Mostrar mensagens com a etiqueta Penafiel. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Penafiel. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24973: Facebook...ando (47): José Claudino da Silva, "o Puto de Senradelas": o novo livro de memórias, apresentado no passado dia 15, na sua terra natal, Penafiel







Penafiel > Biblioteca Municipal > 15 de dezembro de 2023  > Apresentaçáo do último livro de José Claudino da Silva, "O Puto de Senradelas". Teve um momento musical, a cargo do Grupo dos Amigos da Viola Amarantina.

Fotos: Cortesia dos Amigos da Biblioteca de Penafiel (com a devida vénia...)


1. O nosso camarada José Claudino da Silva (ex-.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74); membro da Tabanca Grande desde 18/10/2017; com mais de 54  referências no blogue;  autor da série "Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva" , de que se publicaram mais de 70 postes; nascido em Penafiel, em 1950; reside em Amarante) acaba de publicar mais um livro, "O Puto de Senradelas", neste caso de memórias de infância e adolescescència, pelo que se depreende de alguns excertos publicados ma sua página no Facebook.

Da sessão de lançamento, realizada na Biblioteca Municipal de Penafiel, no passado dia 15 de dezembro, apresentamos algumas fotos (cortesia da página do Facebook dos Amigos da Biblioteca de Penafiel) (*)

Os “tampos” e a política,

Pelo Puto de Senradelas



A camisola feita pela minha avó,
no Natal de 1968,
é que deu classe
ao Puto de Senradelas
(Página de Facebool do autor,
8 de dezembro de 2023) 

Na minha adolescência adorava os bailes que se realizavam nos salões dos bombeiros, nos salões paroquiais, nas vindimas e desfolhadas, ou aonde houvesse uma concertina ou gira-discos.

Lembro-me principalmente das centenas de “tampos” que levava, das raparigas que se recusavam a dançar comigo.
 
Eu, qual Benjamim armado em dançarino, ficava encostado num canto, sentindo-me o bobo do baile. Quando alguma rapariga, por pena, aceitava dançar comigo, de tão nervoso, nem o ritmo do tango ou do passo-doble acertava.

Na minha vaidade de adolescente, interrogava-me constantemente das razões de levar tantos “tampos”.
Finalmente descobri!
 
Descobri que na minha ânsia de dançar, convidava qualquer uma, por azar, normalmente nem eram as mais bonitas, embora fossem as que dançavam melhor.
 
Ora, quando convidava alguma das mais bonitas, elas ao perceberem que primeiro eu convidara as mais feias, não aceitavam, e pior, olhavam para mim com tal sobranceria que eu me afundava no soalho do salão.

A partir dessa constatação passei a convidar, sempre em primeiro lugar, a mais bonita. Achava eu que depois, todas as outras, aceitariam dançar comigo. Enganei-me redondamente e passei a levar “tampos”, dumas e doutras, até que me habituei e deixei de me importar.

Alguns anos mais tarde, quando julgava já ter experiência a escolher com quem dançar, escolhi em primeiro lugar os políticos feios e levei “tampos” dos bonitos. Em seguida, escolhi políticos bonitos e levei “tampos” dos feios.

A estas situações ainda não consegui habituar-me. Só que agora há dez milhões a levar “tampos” como eu, e, isso, independentemente da escolha que façamos.

O Puto de Senradelas

(Fonte: José Claudino Silva, página do Facebook, 12 de novembro de 2023)

(Revisão / fixação de texto: LG)
__________

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24607: Facebook...ando (34): José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74): primeiro aerograma que escreveu à namorada, em 27/6/1972: fui almoçar num bar perto do Cumeré, paguei 70$00 e fiquei cheio de fome...





1. Postagem de José Claudino da Silva, 29 de agosto de 2023, no Facebook da Tabanca Grande Luís Graça  
 [é autor da série "Ai, Dino, o que te fizeram!... Memórias de José Claudino da Silva, ex-1.º cabo cond auto, 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) ", de que se publicaram 
mais de 70 postes (*); é membro da Tabanca Grande desde 18/10/2017); tem mais de meia centena de referências no blogue; foto à direita, o nosso camarada, nascido em Penafiel, em 1950; reside em Amarante; tem livros publicados e página no Facebook ]:

Cheguei á Guiné no dia 26 de junho de 1972, no dia seguinte em Cumeré paguei 70 escudos por uma refeição.

Naquele tempo a mesma custava 8 escudos na metrópole. Está a prova neste aerograma 
[que se reproduz e transcreve acima]. (**)




Primeiro  aerograma enviado pelo José Claudino da Silva, à sua namorada [Maria Amélia Moreira Mendes] depois de chegar à Guiné. 

Trata-se de um excerto. O aerograma não está completo, acaba aqui, deveria ter mais folhas; "Fiquei cheio de fome, e paguei 70$00, as cervejas são a" [...]. 

Vamos pedir ao nosso camarada para disponibilizar a segunda parte. Para além de informação sobre preços que se praticavam em 1972, em Bissau, o aerograma tem outro interesse documental, por nos dar conta das primeiras impressões de um "periquito" chegado à Guiné, "uma terra onde todas as pessoas nos parecem suspeitas, e hostis, e logo por azar nem bebidas há na cantina"... 


Transcrição  [fixação e revisão de texto: LG]

Cumeré, 27/6/72  1ª [folha]

Meli, saudosa e querida: 

Espero desde já dar-te um pouco de alegria com as poucas notícias que vou passar a contar-te, ou tristeza, isso depende de ti.

Devo dizer-te que o resto da viagem decorreu bem, e sinto-me para já óptimo.

No que diz respeito às impressões que me causou a Guiné, devo confessar-te que me sinto maluco, um calor que nem em calção se suporta, uma terra onde todas as pessoas nos parecem suspeitas, e hostis, e logo por azar nem bebidas há na cantina. A água parece que foi aquecida ao lume, e há pouca.  A única satisfação que me resta é que aqui não há guerra, e a vida que levo é boa, só tenho a dizer que isto não interessa a ninguém pelo resto.

Cumeré situa-se a 6 km de Bissau, mas para se chegar lá tem que se percorrer 45, por não haver estradas a direito, e ter um rio muito largo.

Eu vim para Cumeré separado da minha companhia, juntamente com mais 6 condutores, e só daqui a três semanas é que me junto a ela, por isso, embora me escrevas, não receberei correspondência de qualquer espécie, a não ser daqui a essas três semanas. Terei que ter paciência e suportar esse tempo, depois provavelmente recebo tudo junto, não tenho alternativa e resigno-me.

2ª [folha]

Espero que mesmo assim não me deixes de escrever, porque eu farei o mesmo. 

No local onde me encontro é um quartel  de instrução de adaptação ao terreno para condutores, e de I.A.O., e estão aqui mais de 600 homens, entre eles mais de 20 colegas de Penafiel, e conhecidos da recruta, etc., etc. Foi bom assim, [pois não me] sinto só.

A única coisa que me lixa é  a falta de bebidas, e o calor sufocante que aui está é insuportável. Além disso, os mosquitos  não nos deixam dormar, é uma loucura uma pessoa vir para aqui, mas não temos outro remédio, e temos que aguentar, ou melhor ou pior.

Aqui nos subúrbios do quartel há um bar, dirigido por um branco, onde servem refeições. Eu fui lá almoçar, pois aqui a comida não presta. Fiquei cheio de fome, e paguei 70$00, as cervejas são  a [...]


Foto (e legenda): © José Claudino da Silva (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


2. Excerto do poste P18002 (***):

(...) Estou agora a lembrar-me que fui sempre um pouco medricas e mesmo que, ao chegar a Bissau, tivesse sido separado dos meus camaradas da 3ª companhia porquanto eles foram para Bolama e eu fui para Cumeré. O que é certo, por aquilo que escrevi, logo no primeiro dia que pisei solo africano, não tive um receio por aí além. Dizia eu!

“Em Cumeré estamos a tirar o I. A. O. (Creio que a sigla significa: Instrução de Aperfeiçoamento Operacional) Aqui não há guerra mas as pessoas parecem-me todas hostis. Neste quartel estão cerca de 600 homens. O calor é sufocante e não há bebidas frescas, nem grande comida e se eu achava caro uma refeição no Porto custar7$50, já me avisaram que fora do quartel custa 70$00. Vê bem que ladrões. Acho que são brancos que vivem a explorar os 'Periquitos' como nós”. (**)


3. Comentário do editor LG:

Usando o conversor da Pordata, verificamos que 7$50 e 70$00 em 1972 valeriam hoje (2023),  2,00 €  e 18,00 €, respetivamente. 

Ao escudo ("peso") da Guiné (emitido pelo BNU - Banco Nacional Ultramarino), temos que abater 10% (de acordo com a taxa de câmbio que se praticvaa então em Bissau)...Se uma refeição no Porto custava, a preços de hoje, 2,00 €, em 1972, em Bissau, custaria  16, 2 €  (=18 € x 0,90).

Em 1969, uma refeição (bife com ovo a cavalo + cerveja) em Bafatá, no restaurante "Transmontana", custava-me  20 "pesos", o equivalente, hoje, a 6,30 €  (=7 €  x 0,90).

Como se vê, de 1969 para 1972, a inflação (ou a especulação, típica da economia de guerra) deu cabo do patacão dos desgraçados dos combatentes que íam parar com os quatro costados à Guiné!

Uma explicaçáo sobre o converssor da Pordata: 

"Esta ferramenta permite converter para preços do ano corrente qualquer montante monetário do passado, desde 1960, utilizando o deflator anual do Índice de Preços no Consumidor (IPC) "base 2012". Trata-se de transformar valores a preços correntes/nominais em valores a preços constantes/reais, descontando a inflação"
_______________

Notas do editor:

(***) Último poste da série > 23 de agosto de 2023 > Guiné 61/74 - P24581: Facebook...ando (33): António Alves da Cruz, ex-fur mil, 1.ª CCaç / BCAÇ 4513 (Bolama, Aldeia Formosa, Nhala e Buba, mar1973 / set 1974); vive em Almada

terça-feira, 11 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23697: Convívios (944): Rescaldo do XXVII almoço/convívio dos Antigos Combatentes da Vila de Guifões, Matosinhos, levado a efeito no passado dia 5 de Outubro em Santa Marinha do Zêzere, Baião (Albano Costa, ex-1.º Cabo At Inf)

Escadaria da Senhora do Sameiro - Penafiel. Foto de família dos Combatentes de Guifões participantes no XXVII Convívio

1. Mensagem do nosso camarada Albano Costa (ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 4150 (Bigene e Guidaje, 1973/74), com data de 10 de Outubro de 2022:

No passado dia 5 de Outubro de 2022, depois de dois anos de interregno, voltamos aos nossos convívios.

É sempre o dia em que os Combatentes da Vila de Guifões - Matosinhos, se reúnem para celebrar o seu convívio anual. Este ano, para o XXVII, o local escolhido foi a Quinta das Hortas, em Travassos, Santa Marinha do Zêzere, Baião.

Logo de manhã foi colocada 
uma coroa de flores no monumento aos Combatentes em Guifões.
Seguidamente fomos em dois autocarros com destino à Quinta das Hortas. Pelo caminho fizemos duas paragens para irmos confraternizando, a primeira em Penafiel e de seguida no Jardim do Sameiro, em Penafiel. Finalmente chegamos ao local do convívio, onde fomos recebidos pelas concertinas que nos deram logo ali as boas vindas.
Depois foi servido o almoço (serviço muito bom, aproveito para dar os parabéns ao Sr. César da Quinta das Hortas pela magnifica recepção que nos fizeram todo o tempo que lá permanecemos, não faltando com nada e com e qualidade), o tempo foi pouco para tanto convívio, mas tínhamos uma lembranças para oferecer a todos os combatentes na Guiné, e mais uma rosa para cada senhora.
A comissão do evento agradece ao senhor Presidente da União de Freguesias de Custóias, Leça do Balio e Guifões, Sr. Eng. Pedro Gonçalves, por todo o apoio prestado à comissão deste evento.

Por fim foi o regresso novamente a Guifões, onde chegámos pelas 21 horas, uma viagem feita sem sobressaltos e com vontade de para o ano celebrar o nosso XXVIII convívio.


Albano Costa
____________

Nota do editor

Último poste da série de 10 de Outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23692: Convívios (943): Rescaldo do Almoço / Convívio dos antigos Militares da CCAÇ 2797; Pel Canh S/R 2199; Pel Caç Nat 51 e Pel Caç Nat 67, levado a efeito no passado dia 8 de Outubro em Leça da Palmeira (José Alberto Mota, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 2797)

quinta-feira, 19 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20750: (Ex)citações (364): Os Romanos, uns colonialistas, gananciosos e exploradores, vieram encontrar os pré-portugueses do território de Penafiel a habitar em "bandos" (Manuel Luís Lomba, ex-Fur Mil CAV)

1. Comentário do nosso camarada Manuel Luís Lomba (ex-Fur Mil da CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66) publicado no P20744 de 18 de Março de 2020:

Correspondo ao alto evento cultural, útil e proveitoso (das feijoadas, bacalhau, tripas, rojões, cabrito, cabra velha, sável, lampreia e enguias), promoção "em bando" pelos camaradas "bandalhos", culminada com a romaria ao Castro de Mozinho, e à sua viral provocação ao "corno-vírus" (nuance fonética popular), enriquecendo-a com apontamento referido à sua pré-história.

Os Romanos, uns colonialistas, gananciosos e exploradores, vieram encontrar os pré-portugueses do território de Penafiel a habitar em "bandos" os cumes dos montes, em "tabancas" amuralhadas, para melhor vigilância e defesa do IN, homem ou bicho mau, classificaram esses "bandalhos" de bárbaros e o sua urbanização de castrum (castro).

Eles adoravam o sol, viviam da caça e da pesca e ocupavam o seu longo tempo no jogo da malha, em folguedos ou no ócio, o trabalho excluído. E assentaram arraial, a nomadizar nele.

Roma carecia de minérios e de cereais, o homem e o burro só valem se trabalharem, caíram na asneira de forçar os "bandalhos" à sua organização e ao trabalho (as "bárbaras" tinham outras valências...) e eles viraram "terroristas", em pequenos bandos e os romanos a "lerpar" por tudo o que era montanha.

Os militares romanos pertenciam todos ao QP, não havia milicianos (o posto de Cabo Miliciano foi criatividade do Exército Português, para nos exigir serviço de sargento e de oficial ao custo do pré de praças), nem sabiam nem estavam dispostos a combater na montanha, a "ir para o mato".

E os Romanos demoraram quase dois séculos a empurrar os pré-portugueses das montanhas para os vales, para os conseguir controlar e fazer deles mineiros e "servos da gleba" - estratégia que recriaremos na Guiné, com os "aldeamentos". (Prosperaremos no negócio da escravatura africana, por termos descoberto e expandido o seu "mercado" mas, sobretudo, por termos sido escravos muito antes deles...).

Sei o nome do fundador deste "bando", o camarada Jorge Portojo In Memoriam, quiçá inspirado na "loiça" das Caldas, sei o nome do fundador do "bando" LG&C da Guiné, inspirado nos dinossauros ou na aguardente da Lourinhã?) e espero que aqueles bandalhos me ensinem o nome do comandante romano, não foi o que os levou em bando à taina da lampreiada e sável, mas foi que os levou em em bando a Mozinho. O que andou pela minha terra era general e patrício, descendente do deus Juno, o Senado de Roma atribuiu-lhe o título de O Galaico, chamava-se Decimus Junius Brutus e o dicionário adoptou este sobrenome para este qualificar certos indivíduos e suas atitudes.

Da da vossa parte, não o merecerei nem como indivíduo nem por este escrito.

Estimados camaradas, na esteira do fundador do bando LG&C, rezo para que o "corno-vírus" (nuance fonética popular) não tenha correspondido à vossa provocação, alojando-se no vosso bando, na esperança de não a rezar, por causa e consequências dele.

Manuel Luís Lomba
____________

Nota do editor

Último poste da série de 14 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20651: (Ex)citações (363); em dia de namorados, qual é a morna mais romântica de todos os tempos ? Segundo o "Expresso das Ilhas", é "A Força de Cretceu", a força do amor, poema do grande poeta da Brava, Eugénio Tavares, que nasceu (1867) e morreu (1930) em Nova Sintra

quarta-feira, 18 de março de 2020

Guiné 61/74 - P20744: Boas Memórias da Minha Paz (José Ferreira da Silva) (1): "Op Lampreia", levada a efeito no passado dia 12 de Fevereiro de 2020, pelo "Bando do Café Progresso - das Caldas à Guiné", em Penafiel

1. Em mensagem do dia 18 de Março de 2020, o nosso camarada José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), enviou-nos a primeira Boa memória da sua paz, neste caso da "Op Lampreia", levada a efeito no passado dia 12 de Fevereiro de 2020, pelo "Bando do Café Progresso - das Caldas à Guiné", em Penafiel.


BOAS MEMÓRIAS DA MINHA PAZ

1 - Op Lampreia


Há mais de onze anos que o pequeno grupo de ex-combatentes auto-denominado “Bando do Café Progresso - das Caldas à Guiné”, reúne, em convívio, todas as segundas quartas-feiras de cada mês.

Inicialmente, reunia na “Sede”, mas logo diversificou a iniciativa e avançou para oportunas deslocações/visitas, na procura de boa gastronomia, boas paisagens e bons conhecimentos da nossa história.
Sempre bem complementado por agradáveis e excelentes convívios.
O grande mentor desta iniciativa foi o falecido e saudoso Jorge Portojo, Homem muito ligado às belas imagens e interessantes histórias da sua cidade do Porto, bem como de toda a região nortenha.
Desde então, são já largas dezenas de eventos, bem aproveitados e bem vividos, sempre em ambiente de camaradagem excelente.Comemos as fartas feijoadas, o bacalhau à maneira, as tripas, os rojões, o cozido, o cabrito, a cabra velha, o sável, a lampreia, as enguias e tudo o que mais que possa ser apreciado da nossa patriótica e caseira gastronomia.
Claro que há programas que muito gostamos de repetir. E para que se tornem mais atractivos, enriquecemo-los com outras actividades sócio-culturais diferentes. Desta forma, vamo-nos entretendo saudavelmente, gozando os derradeiros tempos desta “comissão terrena”, com alegria, amizade e óptimo ambiente.



Desta vez, a 12 de Fevereiro, fomos à lampreia e ao sável lá para os lados de Rio de Moinhos, onde nos presenteou com a sua simpatia, o anfitrião José Manuel Cancela.
O ponto de encontro e de partida para estas deslocações costuma ser junto ao Estádio do Dragão. Não é por imposição do “Papa” nem por ordem do nosso “Presidente Vitalício”. Nem todos somos da mesma “religião” (há um ou dois infiéis, um “boavistoso” e outro da “cruz de Cristo”), mas esse lugar tornou-se no mais central e mais funcional para as nossas deslocações para “Além-Minho” e arredores.


A saída para Penafiel estava marcada para as 11H00, mas fomos interceptados por jornalistas da TVE que queriam saber a opinião do nosso Bando sobre a possível candidatura de San Iker Casillas à presidência da Federação Espanhola de Futebol. Todos manifestámos amor e a admiração pelo nosso Grande Casillas e aproveitámos para lhe desejar que, nessa nova função, sirva também de exemplo aos “maiores” do nosso futebol.
Em Rio de Moinhos, enquanto esperávamos outros camaradas, aproveitámos para disfrutar da deslumbrante paisagem, a partir da Capela de Nª Sª dos Remédios.



Tirada a foto de grupo, mesmo com as ausências do costume, entrámos para o Restaurante Do Paço. Como sempre, cada um senta-se onde quer ou se sente melhor. Também como vem sendo hábito, inicia-se a comezaina com as tradicionais entradas, para sossegar o apetite. A lampreia estava espectacular. O sável também. Apesar de ainda ser um pouco cedo para a dita (e mais cara!), comemos em abundância.



Após o almoço, partimos para Galegos a fim de visitarmos o Castro do Monte Mozinho, onde fomos honrados com a presença da Drª. Rosário Marques, que nos guiou e nos ilustrou com uma fascinante aula de História e Arqueologia.
https://www.youtube.com/watch?v=B13tRp-uV24


O Castro do Monte Mozinho já era habitado há cerca de 1000 anos quando por aqui apareceram os Romanos. Estes fizeram agrupar ali gentes dos vários castros vizinhos, dando início a uma romanização por mais de 600 anos.


O Castro estende-se por uma vasta extensão, ainda longe de ser totalmente explorada. Nesta foto vê-se uma campa com ossadas.


Não existem indícios que mostrem ter havido guerras ou revoltas durante esse período romano .


Digamos que estamos aqui perante a avenida principal que nos levaria à acrópole/praça/recinto central, ponto de encontro e de maior defesa.


Ao castro tradicional de casas de palha, arredondadas, foram se juntando, ordenadamente, as casas romanas em formato rectangular e, supostamente, cobertas com telha.


A Drª. Rosário Marques, Técnica da Câmara Municipal de Penafiel, deu-nos uma excelente aula de história e arqueologia.


Há 70 anos alguém encontrou um pote com 1500 moedas do Sec.V, o que despertou uma ambiciosa procura de mais achados valiosos. Assim se deu início à descoberta deste conjunto monumental de grande interesse arqueológico.


Fala-se que ali, na parte mais alta, havia uma grande estátua de um chefe guerreiro nortenho do tempo da era castreja (que não é o que figura acima com boina). Perguntámos se ele poderia ter alguma ligação com o tal Pinto da Costa, mas não obtivemos confirmação. De assinalar a reacção imediata de desagrado da parte de um "infiel", possivelmente mais ligado aos tempos da ocupação mourisca.


Nas óptimas instalações de apoio ao Castro Mozinho, recebemos imensa informação de grande interesse.


O Presidente do Bando esteve muito activo nos pedidos de esclarecimento e não só.


Foi, também, explicado que, quando as populações se foram afastando do castro, deslocando-se para junto de terras de melhor cultivo e maiores rendimentos, alguns indígenas se fixaram em Boelhe, junto à margem direita do Rio Tâmega e se tornaram famosos na criação e roubo de cabritos.

José Ferreira
(Silva da Cart 1689)
____________

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20557: In Memoriam: Os 47 oficiais oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar mortos na guerra do ultramar (1961-75) (cor art ref António Carlos Morais da Silva) - Parte XXXIII: Joaquim Pereira da Silva, maj art (Galegos, Penafiel, 1931 - Pelundo / Jolmete, Guiné, 1970)




1. Continuação da publicação da série respeitante à biografia (breve) de cada um dos 47 Oficiais, oriundos da Escola do Exército e da Academia Militar que morreram em combate no período 1961-1975, na guerra do ultramar ou guerra colonial (em África e na Ásia). (*)

Trabalho de pesquisa do cor art ref António Carlos Morais da Silva [, foto atual à esquerda], membro da nossa Tabanca Grande [, tendo sido, no CTIG, instrutor da 1ª CCmds Africanos, em Fá Mandinga, adjunto do COP 6, em Mansabá, e comandante da CCAÇ 2796, em Gadamael, entre 1970 e 1972 ]




Penafiel > Galegos > Novembro de 2006 > Jazigo da família Pereira da Silva > A urna, coberta com a bandeira nacional, contendo os restos mortais de Joaquim Pereira da Silva, um dos três majores que morreram em 20 de Abril de 1970, na sequência da Operação Chão Manjaco. [Vd. poste P1500, de 6 de fevereiro de 2007 (**)].

Foto (e legenda): © Afonso M. F. Sousa (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

2. Sobre a tragédia do Chão Manjaco (em que foram barbaramente assassinados pelo PAIGC, em Jolmete, em 20 de abril de 1970, três oficiais superiores, um alferes miliciano, dois condutores de jipe e um tradutor, nativos, todos desarmados), temos dezenas de referências no nosso blogue. Ver em especial:

Três majores
Major Magalhães Osório
Major Passos Ramos
Major Pereira da Silva

(**) Vd. poste de 6 de fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1500: Dossiê O Massacre do Chão Manjaco (Afonso M.F. Sousa) (5): Homenagem ao Ten-Cor J. Pereira da Silva (Galegos, Penafiel)