Mostrar mensagens com a etiqueta S. Domingos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta S. Domingos. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26192: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (28): Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte II: São Domingos

 

Foto n º 1 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  Finais de 1968 ou princípios de 1969 > Sede da circunscrição e  centro da povoação (I)



Foto n º 1A > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  Finais de 1968 ou princípios de 1969 > Sede da circunscrição  (à direita) e  centro da povoação (II) 



Foto n º 2 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  c. 1968/69  > Outra vista do  centro da povoação


Foto n º 3 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  c. 1968/199 >  "Do centro ao rio... Foto titada do edifício da Administração   com a haste e a bandeira nacional, virada para a Avenida Principal, e única, com o fundo sempre do rio omnipresente".



Foto nº 4 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > c. 1968/69 > "Moranças e rua...  Rua paralela à Avenida e virada para o rio, em terra batida, com casas e palhotas, umas de zinco e outras de colmo de palmeira"




Foto nº 4A > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  c. 1968/69> "Moranças e rua" (detalhe)



Foto nº 5 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >1º semestre de 1969 > "Chegada ao aquartelamento de um Gr Comb  da CART 1744, após uma operação de rotina ou de reconhecimento".


Fot0 nº 6 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > c. 1968/69 > Pòr do sol


Fot0 nº 7 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 3º trimestre de 1968 > O cais



Fot0 nº 8 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > CCS/ BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > 1968 > "Embarque em LDM para Ingoré"



Foto nº 9 > Guiné > Região de Cacheu > São Domingos > 22 de fevereiro de 1969 > "Pista de aviação"... e partida do autor para Bissau, em avioneta da TAGP

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 


1. Estamos a publicar alguumas das melhores  fotos (do ponto de vista técnico, estético e documental), do álbum do nosso grão-tabanqueiro Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)...

Esteve cerca de 3 anos e meio "off line", por razões sobretudo de saúde  Volta agora, e manda-nos também novas fotos dos sítios por onde andou com os seus camaradas da CCS/BCAÇ 1933, nomeadamente as regiões do Gabu (Nova Lamego) e do Cacheu  (S. Domingos, Cacheu, Varela, Susana, Ingoré),  para além de Bissau.

Na série "Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69)", já publicámos 74 postes (já mais ou menos temáticos), desde 17/12/2017 até 27/1/2021. Não há ninguém que lhe bata o recorde... 

Hoje selecionámos mais umas tantas,  de São Domingos, sede de circunscrição e de batalhão. A numeração é nossa, e não do fotrógrafo.  Procuramos respeitar, tanto quanto possível, a sua legendagem. As suas legendas vèm com aspas. Às vezes, acrescentamos algo mais da nossa lavra. Todas as fotos são reeditadas por nós.

2. Em 13 de julho de 1968, o dispositivo no Sector 01 (S. Domingos) era o seguinte (c. de 1 mil homens em armas):

BCAÇ 1933 > 

  • Comando do setor O1 e CCS /BCAÇ 1933> S. Domingos
  • CCAÇ 3 (-) > Barro (2 Pelotões estavam no sector do BCAÇ  1932)
  • CCAÇ 1684 (-) > Susana ( e 1 Pelotão em Varela)
  • CCAÇ 1891 (-) >  Ingoré  (e 1 Pelotão em Sedengal)
  • CART 1774 > S. Domingos
  • CART 2381 > Ingoré
  • Pel Rec Daimler 2043 > Ingoré
  • CML 24 > Pel Mil  173 e 173 (S- Domingos),174 (Sedengal), 175 e 176 (Ingoré)
O Virgílio Teixeira esteve em S. Domingos até 22/2/1969, dia em que apanhou a avioneta da TAGP e voou para Bissau, embarcando no avião da TAP no regresso a casa.


(Seleção, revisão / fixação de texto, reedição das fotos:  LG)

_______________

Nota do editor:

21 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26176: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (27): Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte I: Beldades felupes de São Domingos

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26176: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (27): Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte I: Beldades felupes de São Domingos

 







Guiné > Região do Cacheu > S. Domingos > c. 1968/69 > Beldades felupes. Além da beleza física destas jovens ("bajudas"), atente-se também nos seus penteados e adornos.

Fotos (e legenda): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Depois de um interregno de 3 anos e tal, motivado sobretudo por razões de saúde, temos de volta, felizmente para ele e para os seus amigos e camaradas do blogue, o nosso grão-tabanqueiro Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)... 

Economista e gestor, reformado, é natural do Porto, vive em Vila do Conde, e tem já cerca de 180 referências no nosso blogue.

É autor da série "Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69)", de que já publicámos 74 postes, desde 17/12/2017 até 27/1/2021. O que é uma marca notável.

Ele tem um álbum de cerca de 5 mil fotografias da Guiné (!), da época de 1967/69, que antes da pandemia estava a organizar por datas, locais e áreas temáticas, devidamente numeradas, contextualizadas e legendadas. Além de outras, de épocas posteriores (quando voltou à Guiné-Bissau em viagens de negócios).  Estava também a finalizar um livro de memórias desse tempo.

Vamos fazer uma antologia das suas fotos, já publicadas no blogue (tarefa difícil, trata-se de escolher algumas dezenas em muitas centenas), e começamos pelo "chão felupe", para "provar ao Patrício Ribeiro", "homem grande de Varela"  (e também aos nossos leitores que nunca lá puseram  os pés...), que no tempo do nosso fotógrafo (1968/69) não havia só vacas, hipopótamos e pescadores de arco e flecha...

Obrigado, Virgílio.

Nota do fotógrafo:

 "Estas fotos foram captadas por mim, com autorização delas [as bajudas,], depois ofereci uma cópia a cada uma, quando vieram reveladas. Era assim que eu mantinha um bom relacionamento com estas jovens, e com quem convivia no dia a dia. Com estas apenas pretendo mostrar os vários tipo  de mulher guineense, sem qualquer outro propósito." (**)

Comentário do editor LG:

Espero que, um dia, o Virgílio Teixeira possa juntar todo esse valioso espólio fotográfico (expurgado eventualmente das fotos mais pessoais e de valor sentimental para a família) e doá-lo ao Arquivo Histórico-Militar. É uma sugestão que fazemos a ele, e a todos os camaradas que no CTIG fizeram também o papel de fotocines, documentando aquela guerra e aquela terra... Mas, por enquanto, ainda vamos tendo o nosso blogue para partilharmos, uns com os outros, as nossas memórias e afetos. 

(Seleção e edição das fotos: LG)



Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (1967/69) > c. set/out 1967 > Tabuleta com as indicações das distâncias em quilóetros, para Sul, Norte e Leste, localizada numa das saídas-entradas de Nova Lamego. Bafatá para sudoeste a mais longa, com 53 kms, e temos de juntar mais cerca de 60 dali até ao porto fluvial e depósito da Intendência em Bambadinca

Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

__________________

Notas do editor:

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26167: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (41): viagem de fim de semana, de Bissau a Varela, 175 km, 5h30, atravessando o rio Cacheu - Parte I: São Domingos e Susana



Foto nº 1 > Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Viagem de fim de semana Bissau-Varela-Bissau > 17 de novembro de 2024 > Pegadas recentes de um hipopótamo, junto da ponte... Como não conseguem passar na manilhas da nova ponte no rio, tem que passar ao lado. Nos afluentes do Cacheu existem muitos hipopótamos.




Foto nº 2 e 2A > Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Viagem de fim de semana Bissau-Varela-Bissau > 17 de novembro de 2024 >Pescadores felupes, de arco e flecha, que até agora é prática normal,no rio a Este de Susana.




Foto nº 3 e 3A > Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Viagem de fim de semana Bissau-Varela-Bissau > 15 de novembro de 2024 > Ponte entre Susana e Cassolol. A antiga era de madeira. Os Russos construíram uma de betão para passar as areias pesadas extraídas de Varela.




Foto nº 4 e 4A > Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Viagem de fim de semana Bissau-Varela-Bissau > 15 de novembro de 2024 >S.Domingos: Residência do Presidente do sector



Foto nº 5 e 5A> Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Viagem de fim de semana Bissau-Varela-Bissau > 15 de novembro de 2024 > Porto de S. Domingos atual


Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Viagem de fim de semana Bissau-Varela-Bissau > 15 de novembro de 2024 > Rio Cacheu: porto-cais de S.Domingos. onde há alguns anos atracavam navios de mercadorias e transporte de passageiros, para a cidade de Cacheu



Foto nº 7 e 7A > Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Viagem de fim de semana Bissau-Varela-Bissau > 15 de novembro de 2024 > São Domingos: avenida entre o porto e o centro da cidade


Foto nº 8 > Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Viagem de fim de semana Bissau-Varela-Bissau > 15 de novembro de 2024 > Rio Cacheu: água salgada, maré cheia



Foto nº 9 e 9A > Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Viagem de fim de semana Bissau-Varela-Bissau > 15 de novembro de 2024 > Arroz novo, do "pampam". Junto ao Rio Cacheu.


Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1.Mensagem do Patrício Ribeiro, nosso colaborador permanente. 

O Patrício tem já  perto de 170 referências e não precisa de mais apresentações. É autor da série "Bom dia desde Bissau" (iniciada em 3 de abril de 2017).    É um histórico da Tabanca Grande (está aquidesde 1 de junho de 2006)...


Data - domingo, 17/11/2024, 22:41
Assunto - Viagem de fim de semana até Varela

Luís, junto umas fotos, deste fim de semana em viagem até Varela. 

Nesta época do ano está tudo muito verde, porque as chuvas terminaram há pouco tempo. O passeio é bonito, podemos encontrar no caminho muitas iguanas com mais de um metro de compriment0...

Foi um passeio de 5,30h para cada lado (!), para ir limpar o capim e visitar / arejar a casa do "homem grande" em Varela.

Abraço, Patrício.


2. Comentário do editor LG:

Patrícío, obrigado. Já agora confirma: partiste de Bissau, passaste por Safim, Bula, São Vicente (nova ponte sobre o rio Cacheu, construída por uma empresa portuguesa e financiada pela União Europeia), Ingoré, São Dominmgos, Cassolol, Susana e Varela. São 175 km,  quatro horas, diz-me o Google.  Parece não haver outro caminho...

Vou apresentar as fotos não exatamente pela ordem que me mandaste. Umas são da ida (15 de novembro, sexta) e outras do regresso (17 de novembro, domingo). Na Parte I, as fotos que tiraste, vindo de Bissau até São Domingos e Susana, e a Parte II, em Varela, onde foste arejar a tua "datcha", capinar e pescar... (Tenho que fazer render o peixe que está caro.)
______________

Nota do editor:

Último poste da série > 11 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26140: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (40): No porto-cais de Quinhamel, comendo umas ostras de tarrafe (entrada) e uma bentana grelhada (prato de peixe) no restaurante do Ti Aníbal, ao som da música dos "catchus" e na companhia de um camarada "jadudi"...

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25496: Historiografia da presença portuguesa em África (422): João Vicente Sant’Ana Barreto, o primeiro historiador da Guiné portuguesa (1) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 7 de Dezembro de 2023:

Queridos amigos,
Curioso pelo convite feito para comparecer na Casa de Goa numa sessão de apresentação de uma obra sobre João Barreto, injustamente esquecida em Portugal e na Guiné-Bissau, resolvi revisitá-la, dou o meu tempo por bem cumprido, este médico goês viveu 12 anos na Guiné onde prestou relevantes serviços na Saúde Pública e na Medicina Tropical deu-lhe para escrever aquela que é a única história da Guiné portuguesa. Como é evidente, as investigações nos últimos 90 anos têm permitido descobertas estimulantes de relatos que valorizavam a literatura de viagem, um conhecimento mais aprofundado quer do período do domínio filipino quer da Restauração, e sobretudo têm saído dos arquivos documentos a que seguramente João Barreto sobre eventos da maior importância, caso da guerra do Forreá, da demarcação de fronteiras, da polémica sobre os procedimentos de João Teixeira Pinto sobre a Liga Guineense, por exemplo. João Barreto dá a Guiné como pacificada em 1918, sabe-se que foi preciso esperar até 1936 para se considerar que tinham acabado as sublevações e hostilidades, isto depois da rendição do régulo de Canhabaque.

Um abraço do
Mário



João Vicente Sant’Ana Barreto, o primeiro historiador da Guiné portuguesa (1)

Mário Beja Santos

Data de 1938 a História da Guiné, 1418-1918, com prefácio do Coronel Leite Magalhães, antigo Governador da Guiné. Barreto foi médico do quadro e durante 12 anos fez serviço na Guiné, fizeram dele cidadão honorário bolamense. Médico, com interesses na Antropologia e obras publicadas sobre doenças tropicais, como adiante se falará.

Justifica a sua investigação pela ausência de trabalhos congéneres, tudo parcelar, focado em pequenos períodos, assim nasceu a História da Guiné que, deploravelmente, não tem concorrente. Ora, como ele observa, “Quem quiser seguir a evolução histórica dessa pequena parcela, que nos ficou do extenso domínio antigo, não pode circunscrever-se aos factos ocorridos dentro das fronteiras atuais da colónia, mas tem de lançar um golpe de vista retrospetivo sobre uma zona mais larga da África Ocidental, desde o Cabo Branco até à Serra Leoa.” Nunca se apurará se andou pelos arquivos, mesmo os existentes em Bolama, mas que consultou bibliografia não há dúvida, fala dos Subsídios para história de Cabo Verde e Guiné, por Sena Barcelos, do Quadro Elementar das Relações Políticas e Diplomáticas de Portugal, pelo Visconde de Santarém e por Rebelo da Silva; leu em profundidade o Tratado Breve dos Rios da Guiné, de André Álvares de Almada, como também a Guiné portuguesa, por Ernesto Vasconcelos, e mesmo o Anuário da Província da Guiné, por Armando Augusto Gonçalves de Morais e Castro, editado em 1925, entre outros. Estudou a doença do sono, foi diretor do laboratório central de análises do hospital civil e militar de Bolama, e deu-se a outros cometimentos, deles se fará referência.
A sua História, que não resistiu às rugas do tempo e à multiplicidade das investigações posteriores, tem, contudo, uma estruturação e um cuidado na investigação que, só por si, justificaria esta revisitação – isto para já não deixar de sugerir uma reedição comentada, também a pensar na Guiné-Bissau que tem no seu ADN cinco séculos de presença portuguesa.

No primeiro capítulo, o autor esboça as primeiras tentativas de atingir a Costa da Guiné até 1462, quando Pedro de Sintra atingiu a Serra Leoa; fala-se do arrendamento da Costa da Guiné feito a Fernão Gomes, este enviou os seus navios para além da Serra Leoa e, em 1471, João de Santarém e Pedro Escobar descobriram a Costa da Mina. No segundo capítulo, aborda-se a decisão papal de conferir aos reis de Portugal a posse das terras descobertas e conquistadas aos infiéis; fora tomada a decisão da anexação do território da Guiné à Capitania de Cabo Verde, houve mesmo uma tentativa de fundação de uma capitania no rio Senegal em 1490; faz-se referência à presença dos lançados, há evangelização falhada, mas, a par disso, dá-se a concessão a Portugal dos direitos do Padroado na costa africana, criou-se o bispado da Ribeira Grande. Passa-se em revista as políticas comerciais de D. Afonso V e D. João II, com D. Manuel I dão-se mudanças radicais, este monarca proíbe totalmente aos cabo-verdianos de enviar navios ao Rios da Guiné, determina impostos aos lançados como, mais tarde, ordenou que todas as fazendas dos cristãos que fossem apanhadas no trato comercial com os negros seriam perdidas para a Coroa.

Barreto, ainda quando está a analisar o período das viagens lança uma explicação para a palavra Guiné, dizendo que deriva do nome de uma povoação indígena fundada por volta do ano 1040, nas margens do Alto Níger, reproduz-se aqui o que ele escreve a tal propósito, não deixa de ser bem interessante:
“Pela sua situação geográfica tornou-se um ponto de passagem concorrido das caravanas que faziam o comércio do Sudão e da África Meridional com os mandingas e árabes do Norte. Conquistou por este facto certa prosperidade e fama. O seu renome propagou-se, por intermédio dos mercadores árabes, para o Norte da África e dali para os países europeus. Tem-se escrito sobre várias formas o nome desta aldeia: Genna, Ghenea, Ginea, Jenni, Genni, Djienné, etc. Em Portugal o vocábulo sofreu pequenas alterações. Na primeira edição da Crónica do Descobrimento e Conquista da Guiné, de Zurara, referem em 1841, por cópia fiel do original existente em Paris, encontramos umas vezes a forma Guinee, com duplo E final, e outras vezes Guinea, Guynea. Na Ásia, de João de Barros, lemos: “(…) Região de Guiné, a que os mesmos mouros chamavam Guinauhá.” No Esmeraldo de Situ Orbis, de Duarte Pacheco, encontramos períodos como este: “(…) e esta Etiópia corre e se estende a costa do dito rio de Çanaguá até ao Cabo de Boa Esperança (…) e do dito rio até este Cabo são 1340 léguas, a qual por outro nome Guinee chamamos.”

Nos primeiros anos do Descobrimentos portugueses a designação de Guiné compreendia toda a região situada ao Sul do Cabo Bojador; mas depois da descoberta do rio Senegal e confirmadas as distinções geográficas e étnicas marcadas por este rio entre os azenegues e os negros, o vocábulo Guiné serviu para designar especialmente a costa situada ao Sul do Rio.
Veio depois a descoberta da Costa da Mina, que pelas suas vantagens comerciais relegou a um plano secundário a zona da Senegâmbia. Foi então que os reis de Portugal acrescentaram o título de Senhores de Guiné, passando a estabelecer-se uma vaga distinção entre a Guiné Superior e Inferior. Com o tempo cada uma das zonas costeiras foi adquirindo a sua autonomia geográfica e administrativa, perdendo-se a pouco e pouco o sentido do vocábulo Guiné, até que chegámos à situação presente com o golfo da Guiné na zona equatorial e as colónias da Guiné portuguesa e francesa situadas mais ao Norte. Em resumo, a palavra Guiné não chegou a ter um valor geográfico rigorosamente definido. Em Portugal, atribuiu-se ao termo quase sempre o género feminino, mas também se encontra a palavra Guiné com o género masculino. Assim, André Álvares de Almada fala no nosso Guiné e do Guiné. Em geral, o nome próprio Guiné foi empregado desde os primeiros tempos sem ser precedido do artigo definido. A fórmula - a Guiné – com artigo começou a ser empregado com mais frequência no século XIX, e hoje está quase generalizada.”


O autor, ainda neste segundo capítulo, alude a um conjunto de temas, só se quer mencionar que pela sua Bula de 31 de janeiro de 1533, o Papa Clemente VII separou da diocese do Funchal a área de Cabo Verde e Guiné que constituiu um novo bispado. Estamos agora já no terceiro capítulo, a que o autor designa por “Interregno dos monarcas castelhanos”. Ele vai explanar sobre a decadência do império ultramarino português e a perda de toda a Costa da Guiné, com exceção da pequena zona que constitui a atual colónia. É um período de decadência do império ultramarino português em geral e da Costa da Guiné em particular. Não esconde a sua profunda admiração pela descrição da Guiné feita por André Álvares de Almada, em 1594, no Tratado Breve. Desde 1585, os rendimentos reais de África e ilhas adjacentes estavam arrendados por moradores particulares, que pagavam as prestações vencidas diretamente na metrópole, esta situação criou graves dificuldades aos governos das colónias. Deixaram de se fazer reparações nos fortes e de renovar o material de guerra. Segundo o relatório feito por Nicolau de Castilho, governador de Cabo Verde e Guiné, os vencimentos atrasados e as dívidas por pagar em 1614 importavam em 30 mil cruzados, importância astronómica na época.

Ao entrar em Portugal, Filipe II de Espanha ofereceu às Cortes diversos capítulos dando inteira satisfação aos desejos e exigências dos portugueses, mas logo depois da aclamação começou a faltar abertamente às suas promessas. Os alvarás relativos ao comércio da Guiné foram considerados como letra morta. A Grã-Bretanha e a Holanda, como mais adiante França, procuraram firmar a sua influência na África Ocidental.

(continua)

S. Domingos - Tipos de mulheres Felupes
S. Domingos - Tipos de Felupes
Cacine - Tipos de Nalus
Guiné - Tipos de Mancanhas
Cacine - Feiticeiro Nalu

Cinco imagens retiradas do Boletim da Agência Geral das Colónias, fevereiro de 1929, ano 5.º, n.º 44, dedicado à Guiné
_____________

Nota do editor

Último post da série de 1 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25467: Historiografia da presença portuguesa em África (421): A Guiné e os tempos da Restauração da Independência, por Leite de Magalhães (Mário Beja Santos)

sábado, 9 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25256: Ser solidário (264): Relatório da viagem a Suzana em Fevereiro de 2024 (Manuel Rei Vilar Presidente da Associação Anghilau)

RELATORIO DA VIAGEM A SUZANA EM FEVEREIRO DE 2024

Introdução

Este é o relatório da nossa visita à Guiné-Bissau entre os dias 11 e 22 de fevereiro de 2024 e em particular a Suzana entre os dias 14 e 18 de fevereiro. Relatamos aqui todos os pontos que tínhamos anteriormente programado antes de realizarmos esta viagem. Um programa foi assim previamente elaborado para ser um guião da nossa visita. A realização deste programa ajudar-nos-ia a ter uma melhor ideia sobre a situação escolar e a avaliar a nossa colaboração com a Comunidade de Suzana e o seu Agrupamento Escolar.

Nesta viagem participaram Manuel Rei Vilar e Duarte Rei Vilar, Claude Piétrain (respetivamente Presidente, Vice-Presidente e Tesoureiro da Anghilau) e Marie-Christine Vickridge, uma nova madrinha da Associação. É necessário salientar que os custos desta viagem foram integralmente pagos por cada um dos viajantes e sem qualquer encargo para a Associação Anghilau.

A viagem foi iniciada em Lisboa no dia 11 com um embarque em atraso de mais de três horas do voo da Royal Air Maroc, o que nos levou a perder a ligação para Bissau na escala em Casablanca no mesmo dia e que nos obrigou a passar um dia inteiro nesta cidade à espera do próximo voo para Bissau. Chegámos a Bissau no dia 13 de madrugada. Marie-Christine chegou diretamente de Paris a Bissau no dia 12 de madrugada sem qualquer problema.

Logo no dia 13 pela manhã, pudemos ter uma conversa com Olálio Neves Trindade da Associação VIDA que tem sido uma ajuda preciosa no nosso trabalho e que se deslocou ao hotel Coimbra onde estávamos alojados com o propósito, sobretudo, de abrirmos uma conta conjunta no Banco da África Ocidental (BAO) em S. Domingos. O Olálio já tinha iniciado uma conversa com o responsável desta Agência Bancária, o que se revelou muito útil e facilitou as nossas démarches.

A partida para Suzana ocorreu no dia 14 de fevereiro de manhã com a viatura “Land Cruiser” da Missão Católica de Suzana que a Associação tinha mandado reparar anteriormente. Para seguirmos para Suzana, a viatura foi conduzida primeiramente por um motorista chamado António até S. Domingos. Ao sairmos de Bissau, tivemos uma pequena avaria que foi prontamente reparada numa estação de serviço. Em S. Domingos, encontrámos o segundo motorista de nome Setímio, um rapaz franzino que mais parecia um miúdo mas que já tinha 42 anos e 4 filhos e era um ótimo chofer. As coisas, porém, não correram tão bem e a segunda avaria ocorreu num sitio ermo da estrada de S. Domingos para Suzana, cujo estado continua deplorável, toda esburacada. O diferencial avariou-se num sitio absolutamente ermo da floresta e onde a rede telefónica era praticamente inexistente, foi muito mais grave pois. Depois de muitas tentativas para alertar a Missão de Suzana, pedindo ajuda aos raros carros que passavam, o Duarte conseguiu finalmente encontrar um sitio com rede e pediu auxílio ao Padre Vítor que pouco tempo depois chegou com o outro carro da Missão. O “Land Cruiser” teve de ser abandonado no local para ser rebocado e reparado posteriormente. Toda esta aventura ficou esquecida, pois o acolhimento à chegada a Suzana foi extraordinário com danças e cantares por muitas mulheres que nos vieram esperar para nos dar as boas-vindas.
1 - Segunda pane no meio da floresta
2 - Acolhimento das Mulheres de Suzana à nossa chegada.

Durante a nossa estadia em Suzana, residimos em Varela no Aparthotel Casa Aberta Kassumayaku. Em Suzana não há qualquer possibilidade de alojamento. Varela fica a à volta de 15 km de Suzana é uma estação balnear e tem dois aparthotéis onde há possibilidades de alojamento em pequenas cubatas bastante confortáveis. A estrada Varela-Suzana também se encontra num estado deplorável, tendo muitas vezes que se sair da própria estrada e ir pelo campo, porque a condução em certos sítios da estrada se torna puramente impossível. Nos dias seguintes, o Setímio ia-nos buscar de manhã e no final do dia reconduzia-nos a Varela, o que nos deu a possibilidade de tomar alguns banhos de mar durante a nossa estadia pois a praia de Varela é magnifica. Esta praia que faz parte dum parque natural está neste momento ameaçada por um projeto chinês que pretende explorar as areias pesadas para extrair entre outros metais raros, tais como o zircónio e o titânio numa zona de 5 km de areal. Isso está a preocupar particularmente os habitantes de Varela. Em particular, a nossa amiga Valentina Cirelli que é a proprietária do aparthotel onde ficámos, tem lutado com a comunidade de Varela contra esse projeto para evitar uma catástrofe ecológica.

Foi também nesta praia que encontrámos um português de Cascais de nome Armando Jaime Pinto Ferreira que constituiu uma Associação (As Pedras do Caminho) e circula pela Guiné acompanhado de quatro médicos bastante jovens com o objetivo de prestar assistência médica às populações. Os médicos foram formados na Guiné-Bissau pela Faculdade de Medicina Cubana e contratados pelo Jaime Ferreira. Têm feito centenas de consultas por toda a Guiné.

Ficámos ao todo 5 dias em Suzana, do dia 14 até ao dia 18 de fevereiro. No dia 18, regressámos no carro da Missão Católica conduzido pelo Padre Vítor: o Duarte para Bissau, donde partiu para Lisboa e nós, os três restantes, para um pequeno périplo nos Bijagós, Património Natural da Humanidade. Ficámos no pequeno ilhéu Keré nos Bijagós que se encontra entre duas grandes ilhas, a ilha de Carache e a ilha da Caravela, que tivemos a oportunidade de visitar. Aí, tivemos a sorte de assistir a dois eventos excecionais: em Carache, a um “Tchoro”, cerimónia do regresso da alma dum defunto à sua tabanca natal e na Caravela, a outra cerimónia a que eles chamam “Fanado” que consiste na passagem dos rapazes da adolescência à idade adulta. Dois eventos inesquecíveis!
3 -Poilão - A árvore sagrada da Guiné-Bissau.

• Abertura de uma Conta Bancária na Agência de São Domingos do Banco da África Ocidental (BAO).

Quando fomos de Bissau para Suzana, parámos em São Domingos para irmos à Agência do Banco da África Ocidental (BAO) abrir uma nova conta. De facto, a conta antiga é obsoleta pois ainda estar no nome do Padre Abraão que já não está na Missão Católica. Os titulares da nova conta bancária são agora o Presidente e o Vice-Presidente da Associação Anghilau, Manuel e Duarte Rei Vilar, respetivamente, e da parte de Suzana, o Padre Vítor e o nosso amigo Olávio Neves Trindade. Como cotitulares ficaram dois Professores da Escola de Suzana, o Professor Orlando e o Professor Alfredo que nós já conhecemos das visitas anteriores a Suzana. Só falta, agora, as assinaturas dos quatro titulares de Suzana. A conta é vantajosa também para podemos seguir as operações por “homebanking”.

1 - VISITA ÀS BENFEITORIAS REALIZADAS E SEU APROVEITAMENTO E UTILIZAÇÃO:

• Visita ao Jardim-Escola frequentado por mais de 60 crianças.

As infraestruturas estão em bom estado com exceção da pintura exterior que se encontra bastante deteriorada. O telhado, as pérgulas e as latrinas estão em bom estado de conservação. A mobília encontra-se bastante danificada, em especial as cadeirinhas. Muitas encontram-se partidas e terão de ser reparadas. Teremos de criar um pequeno orçamento para a manutenção da escolinha.

Existe agora um fontanário com agua corrente mas não foi instalado nenhum lavatório para as crianças utilizarem. Propõe-se a instalação de um lavatório duplo. Por outro lado, o Material Escolar é praticamente inexistente e deverá ser fornecido ainda este ano, visto que já se encontra contemplado no Programa de Atividades e Orçamento de 2024.

• Educadoras do Jardim-Escola

Atualmente o Jardim-Escola tem três Educadoras com quem falámos: a Adélia, a Virgínia que vai começar agora a sua formação e a Elisabeth. Enquanto a Virgínia faz a sua formação de 6 meses a Adélia e a Elisabeth asseguram o funcionamento do Jardim-Escola. Quando a Virgínia voltar para o Jardim-Escola, irá a Adélia fazer o Curso de Formação.

• Inauguração da Residência dos Professores e Visita

4 - Inauguração da Residência Cascais-Suzana.

A Residência Cascais-Suzana foi inaugurada solenemente pelo presidente da ANGHILAU. O nome escolhido é o mesmo do projeto que a Associação Anghilau promoveu com o apoio da Câmara Municipal de Cascais que subsidiou uma parte da construção da Residência. Esta encontra-se em ótimo estado em termos de infraestruturas e de mobiliário. Há água corrente na cozinha, nas casas de banho e nas retretes e a eletricidade é fornecida por painéis solares. Os quartos estão cuidadosamente arrumados. A taxa de ocupação da Residência é de 100 %: há 7 quartos duplos ocupados por 14 professores e um outro quarto ocupado pelo Diretor do Liceu onde se encontra arrumado algum material da Residência. Os Professores pediram um retrato do Capitão Rei Vilar para a Residência dos Professores.
5 - Inauguração da Residência Cascais-Suzana e da Biblioteca Camões.

Mais uma vez as mulheres de Suzana nos brindaram com danças e cantares.
6 - Inauguração da Residência Cascais-Suzana com danças e cantares das mulheres de Suzana.

• Inauguração da Biblioteca
7 - Inauguração da Biblioteca Camões.

A Biblioteca Escolar foi também inaugurada solenemente com a denominação de “Biblioteca Camões” em honra do maior poeta da Lusofonia, pois o Português é a língua oficial da Guiné-Bissau que partilhamos com este país.
8 - Reunião com a Comissão de Acompanhamento e outros elementos da Escola de Suzana.

O estado da sala é impecável assim como o mobiliário que foi adquirido igualmente pela nossa Associação e construído por uma empresa jovem da cidade de Bula. Os livros encontram-se distribuídos pelos diferentes anos escolares, arrumados em estantes. Por enquanto, não há um responsável pela Biblioteca mas a Escola secundária EVA e o Liceu vão eleger um responsável entre os Professores, eventualmente o Professor Orlando que já se encontra reformado. A Sala é ampla e a mobília é de boa qualidade e adaptada às visitas organizadas por cada turma. Há lugares suficientes para acolher 30 alunos acompanhados pelo Professor.

• Sala de Informática

Ao lado da Biblioteca Camões situa-se uma outra sala que está disponível onde se poderá instalar uma futura Sala de Informática da Escola de Suzana. No entanto, esta sala encontra-se bastante deteriorada sobretudo no telhado e com uma parede rachada de alto abaixo. Assim, para a utilizarmos ter-se-á de reparar o telhado e a parede. O Professor Alexandre Apaiam encontra-se à espera de formação de um curso de informática e manutenção do material informático a fim de ensinar os Professores e alunos e se poder responsabilizar pelo equipamento informático.

• Fontanários

O abastecimento de água corrente em Suzana é agora realizado por mais do que uma dúzia de fontanários que foram em parte subsidiados pela nossa Associação. O funcionamento destes fontanários não é contínuo visto que alguns deles dependem de bombas alimentadas em eletricidade por painéis solares… e quando não há Sol não há água.

• Painéis solares

Vários painéis solares foram instalados pela Associação Anghilau (Residência dos Professores e Fontanários) e encontram-se em bom estado de funcionamento.

• Computadores

Existem três computadores oferecidos pela Associação Anghilau e cedidos pelo Banco Alimentar: um está com o P. Vítor, o outro está com o Prof. Nicodemos, Diretor do Liceu e o terceiro com o Prof.

Alexandre Apaiam. O computador do Professor Alexandre não funciona bem e bloqueia ao fim de pouco tempo. Não temos informação sobre o estado de funcionamento dos outros dois computadores.

• Refeições do Jardim-Escola

As refeições do Jardim-Escola têm funcionado. A preparação é feita pelas cozinheiras da Missão Católica. A aquisição dos produtos alimentares não é fácil. Há necessidade de implementar o desenvolvimento duma horta para a produção de hortaliças e legumes. Para isso ter-se-á de falar com a Senhora Palmira Djata para envolver a Associação de Mulheres de Suzana.

Formação Profissional

Não foi possível realizar encontros com os alunos que estão em formação profissional fora de Suzana. Lembro que o Gino Djata está a tirar a Carta de Condução de Pesados, o Óscar Djedjo está a tirar o curso de eletricista e o Ermano Ebidja, o curso de canalizador. O Alexandre Apaiam ainda não conseguiu arranjar lugar num curso de informática e manutenção de computadores. 2 - REUNIÕES

• Reunião com os Diretores da Escola EVA, do Liceu de Suzana e da Comissão de Acompanhamento no dia 16 às 16 horas locais.

Tivemos uma reunião com a Comissão de Acompanhamento e com vários Professores, alguns deles bastante jovens, muito implicados, além do Professor Orlando, o Senhor Ujdili, Responsável do Registo Civil, da Senhora Palmira Djata, que é Presidente da Associação das Mulheres de Suzana e sogra do nosso amigo Olálio Neves Trindade e com o Padre Vítor Pereira, Prior de Suzana além de alguns membros da Assembleia dos Homens Grandes e outros habitantes de Suzana. Após uma homenagem ao Capitão Rei Vilar por parte da comunidade e agradecimento pelos benefícios que a nossa Associação tem trazido a Suzana, coube-nos a nós agradecer em nome da Associação a participação de todos nas cerimónias da inauguração da Residência Cascais-Suzana e da Biblioteca Camões. Duarte Rei Vilar lembrou que a nossa comitiva estava em Suzana para representar os 60 associados da Associação Anghilau e que sem eles não teria sido possível realizar os benefícios que foram introduzidos em Suzana. Manuel Rei Vilar enumerou os nove projetos contidos no Plano de Atividades de 2024. Uma das senhoras presentes declarou que todo o dinheiro implicado nos projetos da Associação Anghilau em Suzana tem sido totalmente utilizado pela Comunidade e não é atribuído a famílias ou a particulares. Esta declaração foi fortemente aplaudida pela audiência. Um dos presentes, afirmou que tudo o que fizemos deveria ter sido realizado pelo Governo, mas como não foi… “vós sois o nosso Governo”. Foi mencionado que algumas salas de aula não podem ser utilizadas durante o período das chuvas devido ao mau estado dos telhados por entra chuva. Falou-se de algumas necessidades de Suzana, entre outras da criação duma horta para a produção de hortaliças de legumes. Falou-se também da necessidade de painéis solares e duma televisão para as crianças ou outros meios audiovisuais para a Escola de Suzana. Pouco antes do final da reunião, houve um pedido de uma ambulância que é considerada uma necessidade de extrema importância para Suzana. Manuel Rei Vilar respondeu que a nossa Associação não tem meios para comprar uma Ambulância. No entanto, iremos trabalhar no sentido de apresentar um pedido de subsídio a várias instituições suscetíveis de conceder o financiamento para essa aquisição. Um dos participantes Bissau-Guineenses pediu que a Associação oferecesse uma fotografia do Capitão Rei Vilar para se expor na Residência dos Professores. Manuel Rei Vilar agradeceu a constante ajuda do Padre Vítor Pereira e do nosso amigo Olálio Neves Trindade.

Em relação aos Diretores das Escolas de Suzana, tivemos contacto com o Diretor do Liceu, o Professor Nicodemos Djata que é natural de Cassolol, uma tabanca vizinha de Suzana antes de Varela. O Diretor da Escola Eva (Escola de Verificação Ambiental) de Suzana que é o Professor Ismael Djata, natural de Suzana, não se encontrava pois estava ausente em Bissau. Com o Diretor do Liceu abordou-se a questão da atribuição e gestão das Bolsas de Estudo (Universidade ou Cursos técnico-profissionais) que a curto prazo deverá ser formalizada, mediante a definição de algumas orientações. O jovem Diretor do Liceu, Professor Nicodemos, manifestou o desejo de seguir um curso de Ciências da Educação.

No final da nossa visita, a Equipa REI VILAR brindou-nos com um pequeno desafio de Futebol.
9 - Equipa de Futebol de Suzana (REI VILAR – Associação Anghilau)

3 - SITUAÇÃO ATUAL DE SAÚDE EM SUZANA.

A Missão Católica de Suzana dispõe de um pequeno Centro de Saúde que conta com a ajuda da Irmã Eurizanda, Bissau-guineense e de uma jovem irmã, além de uma outra senhora da tabanca de nome Manuela. Alem disso, elas contam com o serviço de uma parteira tradicional de Suzana. Quando visitámos o Centro de Saúde havia pessoas que estavam a ser tratadas: um rapaz que tinha caído de uma palmeira e que estava com os braços esfolados, um menino acompanhado com o seu pai com dores de cabeça e uma mãe com um bebé que tinha um mês e só pesava 2,700 kg porque a mãe não tinha leite para lhe dar. As irmãs queixaram-se que não têm medicamentos para dar aos enfermos. A Irmã Eurizanda reforçou a ideia da necessidade urgente de uma ambulância para Suzana.
10 - Centro de Saúde da Missão Católica de Suzana

4 – Visita A Budjim

Fizemos ainda uma visita à Escola de Budjim, uma tabanca já muito próxima da fronteira do Senegal. O capitão Rei Vilar tinha aí mandado construir uma Escola que já não existe e foi substituída por outro edifício maior. Em Budjim há escolaridade desde o Jardim-Escola até ao quarto ano. Há cerca de 70 alunos dos quais cerca de 30 no Jardim-Escola. Há grandes necessidades e os professores querem instituir mais dois anos de escolaridade. Pediram-nos para enviarmos algum material escolar para o Jardim-Escola.
11 - Partida de Bissau

Este é o relato da nossa viagem a Suzana e ao seu Agrupamento de Escolas. As necessidades são enormes mas tenho confiança que a nossa Associação continuará a estabelecer pontes para ajudar a comunidade Felupe de Suzana, as suas Escolas e as suas crianças.

Em nome das crianças de Suzana, agradeço a vossa implicação!

Manuel Rei Vilar
(Presidente da Associação Anghilau
____________

Nota do editor

Último post da série de24 DE NOVEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24883: Ser solidário (263): Relatório da nossa 38.ª Missão Solidária que decorreu entre os dias 28 de Outubro e 04 de Novembro de 2023 na Guiné-Bissau (Afectos Com Letras)