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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Guiné 61/74 - P24049: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Parte XIX: Mais uma operação helitransportada no corredor de Sitató, junto à fronteira com o Senegal, em março de 1966 (Op Vamp)


Tabanca de Cuntima, na região do Oio, c. 1969/71.  Foto do álbum de Carlos Silva (Publicada, a preto e branco, no livro do Amadu Djaló, na pág. 142)


Operação helitransportada, em março de 1966. Lançamento na área de Sitató, um dos corredores de entrada do PAIGC, progressão junto à linha de fronteira até Faquina Mandinga e retirada para Cuntima. Carta de Colina do Norte (1956) (Escala 1/50 mil)

1. Continuação da publicação das memórias do Amadu Djaló (1940-2015):

Recorde-se aqui o seu passado militar:

(i) começou a recruta, como voluntário, em 4 de janeiro de 1962, no Centro de Instrução Militar (CIM) de Bolama;

(ii) esteve depois no CICA/BAC, em Bissau, onde tirou a especialidade de soldado condutor auto-rodas;

(iii) passou por Bedanda, 4ª CCaç (futura CCAÇ 6), e depois Farim, 1ª CCAÇ (futura CCAÇ 3), como sold cond auto;

(iv) regressou entretanto à CCS/QG, e alistou-se no Gr Cmds "Os Fantasmas", comandado pelo alf mil 'cmd' Maurício Saraiva, de outubro de 1964 a maio de 1965;

(v) em junho de 1965, fez a escola de cabos em Bissau, foi promovido a 1º cabo condutor, em 2 de janeiro de 1966;

(vi) voltou aos Comandos do CTIG, integrando-se desta vez no Gr Cmds "Os Centuriões", do alf mil 'cmd' Luís Rainha e do 1º cabo 'cmd' Júlio Costa Abreu (que vive atualmente em Amesterdão);

(vii) descreve-se a seguir  mais uma operação helistransportada, a Op Vamp, no corredor de Sitató, junto à fronteira com o Senegal, em março de 1966 (Gr Cmds "Os Centuriões" e "Os Diabólicos") 


 Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Parte XIX:   

Mais uma operação helitransportada no corredor de Sitató, 
junto à fronteira com o Senegal, em março de 1966 
(Op Vamp) (pp. 138-143)

Outra vez os dois grupos, 15 homens dos “Centuriões” e 15 dos “Diabólicos”, para uma missão de nomadização [1]  na região a norte de Farim. Saímos de Bissalanca, em 6 helis, de manhã muito cedo, para sermos lançados na fronteira, junto a Sitató. 

A partir de uma certa altura, os pilotos defrontaram-se com muito nevoeiro e quando chegámos perto da linha de fronteira, não conseguiram distinguir bem se estávamos já no Senegal. Retiraram até à zona de Jumbembem e, depois, a voarem por cima das árvores, atingiram uma zona de bolanha, onde nos largaram. 

Estávamos nos finais de março [de 1966] e a água estava muito fria. Quando aterrei, a água deu-me até ao peito. Pão, bolachas, cigarros, fósforos, ficou tudo alagado. Saímos da água e ficámos um pouco de tempo abrigados, a auscultar os sons da mata. Depois, começámos a andar até atingirmos uma bolanha larga, por volta das 10 horas. Ficámos ali algum tempo a olhar para a mata em frente. Os dois alferes estiverem a conferenciar e decidiram atravessá-la. 

Abrimos em linha, distanciámo-nos uns dos outros e começámos a travessia com muito cuidado. Estávamos mais ou menos a meio, ouvimos um tiro. Agachei-me como os outros e ficámos na expectativa. Já sabíamos que o PAIGC estava à nossa frente. Retomámos a progressão em direcção da mata de onde partira o disparo, mais separados ainda. Depois outro tiro, momentos depois uma rajada e nem uma chicotada. 

Nós não íamos com o objectivo de fazer um golpe de mão. A missão que nos tinha levado a Sitató era progredirmos em direcção a Faquina Mandinga, ver bem os trilhos e se houvesse sinais montar uma emboscada. Mas não era isto que estava a acontecer. 

Os tiros que ouvimos, quando estávamos a atravessar a bolanha, alteraram a nossa missão. Continuámos, muito lentamente, a dirigirmo-nos para a mata, e começámos também a ouvir vozes e risos. Ficámos mais sossegados porque os tiros não devia ter nada a ver com a nossa presença naquele local. Ou então era o PAIGC que estava com grande confiança. 

Já sabia que o confronto era inevitável. Conseguimos chegar àquela pequena mata de palmeiras sem sermos vistos. Era uma mata escura, onde eles tinham armado um acampamento embora naquele momento ainda não soubéssemos. 

Logo à entrada vi um pequeno carreiro que entrava na mata e desaparecia dos meus olhos. Os alferes combinaram formar um L, o meu grupo ia progredir no carreiro enquanto o outro ficava em linha na orla da mata. Começámos a andar, um passo aqui, outro ali, com muito cuidado, até que ficámos de frente para umas barracas. Vimo-los a conversar uns com os outros, a rirem-se, sem saberem que tinham visitas. 

Eu pensei: E agora? Se não os atacássemos já éramos descobertos e poderíamos sofrer uma derrota inesquecível. O terreno tinha aquela pequena mata de palmeiras e à volta a vegetação era pouca. De certeza que eles conheciam a zona melhor que nós. Atacar já e retirar para Cuntima, foi a decisão que se tomou.  

A primeira fila de barracas estava mais ou menos a dez metros. Quando ouvimos a voz de fogo, eu, o cabo Raul e outros companheiros que estavam à minha beira, fizemos rajadas lá para dentro, a curta distância dos guerrilheiros. 

Uma grande gritaria ouviu-se quando parámos de atirar e depois tiros e gritos pararam de repente, ficou um silêncio total. Lançámo-nos lá para dentro, os companheiros do outro grupo romperam também e começámos a busca nas barracas. 

Depois de apanharmos material, já não havia mais nada para fazer a não ser chegar fogo ao acampamento. Lançámos granadas incendiárias e saímos a correr, para norte, a corta-mato. 

Uns minutos depois, já a uma ou duas centenas de metros das casas de mato, ouvimos fogo de morteiro, bazuca e armas automáticas. Eles queriam ver se nós respondíamos para depois concentrar o fogo em cima de nós. Mas nós não respondemos e eles ficaram sem saber nada a nosso respeito e nunca vieram a saber como nós chegámos junto deles. As morteiradas para a zona do acampamento continuavam e nós também continuávamos a andar, agora mais devagar. 

Estava muito calor e nós estávamos com sede. Logo, a sorte veio ter connosco outra vez, quando encontrámos um pequeno riacho. Momentos antes, o Mamadu Bari tinha caído com dores musculares. Parece que os músculos se tinham prendido e ele não podia andar. Tirámos-lhe a carga que ele trazia e demos-lhe ali uma massagem. Ele pareceu ficar melhor e nós recomeçámos a marcha. 

Quando entrei no riacho, meti a cabeça debaixo de água, para diminuir o calor e aumentar a força que já me faltava. Demos com a estrada que vinha da fronteira e de certeza que já não estávamos longe de Cuntima. Com o guia local que tínhamos levado, o milícia Pate Djamanca [2],  uma equipa meteu-se na estrada até ao arame farpado do aquartelamento de Cuntima [3] e, tempos depois, apareceram duas viaturas que nos transportaram até à povoação.

Fomos muito bem recebidos, tomámos banho e depois do jantar fomos visitar a tabanca com o nosso gira-discos. Passados uns minutos, juntaram-se rapazes e raparigas e foi música e dança até à meia-noite. 

No dia seguinte[4], depois do café, chegou uma coluna de Farim para nos recolher. Por volta das 10h00 ocupámos os nossos lugares nas viaturas e metemo-nos à estrada, que eu conhecia muito bem, e chegámos a Farim, ainda não eram 14h00.  

Fui para o quartel dos africanos, da antiga 1ª CCaç, onde tinha estado quase um ano como condutor “rebenta-minas”. Afinal, tinha sido daqui que eu tinha ido para os Comandos. O alferes, sobrinho do Governador Arnaldo Schulz, que era de informações e tinha vindo de Porto Gole, é que tinha sido o responsável pela minha saída de Farim. 

Ele costumava encarregar-se dos interrogatórios e usava a violência para obter informações dos prisioneiros. Naquela altura avisou-me, a respeito da carta do cabo-verdiano, para eu nunca mais receber fosse o que fosse de prisioneiros. Fiquei incomodado com a forma como ele reagiu à minha acção e lembro-me de ter regressado à caserna e de ter ficado uns tempos a matutar. O Adulai Djaló, meu colega, amigo e parente, andávamos sempre juntos, chegou-se a mim e perguntou se me doía a cabeça. Recordo muito bem esse episódio. 

Foi nessa altura que tiraram os bidões de água do meu carro e me puseram a “rebenta-minas”. Davam instruções para a segunda viatura, a que ia atrás da minha, manter a distância de, pelo menos, 100 metros. Nunca faltei a uma saída.

E foi por causa dele que eu e o Tomás Camará fomos para o grupo do Alferes Saraiva. 

Agora que estou a escrever este episódio da minha vida na Guerra da Guiné, recordo que na noite de 23 de Dezembro de 1971, o Adulai Djaló morreu nas minhas mãos, em Morés, numa noite em que tivemos cinco mortos e vários feridos, já não me lembro de quantos, só sei que um estava em estado muito grave. 

Agora, voltando ao regresso de Cuntima. Quando chegámos ao quartel de Nema, os colegas receberam-me com uma mesa cheia de bebidas. Ficámos ali até às 16h00, quando nos vieram buscar, e dali seguimos para a pista, entrámos num Dakota e pouco depois das 17 e tal estávamos em Brá.

(Continua)
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Notas do autor ou do editor literário ("copydesk") (VB):

[1] Nota do editor:  extraído do relatório: 28/03/66. Op Vamp: Faquina Fula, Colina do Norte, Cuntima, Farim. 

Informações relatavam a deslocação junto à fronteira com o Senegal de um numeroso grupo IN, prevendo-se a entrada por Sitató ou por Faquina Mandinga em direcção a Sulucó, Dando Mandinga-Cambajú. O plano previa a heliportagem para uma bolanha em Sitató, nomadização com a duração prevista de 48 horas, deslocação dos grupos até Cuntima pelos seus próprios meios e depois em coluna até Farim com regresso a Bissau em Dakota. 

30 elementos dos grupos “Centuriões” e “Diabólicos” saíram de Brá às 05h45. Partiram da BA 12 em seis Alouettes-III às 06h00. Às 7h00 foram largados na bolanha de Sitató. Cerca das 07h30 iniciaram a progressão rumo a Faquina Fula, que atingiram às 09h30. 

Por volta das 10h30, quando atravessavam uma bolanha entre Faquina Fula e Faquina Mandinga, ouviram um tiro. A seguir, risos e vozes. Uma rajada, gargalhadas, outra rajada de três ou quatro tiros, mais risos. Dirigiram-se para a orla da mata, depois progrediram na direcção das vozes. 

Cerca das 11h00 encontraram elementos INs a conversarem enquanto um limpava uma arma, numa pequena clareira com casas de mato em volta. Abriram fogo à queima-roupa e entraram nas casas de mato. Seguiram-se momentos de grande confusão que impediram o uso das armas. 

Na primeira fase, o IN limitou-se a fugir. Minutos depois, quando se procedia à recolha do material abandonado (2 metralhadoras-ligeiras Degtyarev, 2 Simonovs, 1 PM Thompson, 1 PM Shpagim, 1 PM Beretta, 1 esp. Mauser, 18 granadas de mão, 1 granada de RPG, 27 carregadores para vários tipos de armas, bornais, porta-carregadores, munições e documentação diversa), abriu fogo de morteiro para dentro do acampamento. 

Cerca de meia hora depois de lançado o ataque, os grupos abandonaram o acampamento a arder. Entraram em Cuntima às 13h30. A CArt 732, em coluna auto, transportou-os no dia seguinte para Farim. O regresso a Brá foi feito num Dakota um dia depois.

[2] Meio-irmão do Comando Abdulai Queta Jamanca. 

[3] Nota do editor: na altura ocupado pela CArt 732 / BArt 733. 

[4] Nota do editor: 29 Março 1966.
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Nota do editor LG:

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Guiné 61/74 - P23896: E as nossas palmas vão para... (21): o Humberto Reis, que hoje faz anos e é um dos nossos grandes fotógrafos, para além de colaborador permanente e "cartógrafo-mor" do nosso blogue



Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > Subsector do Xitole > 2/3 janeiro de 1970 > Forças da CCAÇ 12 (na foto, o 2.º Grupo de Combate, dos furriéis milicianos Humberto Reis e Tony Levezinho) atravessando uma bolanha, a caminho da península de Galo Corubal -Satecuta, na margem direita do Rio Corubal. O Humberto vem atrás dos homens da bazuca e do lança-rockets, 3.7 mm (igual à dos páras). E, mais atrás, os 1ºs cabos (metropolitanos) Alves e Branco.

Não aparecço na foto mas participei na Op Navalha Polida, em 2 e 3 de janeiro de 1970, integrado desta vez no 4.º Gr Combate. Como me dizia amavelmente o meu capitão Brito - era um gentleman! - , eu era o peão de nicas, o tapa-buracas, o suplente, o que substituía os camaradas furriéis doentes, convalescentes, desenfiados ou em férias... Não sei por que carga de água é que os psicotécnicos me disseram que eu era bom para apontador de armas pesadas de infantaria. Como a CCAÇ 12 era uma companhia de intervenção, não tendo armas pesadas, eu tornei-me um polivalente, um pau para toda a obra ...

Foto da autoria de Humberto Reis (ex-fur mil op esp, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71). Tem sido imensa e despudoradamente "pirateada" por aí, nas redes sociais, em livros, etc., sem referência ao autor e ao nosso blogue.


Guiné > Zona leste > Rwgião de Bafatá > Setor L1 > Estrada Bambadinca-Xime > Ponte do Rio Udunduma > Destacamento da CCAÇ 12 > 2º Grupo de Combate > 1970 > O fur mil op esp Humberto Reis, à entrada do abrigo (?)...

(...) "Com este destacamento passou-se um episódio que diz bem do carácter que presidia à união de todos os operacionais (operacionais eram aqueles que iam para o mato e as sentiram assobiar e não os que viviam no bem bom dentro dos arames farpados e que nunca sentiram o medo de levar um tiro).

"Um domingo à noite estávamos a jantar na messe [, em Bambadinca], nesse dia calhou-me estar dentro do arame, e de repente começámos a ouvir rebentamentos para os lados da ponte. Pensámos que era o destacamento que estava a embrulhar e automaticamente nos levantámos (eu e mais alguns até estávamos vestidos à civil), fomos a correr aos respectivos quartos buscar as armas e quando chegámos à parada já lá estavam alguns Unimog com os respectivos condutores à espera (ninguém lhes tinha dito nada mas a ideia foi a mesma - é a malta da ponte a embrulhar, temos de os ir socorrer ). Até um dos morteiros 81 levámos e aí vai o fur mil do Pel Mort com uma esquadra, o Lopes que era natural de Angola (tão bem organizada que era a nossa administração militar, que o colocaram na Guiné!).

"Felizmente, quando chegámos à ponte, verificámos que não era aí, mas sim 2 km mais à frente, na tabanca de Amedalai, pelo que seguimos até lá. Escusado será dizer que quando o IN notou que chegaram reforços fechou a mala e foi embora" (...)



Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L1 > CCAÇ 12 (1969/71> c. 1970 > 2º Grupo de Combate > Estrada Bambadinca-Xime > Destacamento da Ponte do Rio UdundumaO Tony (Levezinho) e o Humberto (Reis) sentados na "manjedoura"... Era ali, protegidos da canícula, por uma chapa de zinco, à volta de uma tosca mesa de madeira, entre duas árvores, com vista sobre o espelho de água do rio Udunduma, afluente do Geba..., era ali que tomavámos em conjunto as nossas refeições, escrevíamos as nossas cartas e aerogramas, jogávamos à lerpa, bebíamos um copo, matávamos o tédio e os mosquitos...

Na imagem, o Tony (Levezinho), à esquerda, segurando uma granada de LGFog de 3.7. À direita, o Humberto Reis, o nosso "ranger"... e fotógrafo. O 2º Gr Comb ficou, cedo, entregue aos dois furriéis, Levezinho e Reis... O alf mil António Carlão foi destacado... para a equipa de reordenamento de Nhabijões ( a gigantesca tabanca, ou aglomerado de tabancas, de maioria balanta, onde a rapaziada do PAIGC se dava ao luxo de entrar e sair quando muito bem lhe apetecia...).


Guiné > Zona leste > REgião de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > Estrada Xime-Bambadinca > 23 de novembro de 1969 > A famosa autogrua Galion, desembarcada no Xime, em LDG, e fornecida pela Engenharia Militar para operar no porto fluvial de Bambadinca... Atascada, no final da época das chuvas... junto à bolanha de Samba Silate, antes de Nhabijões, dois topónimos de má memória para muitos de nós que andámos por aquelas paragens...

Na foto, temos em grande plano uma das rodas da Galion atascada,,, E, em segundo plano, aparece o Humberto Reis, de cigarro na boca, óculos de sol, lenço ao pescoço, impecavelmente fardado, como mandava... a puta da sapatilha!.

A Galion veio para substituir as pequenas autogruas de marca Fuchs (segundo oportuno comentário do nosso camarada Vasco Ferreira, e que eu creio que eram duas, pintadas de azul), existentes até então no cais de Bambadinca , por ocasião do início do ambicioso projecto de reordenamento de Nhabijões, um dos maiores da Guiné naquele tempo (cerca de 300 casas).


Guiné > Zona Leste > Região Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > Pessoal do 2º Grupo de Combate, atravessando em coluna apeada a bolanha de Finete na margem direita do Rio Geba, no regulado do Cuor, em frente a Bambadinca (que pertencia ai regulado de Badora). O destacamento que havia mais a norte, era o de Missirá (guarnecido pelo Pel Caç Nat 52, no tempo do alf mil Beja Santos, 1968/70, e depois pelo Pel Caç Nat 63, do alf mil Jorge Cabral).

A tabanca de Finete, em autodefesa, guarnecida pelo Pelotão de Milicia nº 102, é visível ao fundo. No primeiro plano, para além de municiador da Metralhadora Ligeira HK 21, Mamadú Uri Colubali (se não erro), vê-se o fur mil op esp Humberto Reis e o saudoso 1º cabo José Marques Alves, de alcunha "Alfredo" (1947-2013) (natural de Campanhã, Porto, vivia em Fânzeres, Gondomar).


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > Tasca do Zé Maria > Um dos nossos poucos luxos no mato... Os famosos lagostins do Rio Geba Estreito... Da direita para a esquerda, três camaradas da CCAÇ 12 (1969/71) os furriéis mil Humberto Reis e Tony Levezinho e alf mil o José António G. Rodrigues (já falecido já muito).. Penso que fui eu quem tirou esta foto com a máquina do Humberto Reis...


Guiné >  >Zona leste > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > Estrada Bambadinca - Mansambo - Xitole > Coluna logística: uma viatura civil, transportando cunhetes de granadas e, em cima, pessoal civil. Dizia-se que as nossas GMC, "do tempo da guerra da Coreia", gastavam "100 aos 100"... Não admira, por isso, que o consumo "per capita" mensal, de combustível, fosse de 50 kg numa companhia normal de 160 homens... Em contrapartida, o consumo diário de frescos não ia além dos 500 gramas (15 kg por mês e por homem)...


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > CCAÇ 12 (1969/71) > Destacamento da Ponte do Rio Udunduma > Uma manada de vacas, cambando o Rio Udunduma... Possivelmente pertencentes a um notável fula da região (Amedalai, por exemplo, que era a tabanca mais perto)... Só com muita relutância os fulas vendiam cabeças de gado à tropa... O gado era, tradicionalmente, um "sinal exterior de riqueza", um símbolo de "status" social, dizia a ideologia da "psico"...



Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá >  Sector L1 > 1969 > O sortilégio e a beleza do Rio Geba, entre o Xime e e Bambadinca, o chamado Geba Estreito, numa das fotos aéreas magníficas do Humberto Reis.

Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Sector L1 > 1969 > Espectacular vista aérea do Geba Estreito entre o Xime e Bafatá > Na época, havia um serviço de cabotagem entre Bissau e Bafatá, embora precisasse de segurança militar próxima, no troço Xime-Bambadinca, e nomeadamente na zona do Mato Cão. Este troço era um pesadelo para as embarcações civis. Durante largos meses, o Pel Caç Nat 52 assegurava o patrulhamento, quase diário, desta zona. Será depois substituído pela CCAÇ 2590/CCAÇ 12, colocada em Bambadinca nos finais de julho de 1969.


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Bafatá > Vista aérea > Em primeiro plano, o rio Geba, à esquerda, e a piscina de Bafatá (que tinha o nome do administrador Guerra Ribeiro e foi inaugurada em 1962, tendo sido construído - segundo a informação que temos - por militares de uma unidade aqui estacionada ainda antes do início da guerra).

Ainda do lado esquerdo, o cais fluvial, uma zona ajardinada, a estátua do governador Oliveira Muzanty (1906-1909)... Ao centro, a rua principal da cidade. Ao fundo, ao alto da avenida principal, já não se chega a ver o troço da estrada que conduzia à saída para Nova Lamego (, que ficava a nordeste de Bafatá); havia um a outra, alcatroada, para Bambadinca, mas também com acesso à estrada (não alcatroada) de Galomaro-Dulombi, povoações do regulado do Cosse, que ficava a sul. À entrada de Bafatá, havia uma rotunda. ao alto. Para quem entrava, o café do Teófilo, o "desterrado", era à esquerda..

Do lado direito pode observar-se as traseiras do mercado. Do lado esquerdo, no início da rua, um belo edifício, de arquitetura tipicamente colonial, pertencente à famosa Casa Gouveia, que representava os interesses da CUF, e que, no nosso tempo, era o principal bazar da cidade, tendo florescido com o patacão (dinheiro) da tropa. Por aqui passaram milhares e milhares de homens ao longo da guerra,. que aqui faziam as suas compras, iam aos restaurantes e se divertiam... com as meninas do Bataclã.
 

Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca)> c.1969/70 > Belíssimma vista aérea da tabanca de Samba Juli, sendo visível o perimetro de arame farpado, as valas e os abrigos individuais > Em Fevereiro de 1969, aquando o desastre do Cheche, a CCAÇ 2405 estava sediada em Galomaro, com um pelotão em Samba Juli, outro em Dulombi e um terceiro em Samba Cumbera. 

Samba Juli fazia parte de um conjunto de tabancas fulas, em autodefesa no regulado do Corubal, ao longo da estrada Bambadinca-Xitole, onde se incluía Dembataco e , Moricanhe (a oeste da estrada), Samba Culi, Sinchã Mamajã, Sare Adé, Afiá, Candamã, entre outras (a leste)... Tudo nomes que ainda ressoam estranhamente nas nossas cabeças: em muitas delas contávamos as estrelas à noite e esperávamos o alvorecer não sem alguma ansiedade... Nós e os nossos soldados guineenses da CCAÇ 12...


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Bafatá > c. 1969/70 >  Vista aérea da Ponte Salazar sobre o Rio Geba, na estrada entre Bafatá e Geba. A Ponte ficava a oeste da vila (mais tarde cidade, em 1970),

Fotos (e legendas): © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 1996 > Ponte sobre o rio Geba na estrada Bafatá-Geba. O Humberto Reis voltou lá, vinte e sete anos depois.

Foto (e legenda): © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]


1. O Humberto Reis, engenheiro técnico reformado, meu camarada da CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 
1969/71), meu companheiro de quarto em Bambadica, meu vizinho de Alfragide, meu velho amigo (de há mais de meio século), faz hoje anos  (*) e merece ser aqui recordado sobretudo como grande fotógrafo da nossa companhia e do nosso tempo (ele e o Arlindo T.Roda). As melhores fotos aéreas que temos aqui publicado são dele (Bambadinca, Bafatá, Xime, Mansambo, Xitole, rio Geba, etc.). E são conhecidas dos nossos leitores.

O Reis tinha vários amigos na FAP e, de vez em quando, apanhava uma boleia de h
elicóptero ou de DO 27. As fotos de Bafatá, pro exemplo, foram tiradas de heli. Ele fazia "diapositivos", revelados na Suécia (se não erro). Ao fim destes anos estão em excelente estado, conforme as imagens que nos mandou em 2006, digitalizadas. E, para mais, tinha uma excelente resolução (mais de 2 MG), perrmitindo o seu recorte em várias imagens parciais.

O Humberto é também nosso colaborador permanente, e o nosso "cartógrafo-mor". A ele,  nosso mecenas, nunca nunca é de demais mostrar aqui nossa gratidão pela sua generosidade (foi ele que comprou e mandou digitalizar as cartas ou mapas da antiga província portuguesa da Guiné).

Por outro lado, também nunca é demais lembrar que as cartas ou mapas da Guiné (na escla de 1/50 mil), que desde o início do blogue disponibilizámos para consulta "on line" dos nossos leitores, são pequenas obras-primas, resultantes do minucioso e aturado levantamento efectuado aos longo dos anos 50 pela missão geo-hidrográfica da Guiné – Comandante e oficiais do N.H. Mandovi e do N.H. Pedro Nunes.

A fotografia aérea foi da responsabilidade da Aviação Naval. O trabalho de restituição, por seu turno, foi feita pelos Serviços Cartográficos do Exército. As fotolitografias e a impressão foram feitas em várias casas, de Lisboa, Porto, V.N. Gaia: Litografia de Portugal, Papelaria Fernandes, Arnaldo F. Silva... A imagem em geral é de boa qualidade, graças também à fotolitografia de casas como a Papelaria Fernandes e a António F. Silva (em geral, são os melhores trabalhos, os destas casas)… e à posterior digitalização.  A edição é da antiga Junta das Missões Geográficas e Investigações do Ultramar, do antigo Ministério do Ultramar.

Convirá recordar que a sua paciente digitalização foi efectuada pelo Humberto Reis na Rank Xerox, em 2006. (Ele não nos disse quanto pagou, mas não deve ter sido barato...). Eu passei cada um destes pesadíssimos ficheiros (10 ou mais Mb) para outros mais leves (da ordem dos 2 Mb), procurando manter a qualidade da imagem (que tem alta resolução)
.

 Fica aqui uma pequena homenagem ao nosso querido Humberto, juntando algumas das suas fotos (**). Para ele os nossos votos de um Bom Natal e de um Melhor Ano Novo de 2023. (LG)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 19 de dezembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23893: Parabéns a você (2126): Humberto Reis, ex-Alf Mil Op Esp da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)

domingo, 6 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23765: Dando a mão a palmatória (34): nas nossas cartas militares, na escala de 1/50.000, cada centímetro corresponde a 500 metros... (e não a 1 km)


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Setor L1 (Bambadinca) > Carta de Bambadinca (1955) > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Nhabijões, Mero e Santa Helena, três tabancas consideradas, desde o início da guerra, como estando "sob duplo controlo", ou seja, com população (maioritariamente balanta) que tinha parentes no "mato" (zona controlada pelo PAIGC)... Em Finete, Missirá e Fá Mandinga havia destacamentos nossos. Entre Bambadinca e Fá Mandinga ficava Ponta Brandão. Havia aqui uma destilaria, de cana de acúcar... Bambadinca era sede de posto administrativo e tinha correios, telégrafo e telefone, além de um posto sanitário ("missão do Sono")... Era, além disso, um importante porto fluvial. Era banhado pelo caprichoso Rio Geba (ou Xaianga). Até 1968 as LDG da Marinha chegavam até lá... Depois, já em 1969, ficavam-se pelo Xime... De Bambadinca a Bafatá (cerac de 30 km) a estrada era já alcatroada...no meu tempo (1969/71). (LG)

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014).







Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)

1.  Já aqui deixámos expresso por escrito, mais do que uma vez, a nossa admiração por (e prestámos a nossa homenagem a) os nossos cartógrafos militares a que devemos as extraordinárias cartas da Guiné Portuguesa dos anos 50. 

Não brincavam em serviço, esses nosso cartógrafos, e é bom que se diga que prestaram um alto serviço científico e cultural ao povo da Guiné-Bissau, cartografando ao milímetro todas aquelas terras, ilhas, ilhotas, rios, mar, braços de mar, lalas, bolanhas, tabancas, savanas arbustivas, florestas-galeria, palmeirais...,  do Cacheu ao Cacine, de Bolama a Buruntuma, de Varela ao Como... Ainda hoje estas cartas são uma preciosidade.  E, para nós, amigos e camaradas da Guiné, foram e continuam a ser um extraordinário auxiliar de memória... Já há muito que nos teríamos perdido nos labirintos de memória sem estas cartas geográficas, disponíveis "on line", com grande resolução, no nosso blogue...  

Agora  o que os nossos cartógrafos, se ainda fossem vivos, nunca nos perdoariam é aquela calinada de dizer que  na escala de 1 / 50.000 um centímetro na carta corresponde a um quilómetro (*)... 

Felizmente, o meu amigo e camarada António Duarte, da CCAÇ 12, da "3ª geração" (Bambadinca e Xime, 1973/74) estava atento e topou o erro, ou não fosse ele bancário e economista: se um quilómetro corresponde a 1000 metros e cada metro tem 100 cm, 100 mil centimetros (ou seja, um quilómetro) a dividir por 50 mil são 2... centímetros! 

Não é preciso um gajo ser licenciado, mestre ou doutor para saber (e poder) fazer estas contas de cabeça!

2. Fica aqui a emenda do erro que é de palmatória!... Dou, humildemente, a mão à menina dos cinco olhinhos... como no meu/nosso tempo da instrução primária (**). 

Dito isto, não é demais realçar que as cartas da antiga Província Portuguesa da Guiné são de uma enorme  riqueza documental, em termos geográficos, E cada centímetro de papel é um passeio de 500 metros por aquelas terras onde destilámos "sangue, suor e lágrimas"... de quem guardamos algumas boas recordações da sua sua boa gente.

Nunca é demais lembrar que, sessenta / setenta anos depois,  estas cartas permitem-nos, por exemplo,  saber hoje coisas espantosas como: 

  • quais as tabancas que existiam antes da guerra (e ver depois as que foram abandonadas ou destruídas); 
  • qual o número médio aproximado de moranças ou casas (cada ponto correspondendo em geral a uma morança); 
  • as tabancas temporárias e as abandonadas;
  • as povoações "de tipo europeu" e as "indígenas" (e dentro destas, as "cerradas" e as com "arruamentos" definidos);
  • conforme o tamanho maior ou menor da letra dos topónimos, distinguir as povoações "indígenas" com mais de 50 casas, as entre 50 e 10, e as menos de 10;
  • o regulado a que pertenciam;
  • as que eram sede de circunscrição (equivalente ao nosso concelho, caso de Bafatá) e as que eram sede de posto administrativo;
  • as que, de categoria inferior a sede de circunscrição, tinham serviços de correio, telégrafo e telefone (caso de Bambadinca) e, nas fornteiras, serviços alfandegários;
  • mas também localizar as bolanhas (arrozais de regadio), as lalas (capinzais)  (de água doce e água salgada, com ou sem tufos de palmeiras), os mangais,   as florestas-galeria, as savanas arbustivas, as terras incultas... 
  • os diferentes tipos de palmeiras e palmares: palmeira-de-tara (Phoenix reclinata); palmeira de dendém (ou azeite), conforme a sua densidade: massiços consideráveis ou não desbravados; palmares desbravados com culturas diversas; 
  • mas igualmente as "pontas" (ou hortas) (que em geral eram exploradas por cabo-verdianos e europeus, e que tinham o nome do dono ou fundador: Ponta do Inglês, Ponta João Dias)... 
  • e ainda calcular distâncias entre duas povoações, por estrada ou em linha recta; estimar a largura de um rio ou o comprimento de uma bolanha...
Tudo isto, afinal,  feito ainda "no bom tempo" (anos 50 do séc. XX), ou seja, antes do vendaval da guerra em que desaparecem regulados inteiros ou em parte (alguns eu conheci: Xime, Bissari, Badora, Cossé, Corubal, Enxalé, Cuor, Mansomine, Oio,  Joladu, Ganado, Padada...) e foram abandonadas ou destruídas muitas e muitas dezenas (senão não algumas centenas) de povoações (por exemplo, ao longo da bacia do rio Corubal)... para não falar de regiões inteiras, como a de Quínara e a de Tombali, no sul (que eu só vim a conhecer depois da guerra)...

Tiro o quico, bato a pala, aos nossos valorosos e competentes cartógrafos militares. E peço, mais uma vez, desculpa pelo meu... dislate. (LG)
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 

4 de novembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23761: Voltamos a recuperar as antigas cartas da província portuguesa da Guiné, um dos recursos mais preciosos do nosso blogue - Parte IV: De Quinhamel a Xitole

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23761: Voltamos a recuperar as antigas cartas da província portuguesa da Guiné, um dos recursos mais preciosos do nosso blogue - Parte IV: De Quinhamel a Xitole

Guiné > Região de Bafatá > Saltinho > Rio Corubal > Uma das mais belas piscinas naturais  do mundo... Foto do álbum do Arlindo Roda (ex-fur mil, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71).

Foto: © Arlindo Roda (2010).  Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > Rio Corubal > Rápidos do Saltinho > 3 de Março de 2008 > Lavadeiras do Saltinho.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Guiné > Região de Bafatá > Carta de 
Contabane (1959) > Escala 1/50 mil > Detalhes: Saltinho, rápidos do Saltinho, Rio Corubal, Contabane, Cansamange... 

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)



As cartas da antiga Província Portuguesa da Guiné são de uma enorme  riqueza documental, em termos geográficos,  e a um escala (1/ 50 mil) em que cada centímetro corresponde a meio quilómetro 
 (ou quinhentos metros)... 

Nomeadamente, permite-nos, por exemplo,  saber hoje (vd. sinais convencionais):

  • quais as tabancas que existiam antes da guerra (e ver depois as que foram abandonadas ou destruídas); 
  • qual o número médio aproximado de moranças ou casas (cada ponto corresponde em geral a uma morança; 
  • as temporárias e as abandonadas;
  • as povoações "de tipo europeu" e as "indígenas" (e dentro destas, as "cerradas" e as com "arruamentos" definidos);
  • conforme o tamanho da letra, as povoações "indígenas" com mais de 50 casas, as entre 50 e 10, e as menos de 10;
  • o regulado a que pertenciam;
  • as que eram sede de circunscrição (equivalente ao nosso concelho) e as que eram sede de posto administrativo... 
  • mas também localizar as bolanhas (arrozais de regadio), as lalas (capinzais)  (de água doce e água salgada, com ou sem tufos de palmeiras), os mangais,   as florestas-galeria, as savanas arbustivas, as terras incultas... 
  • os diferentes tipos de palmeiiras e palmares: palmeira-de-tara (Phoenix reclinata(; palmeira de dendém (ou azeite), comforme a sua densidade: massiços consideráveis ou não desbravados; palmares desbravados com culturas diversas; 
  • mas igualmente as "pontas" (ou hortas) (que em geral eram exploradas por cabo-verdianos e europeus, e que tinham o nome do dono ou fundador: Ponta do Inglês, Ponta João Dias)... 
  • e ainda calcular distâncias entre duas povoações, por estrada ou em linha recta; estimar a largura de um rio ou o comprimento de uma bolanha...

Tudo isto feito ainda "no bom tempo" (anos 50 do séc. XX), ou seja, antes do vendaval da guerra em que desaparecem regulados inteiros ou em parte (alguns eu conheci: Xime, Bissari, Corubal, Enxalé, Cuor, Mansomine, Oio,  Joladu, Ganado, Padada...) e foram abandonadas ou destruídas muitas e muitas dezenas (senão não algumas centenas) de povoações (por exemplo, ao longo da bacia do rio Corubal)... para nao falar de regiões inteiras, como a de Quínara e a de Tombali, no sul (que só conheci depois da guerra)...

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)

1. Estamos a recuperar os "links" ou as "URL" das cartas (ou mapas) da Guiné, dos Serviços Cartográficos do Exército, que estavam alojadas desde finais de 2005 na antiga página pessoal do editor Luís Graça ("Saúde e Trabalho - Luís Graça")cujo servidor era o da Escola Nacional de Saúde Pública / Universidade NOVA de Lisboa (ENSP / NOVA). Mais concretamente estavam alojadas numa pasta institulada "Luís Graça e Camaradas > Subsídios para a História da Guerra Colonial"...

As cartas (ou mapas) da Guiné e os demais recursos dessa página estavam acessíveis a partir do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.  Com o fim da página pessoal do nosso editor, em 2022, passam doravante a poderem ser consultadas, de novo, "on line", no nosso blogue, mas a partir do Arquivo.pt.(https://arquivo.pt):

Arquivo.pt (criado e mantida pela FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia)  permite  "a preservação da informação publicada na Web portuguesa para que o conhecimento nela contido esteja acessível às nossas gerações futuras"... e continue a estar disponível para todos (incluindo os investigadores das mais diversas áreas disciplinares, da linguística à história, da sociologia à literatura, da geografia à etnografia, da ecologia à economia)... E, naturalmente, para os leitores do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné a quem se destinam, em primeiro lugar, estas cartas ou mapas.


2. Continuamos a repor as nossas preciosas cartas (ou mapas) da Guiné (Escala 1/50 mil), por ordem alfabética, agora alojados no Arquivo.pt. É só carregar no link. (Também podem ser descarregados e guardados no computador do leitor.)

No final desta série continuarão a estar disponíveis na coluna estática do blogue, do lado esquerdo. Por enquanto (e até a uma próxima actualização), esses links continuam quebrados, bem como todos os topónimos que até agora (ou até há alguns meses) usavam os links antigos, quando estavam alojados na página da ENSP/NOVA. Aqui vão os novos links, das cartas (de  Q a X):

Cartas (ou mapas) da antiga Guiné  Portuguesa 
(Escala 1/ 25 mil) (De Q a X)


Quinhamel (1952) (Inclui Quinhamel, Ilondé...)

Saltinho / Contabane (1959) (Carta de Contabane, Saltinho, rio Corubal...)

Sedengal (1953) (Inclui Sedengal, Ingoré, rio Cacheu, fronteira com o Senegal...)

Susana (1953) (Inclui Susana, fronteira com o Senegal...)

São Domingos (1953) (Inclui S. Domingos, rio Cacheu, fronteira com o Senegal...)

São João (1955) (Inclui Bolama, São João, Nova Sintra, rio Grande de Buba...)

Teixeira Pinto (1953) (Inclui Teixeira Pinto, Catequisse, Bassarel, Bachile...)

Tite (1955) (Inclui Tite, Jabadá, rio Geba, Bindoro, Chuhué, Dugal...)

Varela (1953) (Inclui Varela, fronteira com o Senegal, 

Xime (1955) (Inclui Xime, rio Geba, rio Corubal, Enxalé...)

Xitole (1955) (Inclui Xitole, rio Corubal, Buba, Nhala, Mampatá. Aldeia Formosa...)


3. Fica aqui, mais uma vez, a nossa homenagem aos nossos valorosos cartógrafos militares portugueses. A cartografia portuguesa deu cartas (no duplo sentido do termo) ao mundo, é bom é dizê-lo.

Estas cartas da Guiné são pequenas obras-primas, resultantes do minucioso e aturado levantamento efectuado aos longo dos anos 50 pela missão geo-hidrográfica da Guiné – Comandante e oficiais do N.H. Mandovi e do N.H. Pedro Nunes. 

A fotografia aérea foi da responsabilidade da Aviação Naval. O trabalho de restituição, por seu turno,  foi feita pelos Serviços Cartográficos do Exército. As fotolitografias e a impressão foram feitas em várias casas, de Lisboa, Porto, V.N. Gaia: Litografia de Portugal, Papelaria Fernandes, Arnaldo F. Silva... 

A imagem em geral é  de boa qualidade, graças também à fotolitografia de casas como a  Papelaria Fernandes e a  António F. Silva (em geral, são os melhores trabalhos, os destas casas)… e à posterior digitalização feita na Rank Xerox. 

A imagem original tem 10 MB. Como habitualmente, a imagem que está disponível "on line" foi reduzida a um 1/3 da dimensão original…

A edição é da antiga Junta das Missões Geográficas e Investigações do Ultramar, do antigo Ministério do Ultramar.  

Convirá recordar que a sua paciente digitalização foi efectuada pelo Humberto Reis na Rank Xerox, em 2006. (Ele não nos disse quanto pagou, mas não deve ter sido barato...). Eu passei cada um destes pesadíssimos ficheiros (10 ou mais Mb) para outros mais leves (da ordem dos 2 Mb), procurando manter a qualidade da imagem (que tem alta resolução)...

Ao Humberto Reis, nosso mecenas,  mais uma vez a nossa gratidão pela sua generosidade (todo este trabalho foi pago do seu bolso) e a nossa homenagem ao seu carinho pela Guiné-Bissau e pelos guineenses. Não é por acaso que ele é o nosso "cartógrafo-mor" e colaborador permanente, desde então. (*)
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segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23693: Voltamos a recuperar as antigas cartas da província portuguesa da Guiné, um dos recursos mais preciosos do nosso blogue - Parte III: Do Gabu a Pirada


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Sector L1 (Bambadinca) > Mansambo > 1970 > Vista aérea do aquartelamento de Mansambo, construído de raiz pela CART 2339 (Fá Mandinga e Mansambo, 1968/69).  Ao fundo, da esquerda para a direita, a estrada Bambadinca-Xitole. Foto do arquivo de Humberto Reis (ex-furriel miliciano de operações especiais, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71)

"Quanto à foto de Mansambo, a vista aérea – que é espectacular e que pessoalmente agradeço - gostava de saber de que ano é, se o Humberto tiver esses dados. A zona está totalmente nua, só com uma grande árvore ao fundo que se encontra à entrada do aquartelamento, pois vê-se a bifurcação para a estrada Bambadinca-Xitole (esquerda-direita. Falta ali uma árvore, a tal de referência para o IN, e que os nossos soldados chamavam a árvore dos 17 passarinhos, tal era a quantidade deles, que se situava na parte mais afastada da entrada. A mancha branca de maior dimensão seria o heliporto. Faltam os obuses, um de cada lado à esquerda e à direita. Ao lado dessa árvore ficava o depósito, que era uma palhota, de géneros e munições, que ardeu a 20 de Janeiro de 1969 (nesse dia chegaram os 2 Obuses 105 mm). Era véspera do aniversário da CART 2339. Ao fundo vê-se uma mancha à esquerda do trilho de entrada que era a tabanca dos picadores. À direita no triângulo de trilhos, ficava a nossa horta. A fonte ficava à direita da foto onde se vêem 3 trilhos, na mancha mais negra em baixo. Se confrontares com um mapa da zona vê-se aí uma linha de água" ( Carlos Marques dos Santos)

Foto (e legenda): Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 

1. Estamos a recuperar os "links" ou as "URL" das cartas (ou mapas) da Guiné, dos Serviços Cartográficos do Exército, que estavam alojadas desde finais de 2005 na antiga página pessoal do editor Luís Graça, cujo servidor era o da Escola Nacional de Saúde Pública / Universidade NOVA de Lisboa (ENSP / NOVA). Mais concretamente estavam alojadas numa pasta institulada "Luís Graça e Camaradas > Subsídios para a História da Guerra Colonial"...

As cartas (ou mapas) da Guiné e os demais recursos dessa página estavam acessíveis a partir do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.  Com o fim da página, em 2022, passam doravante a poderem ser consultadas, de novo, "on line", no nosso blogue, mas a partir do Arquivo.pt.(https://arquivo.pt):

O Arquivo.pt (criado e mantida pela FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia)  permite  "a preservação da informação publicada na Web portuguesa para que o conhecimento nela contido esteja acessível às nossas gerações futuras"... e continue a estar disponível para todos (incluindo os investigadores das mais diversas áreas disciplinares, da linguística à história, da sociologia à literatura, da geografia à etnografia, da ecologia à economia...

É o caso da página pessoal do nosso editor, "Saúde e Trabalho - Luís Graça", e o blogue que ele fundou e tem ajudado a manter desde 2004, "Luís Graça & Camaradas da Guiné". Para saber mais, ver aqui: Arquivo.pt.


2. Continuamos, entretanto, a repor as nossas preciosas cartas (ou mapas) da Guiné (Escala 1/50 mil), por ordem alfabética, agora alojados no Arquivo.pt. É só carregar no link.

No final desta série continuarão a estar disponíveis na coluna estática do blogue, do lado esquerdo. Por enquanto esses links continuam quebrados, bem como todos os topónimos que até agora (ou até há alguns meses) usavam os links antigos, quando estavam alojados na página da ENSP/NOVA. Aqui vão os novos links, das cartas (de G a P):


Cartas na escala de 1/50 mil - Parte III  (G / P) 


Gabu (Nova Lamego) (1957)

Gadamael / Cacoca (1954) (Carta de Cacoca que inclui Cacoca, Sangonhã, Gadamael Porto, parte do Quitafine e do Cantanhez, rio Cacine e fronteira sudeste com a Guiné-Conacri)

Galomaro / Duas Fontes (Bangacia) (1959) (Carta de Duas Fiontes que inclui Galomaro...)

Geba / Bambadinca (1955) (Carta de Bambadinca) (inclui rio Geba Estreito, Nhabijões, Finete, Missirá, Fá Mandinga, Geba...)

Guidaje (1953) (Inclui Guidaje, e não "Guidage", e a fronteira com o Senegal)

Guileje (1956)  (inclui Guileje, Mejo, Gandembel, Balana, e fronteira com a Guiné-Conacri)

Jumbembem (1954) (Inclui Jumbembem e fronteira com o Senegal)

Jábia (1959)  (inclui  rio Corubal)

Madina do Boé (1958) (inclui Madina do Boé, rio Corubal e fronteira com a Guiné Conacri)

Mansabá / Farim (1954)
(Carta de Farim)

Mansambo / Xime (1955) (Carta do Xime) 

Mansoa (1954) (inclui Mansoa, rio Mansoa, Bissorã, Encheia, Morés...)

Nova Lamego (Gabu) (1957) (Carta de Nova Lamego, hoje Gabu)


Pelundo (1953) (Inclui Pelundo, Jolemete, rio Mansoa, rio Cacheu...)

Piche (1957) (inclui Piche, ponte Caium, rio Caium...)

Pirada (1957) (incui Pirada, Bajocunda, fronteira com o Senegal...)

Província da Guiné (1961) (Escala 1/ 200 mil)

(Continua)
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Nota do editor:

Vd. postes anteriores da série: 

domingo, 2 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23662 Voltamos a recuperar as antigas cartas da província portuguesa da Guiné, um dos recursos mais preciosos do nosso blogue - Parte II: De Cabuca a Fulacunda


Rosto da página pessoal de Luís Graça, socólogo, "Saúde e Trabalho", criada em 1999, e alojada, até a meados de 2022, no sítio da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa, que foi entretanto reformulada. 

A página (www.ensp.unl.pt/luis.graca) pode agora voltar a ser consultada no Arquivo.pt, da FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia. Foi aqui, nesta página, que começou a aventura do blogue "Luis Graça & Cmaradas da Guiné", o maior blogue em língua portuguesa criado em 2004 e mantido por antigos combatentes da guerra colonial / guerra do ulltramar na antiga colónia ou província ultramarina portuguesa  da Guiné, abarcando o período de 1961 a 1974. 


1. Estamos a recuperar as cartas (ou mapas) da Guiné,  dos Serviços Cartográficos do Exército, que estavam alojadas desde finais de 2005 na página pessoal do editor Luís Graça, cujo servidor era o da Escola Nacional de Saúde Pública / Universidade NOVA de Lisboa, e que ficaram temporariamente, indisponíveis, há alguns meses atrás.

Mais concretamente estavam alojadas numa pasta institulada " Luís Graça e Camaradas > Subsídios para a História da Guerra Colonial"...De qualquer modo, honra seja feita ao departamento de informática da ENSP/NOVA, os ficheiros da minha página foram-lhe devolvidos, represnetando 263 Mb de dados (5 mil ficheiros, 63 pastas)...

As cartas (ou mapas) da Guiné e os demais recursos da minha antiga página passam doravante a poderem ser consultadas, de novo,  "on line", no Arquivo.pt.(https://arquivo.pt):
 
O Arquivo.pt é uma poderosa infraestrutura de investigação, mantida pela FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia, que permite pesquisar e aceder a páginas da web arquivadas desde 1996. 

O principal objetivo é a preservação da informação publicada na Web  portiguesa para fins de investigação.

É sabido que, passado um ano, apenas 20% de um conjunto de endereços se mantêm válidos. E nada mais irritante e frustrante para os utilizadores da Net (incluindo os investigadores, das mais diversas áreas,  História, Sociologia, Linguística, etc.) do que  encontar "links quebrados".

Isto quer dizer o quê, no nosso caso  ? Que muitas nossas páginas, entusiástica e generosamente  criadas e mantidas, por antigos combatentes da guerra do ultramar / guerra colonial, deixam de aparecer e perdem-se irremediavelmente... Foi o caso de muitas páginas ou sítios que nós seguíamos e que, por essa razão, deixámos de listar no nosso blogue (já não existem ou os links estão quebrados).

Infelizmente, não sabemos se há uma inventário das páginas criadas neste domínio, sobretudo desde há duas décadas para cá. Algumas foram criadas em servidores, portais ou plataformas que permitiam o alojamento gratuito de páginas pessoais ou arquivo de fotos, e que hoje já nem sequer existem ou que passaram a cobrar pelos seus serviços: estou-me a lembrar do portal Terravista, por exemplo, onde eu comecei a publicar na Net,e onde tive uma página; ou do portal Sapo (inicialmenet criado em 1995 pelo Centro de Informática da Universidade de Aveiro); ou do Photobucket (cujas condições de subscrição forma alteradas em 2017, se não erro). Devíamos todos ter percebido, logo na altura, que neste mundo não há almoços grátis...

Daí o interesse do Arquivo.pt (que não deve ser confundido com o Internet Archive), permitindo "a preservação da informação publicada na Web portuguesa para que o conhecimento nela contido esteja acessível às nossas gerações futuras"... 

É o caso da página pessoal do nosso editor, "Saúde e Trabalho - Luís Graça", e o blogue que ele fundou e tem ajudado a manter desde 2004, "Luís Graça & Camaradas da Guiné"Para saber mais, ver aqui: Arquivo.pt.

O Arquivo.pt também tem uma página no Facebook: Arquivo.pt: pesquise páginas do passado.


2. Continuamos, entretanto, a repor as nossas preciosas cartas da Guiné (Escala 1/50 mil), por ordem alfabética, agora alojados no Arquivo.pt. É só carregar no link.

No final desta série continuarão a estar disponíveis na coluna estática do blogue, do lado esquerdo. Por enquanto esses links constinuam quebrados, bem como todos os topónimos que até agora (u até há alguns meses) usavam os links antigos, quando estavam alojados na página da ENSP/NOVA. Aqui vão os novos links, das cartas (de C a F):

Cabuca (1959) (inclui um troço do rio Corubal)

Cacheu / Sâo Domingos (1953) (Carta de Cacheu, inclui Cacheu, São Domingos, rio Cacheu, rio Grande de São Domingos, Caboiana...)

Cacine (1960) (inclui Cacine, rio Cacine, rio Cumbijã, parte do Cantanhez...)

Cacoca  / Gadamael (1954) (incluiu Cacoca, Sangonhã, Gadamael Porto, parte do Quitafine e do Cantanhez, rio Cacine e fronteira sudeste com a Guiné-Conacri)

Caiar  (Ilha de)  ( Como (Ilha do Como) (1959) (inclui as ilhas de Caiar, Como e Catunco, ainda o rio Cumbijã...)

Canchungo / Teixeira Pinto (1953) (carta de Teixeira Pinto, hoje Canchungo, inclui Teixeira Pinto,  Bassarel, Catequisse, Bachile / Churoenque...)


Catió (1956) (inclui Catió, Darsalame, rios Tombali, Pobreza, Cobade...)

Colina do Norte (1956) (incluin Fajonquito...)

Como (Ilha de) / Caiar (Ilha de) (1959): vd. 
Caiar  (Ilha de) (1959)

Contabane (1959) (incluin Saltinho, Contabane, rio Corubal...)

Contuboel (1956) (inclui Contuboel, Jabicunda, rio Geba...)

Duas Fontes (Bangacia) (1959) (inclui Galomaro...) 

Empada (1955) (Inclui Empada, rio Grande de Buba...)

Farim (1954) (inclui Farim, rio Farim, Canjambari, Bironque, Mansabá, K3 / Saliquinhedim...)