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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25173: Faceboook...ando (50): seleção do álbum fotográfico de Nicolau Esteves, o "brasileiro de Cinfães", ex-1º cabo radiotelegrafista, CCAÇ 797 (Tite, São João e Nhacra, 1965/67) - Parte I

 

Foto nº 1 > Cartão de Boas Festas e Feliz Ano Novo.  Ao canto superior direito o brasão da CCAÇ 797. Na foto, o 1º caboradiotelegrafista Esteves a escrever para a famíçia e amigos. Local: tudo indica que seja Tite (onde a companhia esteve cerca de um ano, até abril de 1966). 


Foto nº 2 >  o 1º cabo radiotelegrafista Esteves lendo, na cama,um livro, cujo título não onseguimos identifiar


Foto nº 3 > O T/T Uíge que transportou o pessoal da CCAÇ 797 em abril de  1965



Foto nº 4 > O  1º cabo radiotelegrafista Esteves no regresso de saída para o mato com "banho de bolanha"... A G3 sem carregador...
 


Foto nº 5 > Na capela do quartel de Tite, sector sul,  Se  (Tite)

 A N. Sra. de Fatima também  nas matas da Guiné. . 


Foto nº 6 > Mais uma foto para a família... em Cinfães, na serra de Montemuro.


Foto nº 7 > Brindando à vida, à camaradagem, à amizade


Foto nº 8 > "A nossa equipa de futebol" (o Esteves  usa o termo "time", à brasileira)


Foto nº 9 > "Beira rio em São João" (já em 1966)... O Esteves será o camarada da  direita. 


Foto nº 10 > Quartel de Tite (c. 1965/66)

Fotos (e legendas): © Nicolau Esteves (2016). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Nicolau Esteves, Susano, São Paulo, Brasil


1. Uma seleção do álbum fotográfico do ex-1º cabo radiotelegrafista Nicolau Esteves. A apresentação é dele, de acordo com a sua página no Facebook. As fotos (menos de 3 dezenas, de qualidade muito desigual, algumas delas riscadas), foram disponibilizadas em 20 de junho de 2016 na sua página do Facebook.  Foram selecionadas e editadas por nós. Os créditos fotográficos continuam a ser, obviamente,  do nosso camarada Esteves.

A sua publicitação nesta série ("Facebook...ando") e no nosso blogue ("Luís Graça & Camaradas da Guiné" ) permite que cheguem a um público mais vasto, e nomeadamente aos antigos combatentes da Guiné (1961/74), incluindo os seus camaradas de armas da CCAÇ 797, que passaram por Tite, São João e Nhacra. Publicaremos proximamente a II (e última) parte.

Na sua maioria as fotos não trazem legendas, e algumas estão em mau estado,  mas no essencial foram tiradas em Tite e em São João. Ficamos a  saber que o Esteves é natural de Cinfâes (portanto, vizinho da Quinta de Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses; a quinta fica em contato visual com Cinfães, com o rio do Douro pelo meio, estando em frente à serra de Montemuro). 

Emigrou para o Brasil, muito provavelmente depois da "peluda". Faz anos  a 27 de janeiro. Casou com a Cilinha Esteves em 7 de setembro de 1973. O casal tem filhos e netos já criados no Brasil. Este "brasileiro de Cinfães" é pois mais um portuguès das sete partidas que foi engrossar a diáspora lusitana. Vê-se, pelo que vai postando, que tem orgulho e saudades da sua/nossa terra.

Fica convidado a integrar, de pleno direito, a nossa Tabanca Grande, juntando-se aos 884 camaradas e amigos da Guiné que já lá estão (entre vivos e mortos). Até ao momento é apenas amigo do Facebook da Tabanca Grande (temos alguns, poucos, amigos comuns).

Temos escassas 15 referências à CCAÇ 797 (Tite, São João e Nhacra, 1965/67). Não há nenhum camarada desta subuniddae reistado formalmente na Tabanca Grande. Em tempos (11 e 13 de dezembro de 2022) fomos contactdos pelo ex-furriel miliciano, da CCAÇ 797, a propósito do malogrado Julio Lemos Martins (que era de Ponte de Lima), desaparecido no rio Louvado. 
 "Sou o nº 8 da foto e fui camarada do Júlio Lemos no infortúnio do rio Louvado. Vivo desde 1976 no Canadá. Eu e o Júlio éramos os responsáveis desse grupo de combate nesse fatídico dia. A partir dai nunca mais vivi"....

Também temos referência ao ex-fur trms, Henrique A. Mendes, através de correspondência com a filha. (Ele seguiu depois a carreira militar.)

Sobre o antigo cap inf Carlos Fabião temos 60 referências. (Fez 3 comissões na Guiné.)


"Fotos do período em que estive em combate na Guiné-Bissau (1965/1967)" 

 (Nicolau Esteves)


(i) "Desembarcou em Bissau em 29/04/1965, tendo viajado no barco Uíge;

(ii) Foi "inicialmente enviado a Tite, passando por São João e finalmente Nhacra";

(iii) Em Tite pertenceu ao BCAÇ 1860 e passou a integrar a Companhia de Caçadores 797 (CCAÇ 797), "Camelos";  o lema era: "O inimigo teme sempre quem não o mostrar temer";

(iv) Exerceu "a função de 1º Cabo Radiotelegrafista do Comando da Companhia, liderada pelo Comandante Carlos Alberto Idães Soares Fabião";
 
(v) Vive em Susano, Estado de São Paulo, Brasil;

(vi) Tem página no Facebook e é amigo do Facebook da Tabanca Grande;

(vii) Há dias comentou,  num um dos nossos postes: "No meu tempo, 65/67, um soldado ganhava 450 escudos, o cabo 900 e eu ganhva maís 300 de prémios de especialidade no caso, 1º cabo radiotelegrafista. Naquele tempo, não tendo onde gastar ainda deu para juntar uns trocados" (Facebook da Tabanca Grande, 13 fev 2024, o1:48)

Em suma, à volta (ou a pretexto) de umas fotos do nossos álbuns, podemos sempre contar mais umas histórias, colmatando lacunas dos registos oficiais ou oficiosos da nossa guerra A CCAÇ 797 teve uma atividade operacional intensa. Sabemos muito pouco das suas histórias, a não a ser o que já se escreveu sobre o desastre no rio Louvado.


Guião da CCAÇ 797 (Cortesia: Coleção Carlos Coutinho, 2009)


2. Ficha de unidade > Companhia de Caçadores n.º 797


Identificação: CCaç 797
Unidade Mob: RI 1 - Amadora
Cmdt: Cap Inf Carlos Alberto Idães Soares Fabião
Divisa: -
Partida: Embarque em 23Abr65; desembarque em 28Abr65 | Regresso: Embarque em 19Jan67

Síntese da Atividade Operacional

Após o desembarque, seguiu imediatamente para Tite, onde substituíu a CCaç 423, em 29Abr65, ficando com a missão de intervenção e reserva do BCaç 599 e depois do BCaç 1860 e guarnecendo com um pelotão o destacamento de Enxudé

Na função de intervenção, tomou parte em diversas operações efectuadas no sector, de que se destacam as acções nas regiões de Gã Saúde e Jufá, em que capturou 2 metralhadoras e 14 espingardas e nas regiões de Bissa0lão, Gampari e Gã Formoso.

Em 20 e 26Abr66, por troca por fracções com a CCav 677, foi colocada em S. João mantendo o pelotão de Enxudé e destacando ainda um pelotão para Jabadá, de 13Mai66 até 30Mai66. 

Em 30Mai66 e 03Jun66, foi rendida pela  CCaç 1566, por fracções, deslocando-se então para Nhacra.

Em 6Jun66, assumiu a responsabilidade do subsector de Nhacra, com destacamentos em Sanfim e João Landim, rendendo a CCav 1484 e ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 1876, com vista à segurança e protecção das instalações e das populações da área.

Em 16Jan67, foi rendida no subsector de Nhacra pela CCaç 1487, a fim de efectuar o embarque de regresso.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n.º 94 - 2ª Div/4ª Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 339
___________

Nota do editor LG:

Último poste da série > 14 de janeiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25070: Facebook...ando (49): O Fernando Moreira (1950-2021), ex-fur mil trms, CCS/BCAÇ 3883 (Piche, 1972/74) terá sido o último militar do exército a falar pela rádio com o ten pilav Castro Gil (1950-1979) antes do abate do seu Fiat G-91 R/4, "5437", por um Strela, em 31/1/1974, sob os céus de Canquelifá

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Guiné 61/74 - P18792: (De)Caras (110): O ex-fur ou 2º srgt de transmissões da CCAÇ 797 / BCAÇ 599 (Tite e Nhacra, 1965/67), hoje com 84 anos, 1º srgt trms ref (Sandra Mendes, filha)


Guiné > Região de Quínara > Tite > CCAÇ 797 (Tite e Nhacra, 1965/67) > Grupo de furriéis e sargentos > O infortunado limiano Júlio Lemos é o primeiro, da primeira fila, ao centro, "aninhado"...



Guiné > Região de Quínara > Tite > CCAÇ 797 (Tite e Nhacra, 1965/67) > Grupo de furriéis e sargentos > O nº  14 é o Henrique Alves Mendes (ou Henrique A. Mendes), na altura fur ou já 2º sargento de transmissões, segundo testemunho da filha, que publicamos a seguir.

Foto (e legenda: © Mário Leitão (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Sandra Cristina Ferreira Alves Mendes 

Data: 27 de junho de 2018 às 14:55
Assunto: Identificação de foto: Guiné 61/74 - P18080 (Guiné >Região de Quínara> Tite>1965> CCAÇ797: (CCAÇ 797 / BCAÇ 599) 4ª foto: Nº 14

Olá, boa tarde,

Tenho vindo a seguir a vossa página há já uns anos: https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/

O meu pai reformado do exército, do ramo de Transmissões, passou pelo inicio de Macau, Índia e todo o Ultramar.

É uma pessoa que sempre fez segredo do tempo do Ultramar e sempre fez questão de "fugir" aos encontros. Trocando apenas cartas com alguns dos "colegas" dessa altura, grande parte são do Norte pelo que fui apercebendo-me enquanto crescia, e sendo uma ave rara em relação ao contacto com as novas tecnologias

Existe uma publicação vossa, de 13/12/2017, onde ele aparece. E no seguimento de uma conversa que ele estava a ter desse tempo (são raras as vezes), mostrei-lhe uma foto onde ele aparece e onde o vosso grupo questiona as pessoas da foto.

Dessa foto, até ao momento, apenas consigo identificar o meu pai. (Ele próprio indicou que podiam identificá-lo na foto...)

Guiné 61/74 - P18080 (Guiné >Região de Quínara> Tite>1965> CCAÇ 797: (CCAÇ 797 / BCAÇ 599): 4ª foto:  o  n.º  14 - Henrique Alves Mendes (aparece muitas vezes como Henrique A. Mendes).

Na altura ele diz que já era 1.º sargento 46182355- Henrique Alves Mendes (mas sei que ainda não o era, sendo furriel à data da foto).

Pertenceu, como 1.º sargento, ao a STM - Destacamento Moçambique. Esteve em vários locais, entre eles, Tete.

Quanto à vossa questão (Guiné 63/74 - P12016) sobre as mortes por afogamento dos furriéis em 12/8/1965 no rio Louvado, referiu que não se lembrava disso.

Da entrega do material à FRELIMO, ele indicou, que foi quem fez a lista/relação dos materiais a entregar à FRELIMO.

Como estou a tentar recuperar a história que ele sempre escondeu de todos (...),  para compreender algumas situações e "mazelas" de que padece, e que os médicos pensam ser resultado de acidentes no ultramar, tenho vindo a estudar um pouco a história do STM e,  em conversa com ele, tentando confirmar alguns dados.

Não sei se a identificação da foto será relevante, mas deixo aqui o nosso contributo.

Com os melhores cumprimentos,
Sandra Mendes
Filha de 1º Sargento Henrique Alves Mendes (n. 08-04-1934)


2. Resposta do editor LG:

Sandra, obrigado por nos contactar... O seu pai é um camarada nosso que nos merece todo o respeito, até por ser bastante mais velho que a generalidade daqueles que fazem e leem este blogue... Em geral, os capitães e sargentos do quadro era 12 a 14 anos mais velhos que nós, milicianos e praças... O seu pai está com 84.. Ao tempo da CCAÇ 797,  teria já 31/32 anos... Dê-lhe um alfabravo (ABraço) nosso com votos de saúde e longa vida.

Todos nós, de um maneira ou de outra, estamos a sofrer as sequelas, físicas e/ou psicológicas,  daquela guerra... O seu pai decidiu seguir a vida militar, e seguramente com grande sacrifício da família... Não conheci o seu pai, muito menos a malta da companhia dele, a CCAÇ 797 (Tite e Nhacra, 1965/67)... Ele esteve lá num tempo e lugar bem duros... Tiveram um grande capitão, o Carlos Fabião (que fez três comissões na Guiné)... Eu estive lá, Guiné, relativamente perto de Tite, em Bambadinca, na zona leste, contígua à região de Quínara, mas já em 1969/71. E lembro-me de ter ajudado o meu 1.º sargento, Fragata, com explicações de português, para poder frequentar a Escola Central de Sargentos, em Águeda...

Na foto em questão, e que reenvio, com mais resolução, o seu pai
está num grupo de furriéis (milicianos) e sargentos (do quadro). Em geral nas companhias havia dois segundos sargentos e um 1.º sargento, do QP (Quadro Permanente)... As divisas do furriel são 3 V apontados para baixo. A do 2.º sargento são 3 V apontados para cima. A do 1.º sargento, são 4 V apontados para cima.... Pela foto que lhe envio, a maior parte dos camaradas são furriéis, milicianos, o seu pai parece ter divisas de 2º sargento... O 1.º sargento da companhia, a CCAÇ 797, parece ser o camarada que está na segunda fila, de pé, de óculos, a contar da esquerda para a direita... O seu pai, de perfil, está em em 7.º lugar e tem debaixo do braço dois grossos volumes... Podem ser livros de estudo...

Foi muito importante identificar o seu pai. E pode ser que, com a sua sábia ajuda, ele nos forneça mais alguns elementos sobre o Júlio Lemos, o fur mil, que ele devia conhecer muito bem, que morreu afogado, juntamente com o 1º cabo Ferreira, no rio Louvado... Estes elementos são importantes para todos nós porque não queremos que nenhuma camarada nosso fique na "vala comum do esquecimento"... O Mário Leitão, nosso camarada, acaba de publicar um livro com as histórias de todos os limianos, os naturais de Ponte de Lima, que morreram na guerra colonial. O Júlio Lemos é um deles... Vou pôr a Sandra em contacto com o Mário Leitão... Ele inclusive já falou com dois elementos desta lista de contactos da companhia:

Abílio Abrantes, telef 238 691 390;
José Bayó, tm 917 291 778;
Jorge Duarte, tm 962 397 036;
Santos Costa, tm 917 415 288.

Infelizmente, nenhum deles faz parte da nossa Tabanca Grande.

Quanto ao resto, e à história que me conta (e que não publicamos aqui).. Bom, somos um blogue de amigos e camaradas da Guiné, não somos juízes de ninguém, não julgamos nem condenamos ninguém... Pelo contrário, procuramos ajudar quem precisa...

Já que o seu pai (e nosso camarada) nos autoriza, vamos identificá-lo, neste poste e neste blogue (**). Se a Sandra tiver histórias ou fotos dele, e se quiser publicá-las no nosso blogue, ficar-lhe-íamos gratos. Espero que esta minha mensagem também ajude a Sandra (e nós) a aproximar-se mais do seu pai, e nosso camarada.

Um beijo, os filhos dos nossos camaradas nossos filhos são...
Luís Graça
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de  13 de dezembro de  2017 > Guiné 61/74 - P18080: Em busca de... (284): Veteranos da CCAÇ 797, "Os Camelos" (Tite e Nhacra, 1965/67), comandada pelo cap inf Carlos Fabião, e em especial os 8 elementos da secção do fur mil Júlio Lemos Pereira Martins, do 1º Gr Comb, comandado pelo alf mil inf Américo de Melo Pinto Lopes (Mário Leitão, autor do livro em 
elaboração "Heróis limianos da guerra do ultramar")

(**) Último poste da série > 26 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18679: (De) Caras (108): A história da Kalash apanhada pelos Kimbas a um "Don Juan" do PAIGC, contada pelo António Ramalho, o "pira" da CCAV 2639 (Binar, Bula e Capunga, 1969/71), que andou sempre com "gente aprumada e de alto gabarito"...

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18080: Em busca de... (284): Veteranos da CCAÇ 797, "Os Camelos" (Tite e Nhacra, 1965/67), comandada pelo cap inf Carlos Fabião, e em especial os 8 elementos da secção do fur mil Júlio Lemos Pereira Martins, do 1º Gr Comb, comandado pelo alf mil inf Américo de Melo Pinto Lopes (Mário Leitão, autor do livro em elaboração "Heróis limianos da guerra do ultramar")


Guiné > Região de Quínara  > Tite > 1965 > CCAÇ 797 (Tite e Nhacra, 1965/67) > Grupo de furriéis e sargentos >


Guiné > Região de Quínara  > Tite > 1965 > CCAÇ 797 (Tite e Nhacra, 1965/67) > Grupo de furriéis e sargentos  (i) >O fur mil Júlio Lemos Martins é o nº 2, fila da frente, dos aninhados...



Guiné > Região de Quínara  > Tite > 1965 > CCAÇ 797 (Tite e Nhacra, 1965/67) > Grupo de furriéis e sargentos (II) > O nº 10 e nº 12 parecem ser sargentos. O nº 10 pode ser um civil, administrador ou chefe de posto...




Guiné > Região de Quínara  > Tite > 1965 > CCAÇ 797 (Tite e Nhacra, 1965/67) > Grupo de furriéis e sargentos (II)) 


Júlio de Lemos Martins Pereira, ex-fur mil, CCAÇ 797 (Tite e Nhacra, 1965/67),  morto no TO Guiné em 12/8/1965, por afogamento, no rio Louvado.

Nasceu em Ponte de Lima, no Largo Rodriguies Alves.  Era um dos cinco filhoos de Francisco Pereira Martins (mais conhecido por "Chico Laptum"). Fez a recruta no RI 13 (Vila Real). Mobilizado pelo RI 1, foi partiu para a Guiné,  2m 23/4/1965, integrado na CCAÇ 797 / BCAÇ 599, do cap inf Carlos Fabião.  Morreu afogado em 12/8/1965.no rio Louvado ( vd. carta de Tite).  

Fotos (e legendas: © Mário Leitão (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Mário Leitão [ex- Fur Mil na Farmácia Militar de Luanda, Delegação n.º 11 do Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos (LMPQF), 1971 a 1973; membro da nossa Tabanca Grande; autor do livro "História do Dia do Combatente Limiano"]

Data: 23 de novembro de 2017 às 23:13
Assunto: Apelo àTabanca-Grande

Camarada Luís! Um grande abraço!

Peço-te o favor de divulgares o seguinte APELO:

Necessito de contactar veteranos da CCaç 797, "OS CAMELOS", que operou na Guiné entre 65/67, comandados pelo Cap Carlos Fabião.  (*)

Muito especialmente, desejo contactar alguns dos 8 elementos da secção do Furriel Júlio de Lemos Pereira Martins, pertencente ao 1º Grupo de Combate do Alferes Miliciano de Infantaria  Américo de Melo Pinto Lopes. (**)

O objectivo é esclarecer detalhes sobre a operação em que o Furriel Júlio Martins morreu afogado com o 1º Cabo Aux Enf Inácio de Freitas Ferreira, no dia 12 de Agosto de 1965, no Rio Louvado, região de Tite.

Também necessito de identificar o maior número possível dos militares que aparecem na foto anexa, em que o Furriel Júlio Martins é o primeiro da esquerda, aninhado.

Os dados destinam-se ao livro "Heróis Limianos da Guerra do Ultramar" em que se descrevem as vidas dos 52 rapazes de Ponte de Lima que perderam a vida pela Pátria, nessa guerra. Ficarei muito grato por toda a colaboração que possa surgir.


A 2ª Secção de Caçadores ("C" na História da Unidade da CCAÇ 797, "Os Camelos", Tite e Nhacra, 1965/67) era constituída por:


C – SECÇÃO DE CAÇADORES


Júlio de Lemos Pereira Martins – Furriel Mil – Atirador

António P. M. Morgado – Soldado 2930/64 – Atirador

Aníbal Alves Pires – Soldado 2939/64 – Atirador

Jorge Pina Filipe – 1.º Cabo 2944/64 – Atirador

Victorino A. Coelho – Soldado 2985/64 – Atirador

Joaquim da C. Machado – Soldado 300/64 – Atirador

José Herculano P. Ribeiro – 1.º Cabo 2927/64 – Atirador

António J. P.  Rodrigues – Soldado 3035/64 – Atirador

Manuel A. Amaral Nobre – Soldado 3026/64 – Atirador



Grande abraço para ti e toda a equipa!

Mário Leitão (Grã-Tabanqueiro 741)


2. Comentário do editor:

Infelizmente, não temos um único camarada, na Tabanca Grande, em 762 membros, que represente esta subunidade...

A CCAÇ 797, mobilizada pelo RI 1, partiu para o CTIG em 23/4/1965 e regressou a 19/1/1967, tendo passado por Tite, São João e Nhacra. Comandante: cap inf Carlos [Alberto Idães Soares] Fabião, um dos oficiais portugueses que melhor conheceu a Guiné. Recorde-se, morreu em 2006.

Temos um poste antigo donde constam 4 contactos de ex-camaradas da CCAÇ 797 (nomes e telefones/telemóveis), encontrados na Net pelo nosso coeditor Carlos Vinhal:
  • Emílio Abrantes, telef 238 691 390;
  • José Bayó, tm 917 291 778;
  • Jorge Duarte, tm 962 397 036;
  • Santos Costa, tm 917 415 288.
Mário, experimenta ligar-lhes.

3. Depoimento (notável) de Virgínio Briote sobre o Carlos Fabião (1930-2006) (***)

(...) O Cor Carlos Fabião estava doente há uns tempos e sabia-se que era uma daquelas coisas que raramente perdoam. Conheci-o na Guiné (o que não é para admirar uma vez que ele cumpriu lá, salvo erro, 3 comissões), era ele capitão. Numa das saídas do meu grupo para os lados de Tite, ainda nos finais de 65, ele comandou os dois grupos de combate que nos foram apoiar e recolher.

Recordo-me de ver um sujeito sob o forte, com uma varinha na mão, ar calmo. Via-se que lidava muito bem com o pessoal dele. Sentia-se que o rodeava uma aura mística, tinha carisma. E tu sabes o valor que isso tem nos soldados, o poder de os fazer acreditar que estavam protegidos. E tive oportunidade de constatar pesoalmente que os soldados tinham motivos, ele merecia que acreditassem nele.

Durante a minha comissão ainda tive o gosto de o rever mais duas vezes. E depois com o 25 de Abril, o Carlos Fabião tornou-se conhecido de quase toda a gente que viveu aqueles tempos, odiado por uns, amado por outros. Do que conheci dele, penso que a história não o tratou muito bem. Aqueles ventos chamuscavam os que andavam longe dos acontecimentos, quanto mais os que estavam no centro da fogueira. (...)
____________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 7 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18058: Em busca de... (283): 2º grumete fuzileiro Fernando Eduardo Pereira, natural de Lamego, e morto no CTIG c. 1963/64, deixando uma filha de meses que nunca chegará a conhecer o pai (Mário da Conceição Fernandes)

(**) Vd. postes de: