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segunda-feira, 4 de abril de 2022

Guiné 61/74 - P23140: Recordando o Salgueiro Maia, que eu conheci, o meu comandante, bem como os demais bravos da minha CCAV 3420 (Bula, 1971/73) (José Afonso) - Parte II: Histórias pícaras: (i) Os matraquilhos e a astúcia do capitão; (ii) Uma heli-evacuação e a enfermeira paraquedista que não queria levar o "passageiro" em pelota; (iii) As vacas roubadas que andam de mão em mão, acabam sempre comidas em boa ocasião


Guiné > Região de Cacheu > Binta > CCAÇ 675 (1964/66) > c. 1965 > A ganadaria da "companhia do quadrado"..

Fonte: Belimiro Tavares e José Eduardo Reis de Oliveira: "A nossa luta: dois anos de muita luta: Guiné 1964/66, CCAÇ 675)" (edição de autor, il.. Lisboa, 2017, 606 pp.). Com a devida vénia... (*)

1. Eis  algumas histórias,  já aqui contadas em 2009, pelo José Afonso (ex-fur mil, 3º Gr Comb, foto à esquerda), sobre o cap Salgueiro Maia e os demais bravos da CCAV 3420 (Bula, 1971/73). (**)


(i) Os matraquilhos e a astúcia do capitão

 Quando a Companhia de Cavalaria embarca em Lisboa, leva já consigo a sua 1.ª receita: um jogo de Matraquilhos que em 6 dias de viagem esteve sempre ao serviço. Trabalhava de dia e noite sem parar. Foi um bom Fundo de Maneio. 

Quando chegámos a Bula, o mesmo jogo foi posto em frente do alçado da caserna dos soldados da Companhia, continuando ali a dar a receita pretendida.

Talvez vendo a fonte de receita que ali tínhamos, o Comandante do Batalhão   [BCAÇ  2928] pede a Salgueiro Maia que mande retirar dali os respectivos matraquilhos, pois estavam em local central do Batalhão e não davam muito bom aspecto.

Não se tendo conseguido nessa altura demover a tomada de posição do Comandante do Batalhão, lá tiveram que ir os Matraquilhos para o Esquadrão de Reconhecimento Panhard. Aqui a receita era insignificante já que os homens eram muito menos, e também nem sempre o pessoal da Companhia ou Batalhão se deslocava cerca de 300 metros para jogar matrecos.

Salgueiro Maia tinha de arranjar maneira de os matrecos regressarem à origem. Como o Batalhão tinha falta de padeiros e os dois da Companhia estavam emprestados ao Batalhão, Salgueiro Maia vai dar a volta ao Comandante, dizendo que, com a falta de pessoal que tinha, necessitava dos padeiros da Companhia para alinharem para o mato. Levava já na manga a hipótese de deixar os padeiros onde estavam e, como contrapartida, os Matraquilhos regressarem ao Batalhão e colocados nas traseiras da caserna.

A esta proposta o Comando do Batalhão cedeu e uma vez mais Salgueiro Maia venceu.


(ii) Uma heli-evacuação  e a enfermeira paraquedista que não queria levar o "passageiro" em pelota

Quando a 28 de Novembro de 1971, um elemento da Companhia acciona uma mina, ficando sem uma perna e outro elemento também ferido, ambos do 3.º Grupo de Combate,  é solicitada a evacuação por via aérea para o Hospital de Bissau.

Ao chegar o helicóptero, sai dele uma enfermeira que,  ao ver o soldado Santos sem roupa,  diz que assim não leva o ferido. Para ser socorrido, utilizaram-se os restos das calças para fazer garrotes à perna e ao braço. E com tiras da roupa seguram-se alguns pensos que tapam feridas menores. O homem estava nu.

Para satisfazer o pedido da enfermeira, foi pedido ao enfermeiro que tinha uma camisola interior vestida para que a tirasse e com ela tapasse o soldado ferido.


(iii) As vacas roubadas que andam de mão em mão, acabam sempre comidas em boa ocasião

Em Abril de 1972 aos elementos da Companhia que estavam no período de descanso, Salgueiro Maia pede voluntários para ir ao Km 13 da Estrada Bula – S. Vicente onde o 1.º Pelotão da Companhia estava emboscado e necessitava de apoio devido a um grupo de Balantas, que vinha do Senegal onde tinha ido roubar vacas, ter caído no campo de minas e algumas vacas andarem na estrada. Assim vão elementos da CCAV 3420 até ao local.

São apanhadas 2 vacas que são carregadas numa GMC. Satisfeitos os elementos da Companhia, com Salgueiro Maia à frente entram em Bula, gritando:
- Queremos carne.

À entrada do Batalhão   [BCAÇ  2928]  está o Comandante que manda parar a coluna de 4 viaturas. Quando se pensava que ia dar um louvor aos voluntários, houve-se uma reprimenda do Comandante por a tropa vir a fazer muito barulho e, dá ordens para que a coluna entre na sede do Batalhão (a CCAV 3420 era uma Companhia de Cavalaria independente mas de reforço ao Batalhão de Infantaria). Toda a actividade mais perigosa era desempenhada pela 3420.

Contrariando as ordens do Comandante, Salgueiro Maia manda avançar a coluna para o Esquadrão de Reconhecimento Panhard 2641 que ficava aí a 300 metros do Batalhão pois, era ali que as vacas iriam ser comidas. Ao regressar ao Batalhão o Comandante dá ordem a Salgueiro Maia para que entregue as vacas porque diz ele que todo o material capturado ao IN tem de ser entregue ao Batalhão. Salgueiro Maia diz então que as vacas não foram capturadas, mas sim oferecidas e que foi o pessoal da Companhia que as foi buscar estando de descanso e o Batalhão não mandou sair nenhumas forças.

Mais diz Salgueiro Maia:
- As vacas roubadas que andam de mão em mão, acabam sempre comidas em boa ocasião.

José Afonso (2009)

 (Continua)


[ Revisão / fixação de textos  e títulos, paar efeitos de publicação deste poste no blogue: LG ]
__________

Notas do editor:

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21921: Tabanca Grande (515): António Afonso de Melo Graça, ex-Fur Mil Cav do EREC 2641 (Bula, Nhamate, Mansabá e Bachile, 1970/72) que se senta no lugar 837 da nossa Tertúlia


1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano António Afonso de Melo Graça(*), ex-Fur Mil Cav do EREC 2641 (Bula, Nhamate, Mansabá e Bachile, 1970/72), com data de 13 de Fevereiro de 2021, com a sua apresentação à Tertúlia:

Boa tarde Camarada

Aqui vai a minha inscrição. Anexo as duas fotos.

Especialidade: Reconhecimento Panhard (EBR) na EPC, Santarém no último trimestre de 1969. 
Colocado no RC3, Estremoz, início Janeiro 1970 para o IAO, com mobilização para os Dragões de Angola.

Apresentado a 7 de Janeiro 1970 são dados 6 dias de licença a BFIE, finda a qual redireccionado para o RC7, Lisboa. Já não ia para Angola, porque a Guiné precisava de nós...

Em Fevereiro de 1970 fui "encaminhado" para a Escola Prática de Engenharia, em Tancos, para fazer um curso em Minas e Armadilhas. Regresso a Lisboa (onde residia) ao RC7 para nova especialização, agora nas AML Panhard.

Em 8 de Agosto 1970 parte o EREC 2641 (2.ªfase) no n/m "Carvalho Araújo" para a Guiné. Escala no dia 14 o Mindelo, Ilha de S. Vicente, Cabo Verde. Chegados "quais periquitos" a Bissau no dia 17 de Agosto 1970. No mesmo dia, sediados em Bula.

Durante a comissão de serviço fiz destacamentos em Nhamate, Mansabá e no Bachile.

Regresso a Lisboa a 24 de Junho 1972, voo num 707 da Força Aérea.

Após a chegada da Guiné fiz a licenciatura em Economia no ISE (ex ISEF). Durante 36 anos fui professor, os últimos 24 no activo a desempenhar funções de Presidente do Conselho Directivo da Escola Secundária Alfredo da Silva, no Barreiro.

Actualmente estou reformado.

Saudações.
António Afonso de Melo M. F. Graça

Parada do Quartel de Bula, Setembro de 1970 > Com a Panhard distribuída

********************

2. Comentário do editor CV:

Caro Afonso de Melo, sê bem-vindo à Tertúlia.

Permite-me que seja portador de um abraço de boas-vindas para ti, da tertúlia e dos editores deste Blogue, que te desejam boa estadia entre nós.

Permite-me um apontamento pessoal porque pertenci à madeirense CART 2732, unidade de quadrícula em Mansabá entre Abril de 1970 e Fevereiro de 1972.

Devo-te portanto muito, porque muitas foram as vezes que nos fizeste segurança nas inúmeras colunas auto que fazíamos para Sul, Mansoa, e para norte, K3, principalmente durante as obras de asfaltagem do itinerário entre o Bironque e o Rio Cacheu, em frente a Farim. Acredita que para além da segurança efectiva que nos proporcionava, o EREC 2641 muito contribuiu para o nosso conforto emocional nas deslocações quase diárias que éramos obrigados a fazer.

Tenho bem na memória aquela trágica noite de 12 de Novembro de 1970, com alguns estragos dentro do aquartelamento, como a enfermaria atingida, produto das armas pesadas do PAIGC, mas com piores consequências na tabanca onde arderam algumas moranças e pereceram 14 civis.

Como tu, também fiz um Curso de Minas e Armadilhas em Tancos, o meu o XXXIII, que decorreu entre Outubro e Dezembro de 1969.

Contamos contigo para registares aqui as tuas memórias e a actividade do teu EREC, não só na minha área de acção mas também nos outros locais onde os teus préstimos foram garantidamente importantes.

Deixo-te o meu abraço
Carlos Vinhal

____________

Notas do editor:

(*) - Vd. poste de 3 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21846: O nosso livro de visitas (208): Afonso de Melo, ex-fur mil cav, EREC 2641 (Bula, 1970/72)

Último poste da série de 18 de Fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21914: Tabanca Grande (514): Eduardo Ablu, ex-fur mil, CCAV 678 (Ilha do Sal, Bissau, Fá Mandinga, Ponta do Inglês, Bambadinca, Xime, 1964/66): senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 836

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21846: O nosso livro de visitas (208): Afonso de Melo, ex-fur mil cav, EREC 2641 (Bula, 1970/72)




Insígnias (guião e crachá) do EREC 2641 (Bula, 1968/70)

Fonte: Cortesia de  © Carlos Coutinho (2011).  



1. Mensagem do nosso camarada Afonso de Melo:
 
Date: terça, 2/02/2021 à(s) 00:52
Subject: EREC 2641-Bula 70/72 

Boa noite, Camarada.

Vi a mensagem da Ana Pinho, filha do Paulo Vitorino Pinho (EREC 2641-Bula 70/72). (*)

Sou um dos camaradas (furriel Melo) que aparece em duas das fotos. Como ele, fui furriel miliciano de cavalaria em Bula, no EREC 2641.

Gostaria que a Ana Pinho me contactasse através deste meu e-mail, a fim de poder saber mais notícias do pai, que já não vejo desde 1974. 

Aproveito para dar uma info sobre as fotos que ela enviou.



Foto nº 2- No jipe é o tenente de cavalaria Aparício.


Foto nº 3- Sentados na coberta do paiol de munições do esquadrão. O Pinho, na ponta esquerda,  está em pé com um papel na mão. Eu, o 4º, na primeira fila, estou sentado ao lado do Valdemar Cardoso que está de calções.


Foto nº 4- Na parada do RC 7, na Calçada da Ajuda, Lisboa, o EREC 2641 em véspera de embarcar. O Paulo é o 4º a contar da direita e eu o 5º, ao lado dele,na primeira fila.


Foto nº 5- Eu fazia parte da guarnição das AML Panhard que em 12 de Novembro de 1970 estava em Mansabá, quando houve o ataque de canhão ao fundo da pista de aviação (de terra batida).


Foto nº 7- O Paulo está na torre da AML eventualmente a sintonizar o rádio transmissor. As funções rádio eram do chefe de carro, com frequências para os meios terrestre, aviação ou marinha. Ao lado posicionava-se o atirador.

Muito em breve farei a minha inscrição e terei todo o gosto em partilhar convosco, fotos e relatos  da minha estadia na Guiné.

Saudações

António Afonso de Melo M.F. Graça

2. Comentário do editor LG

Camarada Afonso de Melo: Conforme mail que mandei à Ana, com conhecimento à tua pessoa, já partilhei o teu endereço de email que, por razões óbvias, não divulgo no blogue. 

Cabe-lhe agora a ela dar-te notícias do teu camarada e amigo Paulo Pinho. Vamos desejar-lhe longa vida, apesar dos problemas de saúde, e nomeadamente das sequelas do AVC que sofreu há largos anos. 

Quanto a ti, não preciso de reiterar o convite para integrares, de pleno direito, a nossa Tabanca Grande. Serás o primeiro representante do EREC 2641 a sentar-se à sombra do nosso poilão.  E podes registrar-te com este nome, Afonso de Melo.

Como nos lês, já sabes como isto funciona: mandas as  duas fotos da praxe e duas linhas de apresentação... Não mais há quotas nem joias a pagar... Como vês, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande

Obrigado por nos ajudares a complementar as legendas das fotos que a Ana Pinho nos mandou. 

Até à próxima. Luís Graça
___________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

sábado, 28 de novembro de 2020

Guiné 61/74 - P21590: Em busca de... (309): Camaradas e amigos do ex-fur mil cav Paulo Victorino da Costa Gomes de Pinho, EREC 2641 (Bula, 1970/72) (Ana Pinho, filha)


Foto nº 1 > Guiné > Região de Cacheu > Bula > EREC 2641 > Natal de 1970 >  O  fur mil cav Paulo Victorino da Costa Gomes de Pinho é o segundo a contar da esquerda, assinalado com um rectângulo a amarelo.  Foto cedida pelo Leonel Olhero [, ex-Fur Mil Cav do Esq Rec 3432 (Panhard), Bula, 1971/73], também membro da nossa Tabanca Grande.



Foto nº 2 > Guiné > Região de Cacheu > Bula > EREC 2641 > O fur mil cav   Paulo Victorino da Costa Gomes de Pinho, chefe de carro de AML Panhard, e comandante de secção de atiradores exploradores



Foto nº 3 > Guiné > Região de Cacheu > Bula > EREC 2641 > O  Valdemar Cardoso camarada e amigo do fur cav  fur cav Paulo Victorino da Costa Gomes de Pinho. Alguém saberá do seu paradeiro ?







Fotocópia do louvor dado pelo comandante do EREC 2641 (B ula, 1970/72), cap  cav  Rúben de Almeida Mendes Domingues, ao  fur cav Paulo Victorino da Costa Gomes de Pinho. Bula, 24 de maio de 1972. No canto inferior esquerdo, o capitão escreveu o seguinte, à mão: "Com um abraço de muita estima e consideração votos de sinceras felicidades do que teve a honra de o comandar"


Fotos (e legendas): © Ana Pinho (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complememtar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem do José Ramos, editor do blogue Panhard Esquadrão de Bula, e membro da  nossa Tabanca Grande [, foto atual à direita]:

Data - 28 nov 2020 13:56 (há 3 horas)
 

Boa tarde, Luís,

respondendo ao teu apelo e da Ana (*), deixo-vos aqui algumas informações que, caso a Ana possa fornecer mais elementos do pai, como aliás sugeres, talvez possam ir mais longe, embora sempre condicionados pelo tempo que já passou.

Passando a responder. O ERec 2641-2ª Fase foi a que fomos render. Esta segunda fase esteve em sobreposição com o ERec 3432-1ª Fase, pelo que o pai da Ana pode, eventualmente, ser reconhecido por camaradas dessa fase do meu esquadrão. Eu ainda estive algumas semanas com eles, mas não tenho qualquer lembrança do nome.

Nas fotos que vejo no teu blogue identifico as seguintes, mas nenhuma corresponde à minha fase:

n.º 6  > vista da caserna dos praças

n.º 8 >  Fur Crayon Gonçalves (ERec 3432-1.ª Fase)

n.º 10  > Fur Gomes (ERec 3432-1.ª Fase)

No meu blogue tenho fotos de Encontros realizados ao longo dos anos onde estão muitos elementos dessa primeira fase e em função de novas informações poderemos tentar outras abordagens.

Pode também a Ana consultar o blogue https://bula-e-rec-aml-2454.webnode.pt/#! que menciona o ERec 2641. Eu já dei uma vista de olhos, mas não encontrei referência ao nome do pai. Outra hipótese para poder ter mais elementos será a consulta da história da unidade: Caixa n.º 85-2.ª Div/4.ª Sec do AHM (Arquivo Histórico Militar) .

Por último deixo igualmente uma palavra de apreço ao gesto da Ana. Pena que não seja seguido por outros descendentes de quem tem que viver com mágoa dos tempos em que deveria ter podido viver apenas os sonhos de juventude.

Dá notícias. Saúde. Abraço.

José Ramos

2. Mensagem da Ana Pinho, filha do nosso camarada Paulo Victorino da Costa Gomes de Pinho:

Data - 28 nov 2020 15:07 (há 2 horas)



 Luís Graça e José Ramos:


Boa tarde aos dois,

Primeiramente gostava de agradecer pela vossa ajuda (*) e desculpar-me se errar em algum termo técnico, pois sou leiga em matéria de  assuntos militares.

Não consegui encontrar a caderneta militar do meu pai. No entanto, envio em anexo este documento que prova que ele foi furriel.[Fotocópia de louvor, acima reproduzida].

O meu pai é de São João da Madeira e vive atualmente em Fornos, Santa Maria da Feira. Nunca foi a nenhum convívio, pelo que percebi.

O "operador de transmissões" a que se refere [no poste anterior desta série  é o meu pai dentro da Panhard [. Vd. Foto nº 2, acima]

O meu pai é o segundo a contar da esquerda.[Vd. Foto nº 1 ,acima]

Já falei com ele e ele lembra-se do meu pai e ajudou-me a identificar o senhor da foto em Anexo. Chama-se Valdemar Cardoso [, Foto nº 3, vd. acima] e o meu pai tem muitas fotografias dele. Durante anos tentei adivinhar o nome mas nunca consegui.

Vou tentar digitalizar o resto das fotografias. Estão todas em bom estado porque o meu pai sempre gostou muito de fotografia e estimou-as bem.

Obrigada mais uma vez,
Ana

3. Ficha de unidade >  Esquadrão de Reconhecimento nº 2641

Identificação ERec 2641

Unidade Mob: RC 7 - Lisboa

Crndt: Cap Cav António Manuel Pinto Ferreira Gomes | Cap Cav Rúben de Almeida Mendes Domingues

Partida: Embarque em 15Nov69 (l ª fase) e 08Ago70 (2ª fase); desembarque em 20Nov69 (1ª fase) e 17Ago70 (2ª fase)

Regresso: Embarque em 030ut71 (1ª fase) e 24Jun72 (2ª fase)


Síntese da Actividade Operacional


Em 21Nov69, a 1ª fase seguiu para Bula, a fim de se integrar no ERec 2454, em substituição do PelAML 2024, o qual havia sido considerado a 1ª fase do ERec 2454.

Em 19Ago70, substituíu o ERec 2454, enquadrando então a 1ª fase do antecedente integrada neste, como subunidade de reserva móvel de intervenção do sector, tendo sido colocado em Bula, ficando integrado nas forças do BCav 2868 e depois do BCaç 2928. 

Um pelotão foi destacado para Nhamate, na zona de acção do BCaç 2861 e depois do BCaç 2927 e que, após reformulação dos limites dos sectores, em 01Fev71, passou também à dependência do BCaç 2928.

Após ter destacado, em 300ut70, um pelotão para Mansabá em reforço do BCaç 2885 e depois do COP 6, foi colocado, em 22Nov70, em Mansabá, em reforço do COP 6, a fim de colaborar na segurança e protecção dos trabalhos da estrada Mansabá-Farim e das colunas de transporte de materiais, mantendo opelotão de Nhamate e ficando outro pelotão em Bula.

Em 25Abr71, regressou a Bula, voltando à dependência do BCaç 2928. 

A partir de 09Abr71, cedeu, entretanto, um pelotão ao CAOP 1, o qual se instalou em Bachile para execução de patrulhamentos e escoltas a colunas de reabastecimento e para colaborar na segurança e protecção dos trabalhos de asfaltagem da estrada Bachile-Cacheu, até 22Fev72.

A partir de 07Set71, integrou nos seus efectivos a 1ª fase do ERec 3432, então chegado para rendição da lª fase da subunidade. Em 16Mai72, destacou um pelotão para reforço do BCaç 3832, o qual se instalou em Mansoa e, temporariamente, em Jugudul.

 Em 18Jun72, foi substituído pelo ERec 3432, tendo recolhido seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Observações: Tem História da Unidade (Caixa nº 87 - 2.a Div/d." Sec, do AHM).

Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 7.º Volume - Fichas de unidade: Tomo II - Guiné - (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2002), 558/559.

_______________

Nota do editor: 

(*) Vd. poste anterior da série > 28 de novembro de  2020 > Guiné 61/74 - P21588: Em busca de... (308): Camaradas do meu pai, Paulo Vitorino da Costa Gomes de Pinho, do EREC 2641 (Bula, 1970/72), que infelizmente teve um AVC em 2008 e perdeu a fala (Ana Pinho, filha)

Guiné 61/74 - P21588: Em busca de... (308): Camaradas do meu pai, Paulo Vitorino da Costa Gomes de Pinho, do EREC 2641 (Bula, 1970/72), que infelizmente teve um AVC em 2008 e perdeu a fala (Ana Pinho, filha)



Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4



Foto nº 5


Foto nº 6


Foto nº 7


Foto nº 8


Foto nº 9



Foto nº 10


Foto nº 11

Fotos, s/d, s/l, do álbum do camarada Paulo Vitorino da Costa Gomes de Pinho, EREC 2641 (Bula, 1970/72)

Foto (e legenda): © Ana Pinho(2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem de Ana Pinho, filha de Paulo Vitorino da Costa Gomes de Pinho, EREC 2641 (Bula, 1970/72)

Data - domingo, 22/11, 14:47 
Assunto - Bula, EREC 2641



 
Boa tarde,

O meu nome é Ana Pinho e o meu pai, Paulo Vitorino da Costa Gomes de Pinho, fez parte do Esquadrão de Reconhecimento [EREC] 2641. Trouxe com ele montes de fotografias que acho que deviam de ser partilhadas.

Neste momento o meu pai já não está nos seus melhores dias e deixou de falar desde 2008. (Teve um AVC que lhe provocou a perda da fala.) Portanto, é muito difícil identificar as pessoas nas fotografias. Mas sei que ele gostaria de saber o paradeiro dos seus colegas.

Deixo aqui algumas provas. Se achar que é de seu interesse, tenho todo o gosto em digitalizá-las a todas.
O meu pai é o que se encontra dentro da Panhard [Foto nº 1].

Obrigada e fico a aguardar resposta,
Ana Pinho

2. Comentário do editor Luís Graça:

Ana, obrigado pelo seu contacto. Deixe-me que lhe diga que acho bonito o seu gesto, e mais do que isso: é um acto de grande ternura, e de amor filial. E vamos tentar ajudá-la... "porque os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são".

É uma situação dura, ter um pai, a sofrer as sequelas de um AVC, há 12 anos, e se calhar a pior das quais é não poder falar... Mas espero que ele possa comunicar consigo de outras maneiras, por exemplo, pelo gesto, pela escrita, ou não ? E espero também que ela possa manifestar alguma forma de regozijp por ver publicadas, no Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, estas fotos que a Ana nos mandou, na esperança de poder encontrar ainda, vivos, camaradas dele, do EREC 2641 (**).

Infelizmente só temos, até agora, 1 referência ao EREC 2641 (Bula, 1970/72). Mas temos mais (uma dezena)  sobre o EREC 3432 (Bula, 1972/74) que foi substituir (ou render) a subunidade a que pertencia o seu pai. 

Temos inclusive, como membro da nossa Tabanca Grande, um camarada, do EREC 3432, que tem um blogue justamente dedicado a Bula e ao Esquadrões de Reconhecimento Panhard (, além de uma página no Facebook). Pode ser que ele nos ajude a legendar as fotos que a Ana nos mandou, sem legendas, e que nós procurámos recuperar e reeditar. [Vd. fotos acima, numeradas de 1 a 11].

O camarada que eu refiro é o José Ramos, ex-1º cabo cav, condutor de Panhard, do EREC 3432, que esteve em Bula, de 1972 a 1974. É possível até que tenha conhecido e convivido, mesmo que por pouco tempo, com o seu pai. Mas já se passou meio século, é muito tempo...

A Ana não nos  disse qual era posto e a especialidade do seu pai. Esses elementos devem constar da sua caderneta militar... Também não nos disse o pai mora, se alguma vez foi a algum convívio anual do pessoal do EREC 2641, etc. 

Por outro lado, é importante que nos diga em que fotos aparece o seu pai, para além da foto nº 1 (em que é impossível reconhecê-lo). 

Na foto nº 7, aparece um operador de transmissões. Na foto nº 2, há um condutor, de óculos escuros, rodeado de miúdos (presume-se que sejam de Bula, a localidade onde o EREC 2461 estava aquartelado). 

As outras fotos são de grupo (nºs 3 e 4) ou individuais, podendo ser também de camaradas e amigos do seu pai (nºs 8, 9, 10, 11)... Todavia, as fotos nº 8, 9 e 11 parecem-me ser do seu pai  (na nº 9, talvez já depois do regresso, há uma cadeirinha de bebé, atrás dele,  sem bigode...).

A Foto nº 5 é de Mansabá, e já foi por nós publicada (*). Um dos nossos coeditores, o Carlos Vinhal, estava lá e conta-nos como foi esse ataque ao aquartelamento de Mansabá,em 12 de novembro de 1970. Não sabemos como essa foto foi parar ao álbum do seu pai, já que se trata de uma região (Oio) diferente daquela onde o seu pai prestou serviço (região do Cacheu: vd. aqui a carta de Bula].

Vamos fazer um apelo aos camaradas que passaram por Bula, dos diferentes EREC, e sobretudo aos camaradas do seu pai, do EREC 2461 (1970/72). Pode ser que nos leiam e nos ajudem a legendar as fotos.

Em relação à possibilidade de nos mandar mais fotos do álbum do seu pai, teremos que trocar mais mails (ou falarmos por telemóvel) para ver: (i) a quantidade; (ii)  a qualidade; (iii) o estado em que estão; (iv) se estão emolduradas ou coladas no álbum; (v) o seu interesse documental (, por exemplo, fotos de grupo, de viaturas, de instalações, de lugares, de colunas e operações, etc.) 

Para já publicamos estas, que são uma amostra, e que vieram sem legendas.

_________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 20 de setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1091: Memórias de Mansabá (5): O terrível ataque ao aquartelamento em 12 de Novembro de 1970 (Carlos Vinhal)

(**) Último poste da série > 14 de outubro de 2020 > Guiné 61/74 - P21448: Em busca de... (307): Camaradas do Celestino Augusto Patrício Madeira, ex-fur mil, CCAÇ 2316 / BCAÇ 2835 (Bissau, Mejo, Gandembel, Guileje, Gadamael, Ganturé, 1968/69) (Rui Pedro Madeira e Silva, neto)

sábado, 22 de setembro de 2018

Guiné 61/74 - P19036: Blogues da nossa blogosfera (105): PANHARD - Esquadrão de Bula (Guiné, 1963/1974) (1): Criado e editado por José Ramos, ex-1º cabo cav, EREC 3432 (1972/74)



1. Estava eu hoje no mercado municipal da Lourinhã, por volta das 11h00, quando fui abordado por alguém, que me tratou pelo nome...
 
Imaginei logo que fosse um camarada da Guiné, que me reconhecesse pelo blogue... E assim era: José Ramos, ex-1º cabo cav, apontador de Panhard, do EREC 3432, que esteve em Bula, de 1972 a 1974, juntamente com o nosso grã-tabanqueiro e escritor, Leonel Olhero, ex-fur mil cav 1971/73. Falámos logo de outros nomes ilustres da arma da cavalaria, que passaram por Bula, nesta época: o Salgueiro Maia, o Manuel Monge... Sobre o ERec 3432 temos apenas 5 referências no nosso blogue.

O José Ramos mora atualmente na Lourinhã, no Casal Santos, faz parte da direção do Núcleo de Torres Vedras da Liga dos Combatentes. Tem página, pessoal, no Facebook, e e criou em 2014 o blogue Panhard Esquadrão de Bula, Guiné 1963-1974. O blogue tem cerca de 18,8 mil visualizações de páginas.

Há referências a outros EREC: 2454, 2641, 8740/73, bem como aos Pel Rec Panhard 1106 e Pel Rec AML 202, e ainda aos BCAÇ 2926 e BCAV 8320/72.

Este segue, e cita, entre outros o nosso blogue, Luís Graça & Camaradas da Guiné.

Fui entretanto recuperar uma mensagem do José Ramos, de 8 de março de 2014 a que, lamentavelmente, não foi dada a devida resposta em tempo oportuno.  Fica aqui, para conhecimento dos nossos leitores, e com pedido de desculpas por parte do editor.

Reitero o convite que fiz ao José Ramos, na Lourinhã, para integrar a nossa Tabanca Grande, com todos os direitos e deveres que nos assistem. Somos já 777 membros, dos 3 ramos das Forças Armadas,  dos quais  66 falecidos. Mais camaradas da arma de cavalaria são, naturalmente, bem vindos.

Acrescente-se que o José Ramos, de acordo com a sua página pessoal: (i)  é coordenador da ação social da Liga dos Combatentes-Núcleo de Torres Vedras; (ii)  estudou Ciências Sociais Aplicadas em Universidade Aberta - UAb; e  (iii) estudou Serviço Social na mesma universidade.


2. Mensagem do nosso camarada José Ramos:

Data: sábado, 8/03/2014 à(s) 20:10

Assunto: Esquadrão de Bula

 Meus caros,

Venho acompanhando ao longo do tempo o vosso blogue, sempre na expectativa de ver mensagens sobre os Pel Rec e ERec que operaram as Panhards na Guiné, o que  espaçadamente foi aparecendo, através de camaradas que estiveram nas unidades ou de quem com eles conviveu ou viu as viaturas a operar no terreno.

Nunca participei no blogue pois tinha auto-proposto o desafio de  criar um que falasse do Esquadrão, onde estive de 1972-1974, das histórias e estórias em seu redor e da Panhard.

Algo que o tempo apenas agora permitiu, através do esquadraodebula.blogspot.pt que vos apresento.

Para documentar algumas mensagens venho solicitar a vossa autorização,  para pontualmente, citar algumas das vossa postagens ou usar fotos, com a devida referência, ficando desde já autorizado o contrário.

Com um abraço de camaradagem,
José Ramos

3. Ficha da unidade: EREC 3432 (reproduzida com a devida vénia do blogue Panhard, Esquadrão de Bula, poste de 8/3/2014):

(i) Unidade mobilizadora: Regimento de Cavalaria 7 (RC 7)
(ii) Comandantes:  Cap Cav Henrique António Costa de Sousa; Cap Cav Armindo José Pinto Machado
(iii) Divisa: Panhard
(iv) Partida/Regresso:  1ª Fase – Lisboa, 25Ago71(Bissau, 03Set71) / 05Out73 | 2.ª Fase – 30Mai72/06Jul74
(v) Síntese da Atividade Operacional:

“Em 07Set71, a 1.ª fase da subunidade integrou os efectivos do ERec 2641, em substituição da 1.ª fase desta subunidade, tendo-se instalado em Bula.

Em 30Mai72, após o desembarque, a 2.ª fase da subunidade seguiu para Bula, a fim de efectuar a adaptação e sobreposição com o ERec 2641.

Em 18Jun72, substituiu o ERec 2641, enquadrando a 1.ª fase da antecedente integrada neste, como subunidade de reserva móvel de intervenção do BCaç 2928 e depois do BCav 8320/72, ficando colocado em Bula.

Um pelotão foi destacado para reforço do BCaç 3832 até 16Jul72, instalando-se em Jugudul e Mansoa. Por períodos variáveis, cedeu ainda pelotões para reforço de diversos batalhões os quais foram destacados para Bissorã, de 05Out72 a 20Abr73, na dependência do BCaç 4610/72:

Para Catió, de 20Abr73 a meados de Set73, na dependência do BCaç 4510/72 e para Mansoa, a partir de 14Set73, na dependência do BCaç 4612/72, com vista a colaborar na segurança e protecção dos trabalhos das estradas em construção e das colunas de reabastecimento e de transporte de materiais.

A partir de 11Abr73, integrou a 1.ª fase do ERec 8740/72, então chegado para reforçar os efectivos da subunidade e depois render a 1.ª fase desta.

Em finais de Abr74, foi substituído pelo ERec 8740/72 e recolheu seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.”
Observações: Tem História da Unidade – só até 31Mar74 (Caixa n.º 127-2.ª Div/4.ª Sec do AHM)

Fonte: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) (2002). 7.º Volume – Fichas das Unidades - Tomo II – Guiné. Lisboa: Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). 1.ª edição.