sábado, 15 de outubro de 2016

Guiné 63/74 - P16603: A construção de Mansambo, em imagens (Carlos Marques dos Santos, ex-fur mil at art, CART 2339, 1968/69) - Parte I: era uma vez uma obscura tabanca do regulado do Corubal que mal se via no mapa...













Fotos (e legendas): © Carlos Marques dos Santos (2026). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Início da publicação de um trabalho sobre a "construção de Mansambo em imagens", realizado pelo Carlos Marques dos Santos, nosso grã-tabanqueiro da primeira hora,  ex-furriel miliciano da CART 2339 (Mansambo, 1968/69), subunidade adida ao BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70).

Recorde-se aqui que, desde novembro de 1968,  o itinerário Mansambo-Xitole estava interdito. Nessa altura, uma coluna logística do BCAÇ 2852, no regresso a Bambadinca, sofrera duas emboscadas (uma das quais, a primeira, com mina comandada), a cerca de 2 km da Ponte dos Fulas, na zona de ação da unidade de quadrícula aquartelada no Xitole. A coluna prosseguiu com apoio aéreo. A construção de raiz de um novo aquartelamento, como o de Mansambo (uma obscura tabanca que mal se vê no mapa, com meia dúizia de moranças), foi fundamental para  travar a progressão do IN nos regulados do Corubal, Badora e Cossé, e em particular meutralizar o temível comandante Mamadu Indjai, de que os "viriatos" da CART 2339 foram o carrasco.

Nove meses depois, fez-se a reabertura desse itinerário, mais exactamente a 4 de agosto de 1969. Na Op Belo Dia, participaram 2 Gr Comb CCAÇ 12 com forças da CART 2339 (Mansambo), formando o destacamento A, e forças da CART 2413 (Xitole), formando o destacamento B.


2. Sobre o  CMS, recorde-se aqui o seu CV abreviado:

(i) é  natural de Coimbra, da freguesia de Santo António dos Olivais; 

(ii) estudou no antigo Liceu Normal de D. João III e no Colégio S. Pedro em Coimbra; 

(ii) assentou praça em Mafra (EPI) em setembro de 1966; fez a especialidade de atirador de artilharia em Vendas Novas;

(iii) iniciou a formação da CART 2339,  no RAL 3, Évora, em 28 de agosto de 1967, tendo partido paar a Guiné em 14/1/1968:

(iv) foi atleta federado de Basquetebol e Andebol, treinador e dirigente desportivo na modalidade de Basquetebol; presidente da Direcção e da Assembleia Geral do Olivais F. Clube e vice-presidente da Associação de Basquetebol de Coimbra.

(v) diplomado em Educação Física, voltou ao Liceu D. João III como professor (hoje Escola Secundária José Falcão, fazendo parte da Comissão de Gestão);

(vi) efetivou-se na Escola Secundária de Avelar Brotero, onde integrou como vice-presidente o Conselho Directivo;

(viii) foi professor de Mobilidade (técnicas de Orientação e Bengala) de alunos invisuais durante 32 anos;

(ix) está atualmente aposentado  e reside em  Coimbra.

Guiné 63/74 - P16602: Álbum fotográfico de Francisco Gamelas, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 3089, ao tempo do BCAÇ 3863 (Teixeira Pinto, 1971/73) - Parte XIII: No fim viemos (quase) todos... e demos vivas à peluda



Foto nº 53 A >  Lisboa > 11 de outubro de 1973 > Dia em que desembracámos no paquete Niassa (tíhamos ido no paquete "Angra do heroímso"), numa viagem de cinco dias. Na foto, os elementos do Pel Rec Daimler 3089 que regressaram comigo: da esquerda para a direita,  José Eduardo Alves,  Gonçalo Garcia Pedroso, David da Silva Miranda, Lino Pereira Barradas, Manuel Lucas dos Santos, José Gabriel Caloira, Manuel Teque da Silva, Admar Peres Marques, Luís Soares da Silva e Fernando Cândido Silva.



Foto nº 53B > ... da esquerda para a direita,  José Eduardo Alves,  Gonçalo Garcia Pedroso, David da Silva Miranda, Lino Pereira Barradas, Manuel Lucas dos Santos, José Gabriel Caloira...


Foto nº 53 C > ...Manuel Teque da Silva, Admar Peres Marques, Luís Soares da Silva e Fernando Cândido Silva.

Foto nº 53 >  Lisboa > 11 de outubro de 1973 > O regresso do Pel Rec Daimler 3089: faltam o Alberto da Conceição (que também vaijou connosco mas não ficou netsa foto de grupo), o José Matos (evacuado para a metrópole na primeira metade da comissão), o Manuel Ferreira (que substitui o José Matos, e que ficou ainda lá, a completar o tempo de serviço) e o 1º sargento  Rui Baixa (que ficou na Guiné).


Foto nº 54 > Lisboa > 11 de outubro de 1973 > Vista sobre a multidão que aguardava nos aguardava  no Cais da Rocha do Conde de Óbidos.


Francisco Gamelas, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 3089 (Teixeira Pinto, 1971/73)



Fotos (e legendas): © Francisco Gamelas (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Último poste com fotos do álbum  do Francisco Gamelas, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 3089 (Teixeira Pinto, 1971/73), adido ao BCAÇ 3863 (1971/73), autor de "Outro olhar - Guiné 1971-1973" (Aveiro, 2016, ed. de autor, 127 pp. + ilust; preço de capa 12,50 €). (*).


Sabemos que o nosso camarada tem prontos para editar dois livros de poesia, estando em contacto com editores. É sabido que não é fácil publicar poesia em Portugal, em editores de prestígio. Muitas vezes a única solução é a edição de autor. Desejamos bom sucesso ao Francisco para este novo projeto. (LG)


Finalmente a peluda

por Francisco Gamelas


Por fim, a terra mãe que nos recupera, 
acabando com as razões da saudade.
Com esta doce sensação de liberdade
sabem bem os abraços à nossa espera.

Agora, quem espera já não desespera.
Está iminente o retomar da dignidade.
A felicidade pode mesmo ser verdade
e, a  carícia que nos afaga, ser sincera.

Não mais o sobressalto do medo
e o uso como carne para canhão.
Acabou o obrigatório e vil degredo.

Voltámos a a ser donos da nossa opinião
e, se necessário, fazer dela um  segredo.
Conquistaremos o direito a dizer não ?

Maio de 2015

in: GAMELAS, Francisco - "Outro olhar - Guiné 1971-1973". Aveiro, 2016, ed. de autor, p. 127. (Com a devida vénia).

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Guiné 63/74 - P16601: Efemérides (239): No passado dia 8 de Outubro de 2016 teve lugar na freguesia da Senhora da Hora, concelho de Matosinhos, uma cerimónia de homenagem ao combatente José Manuel Ferreira Jesus Tomé, 1.º Grumete Fuzileiro - único combatente natural da freguesia, falecido na Guerra do Ultramar (Guiné, em 9 de Dezembro de 1971), e aos combatentes senhorenses


O Núcleo promoveu a cerimónia, com a colaboração da União de Freguesias S. Mamede Infesta e Senhora da Hora e da Câmara Municipal de Matosinhos, tendo-se a mesma iniciado pelas 10h30 com a concentração dos participantes em frente ao edifício da Junta da Senhora da Hora, sendo de seguida içada a Bandeira Nacional pelo Presidente da União de Freguesias, Sr. António Mendes.

Ao mesmo tempo que o Grupo Coral do Núcleo entoava o Hino Nacional, a força militar, solicitada para o efeito, constituída por um terno de clarins da Brigada Ligeira de Intervenção – Coimbra e por uma Secção do Regimento de Transmissões do Porto, prestava as honras militares à Bandeira Nacional.


Cerimónia do içar da Bandeira Nacional junto ao edifício da Junta de Freguesia da Senhora da Hora

Em seguida, os participantes encaminharam-se para a Rotunda do Combatente e, pelas 11H00, deu-se início à cerimónia militar onde o sócio combatente José Augusto começou por fazer a chamada do combatente José Manuel Tomé, seguindo-se a deposição de coroas de flores no monumento, pelo Vice-presidente da Câmara, pelo Presidente da União de Freguesias, pelo Presidente da Direção do Núcleo, pelo Comandante da Zona Marítima do Norte e pelas irmãs do combatente falecido.

Início das cerimónias na Rotunda do Combatente

O Combatente da Guiné, José Augusto, chamando pelo nome do camarada José Manuel Tomé.

Momento da deposição da coroas de flores junto ao Monumento

A cerimónia prosseguiu com os respetivos toques de homenagem aos mortos e, na altura do minuto de silêncio, foi cantado um salmo pelo Grupo Coral do Núcleo e feita a evocação religiosa pelos dois diáconos presentes para o efeito.

 Momento de silêncio e reflexão

Grupo Coral no Núcleo de Matosinhos da LC

Momento religioso

Dando continuidade ao programa traçado, foram proferidas alocuções alusivas ao ato pelo Presidente da Direção do Núcleo, Tenente Coronel Armando Costa, pelo Presidente da Assembleia de Freguesia, Sr. Fernando Santos, e pelo Vice-presidente da Câmara, Dr. Eduardo Pinheiro.
As palavras ditas enalteceram o empenhamento, denodo e coragem do combatente homenageado, dos senhorenses na Guerra do Ultramar, dos 70 combatentes do concelho falecidos e de todos os que ainda estão vivos e que combateram nessa guerra, sendo ainda assinalada a contribuição e o profícuo trabalho realizado pelo Núcleo para que este momento histórico fique gravado na memória coletiva dos matosinhenses.

O Presidente do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, Tenente Coronel Armando Costa, quando se dirigia aos presentes

O Presidente da Assembleia Geral da União de Freguesias de S. Mamede Infesta e Senhora da Hora, Combatente Fernando Santos, usando da palavra.

O Vice-Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Eduardo Pinheiro, quando usava da palavra

De seguida, o Vice-presidente da Câmara e a irmã mais velha de José Manuel Tomé, D. Maria da Conceição, descerraram a placa alusiva à memória de seu irmão. Nesse momento, a D. Maria da Conceição pediu a palavra para agradecer a todos os presentes e aos que contribuíram para a realização de tão nobre ato.

Momento em que D. Maria da Conceição e o Senhor Vice-Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, descerravam a placa evocativa da memória do Combatente José Manuel Ferreira de Jesus Tomé, Marinheiro Fuzileiro falecido na Guiné.

 A D. Maria da Conceição, ladeada por sua irmã, agradecendo a homenagem prestada ao irmão de ambas.

Rotunda do Combatente na Senhora da Hora

Por último, o Grupo Coral do Núcleo cantou o Hino da Liga dos Combatentes.

Participaram ainda nesta cerimónia dezenas de sócios, familiares e amigos assim como demais cidadãos que com a sua presença numerosa fizeram questão de transmitir o respeito e a solidariedade para com aqueles que arriscaram e arriscam as suas vidas em nome da Pátria.

O programa estabelecido terminou com um Porto de Honra servido a todos os participantes no edifício da União das Freguesias - Senhora da Hora e visita à exposição de pintura do sócio combatente do Núcleo, Major de Artilharia Simões Duarte.


 Porto de Honra no Salão Nobre da Junta de Freguesia da Senhora da Hora

Texto e fotos: © Núcleo de Matosinhos da LC
Edição de texto e fotos: Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 11 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16590: Efemérides (238): Cerimónia do Dia Municipal do Combatente do Concelho de Gondomar, a levar a efeito no próxio dia 15 de Outubro, pelas 11 horas da manhã, na Praça Heróis do Ultramar, em Fânzeres (Carlos Silva)

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Guiné 63/74 - P16600: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXXVI: último poste: relação nominal de todo o pessoal









Guiné > Região do Oio > Canjambari > CCAÇ 2533 (1969/71) > Algumas das fotos que vêm em anexo ao livro "Histórias da CCAÇ 2533".


1. Publicamos hoje o último poste, o 36º,  da série "Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) ", a partir do documento editado pelo ex-1º cabo quarteleiro, Joaquim Lessa, e impresso na Tipografia Lessa, na Maia (115 pp. + 30 pp, inumeradas, com fotografias). (*)

Trata-se de uma brochura, com cerca de 6 dezenas de curtas histórias, de uma a duas páginas, e profusamente ilustrada (cerca de 90 fotos, intercaladas e em anexo). Chegou às mãos dos nossos editores, em suporte digital, através do ex-1º cabo cripto Luís Nascimento, que vive em Viseu, e que também nos facultou um exemplar em papel, para consulta. (É membro da nossa Tabanca Grande desde 20 de dezembro de 2008;  já aqui publicámos também o seu álbum fotográfico.)

Temos a devida autorização de um dos editores,  o Joaquim Lessa  (com quem falámos ao telefone) e autores para dar a conhecer, a um público mais vasto de amigos e camaradas da Guiné, as peripécias por que passou o pessoal da CCAÇ 2533, companhia independente que esteve sediada em Canjambari e Farim, região do Oio, ao serviço do BCAÇ 2879, o batalhão dos Cobras (Farim, 1969/71).

A comissão editorial inclui, além do ex-1º cabo Joaquim Lessa, o ex-capitão inf Sidónio Martins Ribeiro da Silva, os ex-alf mil inf Armando Mota e Timóteo Rosa, e os ex-fur mil Carlos Simões, Fernando Pires, Armando Tavares,  Guilherme Pascoal, Nuno Conceição e Jaime Canas.

O primeiro poste desta série é de 16/4/2014. As primeras 26 páginas são do comandante da companhia, o cap inf Sidónio Ribeiro da Silva, hoje cor ref. Os restantes autores são, por ordem alfabética (entre parêntes, o nº de histórias ou episódios da sua autoria) (pp. 27-111):

Agostinho Evangelista (6)
Armando Mota (10)
Armando Tavares (2)
Avelino Pereira (5)
Carlos Simões (3)
Fernando Pires (9)
Joaquim Fonseca (4)
Joaquim Silva (1)
José Luís Sousa ( 3)
José Tomás Costa (2)
Nuno Conceição (1)
Timóteo Rosa (5)
Victor Borges (1)


De referir. como mera curiosidade, que tanto esta companhia como a CCAÇ 2590 (mais tarde CCAÇ 12) viajaram, juntas no mesmo T/T, o Niassa, em 24 de maio de 1969, e regressaram juntas, a 17 de março de 1971, no T/T Uíge!... Temos, pois, aí uma fantástica coincidência!..

Hoje reproduz-se  a relação nominal do pessoal da CCAÇ 2533 (. Esta companhia teve 3 mortos e 12 feridos em combate).












In Histórias da CCAÇ 2533. Edição de Joaquim Lessa e outros, tipografia Lessa, Maia, c. 2006, pp. 112-115.
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 18 de abril de 2014> Guiné 63/74 - P13005: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte II: Embarque e as primeiras impressões do aquartelamento e tabanca (Sidónio Ribeiro da Silva, hoje cor inf ref)

21 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13018: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte III: A vida em campanha (Sidónio Ribeiro da Silva, hoje cor inf ref)

6 de maio 2014 > Guiné 63/74 - P13106: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte IV : A vida em campanha (cont.), e a alegria do regresso e dos convívios (Sidónio Ribeiro da Silva, hoje cor inf ref)

10 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13124: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte V: (i) A praxe (a história de uma partida a um alferes pira e que envolve também o cap inf Vasco Lourenço); e (ii) a cabra do mato que chorava (Fernando Pires, ex-fur mil at inf)

14 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13137: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte VI: Canjambari, aquartelamento e tabanca (Fernando Pires, ex-fur mil at inf)

18 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13160: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte VII: (i) Os primeiros dias, a viagem de LDG até Farim, e depois em coluna até ao nosso destino... (ii) O meu primeiro aniversário...(Fernando Pires, ex-fur mil at inf)

30 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13213: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte VIII: (i) os primeiros dias em Canjambari: em mês de santos populares, o batismo de fogo, os primeiros contactos com o IN; e (ii) a santa ingenuidade: um episódio com um cobra venenosa

3 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13231: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte IX: (i) um dia diferente: quando o cantor Horácio Reinaldo veio atuar a Canjambari, no âmbito do Programa das Forças Armadas (PFA); e (ii) um dia inesquecível: aquela mina A/P que estava montada para o fur Fernando Pires...

10 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13267: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte X: (i) o galoque teve o nosso primeiro Pinheiro; e (ii) o pobre do porco que, morto por doença e enterrado, não se livrou da faca e do fogo... (Avelino Pereira)

17 de junho de  2014 > Guiné 63/74 - P13300: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XI: (i) a história de um acidente com uma viatura por causa do "enterro do bacalhau"; (ii) sonâmbulos e "apanhados do clima"; e, por fim, (iii) com minas e armadilhas não se brinca(va) (Avelino Pereira, madeirense)

 23 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13321: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XII: (i) O elogio de Spínola pela elevado aprumo e disciplina da companhia, à chegada ; (ii) a vaca de Cuntima que fugiu de noite; e (iii) a matança dos javalis... (Armando Mota, ex-alf mil, cmdt do 1º pelotão)

30 de junho de 2014 > Guiné 63774 - P13348: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XIII: (i) Está tudo bem com vocês ?, pergunta o gen Spínola; (ii) Indo de viatura a corta-mato, sem GPS, em socorro de camaradas que tinham tido contacto com o IN: e (iii) Uma saída com o pelotão de milícias (Armando Mota, alf mil at inf, 1º pelotão)

7 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13371: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XIV: (i) a queda granada da bazuca; (ii) samba em Lisboa; e (iii) a caçada dos passarinhos (Armando Mota, ex-alf mil at inf, 1º pelotão)

11 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13390: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XV: Encontro do sold cond auto João Bento Guilherme com a morte em Lamel, em 14/12/1970... Era natural de Almeirim e pertencia à CCS//BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71) (Armando Mota, ex-alf mil, 1º pelotão)

16 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13404: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XVI: A "sorte de um soldado", transmontano, que não sabia ler nem escrever quando foi incorporado (José Tomás Costa, sold at inf, 1º pelotão)

28 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13442: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XVII: 4 episódios recordados pelo José Joaquim da Costa Fonseca, ex-sold at inf,1º pelotão entre elas uma dramática saída para o mato em 29 de abril de 1970, ou aquela outra em que o Vieito "perdeu" a G3 na confusão de um ataque ao aquartelamento

31 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13451: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XVIII: Uma farra a bordo da última LDG, de Farim para Bissau...Uma despedida em grande que ia dando um problema disciplinar prontamente resolvido com bom senso e sabedoria pelo capitão (Carlos Simões, ex-fur mil op esp, 1º pelotão)

5 de agosto de 2014 > Guiné 63/74 - P13463: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XIX: A guerra dos colchões em que também esteve envolvido o Carlos Simôes, ex-fur mil op esp





6 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13854: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXV: (i) o final da comissão em Farim, com os últimos mortos e feridos na zona de Lamel;: (ii) humilhados e ofendidos: regressados á Pátria, somos obrigados a ir a Chaves, num comboio ronceiro, entregar meia dúzia de trapos desfeitos, os restos das nossas fardas ! (Agostinho Evangelista, 1º pelotão)

14 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13893: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXVI: O finório e o 1º sargento (José Luís Sousa, ex-fur mil, 1º pelotão)

1 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13962: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXVII: Boas vindas à equipa da RTP que foi gravar as mensagens do Natal de 1969: Benvindos!... Jamgarte!... Welcome!... (José Luís Sousa, ex-fur mil, 1º Pelotão)

2 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14108: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXVIII: (i) Um natal do mato (Timóteo Rosa, ex-alf mil, 4º pel); (ii) a prenda do MNF (José Luís Sousa, ex-fur mill,1º pel)

13 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14355: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXIX: Quando falhava o abastecimento, ainda havia o recurso à "bianda com marmelada"...

18 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14631: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXX: (i) 'fogo amigo' em dia de sexta-feira treze; e (ii) perdido na selva...por uma hora! (Timóteo Rosa, alf mil, 4º Gr Comb)

9 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14717: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXXI: um data para recordar, o dia 1 de abril de 1970, dia das mentiras... (Armando Costa Tavares, fur mil at inf, 3º pelotão)

10 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15229: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXXII: o bravo soldado Faria (Armando Costa Tavares, fur mil at inf, 3º pelotão)

6 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16279: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XXXIII - Memórias do Victor Manuel Pereira Borges, 1º cabo, cantineiro e apontador do morteiro 81

Guiné 63/74 - P16599: Inquérito 'on line' (74): as primeiras 41 respostas: 20 dos nossos leitores estiveram no mato com familiares nossos, não guineenses: esposas (13) ou esposas e filhos (7)... O prazo termina em 20/10/2016, 5ª feira, às 6h52, e era bom que chegássemos às 100 respostas...


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCS/BART 2917 (1970/72) > Convívio no bar de sargentos, em meados de 1970: ainda estávamos em "lua de mel", os "velhinhos" da CCAÇ 12, e os "piras" do BART 2917, aqui representados pelo 2º Comandante, maj art José António Anjos de Carvalho, sempre fardado, hoje cor art ref, e o 1º srgt art Fernando Brito (1932-2014)...

As senhoras: à direita do Brito, a Helena, mulher do alf mil at inf António Manuel Carlão, do 2º Gr Comb da CCAÇ 12 (o casal vive hoje em Fão, Esposende); à direita do Anjos de Carvalho, a esposa do major art, Jorge Vieira de Barros e Bastos (mais familiarmente conhecido por Bê Bê, era o major de operações do comando do BART 2917; hoje cor art ref);  e à sua direita, Isabel, a esposa do José Alberto Coelho, o fur mil enf da CCS/BART 2917 ) (o casal vive hoje em Beja). 

Não me parece que tivesse sido o jantar de Natal, ou coisa parecida: nessa altura, as relações com o major art Anjos de Carvalho, a três meses de acabar a nossa comissão, eram muito tensas... A CCAÇ 12, como companhia de intervenção, africana, estava adida ao comando do setor L1.

Inclino-me mais para uma festa de anos, talvez do 1º Brito, que era de facto um "senhor 1º sargento", e que matinha com a malta da CCAÇ 12 uma "relação muito especial"...  A festa terá ocorrido nos  primeiros tempos, após a chegada do BART 2917 a Bambadinca, que veio render o BCAÇ 2852 (1968/70)... (Pede-se ao pessoal da CCAÇ 12 e da CCS/BART 2917, para completar as legendas.)

Mas, na altura, estas eram as três senhoras, brancas,  que existiam no quartel de Bambadinca (, não contando com a senhora professora do ensino primária, caboverdiana, que raramente era vista, mas que vivia dentro das nossas instalações militares, no edifício da escola, a dona Violete da Silva Aires). E não havia miúdos, a não ser os da escola e da população local... Os militares guineenses (da CCAÇ 12 e outras subunidades, como os Pel Caç Nat que estiveram connosco) em geral eram casados e tinham consigo as famílias mas fora do arame farpado, vivendo em Bambadinca ou em Bambadincazinho.

No tempo do BCAÇ 2852, e até ao ataque a Bambadinca, em 28/5/1969, julgo que pelo menos estava lá três senhoras, a começar pela  a esposa do comandante, o ten cor inf Manuel Maria Pimentel Bastos (também conhecido seu "nick name", Pimbas), já aqui bastas vezes evocado pelo seu amigo e admirador Mário Beja Santos. O tenente SGE Manuel Antunes Pinheiro, chefe da secretaria do Comando do BCAÇ 2852, também lá teria a esposa até essa data. E creio que também  a esposa do médico, David Payne.

O Torcato Mendonça confirma: "Bambadinca era uma maravilha para nós [, CART 2339, Mansambo, 1968/69]. Vivia-se lá um clima de tranquilidade e de bom convívio. Para isso contribuía o Comandante e vários militares. Como a segurança era boa, estavam lá as esposas do comandante, do médico e do tenente da secretaria".

Foto: © Vitor Raposeiro (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Leiria  > Monte Real > Ortigosa > Quinta do Paul > IV Encontro Nacional do nosso blogue > 20 de junho de 2009 > Os nossos grã-tabanqueiros Regina Gouveia e Fernando Gouveia, um adorável casal, transmontano, do Porto, que fez uma comissão na Guiné (Bafatá, 1968/70).

Recorde-se que o Fernando Gouveia, hoje arquiteto reformado,  foi alf mil Pel Rec Inf, Comando de Agrupamento 2957, Bafatá(1968/70) na altura em que era comandado pelo Cor Hélio Felgas, já falecido.

A Regina Gouveia é escritora com obra feita e publicada.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados.



I. INQUÉRITO 'ON LINE':  "NO MATO NO(S) SÍTIO(S) ONDE EU ESTIVE, NA GUINÉ,
HAVIA FAMILIARES NOSSOS"...


As primeiras 41 respostas

1. Sim, esposas (não guineenses) > 
13 (31%)

2. Sim, esposas e filhos (não guineenses)  > 
7 (17%)

3. Sim, familiares guineenses (sem ser das milícias)  > 
8 (19%)

4. Não, não havia  > 
18 (43%)

5. Não aplicável: não estive no mato > 
0 (0%)

6. Não sei / não me lembro  > 
0 (0%)


O prazo termina em 20/10/2016, 5ª feira, às 6h52.  O inquérito admite até duas respostas: por exemplo 1 e 3; 2 e 3.

Resposta a ser dada diretamente no nosso blogue, no canto superior da coluna da esquerda.



II. Comentário do editor:

Na decisão de levar ou não levar a família para o teatro de operações, deviam pesar muitos fatores... Não era uma decisão fácil, no final da década de 1960, nove anos depois de ter começado a guerra colonial... Sobretudo para os militares do quadro, alguns já com 3 comissões de serviço (se contarmos com a Índia, Macau, Timor)... 

É verdade, dirão alguns,  que foi a "vida" que escolheram, os oficiais e os sargentos dos três  ramos das forças armadas portuguesas... Por razões logísticas e de segurança, era mais difícil aos militares do exército levarem, para o mato, as famílias, as esposas sem filhos ou as esposas com filhos...

Mesmo assim, dependia da companhia (CCS ou unidade de quadrícula, região, localidade, acessibilidade, instalações, segurança relativa,  etc.). Não me lembro de ver famílias de militares, não guineenses, nas unidades de quadrícula do BCAÇ 2852 e do BART 2917, no setor L1: Xime, Mansambo, Xitole, Saltinho (que depois passa para o setor L5)... Muito menos em destacamentos onde as condições hoteleiras eram deploráveis...

Para os jovens milicianos, furriéis e alferes, "just married", acabados de casar, ou que casavam a meio da comissão, ainda sem filhos, era uma decisão aparentemente mais fácil, lógica e natural, mas não isenta de riscos, sobretudo se o militar fosse um operacional... Também não terá havido muitos "operacionais" com as esposas no TYO da Guiné, memso em Bissau (por ex, tropas especiais).

Apesdar da "milicianização" e "africanização" da guerra,  ninguém estava à espera de fazer uma guerra que iria durar 11/12/13/14 anos... Sobretudo entre os militares de carreira, ninguém estava preparado para estar muitos anos longe da mulher e dos filhos (e com estes a crescer)... Mas esse foi o cenário em que viveram muitas famílias portuguesas ao longo dos séculos, desde os Descobrimentos: uma viagem de ida e volta à Índia podia demorar 2 anos...

Faltam-nos testemunhos dos homens e mulheres que cresceram com os pais, militares, em comissões de serviço em África... Salazar, que não era casado nem tinha filhos, nunca poderia saber avaliar os custos (emocionais, afetivos, etc.) que a "guerra do ultramar" também teve para os militares  e as suas famílias, os homens (e as mulheres) que a fizeram (e a sofreram)...
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