentado a todos que tiveram uma guerra que não esta. Uns excessivamente mais dura, mas há muitos que também tiveram melhor vida.spero que sirva pelo menos para o conhecimento de tantos locais a rondar os 40 km de Bissau.

Já foi parcialmente postado parte deste espólio, mas como já não me lembro, vamos tentar relembrar com melhoramento das mensagens.

Como já disse, fui sempre um empreender nas viagens por aqueles lugares que na data não havia qualquer perigo, eu tinha muita vontade de um dia ir de motorizada até Mansabá.

Não sei porquê, era o nome que me soava a algo que não consigo entender. Acabei por nunca ter ido até aquela localidade , que só poderia ir desde Mansoa com escolta.

Ainda tive a ousadia de me pôr a caminho, mas fui travado por uma coluna que,  face à minha estupidez, mandaram regressar para trás, e assim foi e terminou a aventura.

Andei muitas vezes por esta zona, com especial destaque para Safim, Nhacra, João Landim, Ensalma, Rio Mansoa.

Aqui fica um resumo daquilo que andei a fazer, nas horas mortas, quando estava em Bissau e quando me deslocava para lá em serviço.

Os petiscos de Safim, a piscina de Nhacra, a jangada de João Landim, e Ensalma, as ostras de Quinhamel, e Biombo...

(22.2.  Mapas



Guiné > Bissau > Carta de Bissau (1949) (Escala 1/50 mil) >  Posição relativa de Bissau, na margem direita do estuário do Rio Geba (assinalada a vermelho) e seus arredores: Cumeré, Brá, Bissalanca, Safim, Ensalma, rio Mansoa, Nhacra (assinalados a amarelo). 

Em rigor Bissau não é uma ilha, como dizíamos no nosso tempo, diz a IA (Chatpgt)...Embora Bissau esteja quase rodeada de água por todos os lados, o que pode dar a sensação de ser uma ilha, não cumpre a definição geográfica de ilha, que exige ser completamente rodeada de água em permanência. Contrariamente à antiga capital, Bolama.

Senão vejamos: é limitada a norte e oeste pelo Rio Mansoa,a leste pelo rio ou canal do Impernal, e a sul, pelo estuário do rio Geba (navegável e ligado ao Atlântico). A oeste, porém, não há uma separação completa de água que isole a cidade do continente. Há ligações por terra que não implicam atravessar água, embora parte da área seja pantanosa ou de difícil acesso na época das chuvas.

Já outros assistentes de IA (Gemini e Perplexity) dizem que Bissau é uma ilha estuarina... Em que é que ficamos ? A Wikipedia diz que Bissau é uma ilha... 

Infografia: Blogue Luís Graça & Camarada da Guiné (2025)


Este mapa ajuda-me a perceber melhor por onde andei, com alguma "ligeireza",  nas minhas "acenturas de motorizada" quando estava em (ou vinha a) Bissau. Sem mapa!

Agora verifico que, saindo de Bissau, de Santa Luzia (Clube Militar) ou de Brá (Depósito de Adidos) (a 3 km) , e passando por Bissalanca (aeroporto e BA 12) (5 km), e chegando a Safim (18 km), temos depois duas vias alternativas:

(i) para a direita, íamos  por Nhacra (a 15 km de Safim), passando por Emsalma e atravessando o rio ou canal Impernal, afluente do rio Geba,

(ii) mas havia uma estrada, direta, de Bissau para Nhacra, sem passar por Brá, Bisslanca e Safim, que seguia  depois   para Mansoa e Mansabá, onde nunca fui, infelizmente; antes de Mansoa, à direita, cortava-se para leste (Jugudul, Porto Gole, Bambadinca,  Bafatá...), mas estava em 1967/69; mais e já para o o fim da guerra, estará em construção, o troço (alcatroado) Jugudul-Bambadinca, que deu muita porrada;

(iii) de Safim para o noroeste, região do Cacheu (Bula, Binar...),  só havia uma maneira de "cambar" o rio Mansoa:  era de jangada, em João Landim (cerca de  7 km de Safim).

Estive no outro lado do rio Mansoa, em João Landim por alguns momentos, o tempo de ir e vi na mesma jangada.


Guiné > Bula > Carta de Bula (1953) (Escala 1/50 mil) > Posição relativa de Bula, Binar, João Lamdim e Rio Mansoa.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camarada da Guiné (2025)

2.3. Legendas das fotos

F101 – A caminho de Safim, partindo de Bissau, ou dos Adidos em Brá. Captada em 11 março 1968

F102 – E lá continuamos com nova paisagem, ao lado esquerdo estende-se um novo bairro com novas tabancas, parecido com o Bairro da Ajuda à entrada de Bissau. 11 marco 1968,

F103 – Continuando o caminho vejo a primeira pessoa, uma mulher local do outro lado da estrada, ela deveria andar pelo lado oposto, mas ainda não tinha chegado as novas regrs de peões nas estradas. 11 março 1968

F104 – Já vai longe a cidade de Bissau e o Depósito de Adidos em Brá, o terreno está deserto, vendo bem, qualquer turra me apanhava à mão, mas nunca pensei nisso, pelo que não há aqui qualquer louro para as minhas aventuras, era pura ignorância, leviandade, inocência, apesar da idade, pois já tinha os 25 anos de vida. 11 março 1968

F105 – Chegada a Safim, com foto da Placa.11 março 1968

F106 – Cruzamento de estradas em Safim: logo ao sair de Safim, está um cruzamento; para o lado esquerdo, Landim e Bula; para o lado direito, Ensalma, Nhacra, Mansoa e Mansabá. 11 março 1968.

F114 – Caminhada de Safim para  João Landim 11 março 1968

F115 – Bar esplanada à entrada de Safim. Um local muito calmo. 11 agosto 1968

F116 – Jangada em João Landim, no Rio Mansoa (cambança para Bula):

F117 – Partida da jangada de João Landim a caminho do outro lado do Rio Mansoa. 11 agosto 1968

F118 – Na jangada na cambança do rio. 11 agosto 1968

F119 – Novamente na Esplanada de Safim, com outro companheiro a bater a chapaAo lado um Unimog com tropa que foi beber uns copos 11 Agosto – 1968

F120 – Na esplanada de Safim noutro ângulo, a tomar uma bebida, junto com o furriel Riquito do meu CA (Conselho de Administração do BCAÇ 1933)  e o outro que não sei quem é, mas parace-me ou irmão ou familiar do Riquito. Em novembro de 1968

2.4. Notas complementares

 Muitas fotos são do mês de  março de 1968, foi o mês em que o meu batalhão esteve em Bissau, vindo de Nova Lamego em fins de fevereiro a caminho de São Domingos no final do mês de março. Foi o tempo mais longo em Bissau. Depois, e antes, seria uma vez por mês para a prestação de contas na Chefia de Contabilidade.

Nota-se a descontração saloia em que fazia estas aventuras, já tinha ido antes mas sem fotos.

Em várias fotos percebe-se que vai outro camarada noutra motorizada, também minha, para tirar a chapa. Uma vez foi o furriel Riquito do meu CA e acho que tinha lá um irmão ou alguém parecido que aparece em muitas fotos com ele e eu.

Uma das vezes fui com o meu homologo do BCAÇ 1932 de Farim, quando nos encontrámos em Bissau. Ele não sabia conduzir a motorizada, e fomos os dois na mesma, com o nosso peso, eu nem tanto, mas ele era muito alto e no assento de trás chegava com os pés ao chão.

Numa vez que chegámos de noite já com uns copos, ao Clube de Oficiais, eu a conduzir, ele só desiquilibrava, tinha medo de tudo.

Caimos nas valas altas, a motorizada mandou-nos pelo ar, foi uma gargalhada enorme, ele só perguntava se tinha sido o IN, fomos para o Biafra, mudar de roupa e tomar banho, depois para a Messe jantar.

O trambolhão foi grande e aparatoso, mas , tirando umas escoriações, tive de mandar reparar a minha Peugeot mas tinha a Honda entretanto.

Estive várias vezes em Safin, a maioria delas ia sozinho, não tinha muita malta para me acompanhar, não sei a razão.

Era um sitio agradável, longe da confusão de Bissau, tinha um café-cervejaria-bar logo è entrada, com boa esplanada. Bom local para descansar, comer umas ostras ou camarão e e beber  umas 'bazucas' de cerveja bem fresca. Não existiam outros motivos de interesse para fazer fotos, julgo eu, era lugar de passagem para  Bula (através de João Lamdim, a noroeste).

Como ia muitas vezes sozinho, nem sequer levava a máquina fotográfica, além do peso faltava outro para chapear. Claro que hoje penso doutra maneira, em vez de sistematicamente fazer fotos a mim próprio (narcisismo?!) deveria fotografar tantos locais que hoje não me lembro muito bem.

Faltam as fotos de Quinhamel por onde passei e do Cumeré também, não havia nada de interesse, mas o destino prega-nos partidas, pois passados mais de 15 anos, depois do meu regresso, estive lá nas instalações industriais de descasque de arroz, que foram abandonadas. (...)

Em 30 de Junho de 2025

(Continua)

(Revisão / fixação de texto: LG)

_______________

Nota do editor LG:

Último poste dsa série > 19 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26936: A Bissau do Meu Tempo (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte IIIc: O "Clube Militar de Oficiais" de Bissau, QG/CTIG, Santa Luzia (Fotos de 18 a 24)

domingo, 13 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P27014: (Ex)citações (436): "Filhos de Tuga"... e o caso do meu mano, meu amigo, meu herói, militar de carreira, falecido em 2021 (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69; Vila do Conde)



Guiné > Região de Gabu > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > Fonte de Nova Lamego > O Virgílio Teixeira posando com uma bajuda e lavadeira do Gabu. 

Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem enviada pelo Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69; natural do Porto, vive em Vila do Conde; gestor e empresário reformado; tem 205 referências no nosso blogue para o qual entrou em 19/12/2017):


Data - quinta, 3/07/205, 17:46
Assunto - Os filhos de tuga, restos de tuga, filhos do vento...


Falamos do 1º episódio da reportagem sobre os "Filhos de Tuga" (ontem na RTP1).

Ontem, foi da Guiné, suponho que os dois próximos sejam de Angola e Moçambique.

Para mim, ficou muito aquém da expectativa, salve-se ao menos de não falar da guerra e dos comentários dos ex-turras, hoje, guerrilheiros , como no passado com outros comentários, designadamente do Furtado. Fiquei enojado com isso.

Isto já foi passado noutras noutros reportagens, os filhos do Vento, foi assim que passei a conhecer a Isabel Levy, viúva do Pepito, que na altura nada me diziam.

Alertei toda a gente conhecida para ver o programa, alguns fizeram, outros nem viram a mensagem, ou então pelo titulo apagaram logo, pois não era sobre coisas da nossa juventude, como concertos, festivais, festas de verão, e outras modernices dos 18 aos 58 anos.

Já conhecemos a temática, e pelo que já li e vi de comentários vários, chego à conclusão que estas iniciativas têm em vista, por um lado, conhecerem os seus pais, por outro lado, obterem a cidadania de Portugueses, e as regalias inerentes, que a meu ver, no quadro de então, eram todos portugueses.

Não gosto que uma pessoa seja filha de pai incógnito, quando muitas vezes já sabem quem é o pai verdadeiro, e agora há os testes ADN que não deixam margem para dúvidas.

A verdade é que ainda hoje, em pleno Século XXI, ainda nascem muitas crianças sem pai (registado) , filhos de pai incógnito! Pai há, só que não querem dar o seu nome, por muitas e variadas razões, e outros não têm a certeza disso, nem querem ser submetidos aos testes ADN.

Mas isto é filosofia, e as entidades responsáveis que cuidem destas situações, no mínimo, tristes e degradantes, para os filhos acabados de nascer e pela vida fora.

Por isso não é, de facto, de estranhar, pois num cenário de conflito de guerra, não há leis, a não ser a da própria consciência de cada um.

Nas nossas guerras de África, e nas outras de séculos passados, quantos são os que fazem o papel de filhos do vento?

Como aprendi na instrução primária, no planeta Terra haviam 4 raças - Brancos, Pretos, Amarelos e Mongóis.

Não havia brancos mais brancos que outros, não haviam pretos com cor mais clara, os Amarelos eram de toda a Ásia, e os Mongóis, eram uma raça superior com os seus impérios. Não sei mais nada.

Este amaranhado de povos ao longo de séculos, foram se misturando, dando origem, hoje, a uma multiplicidades de raças e cores inimagináveis.

A maioria dessas pessoas oriundas de guerras entre povos bárbaros e afins, não faltando as árabes e muçulmanos, hindus e chineses, somos uma amálgama de várias origens, eu próprio com pele mais escura, até chego a confundir a minha raça.

Portanto das relações havidas, sejam elas forçadas ou consentidas, entre raças que nem imaginamos, saíram filhos, todos com mãe, mas muitos sem o nome dos pais, nem se sabiam quem eram.

Não me repugna que hajam ainda tantas pessoas na nossa ex-África, e províncias ultramarinas, que não conhecem os pais. Não acredito muito na tese de violência sexual, da qual nasceram tantas crianças. Não é de uma relação apenas que nascem logo filhos, na maioria são de relações prolongadas, e com consentimento de ambas as partes. Não havia proteções e o tempo não dava para isso, a avidez carnal ultrapassa tudo isso. Claro que nós, como gente eventualmente mais adiantada, devíamos ter esse cuidado, mas quem vai pensar nisso...

Sem fazer juízos de valor, acho que há aqui um entendimento, seja por razões culturais, económicas ou outras, tal como acontece aqui, nas nossas cidades e aldeias, com as várias casas de prostituição, só que está tudo mais evoluído.


Sem pudor nenhum, falo de um caso na minha familia, nem sequer o vou esconder, o meu irmãos mais velho um ano e meio, já falecido (**), era pior que esse algarvio (o Camarinha!, não me lembro do nome): o meu irmão enrolou-se com uma rapariga, que eu conhecia, por sinal irmã de uma outra com quem partilhei algum tempo, nada mais, e vai daí sai um filho, isto é uma filha, que dizem ser muito parecida com ele, meu irmão.


Mas não era só o meu irmão que ia lá vasculhar, outros seus amigos faziam o mesmo nas mesmas ocasiões, eu estou de fora.

Então a menina vai fazer queixa ao meu pai, que era de uma inflexibilidade e responsabilidade impecável.

Não sei os pormenores, mas o caso foi passando e o meu irmão sempre disse que pode ser ele ou dos amigos, devidamente identificados, mas ela, porque o meu irmão era já militar de carreira, lhe interessava mais, e a criança nunca teve o nome de nenhum pai. Ingrata situação.

Passaram décadas, o meu irmão morreu, a noticia percorreu rápido, pois era tudo muito perto. O meu irmão teve mais dois filhos, menina e menino, fora de casamento, mas ele normalmente os perfilhou.

Mas havia outro filho, de outra mulher, era o primeiro da série, que ele perfilhou, mas nunca casou com a mulher.

Sou mais tarde acusado por esta primeira e pelo filho, que o meu pai o adorava e queria que ele fosse para a Academia Militar, era a cara do meu irmão, mas que a mãe se opôs, e sou acusado de ser o responsável por este desvio, nem me passou pela cabeça. O rapaz foi sempre muito acarinhado pelos avós, em especial o meu pai, mas também a minha mãe e irmãos. Eu respeitava a outra e nunca interferi e vi que ele batia a bola mais pela nova do que pela primeira.

Quando o meu irmão morreu, também fui acusado, pela minha cunhada e filhos, de nunca ter tido uma vida mais perto deles, quando afinal os últimos vinte anos antes da sua morte, nós falávamos todos os dias, pessoalmente, no Norte Shopping do Porto. Mas não nos visitava lá em casa, ao contrário de os receber e bem na minha. Ele foi sempre, e tal como escrevi no ramo de flores no seu funeral: "Ao meu irmão, meu herói, meu amigo» . Nunca te esquecerei!

Mas não fica por aqui, as relações com o meu irmão eram ótimas e há coisa que só ele e eu sabemos, mais ninguém.

Mas a mulher por inveja, e não vejo mais, passou a não se dar connosco, depois de ter sido eu mesmo, a introduzi-la na minha familia, os filhos seguiram as pesadas da mãe. Morreu o homem sem a gente se ver algum tempo antes.

Passados uns tempos, ele morreu a 9 de Maio de 2021, por doença prolongada, a nossa familia toda fez-se representar condignamente no seu funeral, com bandeira e guarda de honra, fotografei tudo.

Neste ano, ou fins do ano passado, sou confrontado com um mail, de uma pessoa que se identificou com o nome e morada, dizendo que era o meu cunhado, marido da alegada filha do meu irmão, e que estavam muito zangados por o meu irmão nunca ter ido visitar o neto e filha, etc....

Refutei tudo, e perguntei que tenho eu a ver com isso, porque não o fizeram diretamente com o meu irmão enquanto ele era vivo?

Foi uma conversa de lá para cá e vice versa, sem se chegar a nada.

Nunca percebi como esse senhor arranjou o meu email pessoal, sem nunca nos conhecermos . Fiquei a pensar que terá havido conversas com ele, meu irmão, antes de morrer, mas com a intervenção da minha cunhada, sua mulher e dos seus filhos, que chutaram a bola, dando o meu email! Felizmente não deram o telefone.

Espero que o caso esteja encerrado, mas admito que o meu irmão tenha muitas culpas no cartório, sempre lhe disse, mas era tipo tarado, não tenho outras palavras. Já a nossa vizinhança, ele teria os seus 15 ou 16 anos, era o terror das raparigas vizinhas, amigas ou não da nossa casa.

Deus o tenha em paz.

Eu gostava e continuo a gostar dele, sem limitações. Há um Poste dessa data com fotos, que pode ser consultado (**).

Teve vários problemas disciplinares na tropa - era do quadro - por causa e sempre das mulheres e dos seus desenfianços.

Em 1969 quando eu regressei , tive de o safar de muitas coisas, utilizando ainda o meu cartão de alferes, junto do Quartel General e o seu comandante, nosso amigo e vizinho passado.

Foi sempre muito respeitador da nossa familia, em especial a minha mulher à qual ele tinha elevado respeito, e vice versa.

Nunca fomos de beijinhos, íamos a muitos sítios os quatro, mas sempre nos cumprimentávamos de mão, jamais houve beijos.

Então quando eu cheguei e face ao que eu lhe contava da Guiné, ele ficou com a ideia, talvez não clara, que não era terreno para ele. Tinha sido mobilizado para lá como Técnico de Radio Transmissões, era um especialista que aprendeu em Paço de Arcos.

Ele já tinha tido dois anos na Índia, 6 meses como prisioneiro, depois em Angola durante 28 meses, percorreu de lés a lés, foi o responsável pela primeira chamada via rádio de Cabinda para o meu Pai.

Confrontado como nova mobilização para a Guiné, arranjou um esquema altamente sofisticado, de modo a nunca ter ido, mas com contornos do arco da velha.

Passou à disponibilidade em 1969, pela minha mão, com a Pensão de Invalidez respectiva. Mais tarde veio a pensão de prisioneiros, uma bela molhada de massa. Vitalicia, pois ainda a mulher usufrui dela. Coincidências sem explicação.

Quando ele esteve como prisioneiro na Índia ainda não tinha conhecido a sua futura mulher, mas ela teve direito também à pensão.

Conclusão, após esta confusão que lancei aqui:
  • não há crime nenhum de ter filhos sem os perfilhar;
  • há culpas de carácter também reprováveis,
  • muitos filhos de Tuga, nem os Tugas os conhecem nem sabem;
  • outros sabem e nada fazem;
  • são opções, depois de uma vida feita com outra familia;
  • reprovo fundamentalmente as violações, sejam quais forem as situações, o homem não é um animal....

Lamento profundamente aqueles que vivem e morrem ser ter os nomes dos pais, nem sequer os conhecerem.

Abraços, 

Virgilio Teixeira

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(**) Vd poste de 9 de maio de 2021 > Guiné 61/74 - P22186: In Memoriam (394): Jorge Oscar Machado Teixeira (1941-2021), 2º srgt QP, radiomontador, DFA, reformado, irmão mais velho do nosso camarada Virgílio Teixeira, e que esteve prisioneiro na Índia, em 1961/62

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26936: A Bissau do Meu Tempo (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte IIIc: O "Clube Militar de Oficiais" de Bissau, QG/CTIG, Santa Luzia (Fotos de 18 a 24)




F18 – A escrever para a familia, no bar do clube de oficiais do QG. Abril68



F19– No bar da Messe escrevendo à familia. 01Abril68.


F20 – Na relva da piscina, com um camarada frequentador, conversando, mas não me lembro do nome. Março68


F21 – Junto à Messe de oficiais, na minha motorizada, com o amigo alferes  Soutinho. 04fev68.


 F22 – No Bar do Clube Militar de Oficiais, com um camarada de que não sei o nome. Set68


F23 – Um convivio com dois camaradas, no Bar do Clube Militar de Oficais,  no QG/CTIG,  à noite, após refeição, já em 1969, não sei o mês, mas já estava esperando o embarque.

Ao meu lado o alferes Camelo, que foi meu companheiro na EPAM (Escola Prática de Administração Militar). A seguir um alferes miliciano da Chefia de Contabilidade, vestido com uma polo branca da Fred Perry, comprada também no Grande Hotel. Não me estou a lembrar do nome dele, mas era já conhecido do Porto ou da Faculdade de Economia ou do Instituto Comercial.

Quanto ao alferes Camelo, durante a especialidade, não sei qual foi a dele, fazíamos muita
aividade não só de ginástica como aplicação militar, marchas, corridas pelos campos de
Alvalade, lembro-me que eram em terra de tijolo, e desciamos por valas às cambalhotas, depois passávamos por valas de porcaria de esgotos. O Camelo, que era de Matosinhos, pesava aí uns 100 kg, não conseguia correr nem mesmo marchar, e muito menos carregar com o seu equipamento.

Era eu o "levezinho" que,  além do meu equipamento,  carregava com o dele, que suava por todos os poros, eu facilmente carregava tudo e chegava ao fim, nem ponta de suor. Acho que ele deve ter ficado agradecido, pois foram muitas vezes, depois de acabar o curso, e nunca mais nos vimos, exceto neste encontro na messe do Clube.

Mais tarde cheguei a cruzar-me com ele no Porto, mas acho que ele me evitava, devia ser de
uma familia de comerciantes burgueses, tinha uma loja onde hoje funciona em Brito Capelo,
na Loja do Andante do Metro do Porto.

Falei com outros camaradas e disseram que ele tinha a mania das grandezas. Nunca mais o vi. 



F24 e 24A – A estrada de Santa Luzia à noite,  vendo-se  ao fundo &CTIG Porta de Armas do QG e do Clube Militar de Oficiais.


Uns 100 metros antes, para quem sobe do lado esquerdo, tinha ali a casa da minha primeira amiga, cabo-verdeana, que conheci no dia em que cheguei, cuja história não é para contar agora neste tema. Foto tirada em 1969, terá sido no 2º trimestre antes de embarcar


Guiné > Bissau > Santa Luzia > QG/CTIG > 1968 >  A piscina  do "Clube Militar de Oficiais"  


Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2025). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  Continuação da publicação de uma seleção de fotos do álbum do Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69). Última parte, fotos de 18 a 


1.1. Comentário do autor (enviado por email, 
17 jun 2025, 12:25) ao poste P26928 de 18junho2025 > O Biafra » O Clube de Oficiais de Santa Luzia (*)

(...) Estive a ler o texto do coronel de transmissões, Jorge Sales Golias, um trabalho de louvor, sem exageros, que infelizmente não o tinha lido. [Memórias do Agrupamento de Transmissões e Histórias de Guerra na Guiné – 1972/74 ].

Desde logo me chama a atenção de comparar o clima que encontrou quando chegou à Guiné no velho DC6 em 1972 (tal como eu o descrevi, o flagelo do clima, a sair de um frigorifico que era o frio dentro do avião, e entrar num forno instantaneamente) e tudo o resto destas experiências, que só sabe quem por elas passou.

Dizia eu, comparar alhos com bugalhos, o Regimento de Transmissões do Porto, sediado em Vale Formoso, por onde andei em menino e moço, nos anos 50, quando o meu pai lá estava a prestar serviço, quando morávamos a umas poucas centenas de metros. Nessa época e durante muito tempo, era o Regimento de Engenharia 2. (...)

Em 1972, o ano a que se refere o nosso coronel Golias, já eu tinha chegado da Guiné em 1969, casado em 1970, e em 1972 a caminho do segundo de 3 filhos, vivendo então nessa época noutra casa do Porto, e depois Vila do Conde, onde me hospedei desde então.

A reportagem desta história  é tão minuciosa, e completa, que até me sinto desconfortável ao contar algumas façanhas, triviais, face a este conteúdos, de outras esferas superiores e de outros tempos, mais modernos num caso, mas mais difíceis nos anos 73 e 74. Os meus parabéns para começar. Não tenho infelizmente nada tão parecido como esta narrativa.

Muitos dos aspectos também se passaram comigo em 1967 e até 1969, mas não tenho descrições disso tudo.

Indo directo ao assunto, o coronel "Lavrador", salvo seja, não me cheira nada o nome de Saraiva. Tenho um nome algures escrito e na memória, que não me parece esse, o pai da Suzi. Eu só o vi uma vez, e nunca faláos, nem nos zangámos.(Eu frequentava aquilo, ou à civil, ou com farda normal, nunca de camuflado.)

E tenho a ideia, não certezas nenhumas, que o chefe daquilo tudo  (o CMO - Clube Militar de Oficiais), seria um coronel de Administração Militar, até porque um coronel de infantaria não era a melhor opção para esta função. Digo eu.

E fala-se em duas filhas adultas... Durante dois anos só conheci esta das fotos, a Suzi, nunca me apercebi que ela tivesse outra irmã, e ainda por cima a viverem permanentemente em Bissau, durante anos.
 
Basicamente já está tudo esclarecido quanto ao Biafra e o CMO, depois de se ler os textos do coronel Jorge Golias e do Abilio Magro,  entre outros.

Estive a ver agora a foto da construção da piscina dos Sargentos, atrás das suas sumptuosas instalações dormitórias, que pelo que me parece não chegaram a ter grande utilidade para os nossos sargentos, pois entretanto acontece o 25 de Abril.

Diga-se de passagem, que,  como se pode ver, de "Biafra" não tinham nada, as instalações de madeira e zinco, boas para habitáculo de baratas, para os oficiais milicianos, leia-se, alferes milicianos, podemos até dizer sem exageros, que parecem melhores do que os quartos do Grande Hotel, e que tínhamos de pagar e não havia piscina. (Era só elitista, para uns, e um local de convívio para quem pudesse pagar.)

Quanto ao relato do Abilio Magro, destaco a foto com a legenda:  Guiné > Bissau > QG/CTIG > "O "Biafra" dos Sargentos > c. 1973/74 > "Eu junto às obras da piscina de sargentos que estava a ser construída nas traseiras dos nossos quartos"... Não sabemos se chegou a estar pronta, se foi estreada e usada... Era uma alternativa à piscina do Clube Militar de Oficiais (CMO), a que os sargentos só tinham acesso muito limitado. (...)

Mas para terminar, eu voltei a este local por 4 vezes em 1984 e 1985. Fiquei hospedado no sitio onde era o nosso Biafra de 67, com moradias novas. A piscina, que por acaso nunca tinha água, estava tudo abandonado, era a mesma que eu conheci.

Provavelmente estas instalações (dos sargentos), de 1973-74, ficavam noutro local, que não cheguei a visitar! (..)

(Seleção, edição das fotos, revisão / fixação de trexto: LG)
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