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quinta-feira, 24 de março de 2022

Guiné 61/74 - P23108: "Alfero Cabral ca mori": Lista, por ordem numérica e cronológica, das 94 "estórias cabralianas" publicadas (2006-2017) - IV Parte: de 60 a 79


Monte Real > Palace Hotel > V Encontro Nacional da Tabanca Grande > 26 de Junho de 2010 > O heterodoxo Jorge Cabral, de punho erguido (e dedos descaídos) como nos heróico-operáticos tempos da guerra do Cuor, entre o Jorge Picado (o bravo capitão miliciano ilhavense que, além dos 4 filhos legítimos, arranjou mais uma centena e meia de adoptivos, aos 32 anos, ou seja, uma companhia) e o Hélder de Sousa (o homem da TSF no CTIG, que tinha um poster do Che Guevara no quarto em Bissau, longe do Vietname)... Não foi possível identificar a misteriosa bajuda, que está do lado direito, escondendo o rosto e com uma máquina fotográfica na mão. 

Foto (e legenda): © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Capa do livro de Jorge Cabral, "Estórias Cabralianas", vol I.
Lisboa: Ed José Almendra, 2020, 144 pp. Tinha um II volume,
 praticamente pronto para ser publicado. 
O editor adoeceu e a  morte surpreendeu o autor.


1. A propósito deste II Volume que o Jorge queria muito publicar em vida, fica aqui o pedido do  camarada Alberto Branquinho, que também fazemos nosso:

"Companheiros: Tentei contactar o filho do Jorge Cabral através do telemóvel que o meu irmão conseguiu obter. Pretendia alertá-lo para a existência de um conjunto de textos que correspondem ao 2º.vol. das "Estórias Cabralianas", que ele queria publicar. Não o conseguiu devido à pandemia e ao agravamento da sua saúde.

Acontece que esse telemóvel respondeu, durante o passado fim de semana, com uma gravação: "não está atribuído". Terá sido, talvez, um 2º. telemóvel que o Jorge teria e que foi desactivado.

Como não pude estar no velório, não contactei o filho, que não vejo há mais de 20 anos. Assim, deixo aqui a todos vós o pedido de, caso tenham meios, contactem o filho Pedro Cabral para o alertar da existência do material correspondente ao 2º. volume (que poderá estar em dossier ou, até, mal organizado, porque o Jorge era assim). É que ele terá que recolher os papéis do pai antes de entregar a casa ao senhorio. Será uma acção para manter a sua memória e satisfazer a sua vontade. Cumprimentos. Alberto Branquinho. 10 de janeiro de 2022 às 11:33 " (Comentário ao poste P22890) (*)


2. Lista das estórias cabralianas, por ordem numérica e cronológica - Parte IV: De 60 a 79 (*):


O Jorge irá continuar a "inspirar-nos" e a "provocar-nos" com as suas "estórias cabralianas"... que não envelheceram!... Continuo, ao fim deste tempo todo, a ler e a reler, divertido, estes "microcontos", um género literário em que  ele se tornou mestre. 

As desta lista são "estórias" publicadas no nosso blogue, entre maio  de 2010 e junho de 2013. A mais lida  da lista terá sido  a n.º 61 (Os poderes do professor Wanatu...): teve 711 visualizalções. A que teve mais comentários (16) foi a n.º 64 (O avô, o neto e os heróis...).

O nosso JERO (a quem chamava o "último monge de Alcobaça", e que também já lá está no Olimpo dos Combatentes, e era um avô  babado) escreveu o seguinte comentário à estória n.º 64:

"Boa noite Jorge. Que bonita história! Li a tua história em voz alta para a minha mulher que se tinha acabado de sentar e não esteve para se levantar quando lhe pedi que viesse até ao cumputador. Na parte final quase me engasguei... comovido. Meia dúzia de linhas e uma história de vida tão sentida. Era tão bom que todos os avós fossem heróis para os seus netos! Esta foi a minha mulher que disse. Um grande abraço de Alcobaça, JERO.

PS - Deste-me força para mandar para o nosso blogue uma história da minha neta Mariana que tem quase 4 anos. 9 de novembro de 2010 às 23:12" (Comentário ao poste P7251)

O Jorge Cabral (1944-2021), ex-alf mil at art, cmdt do Pel Caç Nat 63 (Fá Mndinga e Missirá, 1969/71), advogado, especialista em direito penal, professor do ensino superior, era muito querido e popular entre a malta da Tabanca Grande: basta referir, por exemplo, que o seu poste de parabéns, do dia 6/11/2009 (P5221) teve 1531 visualizações e 30 comentários. Era igualmente uma figura muito querida entre as suas antigas alunas, as assistentes sociais,  que, antes dele morrer, fizeram-lhe uma despedida emocionante à porta da sua casa no Estoril.


19 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6428: Estórias cabralianas (60): O manifesto do nosso alfero (Jorge Cabral)

(...) Caro Luís,
nunca será demais enaltecer o teu blogue,
o qual nos tem permitido, principalmente recordar.

Como tu dizes,
fui um tropa desalinhado,
marginal
e quase sempre provocador,
características que mantive ao longo da vida. (...)


21 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6769: Estórias cabralianas (61): Os Poderes do Professor Wanatú... (Jorge Cabral)

(...) Bruxarias, espiritismos, magias sempre me atraíram. Ainda na Guiné, aconselhado a um jejum de um mês, para poder comunicar com os mortos…, quase morri de fome. Claro que não acredito em tudo, mas admiro o poder de sugestão dos profissionais, embora às vezes me desiludam, como a vidente Zinha, que quando estava a entrar na minha vida passada de monge austríaco, se lembrou do almoço do Pai e interrompendo a sessão, começou a gritar para a filha:
- Maria, vai ver o lume! Não deixes queimar a tomatada do avô! (...)


26 de Julho de 2010 > > Guiné 63/74 - P6787: Estórias cabralianas (62): À Tesão, Pelotão!... Este é o Alfero Souza, meu amigo (Jorge Cabral)

(...) Com o Pelotão [, o Pel Caç Nat 63,] em Bambadinca, preparando-me para arrancar para o Xime, eis que deparo, com um Gandhi, de camuflado, que avança para mim com os braços abertos. É o Souza, com "z", meu amigo e camarada de Vendas Novas. (...)


14 de Agosto de 2010 >Guiné 63/74 - P6851: Estórias cabralianas (63): As Sereias do Rio Geba... ou a violência doméstica subaquática (Jorge Cabral)

(...) Foi na Guiné que aprendi a contar estórias às Crianças. Comecei lá e nunca mais parei. Ainda ontem conheci uma Menina. Disse-me que tem um gato e eu falei-lhe das minhas duas moscas, uma de cama, coitada, cheia de febre… Em Missirá, na Escola, comecei com a Branca de Neve e os 7 Anões, mas logo desisti. (...)

9 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7251: Estórias cabralianas (64): O Avô, o Neto e os Heróis (Jorge Cabral)

(...) Mais um dia. Lá vou eu entalado entre os anafados peitos de uma dama e a gravata de um cavalheiro, que hoje fez greve ao chuveiro. O Metro segue cheio, mas há sempre lugar para mais um. Na Estação do Saldanha, é invadido por uma excursão de meninos, com a Mestra à frente (bem jeitosa, por sinal). São barulhentos os putos… e eis que um, apontando para mim, grita:
– Aquele ali, é da raça do meu Avô, é um Senhor Herói!. (...)


15 de fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7792: Estórias cabralianas (65): Os românticos... também mijam (Jorge Cabral)

(...) Estava calor e todo o quartel dormia a sesta. Em cuecas, o Alfero urinava contra a parede (bem não urinava, mijava, pois na Tropa, ninguém urina, mija). Eis que um jipe se acerca. Nele, três alferes de Bambadinca, acompanhados de duas raparigas. Ainda a sacudir “o corpo do delito”, disfarça, cora, mas que vergonha (!). Claro, ninguém lhe aperta a mão. Elas são a filha do Senhor Brandão e uma amiga de Bissau, cabo-verdiana. Vêm visitar Fá. Chama o fiel Branquinho. Que os leve a todos para o Bar, enquanto ele se veste e se penteia. Regressa impecável. À paisana, de camisinha branca, calças azul-bebé. (...)


17 de março de 2011 > Guiné 63/74 - P7959: Estórias cabralianas (66): O meu colega Mãozinhas (Jorge Cabral)

(...) Foi na prisão de Alcoentre que conheci o Mãozinhas, por intermédio do meu amigo e cliente, o 24, nome que ganhou há muito tempo, num bordel, sito à Rua do Mundo. E porquê, 24? Ora, é fácil adivinhar. O tamanho, melhor, o comprimento (...)


11 de outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8892: Estórias cabralianas (67): Lagarto ka ta tchora! (Jorge Cabral)

(...) Em Missirá não existiam rafeiros, até porque era muito mais uma Tabanca do que um Quartel. Lá viviam duzentas almas, pelotão Nativo e pelotão de Milícias, mais população e, no meio de toda esta gente, apenas dez europeus, o que levou muitas vezes o Alfero a interrogar-se: Afinal quem 'colonizava' quem? (...)


4 de novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8992: Estórias cabralianas (68): Zina, a bordadeira do Pilão (Jorge Cabral)

(...) Chegado na véspera e instalado no Biafra, entrei pela primeira e última vez na Messe de Oficiais em Santa Luzia. Era noite do Bingo. Procurei algum conhecido e encontrei o Gato Félix, estudante de Letras, ora Alferes, o qual também me pareceu entediado. (...)


18 de dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9223: Estórias cabralianas (69): Onde mora o Natal, alfero ? (Jorge Cabral)

(...) Também houve Natal em Missirá naquele ano de 1970. Na consoada, os onze brancos e o puto Sitafá, que vivia connosco. Todos iam lembrando outros Natais. Dizia um:
– Na minha terra…

E acrescentava outro:
– A minha Mãe fazia… (...)

3 de janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9304: Estórias cabralianas (70): Sambaro, o Dicionário e o Afecto (Jorge Cabral)

(...) Agora que tenho tempo, tornei-me um caminheiro. Logo pela manhã abalo pela cidade. Travessas, calçadas, pátios, becos, vilas, percorro devagar essa Lisboa escondida, quase invisível. Foi num desses passeios que encontrei Ansumane. Um negro velho e calvo, que entre a Travessa da Lua e o Beco das Estrelas, arengava em crioulo. (...)


24 de abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9796: Estórias cabralianas (71): Fixações etnomamárias: evocando o meu avoengo Carloto Cabral que, no séc. XVIII, crismou Quebo como a Aldeia das Mamas Formosas (Jorge Cabral)

(...) Há uns tempos recebi uma simpática mensagem de uma leitora das “estórias cabralianas”. Gabava-me o humor mas alertava-me, algumas indiciavam uma certa “fixação mamária”. Nada de grave, que não pudesse ser tratado no seu divã, de psicanalista, presumo. (...)

9 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9873: Estórias cabralianas (72): Ressonar... à fula (Jorge Cabral)

(...) Além de ressonar, sempre falei a dormir. Um dia em Missirá propus-me descobrir, de que falava, o que dizia. Ora, havia lá um velho gravador de fita, máquina pertencente a não sei quem, enfim nossa, pois viviamos numa espécie de “economia comum”. Resolvi pois gravar uma das minhas noites. (...)

29 de agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10307: Estórias cabralianas (73): O Conde de Bobadela (Jorge Cabral)

(...) Estou no Tribunal de Mafra à espera de um Julgamento, quando uma mulher me interpela:
- É o Senhor Conde, não é?

Hesito, mas para evitar mais conversa, respondo:
-Sou sim. Como vai a senhora?
-Ai, que já não se lembra da Aurora! Eu trabalhava em casa do Senhor D.Ilídio. O Senhor Conde ia lá muito, quando estava na tropa. (...)

1 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10463: Estórias cabralianas (74): Danado para as cúpulas... (Jorge Cabral)

(...) – Branquinho, eu era danado para as cúpulas ? – perguntei-lhe um dia destes, porque habitualmente me socorro da sua memória. Ainda há meses, logo depois do almoço da CCS do Bart 2917, em Guimarães, no qual contaram tantas estórias do meu Missirá, tive de procurar confirmação junto dele. Praticamente eram todas invenções, pois também têm direito…

A esta questão, o Branquinho nem soube responder.
–Cúpulas ? Quais cúpulas? (...)

10 de novembnro de 2012 > Guiné 63/74 - P10647: Estórias cabralianas (75): O alfero na Casa dos Segredos (Jorge Cabral)

(...) Há mais de sessenta anos que conheço esta Leitaria. Fica na Avenida do Brasil e quando eu era miúdo havia lá uma vaca. Uma vaca em plena Lisboa…Quando conto,pensam que é estória, mas não é, a Senhora Margarida, vendia o leite produzido à vista do cliente. (...)


15 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P10943: Estórias cabralianas (76): Não sei se por distracção ou por preguiça, mas esqueci-me de morrer... (Jorge Cabral)

(...) Não sei se foi por distracção ou por preguiça, mas esqueci-me de morrer. Claro que tenho pago escrupulosamente o Imposto de Sobrevivência, mas agora resolvi aceder ao apelo governamental “ todos os velhos devem comparecer na Central de Abate,o que constitui um dever patriótico”. Comuniquei a decisão à família, que ficou muito contente, principalmente a minha bisneta Carol, que foi logo requerer mais um filho nos Serviços de Programação Genética. Um rapagão que nasça já crescido para não dar trabalho (...).

18 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11586: Estórias cabralianas (77): As bagas da Dona Binta e os seus efeitos... secundários (Jorge Cabral)

(...) Não sei porque razão os Guineenses escolheram o Largo de S. Domingos, para se reunirem todos os dias. Logo de manhã, chegam, conversam, discutem, compram e vendem. É um lugar recheado de História. Foi de lá que partiram os quarenta conjurados para, em 1640, restaurarem a Independência, mas foi também ali que se iniciou a grande matança de Judeus em 1506. Deixo porém para outros a História séria, pois este velho Alfero conta é estórias (...)

12 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11707: Estórias cabralianas (78): A Justiça da Velha Mandinga (Jorge Cabral)


(...) Em Agosto de 1969, nasceu a minha sobrinha Maria João e logo fui nomeado padrinho, tendo sido marcado o baptizado para Janeiro de 1970, nas minhas férias. Numa sortida a Batatá, comprei um boneco, coisa fina, talvez de origem francesa, para levar como prenda. Parecia mesmo um bébé, de bochechas rosadas, com fralda e biberon. Guardei-o na mesa de cabeceira, mas às vezes mostrava-o às meninas da Tabanca, que frequentavam a escola. (...)



17 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11720: Estórias cabralianas (79): O Capitão-Tenente dos Submarinos (Jorge Cabral)

(...) Qual Guiné? São tantas. Cada um cria a sua ou inventa... E quem diz Guiné, diz Guerra. Por mim conheço muitas... Mas como esta, que mora no Beco do Cotovelo, à beira da Mouraria, não deve haver mais nenhuma. É na tasca da Conceição, onde às vezes abanco com três ex-combatentes da Guiné. Todos eles lá estiveram, em lugares e tempos diferentes e todos davam pelo nome de Mouraria. (...)
___________

Nota do editor:

(*) Vd. postes anteriores da série:

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21819: (In)citações (178): Até já, José Eduardo!... (Joaquim Mexia Alvez, régulo da Tabanca do Centro)

 

Leiria > Monte Real > V Encontro Nacional da Tabanca Grande > 26 de junho de 2010 > O José Eduardo [1940-2021] e o Joaquim Mexia Alves (, dois dos membros da comissão organizadora, juntamente com Belmiro Sardinha, Carlos Vinhal e Miguel Pessoa)

Foto (e legenda): © Eduardo Magalhães Ribeiro   (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


ATÉ JÁ, JOSÉ EDUARDO!

por Joaquim Mexia Alves

Não vou ouvir mais a frase que sempre te ouvia quando te ligava: "Meu amigo Joaquim!"

Sim, não havia um “alô”, um “está lá”, um “estou”, mas “apenas” uma frase com uma inflexão quase como um canto de alegria: "Meu amigo Joaquim!"

E eu respondia-te: "Meu amigo José Eduardo!"

E falavas de uma história, de um concerto, de uma exposição, do “teu” Mosteiro, da política, da amizade, de tudo enfim, para tudo embrulhares sempre no mesmo convite: "Tens que cá vir, para conversarmos, para matarmos saudades. Tenho tanta coisa para te dizer!"

E eu respondia que sim, que íamos marcar, assim que pudéssemos ambos, e tu respondias que também podias vir aqui, que tínhamos de acertar a data.

E fui tantas vezes e tu vieste tantas também!

Mas passear contigo por Alcobaça era “outra louça”!

Era assim como que um orgulho ir ao teu lado e ver que toda a gente te cumprimentava e que tu tinhas uma palavra para todos e todos te respondiam com um sorriso.

Desde que te conheci, por causa da “nossa” Guiné (*), que percebi de imediato o “homem grande” que tu eras, a bondade que em ti se sentia, a sinceridade das palavras, do coração, a preocupação com os outros e o amor inexprimível à família.

Os almoços da Tabanca do Centro assim o iam confirmando todos os meses e a amizade nasceu naturalmente forte.

Tínhamos tantas coisas que nos identificavam!

Uma noite tive um sonho, literalmente um sonho, meu amigo José Eduardo, que me dizia para te convidar para fazeres o Percurso Alpha connosco na paróquia da Marinha Grande.

Hesitei, pensei e repensei se não estaria a entrar na tua esfera mais íntima, mas decidi fazer o convite, pois um não da tua parte nada significava para a nossa amizade.

Mas não foi assim!

Ouvi um sim decidido, dizendo-me que era o tempo certo para fazer esse caminho.

E depois durante 10 semanas, esperava-te à entrada da Marinha Grande para te indicar o caminho para o local onde nos reuníamos.

E, claro, rapidamente fizeste amigos em todos os que ali estavam, como não podia deixar de ser, porque a tua maneira de ser era assim.

E foi um desencadear de coisas novas que descobriste e me foste ajudando a descobrir, uma ansiedade de paz e tranquilidade que me ias dizendo perceberes em ti.

Não me esqueço, meu amigo José Eduardo, no fim de semana do Espírito Santo, depois de eu ter feito a oração de invocação, o abraço que me vieste dar e como chorámos de paz e alegria nos braços um do outro.

E a tua amizade tão cheia de ternura pelo “nosso” Padre Patrício, como sempre o trataste entre nós, a quem ouviste com atenção e dedicação, “apesar” de ser um jovem perto de nós.

Tantas conversas, tantas confidências, tantas portas que abrimos das nossas memórias, tantos perdões, tanta paz, tantos conselhos recíprocos que trocámos!

Depois veio o ano terrível que “fechou” os nossos almoços, que “proibiu” os nossos abraços, que “escondeu” os nossos sorrisos, que quis “abafar” as nossas conversas.

Gente como tu, (e como eu, também), que vive de afectos e proximidade, sofre mais com estes tempos de distância forçada.

E como não paras, arranjaste maneira de editar um livro e pediste-me para escrever um posfácio, que tentei recusar por não me sentir capaz, mas tu convenceste-me como sempre.

Quando foi a apresentação do livro pediste-me para me sentar também na mesa e depois, com um sorriso desconcertante, disseste-me que eu teria de dizer umas palavras, também!!!

Respondi que não estava preparado para tal, mas a amizade falou mais alto.

Deixei-me levar pelo coração e foi nesse dia que disse publicamente que nunca mais te tratava por “Jero”, mas sim por José Eduardo.

“Jero” era um pseudónimo e a nossa amizade era muito real, pelo que, para mim, “apenas” podias ser José Eduardo.

E acho que a tua Helena gostou!

E não me esqueço também que te pedi pelo meu filho Pedro, para procurares um emprego, uma ocupação que ele tanto precisava e nesse mesmo dia já me estavas a responder e passado pouco tempo já o Pedro estava a estagiar em Alcobaça, no “teu” jornal, e tu o tomavas sobre os teus braços e o acompanhavas sempre.

Enchias-me de orgulho quando me dizias que o meu Pedro era um “rapaz” extraordinário e que gostavas imenso de falar com ele.

Marcaste-o com uma forte amizade que ele guarda dentro de si.

E a Dona Catarina, José Eduardo?

Sempre que te referias à minha mulher lá vinha o Dona Catarina e eu dizia-te: "Não digas isso José Eduardo, que ela afina!!!"

Lembro-me tão bem daquele almoço de frango na púcara, (tinha que ser, em Alcobaça), com a tua Helena, a minha Catarina e nós os dois.

E lá conseguimos acertar mais uma data e há cerca de um mês, lá fui com o Pedro ter contigo a Alcobaça para comermos um opíparo almoço que eu, (usando de chantagem), te obriguei a deixares-me pagar.

Nesse dia, meu amigo José Eduardo, quando nos despedimos, mandámos “às malvas” as regras e demos um abraço forte e sentido.

Esse abraço fica comigo, está em mim, e nunca mais deixarei de o sentir.

Repousa agora meu amigo, junto de Deus que ambos “redescobrimos” e que com certeza, (é tão bom ver as coisas assim humanamente), ouve deliciado as tuas histórias, com os Monges de Cister sentados à tua volta pedindo-te notícias do seu Mosteiro.

Não chegavam as resmas todas de papel para escrever sobre ti e sobre a nossa amizade, nem para tal tenho eu “engenho e arte”, mas mais importante do que isso é eu saber que estás nos braços de Deus e que vives no meu coração.

Espero um dia, pela graça de Deus, chegar ao Céu também e ouvir atrás de mim alguém dizer uma frase com uma inflexão quase como um canto de alegria: "Meu amigo Joaquim!"

Até já, José Eduardo! (**)

Marinha Grande 28 de Janeiro de 2021

Joaquim Mexia Alves
______________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

5 de julho de  2010 > Guiné 63/74 - P6676: V Convívio da Tabanca Grande (15): Caras Novas (Parte IV ): O JERO, aquele rapaz de Alcobaça e de Binta, lembram-se dele ? (Luís Graça)

(...) O JERO ou José Eduardo Oliveira é um dos mais produtivos membros do nosso blogue (já com mais de 60 referências ou marcadores), para o qual entrou há menos de um ano...

Natural de Alcobaça, bancário reformado, director adjunto do jornal local, ofereceu-se de imediato para organizar o V Encontro Nacional da Tabanca Grande. Acabámos por optar por Monte Real, e associá-lo à Comissão Organizadora (de que fizeram parte, além dele, o Carlos Vinhal, o Joaquim Mexia Alves, o Miguel Pessoa e o Belarmino Sardinha).

O JERO é daqueles camaradas que, uma vez apresentados, se tornam, ao fim de cinco minutos, velhos conhecidos, que a gente se apressa a pôr na lista dos amigos favoritos... Ele é a gentileza em pessoa, uma doçura como os licores e doces da abadia à sombra da qual nasceu e cresceu a sua terra. E tem uma qualidade que é rara entre os primatas: pratica a amizade, é gentil, é prestável, é leal, sem quaisquer pretensões de protagonismo, sem intriga, lisonja ou má-língua...

Cara nova ? Sim, é a primeira vez que ele vem a um Encontro Nacional da Tabanca Grande. Razão por que merece este destaque. (...)

(**) Último poste da série > 12 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21762: (In)citações (177): Contra os canhões marchar, marchar... (António Carvalho, ex-Fur Mil Enfermeiro)

terça-feira, 27 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6797: V Convívio da Tabanca Grande (17): Caras novas (Parte IV): A Manuela Campos, nortenha, mulher do Eduardo
















(...) Depõe-se as armas,
despem-se os camuflados,
tiram-se as pinturas de guerra,
e apresenta-se um ar “normal”!
É que durante umas horas,
quase sem ninguém se dar conta,
esteve a Guiné toda inteira,
um dia em Monte Real!



Monte Real > Palace Hotel > V Encontro Nacional da Tabanca Grande Grande > 26 de Junho de 2010 >  O Eduardo e a Manuela Campos... Outras personagens: O José Manuel Lopes (o fabricante de néctares dos deuses) (3ª foto a contar de cima), o Sousa de Castro, o Manuel Amado e o Hélder de Sousa, de costas (na última foto).

Fotos: © Luís Graça(2010). Direitos reservados


O único facto insólito poderia ser a presença delas... ao lado deles, dos seus homens e dos amigos e camaradas dos seus homens. Mas não, não faltam, não falham, algumas desde o já longínquo 1º Encontro Nacional, na Ameira, Montemor-O-Novo, em 2006... Umas vêm pela primeira vez, este ano... E, à despedida., dizem:  Foi bom, gostei, pensava que só falassem de tropa e de guerra, p'ró ano, se Deus nos der vida e saúde, cá estaremos de novo... 

Pois é, elas são as nossas mulheres... A das fotos de cima, aqui apanhada em flagrante delito de ternura é a mulher do Eduardo Ferreira Campos... O Eduardo foi 1º Cabo Telegrafista da CCAÇ 4540 (Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74) e esteve, em Abril na Guiné, numa viagem de turismo de saudade. ("Gostei de tudo, fui a quase todo o sítio, a única decepção foi... a tua Bambadinca"...).

A Manuela, que vive na Maia (com o Eduardo, e vice-versa...) é periquita nestas andanças,  pelo menos ao nível dos nossos encontros bloguísticos. Mas esteve à altura dos acontecimentos. E daí merecer esta sequência fotográfica (que até nem saiu mal ao fotógrafo de serviço, que não se pode queixar, já que a matéria-prima era/é boa: eles são fotogénicos, espontâneos, bem dispostos, divertidos, palradores, nortenhos)... O Eduardo, por sua vez, já não é estreia absoluta, contrariamente ao que ficou dito, por lapso, no poste P6669 (*).

Eles formam um casal que está bem na vida e sobretudo está bem com a vida...O Eduardo reformou-se da sua actividade empresarial como construtor: O casal tem duas filhas, formadas...  A Ana Carvalho, esposa do  J. Casimiro Carvalho, é mana do Eduardo Campos: que fique registado isso em acta, para evitar embaraços futuros ao escriba de serviço.

Para mim, foi uma honra privar um poucochinho mais com o camarada Eduardo e a sua Manela...Entretanto, soube há dias, na passada 4ª feira, no almoço da Tabanca de Matosinhos, pela boca do próprio Eduardo, que a Manela tinha tido  entretanto um problema de saúde, e que a família tinha apanhado um susto... Mas, felizmente, já recuperou e está bem. Daqui, vai um chicoração para ambos, com votos de novos e felizes encontros.

Luís Graça
__________

Notas de L.G.:

(*) 9 de Julho de 2010  > Guiné 63/74 - P6703: V Convívio da Tabanca Grande (13): A Guiné em Monte Guardado Real ou um Encontro de camarigos (Joaquim Mexia Alves)

Vd. ainda:

 3 de Julho de 2010  > Guiné 63/74 - P6670: V Convívio da Tabanca Grande (12): Caras novas (Parte III): O João Barge, da CCAÇ 2317, que foi meu actor em A Cantora Careca, com o Rui Barbot/Mário Claúdio... (Carlos Nery)

2 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6669: V Convívio da Tabanca Grande (11): Caras novas (Parte II): Jorge Araújo, Acácio Correia, Manuel Carmelita, Eduardo Campos, João Malhão Gonçalves, Júlia Neto, Arménio Santos.. (Luís Graça)

30 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6662: V Convívio da Tabanca Grande (10): Caras novas (Parte I) (Luís Graça)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6749: Blogando e andando (José Eduardo Oliveira) (9): Se as peças são para antigos combatentes..., não me deves nada!



Monte Real > Palace Hotel > V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné > 26 de Junho de 2010 > O JERO, em segundo plano, em conversa com o António Marques (de costas, meu camarada da CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71) e com a Alice...Não é rapaz para se deixar apanhar facilmente pela objectiva do fotógrafo... Não foi fácil arranjar-lhe uma chapa com ele, que gosta de cultivar o low profile...

Foto: © Juvenal Amadso (2010). Direitos reservados


1. Texto, com data de 6 do corrente e a assinatura do JERO (acrónimo de José Eduardo Reis Oliveira, ex-Fur Mil da CCAÇ 675, Binta, 1964/66):

Ganda Luís

c/c para o Alto-Comissário Joaquim Mexia Alves

Assunto: Uma "cara-nova" no V Encontro Nacional da Tabanca Grande em Monte Real.


1- Desta vez conseguiste surpreender-me e atrapalhar-me com a tua postagem, P6676,  relativa a "caras novas" do V Convívio da Tabanca Grande (13).

Com efeito referir "caras novas" e aparecer um "canastrão" de barba branca não é de todo expectável. Depois como já tinha estado de véspera em Monte Real com o Carlos Vinhal,  ficara a conhecer o "cenário" do V Encontro e, com a minha fácil adaptação às coisas de que gosto, fiquei logo a sentir-me da "casa".

Posto isto,  vamos a agradecimentos. Devido à minha maneira de ser estou mais habituado a dar do que a receber. Mas quando me dão – e ainda por cima sem esperar – fico obviamente muito grato. As tuas palavras calaram-me fundo.

Quando te ofereci a peça de cristal era de facto um reconhecimento que pretendia fazer de forma discreta. A ti e a todos os co-editores. Porque efectivamente a "descoberta" em Agosto do ano passado do "nosso" blogue transformou a minha vida.

Brincaste na altura da entrega da peça "única e personalizada" se foi para melhor. Para mim foi, embora admita que, depois disso, passo tanto tempo ao computador que quem mora comigo em Alcobaça no nº. 17-3º.Dtº da Rua Afonso de Albuquerque não comungue dessa "melhoria" da minha vida. Mas, como dizia um nossa saudoso 1º Ministro… é a vida…e desde há um ano a esta parte tenho uma "família" muito maior. Os tais "irmãos" que cinco minutos depois do primeiro abraço parece que estiveram por ali perto…desde sempre.

2 - A tua referência ao "meu" Diário da CCaç 675 foi muito significativa e importante para mim. Ainda hoje me interrogo como é que fui capaz de escrever 240 páginas, aproveitando o tempo das sestas – de que prescindi – e os intervalos da guerra depois de almoço…. Também me fez recordar o "puto" da Mocidade Portuguesa que havia em mim…Ingénuo como caraças mas... era o que tínhamos ao tempo. E demorei uns bons anos a aprender … a mudar. E neste último ano graças ao "Luís Graça e Camaradas da Guiné" foi um autêntico "mestrado"…

Voltarei a este Diário da CCaç 675 daqui a algum tempo para te contar umas histórias "paralelas" que aconteceram…

3 - Cabe agora a vez ao Alto-Comissário Joaquim Mexia Alves que é de facto a generosidade em pessoa. Ter "participado" nos seu último aniversário em Alcobaça foi um privilégio e gostei muito de conhecer a sua mulher e filhos. Em relação à "sua" prenda vou-lhe hoje contar um "segredo". A garrafa de Ginja de Alcobaça foi arranjada de véspera e à pressa pois nem sempre é fácil conseguir este licor precioso.

Pedi a um amigo que tem uma pastelaria no Centro Comercial de Alcobaça. Não as tinha à venda mas tinha um pequeno stock em casa. Dispensou-me uma garrafa e quando me propunha pagar o seu custo disse-me:
– Se é para uma gajo que esteve na Guiné… não é nada… porque eu também lá estive.

Antes de fazer este apontamento fui confirmar nome, posto, companhia e tempo de serviço do meu "fornecedor": José Fernando de Sousa Santos, Furriel Mil de Infantaria, CCaç 1500 (Jan de 66 a Dez 68), com passagem por Bolama, Cufar, Bafatá, Teixeira Pinto e Saravaca (na fronteira com Senegal).


4 -Volto agora ao Luís para lhe contar como "apareceram" as peças de cristal respeitantes ao V Encontro da Tabanca Grande. Peças únicas e personalizadas…e com "Palanca" em vez de "Tabanca", o que lhe duplica (pelo menos) o seu valor de peças raras…

Foram executadas por um amigo que tem uma pequena oficina de transformação de cristal e vidro, que já conheceu dias melhores. Já teve uns 10 empregados e hoje é o patrão e também o único empregado. Fiz a encomenda dei-lhe os dados que pretendia e no dia aprazado apareci para fazer o levantamento e pagamento das peças. Não perguntei o preço mas sabia que este tipo de peças ronda o preço unitário de 30 euros.
– Fernando,  quanto é que devo?
– Não deve nada.
–Eh pá, és maluco. Quero pagar. Não estás rico e sei que demoraste umas boas horas a fazer estas peças.

O Fernando ficou na sua e rematou:
– Sei que as peças se destinam a ex-combatentes da Guiné e …portanto…não me deve nada!

Dei-lhe um abraço e abalei. Comovido com o seu gesto.

O Fernando Filipe tinha cumprido serviço militar entre 1977 e 79 no  RLL, em Lisboa. No Regimento de Lanceiros onde se "passou" parte do 25 de Novembro, como gosta de recordar.

O Fernando, que desde jovem – devido ao seu "cabedal"  – era conhecido pelo "Tarzan",  foi um Polícia Militar invulgar.  Não gostava de "injustiças" nem de "Chico-espertos". Numa ronda à noite, em Lisboa, apanhou um 1º. Cabo (comandante da sua viatura) que começou a ordenar repetidas paragens para "abordar" militares. A ideia do "nosso" Cabo era mostrar a sua farda de PM e a sua importância .O Fernando não gostou e disse-lhe:
– Eh pá,  ou acabas com essa merda ou levas um chapadão no focinho.

O 1º. Cabo parou com as suas merdas, conta o Fernando com o seu ar tranquilo…

5- Estas duas singelas "estórias" demonstram como é generosa e rica a nossa família de ex-militares. E este património ninguém nos pode tirar …nem aplicar impostos!

Com fraternal estima aceitem um grande abraço do velhote de Alcobaça, "cara-nova" do V Encontro de Monte Real.

JERO


Em tempo:

Para o Manuel Joaquim da CCaç 1419,que deixou um novo comentário na mensagem "Guiné 63/74 - P6676: V Convívio da Tabanca Grande ...

"(...) A minha gratidão pelas palavras amigas e pela recordação da sua passagem por Binta em Outubro de 1965. Tenho uma ideia do nosso encontro pois já nessa altura era o "relações públicas" da Companhia. E obviamente que tínhamos que receber bem quem nos trazia o feijão frade e as latas de atum. Se me deres a tua direcção tenho todo o gosto em te enviar esse 'Diário' de 1965 em fotocópias. Portanto,  caro Manuel Joaquim, até breve, se Deus quiser. JERO"
_____________
Nota de L.G.:

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6703: V Convívio da Tabanca Grande (16): A Guiné em Monte Real ou um Encontro de camarigos (Joaquim Mexia Alves)

1. Depois de uma arreliadora avaria nesta máquina infernal (PC), que não sendo muito importante, dele acabamos por depender, dava uma vista de olhos pelo monte do correio acumulado, e eis que encontro esta pérola cintilante, entre as mensagens à espera de tratamento:

Meu caros camarigos editores
Estava para aqui sentado, à distância de quase uma semana do nosso encontro e, de repente surge o anexo!

Eu gostava de vos agradecer a todos, editores, camarigos que connosco estiveram, aos que não puderam estar, e às camarigas que deram a graça a um encontro que corria o risco de ser um "almoço de velhos" nas suas recordações.

Agradecer também a generosidade de todos os que contribuíram para amenizar a falta dos que não puderam estar e que tanta falta fizeram, porque «todos não somos demais»!

Aqui fica a pobreza dum escrito em fraca rima, mas que sai do coração.

Um grande, forte e camarigo abraço, desta vez primeiro para elas, as vossas mulheres que tão bem vos acompanham, e depois para todos os camarigos, mais apertado e com batimento de mãos nas costas!!!
Joaquim

Foi assim que saiu e é assim que vai... se tiver erros, paciência!!!
Monte Real, 2 de Julho de 2010



2. Joaquim Mexia Alves foi o responsável máximo pelo organização dos três últimos Encontros da Tertúlia, que tiveram um êxito assinalado. Este ano não fugiu à regra, apesar das anormais ausências de pessoas inscritas, quase todas devidamente justificadas. Cremos, não voltará a acontecer.
CV

Aspecto do exterior do Palace Hotel de Monte Real, quando se atacavam já as Entradas e se trocavam as primeiras palavras entre camaradas e acompanhantes.


Aqui fica o poema do incansável Mexia Alves*:


A GUINÉ EM MONTE REAL OU UM ENCONTRO DE CAMARIGOS

A manhã nascera auspiciosa!
O Sol já brilhava
mesmo antes de eu abrir os olhos,
que afinal estavam abertos
há longas horas na noite.
“Quem tem responsabilidades
não dorme”,
diz o ditado,
que eu levei à letra
nessa ansiosa e longa noite.
Chego a Monte Real,
discretamente,
não quero ainda ver ninguém,
pois preciso de ultimar listas,
pensar nas palavras,
que hei-de dizer,
mas que depois de pensadas,
não sairão,
ficaram caladas,
porque nessas alturas
apenas manda o coração.
Chego-me então a eles,
aos primeiros,
que já chegaram,
e a conversa começa,
pelo meio dos abraços.
Um aperto de mão aqui,
um beijo dado ali,
nas mulheres que acompanham,
os homens da guerra ida,
e é tal a confusão,
que quase dou beijos também,
aos homens que vão chegando,
pelo meio de embaraços.
Lembras-te de mim?
Eu lembro-me de ti!
Terás estado em Farim?
Ou Mansoa, ou Bafatá?
Eu estive no Pidjiquiti,
Gadamael, Canquelifá.
Surgem os nomes de tanta terra,
estranhos nomes,
de longínquos lugares,
feitos presença agora,
numa nova vivência
de uma já antiga guerra.
Oh pá, e o coiso?
Que é feito dele?
E aquela emboscada,
aquele ataque,
aquela picada,
aquela operação,
aquela noite mal passada,
à espera da evacuação?
Estás mais gordo!
Estás mais magro!
Olha o que estamos todos,
é cada vez mais velhos!
Eh pá,
Aquele nosso amigo,
lá se foi!
Que queres, pá,
todos temos de partir!
Mas sabes do que ele gostava?
Era assim de nos sentir,
de nos acompanhar a falar,
a contar histórias sem fim,
era de nos ouvir a rir.
E o Sol aperta,
o calor traz recordações,
de manhãs que nasciam quentes,
como se não houvesse frio,
ali naquelas paragens.
Fala-se daqueles que lá ficaram,
dos filhos daquelas gentes,
que ao nosso lado lutaram.
Toldam-se os olhos,
aperta-se o coração,
e quase num grito mudo,
dizemos uns para os outros:
hoje não, pá, hoje não!
Finalmente já sentados,
(posso descansar um pouco),
uns conversam,
outros estão calados,
e outros há ainda,
que de tanto falarem,
tem de beber um copo,
atrás de outro copo,
o que parecendo que não,
lhes solta ainda mais a língua!
Ai pecado meu, pecado meu!
E há discursos,
E discursatas,
e homenagens,
e histórias,
e bravatas!
E há quem cante,
e também toque,
quem encante,
e quem também vá…
a reboque!
Serenamente,
elas estão ali,
orgulhosas dos seus homens,
pensando bem no seu intimo:
nem sabes o que eu passei…
apenas e só por ti!
Cai a noite,
o dia chegou ao fim.
Cala-se lentamente o vozear,
há promessas de encontros,
torna-se difícil partir.
Há abraços repetidos,
uma vez e outra vez,
“está no ir, está no ir”,
mas só apetece ficar,
a falar, a recordar,
a contar mais uma história
para a qual já não há tempo,
para o ano,
para o ano, talvez!
Depõe-se as armas,
despem-se os camuflados,
tiram-se as pinturas de guerra,
e apresenta-se um ar “normal”!
É que durante umas horas,
quase sem ninguém se dar conta,
esteve a Guiné toda inteira,
um dia em Monte Real!


Monte Real, 2 de Julho de 2010
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 8 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6697: 20 Anos depois da Guiné, à procura de mim (J. Mexia Alves) (7): Eu sei quem sou

Vd. último poste da série de 2 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6669: V Convívio da Tabanca Grande (11): Caras novas (Parte II): Jorge Araújo, Acácio Correia, Manuel Carmelita, Eduardo Campos, João Malhão Gonçalves, Júlia Neto, Arménio Santos.. (Luís Graça)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6676: V Convívio da Tabanca Grande (15): Caras Novas (Parte IV ): O JERO, aquele rapaz de Alcobaça e de Binta, lembram-se dele ? (Luís Graça)


From: Nhabijoes | 4 de Julho de 2010 | 2 visualizações


Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. O Jero, ao lado do Joaquim Mexia Alves, faz entrega ao Luís Graça de uma lembrança do evento: uma bonita peça de cristal de Alcobaça, sua terra querida... Dizeres: V Convívio da Tabanca Grande, Mapa da Guiné-Bissau, Luís Graça. Neste vídeo, segundo eu percebo (há um grande ruído de fundo), ele confessa que o nosso blogue, liderado discretamente por mim, mudou a sua vida... Só espero que para melhor. A confissão, vinda de um amigo, tem que passar pelo sistema de triagem... A lembrança (mesmo que o gravador tenha trocado a Tabanca Grande por Palanca Grande) merece as minhas mais enternecidas palavras de agradecimento e reconhecimento... (LG)


Vídeo (1' 25''): Luís Graça(2010). Alojado em You Tube > Nhabijoes



O JERO ou José Eduardo Oliveira é um dos mais produtivos membros do nosso blogue (já com mais de 60 referências ou marcadores), para o qual entrou há menos de um ano...


Natural de Alcobaça, bancário reformado, director adjunto do jornal local, ofereceu-se de imediato para organizar o V Encontro Nacional da Tabanca Grande. Acabámos por optar por Monte Real, e associá-lo à Comissão Organizadora (de que fizeram parte, além dele, o Carlos Vinhal, o Joaquim Mexia Alves, o Miguel Pessoa e o Belarmino Sardinha).


O JERO é daqueles camaradas que, uma vez apresentados, se tornam,  ao fim de cinco minutos, velhos conhecidos, que a gente se apressa a pôr na lista dos amigos favoritos... Ele é a gentileza em pessoa, uma doçura como os licores e doces da abadia à sombra da qual nasceu e cresceu a sua terra. E tem uma qualidade que é rara entre os primatas: pratica a amizade, é gentil, é prestável, é leal, sem quaisquer pretensões de protagonismo, sem intriga, lisonja ou má-língua... 


Cara nova ? Sim, é a primeira vez que ele vem a um Encontro Nacional da Tabanca Grande. Razão por que merece este destaque.




Dedicatória do então Cap Inf Tomé Pinto, comandante da CCAÇ 675, oferecendo ao autor (Fur Mil Enf Oliveira) o livro que ele (JERO) escreveu e o capitão editou, em 1965... Uma edição limitada, rodeada de cautelas próprias da época: afinal, tratava-se de um diário com material classificado e que, como tal, não podia ser manuseado por qualquer pessoa...  A Nação estava em guerra, mas era bom que pouco ou quase transpirasse para a rua... Havia, na época, o entendimento de que a segurança (não apenas nacional, mas dos homens que combatiam em África) estava em primeiro lugar... Terá sido uma tragédia, para este país, a conspiração do silêncio à volta de um guerra que a censura (política e militar) só muito tardiamente chegasse a ser posta na agenda política e social dos portugueses... A palavra de ordem era, então, "A Pátria Não Se Discute" (Salazar).








Capa (original) do livro, "Comp CCAÇ 675, Nunca Cederá", da autoria do JERO. Edição do Comandante da Companhia, Tomé Pinto, em 1965 (hoje, Ten Gen Ref; julgo que foi também padrinho de casamento do JERO e da 


Exemplar nº 10. Dedicatória, manuscrita, do autor, Fur Mil Enf José Eduardo Oliveira: "*Para os meus queridos Pais, Avó e Irmã: A história de um ano de Guiné que eu não vos contei nas minhas cartas.  Vosso, José Eduardo. Binta, 1 Out 65".







Imagens digitalizadas por L.G., a partir de um exemplar, original, gentilmente cedido por (e já devolvido, em Monte Real, no dia 26 de Junho passado,  a) o JERO, aquela jóia de moço de Alcobaça e de Farim, que insiste em tratar-me, para grande constrangimento meu, por comandante... Por fim, publicidade é devida à marca LineCrystal, da empresa Alcoplas, Lda, com sede em Alcobaça. 


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 Nota de L. G.:


  3 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6670: V Convívio da Tabanca Grande (12): Caras novas (Parte III): O João Barge, da CCAÇ 2317, que foi meu actor em A Cantora Careca, com o Rui Barbot/Mário Claúdio... (Carlos Nery)

sábado, 3 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6670: V Convívio da Tabanca Grande (14): Caras novas (Parte III): O João Barge, da CCAÇ 2317, que foi meu actor em A Cantora Careca, com o Rui Barbot/Mário Claúdio... (Carlos Nery)











 Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné  > (*) Em cima (as três primeiras imagens), o João Barge e o Carlos Nery... Em baixo, o João Barge, ao meio, com o Idálio Reis (à direita, segurando uma cópia das letras do Cancioneiro de Gandembel) e o camarada,  advogado da Tabanca de Matosinhos, que, na Guiné, chegou a ser graduado capitão ou comandou a sua companhia (Imperdoável: não fixei o seu nome, espero que o Carlos Vinhal ou o Eduardo me dêem uma ajuda para colmatar esta branca; é outra cara nova nos encontros da Tabanca Grande, e que não precisa de convite para se juntar aos bravos do pelotão).

 

1. Comentário, com data de hoje,  de Carlos Nery ao Poste P6630:





E não é que, em Monte Real, fui encontrar o João Barge, outro dos "meus" actores de Bissau?!

O João, afinal, faz parte da Tabanca Grande e descobri-o agora, esteve comigo em Buba, também.

Eu explico, houve uma altura em que Buba foi terra de "muitas e desvairadas" gentes. Abria-se aquele "elefante branco" que foi a Estrada Nova, (um dia falarei nessa empresa que custou vidas, sofrimento e imenso esforço e que nunca serviu para nada); uma das unidades que ali esteve, creio que durante três meses, foi a companhia que estivera em Gandembel, a CCaç 2317, a que o Alf João Barge pertencia.

Certamente que o conheci nessa altura mas não me recordo. Mais tarde, quando em Bissau decidimos fazer A Cantora Careca,  creio que não tive a noção daquilo que havia sido a experiência de guerra do João.

Várias vezes o Barbot [hoje, o escritor Mário Claúdio,] me perguntara, mais recentemente, pelo João. Dali mesmo, de Monte Real, lhe comuniquei que o encontrara, finalmente, e que estávamos ali os dois. Pois está "na calha" um encontro, algures, destes três amigos!


2. Comentário de L.G.:

Como a gente costuma dizer, quando estamos sentados debaixo do poilão da Tabanca Grande, à sombrinha, protegendo-nos dos rigores da canícula, e descansando o corpinho da longa e difícil jornada do dia, "o mundo é pequeno e o nosso blogue... é grande!". 

O João, já o conhecia, superficialmente, de um dos primeiros convívios da Tabanca do Centro. Ele é natural de (ou residente em) Leiria. Agora, o que não imaginava que ele era também um dos homens-toupeira de Gandembel e um dos famosos letristas do Cancioneiro de Gandembel. Daí ele aparecer ao lado do Idálio Reis que, de resto, me ficou de mandar uma cópia das letras do Cancioneiro (que não se resumem ao hino)... 

O João Barge, ex-Alf Mil, de rendição individual, que passou pela CCAÇ 2317 (Gandembel e Ponte Balana, 1968/69), vai honrar-nos, naturalmente, com a sua adesão formal à Tabanca Grande: falta-nos mandar a "chapa da tropa"...  A pouco e pouco, o encenador Carlos Nery vai juntando os actores que deram brado, em Bissau, no QG, na representação da peça A Cantora Careca, de Eugénio Ionesco (1909-1994), o franco-romeno, considerado um dos pais fundadores do Teatro do Absurdo. [Para quem quiser saber mais, vd. aqui o  texto em português de A Cantora Careca].


3. Comentário (posterior) de Arménio Estorninho:

Olá, Camarada e Amigo Carlos Ner  (já conhecemo-nos de Buba e dos almoços-convívio). Lá vai uma ajudinha aqui das bandas do Sul e com forte calmeiro de Sueste.

Na foto quatro, o Camarada e Amigo não identificado, trata-se do ex-Capitão Graduado  Inf Eduardo Moutinho F. Santos, hoje Advogado na cidade do Porto.  Comandou a CCaç 2381 "Os Maiorais", 1968/70 e tomando posse a 09/11/69, em Empada.

Distinto Oficial, Alferes Mil da CCaç 2366/BCaç 2845, foi Graduado em Capitão por actos praticados em combate que ilustram as Forças Armadas, por Despacho de 03/11/69 de S.Exª o General Comandante-Chefe.

Assim como, em 14/12/69, foi atribuído ao Comando da Unidade,  além da responsabilidade Militar, a da Administração Civil do Sub-Sector. Pela primeira vez na Província da Guiné.

Com um abraço amigo
Arménio Estorninho 

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Nota de L.G.:


(*) Vd. último poste desta série > 2 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6669: V Convívio da Tabanca Grande (11): Caras novas (Parte II): Jorge Araújo, Acácio Correia, Manuel Carmelita, Eduardo Campos... (Luís Graça)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6669: V Convívio da Tabanca Grande (13): Caras novas (Parte II): Jorge Araújo, Acácio Correia, Manuel Carmelita, Eduardo Campos, João Malhão Gonçalves, Júlia Neto, Arménio Santos.. (Luís Graça)



Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné > Pessoal da CART 3494 (Xime e Mansambo, 1971/74), visivelmente bem disposto, à hora dos aperitivos & entradas: Jorge Araújo  (Almada), António Costa (Mem Martins / Sintra), Acácio Correia (Algés / Oeiras), António Sousa Bonito (Montemor-O-Velho) e Sousa de Castro (Viana do Castelo)... O Jorge e o Acácio são caras novas nos nossos encontros.


O Acácio (ex-Alf Mil) entrou há muito pouco para a nossa Tabanca Grande. O Jorge (ex-Fur Mil) vai entrar em breve, faltando mandar-nos um foto do antigamente, e apresentar-se ao pessoal atabancado, como manda o figurino (De qualquer modo, o seu nome já na nossa lista, na letra J)...


O Bonito (ex-Fur Mil) já é repetente (esteve na Ortigosa, em 2009, mas estranhamente o seu  nome não consta da lista alfabética dos Amigos e Camaradas da Guiné, o que é imperdoável... Vamos regularizar a situação, pedindo também ao Bonito para nos mandar uma chapa da tropa... Entretanto, o seu nome passa já a figurar na nossa lista, na letra A, de António...


Quanto ao Sousa de Castro, foi com especial alegria que eu o revi e o abracei: como eu já tenho dito e redito, se não fosse um mail dele, em Abril de 2005, o blogue Luis Graça & Camaradas da Guiné nunca teria existido, pelo menos neste formato... É da autoria dele o poste nº 6, de 22 de Abril de 2005, todos os outros anteriores são meus, remontando o primeiro a 23 de Abril de 2004, um ano antes (quando o blogue ainda se chamava simplesmente Blogue-Fora-Nada).


Vídeo (34''): Luís Graça (2010). Alojado em You Tube > Nhabijoes



 Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné  > Outra cara nova, o Manuel Carmelita, de Vila do Conde (Veio acompanhado da esposa, Joaquina; vivem em Vila do Conde; ele é um grande fotógrafo, de tal maneira de que a Tabanca de Matosinhos já é pequena para ele; não sei nada da sua vida militar na Guiné, só sei que foi professor primário)...

Desta vez, foi o fotógrafo que foi apanhado pelas objectivas do Jorge Canhão e do Carlos Vinhal... Não tenho a certeza, sequer, de lhe ter dado uma palavrinha em Monte Real. Indesculpável, camarada Carmelita, mea culpa, mea culpa!... Até um dia destes, na Tabanca de Matosinhos. Mas fica aqui o convite para actualizares o teu cadastro e regularizares a tua situação na Tabanca Grande (donde já constas, na letra M)...

Fotos: © Jorge Canhão; Carlos Vinhal (2010). Direitos reservados


Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné > Sousa de Castro, o antigo 1º Cabo Radiotelegrafista da CART 3494 (Xime e Mansambo, 1971/74), e hoje técnico fabril reformado dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, exibindo um velho Emissor / Receptor AVP1 usada na nossa "guerra a petróleo" (como diria o António Costa, que capitaneou
a rapaziada da CART 3494)...

Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné > Outra cara nova... O Eduardo Campos, esse, sim  1º Cabo Trms (CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74), matando saudades do velhinho AVP1, numa simulação de comunicação com o Sousa de Castro... O Eduardo é cunhado do J. Casimiro Carvalho, o Pirata de Guileje (e herói de Gadamael), a Ana Carvalho(que esteve no nosso encontro) é sua mana. O Eduardo esteve recentemente na Guiné-Bissau. Pedi-lhe para escrever mais umas notas de viagem. Foi a tudo o que era sítio, incluindo a famosa Ponte de Caium (tenho aqui duas fotos dele para entregar pessoalmente ao Jacinto Cristina).

Fotos: © Sousa de Castro  (2010). Direitos reservados

Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné &gt > Nesta foto, da esquerda para a direita: Isabel, esposa do nosso camarada Pereira da Costa (estiveram no nosso IV Encontro, em 2009); duas caras novas no Encontro, a Leonor e a Júlia Neto, respectivamente, neta e viúva do nosso saudoso Capitão Zé Neto, e finalmente António Estácio, também um estreante nos nossos convívios.

Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné &gt > Surpreendido pela objectiva de Mário Fitas, um representante da CART 2732, João Malhão Gonçalves que quis sentir de perto o nosso ambiente. Fez-se acompanhar da sua esposa Gracinda. Na foto reconhecem-se ainda os veteranos do Blogue, Xico Allen e António Santos. O João está igualmente convidado a ingressar na nossa Tabanca Grande.

Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné >  Mestre e ex-aluno (da Lusófona), dito de outra forma, o nosso camarada Jorge Cabral e o novo tertuliano e também estreante nos Encontros da Tabanca Grande, o Arménio Santos (dirigente sindical e deputado).


Mais fotos estão disponíveis no Álbum Picasa, na conta do nosso co-editor Carlos Vinhal:

(i) Fotos de Manuel Carmelita


(ii) Fotos do Mário Fitas




Vídeos disponíveis no You Tube, na conta do Sousa de Castro:



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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste anterior desta série: