sábado, 27 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8710: Fotos à procura de... uma legenda (9): Foto-mistério, do álbum de Luís Graça


Desta vez não vou dar qualquer pista... Há uma proa de um navio e três bandeiras, um das quais a da nossa querida Pátria... O resto adivinhem, especulem, inventem... De Candoz, com um abraço para todos os homens e mulheres de boa vontade que lêem o nosso blogue. Bom resto de férias, para quem ainda as tem... Amanhã, início da última semana das minhas férias,  estarei a fazer a Rota do Românico do Vale do Sousa, Percurso Sul. Acreditem que este país ainda está por descobrir pela maior parte dos portugueses, tanto os do norte como os sul... (LG)

Foto:© Luis Graça (2011). Todos os direitos reservados 

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Nota do editor

Último poste da série > 27 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8708: Fotos à procura de... uma legenda (8): Candoz, do álbum de Luís Graça

Guiné 63/74 - P8709: Parabéns a você (308): Jaime Machado, ex-Alf Mil Cav do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca - 1968/70)

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Notas de MR:

- O nosso camarada, Jaime Machado, foi Alf Mil Cav no Pel Rec Daimler 2046, em Bambadinca, 1968/70.

Vd. último poste da série de 25 de Agosto de 2011 >  Guiné 63/74 - P8706: Parabéns a você (307): Manuel Carmelita, ex-Fur Mil Radiomontador da CCS/BCAÇ 3852 (Aldeia Formosa, 1971/73)

Guiné 63/74 - P8708: Fotos à procura de... uma legenda (8): Candoz, do álbum de Luís Graça


Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº4


 Foto nº 5



 Foto nº6


 Foto nº7
 
Fotos:© Luis Graça (2011). Todos os direitos reservados 


1. Quinta de Candoz, Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses > 22 de Agosto de 2011 > Peças do nosso ecomuseu... O velho carro de bois, a tesoura da poda, ferramentas diversas do agricultor e do ramadeiro (construtor de ramadas)... Objectos de um tempo em que o mundo era (ou parecia ser)  a preto e branco... e tudo tinha (ou parecia ter) o seu lugar, a sua função, na harmonia e na perfeição do universo... O homem, o boi, a canga, o carro de bois a chiar a caminho do monte... 

Tempo também da infância (dura) de muitos dos nossos camaradas de Entre Douro e Minho, região a que pertence Candoz, ou grosso modo, a Região de Vale de Sousa e Tâmega: reúne 12 concelhos (incluindo o Marco de Canavezes), congrega mais de meio milhão de habitantes (com um peso significativo, c. 20%, da população jovem), e a sua actividade económica centra-se nas indústrias do calçado, do vestuário e da madeira... Estes concelhos (que fazem a ligação entre a região metropolitana do Porto e o interior norte) têm o mérito de se terem juntado para inventariar, proteger, estudar, valorizar e divulgar o seu património histórico e cultural, e em especial a arquitectura religiosa, civil e militar os mosteiros, as igrejas, as torres, as pontes, etc, construídas sob o estilo românico (Séc. XI, XII, XIII)... Ontem, por exemplo, fiz o percurso norte da Rota do Românico do Vale de Sousa (Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira)... É uma sugestão para a agenda cultural da nossa Tabanca Grande que deixo aqui, a quem é da região  ou quer conhecê-la melhor... Aqui começou Portugal, amigos e camaradas... 

E já que estamos com a mão na massa, deixem-me refereir a realização, em Lousada, para os  própximos dias 29, 29 e 30 de Septembro, portanto daqui a um mês, do I Congresso Internacional da Rota do Românico.

Candoz está a dois passos do Douro e do Tâmego. Daqui avisto Cinfães,  as serras de Montemuro, Aboboreira e até Marão, o Douro (barragem do Carrapetelo), Porto Antigo, as freguesias do lado nascente do concelho de Baião... Mas não tenho mar, e o sol põe-se mais cedo...

(...) Visto da janela do teu quarto,
Em Candoz,
O vale era o mundo
E era verde,
Tal como em A Cidade e as Serras,
Do Eça de Queiroz.
Muito antes do mar,
E do pôr do sol sobre o mar,
Muito antes de saberes
Onde ficava a praia da minha infância. (...)

Excerto de Luis Graça,  O mar, amor, em Agosto...

2. Continuação do nosso passatempo (... de verão),  Fotos à procura de... uma legenda. A ideia é ajudar a legendar fotos que andam  por aí à procura de quem lhes ponha uma boa (e merecida) legenda... Com imaginação, com criatividade, com humor, com talento... Temos muitas, em arquivo,  umas mais falantes do que outras... Temos outras, mas recentes, ou tiradas agora mesmo, no nosso querido mês de Agosto, pelos nossos lugares de passagem, como gosta de dizer o Zé Brás... Há umas mais óbvias do que outras... Mas todas falam (ou devem falar) da nossa Tabanca Grande, das nossas tabancas, do nosso quotidiano,  da nossa geração, do mundo que era o nosso, dos nossos verdes anos, da Guiné... 

Repete-te a sugestão inicial: Legendas, aceitam-se... Como prémio, prometemos publicar as melhores legendas (com as respectivas fotos) com honras de caixa alta. As 10 melhores...

Os nossos leitores poderão comentar (ou até escrever pequenas histórias sobre) os postes desta nova série  dentro das regras que estão estabelecidas no nosso blogue: por exemplo, os comentários não podem ser anónimos, devendo ser clara, para os editores, a identidade do autor e a validade do seu endereço de email (no caso de não ser membro registado da Tabanca Grande)... 
Da minha parte já dei uma ajudinha, com duas ou três pistas... (LG)

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Nota do editor:

Último poste da série >23 de Agosto de 2011 >Guiné 63/74 - P8698: Fotos à procura de... uma legenda (7): O Doutor por Coimbra Mamadu Jau, hoje director do INEP (Bissau), antigo aluno do Manuel Carmelita (Aldeia Formosa, 1971/73)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8707: Convívios (366): Tabanca de São Martinho do Porto, 2011

 Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O Zé Teixeira  e a filha, Joana, psicóloga, que tem uma larga experiência de cooperação em África (em em particular em São Tomé e Príncipe)...


Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > A matriarca da casa, a Dra. Clara Schwarz com os filhos do Zé Teixeira, a Joana e o Tiago...

Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > Clara Schwarz, 97 anos (a completar em breve)... A decana da Tabanca Grande.



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > A Maria Alice Carneiro, esposa do Luís Graça,  e o Álvaro Basto, régulo da Tabanca de Matosinhos.



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O nosso anfitrião, Pepito, que aproveitou um dia das suas férias portuguesas para juntar (e conviver com) alguns dos seus amigos portugueses (em geral, membros da Tabanca Grande)...O encontro da Tabanca de São Martinho do Porto, em Agosto de cada ano, já se tornou "obrigatório"... E é sempre um grande prazer aceitar o convite dos donos da casa... Quem este ano não pôde vir por razões de agenda, foi o João Graça (que estava nesse fim de semana com o seu grupo musical, os Melech Mechaya, em actuação no Algarve, no Super Bock Surf Fest, em Sagres)



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O nosso mui querido Jero (o alcobacense José Eduardo Oliveira) e a sua filha, que é técnica superior na Câmara Municipal de Oeiras, especialista em Marketing e Relações Públicas.



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O filho do Zé Teixeira, Dr. Tiago Teixeira, médico especialistas em doenças infectocontagiosas no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia - Espinho. Esteve recentemente na Guiné-Bissau, juntamente com o pai e a irmã. É um homem de grande sensibilidade e coração maior, colaborando activamente com a Tabanca de Matosinhos nos projectos de solidariedade que estão a decorrer na Guiné-Bissau.



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > A Isabel Levy Ribeiro, esposa do Pepito, e a sua mãe (que vive em Portugal).A Isabel tem dinamizado e coordenado a Campanha  Um Livro para a Guiné.



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O Mário Gomes e o Eduardo Moutinho Santos (que ainda não formalizou a sua entrada na Tabanca Grande).

Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > > O Pepito, a mãe Clara, o Jero e a sua filha...  O Jero trouxe consigo duas exemplares de uma obra sobre a baía de São Martinho do Porto, que ofereceu , um, ao Pepito e outro à Tabanca Grande, na pessoa do Luís Graça. Aqui fica referência vbibliográfica: Maria Cândida Proença (ed  lit): ,A Baía de São Martinho do Porto. Aspectos geográficos e históricos. Lisboa, Colibri,  2005.


Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > Álvaro Basto e Maria Alice Carneiro.


Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O Mário e a Isilda... O Mário de Jesus Guerra foi 1º  Cabo Escriturário  da CCS/BCAÇ 2845  (Teixeira Pinto/Canchungo, 5/5/1968-3/4/1970). A  Izilda Maria trabalhou como tradutora na Comissão e no Paralamento Europeu, e é um exímia fadista, tendo oferecido diversos CD com o seu último álbum (Fado, 2007), ao Zé Teixeira, para recolha de fundos. O casal vive no Cartaxo onde tem um quinta com turismo rural. Esta informação foi prestada pelo E. Moutinho Santos, advogado, membro da Tabanca de Matosinhos, e que pertenceu ao mesmo batalhão do Mário, o BCAÇ 2845. O Mário e a Izilda têm colaborado na camapanda da AD, Um Livro para a Guiné.


Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O Eduardo Moutinho Santos e o Álvaro Basto.

Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > O Mário de Jesus Gomes, a quem eu convidei pessoalmente para ingressar na Tabanca Grande, convite que ele de pronto aceitou.


Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > Os facebook..queiros Isabel, Pepito e Alice...



Alcobaça > São Martinho do Porto > 13 de Agosto de 2011 > Convívio da Tabanca de São Martinho do Porto > Nº especial da Revista Estudos Judaicos, dedicado a Samuel Schwarz (1880 - 1953), "cidadão do mundo, português por opção" (nº 7, 2004, edição da  Associação Portuguesa de Estudos Judaicos). Segundo a sua filha Clara Schwarz, era um homem culto, poliglota e laico, e foi um pai que sempre respeitou as opções da filha (única), inclusive a de casar com um não-judeu, o escritor e advogado Artur Augusto Silva, português de origem caboverdiana e guineense.

Fotos (e legendas):© Luis Graça (2011). Todos os direitos reservados

Guiné 63/74 - P8706: Parabéns a você (307): Manuel Carmelita, ex-Fur Mil Radiomontador da CCS/BCAÇ 3852 (Aldeia Formosa, 1971/73)

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Notas de MR:

- O nosso Camarada Manuel Carmelita, foi Furriel Mecânico Radiomontador da CCS/BCAÇ 3852 (Aldeia Formosa, 1971/73).


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Guiné 63/74 - P8705: Blogpoesia (158): Na festa dos mortos, o olvidos dos combatentes... (Luís Graça)


 


 Marco de Canaveses > Freguesia de Paços de Gaiolo (outrora pertencente ao concelho de Bem Viver, extinto em meados do Séc. XIX) > Cemitério local > 1 de Novembro de 2008 > Um das duas únicas campas de terra batida, num cemitério de mármores e granitos reluzentes... São de dois já esquecidos combatentes da guerra do Ultramar: Joaquim M. P. de Araújo, morto em Angola, em 21/6/63 (ao que parece, de acidente), e Francisco Gonçalves Soares, "morto em combate em Moçambique" (sic), em 27/6/68...

Há mais de quatro décadas: já é muito para a memória dos povos... Um dia do ano, lembramos também os nossos mortos, os que partiram antes de nós no barco de Caronte... E alguns, como os antigos combatentes da guerra do ultramar/guerra colonial, partiram nos seus verdes anos, muito antes da sua vez... Em Paços de Gaiolo (a que pertence Fandinhães, terra dos avós maternos da minha mulher, Maria Alice Carneiro), encontrei duas campas, lado a lado, de terra batida... Dois modestos jarros com malmequeres davam a entender que ainda têm entes queridos, lá na terra, que se lembram deles... Ou amigos ou vizinhos... A modéstia dos malmequeres constrastava com os caríssimos arranjos florais que, mesmo em época de crise, os vivos fazem questão de trazer da cidade para homenagear os seus mortos na aldeia (*)...
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Na festa dos mortos, o olvido dos combatentes…
por Luís Graça 

O cemitério enche-se de flores,
ostensivamente;
é um jardim de mármore e granito,
com centenas de velas acesas
que à noite se transformam em fogos fátuos.
Durante toda a tarde as famílias da freguesia
visitam as campas e os jazigos dos seus mortos
e convivem, ruidosamente, umas com as outras.
É a festa dos mortos,
mas também a celebração da vida,
a afirmação da convivialidade,
a reafirmação do poder da vida sobre a morte,
o reforço dos laços dos vivos,
que são vizinhos uns dos outros,
familiares, parentes, amigos,
e que também estão na lista dos candidatos ao além.
Não sabem, porém,  quando
nem em que lugar,
nem como nem porquê…
E mais: recusam-se a marcar a passagem…
Só o velho barqueiro de Caronte
é que tem a lista dos passageiros
e os horários
e os percursos da última viagem
da terra dos vivos.

É também quiçá a recusa da morte,
da partida definitiva,
do fim da peregrinação terrena,
a reivindicação da imortalidade,
o pecado da usurpação do poder divino,
é, enfim, a manifestação da culpa por se estar vivo
em lugar daqueles de nós,
que nos eram muito queridos,
e se calhar muito melhores do que nós,
e que morreram (ou partiram) injustamente, antes de nós...

Quem vive mais longe (Porto, Lisboa...),
vem de propósito neste dia
enfeitar as campas e os jazigos dos seus  mortos,
aqui erigidos neste cemitério.
Terra de antigos rendeiros, camponeses pobres,
que ainda hoje cultivam a memória do Zé do Telhado,
e que fazem questão de mostrar,
aos ricos
e aos fidalgos de antigamente,
que a democracia e a liberdade trouxeram também
a igualdade de oportunidades
e a miragem da mobilidade social,
tipificada nas figuras do brasileiro e do francês do século passado...
No meio do pequeno cemitério da freguesia
há ostensivamente uma capela,
a da família da ilustre casa
que foi desde os tempos do liberalismo,
a verdadeira dona
e senhora desta terra
e dos seus habitantes,
donos dos seus corpos e até das suas almas...
No cimo da porta da capela,
em estilo revivalista, neogótico,
pode ler-se a frase niilista,
em poético latim,
Memento homo,
quia pulvis es,
et in pulverem reverteris
.
Como os antigos pobres rendeiros não sabiam ler,
e muito menos o latim dos frades absolutistas
e dos juristas liberais,
alguém terá escrito a giz:
Lembra-te, ó homem,
que és pó
e em pó te hás-de tornar
...

Mesmo na morte,
os homens tentam,
patética e inutilmente,
bizantinamente,
reproduzir a segregação sócio-espacial,
a distância,
que mantinham em vida...
É por isso que eu gosto da designação, irónica,
dada a alguns cemitérios públicos no sul,
no Alentejo:
Campo da igualdade...
Metaforicamente falando,
a gadanha da morte ceifa tudo e todos,
ceifa rente a vida,
e não poupa tanto a espiga de trigo
como a erva do campo,
a papoila vermelho e a abetarda,
a mondadeira e o patrão,
a rosa e o espinho,
o rico e o pobre,
o herói e o cobarde,
a bonita e a feia,
o novo e o velho,
o amo e o servo,
o general e o soldado,
o poeta e a sua musa,
o médico e o doente,
o santo e o pecador,
o herói e o cobarde,
o amigo e o inimigo...

Passei por lá,
pelos cemitérios de Paredes de Viadores e de Paços de Gaiolo,
e havia gente à volta das campas,
de todas as campas,
menos de duas...
Tirei fotografias aos grandes,
vistosos
e dispendiosos arranjos florais,
sobre as pedras de mármore ou granito polido,
que devem ter custado os olhos da cara aos parentes dos mortos...
Fotografei grupos de familiares e amigos
em amena
(e aqui e acolá alegre, viva, franca, saudável)
cavaqueira.
Percebi que a homenagem aos nossos mortos
é também (e sobretudo ?)
um pretexto
para os vivos se mostrarem uns aos outros...
E para dizerem alto e bom som
que estão vivos,
e de boa saúde,
e que estão prósperos,
bem de vida,
com os seus Mercedes de matrícula K,
com as análises em dia,
e o certificado de robustez física,  passado pela autoridade de saúde,
com o corpo e todas as miudezas
dentro do prazo de validade.
Em suma, estão vivos, sãos, e recomendam-se...
Mas que também têm sentimentos,
não importa se pequenos ou grandes.
E que sabem mostrar que têm decência
e recato
e memória
e saudade...
E que sabem chorar, sinceramente, os seus mortos.
Muito simplesmente são ou parecem ser
gente feliz,
com uma lágrima furtiva ao canto do olho.
Em dia de festa dos mortos.
Ou melhor, em Dia (feriado) de Todos os Santos
que é também, para o povo, o Dia de Finados.

No sul, da Reconquista, de onde eu venho,
e a que eu pertenço,
mix de bárbaro, romano, mouro, judeu, franco, africano,
também há o culto antiquíssimo, pagão,
dos mortos...
Mas aqui, no norte, o cristianismo
(e a Igreja Católica Apostólica Romana)
soube quiçá enquadrá-lo melhor,
dar-lhe a necessária dimensão gregária, simbólica, normalizadora...

Por todo o país, no Portugal profundo
(ou no que resta desse mito),
os mortos são lembrados no seu dia,
e no seu sítio,
convenientemente apartados dos vivos.
All souls' day, diz-se em inglês.
O dia das alminhas (que ternura de termo!),
como diz o nosso povo.
Leio na Enciclopédia Católica
(cuja origem remonta a 1917):
 A fundamentação teológica desta festa
é a doutrina segundo a qual
as almas que, ao partirem do corpo,
não estejam perfeitamente limpas dos pecados veniais,
ou não tenham totalmente expiado as suas transgressões passadas,
ficam privadas da Visão Celeste.
No entanto, os fiéis sobre a terra podem ajudá-los,
por intermédio de orações,
esmolas
e sobretudo do santo sacrifício da Missa.

Não sei,  contudo, qual é o entendimento da Igreja Católica
em relação aos seus membros
que morrem em combate...
No passado, nas Cruzadas,
ou dilatando a fé e o império, ao serviço do rei,
mais tarde pela Pátria, conceito burguês.
Pode ser-se herói e herói da Pátria
e mesmo assim não se estar na lista dos eleitos...
Pode ter-se morrido pela Pátria e mesmo assim
esse sacrifício ter sido perfeitamente inútil...
Ou no mínimo, branqueado,
ignorado,
esquecido,
ocultado
ou até mesmo denegado.
Pode-se ter morrido pela Pátria, Mátria ou Fátria
(morre-se pelo pai, pela mãe, pelo irmão),
em Angola, Guiné ou Moçambique,
e mesmo assim ser-se completamente olvidado
(que é o pior dos abandonos)
nos nossos cemitérios,
no dia da festa dos mortos...

Para onde irão as almas dos combatentes ?
Quase sempre, muitas vezes,
em toda a parte,
para o limbo,
o purgatório do olvido,
que é esquecimento mas também adormecimento.
Como em Paços de Gaiolo,
do antiquíssimo concelho, já extinto,
de Bem Viver,
ou em tantas outras freguesias
do nosso querido Portugal profundo,
que já foi medievo, mouro, visigótico, romano, celta...
Como estas duas campas, rasas, de dois bravos
que deram a vida aos vinte anos, no ultramar português,
Joaquim Araújo, Francisco Soares…
por alguém, por alguma coisa
A que  eles chamavam Pátria…
Morto pela Pátria…
Eterna saudade de mãe e irmãos

De facto, a guerra do ultramar nunca existiu.
Os mortos do Ultramar nunca existiram.
Há uma amnésia geral
em relação aos nossos mortos do Ultramar,
uma espécie de denegação,
de branqueamento,
de alívio...
Por que o fim daquela guerra
foi literalmente o fim de um pesadelo...
Para os jovens da minha geração.
E é bom que os jovens de hoje saibam isso,
que havia então o serviço militar obrigatório
e que era altíssima a probabilidade de se ser mobilizado
para uma das três frentes de guerra,
ou teatro de operações,
que Portugal mantinha em África...

Hoje há pudor em falar desta guerra,
de baixa intensidade
mas que consumia vidas e cabedais.
Da guerra e dos seus mortos,
dos trasladados e dos insepultos,
dos seus desaparecidos,
dos seus estropiados,
dos seus mortos-vivos,
dos que vagueiam, ainda hoje, como fantasmas
pelas margens dos Rios Geba, Corubal, Mansoa,
Cacheu, Buba, Cumbijã, Cacine,
na Guiné,
ou nos rios de Angola e de Moçambique
cujos nomes os poetas, os bandeirantes e os geógrafos já esqueceram...

Se calhar a amnésia é recíproca:
de nós, felizardos, que estamos vivos,
em relação a eles que tiveram o supremo azar de morrer
(em combate, acidente ou doença);
e se calhar deles em relação a nós,
já que não mais nos visitam,
nem nos assombram,
nem nos incomodam,
nem nos interpelam ou questionam...

No dia dos Fiéis Defuntos,
na festa dos mortos
os que morreram de morte matada
no campo de batalha,
na África remota, distante, dos séculos passados
não têm uma menção especial,
na antiga vila e freguesia da germânica Fandinhões
(substituída do tempo do Marquês de Pombal
por Paços de Gaiolo),
uma atenção especial,
um arranjo floral,
nem sequer umas simples flores de plástico...
Mas será que deveriam tê-lo ?


Quinta de Candoz, Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses.
2 de Novembro de 2008. Revisto em 23 de Agosto de 2011 (**)
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Notas do editor:


Guiné 63/74 - P8704: Blogues da nossa blogosfera (45): encore de l'audace, Página do nosso camarada Paulo Santiago

Nova página na nossa blogosfera - encore de l'audace - Blogue do nosso camarada Paulo Santiago


Aspecto de hoje da nova página do nosso camarada Paulo Santiago, encore de l'audace


1. Confidenciou-me o nosso camarada Paulo Santiago, que depois de se ter envolvido em palavras acaloradas, em comentários sucessivos num determinado poste do nosso Blogue, resolveu mudar de ares (palavras minhas) e criou um Blogue seu que à partida é diferente daquele onde tem brilhantemente colaborado.

Estamos cientes que a dedicação ao seu novo blogue não implicará menor atenção ao nosso velhinho Luís Graça & Camaradas da Guiné, pelo que esperamos que o Paulo regresse muito em breve e em força ao nosso convívio.

O Paulo Santiago tem 94 entradas no nosso Blogue e um espólio valiosíssimo. O facto de ter sido Comandante de um Pelotão de Caçadores Nativos, deu-lhe uma experiência de guerra bem diferente da vivida pela esmagadora maioria dos membros da nossa tertúlia.

Convido-vos a visitar o sítio do Paulo, pedindo em troca ao Paulo que volte a ocupar o seu lugar nesta Tabanca.

Carlos Vinhal

Guiné-Bissau > Sala VIP do Aeroporto Osvaldo Vieira > 29 de Fevereiro de 2008 > Paulo Santiago (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 53, Saltinho, 1970/72) e o seu grande amigo Sado Baldé, Major da Guarda Fiscal.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 27 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8336: Blogues da nossa blogosfera (44): Construção da Ponte de S. Vicente - Guiné Bissau, um Blogue formado por trabalhadores de uma empresa de construção civil, hoje com saudades da Guiné-Bissau (Hélder Sousa)

Guiné 63/74 - P8703: Blogoterapia (187): Devaneios literários? (José Marcelino Martins)

1. Em mensagem do dia 22 de Agosto de 2011, o nosso camarada José Marcelino Martins* (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos este texto humorado, muito próprio para a época que atravessamos. Saibamos, já agora, ler as entrelinhas;

Meu caro Carlos VI (nhal)
Desculpa ter levado tanto tempo a "arranjar" esta promoção, porque 6 é + que 5.

Segue um devaneio literário ou "textos cruzados" em vez de "palavras cruzadas".
Se tiver algum interesse, publica. Se não tiver, não vale a pena arquivar ou devolver.

Com um grande abraço para todos,
José Martins


DEVANEIOS LITERÁRIOS?

O Signatário, cidadão português, no uso das suas faculdades cívicas e, nomeada e objectivamente mentais, profere e regista, o seguinte depoimento, para conhecimento da EVA (esta é a sigla da entidade que trata da recolha de órgãos), e tem por base, filosófica, um escrito de Tzu Yeh, que diz: “Mede cada minuto do teu tempo. Os dias voam. Em breve, tu também envelhecerás.”

Assim, com o avançar da idade, há que acautelar certas situações, evitando a outros um trabalho que acabaria por redundar em nada.

No aspecto financeiro está tudo já previsto: os parcos bens pessoais são propriedade conjunta com o cônjuge. Tenho um casamento com “comunhão geral de bens”, pelo que não posso dispor deles livremente, dado ser apenas co-proprietário.

No aspecto físico, determina a lei, que o Estado pode dispor do meu corpo, nomeadamente para a “recolha de órgãos”, susceptíveis de serem transplantados (Lei nº 22/2007., de 29 de Junho).


Comecemos pelos cinco sentidos:


Paladar
Não é um sentido muito representativo, representando, apenas, uma taxa de rentabilidade de 1%, mas não deixa de ser interessante como é que se pode saber como está o sabor? Essa é a questão: saber! Não foram devaneios gastronómicos que levaram a esta situação, se bem que os houve, lá isso é verdade. Mas o estado geral da saúde, levou à adopção de dietas extremas, que ao saber tirou sabor, pelo que está “fora de combate”.

Olfacto
Com uma rentabilidade, um pouco maior apesar de um “aumento de 3,5 vezes em relação ao anterior, está desvirtuado pelo intenso uso que lhe foi imposto. As situações a que foi sujeito, fê-lo orientar-se para situações específicas. Os cheiros, muitos e variados e com mudanças tão repentinas, que agora parece que lhe cheira sempre ao mesmo – esturro!

Audição
Este é outro dos sentidos que foi muito afectado, apesar de representar 11% da rentabilidade total dos sentidos. Por vezes muito barulho, outras vezes, um silêncio ensurdecedor. Muitas promessas sonantes, de encher o ouvido, mas esvaziadas de sentido ou possibilidade de o terem. Enquanto aumenta o nível dos decibéis, baixa o nível do rendimento auditivo, quase ao “zero”.

Visão
Aqui está o que maior rentabilidade devia apresentar, 83%, mas neste caso está com a produtividade baixa! Muito perscrutou ao longo dos anos. Como os olhos não estavam, nem estão, adestrados para cada um olhar em direcção diversa, na ambição de tudo captar parecem uns cata-ventos, tentando reter imagens para, mais tarde, as classificar e memorizar. Já só com ajuda de óculos, ou “bengala óptica”consegue “enxergar”.

Tacto
Representando a modesta posição de penúltimo na escala e com uma rentabilidade de 1,5 %, este é o tal, sentido, que cada vez é mais necessário, não apenas a mim, mas a toda a gente, Parece, “pelo andar da carruagem”, que é um produto que vai rareando cada vez mais. Aí está a minha preocupação: que o Estado saiba que o meu vai refinando e aperfeiçoando (para vencer é preciso, cada vez mais, tacto), pelo que tudo invisto nele, não só para que não falte, mas para que a cotação suba, o que não é despiciente. Mas este “sentido” não vai vivendo, vai “sobrevivendo”.

Analisados os sentidos, passemos aos membros:


Cabeça
É neste pedaço do corpo, na imagem desprovido de “embalagem”, muito esférico de forma, onde se alojam 80% dos meus sentidos. Não quer dizer que, pelo sitio onde se aloja uma percentagem tão grande dos sentidos, e ser tão minúsculo em relação ao tamanho total do corpo, esteja a “pressionar e/ou comprimir” os sentidos que me pertencem. É pequena e com muito uso, Mas pelo que vejo à minha volta, pelo que passou e está passando, ainda está muito bem “arrumada”.

Membros
Os inferiores, por pertencerem a um andarilho inveterado, parecem usados e que já deram a volta, ao conta-quilómetros, várias vezes. Estão fracos e cansados. Porém, não têm enxertos e/ou reforços metálicos para lhe aumentarem a dureza. Estão como “vieram da fábrica” e as mossas que possam apresentar, são resultado do regular desgaste de utilização. Não, apesar do desgaste, ainda não estão a preço de saldo, mas que estão fraquinhos, estão! Tão fracos se apresentam, às vezes, que têm necessidade de enviarem um SMS aos vizinhos de cima, os superiores, para darem uma “ajudinha” no equilíbrio e colaborarem no suporte do corpo, esse sim, talvez muito diferente do que era na origem. Porém vão servindo, não desprezando, contudo, que algum Doutor, em futuro próximo ou não, recomende a “terceiro apoio”, na forma de bengala ou “canadiana” (ainda hei-de descobrir por que raio lhe chamam este nome, em vez da “muleta”, que tanto dava para toureiros como para coxos).

Os superiores, por se chamarem assim, têm ares de mais importantes. É no seu extremo que se encontra a mão, que, em condições normais, terá os cinco “dedos da ordem”. É curioso notar que têm uma linguagem própria e muito identificativa. É usada por “toda a gente”. A gente “malcriada” usa essa “linguagem” descaradamente, enquanto a outra, uma pequena percentagem que é “educada”, usa a mesmíssima linguagem, mas com as “mãos nos bolsos ou atrás das costas”. É uma questão de estilo ou estatuto. É aqui, nas mãos, mais concretamente na ponta dos dedos, que se concentra um dos sentidos mais importantes, apesar de lhe atribuírem pouca importância: o TACTO. Dizem os cientistas que há “algo ainda não explicado” que liga a ponta dos dedos à ponta da língua, pelo que, quando “falta o tacto” há “bronca pela certa”. Vamos lá saber porquê.


Tronco
Por ser a maior parte, ficou, o tronco, para o fim deste tema sobre o corpo. É, digamos, como que o “sótão da avozinha”, onde há de tudo, até ratos, metaforicamente falando, porque se ouve com frequência dizer que “tenho um ratinho no estômago. Onde é que fica o estômago? No tronco do corpo, necessariamente. Neste “armazém” como também pode ser designado, é onde se “arruma tudo” o que é necessário para que o corpo viva.

Para que não se torne fastidioso, referiremos alguns órgãos, mas sem grande ênfase técnica. Isto porque qualquer pessoa, da minha idade, aprendeu na Escola Primária, nas lições de ciências e com direito a reguadas ou ponteiradas se, na descrição junto ao “mapa” dependurado na ardósia, havia esquecimentos e/ou erros. Os alunos da actualidade se não sabem, foi porque o ministério resolveu “facilitar-lhes a vida” e deixar estas questões para quem queira ser médico. Se alguém se esqueceu, não será grave, porque se esqueceu ou não tem ou não precisa de saber.

A faringe e a laringe são órgãos para serem tocados e tratados pelos otorrinolaringologistas, que têm que ser excelentes alunos. Sei que a primeira lição é dada com bastante calma, para que aprendam, na perfeição, a especialidade que estão a tirar e o possam transmitir à família e aos amigos. O apêndice não tem importância nenhuma, pois que é um órgão que é retirado com frequência e os “amputados”, que antes se sentiam incomodados, passam a sentir alívio. Para abreviar, o estômago, o fígado, o rim e os intestinos, são como que os operários de uma fábrica, com “linha montagem modelar”, onde cada um vai tratando do que tem a fazer e no fim “manda expedir o produto”. Falta falar do pulmão que é, grosso modo, como que o produtor do “ar forçado” no sistema interno, ventilando e produzindo o oxigénio.

Ora aqui está, pensa o subscritor, uma viagem “utilíssima” através do corpo humano e, especialmente ao seu interior. Não é exaustiva, porque o cansaço também não permite devaneios e muito menos correrias, para poupar tempo.
Ah! - Faltou falar de qualquer coisa. É sempre assim. Fala-se de tudo e todos, menos de quem trabalha. E o coração? Não tem cabimento nesta síntese para poupar trabalho aos especialistas, não falar deste órgão, aliás o órgão preferido dos cardiologistas.

Na imagem não está realçado, mas é um órgão que se encontra permanentemente na prisão. Está alojado no troco, na parte superior, pelo que as costelas o envolvem, não sei se para o proteger se para o aprisionar. O coração está sempre “preso” a qualquer coisa. Começa no berço, instintivamente, com o amor que nos “prende” a nosso pais e, de tal forma intensa que é para toda a vida e, mesmo para além da morte: é o amor filial. Depois, alguns anos mais tarde, vem o amor, juntamente com a atracão física que, na maior parte das vezes, leva ao casamento ou à nova “forma actual” do mesmo. Descambará, mais ano menos ano, para o amor paternal, que, num misto de orgulho e preocupação, vai crescendo e transformando tudo à nossa volta, e reproduzindo-se em “novos filhos” que são os “filhos dos filhos”.

É por isso que, umas vezes “trabalha nas calmas” e outras acelera e “cavalga no nosso peito” sendo quase impossível ser domado, sem o recurso “químicos”. Tudo isto é o resultado do amor. Os especialistas sabem as causas destas metamorfoses e, na medida do possível, vão conseguindo manter estas “máquinas em perfeito estado de funcionamento”, recorrendo, se tal for necessário, à substituição de peças.

Mas cuidado, meus senhores.

Quando vos cair nas mãos o coração de um “velho soldado”, tratem-no com cuidado. É que é mais frágil, está mais cansado, e está muito mais carregado de amor.

Tem um “grande amor pela Pátria e pelos camaradas/companheiros”, que é um sentimento que, dentro de pouco tempo, nem no “sótão da avozinha” se conseguirá encontrar. É “um bem” em vias de extinção.

Tudo o que aqui foi descrito é só para evitar que, com “carcaças velhas”, se perca tempo. São exactamente isso “carcaças velhas”, pelo que não têm qualquer valia. Mas nessa carcaça, se bate ou bateu o coração dum soldado, tratem-no com carinho. Não precisam de incensa-lo. Não precisam de o mergulhar em conservantes.

Dissecai-o. Auscultai-o. Estudai-o e mantenham-no vivo, se poderem.

Mostrai-o aos vossos alunos, mostrai-o aos vindouros, hoje, amanhã e sempre.

Provavelmente, nós já não estaremos, e é necessário transmitir, ao futuro, o que é o Amor pela Pátria.

Assino, por mim e, se me é permitido, por todos e cada um de todos os Combatentes!

José Marcelino Martins
22 de Agosto de 2011

©Fotos “gentilmente cedidas” pela Wikipédia.
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 17 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8683: Efemérides (55): Dia da Infantaria em 14 de Agosto de 1961 (José Martins)

Vd. último poste da série de 23 de Agosto de 2011 > Guiné 63/74 - P8697: Blogoterapia (186): Imagens que nunca se apagarão (José Carlos Gabriel)